Finalizada em: 25/07/2018

Prólogo

Vinte de agosto de 2008.

Eu pedi ao taxista para que parasse em frente à casa da família de . Ele estacionou, estipulando o tempo em cinco minutos para ligar o taxímetro novamente. Concordei, saindo do carro e indo para a entrada da casa.
Toco a campainha, e apareceu em minha frente. O mesmo não usava nada além de uma bermuda e calçava seus chinelos. E foi ali que eu percebi que aquela despedida seria, de longe, a mais difícil de todas.
- Olá. – ele diz me dando um selinho em seguida. – Você vai entrar? está assando uns biscoitos.
- Eu vou embora. – falo rapidamente. Ele arregala os olhos, fechando a porta atrás de si e caminhando comigo para uma parte afastada da varanda. – Eu vou voltar para casa.
- E o que você prometeu, ? O que nós prometemos? – ele indaga, segurando em meus braços.
- Eu não vou desperdiçar o meu sonho. – falo e ele suspira. – Você vai viver o SEU. E eu? Fico aplaudindo e pensando “poxa, como seria se eu realizasse o meu sonho?”
- Você não está falando sério, está? – ele indaga, e logo solta uma risada. Uma risada debochada.
- Eu estou. E espero que você entenda. Por mais que você esteja agindo como um idiota me tratando dessa maneira, eu mereço viver a minha vida. E eu não terei isso se eu estiver com você. – falo e ele bufa.
- Então vai. Pode ir. Espero que não volte nunca mais. – ele vocifera, entrando em sua casa em seguida, me deixando parada na varanda sem entender ao menos o que havia acontecido ali.
O que custava para ele me apoiar?
E foi ali que eu percebi como os homens poderiam ser egoístas quando se trata de um amor. Por mais que eu também o amasse, eu tinha a minha vida, eu tinha todo o meu sonho, e deveria ter o direito de executá-los, assim como ele também tinha. Por que para nós, mulheres, era mais difícil?
E, com esse pensamento e o sentimento de que estava fazendo a coisa certa, eu fui embora, esperando nunca mais encontrar na minha vida.



Parte I

Vinte de agosto de 2018.

