Finalizada: 30/05/2018

Capítulo Único

¹sonho
Significado de Sonho:
substantivo masculino
Reunião das imagens, ideias, pensamentos ou fantasias que, geralmente confusas e sem nexo, se apresentam à mente no decorrer do sono.
[Por Extensão] Anseio; vontade permanente, viva e constante: o sonho dele é ser cantor.
[Por Extensão] Devaneio; ideias disparatadas e sem coerência; imaginação sem lógica: escondia-se nos sonhos e fugia da realidade.
[Por Extensão] Fantasia; planejamento sem nexo; vontade absurda.
[Figurado] Visão; algo ou alguém excessivamente bonito: a cidade era um sonho.
Ideia que uma pessoa ou grupo almeja com veemência e paixão.
Culinária. Tipo de doce circular polvilhado com açúcar que, feito com ovos, leite e farinha de trigo, é frito em gordura.
Etimologia (origem da palavra sonho). Do latim somnium.ii.



XXX

Sonho tem muitos significados, o mais conhecido é o ato de sonhar enquanto se dorme. Imagens, vontades e pessoas que talvez nunca vão se encontrar na vida real. Sonhar enquanto o corpo está em repouso nem sempre é uma coisa boa, existem os pesadelos, existe a paralisia do sonho, entre muitas outras coisas.
Já o sonho de , está mais para anseio; vontade permanente, viva e constante ou para ideia que uma pessoa ou grupo almeja com veemência e paixão, e assim como o sonho do verbo sonhar, o dele veio cheios de pesadelos e paralisias.
Ser cantor em um boy group é o sonho de um em cada dez adolescentes, pelo menos essa era a perspectiva de com base em seu círculo de amigos. Ele era um garoto mais tranquilo, mas por sua amizade com e , o grupo no qual ele fazia parte era o mais popular de Deagu e isso fazia dele também muito popular. E por conhecer muitas pessoas podia ter uma perspectiva em relação a alguns almejos que os amigos tinham na vida.
— Vamos, . — disse animada, agarrando o braço do rapaz. — já deve estar arrancando os cabelos. — Sorrindo, ela arrastou o amigo pelo braço.
— Eu só estava te esperando, . — abriu um sorriso tímido, passando o braço pelos ombros da garota.
— Obrigada por isso, e desculpa também. — passou o braço pelas costas dele e eles foram caminhando até o ponto de ônibus.
O maior sonho da vida dele era ser ator, desde pequeno admirava grandes nomes do cinema Coreano e de Hollywood também, mas depois de ouvir 2pac com seu irmão do meio ele simplesmente se apaixonou pela música, aquilo era totalmente diferente de tudo que sempre ouviu na vida, e ali não só o amor pela música, mas também pelo rap.
— Fica calma senhorita, . — disse para a amiga ao vê-la balançando insistentemente a perna.
— Esse ônibus não vai chegar nunca, senhorito — Ela parecia aflita com as horas.
— Calma, babe, o festival só vai começar daqui duas horas. — Ele se sentou ao lado dela, colocando a mão de leve em sua perna para que parasse de balançar. — Olha lá, o ônibus está chegando. — Ele finalizou, apontando o verde longe se aproximando.
A vida em Daegu era realmente boa, , e cresceram juntos naquela cidade, eram vizinhos de porta e antes disso suas famílias eram muito unidas. Como os três tinham a mesma idade cresceram juntos, faziam tudo juntos, e ao contrário das outras amizades de infância que eles conheciam, não havia sentimento de inveja, nem de competição entre eles. Tinham cada um uma personalidade diferente e isso só fazia com que se dessem sempre bem. A única coisa que os três tinham igual, uma coisa que cabia neles, algo só dos três era o sonho de serem vistos por uma agência de Seul e terem a oportunidade de se tornarem famosos.
! — Ele chamou a garota que estava com a mente longe, o trajeto do bairro deles até o centro da cidade levava uns bons minutos.
— Fala, meu amor. — Ela tirou os olhos da janela e virou em direção a ele com os olhos atentos, desde entraram no transporte aquela era à primeira vez que estavam conversando.
— Você acha que eu tenho talento de verdade? — Ele baixou os olhos, encarando os pés.
