Capítulo único
Tudo está como deve ser, eu assumo
Estados Unidos da América, 1943. Segunda Guerra Mundial.
“A Segunda Guerra Mundial completa, hoje, 4 anos. Dentro desses quatro anos, já foram milhões de soldados e civis mortos. Os Aliados iniciarão as operações contra o Japão no Pacífico.”
desligou o rádio, que, nos últimos anos, só vinha noticiando informações sobre a guerra, e caminhou até o espelho, ajeitando seu vestido vermelho e liso até os joelhos e seu cabelo de frente para o seu reflexo. Em cima do seu criado-mudo havia um colar dado por seu noivo, o , em formato de coração. estava na guerra e trocava cartas com sempre que conseguia. suspirou e desceu a escada de casa. Sua irmã Bethany estava completando 16 anos, e sua família resolveu fazer uma reunião entre eles e os amigos.
A menina sentou-se num canto e ficou admirando os casais que estavam surgindo...Tudo em perfeita ordem, a não ser pela distância entre e .
— , eu sei que são anos difíceis, mas, hoje, é meu aniversário, e eu queria minha irmã ao meu lado. Hum? — Bethany surgiu ao lado da irmã com um prato de bolo e lhe ofereceu.
— Desculpa, querida! Eu vou tentar! Prometo! Mas é que minha cabeça só pensa no e se ele está bem... Se ele come bem, ou se ele passa fome... Se ele tem onde deitar... Se ele está vivo! — Ela engoliu em seco. Não podia pensar naquilo. Nem queria.
— Óbvio que meu cunhado está vivo, ! Não fica assim, minha irmã! Você não pode parar de viver por causa disso! Você precisa ter fé que a guerra vai acabar logo, e aí, finalmente, vocês vão se casar! Mas, enquanto isso, vamos nos divertir?! Quero que conheça meus amigos! — Ela saiu, puxando a mais velha, a fim de distraí-la de seus devaneios, que sempre a levavam para tão longe.
Exceto pela distância entre eu e você
Quartel dos Estados Unidos da América, 1943. Localização secreta.
— Soldados, atenção! Estamos há quatro anos na maior guerra que o mundo já viu e vocês foram os sortudos que continuaram vivos e continuarão vivos para verem a derrota dos inimigos! — O sargento ouviu as comemorações vindas dos seus soldados e logo os cortou: — Não quero comemorações, antes da hora! Preciso lembrá-los de que um dos motivos pelo qual esta guerra está acontecendo é que a Alemanha não ficou satisfeita com os resultados da Primeira Guerra e vão tentar, de todos os jeitos, mudar o jogo, desta vez.
estava absorto em seus próprios pensamentos, enquanto seus companheiros de quartel conversavam com o sargento. Lembrou-se de e de sua vida ao lado dela. fazia parte da reserva do alistamento e foi chamado devido as mortes dos jovens que foram chamados antes dele. Ele nunca quis estar na guerra! Ele não queria ficar ali e ver amigos e conhecidos morrerem ou perderem alguma parte do corpo. Suspirou pesadamente e voltou sua atenção ao assunto do sargento.
Eles estavam prestes a invadir uma base inimiga para colher informações importantes sobre como a Alemanha iria agir dali para frente.
— , obrigada pela melhor festa do mundo! — Bethany pulou no pescoço da irmã, enchendo-a de beijos no rosto.
— Você merece! E é bom ter um pouco de distração em tempos difíceis! — sorriu para a irmã, que assentiu, triste. — Vamos arrumar a cozinha e dormir! Amanhã, teremos aula de pintura bem cedo!
— Ah, eu estava esperando a festa acabar pra te entregar uma carta do ! Sabia que ia ficar triste, se eu a entregasse na hora, por ele não estar aqui. — A mais nova puxou o papel dobrado em quatro dentro do sutiã e passou para a mais velha. — Vou te deixar sozinha.
abriu a carta rapidamente e sorriu ao ver aquela caligrafia que ela conhecia há anos:
“Querida ,
Meu amor, estamos, provavelmente, em outro lugar, a partir do dia em que eu escrevo esta carta para te dizer o quanto sinto a sua falta e espero voltar logo para podermos nos casar, ter nossa casa, nossos filhos... As coisas aqui não são boas, mas espero que melhorem e que esta guerra acabe logo. Eu conto os dias, as horas, os minutos, os segundos, até o dia em que, finalmente, vamos nos encontrar outra vez e recomeçar nossa vida como casal. Nunca se esqueça do quanto eu amo você e de que, sempre, de alguma maneira, estaremos juntos!