O táxi estacionou na casa que era desconhecida por mim. Paguei ao taxista, encontrando parada na varanda abraçada a alguém, que deveria ser seu noivo.
- Ainda bem que você veio! – ela exclama quando eu desço do carro, correndo em minha direção em seguida. – Eu estava sentindo tanto a sua falta.
Eu e – ou , como eu gostava de chamar – nos conhecemos quando eu vim para Napa no verão de 2008. Sim, o mesmo em que conheci , meu antigo amor de verão e, consequentemente, primo da minha melhor amiga. Nunca tive notícias dele, mas sabia que ele estaria nesse casamento, o que faria com que tudo que prometemos um para o outro pudesse ser quebrado de uma hora para outra.
Assim que noivou de , ela me contou e me chamou para ser sua dama de honra. Prontamente aceitei me esquecendo da promessa que havia feito de não voltar mais para Napa. Por noites, eu orei para que ela mudasse o local do casório ou que negasse sua presença, mas, assim como ela não mudou o local, estava tão confirmado quanto o noivo, já que ele levaria até o altar.
Enquanto colocava as minhas duas malas de rodinhas no quarto de hóspedes que eu me hospedaria na pousada da família, me contava como estavam os planos para o grande dia. Como prometido, vim cinco dias antes, para que eu pudesse ver as últimas coisas antes do grande dia, e poder aproveitar minha melhor amiga durante esse tempo.
- Você está ansiosa? – indago, segurando suas mãos e dando um sorriso largo. – Você vai se casar!
- É louco pensar por esse ponto de vista, sabe? – ela indaga, apoiando a cabeça no sofá. – É louco pensar que irei me casar. Não consigo me acostumar com essa ideia, sabe?
- Eu imagino! Ai, ‘tô tão ansiosa por você! – exclamo, abraçando-a em seguida.
- Preciso organizar algumas coisas para o jantar de mais tarde. Se você quiser descansar... – ela diz e eu nego com a cabeça, caminhando com ela para a cozinha. – Minha avó vai ficar toda boba de ter você aqui conosco!
e foram criados pela avó, dona Tanya. Os pais de morreram quando ele era criança, enquanto não conhecia nenhum deles. Dona Tanya era como uma avó para mim. Lembro que, quando eu e terminamos, ela implorou para que eu voltasse.
- Estou sentindo falta dela. – falo, sorrindo em seguida.
As horas se passaram na mesma velocidade de sempre. Pude conhecer ainda mais , e soube que ele era além de gentil e educado, um dos caras mais engraçados que havia conhecido ao longo de toda a minha vida.
Estava perto da hora do jantar. foi se arrumar, enquanto eu ficava de olho na lasanha que estava no forno. Assim que ela terminasse, eu iria tomar um banho e me arrumaria para o jantar das famílias, que era uma tradição antes do casório. Pelo menos ali.
Estava tão concentrada nas mensagens de meu celular e na lasanha do forno, que não ouvi quando a porta da frente se abriu, e a voz que eu tanto evitava pensar, ecoou pela cozinha inteira:
- ? – ele indaga; meu coração não deveria acelerar tanto, mas ele acelerou. – Você por aqui?
Estava evitando olhar em seu rosto e saber o quanto que ele mudou durante todos esses anos que estávamos separados. Pensava que ainda estava bonito, já que ele sempre foi um dos homens mais bonitos que eu já tive o prazer – e desprazer – de conhecer.
- Você mudou. – ele diz, e ouço seus passos se aproximando de mim. Minha respiração estava afetada o suficiente para que eu pudesse dizer algo. – Está tudo bem?
Antes que eu pudesse responder, ouço passos vindos da escada, e logo aparece na cozinha. Sabia que ela estava surpresa com tudo aquilo, mas soube fingir muito bem. Pelo menos eu pensava que sim, enquanto estava de costas para os dois.
- Oi, ! – ela exclama. – Você chegou cedo.
- Eu saí mais cedo da vinícola. – ele diz, e ouço seus passos, e logo deduzi que ele estivesse caminhando em direção oposta. – Eu nem fui para minha casa.
- , obrigada por ficar de olho na lasanha. Agora eu assumo daqui, tá? – ela indaga se aproximando de mim em seguida. Assenti ainda de cabeça baixa, caminhando rapidamente para fora da cozinha.
Subi as escadas com tanta pressa que, ao chegar ao andar superior, minha respiração estava descompensada. E eu não sabia se era pelos exercícios que eu fiz há poucos segundos, ou pelo que presenciei há poucos minutos.
Eu não tinha coragem de olhar para . Por mais estranho que isso possa parecer, eu não conseguia olhar em seu rosto depois daquilo tudo.
Quando entrei no quarto de hóspedes, tranquei a porta, me jogando na cama em seguida. Como será que ele está? Será que ele já tem a barba que ele tanto sonhava? Será que ele já fez as tatuagens que ele queria?
Fiquei deitada por mais tempo do que eu realmente cogitava. Ouvia o barulho de carros chegando, mas nada me fazia levantar daquela cama. Eu não estava 100% preparada para encontrar meu ex-namorado no andar de baixo, conversando e rindo, mostrando que ele seguiu em frente.
Mas, ah, eu segui em frente! Era óbvio! Por mais que eu estivesse corroída de ansiedade para saber como está sua fisionomia depois de dez anos, eu precisava saber que, sim, eu estava pronta para outra.
Peguei minha roupa na mala, assim como meus produtos de beleza. Como os pais de são da alta sociedade de Nova York, eu precisava impressionar, por mais que meu nome já possuísse algum poder. Ah, como eu adorava ser estilista!
Tomei um banho longo e gelado, tentando despistar todos os pensamentos impuros e impróprios que eu estava tendo com o meu ex-namorado, que, a essa hora, deveria estar com outra. Era o que eu gostava de pensar.
Quando saí, ajeitei meus cabelos com o babyliss que havia me emprestado. Passei uma maquiagem fraca, chamando apenas a atenção para o meu delineado gatinho. Coloquei meu vestido preferido, calçando minhas sandálias e saindo do banheiro daquela suíte. Passei alguns óleos pelo corpo, além de meu perfume, saindo do quarto logo em seguida.
Tudo que eu precisava era manter a postura e andar firmemente enquanto desço as escadas, mostrando que não estava afetada com a presença dele ali.
Porém, todo meu plano foi por água a baixo, quando a primeira pessoa que eu vi quando cheguei ao último degrau da escada, era . Ele segurava um copo de uísque, conversando com os homens da casa, enquanto ria de alguma coisa. E, como num passe de mágica, ele me notou ali, e tudo que fez foi me encarar.
Droga, como ele estava bonito! Por que o tempo não piorou para ele?
Ele foi chamado por , e logo retomou o assunto, não antes me olhar pela última vez. E aquilo estremeceu todo o meu corpo de uma maneira estranha e absurda.
Peguei uma taça de champanhe que estava sendo servida por um garçom, caminhando em direção a , que conversava com as mulheres enquanto mostrava algumas fotos.
- ! – Tanya exclama, vindo me abraçar em seguida. – Você está tão linda! Só assim para voltar aqui, né?
- A senhora tem que ir para Itália me visitar. – falo, sentando numa cadeira com ela ao meu lado. – Você vai adorar conhecer os solteirões italianos.
- Eu não tenho mais idade para isso. – ela diz, rindo em seguida. – Mas, você sim! Está namorando alguém?
- Não no momento. – falo, apoiando minhas mãos sobre as suas.
- E o que você está esperando? Meu neto te pedir? – ela indaga e eu arregalo os olhos. – Você acha que ele veio mais cedo hoje por causa da , sua tolinha?!
Antes que eu pudesse cogitar uma resposta, peguei mais uma taça de champanhe, olhando em direção a , que estava de costas para mim.
Será que é verdade? Será que ele realmente estava aqui mais cedo por minha causa? Ou será que Tanya estava inventando isso para me deixar nervosa?
passou por nós, avisando que o jantar seria servido. Levantei, caminhando com a avó de minha melhor amiga até o lado de fora da casa, onde estava uma mesa grande.
- ! – Tanya chama, me fazendo arregalar os olhos. – Querido, você ajuda encontrar o lugar dela nessa mesa?
- Não precisa... – falo, evitando olhar no rosto de meu ex-namorado.
- Eu também preciso achar o meu. Podemos nos ajudar, ... – ele comenta, arqueando uma das sobrancelhas. Suspirei profundamente, concordando em seguida. – Você sabe, eu não faço nada que você não queira.
- Eu sei disso, . – falo, mantendo uma distância considerável daquele ser.
Não sabia se era o destino, se foi Tanya ou , mas eu achei meu nome, assim como achou o dele, ao lado do meu.
