04. John Wayne

Finalizada em: 02/08/2023.

Capítulo I

Bloqueios criativos são mesmo uma merda. Às vezes eles eram fáceis de superar e quando você menos esperava, estava escrevendo página atrás de página sem nem ao menos perceber as horas passando, porém outras vezes eles duravam dias, meses e até anos. Eu já tinha superado bloqueios criativos antes, normalmente eles acabavam assim que eu sentava em frente a um computador e começava a escrever, mas dessa vez parecia que eu estava em um grande problema, porque fazia mais de um ano que eu não conseguia escrever nada e eu estava realmente convencida de que dessa vez minha carreira de escritora tinha acabado e eu iria viver apenas dos livros que eu já tinha escrito.
— Eu não sei mais escrever! — Joguei minha bolsa em cima da bancada da cozinha, me jogando na mesma enquanto me sentava no banco.
— Por que você está dizendo isso, ? Você não disse que seu próximo livro estava indo de vento em popa — minha mãe disse, porém eu não tive nenhuma vontade de levantar minha cabeça para olhá-la.
— Eu menti! — Me endireitei, jogando as mãos para o alto, olhando para ela. — Eu achei que as coisas estavam indo bem, eu estava cheia de ideias, porém agora, nenhuma. Nada! Zero!
— Então você está com um bloqueio criativo? — Ela andou até o meu lado, colocando o braço ao redor dos meus ombros. — Vai passar, , você vai conseguir superar, você sempre consegue.
— Aí é que está o problema, faz mais de um ano que eu não consigo continuar um raciocínio, eu começo e não consigo terminar. — Abaixei a cabeça, começando a sentir as lágrimas rolarem por meu rosto.
— Oh, . — Minha mãe me abraçou forte, e eu comecei a chorar em seus braços. — Bloqueios criativos acontecem com todo mundo, eu mesma já tive vários durante todo esse tempo em que eu sou uma pintora. Teve um particularmente pior do que todos os outros e, como você, eu pensei que nunca ia pintar outra vez na vida.
— E o que você fez? — perguntei, olhando para ela.
— Pulei de um trem com um estranho e saí em uma das maiores aventuras da minha vida. — Ela acariciou meu rosto.
— Então tudo que eu tenho que fazer é deixar um estranho me levar em uma aventura? Nossa, mãe, eu pensei que seria mais difícil! — Ela riu, se sentando no banco atrás dela de frente para mim.
— Não, o que você precisa é ter um pouco mais de aventura na sua vida, . Por que você não vai visitar seu irmão em Fordham? Talvez uma mudança de ambientes seja boa pra você.
— Pra todo mundo me perguntar o porquê de eu ter largado a faculdade de Enfermagem? Não, muito obrigada! Prefiro que todos eles continuem do jeito que estão: sem a menor ideia do que eu estou fazendo da minha vida. E sem falar que Enzo deve estar muito ocupado com os milhares de compromissos que vêm em ser o capitão do time de futebol masculino.
— Falando nisso, eu tenho que visitar seu irmão, tenho alguns quadros pra decorar o apartamento dele. — Minha mãe se afastou de mim. — Por que você não conta logo a verdade para todo mundo?
— Pela mesma razão a qual você não contou que era Zoe Cane anos atrás. — E como uma deixa, meu pai entrou na cozinha, dando um beijo na minha cabeça antes de dar um beijo em minha mãe.
— O que foi, tampinha? Você está com uma cara péssima.
— Eu estou com um bloqueio criativo.
— E eu disse que ela deveria sair em uma aventura pra poder superá-lo. Agora só falta ela descobrir para onde — minha mãe completou.
— Eu ainda não disse que aceitei.
— Por que você não vai pro rancho da sua bisavó? — Meu pai começou. — Você costumava adorar aquele lugar, chorava toda vez que a gente vinha embora, talvez você não precise de uma aventura e sim de um lugar calmo para colocar as ideias no lugar. — Olhei para o meu pai como se ele tivesse acabado de descobrir a pólvora.
— Pai, você é um gênio! — Me levantei, andando em direção a ele e o abraçando forte pelo pescoço. — O rancho da vovó é tudo que eu preciso. Eu posso escrever sem nenhuma interrupção, sem barulho e, sem falar que a Dona Marta cozinha divinamente, eu só tenho a ganhar com isso.
— Ei, fui eu que dei uma ideia! Eu sou um gênio também! — minha mãe falou, fazendo com que eu risse. Andei até ela, a abraçando forte pela cintura.
— Obrigada, mãe, você é a melhor de todas! — Me separei dela, pegando minha bolsa em cima da bancada. — Agora preciso ir, tenho que arrumar minhas malas! Tchau, amo vocês!