Com amor,
.”
permitiu-se chorar sozinha, sentada no sofá de casa, enquanto rezava para que, um dia, pudesse reencontrar .
Estados Unidos da América, 1944. Segunda Guerra Mundial.
“Hoje, 6 de junho de 1944, ficará conhecido como o Dia D, depois de três anos de pressão soviética. Os Aliados ocidentais invadiram o norte da França. Após reatribuir várias divisões aliadas da Itália, eles também atacaram o sul da França. Os desembarques foram bem sucedidos e levaram à derrota das unidades do exército alemão na França.”
desligou o rádio, como em todas as vezes que ela queria ficar sabendo de notícias sobre a guerra quando não respondia as cartas. E não respondia a nenhuma carta desde o dia do aniversário de Bethany. Isso a deixava frustrada e preocupada, mas ela sabia que a guerra estava entrando em outras direções e teria que ser paciente. Suspirou pesadamente, pegou sua bolsa e os cadernos em cima do balcão e seguiu para a escola onde dava aulas. A escola de jardim de infância era a algumas quadras de sua casa. Quando puxou a grande porta vermelha, encontrou sua amiga Millie olhando-a com uma cara preocupada e os olhos inchados.
— Millie, aconteceu alguma coisa? — colocou sua bolsa e seus livros em uma cadeira e abraçou Millie, que a apertou.
— Sou eu quem te pergunto. Você não soube? Não te avisaram?
— Não me avisaram o que? — sentiu seu coração acelerar.
— O foi ferido na última invasão e não sobreviveu.
Você está parado como uma flor na parede
The room is still but we're about to fall
A sala está tranquila, mas nós estamos prestes a cair
A casa dos pais de Johnson estava com parentes, amigos, parte de seus amigos que fez em guerra e . O velório estava tranquilo, e algumas pessoas conversavam sobre como a vida passava depressa e que devíamos aproveitá-la enquanto tínhamos chance. Os pais de , Robert e Joelle, consolavam a filha na cozinha junto com sua irmã Bethany.
— Eu nunca mais vou ver o ! O meu meu , mãe! — chorava, encostada nos ombros do pai, inconsolável. — A guerra o tirou de mim! Essa maldita guerra tirou o de mim!
— Minha querida, nós não temos ideia do que você está sentido agora, mas você tem que ser forte, tudo bem? — Joelle acariciava a cabeça da filha.
— Não quero ser forte, quero chorar! Quero justiça!
— , Susan e Buck já estão partindo para o enterro. — Bethany abraçou a irmã pelos ombros e a guiou para fora da cozinha, até a porta de saída, onde o caixão com o corpo de era levado pelo pai e os amigos.
O caminho até o cemitério foi silencioso. ia na frente com a mãe de , Susan, de braços dados. Ao chegarem ao jazido da família, o pelotão do exército esperava pelo caixão de para a salva de tiros. cobriu o caixão do amado com a bandeira dos Estados Unidos e autorizou os tiros em homenagem ao seu amado . Ao ver o corpo de seu amado indo para debaixo da terra, voltou a chorar, abraçada a Susan.
Ao anoitecer, deitou a cabeça no travesseiro e chorou novamente pela perda de .
Quem você é está caindo sobre mim
Who you are is everything I need
Quem você é, é tudo o que preciso
Estados Unidos da América, 1951. Seis anos mais tarde...
Já havia se passado seis anos desde que o lado Aliado venceu o lado Eixo e, consequentemente, seis anos de morte de Johnson. , todos os dias, ia até o cemitério, trocava as rosas do túmulo e ficava lá, esperando que algum milagre caísse do céu e tudo fosse um pesadelo.
— Sinto tanto a sua falta, meu amor! — ela disse, limpando os cantos dos olhos. — É tão difícil sem você, ! Seus pais sentem a sua falta, eu sinto a sua falta, todos nós sentimos... — contornava os dedos nas letras da lápide do homem. — Eu prometo que nunca vou te esquecer, meu amor!