- Quem foi que deu a ideia de colocarem nomes? – indaga enquanto coloca o guardanapo em suas pernas. Eu levantei o dedo indicador, e ele gargalhou. – Então você quis se sentar ao meu lado?!
- Você acha que eu iria querer sentar com você? – indago, rolando os olhos em seguida. – Deve ter sido a .
- Não precisa ficar com vergonha. Eu também gostei de sentar com você. – ele fala em meu ouvido, próximo o suficiente para sentir sua respiração batendo em meu pescoço. E aquilo, repentinamente, fez todo meu corpo estremecer. – Está com frio?
Ah, seu cafajeste! Era o que meu subconsciente berrava, enquanto eu me concentrava em cruzar minhas pernas e colocar o guardanapo sobre elas. Do outro lado da mesa, Tanya conversava animadamente com algum parente de , gargalhando em alto e bom som.
fez um discurso breve, contando da importância daquele jantar em sua família e sobre como eles irão ter mais momentos como esse ao decorrer dos anos. Logo começamos a nos servir, enquanto o garçom passava com taças de vinho para os adultos; refrigerante para as poucas crianças que havia ali.
- Vai com calma. – avisa, e eu bufo. – Estou somente tentando ser legal.
- Ok, obrigada, mas eu sei me cuidar. – falo e ele assentiu, sentando-se corretamente.
O resto da minha noite foi silencioso e com uma deliciosa lasanha para me manter ocupada, além do delicioso vinho que estavam servindo. conversava com seus convidados, assim como . Tanya havia se retirado há algum tempo, e estava do meu lado, conversando com alguém por mensagem e ignorando totalmente minha existência. Bom, talvez, somente talvez, eu quisesse um pouquinho de sua atenção.
Droga, desde quando ele se tornou tão irresistível? Provavelmente deve ser o vinho.
Retirei-me após comer a sobremesa. Todos estavam concentrados em seus assuntos particulares, e eu me sentia totalmente deslocada ali.
- Você está bem? – indaga assim que senta ao meu lado no gramado, abaixo da macieira em seu quintal.
- Estou. Só estou um pouco cansada. – falo e ela sorriu, apoiando minha cabeça em seu ombro. – Você precisa falar com seus convidados.
- Já estão todos eles indo embora. – ela fala, segurando minha mão em seguida. – me chamou para irmos para a piscina. O que acha? A noite está quente!
Cogitei por alguns segundos, e logo concordei. Eu realmente precisava esfriar minha cabeça depois do encontro caloroso e totalmente casual com meu ex-namorado – e não foi da maneira que eu queria que fosse.
Trocamos de roupa rapidamente, e logo descemos as escadas. já estava na piscina. O som tocava alguma música desconhecida por mim, e logo pulou na piscina.
Enquanto eu tirava meu short, ouço o portão para a área da piscina se abrir, e aparece. Ele estava sem camisa e com uma bermuda vermelha. E, de repente, tudo que eu sabia fazer era alternar entre respirar normalmente e tirar meu short jeans.
O rapaz logo pulou na piscina, voltando em seguida para a superfície, chacoalhando seus cabelos. Ele estava tão bonito e eu, droga, estava realmente ficando louca.
Pulei na piscina alguns segundos depois, separando o casal de noivos, que começaram a rir.
- O que acham de briga de galo? – indaga ao parar do meu lado. – Casal contra casal.
- Nós não somos um casal. – falo com os olhos arregalados. Ele sorriu, dando de ombros em seguida. – E eu já bebi demais para me equilibrar em alguém.
- Não custa nada tentar. – ele fala, me puxando em seguida. Suspirei profundamente antes de colocar as minhas pernas em cima de seus ombros.
Na primeira rodada, ganhou de primeira. Não sei se foi por causa do álcool presente em meu corpo, ou se eu realmente perdi a prática. Só sabia que era muito desconfortável estar nos ombros do meu ex-namorado, que gritava palavras – obscenas ou não – para mim.
- , presta atenção! – exclama, segurando meus dois braços. – Eu preciso que você ganhe. Pelo menos uma vez.
Afastei-me o mais depressa possível, esperando o casal acabar com sua comemoração e voltar a jogar. Fui novamente para os ombros de , que não reclamava nem nada.
- Você ainda sente cócegas? – ele indaga, enquanto coloca sua mão em meu pé.
- Não faz isso, ou a gente cai e eu ainda chuto o seu nariz. – falei e ele gargalhou.
Até que não seria nada mal chutar o nariz bonitinho de , né?
O casal se ajeitou, e logo começamos. falava tudo que eu deveria fazer, e eu estava ainda melhor do que da primeira vez, mas eu preferia não contar vantagem.
Estávamos nessa a mais de cinco minutos, quando eu consegui finalmente derrubar , que caiu com tudo na água, derrubando também .
Desci do ombro de rapidamente, e logo ele me agarrou pela cintura, me abraçando fortemente em seguida.
Ah, porque era tão gostoso estar ali? E por que eu não queria soltar dele? E por que eu estava tão ansiosa por mais um toque?
Ficamos abraçados por longos segundos, até que ouvimos pigarrear, dizendo que iria pegar algumas bebidas para nós.
- Bom, eu vou dormir. – falei, caminhando até a escada que dava para sair da piscina.
- Já? – indaga.
- Estou cansada da viagem. Quem sabe outro dia podemos fazer isso. – falo, sorrindo amigável para eles, que assentiram. – Boa noite!
Logo pego uma toalha, me secando parcialmente, entrando na casa em seguida. estava na cozinha pegando algumas bebidas que estavam no freezer e na geladeira, colocando em algum cooler.
- Eu vou dormir. – falo parando na porta do cômodo.
- Já? – ela indaga e eu assenti, bocejando em seguida. – Você deve estar realmente cansada. Eu disse que não precisava me ajudar com o jantar.
- Eu não poderia deixar você fazer tudo sozinha. – falo e ela bufa. – Aproveitem a noite.
- Vê se descansa.
Bom, na teoria era muito fácil. Enquanto eu virava de um lado para o outro na cama, esperando que o ar condicionado fique gelado, eu pensava em como estaria lá embaixo. Se eles estavam se divertindo, ou se estavam sentindo minha falta. Não precisava ser todos, apenas uma pessoa sentindo minha falta era boa para mim. E eu sabia exatamente quem eu queria que sentisse minha falta.
Bufei quando levantei da cama, caminhando até a janela de meu quarto, abrindo a cortina um pouco, tendo uma visão privilegiada da piscina.
Eles não estavam mais lá. O casal conversava animadamente na beira da piscina, enquanto não estava no meu campo de visão.
Será que ele já foi embora?
Dispersei meus pensamentos enquanto caminhava para o andar de baixo, procurando por um pouco de água, já que eu só tinha álcool em todo o meu corpo.
Entretanto, quando entro na cozinha, quase pulo de susto. E lá estava ele, segurando seu telefone com uma das mãos, enquanto a outra segurava uma garrafa de cerveja já aberta.
- Você ainda está acordada? – ele indaga, percorrendo todo seu olhar por meu corpo. – Estamos te incomodando?
- Não, eu só vim beber água. – falo, tentando controlar meus batimentos cardíacos e recuperar minha respiração, enquanto meus olhos teimavam em ver a gotinha de água escorregando perigosamente por todo aquele tronco.
Será que estou no meu período fértil? Não me lembro.
O silêncio daquele cômodo era estarrecedor. digitava coisas em seu Smarthphone, enquanto eu tentava não me importar muito com o que o fazia.
- A me contou que você fez o vestido de casamento dela. – fala pela primeira vez após longos minutos em silêncio. – É bonito?
- Eu tenho um esboço, quer ver? – indago, colocando o copo na pia em seguida. Ele concordou, subindo comigo até meu quarto.
Assim que ele entrou, eu desliguei o ar condicionado, já que ele poderia ficar doente e era tudo que eu menos precisava tão perto do casamento de minha amiga, certo?
Abri minha pasta de desenhos que estava perto da minha mala, procurando nela o esboço do vestido de .
- Aqui está! – exclamo, entregando para , que sorriu abertamente. – Claro que, depois de pronto, ele fica muito melhor!
- Você é bem talentosa. – ele fala, fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas. – Eu lembro que você desenhava bastante, antes de ir embora.
- Eu continuei desenhando depois que fui embora. – falei, olhando em seus olhos pela primeira vez.
- Eu não via. – ele sussurra, aproximando-se ainda mais.
- , eu acho que é melhor você ir. – sussurro, afastando-o depressa. – Eu preciso dormir.
- Até amanhã. – ele diz me entregando o desenho e saindo do quarto em seguida, deixando meu coração disparado.
Desde quando ele pode aparecer assim na minha vida?



