there’s a bluebird in my heart that
wants to get out
but I’m too tough for him,
I say, stay in there, I’m not going
to let anybody see
you.
wants to get out
but I’m too tough for him,
I say, stay in there, I’m not going
to let anybody see
you.
PRIMEIRO
Tudo parecia piegas demais quando eu estava em sua presença. Inclusive todas aquelas pequenas coisas que, aos olhos de alguém que não estava apaixonado, beirava o ridículo: um cafuné em seu cabelo para fazê-la dormir em meus braços, meu choro contido quando assistimos Diário de uma Paixão pela milésima vez para que ela não me zoasse, ou o buquê mais exótico que eu poderia achar na floricultura da esquina do apartamento.
— Oi!
— Fique aí! — gritou ela antes de colocar os pés dentro do apartamento.
Encostei meu lado direito na porta e passei a observá-la voltar com sua câmera analógica. Joguei meu sorriso ladino, prendi os óculos escuros no topo da cabeça e lhe direcionei o buquê branco. Assim que ouvi o clique da câmera, amassei sua bochecha com meus lábios, que, diga-se de passagem, estavam extremamente beijáveis. Em seguida, se soltou de mim para desesperadamente ler o cartão que estava colado no buquê.
— “Álisso é uma planta que produz flores conhecidas por se apresentarem como um buquê de noiva. Seu nome popular é Flor de Mel, que se deve ao aroma adocicado que exala de suas pétalas. Ela me lembrou daquele seu perfume doce que eu adoro.” — ela leu em voz alta e me lançou um olhar carinhoso. — Eu amei, babe — se esticou para ficar na minha altura e pousou um selinho em meus lábios.
— Fico feliz que tenha gostado — falei ainda com meus braços estacionados em sua cintura. — O que você está fazendo? — estiquei meu olhar pelo apartamento e notei algumas velas espalhadas. virou o corpo, admirando a sala de estar.
— Achei que poderíamos jantar à luz de velas hoje — ela sorriu para mim, mas logo seu rosto passou a ficar sério. — Meu bem, seu nariz está sangrando — me puxou para dentro e fechou a porta rapidamente.
Passei dois dedos na região, sentindo-os ficarem molhados; olhei para eles e identifiquei o líquido vermelho. Então, joguei minha mala em algum lugar pelo sofá e me sentei com a cabeça inclinada para trás.
— Deve ser o clima, tá tudo bem — apertei a ponta do nariz por algum tempo, tentando conter o sangramento. seguiu para cozinha, voltando em seguida com um papel descartável.
Senti suas mãos pressionarem o local por algum tempo, então virei meu rosto para olhar para ela, que parecia assustada. Ficamos em silêncio por um tempo. Abracei-a de lado, apertando sua cintura para que ela me olhasse nos olhos.
— Eu senti muito sua falta — declarou. Ela retirou a mão do sangramento, notando que já estava melhor.
Sorri em agradecimento ao seu cuidado. Alisei seu rosto, pressionei meus lábios levemente nos dela, arrastando para suas bochechas. Em seguida, dei beijos por toda extensão do seu pescoço. se encaixou no meu colo, entrelaçando suas pernas em cada lado do meu corpo. Descansei minhas costas no sofá e a observei puxar sua camisa para cima, exibindo uma lingerie azul-marinho que se encaixava perfeitamente com seu tom de pele. Levantei meu rosto para seus olhos – eles estavam brilhando, sorrindo para mim. Minhas mãos passeavam por toda extensão da sua pele lisa, matando a saudade daquele corpo que eu não via há um mês. Seus fios loiros estavam jogados para um lado, me dando uma visão perfeita do seu pescoço. Levantei minhas mãos e passei-as pelo seu cabelo, roçando o polegar em sua bochecha. Ela suspirou com os olhos fechados, sentindo meu carinho em seu rosto.
— Eu também senti a sua falta — revelei.
selou nossa saudade com um beijo. Minha língua deslizou sobre seus lábios, então desapareceu em sua boca. Suas mãos agarraram a parte de trás da minha cabeça, colocando mais pressão em nossos lábios; as minhas estavam acariciando suas coxas. Um gemido voou com sua respiração pesada, potencializando meu desejo de tê-la. E eu amava os sons que ela fazia quando estava comigo, quando nossos corpos estavam em choque.
— Faça amor comigo hoje — pediu a minha garota com lábios avermelhados.
E foi com essa prece que passamos a noite em um ritmo lento, contemplando nossos corpos várias vezes, até a luz do dia arruinar minha felicidade.
🌅
— Hey! — a voz dela estava muito animada para quem tinha passado a noite em claro, e eu sabia a razão. — O que está fazendo?
— Estou no telhado vendo a cidade acordar. E você, por que não está dormindo? — lhe provoquei com a pergunta.
— Eu sei o que você vai dizer… Mas eu queria ficar acordada com você a noite toda, Harry.
— Essa é a última vez que você usa cocaína pra ficar acordada. Eu não me importo de só ter você dormindo nos meus braços, a sua presença já é suficiente.
— Eu sei, mas eu meio que me importo. Pelo menos dessa vez não vamos ficar tanto tempo sem nos ver — suspirou.
— É… — respondi um pouco pensativo. Me mexi no lugar, colocando os joelhos dobrados na altura do meu peito. A revista que estava em meu colo deslizou para o lado, me lembrando o que eu estava fazendo. — Babe, você está sentada sozinha?
— SIM! Como descobriu?
— Seu horóscopo está dizendo que seu dia vai ser de sorte, então… — dei de ombros.
— Você é um bobo, Harry — ela disse no meio de uma gargalhada. — E o que mais você está tentando adivinhar sobre minha vida?
— Hmm… Você está muito criativa. Nesse momento imagino que esteja com o notebook aberto tentando terminar seu próximo livro.
— Acertou, e o que mais?
— E está se sentindo sensível.
— Isso tudo é pra perguntar se eu sinto sua falta?
— Sim?
— Você sabe que sim. Te vejo em duas semanas, te amo.
E desligou.
Sua carreira como escritora tinha finalmente disparado, e sua turnê literária tomava todo tempo da sua vida. Enquanto estava gravando alguns filmes, eu conseguia vez ou outra encontrá-la em algum estado, mas seu sucesso havia tomado uma proporção maior. E agora minha garota estava no continente europeu por alguns meses.
A distância entre nós durante esse último ano me fazia sentir um vácuo, e eu preenchia ele com esses mecanismos fracos, como ler seu horóscopo. Era horrível ir de um lugar em que eu podia sentir e presenciar tudo o que estava fazendo quando estávamos juntos, para estar em um fuso horário diferente e tendo que adivinhar o que ela estava sentindo a ponto de acreditar fielmente na previsão do seu signo diariamente.