— ! Graças a Deus, você chegou! — Ela apertou a irmã nos braços e respirou fundo.
— Ai! Oi, Bethany! O que houve?
— Eu tenho um encontro, hoje, hum? Mas o papai só deixa eu ir se você for! Por favor! Eu nunca pedi nada a você!
— Nunca? — Ela riu, fazendo graça com a irmã. — Desculpa, mas eu não tenho clima pra encontros.
— Por favor, ! Já faz seis anos! Você tem que continuar a vida!
— Quando seu noivo morrer em uma guerra, nós conversamos, Bethany! Você não sabe como é viver com isso!
— Tem razão. Não sei! Mas eu vivo com alguém que morreu e continuou viva! O iria querer que continuasse vivendo e não presa a algo que, infelizmente, você não tem mais. Não precisa ir. Eu desmarco com o Jason. Muito obrigada por estragar minha noite! — Bethany bateu o ombro na irmã e entrou em casa.
respirou fundo e fez o caminho até seu quarto. Colocou as roupas sujas no cesto e tomou um banho quente, e deitou-se em sua cama. Queria se levantar, pedir desculpas a Bethany e ajudá-la com o tal Jason, mas sabia que sua irmã não iria querer saber de conversa. Ajeitou-se na cama e adormeceu.
“, aqui é o . Meu amor, eu sinto tanto a sua falta! Da sua risada, do seu sorriso, de ver você acordar ao meu lado, do seu cheiro... Mas você precisa seguir sua vida! Precisa ir em frente para que, um dia, a gente possa se reencontrar! E nós vamos, mas você precisa ter paciência! Você vai encontrar alguém que vai te amar muito mais do que eu amei! E quando esse dia chegar, eu vou voltar pra você!”
acordou de supetão, assustada com o que tinha acabado de ouvir. Era a voz de dizendo que ela iria encontrar alguém e que, além disso, eles se veriam outra vez. A jovem levantou-se de sua cama e foi até a cozinha. Quando chegou ao local, encontrou sua irmã esquentando leite.
— Oi! Será que eu posso ganhar um copo de leite quente também? — A mais nova continuou esquentando o leite, sem responder a irmã. — Desculpa, Bethany! Eu não tenho direito de atrapalhar sua vida, porque a minha não deu certo. Pode ligar para o Jason e remarcar o seu encontro. Eu vou te acompanhar! Mas, por favor, não fica com raiva de mim, Bethany!
Bethany desligou o fogão e abraçou a irmã.
As duas subiram, abraçadas, e entraram no quarto de Bethany, e conversaram à noite toda sobre o sonho de .
Não acredito que aquela noite se tornou o dia de hoje
— Promete tratar o bem?
— Bethany, você já me pediu isso umas quinze vezes! Na próxima, eu atiro uma bola de boliche na cabeça desse tal !
— Shhh! Eles estão chegando! — Ela deu um beliscão na costela da irmã que a fez dar um salto de susto. — , este é o ! , minha irmã .
— É um grande prazer te conhecer, ! A Bethany fala bastante de você! — Ele deu um sorriso que deixou suas bochechas corarem.
— Espero que tenha falado coisas boas! — Ela sorriu de volta, e ele piscou.
— Vamos logo a esse boliche!
, , Jason e Bethany pegaram uma mesa, os tênis de boliche e foram até a pista. Combinaram de ficar entre casais e aquele que perdesse pagava a comida de mais tarde.
— Eu sinto muito pelo seu noivo! Bethany também me contou. — sorriu de lado.
— Tudo bem. Obrigada! — o olhou e deu um sorriso murcho.
— Escuta... Eu sei que mal te conheço, mas tenho certeza de que, um dia, você vai encontrar alguém que te faça feliz. Sei como é perder alguém que amamos! Perdi minha ex-namorada num acidente, dois anos atrás. É difícil, mas a gente vai tentando superar...
— Vamos mudar de assunto? — foi categórica.
— Ei! Posso te fazer uma pergunta? — A menina assentiu. — O que é um pontinho verde na Antártica?
— Não faço ideia!
— Um pingreen. — deixou uma risada escapar. — Viu?! Sabia que você ainda sabia sorrir! Nós temos que seguir em frente, ! É importante até mesmo pra quem nós perdemos!
— Qual era o nome dela? A sua noiva.
