04. Ráptame

Finalizada em: 08/08/2020

Capítulo Único

Prensando a garota contra a porta, sua mãos subiam e desciam sua cintura de forma agressivamente desejável. Seus lábios no dela passava a mesma sensação de encontrar vários potes de ouro ao final de um arco-íris. Era incrível o quanto ambos haviam segurado por tantos anos aquele desejo. Não era nem mesmo explicável, sempre tiveram sentimentos um pelo outro. Isso ficou bem mais intenso quando acabaram morando juntos por entrarem na mesma universidade.
era mais um ano mais velha que . era de sua idade, porém apenas se aproximaram quando e ficaram amigos aos 10 anos.


Flashback
11 Years old
, and
— Mãe! - gritou pela casa, animado. - está aqui.
— Então, finalmente estou conhecendo a famosa “Lise”. - A mulher de cabelos castanhos disse, saindo da cozinha, sorrindo - Você é muito famosa por aqui. sempre fala de você para mim e .
— Então, a senhora também é famosa. - A garotinha disse, sorrindo. - Ele sempre fala sobre a senhora.
— Mal, eu aposto. - Ela disse, rindo e a menina sacudiu a cabeça negativamente várias vezes.- Fiquei sabendo que você e são da mesma idade, não é?
— Sim! - Ela respondeu. - Pelo menos foi o que ele me contou.
— Que bom! - Ela ficou animada. - O bom é que vocês três podem ser amigos.
ainda não chegou do colégio? - perguntou, olhando ao redor da casa para ver se avistava a mochila do irmão.
— Não, meu amor, ele teve aquele passeio ao aquário hoje, lembra? - A mãe respondeu, enquanto colocava a mochila do filho no armário. - Eu vou buscá-lo em uma hora. Vocês querem me acompanhar?
Os menores assentiram e saíram para conversar na área externa da casa.

1 hora depois
— Nós viemos buscar o ! - disse, agitado, para a pessoa na porta do colégio.
— Olá, ! Você está cada dia maior. - A mulher de meia idade disse, enquanto acenava um oi para a mãe de e , que estava no carro observando os dois - Quem é sua amiguinha?
— Oh! - Ele olhou para e riu. - Essa é . , essa é a professora de .
A garotinha cumprimentou a mais velha educadamente, mas não teve tempo de dizer nada, pela razão de sair pela porta sorrindo para o irmão. Eles eram muito próximos, então ficavam felizes quando se viam.
! - disse, animado. - Você trouxe o meu presente?
— Presente? - O mais velho se fez de desentendido, mas se rendeu com o olhar triste do irmão em seguida - Claro que sim, trouxe para mamãe e para também.
Sim, e já se conheciam. Tinham se conhecido uma semana antes, quando ela os visitou pela primeira vez, de tanto que havia insistido para que fossem juntos na sorveteria no final da rua em que viviam.
— Aqui! - disse, vasculhando a mochila no banco de trás do carro. Tira três chaveiros de pelúcia em formas de animais marinhos. - Esse é da mamãe. - Tirou um cavalo marinho de pelúcia e o entregou a mais velha. - Esse é seu, irmãozinho. - Entregou um pelúcia de tubarão para o irmão, que ficou admirado, fazendo com que desse risada. - E esse é o seu, . - Entregou uma tartaruga de pelúcia para a garota, que sorriu, feliz por ser um de seus animais favoritos, o abraçando em seguida.

Flashback off


— Você sabe que eu sempre te quis, não é? - O garoto disse, distribuindo beijos pelo pescoço da garota, que já se encontrava deitada. - Não só sempre quis. Sempre amei, sempre precisei de você sendo minha, só... - Ele beijou a boca da garota com o amor e desejo que sentia - Minha. — Como se comigo fosse diferente. - Ela o empurrou, ficando por cima dele.