— Oi!
— Fique aí! — gritou ela antes de colocar os pés dentro do apartamento.
Encostei meu lado direito na porta e passei a observá-la voltar com sua câmera analógica. Joguei meu sorriso ladino, prendi os óculos escuros no topo da cabeça e lhe direcionei o buquê branco. Assim que ouvi o clique da câmera, amassei sua bochecha com meus lábios, que, diga-se de passagem, estavam extremamente beijáveis. Em seguida, se soltou de mim para desesperadamente ler o cartão que estava colado no buquê.
— “Álisso é uma planta que produz flores conhecidas por se apresentarem como um buquê de noiva. Seu nome popular é Flor de Mel, que se deve ao aroma adocicado que exala de suas pétalas. Ela me lembrou daquele seu perfume doce que eu adoro.” — ela leu em voz alta e me lançou um olhar carinhoso. — Eu amei, babe — se esticou para ficar na minha altura e pousou um selinho em meus lábios.
— Fico feliz que tenha gostado — falei ainda com meus braços estacionados em sua cintura. — O que você está fazendo? — estiquei meu olhar pelo apartamento e notei algumas velas espalhadas. virou o corpo, admirando a sala de estar.
— Achei que poderíamos jantar à luz de velas hoje — ela sorriu para mim, mas logo seu rosto passou a ficar sério. — Meu bem, seu nariz está sangrando — me puxou para dentro e fechou a porta rapidamente.
Passei dois dedos na região, sentindo-os ficarem molhados; olhei para eles e identifiquei o líquido vermelho. Então, joguei minha mala em algum lugar pelo sofá e me sentei com a cabeça inclinada para trás.
— Deve ser o clima, tá tudo bem — apertei a ponta do nariz por algum tempo, tentando conter o sangramento. seguiu para cozinha, voltando em seguida com um papel descartável.
Senti suas mãos pressionarem o local por algum tempo, então virei meu rosto para olhar para ela, que parecia assustada. Ficamos em silêncio por um tempo. Abracei-a de lado, apertando sua cintura para que ela me olhasse nos olhos.
— Eu senti muito sua falta — declarou. Ela retirou a mão do sangramento, notando que já estava melhor.
Sorri em agradecimento ao seu cuidado. Alisei seu rosto, pressionei meus lábios levemente nos dela, arrastando para suas bochechas. Em seguida, dei beijos por toda extensão do seu pescoço. se encaixou no meu colo, entrelaçando suas pernas em cada lado do meu corpo. Descansei minhas costas no sofá e a observei puxar sua camisa para cima, exibindo uma lingerie azul-marinho que se encaixava perfeitamente com seu tom de pele. Levantei meu rosto para seus olhos – eles estavam brilhando, sorrindo para mim. Minhas mãos passeavam por toda extensão da sua pele lisa, matando a saudade daquele corpo que eu não via há um mês. Seus fios loiros estavam jogados para um lado, me dando uma visão perfeita do seu pescoço. Levantei minhas mãos e passei-as pelo seu cabelo, roçando o polegar em sua bochecha. Ela suspirou com os olhos fechados, sentindo meu carinho em seu rosto.
— Eu também senti a sua falta — revelei.
selou nossa saudade com um beijo. Minha língua deslizou sobre seus lábios, então desapareceu em sua boca. Suas mãos agarraram a parte de trás da minha cabeça, colocando mais pressão em nossos lábios; as minhas estavam acariciando suas coxas. Um gemido voou com sua respiração pesada, potencializando meu desejo de tê-la. E eu amava os sons que ela fazia quando estava comigo, quando nossos corpos estavam em choque.
— Faça amor comigo hoje — pediu a minha garota com lábios avermelhados.
E foi com essa prece que passamos a noite em um ritmo lento, contemplando nossos corpos várias vezes, até a luz do dia arruinar minha felicidade.
— Hey! — a voz dela estava muito animada para quem tinha passado a noite em claro, e eu sabia a razão. — O que está fazendo?
— Estou no telhado vendo a cidade acordar. E você, por que não está dormindo? — lhe provoquei com a pergunta.
— Eu sei o que você vai dizer… Mas eu queria ficar acordada com você a noite toda, Harry.
— Essa é a última vez que você usa cocaína pra ficar acordada. Eu não me importo de só ter você dormindo nos meus braços, a sua presença já é suficiente.
— Eu sei, mas eu meio que me importo. Pelo menos dessa vez não vamos ficar tanto tempo sem nos ver — suspirou.
— É… — respondi um pouco pensativo. Me mexi no lugar, colocando os joelhos dobrados na altura do meu peito. A revista que estava em meu colo deslizou para o lado, me lembrando o que eu estava fazendo. — Babe, você está sentada sozinha?
— SIM! Como descobriu?
— Seu horóscopo está dizendo que seu dia vai ser de sorte, então… — dei de ombros.
— Você é um bobo, Harry — ela disse no meio de uma gargalhada. — E o que mais você está tentando adivinhar sobre minha vida?
— Hmm… Você está muito criativa. Nesse momento imagino que esteja com o notebook aberto tentando terminar seu próximo livro.
— Acertou, e o que mais?
— E está se sentindo sensível.
— Isso tudo é pra perguntar se eu sinto sua falta?
— Sim?
— Você sabe que sim. Te vejo em duas semanas, te amo.
E desligou.
Sua carreira como escritora tinha finalmente disparado, e sua turnê literária tomava todo tempo da sua vida. Enquanto estava gravando alguns filmes, eu conseguia vez ou outra encontrá-la em algum estado, mas seu sucesso havia tomado uma proporção maior. E agora minha garota estava no continente europeu por alguns meses.
A distância entre nós durante esse último ano me fazia sentir um vácuo, e eu preenchia ele com esses mecanismos fracos, como ler seu horóscopo. Era horrível ir de um lugar em que eu podia sentir e presenciar tudo o que estava fazendo quando estávamos juntos, para estar em um fuso horário diferente e tendo que adivinhar o que ela estava sentindo a ponto de acreditar fielmente na previsão do seu signo diariamente.
SEGUNDO
— “Deitados e observando o céu estrelado, pude perceber que Emily Dickinson, minha poetisa preferida, talvez tivesse razão quando escreveu que ‘a esperança é a que tem penas e repousa na alma’. Quando Asher pôs seus olhos em mim, eu sentia cada parte do meu corpo reverberar em esperança de uma nova vida. E todas as vezes em que ele cantava uma canção, ela não cessava em mim, mas flutuava por todo meu ser incompreendido.” — concluiu a leitura com um sorriso tímido no rosto. Ela odiava estar no centro das atenções.