— Angelique — o rapaz respondeu, sorrindo. — Mas, ei! Foco no jogo que aqueles dois estão ganhando de vinte pontos, e eu não quero pagar nada para o Jason, hoje!
Ela assentiu e os dois esperaram sua vez de jogar.
— Meninas, estão entregues! — disse, com o carro estacionado na porta da casa de e Bethany.
— Obrigada pela carona, !
Os quatro desceram do carro e entram na casa das meninas.
Bethany e Jason ficaram namorando no sofá, aos olhos dos pais da mesma, enquanto e conversavam na cozinha.
— Fui dispensado por ter bronquite, por isso, não fui pra guerra. Perdi alguns amigos também, mas Deus sabe o que faz.
— É... Por mais que não gostamos do que Ele faz. Acho que tem razão. — A menina serviu duas xícaras de café. — Mas, conte-me, o que faz da vida?
— Sou médico. Quando fui chamado, tinha acabado de entrar na faculdade e, como fui dispensado, terminei a graduação. E você?
— Professora de jardim de infância.
— Legal! Eu adoro crianças! Quero constituir família, sabe?
— Sei. Eu também. — Ela sorriu.
— Bom, tá ficando tarde... Obrigado pelo café! — Ele beijou o rosto da menina e seguiu até a sala, onde se despediu de Bethany, Joelle e Robert.
Na cozinha, tinha uma com a mão na bochecha, um frio no estômago e um sorriso no rosto. Mais tarde, naquela noite, foi a primeira vez que ela não sonhou com e, sim, com .
No seu sonho havia e ela e os dois sorriam um para o outro, enquanto ele acariciava seu rosto, sentados numa toalha de piquenique, e uma nuvem de cabelo corria em sua direção. Era um bebê. Um filho dela e de .
E a todos os nomes que nos trouxeram aqui
Now we have to thank
Agora temos que agradecer
Seis meses depois...
e começaram a sair, uns dias depois do boliche e, agora, estavam namorando. Ela havia conseguido abrir o coração, depois de sofrer tanto por , e estava feliz. era diferente de , e ela gostava dessa diferença. Eles se viam aos fins de semana, já que os dois trabalhavam e, quando se viam, tinha certeza de que poderia amar outra pessoa novamente.
— Não vai rir do meu sonho? — Ele assentiu. — Na noite do boliche, eu sonhei com nós dois. Nós estávamos num parque, fazendo um piquenique, e tínhamos um bebê. — Ela cobriu o rosto com as mãos.
— Por que eu iria rir, amor? — Ele sorriu, destapando seu rosto. — Eu quero ter uma família e, sendo com você, será muito melhor! Mas a gente pode esperar uns anos, né? — Eles riram e ela assentiu.
— Oi, casal! — Jason e Bethany entraram na sala de mãos dadas e sentaram-se de frente para o outro casal.
— Vocês são lindos juntos, ! — Bethany sorriu para a irmã, que devolveu o sorriso. — Eu fico tão feliz que seguiu em frente!
— Eu também estou feliz e graças a vocês dois! Obrigada! — levantou-se e deu um abraço na irmã.
— De nada!
e Jason iriam passar a primeira noite deles na casa dos ’s, e Robert resolveu fazer um churrasco entre eles para se conhecerem melhor. Joelle, e Bethany ficaram responsáveis por temperar as carnes e fazer o pão de alho, enquanto os homens arrumavam a churrasqueira. Os seis armaram uma mesa no quintal com a comida e algumas cervejas.
— Posso saber o motivo de ter ficado tão quietinha de uma hora pra outra? — abraçou por trás, e esta deitou a cabeça em seu ombro.
— Eu acabei de me lembrar que amanhã é aniversário do . — Ela suspirou, derrotada. — Fiquei triste. Só isso.
— Se quiser, amanhã, eu te levo pra ver o túmulo dele, amor! A gente compra umas flores e vai lá. Mas, agora, eu quero que você volte ao churrasco e faça companhia pra gente. — Ele depositou um beijo rápido nos lábios da amada e a guiou para fora de casa outra vez.
— Eu vou deixar você sozinha, hum? — deu um beijo na testa de , enquanto ela ficava sozinha com o túmulo de .