Há alguns anos eles vinham se apresentando nesses eventos e a quantidade de garotos que eram vistos pelos olheiros das grandes empresas crescia a cada ano. Mas ele não tinha a segurança em si mesmo para acreditar que conseguiria. Todos sabiam o quão difícil era e aos 16 anos o tempo para ser trainee² estava acabando, ninguém debutava muito velho e às vezes ele precisaria de muito tempo de trainee para poder debutar de fato.
— Claro, . Que conversa é essa agora? — Ela pegou na mão dele e levantou sua cabeça, o fazendo olhar pra ela. — Você é incrível, e seu talento é único, pensamento positivo, meu amor. — Passou a mão no rosto dele e deu um longo beijo em sua bochecha.
— Obrigada por me apoiar, . Eu te amo, sabia? — Ele sorriu tão gentil que a garota soltou um longo suspiro em resposta.
— Que é isso? sendo um fofo? Estou com bom pressentimento. — A menina fez uma careta para ele e começou a rir.
— Fica quieta, . Chegamos, vem. — Ele levantou, segurando na mão dela e a levando com ele.
resolveu aos 10 anos de idade que o que queria mesmo era ser cantor, e mesmo com os pais relutando a início, com o passar dos anos quando viram que o filho estava realmente empenhado naquilo aceitaram e o apoiaram. Era difícil manter aquele sonho, muitas coisas estavam em jogo, seu futuro, o conforto da casa de deus pais e seus amigos.
Eles tinham um grupo de pessoas com talentos diferentes no colégio e eles sempre buscavam pequenos eventos pela cidade para mostrarem eles. Os olheiros estavam sempre rondando a Coréia toda, e mais cedo ou mais tarde teriam a sua chance. vivia no meio dos dois, ela era a maior torcida deles, além de também querer ser famosa, a vontade dela, logo passou e ela passou a se dedicar a outras coisas mais administrativas, ela costumava dizer que seria a empresária deles e qualquer decisão teria que passar pelas mãos dela. Claro que ambos incentivaram também a menina, mas ela decidiu mudar, e eles continuaram apoiando a decisão dela.
— Finalmente! — disse, olhando para os amigos que estavam com um pouco de falta de ar depois de terem caminhado o evento todo até acharem ele.
— Anjo, eu estava com saudades. — se jogou em cima dele, o apertando em um abraço.
— Ainda falta algum tempo pro evento começar, . Relaxa. — disse, sorrindo e batendo no ombro do amigo.
— Eu estava tendo um colapso sem vocês, vocês sabem que eu só me sinto seguro quando estamos fazendo isso junto. — Ele respondeu manhoso, passando os braços pela cintura da amiga a abraçando de volta.
— Sim, eu sei, meu anjo, mas agora estamos aqui e vai dar tudo certo, eu estou com um com pressentimento essa tarde. — A garota piscou para e se afastou de . — Agora vamos que eu quero dar uma volta e ver algumas apresentações. — Ela segurou no braço dos dois e os arrastou para o outro lado do grande salão onde outras pessoas estavam se preparando.
Aquele era o maior evento do ano para a cidade. Um festival de médio porte com pessoas de cidades vizinhas e os muitos talentos de Daegu por lá. Eles estavam super nervosos e um amigo que tinha sido levado a Seul por um dos olheiros no ano passado, havia informado para eles que o olheiro iria voltar esse ano, então prepararam algo incrível. As apresentações foram de tirar o fôlego, a cada ano as competições estavam mais acirradas e o nível era muito alto, mas eles tinham confiança e a torcida de ali com ele.
Subiram no palco e fizeram um cover de um dos maiores grupos de toda a Coréia do Sul. Cantando e dançando eles esqueceram que estavam ali em busca de impressionar alguém ou de serem notados. Levaram o coração pro palco e o resultado não podia ser outro, ganharam não somente o grande prêmio da noite como também uma surpresa a mais.
— AAAAAAAA, vocês foram incríveis. — chegou gritando perto do grupo de meninos e abraçando e um de cada lado do abraço. — Ai, nossa. Como vocês podem fazer isso comigo? Eu vou processar vocês por me atacarem dessa forma. — Ela finalizou rindo, enquanto os amigos se olhavam com cara de “que doida”.