Parte II

Acordei no dia seguinte com avisando que teríamos que ir para a cidade procurar as coisas que faltavam para o seu casamento, além de buscarmos o nosso vestido, que chegaria hoje.
- Como assim não chegou? – indago assim que para ao meu lado no seu carro. – Deve ter algum erro.
- Não, . Eles verificaram e não tem nenhuma encomenda para mim. – ela fala, suspirando em seguida.
- E no meu? Mamãe deve ter colocado no meu nome. – falo e ela negou. – Eu vou dar um jeito.
- Está dando errado. Como que eu vou me casar sem um VESTIDO DE NOIVA? – ela indaga, apoiando sua cabeça no painel do carro. – Eu realmente não sei como!
- É tudo culpa minha, , eu sinto muito. – falo e ela nega, me abraçando em seguida. – Eu vou dar um jeito.
- Eu posso ver outro vestido por aqui mesmo, , não precisa se preocupar. – ela fala, mordendo o lábio em seguida. Neguei com a cabeça, abrindo a porta do carro e caminhando pelas ruas atrás de alguma fonte de inspiração ou tecido para o vestido de , que vinha logo atrás tentando me fazer mudar de ideia.
Sei que ficamos naquele local por mais tempo do que era esperado. Ela teve, também, de passar na vinícola local, o que me fez ter a possibilidade de caminhar pelas plantações, observando atentamente cada um que trabalhava ali.
- Quer dizer que, toda primeira vez que nós ficamos sozinhos, tem que ser aqui? – ouço a voz do primo de minha melhor amiga indagar, me fazendo suspirar.
- Aqui que nos conhecemos? – indago, olhando em sua direção. O mesmo estava montado num cavalo, e logo sorriu de lado.
- Não finja que não se lembra, . – ele fala, me fazendo rolar os olhos. – É, nos conhecemos aqui.
- E, me deixe adivinhar, você é o novo dono? – indago novamente, cruzando meus braços em seguida.
- Alguém precisava cuidar dos negócios do George, né? – ele indaga, descendo do cavalo em seguida.
- E você tem que aparecer mais uma vez de cavalo. – falo, dando um sorriso de lado em seguida.
- Posso aparecer quantas vezes você quiser, . Você sabe disso. – fala e manda uma piscada, que me fez corar instantaneamente. – me contou o que aconteceu com os vestidos.
- É eu preciso perguntar no atelier quem foi a culpada. – falo, dando de ombros em seguida. – Mas eu já vou resolver.
- Eu tenho uma máquina de costura. Ela era da esposa de George, e eu nunca tive coragem de jogá-la fora. Você quer ver se ainda funciona? – ele indaga, apontando para o enorme casarão que estava a nossa frente.
- Acho que posso ver, mesmo que trabalho mecânico não seja a minha praia. – falo, dando uma risada fraca em seguida. Ele me acompanhou, caminhando para dentro da casa comigo ao seu encalço.
A casa era bonita, mas parecia ser bem antiga. Alguns empregados caminhavam por ela, carregando alguns equipamentos.
- O casamento será aqui, está sabendo? – ele indaga quando chegamos às escadas. Concordei. – Eu insisti, já que tem espaço o suficiente para duas festas de casamento, e eles poderiam chamar mais gente, se fosse necessário.
- Acabou que a lista chegou a quinhentas pessoas. – falo, rindo em seguida.
- Eu não sei aonde eles conhecem tanta gente assim. – ele fala, abrindo uma porta.
A máquina de costura estava encostada na parede. entrou primeiro, tirando algumas coisas que estavam em nosso caminho, além de termos que desviar das teias de aranha que estavam espalhadas. Ele agachou em frente ao equipamento, passando um pano que estava no bolso de sua calça, tirando um pouco da poeira que estava ali.
- Acho que posso consertar. – começa, me olhando após alguns segundos.
- Eu precisava o mais depressa possível. Será que dá tempo? – indago e ele deu de ombros.
Fiquei mais um tempo encarando a máquina, até que ouço me chamar para irmos embora. Despedi-me de com um aceno, indo logo para o lado de fora do enorme casarão, entrando no carro logo depois.
- Você conheceu a casa? – indaga com um sorriso no rosto, enquanto trocava a marcha do carro. – Detesto essa caminhonete. Por que eu não pude comprar um carro automático?
- Eu fui atrás da máquina de costura que tem. Ele me disse que tem uma lá. – falo, dando de ombros em seguida.
Fomos o restante do caminho ouvindo músicas que tocavam no carro e, vez ou outra, falando alguma coisa. Eu tentava pensar na ideia de como iria fazer dois vestidos em tão pouco tempo, já que o casamento era daqui a quatro dias, e o tempo estava correndo rápido demais.
- Vamos fazer a noite da pizza aqui, hoje. – fala assim que entramos na cozinha, apontando para as sacolas. – Acho que seu primo vem.
- Desse jeito não teremos dinheiro para a nossa lua de mel. – fala, rindo em seguida.
Subi as escadas com pressa, logo entrando em meu quarto. Fiquei as horas restantes da tarde e uma parte da noite desenhando esboços novos de vestidos.
- Você está ocupada? – ouço a voz de e meu coração acelera de imediato. Eu me sentia uma adolescente quando ele se aproximava o que não era bom. – Eu trouxe algo.
E eu o fito, encontrando a máquina em seus braços. Dei um sorriso, e ele logo colocou a máquina em cima de minha cama.
- Você consertou? – indago, parando ao seu lado para poder observar.
- Eu passei o resto do dia consertando. – ele diz, rindo fraco em seguida. – Eu não queria que você se prejudicasse. E muito menos a . Você sabe, ela é como uma irmã pra mim.
- É eu sei bem. – falo, apertando sua mão em seguida. – Obrigada, . Eu realmente fico te devendo uma.
- Eu posso cobrar agora ou depois? – ele indaga, aproximando-se de mim.
Não sei se estava tão quente assim ao nosso redor, mas eu estava queimando, não no sentido literal. Ele realmente mexia muito comigo, e o pior, ele sabia!
- Agora, se quiser. – sussurro; ele dá um sorriso.
Como eu adoro esse sorriso, e tudo o que habita nesse ser tão lindo e cafajeste, na mesma medida, sem tirar nem pôr.
Antes que pudéssemos acabar com toda aquela distância, ouço nos chamar do andar de baixo, avisando que uma das pizzas já estava pronta.
- Precisamos ir. – murmuro, tentando controlar o meu desejo de agarrá-lo e nunca mais descer daquele quarto.
- Podemos ficar aqui mais um pouco. – ele resmunga, e logo seu dedo toca o meu queixo.
Antes que eu pudesse cometer uma loucura, separei-me do , que me olhou desapontado. Suspirei profundamente, saindo do quarto em seguida.
Enquanto descia as escadas e tentava não desmaiar ou cair muito feio, eu pensava no que havia acontecido. E se não nos chamasse?
Entrei na cozinha, sentando numa cadeira que pudesse ficar longe o suficiente do rapaz, que desceu pouco tempo depois. Conversamos sobre assuntos aleatórios, enquanto bebíamos a garrafa da vinícola de .
- Eu poderia beber isso aqui pelo resto da minha vida. – fala, mexendo a taça entre seus dedos.
- Por sorte, o primo da sua futura esposa é dono dela. – diz, rindo em seguida.
- Assim fica parecendo que ele me pediu em casamento por causa desse vinho. – diz, gargalhando em seguida.
- E não foi? – indaga, fazendo todos na mesa rirem.
- O papo está ótimo, mas eu preciso começar um dos vestidos. De preferência o da . – falo, terminando a minha taça de vinho.
- Traz a máquina pra cá. – fala, me fazendo negar. – Fica mais um pouco conosco. Eu não estou conseguindo aproveitar a minha melhor amiga.
- Você é sempre assim, tão carente? – indaga se levantando da cadeira. – Eu vou pegar a máquina de novo.
- Não precisa, ! – exclamo. Ele bufa, subindo as escadas em seguida. – Olha o que você faz, .
- Eu? Ele que faz de tudo para ficar perto de você e eu que sou culpada? – ela indaga retoricamente, me fazendo rolar os olhos, mas também corar violentamente. – Ficou com vergonha agora?
gargalhou, levantando da cadeira e sumindo de meu campo de visão. Depois de um tempo, aparece junto da máquina, colocando-a em cima da mesa. Encarei o , que deu de ombros, sentando-se ao meu lado.
- Você ainda tem as minhas medidas? – indaga e eu concordei.
Não sabia exatamente quantas taças de vinho eu tomei, quantas vezes fui “espetada” por uma agulha ou quantas vezes senti o olhar de sobre minha pessoa, mas sei que fui dormir bem tarde por conta desse vestido, que não estava nem na metade.
Ah, por que nada parecia colaborar comigo naquela semana?