Muitos aplausos tomaram o lugar da sua voz, alguns gritos histéricos e lágrimas escorridas de centenas de adolescentes. Elas estavam eufóricas para ter um minuto com sua escritora favorita, . Coloquei o dedo médio e o polegar unidos na boca, empurrando levemente a língua e formando um assobio. Seus olhos curiosos logo procuraram todo o ambiente por mim, me encontrando em um cantinho escondido da livraria. Pisquei para ela, que se derreteu em um sorriso.
Pouco mais de uma hora se passou até que todas as pessoas ali fossem atendidas e tivessem seus autógrafos em seus livros. Cheguei mais próximo da mesa, fiz questão de ser o último da fila.
— Para quem devo autografar? — ela perguntou sem levantar os olhos, abrindo o livro e segurando a caneta firmemente.
— Escreva o seguinte. “Obrigada por ser meu Asher, minha inspiração e minha devoção.” — falei convincente, esperando que ela risse. escreveu algo rapidamente algo e me entregou o livro.
— Odeio que seja tão convencido — ela colocou a língua para fora, fingindo nojinho.
— “Você tem o antídoto, Asher!” — abri a primeira página, lendo o que havia escrito. — Amar você é meu antídoto, ! — a observei exibir um sorriso dançante pelos lábios, e era uma pena que eu não podia beijá-la bem ali.
— Pare! Você me deixa muito sem jeito — ela disse, tímida, olhando para os lados com medo que alguém a visse flertando com um “fã”.
— Podemos ir? Quero te encher de beijos — sussurrei a última frase.
— Você pode me esperar lá fora, não vou demorar muito. Só preciso conversar com meu empresário, vai ser rápido.
Assenti rapidamente e me encaminhei para o lado de fora da livraria. As bicicletas que aluguei estavam em seu devido lugar e o céu evidenciava o horário perfeito para que saíssemos pedalando sob a luz do pôr-do-sol – as cores alaranjadas faziam quase meus olhos arderem de tão forte. Demorou ainda meia hora para que finalmente largasse suas obrigações, tocando em meu ombro quando me alcançou.
— Me desculpe pela demora — seu rosto estava claramente muito cansado.
— Eu imaginaria que você não tivesse tempo pra mim hoje — resmunguei, brincando. Fiz um pouco de drama, e em resposta recebi um tapa fraco no braço.
— Ai, pare! Depois eu que sou dramática — ela revirou os olhos. Um charme em pessoa.
— Tudo bem, enfim… Trouxe essas bicicletas pra aproveitarmos um pouquinho o ar puro da Itália.
— Adorei, adorei! — bateu palmas, empolgada. Pressionei meus lábios rapidamente em sua bochecha e lhe entreguei a bicicleta em seguida.
A região onde estávamos não costumava ser tumultuada. As pessoas circulavam vez ou outra na saída do trabalho para ir ao mercado ou passear com seus cachorros. Observei subir na bicicleta, encaixar as duas mãos no guidom e tentar se equilibrar ao dar as primeiras pedaladas. O vento soprava em seus cabelos, tornando seus fios mais luminosos com os últimos raios de sol que ainda insistiam em aparecer por entre as nuvens. Quando virou seu rosto para me olhar, foi quase como se uma flechada me atingisse. Seus olhos castanhos, que agora casavam com um fundo esverdeado, se espremiam com o tamanho do seu sorriso.
— Vamos, meu guia! Você precisa ir na frente — ela gritou um pouco, já que eu estava um pouco longe. Subi na bicicleta e a alcancei.
Como era bom estar livre dos olhos curiosos. Como era bom escutar apenas os pássaros voando para seus ninhos e as pedrinhas rolarem no caminho onde passávamos. Mas o mais incrível era que, nesse momento de paz, estava ao meu lado.
🌇
— Tsc — escutei o que devia ser a décima vez que soava chateada. Fechei o livro que estava em minhas mãos, mirei meus olhos em sua direção e a vi se espreguiçar. Tive o pensamento de tentar relaxá-la, então andei até a cozinha e coloquei uma taça de vinho para ela. — Acho que preciso de um intervalo — escutei sua voz de longe ainda aborrecida. — Harry?
— Já estou indo!
Quando cheguei no escritório novamente, ela já estava sentada no sofá, olhando para o nada. Estendi-lhe a taça, que prontamente a pegou.
— Você me conhece tanto… — disse ela, sorrindo com os olhos.
— O que está passando por essa linda cabecinha? — sentei-me ao seu lado, e em segundos seu corpo se aninhou com o meu. Beijei seus cabelos, ainda úmidos com cheiro de baunilha.
— Eu não sei escrever mais nada! — disse chorosa.
— Isso é uma bobagem. Como pode falar assim da minha escritora preferida?
— É sério, babe! Bem que você poderia escrever comigo — ela tentou me convencer com seu olhar brilhante. Deu um gole ligeiro no vinho, e acompanhei com os olhos seus lábios se tornando arroxeados. Mas eu queria que estivessem dessa cor por minha causa, de tanto beijá-la.
— Claro que não, você é tão melhor nisso do que eu — sorri e toquei nossos lábios rapidamente.
Tirei a taça de sua mão e coloquei junto à minha no móvel que ficava ao lado do sofá. Voltei minha atenção para minha garota, juntei minhas mãos em cada lado do seu rosto e a enchi de selinhos. passou a língua nos meus lábios, pedindo passagem para aprofundar o beijo; nossas línguas dançavam em sincronia e desejo. Quando meu corpo deitou sobre o dela, bem no meio de suas pernas, um gemido escapou dos seus lábios, me deixando completamente maluco – eu amava como seu corpo respondia ao meu tão rápido.
Levantei meu corpo, passei a camisa pela minha cabeça e a joguei no chão. Suas pernas contornaram minha cintura e seus braços abraçaram meu pescoço.
— Estava com tanta saudades de você. Não aguentava mais me masturbar somente ouvindo sua voz — seu tom aveludado parecia música pros meus ouvidos.
— Caralho, ! Olha como você consegue me deixa — suspirei de tesão. Peguei sua mão, que fechou ao redor do meu membro ainda vestido. Minha garota o acariciou por cima da cueca, mas logo fez questão de senti-lo nu em seus dedos. Puxou a samba-canção para baixo e me deixou como vim ao mundo.
se desgrudou de mim, me empurrando para cima e me fazendo sentar. Suas pernas agora estavam uma de cada lado do meu quadril, e eu sentia sua intimidade molhada contra a minha.
— Você está sem calcinha a noite toda? — perguntei abobalhado, e ela assentiu safada.
Minhas mãos passearam por seu corpo, descendo cada alça do seu vestido lentamente. Logo seus seios estavam expostos, com os mamilos apontados para mim. Lindos. Durinhos. Pedindo para serem chupados. Minhas mãos apertaram com força sua bunda, fazendo com que ela chegasse mais perto ainda de mim. Seus lábios agora foram de encontro ao meu pescoço – meu ponto fraco.