— Com licença.— Um homem alto, com uma aparência de 30, 35 anos, abordou o grupo fazendo com que desgrudasse dos meninos e prestasse a atenção nele. — Meu nome é Kang-Dae, eu represento a PLEDIS Entertainment e gostaria de conversar com vocês dois. — Ele apontou para os meninos e de pronto se aproximaram dele.
— Pode tratar comigo! — deu um passo à frente dos rapazes, olhando fixamente nos olhos do senhor a sua frente.
— Eu vi como vocês foram incríveis, e a forma como a apresentação de vocês me tocou, foi algo nunca sentido antes. — Ele pegou a carteira do bolso e olhou com ansiedade para os meninos. — Aqui está meu cartão, queria conversar amanhã melhor em um almoço com vocês. Estão ocupados? — Ele entregou um cartão de visitas para os três.
Eles tinham compromisso no dia seguinte na hora do almoço sim, plena segunda feira esse horário, estariam na escola, com certeza. Faltar à aula foi algo que eles prometeram não fazer para que os pais os deixassem sonhar daquele jeito, com um dia fazer sucesso. Eles se entreolharam e ficaram confusos quanto ao que responder.
— Não estão não, o senhor prefere que te liguemos amanhã pela manhã para marcar, ou quer fazer isso agora? Tenho um lugar para indicar o senhor quiser. — tomou a frente na conversa e Dae percebeu que ela não estava brincando quando disse que era com ela que ele tinha que falar.
— Bom, qual seu nome mesmo, senhorita? — Ele perguntou, estendendo a mão para a moça a sua frente.
, . E esses são e . — Ela apontou para os meninos antes de apertar firme a mão do homem à sua frente.
— Bom, senhorita , podemos nos encontrar às 13h00min no restaurante de sua preferência. — Ele abriu um grande sorriso e ela sorriu igualmente aperto.
— Combinado então, senhor Kang. Às 13 horas no Schoron, conhece? Eu posso te mandar o endereço por mensagem. — Ela disse firme, como se fizesse aquilo a sua vida toda.
— Eu conheço. Ótima escolha, senhorita. — Ele sorriu mais uma vez estava mesmo feliz, por conhecer o restaurante e provavelmente ter achado ótimas pepitas brutas naquele dia. — Então nos vemos amanhã. — Ele se despediu, deixando o grupo para trás.
Eles ficaram muitíssimo animados, e surpresos com a postura da amiga diante do mais velho. Aquele era o momento deles, e isso teria que dar certo.
No outro dia, bateu cedo na casa dos dois, e os ajudou a montar o figurino para a reunião. Ela estava em um terninho preto justo e o cabelo preso em um coque no alto da cabeça, queria parecer profissional diante daquela situação, e ela tinha muita vocação para isso.
ㅡ O que aconteceu com você, little girl? ㅡ disse ao vê-la mexendo concentrada no celular.
, você sabe que não deveria perder aula assim, alguém vai ligar pros nossos pais. Um ou outro faltar ok, agora os três?! ㅡ disse, parando do lado da garota e passando a mão nos ombros dela.
ㅡ Você acha mesmo que eu ia deixar essa oportunidade passar? Se liga, . ㅡ Ela riu, desviando os olhos do aparelho e olhando os dois de cima a baixo. ㅡ Estão perfeitos. Vamos que ônibus nessa cidade é um caos. ㅡ Ela finalizou, indo na frente e deixando os meninos em uma crise de riso.

Chegaram mais cedo do que gostariam, mas não foi problema como conheciam as redondezas deram um tempo até avistarem e homem chegando ao local. Como o esperado o assunto era eles fazerem alguns testes em Seul para conseguirem ser trainees da agência que ele representava, estavam em busca de meninos para formar uma novo Boy Group, com um conceito diferente de todos já vistos pela Coréia e ele acreditava no potencial dos meninos, aquele era o momento deles e mesmo eles percebendo a preferência do homem por , nem nem desanimaram do papo, estavam deslumbrados com o convite e mal podiam acreditar que estavam há poucos passos de realizarem seus sonhos. ficou responsável por retornar o contato assim que tivesse a resposta dos responsáveis, eles teriam que ir ao encontro de Kang para oficializar os procedimentos e a liberação dos meninos para Seul. Teriam de se mudar caso obtivessem êxito nos testes e também transferirem o colégio, porque não poderiam interromper os estudos.