— Oi... — ela começou. — Acho que você já sabe que eu tô namorando, né? Ele é muito legal, é médico, meus pais e a Bethany gostam muito dele... Você também ia gostar. Eu queria dizer que ainda te amo. Amo muito! Mas eu vou seguir meu coração. Acho que é a hora de dizer adeus. Adeus, ! — levou um botão de rosa até os lábios e deu um beijo, colocando em cima do túmulo do ex-soldado.
— Vamos, linda?!
Ela assentiu e enrolou seu braço no braço de , deixando para trás o antigo amor da sua vida, mas tinha certeza de que a sua vida poderia recomeçar ao lado de .
Se for você, eu te espero, eu te sigo
I'm here to stay
Estou aqui para ficar
Estados Unidos da América, 1952. Um ano mais tarde...
e estavam comemorando um ano de namoro juntamente com o aniversário de vinte e oito anos de . organizou uma viagem surpresa entre os dois até o planetário.
— Me fala de novo o porquê eu não posso saber aonde iremos, ! — disse, ajeitando a faixa nos olhos.
— Porque é surpresa. Você vai gostar! Agora, pode parar de tentar espiar, mocinha?!
— Tudo bem. Já vi que não tenho escolha, mesmo.
— Espero que goste de olhar as estrelas!
Depois de ir por um caminho de terra, o casal, finalmente, chegou até o local escolhido por , que levou , ainda de olhos vendados, ao salão principal do planetário.
— Feliz aniversário, meu amor! — o homem disse, tirando a venda dos olhos de , que encontrou um salão completamente decorado à luz de velas, com uma mesa de jantar para os dois e uma flor decorando o meio da mesa. — Espero que goste do seu presente! — disse, dando um beijo no rosto de , que sorriu de volta.
— Tá tudo maravilhoso, ! Obrigada! — ela falou, abraçando o namorado pelo pescoço e depositando um selinho em seus lábios.
— , temos uma coisa pra conversar! Queria que prestasse atenção ao que eu vou falar! — levantou-se e foi até o balcão que estava atrás dele, e guardou a pequena caixinha preta no bolso, voltando sua atenção a .
— Assim, você me deixa preocupada, ! O que houve? — ficou sem reação quando viu ficar ajoelhado diante dela com um sorriso nos lábios.
— , quando a gente se conheceu, você estava passando por um momento difícil na sua vida: tinha perdido uma pessoa importante. Mas você me permitiu entrar na sua vida e fechar a ferida do seu coração, e, agora, eu quero cuidar de você para o resto da minha vida. Eu me encontrei em você, . Eu vou ficar. E, mesmo que você não me aceitasse agora, eu ia te esperar. Eu amo você! E, se você me quiser, nós podemos nos casar e começar uma vida juntos. Você aceita se casar comigo?
— Claro que eu aceito, ! É o que eu mais quero na vida! — ela disse, rindo e beijando os lábios de .
colocou o solitário no dedo anelar direito de e beijou sua mão, puxando-a para mais um beijo.
Você é o escolhido
Estados Unidos da América, 1953. Primavera.
O casamento de e havia finalmente chegado. Deixaram para se casar depois do aniversário de Bethany, que também havia noivado com Jason e se casariam no ano seguinte, assim como sua irmã. O vestido de fora um presente dos pais de . Sua mãe havia usado quando se casou, e sua avó também. Já usou o terno de casamento do pai de . Resolveram que iriam se casar no quintal de casa, que estava decorado de forma simples com poucas cadeiras. Queriam se casar apenas com a família como testemunhas. fez questão de que convidasse os pais de , já que eles sempre foram amigos e não podiam ficar de fora de uma data especial para .
— Pronta, irmã? — Bethany estava usando um vestido e carregava o buquê de , que sorriu ao ver a irmã de madrinha.
— Estou. — sorriu para Bethany, que abriu a porta para que as duas saíssem juntas.
Bethany e desceram a escada de casa, de braços dados, quando Robert virou-se para ver a filha mais velha vestida de noiva e sorriu, acompanhando-a em passos singelos até , que a esperava no pequeno altar improvisado, sob os olhares dos convidados.