Quando eu cheguei em casa, peguei a primeira mala que eu vi e joguei a maior quantidade de roupas que eu achei dentro dela. Minha mãe ficou de ligar para o caseiro Bennie e sua esposa Marta, avisando que eu estava a caminho para passar um tempo indeterminado no rancho. Fazia anos desde a última vez que eu fiz uma visita, mas se tinha algo que eu sabia era que passar um tempo no rancho ia trazer algo que na cidade grande eu quase nunca tinha o luxo de ter: um pouco de silêncio e paz.
Eu tive que pegar dois voos: o primeiro demorou 3 horas e o segundo mais 2 horas em um avião pequeno, que balançava tanto que parecia que estava em constante turbulência. Quando eu cheguei ao aeroporto da pequena cidade onde ficava o rancho da minha bisavó, já passava da meia-noite e a única coisa que eu queria era me jogar na cama mais próxima e ter uma noite de sono no completo silêncio. Na hora que eu saí pelos portões de embarque, reconheci logo Bennie, que segurava uma plaquinha com o nome “Senhorita ” e andei até ele, o abraçando forte pelo pescoço.
— Senhorita , eu não consigo respirar! — ele disse, fazendo com que eu o soltasse. — Olha para você, , você cresceu tanto.
— E você não envelheceu nenhum pouco, Bennie. Onde está Marta? Luke? Eles vieram com você?
— Marta ficou em casa arrumando os últimos detalhes pra sua chegada.
— Espero que eu não tenha dado tanto trabalho assim vindo tão de repente.
— Claro que não, senhorita . É um prazer tê-la de volta. — Ele estendeu a mão para pegar minha mala e eu balancei a cabeça.
— Deixa que eu levo, Bennie. — Me virei para ele, começando a segui-lo em direção à saída. — E Luke? Ele veio?
— Luke saiu com a namorada.
— Luke tem uma namorada? — perguntei, jogando minha mala na parte de trás da caminhonete.
— E deixa eu te contar, aqueles dois juntos é problema na certa.
Então Bennie foi contando que Luke conheceu Sarah, sua namorada, que parecia problema na certa. Os dois se conheceram quando ela invadiu a casa da piscina para tomar banho, Luke foi quem a encontrou e, segundo Bennie, foi amor à primeira vista e os dois tem sido inseparável desde então. Aparentemente, os dois iam pra Fordham University, a mesma que meu irmão frequentava. Luke ganhou uma bolsa para fazer parte do time de futebol e Sarah ia cursar Literatura.
Quando nós chegamos no rancho já era noite, mas mesmo assim eu já senti meu coração se acalmar quando vi a fachada da casa, por que eu parei de vir para esse lugar?
— Esse lugar não mudou nenhum pouco! — Eu disse, saindo do carro. — Marta ainda está acordada?
— Provavelmente. — Bennie respondeu, parando ao meu lado. — Ela quase estourou meus tímpanos com o grito que ela deu. — Ele sorriu largamente. Eu estava prestes a falar quando nós vimos a luz da casa da piscina acender.
— Será que Marta decidiu tomar um banho de piscina de última hora?
— Duvido, provavelmente algum problema com a luz.
— Então vamos lá ver o que aconteceu.
Nós andamos em direção a casa de piscina escutando o barulho de risadas vindo da mesma, aparentemente alguém tinha decidido dar um mergulho de madrugada e não esperava ser pego.
— Ei, o que vocês estão fazendo aqui? — O casal que estava na piscina olhou para mim com olhos arregalados. Bennie entrou logo depois segurando uma enxada nas mãos. Ele olhou para os intrusos e por um segundo relaxou, porém logo depois seu rosto contorceu em raiva.
— Luke, o que diabos você pensa que está fazendo? — Bennie gritou fazendo com que o garoto desse um sorriso de lado. — Eu já te disse que você não pode usar a piscina, ainda mais trazer sua namorada com você! — Bennie cerrou os olhos. — Ainda mais a irmã de , você tem algum desejo de morte?
— Meu irmão sabe que eu e Luke estamos namorando, senhor Bennie.
— Mas ele com certeza não sabe que você anda saindo escondido a noite pra nadar na piscina de desconhecidos!
— Mas é como se ninguém fosse usar mesmo, faz anos que ninguém aparece nesse rancho, não é como se eles ligassem. — A garota respondeu, cruzando os braços.
— E só por isso você acha que pode sair por ai usando as coisas dos outros? Espere até seu irmão saber disso, Sarah, ele não vai ficar feliz com isso!
— Não tem problema, Bennie, eles dois só queriam aproveitar uma piscina quente já que o lago deve estar tão gelado que chega a bater os dentes. — Eu comecei, colocando a mão em seu ombro.
— Eles dois não podem se safar assim, senhorita , eles tem que arcar com as consequências dos seus atos! Eu vou chamar .
— Não precisa, Bennie, os dois não tiveram más intenções. — Eu respondi, olhando para os dois. — E é como a Sarah mesmo disse, não é como se alguém tivesse usando.
? — Luke perguntou, me olhando surpreso.
— Olá, tampinha. — Eu respondi, sorrindo de lado.
— Eu já não sou mais um tampinha, aposto que estou mais alto que você.
— Não muda o fato de que você ainda é um pirralho.
— Só porque você é cinco anos mais velha do que eu não quer dizer que eu sou um pirralho, só que você vai morrer primeiro! — Ele me deu língua.
— Luke! — Bennie gritou, fazendo com que eu segurasse o riso. — Saiam os dois dessa piscina! Agora!
— Ótima ideia, Bennie, que tal vocês saírem e tomarem um chocolate quente. Aposto que Marta pode fazer um pra gente, não pode, Bennie? Que tal você chamá-la enquanto eu levo esses dois pra dentro?
— Claro, senhorita . — Bennie respondeu, antes de sair da casa da piscina.
— E vocês dois? Vão ficar ai parados até congelarem ou vão lá pra dentro comigo?
— A mesma mandona de sempre. — Luke resmungou.
— Você sabe que sim.
Luke e Sarah me seguiram abraçadinhos e em silencio até a casa, Sarah me olhava de lado com curiosidade enquanto Luke só tinha olhares pra ela e perguntava a cada trinta segundos se ela estava com frio. Quando nós chegamos à cozinha, Marta já estava à beira do fogão com um olhar desaprovador para os dois.
— Marta! — Andei até ela, a abraçando forte pelo pescoço. — Que bom te ver.
— Você também, , você cresceu tanto, minha filha. — Ela se afastou de mim e olhou para Luke e Sarah. — E vocês dois, o que pensam que estavam fazendo?
— Marta, tem como você pegar uma manta para eles dois, por favor?
— Claro, senhorita . — Marta desligou o fogão e desapareceu da cozinha.
— Então, você é a dona do rancho? Você é bastante rica! — Sarah começou fazendo com que Luke a repreendesse. — O que? Mas ela é.
— Eu não sou dona do rancho, Sarah, minha avó é. Eu só vim passar um tempo aqui porque eu precisava de um pouco de paz.
— Paz, você com certeza vai encontrar aqui, nada acontece nessa cidade. — Ela estendeu a mão para mim. — Eu sou Sarah .
— Prazer, eu sou . — Assim que eu disse meu nome, os olhos de Sarah se arregalaram e ela soltou um grito tão alto que eu tive que tampar meus ouvidos.
— Você é ? Tipo, a escritora da série Inevitável? Eu amo os seus livros, você é melhor escritora do mundo! Eu já li todos! — Ela me abraçou pelo pescoço. — Por que você não me disse que era amigo da , Luke? Que tipo de namorado é você?
— O tipo que não sabia que era a escritora? Você nunca disse o nome dela, então eu nunca liguei os pontos. — Luke deu de ombros.
— Eu tenho tanto pra perguntar. — Ela se sentou ao meu lado. — Quando é que você vai escrever um novo livro? Inevitável vai ter outro livro? Eu sei que a série já terminou, mas eu amo demais aquela história, você poderia fazer outros livros com os outros personagens. Eu adoraria saber como Sam e Miranda começaram a namorar, eu sinto que eles precisam ter sua história contada. — Ela respirou fundo e continuou. — Minhas amigas vão morrer quando descobrirem que eu conheci ! Você pode autografar os meus livros? Com dedicatória e tudo? Eu já disse que você é a melhor escritora do mundo?! — Olhei para ela assustada e depois para Luke.
— Ela tende a falar sem parar quando está animada ou nervosa, no momento, acho que ela está os dois.
Marta entrou na cozinha e jogou uma manta para Luke e entregou a outra para Sarah, depois tirou canecas de dentro do armário e serviu chocolate quente para todos. Sarah continuava a me encarar com um sorriso no rosto e a única coisa que eu pude fazer foi olhá-la assustada, era muita informação para pouca .
— Primeiro, respira bem fundo Sarah; segundo, eu acho que Inevitável terminou do jeito que tinha que terminar, às vezes mexer demais em uma história, inventar demais, acaba estragando tudo. Inevitável foi a minha única série de livros porque eu não gosto de escrever continuações, porém a essa história em particular merecia e terceiro, claro que eu autografo todos os seus livros, vai ser um prazer.
— Eu sabia que tinha uma razão pra você ser minha escritora favorita, mesmo você não mostrando a cara! — Ela me abraçou outra vez, fazendo com que Luke balançasse a cabeça.
— Acredite, Sarah, ela tem a quem puxar.
— Sarah! — Escutamos uma voz, que mais parecia um trovão, ecoar pela entrada da casa fazendo com que Sarah se afastasse de mim, rolando os olhos. Luke, por outro lado, parecia que tinha acabado de ser pego com a mão no jarro de biscoitos e estava com uma expressão de total pânico.
— Ele morre de medo do meu irmão! — Sarah soltou uma gargalhada.
— Se fosse visse o tamanho dele, ficaria assustada também. — E quando eu estava prestes a responder, Bennie entrou na cozinha acompanhado de um homem e deixa eu te contar que Luke tinha toda a razão de estar com medo, o irmão da Sarah era extremamente alto quase chegando na altura da porta, com ombros largos e pra minha apreciação e o desespero de Luke, ele era extremamente musculoso. Ah, sem falar que ele também tinha um dos braços fechado de tatuagens. Será que a vida tinha me dado esse presente de não só apreciar um cowboy sexy, mas um cowboy sexy tatuado?
— Olá, irmãozinho. — Sarah disse, sorrindo largamente. — Caiu da cama?
— Não me venha com brincadeiras, Sarah Benedita , Bennie me contou o que você fez. Quantas vezes eu já te disse que você não pode usar a piscina dos outros?
— O lago estava muito gelado.
— Então esperasse até o dia seguinte, não invadisse a casa dos outros! Você quer mesmo que eu te proíba de namorar esse garoto? — Ele apontou para Luke. — É isso que você quer?
— Você não pode me proibir de nada, eu já tenho 18 anos! — Sarah cruzou os braços e disse indignada.
— Não teste a minha paciência, Sarah, você vem fazendo coisas erradas a torto e a direita, se você não aprende na conversa, vai ter que aprender no castigo.
— Você não é meu pai! Você não pode me proibir de nada! — Sarah gritou, fazendo com que seu irmão fulminasse de raiva.
— Sarah, pra casa agora!
— Não!
— Sarah, eu não vou repetir!
— Eu não vou! — O irmão de Sarah deu um passo pra frente, pronto pra pegar em seu braço, porém eu fui mais rápida e fiquei parada em sua frente.
— Nem pense nisso! — Eu disse, apontando o dedo pra ele. — Pode ir baixando a bola, Montanha! — Eu disse, ficando na ponta dos pés. — Até parece que nenhum de vocês se apaixonou e decidiu sair em uma aventura ou foi jovem algum dia! Eu já disse que não tem problema, ninguém estava usando a piscina mesmo.
— Mesmo assim, senhorita , eles não deveriam ter feito isso. — Bennie disse.
— O problema é permissão? — Eu olhei para Bennie. — Então a partir desse momento eu dou permissão pra Sarah e Luke nadarem na piscina o quanto eles quiserem, no horário que eles quiserem. Pronto. Finito. The end.
— E quem é você? — O irmão de Sarah perguntou, olhando para mim de cima pra baixo.
— Eu sou , dona do rancho.
— Pelo o que eu me lembro da dona do rancho, seu nome era Anna e uma senhora.
— Ela é minha bisavó. — Eu disse desviando o olhar dele. — Já que nós resolvemos tudo, será que podemos ir dormir?
— Claro, senhorita .
— Vamos pra casa, Sarah. — O irmão de Sarah começou.
— Eu posso me despedir do Luke?
— Eu vou esperar lá fora. — Ele se virou, se despediu de Bennie e despareceu por onde ele veio.
— Você pode ir dormir, Bennie, já passa das duas da manhã e você deve estar cansado. O Luke vai depois, deixem eles se despedirem. — Só foi preciso Bennie dar boa noite pra Sarah pular em cima de mim, me abraçando forte.
— Eu sabia que existia uma razão pra você ser a minha escritora favorita!
— Mas vocês sabem que o que fizeram foi errado, não sabem? — Me afastei dela, olhando para eles. — Por mim não tem nenhum problema, mas é bom que da próxima vez vocês não sejam pegos.
— Sem problemas, senhorita .
— O seu irmão sempre faz isso, Sarah? — Segurei em seu braço, fazendo com que ela se virasse para mim. — Tenta te pegar pelo braço?
— Não, faz isso quando precisa chamar minha atenção.
— Ela tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. — Escutei a voz do irmão de Sarah vindo de trás de mim, o que fez com que eu me assustasse. — Normalmente quando Sarah faz alguma coisa errada, ela foca sua atenção em algo em vez de quem está falando com ela, acaba ignorando e fazendo tudo de novo. Quando meus pais precisavam chamar sua atenção, eles seguravam em seu braço para que ela se concentrasse neles então eu acho que de alguma maneira isso ficou com ela.
— Então você não estava tentando arrastá-la de volta pra casa?
— Só porque eu sou um cowboy, não quer dizer que eu sou um ogro, senhorita . — Ela sorriu, sarcástico. — Vamos, Sarah, eu tenho muito o que fazer amanhã. — Ele se virou e saiu de novo sem nem ao menos olhar para trás.
— Não é um ogro, mas é mal educado. — Eu murmurei. E um gostoso.
— Obrigada pela preocupação, escritora favorita, e por me defender. — Ela me abraçou. — pode parecer um pouco com o Shrek, meio ranzinza e antissocial, mas ele faz de tudo para me criar do melhor jeito desde que os nossos pais morreram. Até amanhã, minha escritora favorita.