Como o esperado os pais os apoiaram e se dedicaram para que a experiência fosse a mais especial possível. Seria difícil saber que os filhos estavam longe, tão novos, vivendo em uma cidade grande sozinhos, mas Kang os garantiu que tomaria conta de seus meninos e que os transformariam em grande estrelas amados pelo público e trazendo orgulho para as famílias. Os meninos estavam nervosos com tudo aquilo acontecendo tão rápido e a chance de se tornarem o que sempre sonharam, o que os deixaram mais chateados era deixar para trás. Os dois estariam juntos uma cidade nova e até quem sabe no mesmo grupo no futuro e a amiga tinha ficado em Deagu, segundo seu mais novo sonho que era abrir a própria agência. sempre muito mutável em relação a seus sonhos, mas determinada em todos, talvez essa seja a vocação dela, sempre gostou de ficar no comando e descolar os mais variados eventos para os meninos serem vistos. Aquele não era só o momento deles, mas também o momento dela estava feliz e satisfeita com a felicidade dos amigos.
— Ah, não, se os bonitos forem ficar chorando eu vou embora antes agora. — disse ao chegarem à estação de trem.
, como eu vou sobreviver sem você, pequena? — sempre dramático começou a enxugar as lágrimas que insistiam em rolar dos olhos dele.
— Duvido, quando chegar a Seul nem vai lembrar que eu existo. Eu te amo, anjo. Me esquece pra você ver. — A voz dela estava embargada, mas ela segurou toda a emoção, sabia da ligação deles e como eles iam se sentir.
. — A voz manhosa de chamou a atenção da menina, que se virou para o amigo e o abraçou forte.
, eu quero que você preste atenção nas minhas palavras, está OK? — Ela perguntou, abraçando forte o amigo e apoiando a cabeça confortavelmente no peito dele. — Você vai me prometer que vai tomar conta do e que vai sempre acreditar no seu talento, promete? — Ela sentiu os braços dele pelo tronco dela, apertando-a em seus braços.
— Eu vou sentir tanto a sua falta, . Como eu vou seguir sem você? Quem vai me apoiar e motivar? — As lágrimas assim como em começaram a rolar pelo rosto do rapaz.
— Gente, eu vou continuar apoiando vocês, sempre. Independente do quão famosos vocês ficarem, meu telefone ta salvo como ‘amor da minha vida’ no celular de vocês e eu também coloquei na discagem rápida. Qualquer coisa eu vou voando atrás dos meus meninos. Agora eu preciso que vocês peguem aquele trem que vai direto pro futuro de vocês e parem com essas despedidas, não me façam odiar vocês. — chorava de soluçar no abraço de , quando sentiu mais um abraço envolver o deles.
— Ai, . Assim você me quebra, pequena. Olha aqui, eu juro que vou te ligar todas as noites, combinado? — disse abraçando os dois amigos.
Foi a despedida mais difícil de toda a vida deles, nem mesmo a despedida da família doeu tanto quanto deixar pra trás. Ela já tinha decidido ir para Seul em breve para cursar a faculdade então seriam só mais alguns anos e a trupe estaria reunida novamente.

Os primeiros testes foram difíceis, muitos meninos ali presentes já tinham sido eliminados ou desistido, mas eles tinham um ao outro e isso os fazia mais fortes. Mesmo assim se sentia em um nível muito inferior a todos ali, ele tinha mesmo esse problema de não se achar o suficiente para as coisas. Pouco tempo depois os dois tinham conseguido a vaga de trainee e aquilo era um dos passos mais importante para a carreira deles. Afinal, uma vez dentro era só dar o seu melhor em tudo. parecia estar no céu com tudo aquilo, mas para aquele primeiro ano de trainee foi um dos momentos mais difíceis da vida dele, física e psicologicamente.
As coisas eram mais difíceis do que eles imaginavam. como sempre foi bom em tudo, não sentia muito o impacto de tentar se moldar nos padrões impostos para eles. Mas para a cobrança era maior, não por ele não ser bom, mas por ter algumas dificuldades. A início, com as danças, e principalmente com o modo que falava em público.
— É uma máquina de perfeição, . — suspirou alto e olhou para o teto enquanto estava sentado em um dos lances das escadas de emergência da empresa e falava com a amiga pelo celular.