Parte III

Prometo que isso nunca mais irá se repetir, senhorita .
- Assim eu espero, Karen. Ou serei obrigada a demiti-la por justa causa. – falo, ouvindo a respiração acelerada de minha funcionária do outro lado da linha. – Tenha um bom dia.
A senhorita também.
E logo encerro a ligação, suspirando profundamente em seguida. Eu andava tão estressada com esse casamento.
Faltavam três dias para o casamento. Acordei antes mesmo de o sol nascer, tentando fazer mais alguma parte do vestido de , enquanto a mesma organizava algumas outras pendências junto de para o grande dia.
- Você precisa descansar. – fala me entregando uma xícara de café.
- Eu preciso terminar o seu vestido, ou você irá se casar em trapos? – indago após virar uma parte do líquido quente em minha garganta.
- Eu não me importo, sabe o motivo? – ela indaga, sentando em minha cama em seguida. – Por que eu tenho meu noivo, a minha melhor amiga e a minha família comigo. Sei que pode haver alguns comentários maldosos, mas nada que interfira na minha felicidade no dia.
Dei um sorriso, colocando a caneca em cima da minha mesa.
- Eu vou te dar o melhor vestido de noiva do mundo! – falo, segurando suas duas mãos.
- Vindo de você, eu não duvido. Eu fico namorando as suas roupas quando vejo em revista ou na Internet. – ela diz, me fazendo gargalhar. – É sério! Cada uma mais linda que a outra, eu só consigo pensar no trabalho que dá.
- Moda não é sua praia, né? – indago e ela concorda.
- Em partes. Eu adoro vestir, mas fazer? Nem pensar! – ela exclama, me fazendo gargalhar ainda mais alto. – E você e ?
- O que tem eu e ele? – indago, olhando para o chão em seguida.
- Vocês no quarto, sozinhos. O que aconteceu? – ela indaga, sorrindo maliciosamente.
- Não aconteceu nada. – falo, virando minha cadeira para a máquina de costura.
- Mas foi quase? – ela indaga, ficando na minha frente.
- Não vou falar nada. – falo e ela bufa.
- Por favor, . – ela fala, juntando as duas mãos como se estivesse implorando por algo. – Eu preciso saber.
- Ele veio aqui, me entregou a máquina e só. – falo e ela rola os olhos. – É sério, .
- , você não me engana, muito menos o meu primo me engana. Eu sei que rolou alguma coisa entre vocês ontem. E sei que ainda tem alguma coisa aí dentro. Só não sei se é algo positivo ou negativo. – fala, suspirando logo em seguida. – Eu só espero que tudo termine bem, mesmo que cada um vá viver sua vida.
- E vai terminar tudo bem. Eu te prometo. – falo e ela assente, levantando em seguida. – Agora, pode me deixar trabalhar?
- Eu preciso resolver algumas coisas da despedida de solteira. – ela fala, saindo do meu quarto em seguida.
Enquanto eu costurava, cortava algumas coisas e rezava para que ele ficasse pronto logo, eu me via pensando em . Me via pensando em como eu ansiava por um toque de sua parte, e como eu queria que ele continuasse o que paramos ontem à noite, antes de irmos comer pizza.
Parei na hora do almoço. Cozinhei um macarrão para mim e para , enquanto a mesma estava ocupada com seu próprio casamento.
- Me lembre de nunca me casar. – falo e ela gargalha, rolando os olhos em seguida.
- Você vai se casar. E eu já sei exatamente com quem. – ela fala, mexendo as sobrancelhas para baixo e para cima, me fazendo rir.
- E com quem? – indago.
Antes que ela pudesse me responder, o dono de 99% de todos os meus pensamentos desde ontem à noite apareceu. Usava uma calça comum e uma regata, mostrando todas as tatuagens que estavam ali, além do bronzeado impecável de sua pele.
- Você invade a minha casa assim, sem mais nem menos? – indaga enquanto o rapaz beija sua testa. – Não adianta me comprar com beijinho. Sabe que não funciona.
- Eu vim ver se está arrumando tudo para a despedida de solteiro dele. – ele fala, acenando com a cabeça em minha direção. – E você? Já decidiu?
- Eu vou fazer aqui mesmo. – ela fala, dando de ombros em seguida.
- Eu contatei alguns gogo boys. – falo, vendo os olhos dos dois se arregalarem. – O que foi? Esse é meu presente de casamento.
- vai passar a te odiar. – fala, arrancando uma risada de . – Se cuidem, tá?
- Só eu preciso me cuidar. é solteira. – diz, e logo me encara, dando um sorriso de lado.
- É mesmo. Esqueci disso. – ele fala, me fazendo rolar os olhos. – A máquina continua funcionando?
- Ela está ótima. Eu não lembrava como era cansativo fazer aquilo. – falo, arrancando uma risada fraca de . – Mas, obrigada. Você realmente salvou esse casamento.
- Eu vou te cobrar depois, tá? – ele indaga, mandando uma piscadela e saindo da cozinha em seguida, deixando as minhas bochechas vermelhas que nem dois tomates.
- Cobrar o quê? ! – fala, batendo em meu ombro logo depois. – Me conta logo o que aconteceu!
- Nós quase nos beijamos. Foi só isso. – falo, dando de ombros em seguida.
- Só isso? ! Vocês ainda se gostam? – ela indaga, agarrando meus braços em seguida.
- Eu não sei?! – falo e ela rola os olhos. – Chega de falar nisso.
- , está tão óbvio que você prefere NÃO ver. – ela diz, subindo as escadas em seguida, me deixando sozinha para pensar.
E será que eu realmente continuo gostando dele, depois de tanto tempo?

(...)

- me contou o que aconteceu com o vestido. – Tanya diz ao entrar em meu quarto, sentando-se em minha cama em seguida. – Mas ela não me disse que você era tão rápida.
- Estou tentando fazer o meu melhor. – falo e ela gargalha. Logo ela começa a me encarar, e eu paro o que estou fazendo. – O que estou fazendo?
- Você continua a mesma de dez anos atrás. – ela diz. – A mesma carinha de adolescente sonhadora e apaixonada.
- Apaixonada? – indago, virando a cadeira em sua direção.
- Sim, apaixonada. Ou você não sabe? – ela indaga. – Vou deixar você pensar nisso. Vim somente avisar que a janta já está pronta.
- Tanya, você acha que eu estou apaixonada? – indago quando ela para na porta do meu quarto.
- Ah, criança, isso só você poderá dizer. – ela diz, mandando uma piscadela e saindo do quarto logo em seguida.
Aquela frase quase me fez entrar em desespero, me fazendo desistir do que eu fazia e ficar deitada em minha cama. Não jantei, não coloquei meu pijama, não fiz mais nada. Só lembro-me de dormir pensando se estou realmente apaixonada.
E, bom, entrei em desespero quando a resposta que veio em minha cabeça foi positiva.



Parte IV

O dia anterior a despedida de solteiro começou ensolarado. Eu já estava finalizando o vestido de . A mesma estava no centro da cidade, comprando coisas para o dia seguinte com algumas madrinhas, além de, é claro, Tanya e algumas parentas de , que participariam da nossa comemoração do dia seguinte.
- Decidiu ficar em casa? – indaga ao entrar na cozinha, me fazendo saltar de susto. – Não foi minha intenção.
- Eu sempre esqueço que essa casa não é minha. – falo e ele dá de ombros. – Você deveria estar trabalhando ou vendo algumas coisas para a despedida de solteiro de , não?
- Eu vim ver você. – ele fala, fazendo meu coração acelerar. – E o vestido?
- Ele já está quase finalizado. – falo, terminando o meu café.
- Eu sinto sua falta. – ele sussurra bem próximo de meu ouvido, fazendo um arrepio percorrer todo meu corpo. – Já pensou que poderia ser nós dois?
- Nós dois? – indago, virando meu corpo para olhá-lo.
- É. Nosso casamento. – ele diz, sorrindo de lado. – Você ficaria linda num vestido de noiva.
- , por favor... – começo; faltava pouco para meu coração sair pela minha boca. – Você que fez isso.
- Você que foi embora. – ele fala. – Como eu desejei ir atrás de você. Como eu desejei te pedir pra voltar comigo.
- E por que não o fez? – indago me levantando da banqueta, parando bem perto dele. – Eu queria que você fizesse isso. Eu esperei por meses.
- É tarde demais? – ele indaga, tocando minha nuca com a sua mão esquerda, enquanto a direita segurava a minha cintura, aproximando nossos corpos. – Porque, você sabe, eu ainda estou aqui por você. E, com toda a certeza do mundo, sempre estarei.
Aquelas palavras me fizeram suspirar, num misto de surpresa e desejo, enquanto eu controlava as batidas do meu coração. Seu nariz tocou o meu e todo meu autocontrole e todas as juras que fiz de nunca mais encontrá-lo em minha vida foram embora, assim como a distância que havia entre nós.
Quando seus lábios tocaram os meus, eu senti meu coração disparado. Não, estava além do disparado. E eu sabia disso.
- Eu também sentia sua falta. – murmuro, antes de beijá-lo mais uma vez.
Ah, como eu queria permanecer ali durante o dia todo.