Capítulo II

— Bom dia! — Bennie gritou do corredor.
— Bom dia! Bennie, onde estão os cavalos? Onde está Tempestade? — Perguntei, assim que ele entrou na cozinha. Já era começo de tarde e eu sentia como se tinha acabado de acordar do melhor sono que eu já tive na vida. Na cidade grande quando passava das sete da manhã parecia que era dada a permissão para fazer barulho e todo mundo decidia fazer ao mesmo tempo, no campo já era diferente, quase não existia barulho e os que existiam só te traziam paz e faziam você voltar a dormir. — Eu estava pensando em vê-los antes de me jogar na piscina.
— Oh, sua avó decidiu que era melhor que eles ficassem no rancho do lado, é veterinário e pode cuidar deles melhor.
?
— É, o irmão da Sarah.
— Opa, escutei meu nome! — Sarah entrou na cozinha com Luke ao seu lado. — O que vocês estavam falando de mim?
— Estávamos falando sobre os cavalos que estão no rancho de vocês, quer vê-los.
— A gente pode te levar, não é, Luke?! — Luke se apoiou no balcão e assentiu. — E depois você pode vir com a gente tomar banho na cachoeira, eu tenho certeza que você vai amar.
— Tudo parece uma ótima ideia, mas eu não vou atrapalhar vocês dois?
— Sarah não parou de falar de você desde ontem. — Luke rolou os olhos. — Ela vai passar o tempo todo falando de você mesmo, então é melhor que pergunte tudo logo para eu ter minha namorada de volta. — Nós nos entreolhamos e soltamos uma gargalhada.
— Se é assim, lidere o caminho.