— Mas bebê, você sabia que ia ser puxado, é assim todos os relatos que nós procuramos juntos, não se lembra? — A amiga tinha um tom calmo e plausível para a resposta.
— Eu sei, , mas pra parece tudo tão fácil e divertido, por que pra mim não? — Ele chutou algo imaginário no chão e voltou a suspirar. — Acho que essa vida não é pra mim. — Ele estava há tantos meses negando aquilo para ele mesmo, que quando dividiu com alguém parecia tão real que ele sentiu vontade de chorar.
. — Ela o repreendeu séria. — Qual é o seu sonho? — Ela não hesitou em ser dura com seu tom de voz.
— Ser cantor, mas…
— Mas nada, , quando a gente tem um sonho à gente tem que ir atrás dele. TEM QUE LUTAR. Nada na vida vem de bandeja e outra você conversou com o pra saber como está sendo para ele tudo isso? — Ela estava realmente brava com o amigo.
. — Ele chamou meio sem voz com o impacto das palavras. — Eu preciso muito de você aqui comigo. Só você me põe nos eixos dessa forma. — Ele sorriu ao perceber o poder que a amiga tinha sobre ele e sobre a sua segurança.
— Trate de se empenhar, meu amor, você sabe que não precisa de ninguém além de você para seguir seus sonhos, não sabe? — A voz dela era mais terna e ele sentiu o coração se encher de um sentimento bom. — O ta ai com você, e quando eu me mudar para Seul nunca mais eu vou largar do seu pé, então, por favor, não desista agora.
Assim que ele desligou o telefone, percebeu que talvez o que ele sentisse pela amiga fosse algo além da amizade, mas isso também não vinha a caso, tinha que se concentrar no que estava fazendo ali, e seguir seus sonhos.
Mais tarde nos dormitórios ele estava perdido em seus pensamentos, quando viu o amigo chegar animado e se sentar ao lado dele na cama.
, você não sabe da maior. — A animação na voz de fez com que o amigo sorrir junto.
— Me conta, . — Ele disse interessado na animação do amigo.
— Pera, o que você tem? Por que essa cara abatida? — disse, se aproximando mais do amigo e passando os braços em volta dos ombros dele.
— Nada, . — Ele abriu seu melhor sorriso. Sabia o quanto aquilo era difícil para os dois, não queria sobrecarregar o amigo com seus problemas.
, olha pra mim agora. — A voz brava de pegou o amigo de surpresa. — Você vai me falar o que ta acontecendo ou eu vou ter que ligar pra pra ela bater com a língua nos dentes? — Ele soltou o corpo do amigo e cruzou os braços.
— Não é nada grave, , não quero te encher com meus problemas. Já não basta tudo que a gente passa aqui. — baixou a cabeça olhando os próprios pés naquela pantufa azul bebê.
, eu não acredito que você não confia mais em mim. — A amargura na voz de era tão presente que fez algo dentro de se quebrar.
— Não é isso, . — Ele alcançou os olhos do amigo com os seus. — Eu confio em você, eu só não quero te deixar mais sobrecarregado com as minhas neuras. — A voz dele estava embargada, não queria envolver o amigo nos seus monstros, mais do que ele já vinha envolvendo. Mas em contrapartida não queria que o amigo se sentisse assim, ele amava demais para passar esse tipo de sentimento para o amigo.
— Ah, . É isso então. — Ele passou os braços novamente pelos ombros do amigo o apertando em um abraço. — Irmão, não fica assim, você é melhor do que imagina, eu também me sinto esgotado, mas eu não me deixo abater, tento fazer o meu melhor e se isso não for o suficiente eu tento de novo até que seja. Seu talento te trouxe até aqui e não vai ser ninguém que vai tirar isso de você, a menos que você deixe. Você é melhor e maior que tudo isso. — A voz de conforto na voz do amigo era similar a que expressou mais cedo, e isso os fazia tão bem, eles se tratavam antes de tudo como família, estavam ali sempre um pelo outro e isso nunca e nem ninguém ia mudar. Ele amava como se ele fosse seu próprio irmão e às vezes até mais do que amava qualquer parente de sangue. A ligação e o sentimento do amigo para com ele também era um sentimento especial de companheirismo e de proteção. Era difícil, confiar, amar e cuidar de alguém assim, nos dias de hoje, mas eles tinham isso, eles e a amiga também.