(...)

A casa de estava toda enfeitada. Como seria na área da piscina, havia bebidas em coolers e algumas comidas além de, é claro, a área onde teríamos as brincadeiras.
Passou um dia desde o meu beijo com , e nós não falamos sobre isso. Nós não nos vimos desde então, e eu preferia abstrair e deixar que todo o sentimento que estava rolando. Nem mesmo sabia do acontecido.
- O que está acontecendo com você? – indaga quando termina de colocar uma bola na piscina. – Você está distraída. Aconteceu alguma coisa? Fizeram algo com você?
- Eu estou bem. Só estou preocupada com os gogo boys. – falo e ela gargalha, colocando a mão no rosto.
- irá te odiar. – ela diz. – Podemos nos arrumar?
Fomos para o andar superior. Enquanto passávamos nossas maquiagens e víamos nossas roupas, as pessoas chegavam. Tanya já nos fazia companhia, falando que estava ansiosa para ver como aquela noite terminaria, além de nos contar sua experiência com as de suas amigas antigamente.
- As de antigamente eram insuportáveis. Tínhamos que ficar conversando e jogando jogos de tabuleiro, enquanto os rapazes iam beber em algum bar. Teve uma vez que eu cogitei me vestir de homem para ir a uma. – ela diz, me fazendo rir. – Sorte que, hoje em dia, vocês são mais modernas, e contratam strippers.
- Será que o fez isso com o ? – indaga, rolando os olhos em seguida.
- Bem provável. Você conhece o seu primo. – falo e ela concordou, finalizando com a prancha em seu cabelo. – Você precisa ir rápido. Suas convidadas estão chegando.
- Espero que tudo dê certo, essa noite.
E eu, secretamente, desejava o mesmo.
Descemos as escadas, logo indo para a área da piscina, que ficava na parte de trás da casa. Cumprimentei algumas pessoas, indo pegar uma cerveja para mim, quando ouço meu telefone apitar, mostrando uma mensagem... De ?

: Espero que você esteja bem. Eu ainda não esqueci o que aconteceu ontem.
: Como você conseguiu o meu número?
: Pedi a quando tive de consertar a máquina, mas esperei uma oportunidade para te mandar uma mensagem.
: Essa foi sua oportunidade? Numa despedida de solteiro?
: Foi.
: Estão todos se divertindo aqui. E aí?
: E isso interessa?
: Interessa a minha pessoa saber se você está se sentindo bem aí.
: Está se divertindo, ?
: Estou. E você, está?
: Minha diversão está sendo conversar com você.

Aquela mensagem me fez ter calafrios. não prestava atenção em mim, estava concentrada demais em cumprimentar as pessoas.

: Tem algum stripper aí?
: Tem algum aí?
: Bem que eu queria. pediu que não colocasse.

Quando eu ia responder, ouço a campainha.

: Bom, aqui acabou de chegar. Irei me divertir.
: !!!!!! Por favor, cuide de .
: E cuide de si mesmo.
: Você pode me responder?

- Agora sim a festa está completa! – Tanya exclama enquanto vinha, junto da equipe que contratei para aquela noite, em especial.
Ignorei as mensagens de , desligando o telefone e indo aproveitar a minha noite.

’s POV

Décima ligação que ela não atendia. estava do meu lado, estressado, e quase indo até a casa de .
- Eu preciso ir atrás dessa garota. – ele fala, sendo segurado por alguns de seus amigos.
- Você não vai fazer nada. – falo e ele arqueou a sobrancelha.
- Não sei se você sabe, mas a sua namoradinha de colegial também está lá. – ele fala, me fazendo rolar os olhos.
- E eu sei disso. E por que eu faria alguma coisa? Estamos separados. – falo, dando de ombros em seguida.
Na verdade, a ideia de ver alguém chegando perto de era louca, mas eu conseguia me controlar. E precisava, é claro, se eu quisesse ter algo com ela novamente.
- A é minha noiva. – fala, colocando o copo de Martini em cima do balcão.
- E você precisa confiar nela. Ou nem haverá casamento. – falo e ele assente, suspirando em seguida.
O restante da nossa noite foi tentando convencer a não cometer nenhuma loucura, enquanto eu digitava mensagens e mais mensagens para , que realmente me ignorava.

: Eu acho que estou precisando de você.
: O que houve?
: Acho que estou sentindo muito sua falta. Desde ontem.
: Você está bem?
: Você pode me encontrar, tipo, agora?
: Aonde, ?
: Eu não consigo dormir. Estou pensando em você.

E, junto daquelas palavras, veio uma foto dela. Meu coração parou em minha boca. Seu rosto estava corado, mostrando que havia bebido demais. Ela sempre ficava assim quando passava da conta.

: Eu preciso de você comigo essa noite.
: Daqui a pouco eu saio daqui.
: Você não sente minha falta? Pelos velhos tempos?

Ah, . Se você soubesse como eu sentia sua falta, não estaria fazendo esses joguinhos comigo.

: Eu acho que vou precisar de outra pessoa para passar a noite.

- Eu preciso ir embora. – falo para , enquanto pego um dinheiro no bolso de minha calça, deixando de qualquer jeito em cima do balcão.
Eu não sabia quantas leis de trânsito infringi até chegar à casa de . A mesma ainda estava com suas convidadas no quintal, me fazendo subir escondido até o quarto de , que estava com a porta entreaberta.
- E não é que você veio? – ela indaga, e eu logo a vejo sentada na cama.
- Você bebeu demais, . – falo enquanto ela se levanta, caminhando em minha direção. – Vem, você precisa de um banho.
- Você vai cuidar de mim? – ela indaga enquanto passeia seus lábios em meu pescoço e colo, me fazendo suspirar profundamente.
Tudo que eu precisava: e um calor além do esperado.
Enquanto eu mantinha a postura e caminhava com ela até o banheiro que ficava no quarto, pensava em como eu ficaria se ela tirasse sua roupa. Ela não poderia fazer isso, ou poderia? Pelo menos eu receava que sim.
Logo ligo o chuveiro, e ela tira seu hobby, me fazendo olhar seu corpo por mais tempo do que eu pretendia. Ela entrou, praguejando aos sete ventos como aquela água estava gelada.
- Você quer que descubram que eu estou aqui? – indago a ela, tentando controlar o tom de minha voz, tampando sua boca com a minha mão.
- Você sabe como calar a minha boca. – ela fala, dando um sorriso. E que sorriso.
Ela me tinha em suas mãos como um patinho, e sabia disso. Ela realmente sabia.
Peguei uma toalha que estava pendurada, entregando a ela. Ela sorriu, se enxugando e logo saindo de dentro do Box, caminhando em passos lentos até o seu quarto. Arrumei toda a bagunça, indo para o quarto em seguida.
E lá estava ela, terminando de colocar a camisa do seu pijama curto, que marcava ainda mais seu corpo, me levando a loucura. Ela estava realmente fazendo da minha noite um inferno. E o pior? Eu estava gostando.
- Tira sua camisa. – ela fala quando senta na cama, cobrindo suas pernas com a manta. – Você está molhado. E não pode dormir com roupa molhada.
- Eu vou dormir aqui? – indago e ela rola os olhos.
- Eu fui especifica na minha mensagem. – ela diz, dando de ombros em seguida.
Tirei a camisa, e ela sorriu, antes de olhar em meus olhos pela primeira vez na noite inteira.
E foi ali que eu percebi o que ela tanto queria. E eu também.
- Você continua tão gostoso. – ela fala, dando uma risada em seguida. Dei um riso fraco, antes de caminhar em sua direção.
Enquanto eu me deitava, ela beijava meu queixo, além de toda a minha bochecha e a barba. Como reflexo, toquei sua cintura, colando ainda mais nossos corpos.
- Eu preciso muito de você, . E não é para me ajudar com a bebida. – ela fala, beijando meus lábios em seguida.
Fiquei por cima dela, acariciando seu corpo, enquanto eu beijava seus lábios, indo à loucura. Ela me levava do céu ao inferno em cinco segundos.
Quando parei por alguns segundos, vejo seu rosto corado. Mesmo com a luz fraca do abajur, dava para ver exatamente como seu rosto estava. Ela me lançou um sorriso, antes de me puxar pela nuca e me beijar mais uma vez. Um beijo ainda melhor do que o do dia anterior. E o que eu dei há alguns segundos.
- Vamos apenas dormir, tudo bem? – ela indaga enquanto eu mordisco seu pescoço, assentindo em seguida. – É quase impossível, mas precisamos. Eu preciso.
E eu sorri, dando um selinho nela, voltando para minha posição inicial. E ela se aconchegou em meu braço, apoiando sua cabeça em meu peito. Deixou ali um beijo, antes de pegar no sono, me deixando com cara de idiota apaixonado.
E foi ali, dormindo com a , que eu percebi que todos os meus sentimentos de dez anos atrás nunca foram embora, só esperaram aquela garota aparecer em minha vida novamente.