Quando Bennie disse que o rancho dos era do lado, eu tinha em mente um vasto campo separando os dois, porém a única coisa que eu encontrei foi um riacho e uma ponte. Sarah contou que os seus pais eram muito amigos da minha avó e nunca acharam necessidade em marcar onde começava um rancho e terminava o outro, aparentemente o riacho já era um ótimo marcador de território então eles deixaram do jeito que estava e construíram uma ponte.
A primeira coisa que eu percebi foi que o rancho era maior do que o da minha avó e tinham vários animais espalhados pelo campo, como galinhas, cachorros, gatos, vacas e cavalos. Sarah disse que a maioria deles eram resgatados e apenas os acolhiam porque não tinha achado ninguém para cuidar deles, ela nos levou para o celeiro onde os cavalos ficavam, meu coração logo deu um pulo quando vi sorrindo largamente enquanto colocava uma cela em um cavalo cinza. Eu a reconheci logo de cara, era a mesma égua que meus pais tinham me dado quando eu descobri minha paixão por cavalos e comecei a ter aulas de hipismo. Tempestade era o seu nome, tanto pela sua cor e pelo fato dela ter nascido em uma noite das piores tempestades que essa cidade já viu. Quando meus pais falaram que um amigo da minha avó tinha lhe dado de presente uma nova égua e ela decidiu que seria o meu presente de aniversário, eu deixei minha mala arrumada durante meses até que finalmente nós fomos ao rancho e eu pude conhecer minha mais nova melhor amiga. Durante anos, todas as férias eu vinha para o rancho da minha avó para passá-las inteiras montando Tempestade pelos vastos campos ao redor do rancho, e também, todas as vezes eu chorava quando ia embora e não podia levá-la junto comigo. Nos últimos anos, com minha avó tendo que se mudar para a cidade grande para cuidar da saúde, com a faculdade e também escrevendo livros, eu quase não visitava mais e vendo Tempestade outra vez me fez me arrepender de não ter feito.
olhou para o lado, nos avistando, e Tempestade fez o mesmo, vendo pra onde ele olhava. Ela então começou a galopar em minha direção e, quando ela parou em minha frente, eu a abracei pelo pescoço enquanto ela inclinou sua cabeça.
— Olá, garota, eu senti sua falta. — Eu disse, a acariciando. — Você continua linda. — Me afastei dela, acariciando sua cabeça.
— Cuidado, ela é meio marrenta! — disse, fazendo com que eu olhasse para ele.
— Só com desconhecidos, ela costumava ser minha.
— Até você abandoná-la? — Ele perguntou fazendo com que eu cerrasse os olhos para ele.
— Pra sua informação, cowboy, eu não a abandonei, só não tive tempo de visitá-la porque a minha vida deu uma tremenda reviravolta. Se eu pudesse a tinha levado comigo, mas seria muita maldade levar um cavalo, um ser tão livre, para um loft no meio da cidade grande. — Eu disse, me afastando dela e cruzando os braços. — Nós não temos uma cachoeira para ir? — Perguntei, me virando pra Sarah e Luke.
— Temos. , os cavalos estão prontos?
— Espera ai, ele também vai? — Apontei pra .
— E adivinha com quem você vai no cavalo?! — Ele sorriu de lado, puxando as rédeas de Tempestade.
— O que? — Me virei pra Sarah, que sorria de lado. — Por que eu não posso ir com você, Sarah?
— Porque eu não sei cavalgar, só o Luke sabe. — Sarah deu de ombros, segurando a mão de Luke e seguindo . Alguma coisa me dizia que ela tinha feito isso de propósito, parecia que alguém estava dando uma de cupido.
— Eu não acredito nisso. — Balancei a cabeça, começando a segui-los. Quando eu cheguei do lado de fora do celeiro, Luke estava ajudando Sarah a subir no cavalo, subindo logo em seguida; já estava no cavalo, com o mesmo sorriso de lado no rosto e que vontade eu estava de tirar esse sorrisinho de lado desse rostinho lindo.
— Vamos, senhorita , nós não temos o dia todo. — Ele disse estendendo a mão para mim. Respirei fundo antes de segurar a mesma, colocando meu pé na pedaleira e dando no impulso para cima, ficando atrás de . — É bom você segurar firme, Tempestade gosta de ir rápido. — Ele disse, virando o seu rosto de lado. Se de frente o cara já era lindo, imagina de lado, era o cowboy que qualquer garota sonhava em fisgar. Coloquei minhas mãos ao redor da sua cintura, colocando meu rosto perto de seu ombro, além de gato, gostoso e tatuado, ainda cheirava bem. Se concentra , você veio aqui pra escrever um livro, não pra viver um romance com um cowboy extremamente sexy e misterioso.
fez um estalo com a boca e Tempestade começou a correr pelo vasto campo que era a propriedade dos . No começo, eu me agarrei a com medo até de cair, mas foi logo que eu senti o vento em meu rosto que eu abri os olhos, admirando a paisagem a minha frente, foi a primeira vez que eu realmente vi o quanto eu perdi não visitando esse lugar durante os últimos anos, quem sabe no final dessa viagem serei eu segurando as rédeas de Tempestade.
Avistei a cachoeira de longe e, deixa eu te contar, ela era linda, com uma água quase transparente e uma queda d’água magnífica que pareciam te chamar pra dar um mergulho. parou o cavalo perto da beira da cachoeira, desceu logo em seguida e depois me segurou pela cintura e me tirou de Tempestade, claro que eu me assustei e soltei um pequeno grito.
— Eu poderia ter descido sozinha, sabia? — Eu disse, arrumando minha blusa.
— Sem problema, eu te coloco de volta. — Ele deu um passo em minha direção com os braços estendidos.
— Não precisa! — Eu disse, colocando minhas mãos na minha frente. — Eu estou muito bem, obrigada.
— Você que sabe! — deu de ombros e tirou uma bolsa da cela de Tempestade. Ele estendeu uma manta em frente a ela, colocou algumas frutas em cima da mesa e jogou a bolsa de lado. Eu sabia que iria acontecer, não é como se desse para tomar banho de cachoeira com blusa e calça jeans, mas nem todos os meus sonhos malucos com os heróis de romances que eu já li me preparou para a visão que era sem camisa. Tudo aconteceu em câmera lenta, como uma cena de um filme, primeiro ele tirou o chapéu e botas jogando ao lado de Tempestade que comia totalmente concentrada; depois foi a calça, revelando um short que vinha no meio da sua coxa com uma estampa de cavalos e, finalmente a camisa, minha parte favorita porque eu pude ter de ver todos os músculos das suas costas e que sua tatuagem ia até o seu ombro. virou para trás, sorrindo de lado e deu uma piscadela para mim antes de correr em direção a floresta.
— Pra onde é que ele está indo? — Eu perguntei para Luke e Sarah que já estavam agarradinhos dentro do lago.
— Espere e você verá. — Sarah apontou para o topo da cachoeira onde tinha acabado de chegar e antes mesmo que eu conseguisse formar uma pergunta, estava pulando de lá de cima direto para o lago. Enquanto eu quase tive um pequeno ataque do coração, estava sorrindo largamente enquanto nadava em direção a borda do lago. — Vamos, ! — Sarah e Luke passaram por mim correndo na mesma direção que tinha corrido antes.
— Você não vem? — parou em minha frente.
— Eu não acho que consigo fazer isso.
— É, foi o que pensei. — disse, começando a andar em direção a floresta outra vez.
— E o que você quer dizer com isso? — Eu gritei, fazendo com que ele se virasse para mim.
— Que você não está acostumada com o tipo de aventura que o campo tem pra você.
— Eu não vim pra cá pra viver uma aventura, eu só queria um pouco de paz e sossego.
— Mas isso é a última coisa que vai conseguir agora, então, vamos? — Ele estendeu a mão para mim. — Vamos lá, , eu sei que debaixo dessa faceta de mulher calma que você passa existe uma mulher pronta para viver uma louca aventura, aliás, no final do dia você é uma escritora então deixa ela falar mais alto.
— Espero que você esteja certo, cowboy. — Eu respondi, tirando meu short, camisa e segurando em sua mão. me puxou em direção a floresta onde nós seguimos por um caminho que nos levou até o topo da cachoeira do qual Luke e Sarah tinham acabado de pular.
— Em algum lugar, nesse exato instante, minha mãe está segurando uma taça de vinho gargalhando alto. — Eu disse, olhando para o lago.
— Por que ela estaria fazendo isso? — perguntou, fazendo com que eu olhasse para ele.
— Porque eu sempre soltava uma gargalhada alta quando ela chegava na parte do penhasco. — me olhou confuso. — Meus pais se conheceram da forma menos convencional que você pode imagina, pulando de alguns lugares, em um deles era um penhasco. Meu pai segurou em sua mão, e a puxou para pular e devo ressaltar que não era nada baixo. — Olhei pra baixo.
— Desse jeito?
— O que? — não me respondeu, apenas segurou em minha mão e me puxou para pular pelo meio da cachoeira direto no lago. Voltei a superfície dando de cara com ele gargalhando alto.
— Foi mais ou menos assim que ele fez? — Ele perguntou.
— Pra sua informação, era um penhasco muito maior do que esse. — Eu respondi, começando a nadar em direção à beira do lago. Me virei para , que estava saindo do lago e disse: — Vamos apostar quem chega no topo primeiro? — esperou apenas com que eu terminasse de falar para começar a correr. — Ei, você está roubando! — Eu gritei, começando a correr atrás dele.