— Me faça gozar e eu terei algo para escrever — cochichou no meu ouvido, logo depois mordendo meu lóbulo. Porra! Essa mulher queria me enlouquecer.
Sua intimidade se encaixou na minha lentamente. Era tortura. Ela gostava disso. Ela controlava tudo e eu a deixava me controlar. Suas mãos estavam atrás do seu corpo, se segurando em minha coxa; suas costas formavam um arco, exibindo para mim seu clitóris inchado. Um dos meus braços a segurava pela cintura enquanto ela cavalgava em mim.
Um toque suave começou a ficar alto com o tempo, a dispersando, impedindo-a de continuar.
— Porra! — xinguei, frustrado, quando seu corpo se distanciou de mim para se vestir às pressas.
— Esqueci que eu tinha uma reunião agora. Babe, desculpe, prometo te recompensar — ela me deu vários selinhos seguidos, passando seu vestido curto, que agora eu odiava o tamanho, pela cabeça.
— Quando eu digo que você não tem tempo pra mim, sou dramático — peguei minha cueca no chão e a vesti, cobrindo minha pobre ereção.
— Eu sei, desculpe. Dessa vez você não está sendo — ela saiu desesperada para se sentar novamente em frente ao notebook.
Eu adorava o ringtone da ligação do Skype. Chegava até a achar o toque gostosinho, mas naquele momento eu o odiava por me deixar de blue balls.
— Mas você bem que podia gozar pra mim, mesmo assim — ela sorriu safada. Antes que atendesse a ligação, a doidinha da minha namorada mudou a posição da mesa para ficar me olhando de frente e se sentou com as pernas abertas, me permitindo ter uma visão da sua linda intimidade.
— Você é maluca! Mas por Deus, coloque no mudo, por favor.
— Oi, boa noite! — atendeu a ligação com um sorriso perverso no rosto.
Relaxei no sofá e agradeci ao Skype por um ringtone tão gostoso.
Muitos aplausos tomaram o lugar da sua voz, alguns gritos histéricos e lágrimas escorridas de centenas de adolescentes. Elas estavam eufóricas para ter um minuto com sua escritora favorita, . Coloquei o dedo médio e o polegar unidos na boca, empurrando levemente a língua e formando um assobio. Seus olhos curiosos logo procuraram todo o ambiente por mim, me encontrando em um cantinho escondido da livraria. Pisquei para ela, que se derreteu em um sorriso.
Pouco mais de uma hora se passou até que todas as pessoas ali fossem atendidas e tivessem seus autógrafos em seus livros. Cheguei mais próximo da mesa, fiz questão de ser o último da fila.
— Para quem devo autografar? — ela perguntou sem levantar os olhos, abrindo o livro e segurando a caneta firmemente.
— Escreva o seguinte. “Obrigada por ser meu Asher, minha inspiração e minha devoção.” — falei convincente, esperando que ela risse. escreveu algo rapidamente algo e me entregou o livro.
— Odeio que seja tão convencido — ela colocou a língua para fora, fingindo nojinho.
— “Você tem o antídoto, Asher!” — abri a primeira página, lendo o que havia escrito. — Amar você é meu antídoto, ! — a observei exibir um sorriso dançante pelos lábios, e era uma pena que eu não podia beijá-la bem ali.
— Pare! Você me deixa muito sem jeito — ela disse, tímida, olhando para os lados com medo que alguém a visse flertando com um “fã”.
— Podemos ir? Quero te encher de beijos — sussurrei a última frase.
— Você pode me esperar lá fora, não vou demorar muito. Só preciso conversar com meu empresário, vai ser rápido.
Assenti rapidamente e me encaminhei para o lado de fora da livraria. As bicicletas que aluguei estavam em seu devido lugar e o céu evidenciava o horário perfeito para que saíssemos pedalando sob a luz do pôr-do-sol – as cores alaranjadas faziam quase meus olhos arderem de tão forte. Demorou ainda meia hora para que finalmente largasse suas obrigações, tocando em meu ombro quando me alcançou.
— Me desculpe pela demora — seu rosto estava claramente muito cansado.
— Eu imaginaria que você não tivesse tempo pra mim hoje — resmunguei, brincando. Fiz um pouco de drama, e em resposta recebi um tapa fraco no braço.
— Ai, pare! Depois eu que sou dramática — ela revirou os olhos. Um charme em pessoa.
— Tudo bem, enfim… Trouxe essas bicicletas pra aproveitarmos um pouquinho o ar puro da Itália.
— Adorei, adorei! — bateu palmas, empolgada. Pressionei meus lábios rapidamente em sua bochecha e lhe entreguei a bicicleta em seguida.
A região onde estávamos não costumava ser tumultuada. As pessoas circulavam vez ou outra na saída do trabalho para ir ao mercado ou passear com seus cachorros. Observei subir na bicicleta, encaixar as duas mãos no guidom e tentar se equilibrar ao dar as primeiras pedaladas. O vento soprava em seus cabelos, tornando seus fios mais luminosos com os últimos raios de sol que ainda insistiam em aparecer por entre as nuvens. Quando virou seu rosto para me olhar, foi quase como se uma flechada me atingisse. Seus olhos castanhos, que agora casavam com um fundo esverdeado, se espremiam com o tamanho do seu sorriso.
— Vamos, meu guia! Você precisa ir na frente — ela gritou um pouco, já que eu estava um pouco longe. Subi na bicicleta e a alcancei.
Como era bom estar livre dos olhos curiosos. Como era bom escutar apenas os pássaros voando para seus ninhos e as pedrinhas rolarem no caminho onde passávamos. Mas o mais incrível era que, nesse momento de paz, estava ao meu lado.
— Tsc — escutei o que devia ser a décima vez que soava chateada. Fechei o livro que estava em minhas mãos, mirei meus olhos em sua direção e a vi se espreguiçar. Tive o pensamento de tentar relaxá-la, então andei até a cozinha e coloquei uma taça de vinho para ela. — Acho que preciso de um intervalo — escutei sua voz de longe ainda aborrecida. — Harry?
— Já estou indo!
Quando cheguei no escritório novamente, ela já estava sentada no sofá, olhando para o nada. Estendi-lhe a taça, que prontamente a pegou.
— Você me conhece tanto… — disse ela, sorrindo com os olhos.
— O que está passando por essa linda cabecinha? — sentei-me ao seu lado, e em segundos seu corpo se aninhou com o meu. Beijei seus cabelos, ainda úmidos com cheiro de baunilha.
— Eu não sei escrever mais nada! — disse chorosa.
— Isso é uma bobagem. Como pode falar assim da minha escritora preferida?