— Eu te amo, , obrigado por estar aqui comigo. — abraçou o amigo forte e a vontade de chorar apertou.
— Hey, estamos juntos nessa, irmão. Estaremos sempre juntos nessa enquanto estivermos vivos. Nunca se esqueça eu estou torcendo por você e contando com a sua torcida pra me empenhar.

Os anos dois anos seguintes aquele primeiro de desespero também foram pauleira e o seleto grupo de trainees que restou daquela época estava mais pronto para o debut que tudo. Nos corredores da agência não se falava de outra coisa a não ser a formação do próximo grupo que eles iam debutar e sobre quem seriam os trainees selecionados dessa vez.
A empresa resolveu fazer um mini campeonato entre os meninos, transmitido em rede nacional para a escolha dos 13 integrantes do novo grupo. Eles separaram os meninos pelas suas maiores especialidades que desenvolveram esses três anos treinando na empresa e o programa foi dividido em 13 episódios, e em cada rodada era escolhido um menino para o grupo, separados por units³ de desempenhos.
Os episódios eram exibidos três por semana e o último que era a grande final ficou para um dia especial da última semana. A primeira semana foram escolhidos os meninos da unit vocal. Todos os 19 competidores participavam das mesmas provas semanais e era decidido ao vivo, a qual unit o participante escolhido iria compor.
O primeiro concorrente a garantir a participação no grupo foi , que conquistou não só a bancada de jurados, mas também o público.
Nessa época já estava cursando sua faculdade em Seul, e se mudado para um pequeno apartamento próximo ao dormitório dos meninos. Durante esse tempo de aflição pré-programa e durante toda a competição, ela esteve lá do lado deles. Ela adorou poder fazer parte daquilo tudo e de estar com os amigos novamente. Ela se sentia vazia e eles também se sentiam incompletos com a falta dela. percebeu todos esses anos longe da amiga, que o sentimento de dois anos atrás que pensou sentir por ela não passava de saudades e se realmente ele a amasse de forma romântica ele ia guardar pra sempre. Tudo mundo sabe o quão perigoso é o amor romântico para a relação de amizade. E o que sempre tiveram para ele, era o suficiente. Aquela confusão só o fez amar mais os amigos e se sustentar neles, nos momentos difíceis que foram o mês daquela competição. Semana após semana enquanto os companheiros iam sendo escolhidos e o público assim como os jurados iam ficando cada vez mais críticos, o desespero bateu novamente a porta do rapaz. Ele tinha ciência do quanto tinha crescido e do quanto ele tinha evoluído, principalmente na sua dança e no seu rap, mas estar cada segundo mais longe de ver o sonho se tornar realidade, fez com ele tivesse uma crise de ansiedade muito forte antes do último episódio. Ele estava entre os sete finalistas e dali só um sairia para completar o time do grupo. Durante todas essas semanas ele nutria a esperança de ser escolhido pelo menos do caminho. Já não sabia mais se era bom o suficiente e nem se estava preparado para sofrer aquela frustração.
Sumiu do dormitório o dia todo e nenhum dos amigos ou da família tinha alguma informação sobre o paradeiro do rapaz.
? — A voz de estava em um tom de desespero no telefone. — O achou? — Ela parecia ofegante, tinha saído atrás do amigo pelas redondezas, ele costumava ficar sentado no banco da praça a três quadras do dormitório quando precisava de um tempo. Os amigos sabiam que aquela pressão da competição não estava fazendo bem a ele, mas não imaginariam que ele teria outra crise àquela altura do campeonato.
— Não, , eu já procurei por todos os lugares em que ele costuma se esconder as vezes e nada. Ta todo mundo atrás dele. — Ele estava igualmente nervoso, mas tentava passar calma para a amiga que estava realmente muito preocupada.
— Eu vou aos hospitais, . Só vou em casa tomar um banho. — Ela parou na portaria do prédio com o nó que fechou momentaneamente sua garganta com o pensamento que teve ao dizer a palavra hospital. Sentiu as lágrimas quentes escorrer pelo rosto. Já eram quase nove horas da noite e desde o dia anterior eles estavam sem notícias do amigo. — Ele precisa da gente, . — Ela soluçava de chorar do outro lado da linha.