Parte V

’s POV

Acordei no dia seguinte sentindo um afago delicioso em meu cabelo. Abri os olhos lentamente, vendo ali, me observando, e um lindo sorriso em seu rosto.
Não me assustei. Não gritei. Eu lembrava exatamente o que aconteceu na noite anterior. Cada mínimo detalhe, cada olhar, cada mensagem, cada palavra e, bom, cada beijo. E, preciso admitir, eu sentia falta disso.
- Nós precisamos nos levantar. – ele sussurra, enquanto passa seu nariz em meu pescoço. Aquilo deixou um arrepio gostoso.
- Você precisa ir embora. – falo e ele concorda. – Como que você vai?
- Acidentalmente minha prima deve ter visto meu carro estacionado. – ele diz, me fazendo gargalhar. – Eu gosto de como estamos. Eu gosto de estar assim com você.
- Eu também gosto. – falo, antes de ele me dar um selinho. – Mas você precisa ir. O casamento começa em algumas horas.
- Eu sei. – ele diz, me fazendo sorrir. – Eu vejo você mais tarde?
- Talvez? – indago e ele me dá outro beijo, levantando da cama e pegando sua camisa. – Obrigada pela noite, . Mesmo que não tenha acontecido nada do que queríamos.
- Claro que aconteceu, . Eu queria estar assim com você. – ele diz enquanto calça seus tênis, pegando sua jaqueta na cadeira. Ele me deu outro beijo, antes de sair pela minha janela, me fazendo gargalhar.
Eu fiquei deitada por um longo tempo. Sabia que tudo estava uma loucura no andar de baixo ou até mesmo no quarto de , mas eu só conseguia sorrir e ficar ali, relaxada. Ele me deixava assim. E eu gostava dessa sensação.
Levantei após longos minutos, fazendo minha higiene e colocando uma roupa apropriada, indo para o quarto de , que estava fazendo seu penteado.
O vestido estava pendurado. E eu havia me esquecido totalmente de fazer o meu. Mas eu não estava me importando. Não naquela manhã.
- Você acordou! Como está? – ela indaga, vendo seu penteado pelo espelho pequeno que estava em sua mão. – E ? Já foi embora?
- Como sabe que ele estava aqui? – indago, escondendo meu rosto com as mãos.
- Eu vi o carro estacionado. Além de que dava para ouvir vocês dois se beijando aqui do corredor. – ela diz, gargalhando em seguida. – Eu fico feliz que vocês estejam bem.
- E eu não tenho um vestido. – falo e ela negou.
- Acidentalmente, eu acabei encontrando algo que pode servir para você. – Tanya diz, e só agora percebo que ela estava ali o tempo todo. – Está nessa caixa aí. A rosa.
Caminho em direção a cama, pegando a caixa que estava ali. Abri a mesma, vendo um vestido longo e rosa claro, da mesma cor que era da festa.
- Ele é lindo, Tanya! – falo, colocando-o em frente ao meu corpo. – Posso experimentá-lo?
- Sim, mas dá um jeito de tirar esse cheiro horroroso, não quero meu neto passando mal enquanto está com você. – ela fala, me fazendo corar violentamente.
Enquanto eu colocava aquele vestido, pensava na felicidade repentina em que eu me encontrava. Eu estava bem com o meu antigo namorado, o mesmo que eu jurei nunca mais encontrar. Estava prestes a ser dama de honra no casamento da minha melhor amiga e eu consegui fazer um vestido de noiva em quase quarenta e oito horas. Eu estava delirando de felicidade.
Fiz alguns ajustes rápidos no vestido, e logo depois fui fazer minha maquiagem, recebendo alguma mensagem.

: Você deve estar linda.
: Mas você não está me vendo.
: E desde quando eu preciso ver você para saber que está linda?