— É sério, babe! Bem que você poderia escrever comigo — ela tentou me convencer com seu olhar brilhante. Deu um gole ligeiro no vinho, e acompanhei com os olhos seus lábios se tornando arroxeados. Mas eu queria que estivessem dessa cor por minha causa, de tanto beijá-la.
— Claro que não, você é tão melhor nisso do que eu — sorri e toquei nossos lábios rapidamente.
Tirei a taça de sua mão e coloquei junto à minha no móvel que ficava ao lado do sofá. Voltei minha atenção para minha garota, juntei minhas mãos em cada lado do seu rosto e a enchi de selinhos. passou a língua nos meus lábios, pedindo passagem para aprofundar o beijo; nossas línguas dançavam em sincronia e desejo. Quando meu corpo deitou sobre o dela, bem no meio de suas pernas, um gemido escapou dos seus lábios, me deixando completamente maluco – eu amava como seu corpo respondia ao meu tão rápido.
Levantei meu corpo, passei a camisa pela minha cabeça e a joguei no chão. Suas pernas contornaram minha cintura e seus braços abraçaram meu pescoço.
— Estava com tanta saudades de você. Não aguentava mais me masturbar somente ouvindo sua voz — seu tom aveludado parecia música pros meus ouvidos.
— Caralho, ! Olha como você consegue me deixa — suspirei de tesão. Peguei sua mão, que fechou ao redor do meu membro ainda vestido. Minha garota o acariciou por cima da cueca, mas logo fez questão de senti-lo nu em seus dedos. Puxou a samba-canção para baixo e me deixou como vim ao mundo.
se desgrudou de mim, me empurrando para cima e me fazendo sentar. Suas pernas agora estavam uma de cada lado do meu quadril, e eu sentia sua intimidade molhada contra a minha.
— Você está sem calcinha a noite toda? — perguntei abobalhado, e ela assentiu safada.
Minhas mãos passearam por seu corpo, descendo cada alça do seu vestido lentamente. Logo seus seios estavam expostos, com os mamilos apontados para mim. Lindos. Durinhos. Pedindo para serem chupados. Minhas mãos apertaram com força sua bunda, fazendo com que ela chegasse mais perto ainda de mim. Seus lábios agora foram de encontro ao meu pescoço – meu ponto fraco.
— Me faça gozar e eu terei algo para escrever — cochichou no meu ouvido, logo depois mordendo meu lóbulo. Porra! Essa mulher queria me enlouquecer.
Sua intimidade se encaixou na minha lentamente. Era tortura. Ela gostava disso. Ela controlava tudo e eu a deixava me controlar. Suas mãos estavam atrás do seu corpo, se segurando em minha coxa; suas costas formavam um arco, exibindo para mim seu clitóris inchado. Um dos meus braços a segurava pela cintura enquanto ela cavalgava em mim.
Um toque suave começou a ficar alto com o tempo, a dispersando, impedindo-a de continuar.
— Porra! — xinguei, frustrado, quando seu corpo se distanciou de mim para se vestir às pressas.
— Esqueci que eu tinha uma reunião agora. Babe, desculpe, prometo te recompensar — ela me deu vários selinhos seguidos, passando seu vestido curto, que agora eu odiava o tamanho, pela cabeça.
— Quando eu digo que você não tem tempo pra mim, sou dramático — peguei minha cueca no chão e a vesti, cobrindo minha pobre ereção.
— Eu sei, desculpe. Dessa vez você não está sendo — ela saiu desesperada para se sentar novamente em frente ao notebook.
Eu adorava o ringtone da ligação do Skype. Chegava até a achar o toque gostosinho, mas naquele momento eu o odiava por me deixar de blue balls.
— Mas você bem que podia gozar pra mim, mesmo assim — ela sorriu safada. Antes que atendesse a ligação, a doidinha da minha namorada mudou a posição da mesa para ficar me olhando de frente e se sentou com as pernas abertas, me permitindo ter uma visão da sua linda intimidade.
— Você é maluca! Mas por Deus, coloque no mudo, por favor.
— Oi, boa noite! — atendeu a ligação com um sorriso perverso no rosto.
Relaxei no sofá e agradeci ao Skype por um ringtone tão gostoso.
TERCEIRO
— Babe, precisamos conversar — falei um pouco mais alto, sabendo que ela estava no banho. Sentei na cama buscando uma forma de revelar algo que eu sabia que poderia causar estremecimentos na nossa relação.
— Já saio!
Quando amamos alguém, queremos caminhar de mãos dadas publicamente, sem importar com o que fossem falar. Era algo tão simples para mim, mas eu sabia das diversas vezes que foi extremamente intransigente em relação a nós.
Ela saiu do banheiro enrolada na toalha branca; gotículas de água estavam por toda sua pele recém-bronzeada. Sabia que ela ficaria ansiosa e logo se mandaria para fora do chuveiro.
— Estou aqui — ela sorriu. Uma pena, porque esse sorriso sumiria em menos de um segundo quando a notícia escapasse da minha boca. Bati com minha mão no colchão ao meu lado e logo ela se sentou, olhando para mim.
— Emma me ligou me informando que uma foto nossa vai ser possivelmente vazada — falei calmamente e vi seus olhos se arregalarem.
— Não, não, não, Harry! — vi seu corpo impulsionar para fora da cama. Seus braços estavam grudados ao corpo, segurando a toalha, e suas mãos nervosas foram para seu rosto. Eu sabia que sua cabeça estava a mil.
— Calma! Eu pedi para que ela fizesse de tudo para não publicar. Emma vai dar um jeito, tá bem? — levantei e segurei seu ombro, abaixando meus olhos para seu rosto. Nossos olhares se encontraram no momento em que uma lágrima havia deslizado por sua bochecha.
— Estou com medo, Harry.
— Eu sei, não vai acontecer nada de ruim — puxei-a para um abraço, e foi quando desabou. Seu corpo tremia enquanto ela chorava copiosamente, se aninhando mais a mim. Enquanto sussurrava que tudo ficaria bem, implorava para que o ser mais alto do universo fizesse de tudo para que aquelas nossas fotos não vazassem, porque eu não estava pronto para perdê-la.
🌇
Não consegui pregar o olho. Passei bastante tempo tentando fazer minha mente parar de funcionar, mas era inútil. Encostado na pia da cozinha, de madrugada, todos meus argumentos ferviam na minha cabeça enquanto eu bebericava uma água. E se sua reação fosse terminar tudo e sumir do mapa? Mas e se ela aceitasse numa boa, poderíamos viver mais livres?
De repente, meu celular disparou com algumas mensagens e lá estava as manchetes:
Harry Styles e são um casal!
Harry Styles e curtem passeio romântico na Itália.