— Eu sei, , vai dar tudo certo. Quer que vá com você? — Ele estava vestindo mais um casaco para caso o amigo estivesse sem e precisasse se esquentar.
— Vai até as delegacias, , pode ser que ele se envolveu em alguma coisa e esteja com medo de nos contatar. — A voz de determinação da garota tomou conta no lugar do desespero. — Vamos nos separar o primeiro que tiver informações liga para o outro. Temos que ser fortes por ele agora, chorar não vai adiantar. — Ele se encheu de uma determinação, mas sabia que a dor e o desespero estavam ali lado a lado.
Assim que encerram o contato ela digitou na busca do navegador da internet os hospitais mais próximos enquanto esperava o elevador. Tinha passado grande parte do seu dia fora procurando pelo amigo na cidade. Iria tomar um banho e começar as buscas pelos hospitais.
Assim que o elevador apitou seu andar ela levantou os olhos do aparelho e avistou o amigo encolhido com a cabeça apoiada nos joelhos em frente a sua porta.
? — A voz dela saiu tão alta que fez o amigo saltar alguns centímetros do chão com o susto.
. — A voz dele saiu fraca e seu semblante estava péssimo.
— Há quanto tempo você está aqui, ? — Ela correu em direção a ele e envolveu o corpo dele com os braços sentando ao lado dele. — Porque não me ligou meu amor? — As lágrimas voltaram a rolar e ela fazia cafuné nos cabelos do amigo.
— Me perdoa, . — As lágrimas saiam pelos olhos dele também. — Eu sou um fraco, eu, eu não mereço ganhar nada mesmo.
— Bebê, está frio. Vamos entrar, toma um banho, um chá, eu estou aqui agora. Vai ficar tudo bem. — O alívio na voz dela o fez perceber que a saúde mental e física dele eram mais importantes pros amigos que ele se tornar um idol ou não.
— Me perdoa, princesa. Me perdoa te fazer passar por isso. — Ele afastou seu corpo do dela e passou a mão pelo rosto, limpando o rastro que as lágrimas deixaram pela bochecha.
— Você não fez nada, meu amor. — sentia o desespero na voz do amigo, mas tudo que ela queria era colocá-lo pra dentro e o fazer descansar. O que ele resolvesse fazer do dia que seguinte ela o apoiaria, só não aguentava ver ele nesse estado.
Eles entraram no apartamento da garota e assim que o amigo se encaminhou para o chuveiro ela colocou a sopa pra esquentar e ligou para avisando que o amigo estava lá e pelo dormitório ser perto ele pode levar roupas limpas para o amigo.
Algum tempo depois já alimentado e aquecido, sentia seu corpo pesar e o sono estava chegando mais rápido do que imaginava. Os amigos não perguntaram nada e ele se sentiu confortável em não falar, só de estar ali na presença dos dois já era algo que o encheu de paz e de força. Tinha resolvido que não ia comentar sobre o ocorrido, aquele momento ele só queria descansar e se sentir amado como estava se sentindo. Estava quase dormindo com o cafuné que estava fazendo nos seus cabelos recém lavados e vendo ler algum dos quadrinhos que a amiga tinha espalhado pela estante do quarto. Adormeceu ali mesmo na cama da garota e nem se deu conta do que tinha acontecido.
Ao acordar pela manhã procurou pelo corpo do amigo na cama e sentiu uma ponta de desespero no coração apertar. Olhou o relógio e percebeu que não era tão cedo assim. Procurou os amigos pela casa e ficou aliviada quando não encontrou nenhum dos dois por lá. Provavelmente tinham saído juntos para o último programa, mas por vias das dúvidas, ela resolveu ligar para antes de sair para apoiar o amigo.
Assim que ouviu a resposta que queria do amigo, saiu animada do local e cheias de expectativas, confiava piamente na capacidade de e o mundo tinha que reconhecer aquele talento.
Chegou ao local que não ficava muito longe de onde ela morava e antes do programa começar foi para os bastidores dar uma última força para o amigo. Sabia que estaria lá, mas precisava mesmo que soubesse o quanto o coração dela estava com ele e que ele era o suficiente.
. — ela chamou o amigo que estava terminando a maquiagem.
.— Os olhos dele brilharam ao ver a amiga e ele levantou e foi até ela, a apertando em um abraço.
— Por que vocês não me acordaram? — Ela perguntou ainda acolhida no abraço.
— Achamos melhor te deixar descansar. — A voz agora era de que abraçou os dois e os três ficaram ali naquele abraço triplo aconchegante.
me disse como você ficou andando pela cidade atrás de mim, então achamos melhor te deixar dormir. — disse dando um beijo na testa da amiga.
— Vocês são uns anjos mesmo. — A menina disse enquanto eles saltavam o abraço.
, 5 minutos. — O staff alertou o rapaz que mudou a expressão de calma, para tensa.
— Meu amor, olha pra mim. — segurou o rosto do amigo entre as mãos. — Vai dar tudo certo. E se não for pra ser seu agora, vai ser seu um dia. Então dê o seu melhor e se divirta muito. — Ela deu um beijo na testa dele, e abriu seu melhor sorriso. puxou o corpo do amigo assim que parou de falar e deu um abraço forte.
— Irmão, eu estou do seu lado sempre, e é isso que a disse. Fica tranquilo e nós te amamos. — Eles separaram os corpos e se encaminhou até a área de entrada.
— Eu amo vocês. — Foi à última coisa que ele disse antes de entrar no palco.
O programa aquele dia contou com muitas participações especiais e correu da melhor maneira possível. estava tenso, mas se dedicou em dar o seu melhor e quando o mesmo chegou a sua reta final, ele estava mais tranquilo do que imaginada. Os meninos estavam na mesma situação que ele, e aquilo o fez perceber o quanto aquele pensamento anterior tinha sido mesquinha. Ia levar quem tivesse mais mérito e isso não faria dele um fracassado caso não fosse o escolhido.
O MC estava pronto para anunciar o vencedor, e os três tinham sentimentos semelhantes de aperto no coração.
— Bom, antes de tudo temos uma coisa para anunciar. — O homem disse animado, olhando diretamente para a câmera. — O vencedor hoje não será só o último concorrente a entrar no grupo, mas vai entrar como líder de todo o grupo, não só da sua unit como os outros líderes. — Ele sorriu, segurando o papel com o resultado.
Os olhos e todos estavam atentos e eles foram pegos de surpresa com aquela informação, o clima era tenso e o estômago de começou a doer pela ansiedade.
— E o grande vencedor, é: .
O lugar foi ao delírio, muitos gritos e muitas palmas, ali estavam eles. Os três, vivendo aquele momento, o momento em que esperaram a vida intera para acontecer. A felicidade, o sucesso e o sonho realizado.
¹ Informações retiradas de Dicio, Dicionário Online de Português, definições e significados de mais de 400 mil palavras. Todas as palavras de A a Z.
² Trainee: Um termo usado para se direcionar a uma pessoa em treinamento em uma companhia que ainda não teve seu debut. (Debut - Quando um grupo é lançado na industria musical, uma estréia.)
³ Unit: São 'unidades' ou sub-grupos dentro de um grupo. Geralmente são membros de um mesmo grupo que formam uma "unidade" para cantar ritmos diferentes ou ter um conceito diferente do grupo original.


Fim.



Nota da autora: Mais um ficstape pra lista. AMÉM SEVENTEEN e Amém meu bias dono da minha vida por me proporcionar uma fic tão linda. Clap, maior hino de Teen Age, e eu fiquei muito com preocupada de estar encarregada desse hino. Eu quis passar aqui nessa fic algo além de amor romantico entre um homem e uma mulher, a amizade é um sentimento tão maravilhoso que eu acho que tem que ser vivido na sua mais intensa e linda forma. eu amei amei amei depois o resultado final e eu espero que vocês também gostem <3
FALANDO EM AMIZADE EU QUERO FAZER A XUXA E DEIXAR UM BEIJO PRAS MINHAS MENINAS, BOOOOOOOOONDE EU AMO VOCÊS <3 AQUARIO EU AMO VOCÊS <3 EU NÃO SERIA NINGUÉM SEU O APOIO DE VOCEÊS <3





Outras Fanfics:
Baby, How You Like That
Eyes, Nose, Lips
Baby, I Like you
16. Not Today
MV: Beautiful Liar
MV: Darling
MV: Sexy Trip


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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