Flashback
18 years old
— Você vai naquela festa hoje? - perguntou, curioso para ouvir a resposta da garota. Ambos estavam deitados no mesmo sofá, ela com as pernas sobre as dele, que estavam apoiados na mesinha de centro da sala.
— Acho que não. - Ela disse, sem dar importância. - Prometi para que iríamos maratonar filmes de heróis hoje.
— Qual é, ! - Ele reclamou. - Você nunca vai nas festas que eu te chamo, sempre tem alguma coisa para fazer com o . Eu não gosto de ficar de fora desse relacionamento. Você é nossa amiga, não só dele.
— Isso são indícios de…- Ela olhou para o garoto e riu, se aproximando do ouvido dele. - Ciúmes? Você está com ciúmes do seu irmão comigo, é?
— Claro que não! - Ele se fez de sonso, se afastando e tirando as pernas dela sobre as dele. - Eu só acho que não quero uma amizade que só parta de um dos lados.
— Dramático! - Ela disse, rindo. - Eu iria se não fosse marcada na noite em que eu e temos nossa maratona de filmes. Só acontece uma vez por mês. - Ela disse. – Ou, talvez, não sei, a gente pode chamar ele.
— Mas você não me escuta mesmo, não é? - Ele passou as mãos pelos cabelos, rindo. - O que foi que eu disse quando te convidei?
— Várias coisas. - Ela riu. – Desculpa, não tenho memória de elefante já faz tempo.
— Eu disse que você poderia vir e trazer com você, já que eu já sabia que ele ia dormir na sua casa. - Ela arqueou as sobrancelhas e sorriu.
— Eu não lembro de você ter dito isso. – Retrucou, brincando.
— Isso é só mais um indício de que você não presta a atenção em mim, gatinha - Ele disse, se levantando. - Pelo menos não como deveria.
Huh? - Perguntou, confusa.
— Nada! - Ele respondeu. - Vou tomar um banho.

***


Mais tarde, naquele mesmo dia, havia ido para a festa mais cedo para ajudar a arrumar, já que era algo organizado por seus amigos, então e foram juntos.
— Você gosta dele, não gosta? - perguntou, depois de prestar a atenção na garota cantarolando a música de forma animada. A música era a mesma que ela e já haviam decidido (depois de muita briga) ser sua favorita. conseguiu até mesmo lembrar da última vez que saíram juntos e a música soou pelo rádio, ambos se olharam e tiveram a mesma reação.
Huh? - Ela perguntou, o olhando por alguns instantes, sem entender. - De quem?
! Não se faça de sonsa, . - Ele disse, a deixando um pouco chocada.
— Garoto, você tá me chamando de sonsa? - Ela desconversou. - Onde ficou o respeito? Esqueceu que eu ainda sou mais velha que você?
— Por favor, não desconversa. - Ele disse, se virando em direção a garota, que manteve seu olhar nas ruas, quieta. - Qual é, ?! Nós sempre falamos tudo um para o outro. - Ele disse, manhoso. - Mas sempre que esse assunto vem a tona ou eu penso sobre isso, me incomoda. Não me entenda mal. - Ele se explicou. - Não me importaria se vocês fossem alguma coisa. O que me incomoda é não compartilharmos isso.
! - Foi a única coisa que conseguiu dizer por alguns instantes. - Eu não sei do que você está falando.
— Décima vez. - Ele disse, apenas. - Essa é a décima vez que você nega algo que é óbvio que é verdade.
— Você conta quantas vezes eu nego gostar do seu irmão? - Ela perguntou em um tom engraçado, havia achado fofo.
— Não é para rir. - Ele disse, sério e ela soltou uma gargalhada. - Eu vou jogar as verdades na sua cara se você não parar de rir.
— Ops! - Ela disse, estacionando o carro. - Eu acho que chegamos.
gostava de cores assim como gostava de um bom e velho preto básico, sua jaqueta jeans larga e suas botas apenas ajudavam com todo o look. Nunca havia sido muito de chamar a atenção, até se mudar para a mesma escola que e .
— Olha só, se não é a rainha dos perdedores! - Comentou uma das garotas que cortou a frente de bruscamente. – Oi, ! - Sorriu para o menor.
— Me diz, ... - continuou andando enquanto falava, sem ao menos olhar para a garota - se o título de rainha dos perdedores é meu, então isso te faz a rainha das vadias? Podemos refletir sobre isso mais tarde se você quiser, porque, agora, eu tenho coisa melhor para fazer.
— Sua…- Ela ia avançar na garota que estava de costas, mas impediu.
— Opa. - Ele disse, empurrando de leve a garota a sua frente. - Eu acho que vou levar ela para dentro, sabe? A gente precisa encontrar meu irmão.
— Não tem problema. - grita de longe, rindo de , que mandava a garota ficar quieta. - A gente bate esse papo sobre rótulos depois.
— Pelo amor que você tem por mim - ele segurou os ombros da amiga. - tenta não ser odiada por todas as garotas que passarem por você.
— E eu tenho culpa? - A garota disse, rindo - A culpa é toda sua e do seu irmão. Talvez da sua mãe também, a genética boa veio dela.
— Se ela estivesse aqui, agradeceria. - Ele disse, rindo.
Os dois saíram andando pela festa a procura de , mas nenhum sinal até entrarem na sala de estar da casa, onde ele se encontrava sentado em uma das poltronas com várias garotas ao redor, enquanto ria de algo que algum de seus amigos havia dito.
— Finalmente! - e disseram juntos.
, sua garota e seu irmãozinho estão aqui. - Um dos amigos, que não conseguia lembrar o nome no momento, colocou os braços pelos ombros deles, gritando, o que fez com que ela virasse sua cabeça, fazendo careta pela voz ecoando muito alta em seus ouvidos.
— Vocês realmente vieram! - disse, tirando a loira que estava com os braços alojados em seu pescoço. Se levantou e foi em direção aos dois. Bagunçou os cabelos de e agarrou a cintura da garota, a abraçando de forma forte.
— Eu não sou garota de ninguém! - Ela disse para o amigo, assim que a soltou. Ele sorriu, pois já esperava algo desse tipo vindo dela.
— Tem alguns amigos meus aqui. - se pronunciou - Eu vou com eles. Você está em boas mãos.
— Você tem amigos além de mim? - Ela brincou e ele revirou os olhos e sorriu em seguida. - Tudo bem, eu me viro sozinha. Vai se divertir. - Ela disse.
— Mais do que você imagina. – Disse, rindo com a reação dela. - Você não vai estar sozinha, a companhia é melhor que a minha.
— Não se atreva a beber! - Ela disse, desconversando. - Vou ficar de olho em você.
— Não se preocupe. - Ele deixou um beijo na bochecha da garota e sussurrou: - Aproveita a sua noite. Não sei, faça algo que não faria em ocasiões normais. Talvez alguma delas desencadeie um novo estilo de vida.
— Para com isso. - Ela disse, já sabendo do que se tratava.