A tarde calma na piscina onde eu colocaria minhas ideias no lugar pra começar a escrever meu próximo livro foram todas para o ralo no momento que eu aceitei vir pra essa cachoeira e eu posso dizer que foi a melhor decisão que eu já tinha tomado na vida. Eu sentia como se fosse a primeira vez em muito tempo eu não tinha nada com o que me preocupar, como se a vida no momento se resumisse a apenas conseguir dar uma cambalhota para trás do topo da cachoeira direto para o lago. Claro que , por amar atenção e não ser nenhum pouco humilde, decidiu dar várias cambalhotas apenas para humilhar aos meros mortais que não conseguiam e quando eu finalmente consegui ele chamou de sorte de principiante e foi evidente que eu mandei o dedo do meio pra ele enquanto o empurrava de volta pro lago e corria em direção ao topo da cachoeira.
— Você trapaceou! — Ele disse, chegando ofegante e se sentando ao meu lado nas rochas.
— Dá licença, não é minha culpa que você escorregou e caiu dentro do lago outra vez.
— Você me empurrou!
— Você está delirando, cowboy, eu não fiz nada disso. — Eu disse dando de ombros, fazendo com que ele abaixasse a cabeça e sorrisse.
— Você disse a verdade? — Ele perguntou fazendo com que eu o olhasse confusa. — Quando disse que seus pais pularam de um penhasco?
— Não só de um penhasco, se meteram em uma briga de bar, pularam de um trem em movimento e minha mãe, a melhor heroína que você respeita, ainda armou pra prender os caras que tentaram usar o segredo dela pra ganhar dinheiro.
— Você não escreveu um livro que é desse jeito? — Eu o olhei assustada. — Come Away e alguma coisa.
Come Away With Me. Não finge que não sabe, , porque se você sabe a história, você sabe o título. Eu não sabia que você era meu fã.
— Não é que eu seja um fã, é mais que quando Sarah estava lendo e soltou uma gargalhada tão alta que eu fez com que eu derramasse meu café em cima de mim, eu tive que ler essa história oh, tão maravilhosa que ela estava lendo.
— Então você gostou?
— Se você contar o fato de que eu não consegui parar de ler até terminar, incluindo no meio de uma reunião extremamente importante como gostar então é, parece que eu gostei. Você é muito talentosa, escreve muito bem, só não sei porque esse mistério todo sobre a sua identidade.
— Porque gostar da minha escrita é o suficiente, você não precisa gostar de mim. — Levantei e me virei para ele. — Mais um pulo?
— Claro que sim. — Ele se levantou e andou em direção à beira da cachoeira, mas antes de pular ele se virou para mim e disse: — Até porque “tudo que você precisa para viver, é pular. — deu uma piscadela antes de pular. Eu sorri, lembrando da frase do diálogo final da minha família que eu coloquei no livro, e pulei logo em seguida.
, a gente vai pra o parque de diversões mais tarde, você quer ir com a gente? — Sarah perguntou, logo que eu saí do lago. Sarah e Luke já estavam vestidos e estava colocando suas roupas.
— Sarah, eu acho melhor não, eu preciso escrever meu livro.
— A gente te pega sete! — Sarah me ignorou completamente, mas Luke segurou em seu braço, chamando sua atenção e disse:
não pode ir, Sarah.
— Mas por quê? — Ela perguntou com voz de choro.
— Eu preciso escrever meu livro.
— E você vai escrever seu livro agora a noite? Me poupe! Tudo mundo sabe que você não vai conseguir escrever nada. — Ela me abraçou de lado. — Vamos , amanhã eu prometo que te deixo em paz pra você escrever seu livro.
— Eu estou falando sério.
— Eu também. Promessa do dedinho. — Sarah esticou o dedo pra mim que apenas me dei por vencida.
— Já que a chata de galocha ai já decidiu ir, nós podemos voltar? — disse, fazendo com que eu rolasse os olhos.
, você anda tão bem quanto monta um cavalo? — Eu disse, andando em direção a Tempestade e a acariciando.
— Eu gosto de pensar que sim, por que? — Ele perguntou, me olhando confuso. Eu apenas sorri e me segurei na cela, montando em Tempestade logo em seguida.
— Porque está na hora de colocar suas pernas pra bom uso. — Eu segurei as rédeas de Tempestade e fiz um estalo com a boca, chamando sua atenção. — Até logo, meus queridos! Vamos, Tempestade! — A mesma entendeu meus comandos e começou a cavalgar.
— Isso vai ter volta, ! — Eu escutei gritar fazendo com que eu sorrisse largamente, porém, eu estava pouco me importando com o que um cowboy irritado podia fazer comigo porque nesse exato momento, sentindo o vento em meu rosto enquanto eu cavalgava Tempestade, eu sentia como se estivesse nas nuvens.