— PORRA! — gritei, frustrado. Deslizei rapidamente para achar o número de Emma, e em pouco tempo ela me atendeu. — Oi, desculpe o horário, mas você precisa fazer algo. Fala que eu desmenti, uma nota como se fosse um amigo próximo negando tudo. Não me importo, só tira isso da mídia, por favor!
— Harry, eu sinto muito. Vou fazer isso, mas você viu as fotos? — ela indagou, e respondi com um murmúrio afirmativo. Inegavelmente as fotos do nosso passeio pela Itália jogavam na cara, até de quem não quisesse enxergar, que ali duas pessoas estavam apaixonadas. — É bem difícil as pessoas NÃO acreditarem. Qual o problema de tudo isso, na real? Vocês estão juntos há uns dois anos. Achei que nessa altura do campeonato ela entenderia, já que aparenta gostar muito de você.
— É, eu achei que estaríamos em uma posição diferente com o tempo. Mas não sei, Emma, ela não facilita de jeito nenhum — passei a mão pelo rosto, aflito.
— Seria um bom momento para conversar sobre isso, não acha?
— Sim, estava evitando há um tempo.
— Agora não dá mais. Farei o possível para desviar desse assunto na mídia, não se preocupe.
— Obrigado!
Deixei o celular em cima da bancada e contemplei o nada. Estava com medo de perder , mas, ao mesmo tempo, eu sentia raiva. Estava irritado que uma coisa tão pequena pudesse acabar com tudo. Eu precisava confrontá-la finalmente, mas por onde iria começar?
— Por que está acordado? — ouvi sua voz enquanto ainda estava de costas. Virei meu corpo e encontrei seu rosto amassado de sono. Permaneci em silêncio enquanto observava , esperando que ela entendesse o que havia ocorrido sem que eu tivesse o desprazer de falar. Sua feição mudou de despreocupada para espanto. — Não me diga que… — ela nem terminou a frase e eu assenti com a cabeça, me aproximando dela. — E o que vamos fazer? — questionou, a confusão passando por seus olhos.
Demorei um pouco, buscando formular uma resposta ou argumento mirabolante, mas nada me vinha em mente.
— Nada — reagi com a única palavra que eu realmente queria falar.
— Como assim “nada”? — ela se afastou um pouco de mim com uma expressão indignada.
— Não vou me movimentar para fazer nada — continuei calmo.
— Por quê?
— Porque eu tô cansado de fazer isso, ! Seria tão ruim que a gente não pudesse reverter esse cenário?
— SIM, SERIA! Você só pode estar querendo me foder! Harry, isso poderia acabar com minha turnê, despencar a venda dos meus livros na Europa. Eu assinei um contrato milionário pra escrever uma trilogia e isso causaria uma onda de críticas que eu não estou preparada pra lidar.
— Mas e se surgisse o efeito contrário, e se você não fosse tão pessimista? E se melhorasse suas vendas? E se tudo não fosse um fracasso?
— São muitos “e se” que você não pode me responder, Harry.
— Por que você simplesmente não diz qual é o grande problema disso tudo? — indaguei, extremamente irritado com o rumo daquela conversa.
— Você quer mesmo saber? — ela colocou seus fios de cabelo atrás da orelha, deixando à mostra seu rosto vermelho, insinuando que também estava irritada com tudo aquilo.
— A essa altura do campeonato, acho que mereço saber — falei um tanto quanto óbvio. Cruzei meus braços à minha frente e esperei por sua resposta.
— Eu não quero estar associada a você. Eu não quero que minha escrita seja associada a você. As pessoas vão estar a todo momento procurando nas entrelinhas pedaços seus em cada página minha — disse ela, tudo atropelado antes de suspirar.
Foi um baque. Como eu poderia reagir a isso? Como alguém poderia reagir bem a isso? Não queria estar ligada a mim? Isso não fazia sentido nenhum.
— Como se você não estivesse em todas as minhas linhas escritas, !
— Mas ninguém me conhece… ou me conhecia, até agora. Eu só não quero virar um circo sem lona, Harry! — ela argumentou. Era óbvio que ia usar uma associação literária.
— Deus, até numa discussão você é escritora — revirei os olhos
— Falou o músico egoísta que adora cantar sobre sua teimosia.
— Uau! E você é super altruísta, né? — dei uma risada sem graça. — , é simplesmente embaraçoso que a este ponto você não queira estar ligada a mim quando você está num relacionamento comigo. Isso não faz o menor sentido! Não é como se eu estivesse implorando para que fizesse a próxima capa da Vogue em casal. Só quero que saiba que estou exausto de ter que me espremer em lugares para que ninguém nos veja!
— Isso é demais para o que eu imaginei para a gente.
— Você imaginou, mas aparentemente eu nunca posso idealizar nada nosso, né? Nenhuma relação pode ser unilateral, . Ou isso nunca vai fazer sentido. Tem algumas coisas que são inevitáveis, e em algum momento isso iria acontecer e você sabia disso — apontei para ela, que já estava chorando. — Se você não quiser estar comigo por isso, eu aceito, eu entendo, mas não posso mais ficar fugindo do mundo pelo resto da minha vida, principalmente se você quiser ficar nela.
Percebendo em seu olhar que ela não diria mais nada, me dirigi até o quarto de hóspedes, me enfiei debaixo do edredom e fechei meus olhos.
Havia algo pulsando de medo além de mim – era meu coração que temia por ter sido tão duro com ela. Meu coração, que tinha o desejo de amar livremente, só tinha o poder de andar por aí durante madrugadas, escondido. E todas as vezes que ele se comprimia, eu sabia que ele ainda estava ali, pronto para que algum dia pudesse pulsar emancipado.
🌅
Um raio de sol atingiu meu rosto, me despertando do pior sono da minha vida. Remexi um pouco, recebendo um murmúrio em resposta. Foi quando percebi que um pequeno corpo me abraçava pela cintura – as mãos de me seguravam com força. Eu estava com raiva, mas odiava ter que sair da conchinha menor, e ela sabia disso. Somente o golpe mais baixo que ela podia jogar.
— Isso não vai conseguir te safar dessa vez — falei baixinho.
— Eu sei — ela murmurou, me prendendo ainda mais com seus braços que mal conseguiam me contornar.
Virei meu corpo, mas continuei no mesmo espaço só para conseguir encará-la. juntou suas mãos embaixo do rosto e levantou os olhos para me fitar. Eu queria ler sua alma através daquelas íris cor de mel; na verdade, queria prever o que ela me falaria, porque eu sabia que minha garota era uma bagunça do caralho em muitos momentos.
Ela só precisava de algumas palavras para dizer que talvez todos aqueles sentimentos não significassem nada no fim do dia. Que nossa química encontraria em qualquer pessoa, afinal, era apenas química.