***
— Você quer que eu busque mais alguma coisa para você beber? - perguntou, vendo o copo vazio na mão de , que assentiu. - Já volto, não sai daqui.
ficou na cozinha, que era onde estavam. Normalmente, quando ela e saiam, tinham mania de ficarem parados um ao lado do outro, comentando sobre as pessoas que passavam por ali. Tentavam acertar em quem aquela pessoa possivelmente estava interessada e coisas do tipo.
A garota sorriu, assim que viu um dos garotos de sua turma se aproximar de uma garota mais velha na qual ela e haviam apostado ser ou não a escolhida. Ela foi rapidamente atrás de , assim que viu ambos saírem pela porta para a área externa da casa.
avistou os cabelos castanhos de assim que saiu do local em que esperava. Ela se aproximou com um pouco de dificuldade pela quantidade de pessoas que passavam por ela.
— Meu Deus, quanta gente! - Ela disse, chegado com dificuldade, ainda sem olhar para . - Você me deve...Oh! - Ela, assim que subiu o olhar para ele se deparou com uma falta de espaço considerável entre e uma desconhecida. A verdade era que ela não havia prestado a atenção em quem ela era, apenas sentiu a necessidade de sair dali. - Eu não queria atrapalhar, desculpa! Vou procurar o .
, assim que escutou a voz de , instintivamente tentou se afastar da garota da sua frente a todo custo, mas não foi rápido o suficiente.
, espera! - Ele disse, se levantando, tentando se desvencilhar da garota que o segurava.
— Aonde você vai? - Ela perguntou, segurando sua camisa. Ele não respondeu.
Saiu andando pela pessoas, procurando por ela, que, a esse ponto, já havia saído de sua vista.
! - Ele deu de frente com a garota que estava entrando no banheiro. No mesmo momento, segurou a mão dela, que se assustou vendo ele ali. - Eu, eu não…
— Eu não queria atrapalhar. - Ela disse, fingindo um tom tranquilo. - Você parecia envolvido. Eu só fui te avisar que você me deve, porque eu ganhei a aposta.
Hum? - Ele perguntou, confuso, e ela apontou para o canto da casa em que o garoto e garota que falavam mais cedo se beijavam.
— Eu disse que era ela! - comentou, desviando o olhar dele por alguns momentos. - Agora você pode voltar para o que tinha parado por minha causa.
— Eu não…- foi interrompido por alguém que parou para cumprimentá-los. Respirou fundo e tentou continuar, assim que a pessoa se foi. – , eu não…
, meu amor! - Uma voz masculina surgiu atrás de , o fazendo bufar em desgosto por saber quem era. - O que você está fazendo parada aqui? Vem, vamos dançar.
— Desculpa, mas ela não tá disponível agora. - disse, estressado, a trazendo para dentro do banheiro com delicadeza, trancando a porta em seguida.
— O que foi isso? - Ela perguntou, confusa. - Você está bem?
— Não! - Ele disse, passando a mão pelos fios de cabelo, nervoso. Então, recostando-se na pia atrás dele, ficou olhando para ela, sem dizer nada por alguns segundos.
— O que foi? - Ela se aproximou. - O que aconteceu?
— Você! – Ele afirmou, deixando ela confusa. - Você aconteceu, .
quebrou o espaço que separava os dois, fazendo com que seus lábios encontrassem os dela imediatamente. Suas mãos não sabiam bem onde se apoiarem, então foram em direção ao rosto da garota, o qual ele segurou com carinho. não sabia muito bem como agir, apesar de ter pensado em momentos assim com ele há um tempo. Ela não sabia se aquilo era real ou não, afinal, nem e nem ela estavam bêbados para colocarem a culpa na bebida mais tarde.
. - Ela sussurrou, dando espaço entre os dois, o que fez reclamar um pouco, mas ela fez questão de deixar suas testas grudadas uma a outra. - Eu não acho que deveríamos estar fazendo isso.
— Ela tentou. - Ele disse baixinho. - Ela tentou me beijar, mas não conseguiu. – Continuou o garoto, que segurava o rosto dela com delicadeza.
— Você não…- Ele balançou a cabeça negativamente.
— Sabendo que você estaria aqui ou não - ele disse, respirando fundo - eu não acho que teria pensamentos para outra pessoa.
Essa, então, havia sido a primeira e a última interação próxima dessa forma que ambos haviam tido em alguns anos, desde que fugiu do banheiro naquela noite.