• • • • •



Sarah entrou no quarto como se fosse um furacão gritando por que eu ainda não estava arrumada, claro que eu abri os olhos assustada com a gritaria e quando eu vi o que realmente estava acontecendo, me joguei na cama de novo. Talvez fosse melhor eu ficar em casa, já tive aventuras suficientes por hoje. Claro que todos esses planos foram por água abaixo quando Sarah apareceu no meu quarto ameaçando jogar um balde de água em mim se eu não levantasse. Eu estava pronta e já dentro do carro meia hora depois.
, o cowboy sexy que eu senti falta mesmo não querendo admitir para mim mesma, tinha ido na frente com alguns dos seus amigos, provavelmente um bando de cowboys tão sexys quanto ele. Quando nós chegamos a feira, ela já estava lotada, Luke e Sara tentaram ao máximo me mostrar a experiência completa que eu estava perdendo por morar na cidade grande, e eu tenho de admitir, as aventuras que eu estava vivendo aqui estava ganhando de lavada de várias viagens para Europa. Talvez fosse como minha mãe falou, são as coisas que a gente menos espera que trazem as melhores sensações.
Depois de algumas horas, Luke e Sarah decidiram continuar passeando pela feira e indo nos brinquedos enquanto eu decidi que queria algo pra comer. Eu estava sentada em uma mesa comendo meu segundo hambúrguer quando o mesmo foi tirado da minha mão, eu estava pronta para dar um soco no indivíduo que fez isso, quando eu vi quem era. se sentou ao meu lado, comendo meu hambúrguer enquanto sorria para mim, a minha vontade era jogar refrigerante em cima dele por ter roubado minha comida, mas eu tinha que admitir ele ficava muito fofo olhando para mim daquele jeito.
— Você sempre pega a comida dos outros sem pedir permissão?
— Só de pessoas que me fazem andar quilômetros até chegar em casa. — Ele pegou o refrigerante da minha mão e começou a beber. — Quer um pouco? — Eu apenas balancei com a cabeça. — Por que você está aqui sozinha? Luke e Sarah não vieram com você?
— Eles decidiram continuar indo nos brinquedos enquanto eu decidi comer. Falando em comer, eu quero pipoca doce.
— Você já comeu dois hambúrgueres e ainda está com fome?
— Como você sabe disso? — Olhei para ele.
— Eu estava te observando de longe. — Ele apontou para outra mesa onde outros cowboys, não tão sexy quanto , devo ressaltar. — Então, vamos?
— Pra onde?
— Comprar pipoca doce. — Ele se levantou e estendeu a mão para mim. — E depois nós vamos em um dos brinquedos que eu sei que você ainda não foi.
— Você vai comprar pipoca pra mim? — Eu o olhei desconfiada.
— O maior pacote que eles tiverem. — Eu sorri, pegando em sua mão. me levou em direção a barraca das comidas e para minha surpresa ele não soltou minha mão o caminho inteiro. — Então, você está gostando da feira?
— Com certeza, a melhor que eu já fui em anos. Em Nova York a gente não tem esse tipo de feira, não com aquela energia boa de cidade pequena, sabe?
— Eu sei e fico muito feliz que você tenha gostado. — Nós paramos em frente à barraca de comida e comprou minha pipoca. Obrigada senhor pelo inventor de pipoca doce. — Feliz?
— Mais do que você imagina.
— Agora vamos, nós precisamos ir no melhor brinquedo dessa feira. — passou o braço pela minha cintura, me puxando em direção aos brinquedos. Ele esticou a mão para pegar pipoca, porém eu me afastei dele.
— Nem pense nisso, , você já comeu metade do meu hambúrguer e tomou o resto do meu refrigerante. — Eu me afastei dele.
— Volta aqui, garota da cidade grande. — Ele me puxou pela cintura por um braço enquanto pegava pipoca com a outra.
— Solta a minha pipoca, você não tem direito de comer nenhuma.
— Agora foi que deu mesmo. — Ele jogou o punhado de pipoca na boca e continuou: — Você não aguenta esse saco inteiro.
— Você quer apostar?
— Não, você tá com aquele olhar de determinação no olhar que diz pra não mexer contigo então eu prefiro não te desafiar.
— Bom garoto. — parou e eu fiz o mesmo, olhando para minha frente. — Não, não, não! Mil vezes não, eu não vou entrar ai dentro!
— Mas por que? É só um labirinto.
— Labirinto da Morte, você não sabe ler não?
— Nem é tão assustador e nem é tão grande. Vamos, . — Ele me puxou pela cintura em direção a entrada. Respira fundo, ! São só algumas pessoas fantasias de coisas assustadora, é tudo de mentira, você vai ficar bem. Esse pensamento durou uma fração de segundo, porque um cara vestido de branco com o rosto coberto apareceu na minha frente, fazendo com que eu soltasse um grito e jogasse toda a minha pipoca nele. gargalhou ao meu lado o que fez com que eu desse um soco em seu peitoral.
— Eu te odeio com todas as forças! — Eu disse, me agarrando em seu braço. — Quando a gente sair daqui eu nunca mais vou falar com você. — Uma mulher apareceu segurando uma boneca cheia de sangue e gritando perto de mim fez com que eu gritasse e escondesse meu rosto no braço dele. — Mas no momento eu quero você pertinho de mim.
— E eu não estou reclamando nem um pouco. — passou o braço pelos meus ombros e foi assim que nós fomos o caminho inteiro. Cada vez que algo assustador como um cara todo ensanguentado segurando uma enxada, ou um espalhado que parecia vindo do inferno, eu me agarrava mais ainda a cintura de que só gargalhava alto toda vida. No final das contas as coisas realmente ficarem bem melhor do que eu esperava.
— Eu te odeio. — Eu disse quando nós saímos do labirinto, me afastando dele.
— Você quer ir de novo?
— Mas é claro que não, seu bundão! — Eu disse respirando fundo. — ?
— O que? — Ele respondeu, olhando para mim.
— Você está me devendo outro saco de pipoca. — Ele sorriu de orelha a orelha e começou a me puxar pela mão.
— Vamos, patricinha.