Aquilo me fez sorrir feito uma idiota, sentindo as malditas sensações que li em livros românticos. E somente ele me causava isso.
A maquiadora terminou a minha maquiagem pouco antes de irmos para a vinícola. Consegui arrumar meu cabelo sozinha, colocando a minha roupa e pegando o buquê de margaridas que havia separado para mim.
- Você está linda! – ela diz, me abraçando em seguida. – Eu nem acredito que já está chegando a hora!
- Sim, está chegando! – exclamo, segurando a barra de seu vestido, caminhando com ela para o andar de baixo, onde estava a esperando.
Ele estava maravilhoso naquele smoking. Ele deu um sorriso assim que viu , caminhando em direção a escada.
- Eu tenho a segunda noiva mais linda do mundo comigo. – ele diz ao esticar seu braço para que ela entrelaçasse com o dela.
- E qual seria a primeira? – ela indaga, gargalhando em seguida.
- Eu preciso dizer o nome ou você já sabe? – ele indaga. Ela concordou, apontando com o buquê em minha direção. Aquilo me fez corar violentamente, além de rolar os olhos e caminhar rapidamente para o lado de fora da casa.
O fotógrafo tirava fotos de sozinha. estava parado ao lado do profissional, conversando com ele alguma coisa que eu não conseguia escutar de tão longe.
- Bom, aqui estamos nós. – Tanya diz, me fazendo sorrir e fitá-la. – Eu espero que vocês sejam felizes.
- Eu vou para a Itália amanhã pela manhã. – falo e ela suspira. – Eu já consegui as passagens.
- E é o que você quer? – ela indaga, arqueando uma das sobrancelhas. Concordei, olhando para novamente.
- Eu tenho uma vida por lá, Tanya. E, mesmo que eu quisesse, tem uma vida por aqui. Nunca daremos certo. – falo e ela bufa.
- Vocês simplesmente desistem. – ela fala, entrando na limusine em seguida.
Entrei logo depois, antes de entrar. foi à frente com o motorista, explicando para ele todo o trajeto até a sua vinícola, que não ficava tão distante da casa onde estávamos.
- Você está linda. – ele diz assim que chegamos me dando um selinho em seguida.
- Você não está nada mal. – falo e ele gargalha, arrumando sua gravata borboleta. – Você vai se sair bem.
- Eu só não estou acostumado. Ela está se casando. Ela é minha irmãzinha, sabe? – ele indaga. – Eu estou dando a coisa mais preciosa que eu tenho. Você sabe, é tudo que eu tenho, além de vovó.
- Não mesmo. Agora você tem a mim e eu tenho você. – falo e ele sorriu, me beijando rapidamente. – Você vai borrar todo o meu batom.
- Eu compro uma fábrica, se você quiser. Só quero beijar você. – ele sussurra antes de me dar um selinho.
A cerimonialista nos chamou, avisando que a cerimônia iria começar e que precisávamos nos posicionar.
entrou algum tempo e não viu . Tanya entrou com o pai do noivo, e logo eu entrei, sorrindo para as pessoas que tiravam fotos minhas, ansiosas pela noiva. Logo todos os padrinhos e madrinhas entraram, e as portas se fecharam, tampando a visão de todos de verem .
Logo a marcha nupcial começou, e as portas se abrem novamente. Vejo sorrir e logo começar a chorar, sendo consolado pela mãe. Logo ele desceu, e pegou na mão de , enquanto falava algo para os dois, o que os fez rir um pouco.
A cerimônia correu bem. Chorei por alguns momentos, até que anunciaram que os noivos fariam seus votos.
- Bom, acho que eu tenho que começar, não é? – indaga, arrancando algumas gargalhadas pelo local. – Eu te conheço desde aquele primeiro dia de aula, aquele que você roubou minha caixa de leite e foi atrás de você. Ele te ameaçou e disse que, se você roubasse mais alguma coisa minha, ele te mataria. Bom, você roubou meu coração, mas que bom que ele não te matou, né? Imagina se ele tivesse feito isso. , você é um dos homens mais incríveis do mundo, se não o mais incrível. Eu agradeço todo dia por ter alguém como você comigo, para me ajudar, me guiar e sempre me dar os melhores conselhos, afinal, de que serviria namorar um psicólogo sem ter seus conselhos maravilhosos? Você é tudo que eu sempre pedi, almejei e consegui. Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto. Você não faz ideia do tanto. Agora conseguimos dar um passo maior no nosso relacionamento, e espero que seja o primeiro de muitos. Você significa tudo para mim e eu não tenho palavras para descrever tudo o que sinto perto e longe de você. Obrigada por me fazer a mulher mais realizada do mundo.
E logo todo o local foi tomado por uma salva de palmas. Algumas pessoas choravam em seus lugares, enquanto outras tiravam fotos.
- Bom você roubou todo o meu discurso, . – fala enquanto limpa uma lágrima. – Eu tinha todo um discurso na minha mente, mas, quando você entrou aqui, eu tive um branco e um deja vu. Sim, um deja vu. Parecia a primeira vez que eu a via na minha vida, e todas as sensações que eu senti naquele dia voltaram ainda mais fortes. Eu senti vontade de correr e ficar ali, no meio de todos, com você. Eu queria fazer você andar mais depressa, mas aí eu perderia uma das melhores visões do mundo: ver você andar até a mim com um vestido de noiva. Eu agradeço diariamente a você, e você sabe disso, mas, agora na frente de todos, eu preciso reformular a frase. , obrigado. Obrigado por me fazer o homem mais feliz, realizado, maravilhado e apaixonado do mundo. Obrigado por ser essa mulher que me faz ir às nuvens por segundos, que me faz levantar todo dia somente para poder ver seu sorriso, e que me motiva ainda mais nos meus sonhos, que, com toda certeza, realizarei com você. Não chegamos nem na metade da vida que iremos ter, mas é um bom começo. Você é tudo que eu sempre desejei e além, e ter a certeza de que vou passar o resto de minha vida com você me faz feliz. Mais uma vez, obrigado por tudo, principalmente por não desistir de mim e do nosso amor. Ele, assim como você, significa muito para mim.
Logo eles trocaram a aliança, e anunciaram que eles poderiam se beijar. Todos comemoraram, além de tirarem mais fotos.
Eu saí acompanhada de , que me esperava para podermos sair juntos. Quando entrelacei nossos dedos, ele beijou minha mão, sorrindo e caminhando comigo para irmos para o local onde seria a festa.
Assim que chegamos, foi falar com o pessoal, enquanto eu ia para a mesa da família, já que meu nome estava lá. Sentei junto de umas primas de , que conversavam entre si e não me davam atenção.
Durante toda a festa, evitei chegar perto de , e acho que ele entendeu, pois não se aproximou tanto. Eu queria facilitar as coisas quando eu fosse embora, mesmo que tudo que eu queira é ficar.
- Você não está feliz. – diz ao se sentar ao meu lado. – O que houve?
- Não aconteceu nada. – falo e ela rolou os olhos. – É sério.
- mal falou com você. E você mal falou com ele. Aconteceu alguma coisa? – ela indaga novamente, me fazendo suspirar.
- Eu só quero facilitar tudo quando eu for embora. – falo e ela suspira.
- Você vai embora? – ouço a voz de indagar e eu sinto meu coração disparado, além de querer chorar. – Você vai mesmo embora?
- Eu tenho uma vida e... – falo e ele começa a caminhar para o lado de fora da festa, me fazendo correr atrás dele. – !
- Não, . Não quero saber. – ele diz, me fazendo parar. – Dez anos se passaram. Eu me entreguei a você.
- E eu também me entreguei a você. – falo e ele rola os olhos. – Eu não posso abandonar tudo. Você tem a sua vida aqui e...
- E não tem a menor noção de que minha vida sem você é incompleta? – ele indaga, se aproximando em seguida. – Não tem noção de que tudo que eu quero é viver com você, não importa onde seja.
- Você tem a vinícola, . – falo e logo ele agarra minha cintura, colando nossos corpos. – E eu tenho o meu atelier.
- Eu amo Napa, mas, eu amo você ainda mais. – ele fala, fazendo meu coração saltar. – E, pode ser em qualquer lugar do mundo, eu vou atrás de você.
- Você não fez isso há dez anos. – falo e ele bufa, beijando minha bochecha em seguida.
- Eu faço agora. Só me diz sim. Diz que vai ficar comigo, seja aqui ou na Itália. – ele diz, se ajoelhando em seguida. – Eu não posso fugir de você para sempre. E, bom, talvez eu não queira.
Logo eu o abracei, derrubando nós dois no chão. Ele gargalhou, acariciando meu rosto em seguida.
- E a sua vinícola? – indago enquanto ele beija meu queixo.
- Sabe, acho que ela ficará bem melhor na Itália, não acha? – indaga, me beijando em seguida.
Logo ele girou seu corpo, ficando por cima de mim. E eu pouco me importava com a grama que poderia me sujar ou sujar o vestido de Tanya. Tudo o que importava estava ali, me beijando, e me fazendo sentir o coração acelerado.







Fim!



Nota da autora: Confesso que esse ficstape foi o mais difícil que eu tive que escrever na minha vida, ainda mais por se tratar de uma música que eu amo de paixão. Espero que tenham gostado!



Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.


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