Flashback off
— Por que você fugiu naquele dia? - Ele perguntou, com a garota recostada em seu peito. Ambos estavam quase dormindo e ele, finalmente, com alguém que gostaria de acordar, sendo a primeira pessoa que veria em todo seu dia.
— Porque o que eu sentia era demais para lidar. - Ela respondeu baixinho.
— Agora você sabe lidar com isso? - Ele perguntou, curioso, acariciando os cabelos dela.
— Não. - Ela respondeu, rindo. - Eu só entendi que nunca seria possível lidar com isso - seu olhar subiu encontrando o dele - e que eu deveria arriscar, sabendo ou não se daria certo no futuro.
— Eu amo você. - Ele disse, de repente, não necessariamente surpreendendo a garota. – Droga! Eu acho que tive que esperar treze anos para finalmente te dizer isso para você não ter reação alguma.
— Eu soube disso naquele dia. - Ela respondeu, rindo. - Acho que foi uma das três coisas que me assustaram naquele dia.
— Quais eram as outras duas? - Ele perguntou, curioso.
— Uma eu já disse, não saber lidar com o que eu sentia. – Ela, então, deitou de bruço, ficando de frente para ele. - E a outra - fez uma pausa, sorrindo - era exatamente saber que eu também te amo.




Fim



Nota da autora: Olha eu aqui outra vez! Acho que essa foi a FIC mais curta que eu já fiz em todos esses anos e eu amei a forma que ela acabou saindo, espero que vocês tenham pensando o mesmo...enfim, comentem comigo, me contem sobre o que vocês acharam! Xoxo
Lay



Nota de Beta: Uma leitura rápida e gostosa? Essa fic tem sim! Adorei, Lay! O jeito que você construiu a relacionamento dos dois foi lindo!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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