Capítulo III

Já fazia dois meses que eu estava no rancho da minha avó e a única coisa que eu não fiz nesse meio tempo foi escrever meu novo livro. tinha cumprido sua missão de me manter o mais longe possível da minha casa, nós cavalgamos pelos campos ao redor dos ranchos e nadamos em vários outros lagos com Tempestade e Wayne; ele me mostrou os vários animais que ele resgatou e contou o processo que eles passaram para se recuperar, e agora, ele tinha colocado na cabeça que eu tinha que me levar para cidade e me ensinar a dançar.
Ele me rodopiava pela pista de dança enquanto eu gargalhava alto e quase não conseguia acompanhar, era um ótimo dançarino, mas com tanta gargalhada de ambos, nós parecíamos os piores dançarinos do mundo. , de alguma maneira, tinha dado uma volta na minha vida da maneira que eu menos esperava. E pensar que eu tinha achado que ele só era um caipira bruto quando na verdade ele um dos caras mais doces e gentis que eu já tinha conhecido.
— Eu deveria estar escrevendo meu livro agora. — Eu disse me sentando na nossa mesa. A garçonete tinha acabado de trazer mais uma rodada de cerveja e fez questão de passar um tempo extra olhando para .
— Você pode escrever o seu livro quando voltar para Nova York, agora é a sua vez de viver sua vida.
— Mas foi pra isso que eu vim pra cá, pra poder escrever meu livro.
— Prometo que depois dessa noite, eu não vou mais te perturbar pra sair comigo durante uma semana. Palavra de cowboy! — Ele levantou a mão e colocou a outra no peito.
— Por que será que eu não acredito nem um pouco?
— Estou falando sério, , eu prometo. — Eu assenti com minha cabeça antes de tomar um longo gole da minha cerveja. — Então por isso nós temos que aproveitar o máximo possível dessa noite. — me puxou pela mão em direção a pista de dança de novo.
Ele cumpriu sua promessa de não aparecer no meu rancho durante uma semana e já no primeiro dia eu experimentei sentar em frente ao meu computador para ver se algo saía. As palavras simplesmente saíram das pontas dos meus dedos sem nem ao menos eu pensar no que eu estava escrevendo, elas vinham de algum lugar de dentro da minha alma e eu simplesmente tinha que as coloca-las para fora quase sem nenhuma pausa para dúvidas. Em uma semana eu escrevi o que eu esperava escrever em seis meses, parecia que a inspiração tinha voltado e para ficar. Minha mãe estava completamente certa quando disse que um pouco de aventura faria bem para minha inspiração.
Eu já estava entrando na minha segunda semana de abstinência de e dizer que eu não senti falta do meu cowboy maravilhoso seria uma total mentira, eu queria ligar ou aparecer no rancho do lado nem que fosse pra ver aquele rostinho lindo com um sorriso de orelha a orelha, mas eu sabia que se eu fizesse seriam mais dois meses sem nem ao olhar pra tela do meu computador outra vez.
Eu estava sozinha na cozinha enquanto todos tinham saído para o último dia de feira quando a energia inteira da casa desligou e um barulho do lado de fora fez com que um calafrio percorresse pelo meu corpo.
Peguei a frigideira mais próxima e comecei a andar em direção a sala, talvez Bennie e Marta tenham voltado mais cedo da feira. Parei em frente à janela apenas vendo uma caminhonete parada em frente à casa. Calma, , respira fundo.
! — Duas mãos pararam na minha cintura e eu virei com a toda força que tinha atingindo meu alvo na cabeça. Deixei a frigideira cair no chão quando vi que o meu era . — Porra, , que direita fenomenal!
! O que você está fazendo aqui?
— Eu vim ver como você estava, faltou energia lá no rancho e Sarah me disse que você estava aqui sozinha.
— E precisava me assustar desse jeito?!
— Eu não sabia que você ia me acertar tão forte.
— Próxima vez vai ser no meio das suas pernas pra você aprender a não fazer mais isso. — Me aproximei dele, pegando seu rosto em minhas mãos. — Droga, , você está sangrando.
— Eu vou ficar bem, não se preocupe.
— Vem comigo, vamos ver o tamanho desse corte. — O puxei pela mão em direção a cozinha. se sentou em um dos bancos enquanto eu procurava o kit primeiro socorros com a lanterna do meu celular.
— Eu posso fazer, . — disse, esticando suas mãos para pegar o kit e eu apenas dei um tapa nelas.
— Você não é o único veterinário que eu conheço. — Coloquei o kit em cima da bancada e me aproximei dele, ficando entre suas pernas.
— É mesmo?
— Minha irmã também é veterinária, na verdade, ela está estudando pra ser veterinária. — Comecei a limpar o corte vendo que não era tão profundo. — Ela sempre foi defensora dos bichos e cuidou de todos que apareciam na nossa casa tipo como você e o seu rancho.
— É, eu faço o possível com os recursos que eu tenho. Eu queria fazer mais.
— Claro que você queria fazer mais, você tem um coração generoso demais para o seu próprio bem, se te pedisse para pular de um penhasco pra salvar alguém eu acho que você não hesitaria nem um segundo antes de se jogar com roupa e tudo.
— Meus pais eram desse mesmo jeito, sabia? Ajudavam a todo mundo o máximo que podiam, meu pai às vezes ficava frustrado quando não conseguia ajudar alguém. — passou seus braços pela minha cintura, me puxando para mais perto. — Foram eles que começaram o rancho como uma forma de santuário para os animais abandonados, quando eles ficaram sabendo que eu queria virar veterinário os dois pularam de alegria porque finalmente iam realizar o seu sonho de abrir sua própria clínica.
— Se você não importa que eu pergunte, como foi que eles morreram?
— Acidente de carro. — Ele abaixou a cabeça. — Sarah era tinha 11 anos na época, eu estava no meu segundo ano de faculdade, então eu tive que cuidar de Sarah enquanto estudava. Não foi fácil, especialmente porque eu não queria que sua vida mudasse completamente então eu viajava quase todos os dias entre a cidade que eu estudava e aqui para ser o mais presente possível na vida de Sarah.
— Você é muito maravilhoso, , Sarah tem muita sorte de ter você.
— E eu tenho muita sorte de tê-la também. Às vezes eu perco a paciência com as traquinagens dela, mas Sarah foi uma irmã e tanto pra mim.
— Sabia que você torna muito difícil não pular em você e te beijar até o mundo acabar? — sorriu largamente e eu apenas queria me enterrar no buraco mais próximo. Filtro para que te quero hein ?! — Não que eu queira fazer isso, é claro, nós somos amigos. Talvez só um pouco que na verdade é muito, mas não vai acontecer porque...
? — Ele me interrompeu.
— Sim...
— Eu quero muito te beijar. — Ele sussurrou perto dos meus lábios.
— Então por que não beija?
— Porque eu estou esperando você pedir. — Eu sorri, me aproximei do seu ouvido e disse:
— Então me beija, , como se você não quisesse me deixar escapar nunca mais.
Quando encostou nossos lábios eu não fiz nenhuma cerimônia em aprofundar o beijo, na verdade, eu estava com um certa urgência em explorar cada cantinho do corpo do meu cowboy favorito enquanto ele me mostrava que todos aqueles livros escritos sobre caras como eles não chegavam nem aos seus pés. me beijava como se o mundo dependesse disso, mordendo meu lábio de leve, apertando minha cintura, me puxando para perto mesmo que já não tivesse nenhum espaço entre nós. Foi nesse momento que eu decidi que eu estava começando a gostar desse cowboy e por mais que fosse assustador pelo o fato de que o futuro era incerto, eu iria aproveitar todos os momentos que eu pudesse com ele.
— Se você continuar a me beijar desse jeito, eu não te deixo escapar nunca mais mesmo. — Ele escondeu seu rosto no meu pescoço. — Será que a gente pode ficar agarradinhos para sempre. — Me afastei dele, segurando meu rosto entre minhas mãos. — O que você estava fazendo antes da energia acabar?
— Escrevendo meu novo livro.
— Você conseguiu escrever alguma coisa sem o meu rostinho lindo pra te inspirar? — Ele me olhou chocado e eu dei um tapa em seu braço.
— Na verdade, eu escrevi muito mais do que eu esperava, minha agente disse que esse vai ser um grande sucesso.
— Você é uma das melhores escritoras que eu já vi então eu tenho certeza que ela está certa.
— Você quer ver? Eu deixei meu computador lá em cima, provavelmente vai descarregar, mas eu posso ler uma parte pra você.
— Eu adoraria. — se levantou, me abraçou pela cintura por trás e nós subimos a escada abraçados. se jogou na cama enquanto eu pegava meu computador, eu me sentei entre suas pernas abrindo o mesmo.
— Pronto para ser o primeiro a ter uma prévia do próximo sucesso de ?
— Eu me sinto honrado. — Me encostei em seu peitoral e comecei a ler meu novo livro para ele.
E foi assim que a gente passou o resto da noite abraçados e não tinha lugar nesse mundo que eu preferia estar.