— Boa tarde a todos! — O juiz de paz sorriu para os noivos. — Hoje, nós iremos celebrar a união de e Wright em sagrado matrimônio. e , vocês prometem amar e respeitar um ao outro na alegria, na tristeza, na saúde e na doença? — Eles assentiram, sorrindo um para o outro. — Vocês sabem que isso é um compromisso por toda a vida, não sabem? Vocês viveram caminhos diferentes, até chegarem aqui. É de livre e espontânea vontade que estão aqui, hoje? — Eles assentiram novamente, e o juiz prosseguiu: — Vamos, agora, à troca de alianças.
tirou a caixa de veludo de dentro de seu terno e sorriu para , que mantinha os olhos nos seus.
— , receba esta aliança em sinal do meu amor. E que você nunca se esqueça de que eu te amo! — ele disse, encaixando o anel no dedo da esposa e dando um beijo em suas mãos.
— , receba esta aliança em sinal do meu amor. E que você nunca se esqueça de que eu te amo! — ela disse, fazendo a mesma coisa que havia feito.
— O que Deus uniu, o homem não separa. Pode beijar a noiva!
sorriu para , antes de puxar a mesma para um beijo calmo.
e sabiam, lá no fundo, que, depois do dia de hoje, seriam felizes!
Epílogo
Estados Unidos da América, 1954.
Era a segunda vez, naquela semana, que vomitava sua janta, sem nenhum motivo aparente. Sentia enjoos, tonturas, dores de cabeça, não suportava o cheiro da própria comida... Aproveitou que fora atender em uma cidadezinha carente e só voltaria no mês seguinte para se examinar, sem que ele interferisse. Pediu licença do colégio e foi fazer uma bateria de exames naquele dia.
— Sra. Wright?! — a enfermeira a chamou. — Por aqui! Vamos colher seu sangue. — se ajeitou e seguiu a enfermeira até o laboratório onde eles tiraram o sangue dela para coletagem. ficou na sala de espera. — Sra. Wright, o doutor gostaria de conversar com a senhora no consultório. Por aqui, por favor! — Ela apontou para a porta branca, e respirou fundo, entrando na sala.
— Bom dia, sra. Wright! Queira se sentar, por favor! — Ela sentou-se na cadeira e encarou o médico, que lia os seus exames, com uma cara séria. — Há quanto tempo você sente esses sintomas, sra. Wright?
— Eu não sei. Talvez, uns dois meses. — Ela deu de ombros. — Por quê? É algo grave?
— Não, senhora. Mas você só vai saber daqui a sete meses. — deixou escapar uma risada nervosa. — Qual é a graça, senhora?
— Eu tô grávida?! — Ela sorriu largo, recebendo uma afirmativa do doutor. — Muito obrigada, doutor!
Xx
Um mês depois, estava de volta à cidade, depois de prestar serviço em uma cidade carente. Ele estacionou o carro na porta de casa e estranhou o fato das luzes estarem todas apagadas. Deixou a mala na porta e entrou, procurando o interruptor, que ligava a luz da sala. Quando ele ligou a luz que iluminaria a sala, encontrou uma sala completamente enfeitada com balões azuis e uma sorridente com a mão na barriga.
— Amor, você tá brincando?
— Não, , nós vamos ser pais! Pais de um menino! — Ela sorriu, chorando, emocionada.
correu até a esposa, girando-a, também emocionado pela notícia.
— Você me fez o homem mais feliz do mundo, me dando essa notícia! — ele disse, enxugando o rosto dela. — Eu te amo, !
— Eu também amo você, !
Seis meses depois...
— Ele não é a coisa mais linda que você já viu na vida? — perguntou baixo a . — Você foi ótima lá dentro, meu amor! Agora, você precisa descansar.
— Eu estou bem. Quero pegá-lo no colo! — ela disse, ajeitando-se na cama. — Já pensou em um nome?
— Já! . — o olhou com lágrimas nos olhos e sorriu. — Acho que é uma homenagem bonita pra alguém que foi importante pra você.
— Tudo bem. Então o nome dele é Wright. Pode chamar meus pais, Jason e Bethany para verem o bebê?
— Claro! Eu já volto! — ele disse, dando um beijo na testa do pequeno e um nos lábios da esposa.
ficou ninando o pequeno quando uma voz ecoou no quarto, fazendo-a se lembrar de um recado que havia recebido há alguns anos:
“, chegou a hora de voltar pra você! Vamos recomeçar nossa história, mas, desta vez, não vou sair do seu lado. Eu prometo!”
— Oi, meu amor! Eu senti sua falta! — Ela sorriu, emocionada.
Era a segunda vez, naquela semana, que vomitava sua janta, sem nenhum motivo aparente. Sentia enjoos, tonturas, dores de cabeça, não suportava o cheiro da própria comida... Aproveitou que fora atender em uma cidadezinha carente e só voltaria no mês seguinte para se examinar, sem que ele interferisse. Pediu licença do colégio e foi fazer uma bateria de exames naquele dia.
— Sra. Wright?! — a enfermeira a chamou. — Por aqui! Vamos colher seu sangue. — se ajeitou e seguiu a enfermeira até o laboratório onde eles tiraram o sangue dela para coletagem. ficou na sala de espera. — Sra. Wright, o doutor gostaria de conversar com a senhora no consultório. Por aqui, por favor! — Ela apontou para a porta branca, e respirou fundo, entrando na sala.
— Bom dia, sra. Wright! Queira se sentar, por favor! — Ela sentou-se na cadeira e encarou o médico, que lia os seus exames, com uma cara séria. — Há quanto tempo você sente esses sintomas, sra. Wright?
— Eu não sei. Talvez, uns dois meses. — Ela deu de ombros. — Por quê? É algo grave?
— Não, senhora. Mas você só vai saber daqui a sete meses. — deixou escapar uma risada nervosa. — Qual é a graça, senhora?
— Eu tô grávida?! — Ela sorriu largo, recebendo uma afirmativa do doutor. — Muito obrigada, doutor!
Um mês depois, estava de volta à cidade, depois de prestar serviço em uma cidade carente. Ele estacionou o carro na porta de casa e estranhou o fato das luzes estarem todas apagadas. Deixou a mala na porta e entrou, procurando o interruptor, que ligava a luz da sala. Quando ele ligou a luz que iluminaria a sala, encontrou uma sala completamente enfeitada com balões azuis e uma sorridente com a mão na barriga.
— Amor, você tá brincando?
— Não, , nós vamos ser pais! Pais de um menino! — Ela sorriu, chorando, emocionada.
correu até a esposa, girando-a, também emocionado pela notícia.
— Você me fez o homem mais feliz do mundo, me dando essa notícia! — ele disse, enxugando o rosto dela. — Eu te amo, !
— Eu também amo você, !
Seis meses depois...
— Ele não é a coisa mais linda que você já viu na vida? — perguntou baixo a . — Você foi ótima lá dentro, meu amor! Agora, você precisa descansar.
— Eu estou bem. Quero pegá-lo no colo! — ela disse, ajeitando-se na cama. — Já pensou em um nome?
— Já! . — o olhou com lágrimas nos olhos e sorriu. — Acho que é uma homenagem bonita pra alguém que foi importante pra você.
— Tudo bem. Então o nome dele é Wright. Pode chamar meus pais, Jason e Bethany para verem o bebê?
— Claro! Eu já volto! — ele disse, dando um beijo na testa do pequeno e um nos lábios da esposa.
ficou ninando o pequeno quando uma voz ecoou no quarto, fazendo-a se lembrar de um recado que havia recebido há alguns anos:
“, chegou a hora de voltar pra você! Vamos recomeçar nossa história, mas, desta vez, não vou sair do seu lado. Eu prometo!”
— Oi, meu amor! Eu senti sua falta! — Ela sorriu, emocionada.
Fim
Nota da autora: (30/09/2018) OI MENINAS, TURUBOM COM VOCÊS????? Não acredito que me inscrevi em um ficstape e ele foi ao ar! Yay! Espero que tenham gostado de Falling Over Me o tanto quanto eu gostei de escrever. As informações sobre a guerra foram tiradas do Wikipedia, então se virem algum erro, entrem em contato comigo pelo twitter (@aintmanu)! P.S.: Algumas características também foram inventadas para incrementar a estória.
Quero agradecer as meninas do post que me convenceram a pegar FOM, vocês já ganharam um espaço no meu coração. Não deixem de conferir o resto do ficstape desse hino de álbum. E, agora vou fazer o meu jabá: Leiam minha outra fanfic aqui no site. A Curandeira. É isso.
Até qualquer outra hora, xo. <3
Qualquer erro nessa fanfic e reclamações somente no e-mail.