E ela teria muitos caminhos que poderiam ser corridos a partir dali. Ela só precisava falar.
— Eu lembro quando a única condição pra te namorar foi…
— “Ninguém poderia saber” — a interrompi, imitando sua voz somente para tirar um sorriso frouxo de seus lábios. Porém, foi aquela frase que impactou o resto de toda nossa trajetória.
— Sim. E você me disse que me amaria em segredo.
— Porque foi essa a única condição para que eu pudesse amá-la.
— Isso não é suficiente?
— Eu nunca disse que não era suficiente, mas nunca prometi a paz do anonimato para sempre. As pessoas costumam roubar momentos que deveriam ser só nossos, e isso é um preço que eu pago por ter fama — pausei um pouco para processar o que deveria ser um ultimato. — O que me resta saber é se eu sou o suficiente para você, mesmo não tendo a quietude de uma vida comum.
— Durante muito tempo, senti que viver uma vida cheia de solidão e sofrimento me faria escrever melhor, me faria uma escritora melhor — ela suspirou, então continuou. — Mas, ultimamente, tenho percebido que me esforçar para tornar minha vida ruim é trabalhoso demais. E ficar sem você é a realização dessa vida.
— Isso é um sim?
— Qual sua dificuldade de entender metáforas? MEU DEUS! Tô tentando me declarar aqui, me ajude, Harry Styles.
— A parte final ficou confusa, talvez você precise refazê-la — brinquei com seu cabelo, bagunçando seus fios. Sua cara de abusada me fez feliz.
— Você está querendo me torturar, apenas! Qual parte da “minha vida sem você seria péssima” você não entendeu?
— Agora você foi muito seca!
— HARRYYY!
— Ok, ok! Quer minha resposta? Aqui vai: “Se eu fosse um pássaro azul, voaria até você. Você seria a colher. Eu mergulharia você no mel para que eu pudesse me grudar em você”.
— E você reclama das minhas metáforas? Essas foram as palavras mais bregas que eu já ouvi sair da sua boca!
Meus lábios pressionaram os seus em um inesperado suspiro. Meu coração agora parecia que estava palpitando em um ritmo diferente, como se estivesse assobiando, cantando.
— Amo você, Blue Bird.
— Também amo você. E quero que todos saibam disso.
— Já saio!
Quando amamos alguém, queremos caminhar de mãos dadas publicamente, sem importar com o que fossem falar. Era algo tão simples para mim, mas eu sabia das diversas vezes que foi extremamente intransigente em relação a nós.
Ela saiu do banheiro enrolada na toalha branca; gotículas de água estavam por toda sua pele recém-bronzeada. Sabia que ela ficaria ansiosa e logo se mandaria para fora do chuveiro.
— Estou aqui — ela sorriu. Uma pena, porque esse sorriso sumiria em menos de um segundo quando a notícia escapasse da minha boca. Bati com minha mão no colchão ao meu lado e logo ela se sentou, olhando para mim.
— Emma me ligou me informando que uma foto nossa vai ser possivelmente vazada — falei calmamente e vi seus olhos se arregalarem.
— Não, não, não, Harry! — vi seu corpo impulsionar para fora da cama. Seus braços estavam grudados ao corpo, segurando a toalha, e suas mãos nervosas foram para seu rosto. Eu sabia que sua cabeça estava a mil.
— Calma! Eu pedi para que ela fizesse de tudo para não publicar. Emma vai dar um jeito, tá bem? — levantei e segurei seu ombro, abaixando meus olhos para seu rosto. Nossos olhares se encontraram no momento em que uma lágrima havia deslizado por sua bochecha.
— Estou com medo, Harry.
— Eu sei, não vai acontecer nada de ruim — puxei-a para um abraço, e foi quando desabou. Seu corpo tremia enquanto ela chorava copiosamente, se aninhando mais a mim. Enquanto sussurrava que tudo ficaria bem, implorava para que o ser mais alto do universo fizesse de tudo para que aquelas nossas fotos não vazassem, porque eu não estava pronto para perdê-la.
Não consegui pregar o olho. Passei bastante tempo tentando fazer minha mente parar de funcionar, mas era inútil. Encostado na pia da cozinha, de madrugada, todos meus argumentos ferviam na minha cabeça enquanto eu bebericava uma água. E se sua reação fosse terminar tudo e sumir do mapa? Mas e se ela aceitasse numa boa, poderíamos viver mais livres?
De repente, meu celular disparou com algumas mensagens e lá estava as manchetes:
Harry Styles e curtem passeio romântico na Itália.
— PORRA! — gritei, frustrado. Deslizei rapidamente para achar o número de Emma, e em pouco tempo ela me atendeu. — Oi, desculpe o horário, mas você precisa fazer algo. Fala que eu desmenti, uma nota como se fosse um amigo próximo negando tudo. Não me importo, só tira isso da mídia, por favor!
— Harry, eu sinto muito. Vou fazer isso, mas você viu as fotos? — ela indagou, e respondi com um murmúrio afirmativo. Inegavelmente as fotos do nosso passeio pela Itália jogavam na cara, até de quem não quisesse enxergar, que ali duas pessoas estavam apaixonadas. — É bem difícil as pessoas NÃO acreditarem. Qual o problema de tudo isso, na real? Vocês estão juntos há uns dois anos. Achei que nessa altura do campeonato ela entenderia, já que aparenta gostar muito de você.
— É, eu achei que estaríamos em uma posição diferente com o tempo. Mas não sei, Emma, ela não facilita de jeito nenhum — passei a mão pelo rosto, aflito.
— Seria um bom momento para conversar sobre isso, não acha?
— Sim, estava evitando há um tempo.
— Agora não dá mais. Farei o possível para desviar desse assunto na mídia, não se preocupe.
— Obrigado!
Deixei o celular em cima da bancada e contemplei o nada. Estava com medo de perder , mas, ao mesmo tempo, eu sentia raiva. Estava irritado que uma coisa tão pequena pudesse acabar com tudo. Eu precisava confrontá-la finalmente, mas por onde iria começar?
— Por que está acordado? — ouvi sua voz enquanto ainda estava de costas. Virei meu corpo e encontrei seu rosto amassado de sono. Permaneci em silêncio enquanto observava , esperando que ela entendesse o que havia ocorrido sem que eu tivesse o desprazer de falar. Sua feição mudou de despreocupada para espanto. — Não me diga que… — ela nem terminou a frase e eu assenti com a cabeça, me aproximando dela. — E o que vamos fazer? — questionou, a confusão passando por seus olhos.
Demorei um pouco, buscando formular uma resposta ou argumento mirabolante, mas nada me vinha em mente.
— Nada — reagi com a única palavra que eu realmente queria falar.
— Como assim “nada”? — ela se afastou um pouco de mim com uma expressão indignada.
— Não vou me movimentar para fazer nada — continuei calmo.
— Por quê?
— Porque eu tô cansado de fazer isso, ! Seria tão ruim que a gente não pudesse reverter esse cenário?
— SIM, SERIA! Você só pode estar querendo me foder! Harry, isso poderia acabar com minha turnê, despencar a venda dos meus livros na Europa. Eu assinei um contrato milionário pra escrever uma trilogia e isso causaria uma onda de críticas que eu não estou preparada pra lidar.
— Mas e se surgisse o efeito contrário, e se você não fosse tão pessimista? E se melhorasse suas vendas? E se tudo não fosse um fracasso?
— São muitos “e se” que você não pode me responder, Harry.
— Por que você simplesmente não diz qual é o grande problema disso tudo? — indaguei, extremamente irritado com o rumo daquela conversa.
— Você quer mesmo saber? — ela colocou seus fios de cabelo atrás da orelha, deixando à mostra seu rosto vermelho, insinuando que também estava irritada com tudo aquilo.
— A essa altura do campeonato, acho que mereço saber — falei um tanto quanto óbvio. Cruzei meus braços à minha frente e esperei por sua resposta.
— Eu não quero estar associada a você. Eu não quero que minha escrita seja associada a você. As pessoas vão estar a todo momento procurando nas entrelinhas pedaços seus em cada página minha — disse ela, tudo atropelado antes de suspirar.
Foi um baque. Como eu poderia reagir a isso? Como alguém poderia reagir bem a isso? Não queria estar ligada a mim? Isso não fazia sentido nenhum.
— Como se você não estivesse em todas as minhas linhas escritas, !
— Mas ninguém me conhece… ou me conhecia, até agora. Eu só não quero virar um circo sem lona, Harry! — ela argumentou. Era óbvio que ia usar uma associação literária.
— Deus, até numa discussão você é escritora — revirei os olhos
— Falou o músico egoísta que adora cantar sobre sua teimosia.
— Uau! E você é super altruísta, né? — dei uma risada sem graça. — , é simplesmente embaraçoso que a este ponto você não queira estar ligada a mim quando você está num relacionamento comigo. Isso não faz o menor sentido! Não é como se eu estivesse implorando para que fizesse a próxima capa da Vogue em casal. Só quero que saiba que estou exausto de ter que me espremer em lugares para que ninguém nos veja!
— Isso é demais para o que eu imaginei para a gente.
— Você imaginou, mas aparentemente eu nunca posso idealizar nada nosso, né? Nenhuma relação pode ser unilateral, . Ou isso nunca vai fazer sentido. Tem algumas coisas que são inevitáveis, e em algum momento isso iria acontecer e você sabia disso — apontei para ela, que já estava chorando. — Se você não quiser estar comigo por isso, eu aceito, eu entendo, mas não posso mais ficar fugindo do mundo pelo resto da minha vida, principalmente se você quiser ficar nela.
Percebendo em seu olhar que ela não diria mais nada, me dirigi até o quarto de hóspedes, me enfiei debaixo do edredom e fechei meus olhos.
Havia algo pulsando de medo além de mim – era meu coração que temia por ter sido tão duro com ela. Meu coração, que tinha o desejo de amar livremente, só tinha o poder de andar por aí durante madrugadas, escondido. E todas as vezes que ele se comprimia, eu sabia que ele ainda estava ali, pronto para que algum dia pudesse pulsar emancipado.
Um raio de sol atingiu meu rosto, me despertando do pior sono da minha vida. Remexi um pouco, recebendo um murmúrio em resposta. Foi quando percebi que um pequeno corpo me abraçava pela cintura – as mãos de me seguravam com força. Eu estava com raiva, mas odiava ter que sair da conchinha menor, e ela sabia disso. Somente o golpe mais baixo que ela podia jogar.
— Isso não vai conseguir te safar dessa vez — falei baixinho.
— Eu sei — ela murmurou, me prendendo ainda mais com seus braços que mal conseguiam me contornar.
Virei meu corpo, mas continuei no mesmo espaço só para conseguir encará-la. juntou suas mãos embaixo do rosto e levantou os olhos para me fitar. Eu queria ler sua alma através daquelas íris cor de mel; na verdade, queria prever o que ela me falaria, porque eu sabia que minha garota era uma bagunça do caralho em muitos momentos.
Ela só precisava de algumas palavras para dizer que talvez todos aqueles sentimentos não significassem nada no fim do dia. Que nossa química encontraria em qualquer pessoa, afinal, era apenas química.
E ela teria muitos caminhos que poderiam ser corridos a partir dali. Ela só precisava falar.
— Eu lembro quando a única condição pra te namorar foi…
— “Ninguém poderia saber” — a interrompi, imitando sua voz somente para tirar um sorriso frouxo de seus lábios. Porém, foi aquela frase que impactou o resto de toda nossa trajetória.
— Sim. E você me disse que me amaria em segredo.
— Porque foi essa a única condição para que eu pudesse amá-la.
— Isso não é suficiente?
— Eu nunca disse que não era suficiente, mas nunca prometi a paz do anonimato para sempre. As pessoas costumam roubar momentos que deveriam ser só nossos, e isso é um preço que eu pago por ter fama — pausei um pouco para processar o que deveria ser um ultimato. — O que me resta saber é se eu sou o suficiente para você, mesmo não tendo a quietude de uma vida comum.
— Durante muito tempo, senti que viver uma vida cheia de solidão e sofrimento me faria escrever melhor, me faria uma escritora melhor — ela suspirou, então continuou. — Mas, ultimamente, tenho percebido que me esforçar para tornar minha vida ruim é trabalhoso demais. E ficar sem você é a realização dessa vida.
— Isso é um sim?
— Qual sua dificuldade de entender metáforas? MEU DEUS! Tô tentando me declarar aqui, me ajude, Harry Styles.
— A parte final ficou confusa, talvez você precise refazê-la — brinquei com seu cabelo, bagunçando seus fios. Sua cara de abusada me fez feliz.
— Você está querendo me torturar, apenas! Qual parte da “minha vida sem você seria péssima” você não entendeu?
— Agora você foi muito seca!
— HARRYYY!
— Ok, ok! Quer minha resposta? Aqui vai: “Se eu fosse um pássaro azul, voaria até você. Você seria a colher. Eu mergulharia você no mel para que eu pudesse me grudar em você”.
— E você reclama das minhas metáforas? Essas foram as palavras mais bregas que eu já ouvi sair da sua boca!
Meus lábios pressionaram os seus em um inesperado suspiro. Meu coração agora parecia que estava palpitando em um ritmo diferente, como se estivesse assobiando, cantando.
— Amo você, Blue Bird.
— Também amo você. E quero que todos saibam disso.