• • • • •



— Eu vou embora amanhã. — Eu disse, o abraçando pela cintura. Quando acordou, nós seguimos a rotina de ir para a cachoeira depois do café da manhã. Dessa vez, eu segurava em sua mão porque eu o queria por perto, não porque estava com medo. — Eu mandei o primeiro esboço do meu livro para minha agente, ela simplesmente adorou e marcou uma série de reuniões com a editora.
— Isso é ótimo, . Eu não te disse que ela ia amar, amor? — Ele disse, me abraçando forte e dando um beijo na minha cabeça. — Então você finalmente está livre do seu bloqueio criativo?
— Sim! — Joguei uma das minhas mãos para o alto. — A única coisa ruim é que eu vou ter que ir embora, eu aprendi a gostar demais desse lugar, me traz uma paz enorme.
— Você pode voltar sempre quando quiser.
— Eu sei. — Comecei a fazer círculos em seu peitoral. Digo ou não digo. Digo ou não digo. Digo ou não digo. Ah, foda-se, vou dizer! — Eu só não queria ficar longe de você. — Eu olhei para ele. — Eu sei que pode parecer loucura, a gente nem se conhece a tanto tempo assim, mas eu gosto muito de você . Você é o cowboy mais sexy que eu já conheci.
— Eu sou o único cowboy sexy que você conheceu.
— Isso não anula o fato de que é sim o cowboy mais sexy que eu conheci. — Ele segurou o meu queixo e me deu um selinho.
— Não se preocupe, , a gente vai se ver de novo. Eu não vou deixar você me escapar, eu gosto muito de você pra isso.
— Promete?
— Por você, senhorita , eu prometo qualquer coisa.
Naquela noite leu Orgulho e Preconceito enquanto estávamos esparramos no meio da cama, Jane Austen era a sua autora favorita e ele, como qualquer outro fã, assistiu todas as series e filmes relacionados à ela. Ah, como eu gostaria de ter mais tempo de conhecer esse cowboy que só me surpreendia mais a cada dia, talvez eu pudesse arrumar tempo entre essas reuniões e dar uma escapada para vê-lo de novo. Eu simplesmente tinha que vê-lo outra vez, senti-lo bem perto outra vez.
Quando eu acordei, já estava todo arrumado, pronto para me deixar no aeroporto. Ele me deu um selinho, mas é claro que eu não fiquei satisfeita e o puxei para cama, lhe dando um beijo de tirar o fôlego. Depois que eu tomei banho, enquanto eu tomava café, levou todas as minhas malas para o andar de baixo ao lado da porta. Marta e Bennie se despediram de mim e foi impossível segurar as lágrimas, eu ia sentir muita falta da vida cheia de aventura que eu vivi aqui.
O caminho inteiro até o aeroporto foi de completo silencio, Luke e Sarah estavam nos bancos da frente enquanto eu e estávamos abraçados no banco de trás. não tinha falado nada, apenas continuava a me fazer carinhos o caminho inteiro. Eu estava tentando ser forte, mas eu simplesmente não podia deixar de lado o sentimento de que eu estava prestes a perder algo incrível, eu sei que relacionamentos a distância acontecem sempre, mas isso não quer dizer que tornava mais fácil. me ajudou com as malas, no check-in e até me comprou um milk-shake e hambúrguer, isso tudo sem soltar minha mão um minuto.
— Nós vamos sentir sua falta, escritora favorita. — Sarah me abraçou forte pelo pescoço quando estávamos em frente ao portão de embarque. — Volta logo ou talvez a gente pode ir te visitar em Nova York, eu tenho um parente que mora lá. — Ela deu uma piscadela para .
— Vai fazer falta sim, tampinha. — Luke me abraçou também. — Foi muito também te ver, .
— Eu também adorei te ver, Luke e te conhecer Sarah, vocês formam um casal lindo. — Peguei minha bolsa e me virei para . — Então é isso. — Ele me puxou pelas mãos, me abraçando pela cintura e escondendo seu rosto em meu pescoço. — Eu vou sentir sua falta, cowboy. Você fez a minha estadia aqui muito melhor.
— Eu também, patricinha. — Ele se afastou e me deu um selinho demorado. — Me liga assim que você aterrissar? — Ele disse depois que o meu voo foi chamado. Eu apenas assenti com a cabeça e comecei a andar em direção ao portão, acenando para eles. — Eu te vejo em breve, , mas rápido do que você imagina. — Ele disse acenando para mim e eu fiz a única coisa que eu podia imaginar: corri até ele, me jogando em seus braços, que facilmente me pegou, dando-lhe um beijo de tirar o fôlego.
— Vê se não me esquece, cowboy.
— Nem que eu quisesse. — Me separei dele e andei em direção ao portão outra vez sem nem ao menos olhar pra trás, eu não queria que me visse chorando. Uh oh, , acho que seu coração pertence a alguém mais além de você., pensei enxugando minhas lágrimas.
Me sentei no meu assento mandando uma mensagem para o grupo da minha família avisando que eu estava voltando de viagem e logo depois mandei outra para minha agente. Senti o assento ao meu lado ser ocupado enquanto eu guardava meu celular, me virei para a pessoa ao meu lado me assustando logo que eu vi quem era.
, o que você está fazendo? — Eu perguntei confusa, sentindo minhas lágrimas começarem a rolar pelo meu rosto.
— Estou indo pra casa. — Ele respondeu sorriso de lado.
— O que? Como assim? E o rancho?
— Bem, o rancho vai ficar nas mãos de Peter, como sempre ficou desde que eu me mudei pra Nova York há mais de oito anos onde fica a minha empresa de ração e minha clínica veterinária.
— Você mora em Nova York? Mas eu pensei que você morava no rancho. — Eu disse sorrindo enquanto ele enxugava minhas lágrimas.
— Sarah mora aqui, eu visito todos os finais de semana. — Ele se encostou na cadeira e olhou para mim. — Essa é a primeira vez que eu tiro férias em anos pra voltar aos meus anos de cowboy e posso dizer que graças a Deus que eu fiz isso. E sabe por que?
— Por que você percebeu que está muito velho pra ser um cowboy? — Perguntei fazendo uma careta.
— Não, porque eu te conheci. — Ele colocou a mão em meu rosto, o acariciando. — Quer casar comigo?
— O que? — Eu gritei fazendo com que todos no avião olhassem para mim, soltou uma gargalhada e eu dei um tapa nele. — Não tem graça, ! — Dei um tapa em seu braço.
— Pela sua cara, foi bastante engraçado. — Ele sorriu, segurando minhas mãos. — Já que você não quer casar comigo, — Eu dei outro tapa nele. — Será que você pode fazer a honra de ser minha namorada?
— Sim. — Eu respondi, dando em selinho nele. — Isso quer dizer que eu não só terei o prazer de ver você como cowboy sexy, mas também um CEO de terno e gravada?
— Parece que você deu sorte, .
— E você também, .


FIM



Nota da autora: Sem nota.






QUER FAZER UMA AUTORA FELIZ? DEIXE SEU COMENTÁRIO AQUI.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus