Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Eu sei, é foda imaginar a gente ser de alguém
Mas sei que a gente junto não tem pra ninguém
Oh, nada, nada, nada é mais importante
Que a vontade sincera de te ver chegar
Querer ficar, sei lá
'Cê poderia estar em outro lugar, eu também
Mas eu coloquei na minha cabeça
Que a gente não vai errar, não
A gente não vai errar, não
E se a gente errar
A gente foi feliz tentando acertar.


lembrava claramente da primeira vez que esbarrou em . O encantamento foi imediato e todo o ambiente foi essencial para fazê-lo enxergá-la em câmera lenta. Era uma noite de verão, a brisa fresca e fraca passeava pela região da Boa Viagem, em Niterói, fazendo com que os cabelos cacheados de ficassem esvoaçantes. Seu sorriso largo e bonito contrastava com a visão vista de cima da ponte do forte, onde todo mundo costumava observar o encontro do mar que era dividido por uma camada curta de areia sob a ponte. Ele, como um bobo, perdeu-se no olhar sincero e nada misterioso da garota — que, para sua surpresa, havia parado ali; entre ele e os amigos.
— Se continuar olhando assim para a irmã do Guilherme, ele vai reparar — César, seu melhor amigo, murmurou rente ao seu ouvido enquanto bebericava sua cerveja. — A garota é bonita, mas você conhece o Gui.
— O Gui não me assusta, cara — riu e desviou o olhar. — As irmãs não têm culpa se ele é um cuzão ciumento e elas lindas. Mas, essa… Eu não conhecia.
— Ela se chama — César apoiou-se na ponte, olhando o mar à sua frente. — Voltou recentemente para Niterói, ela morava em Petrópolis por causa da faculdade. Acho que ela se formou recentemente.
não respondeu ao amigo e ignorou o sorrisinho insinuante que ele possuía nos lábios, logo voltando sua atenção para ; a irmã caçula de um de seus amigos da faculdade — o que ele tentou fazer com que fosse um empecilho, algo que o parasse; mas, ao percebê-la encarando-o de volta, falhou.
Naquela mesma noite, quando decidiram descer da ponte e ficar na orla da praia, sentou-se ao seu lado e lhe deu mais um sorriso. Guilherme, ao longe, pareceu não se importar com nada além do litrão de Brahma que jazia parado em sua frente enquanto os amigos improvisavam uma roda de samba — e essa fora a deixa que ambos precisavam.
— Eu não conheço você — murmurou, bebericando uma caipirinha de limão.
— Não — sorriu abertamente e virou-se para a menina. — Sou , amigo do seu irmão.
— Prazer, amigo do meu irmão. Eu sou a .
E foi naquele momento que percebeu que não importava o quão ciumento e superprotetor seu amigo fosse com as irmãs, invadiria em sua vida.



Algumas semanas depois do primeiro encontro, em plenas férias de Janeiro, encontrava-se perdido dentro dos próprios pensamentos e sentimentos. Era como se algo dentro dele gritasse para que ficasse sempre ao lado de , lembrando-o o tempo inteiro como era um grande romântico incurável; tinha o grande problema de apaixonar-se rápido demais; e nunca achou isso uma característica ruim, pelo contrário: gostava de doar-se por inteiro em qualquer relação que estivesse — fosse entre amigos, familiares ou relacionamentos amorosos. era um cara que sentia demais, e não tinha o que fazer quanto a isso. O seu jeito, porém, destoava do de . Ela era um espírito livre, não costumava prender-se à outras pessoas, raramente se apaixonava e, em sua concepção, tudo bem. Porém, para , era um pouco difícil lidar com aquilo; ele estava gostando dela, se apaixonando cada vez e não sentia reciprocidade. Quer dizer; eles se davam bem, saíam e conversavam muito, o beijo encaixava e o sexo havia sido delicioso — e causado um grande choque de realidade em Guilherme, que não conseguia, até aquele momento, aceitar que a irmãzinha era uma mulher completa e de muitos desejos.
De alguma forma diferente e que nunca tinha experienciado antes, ela também notava que combinava com e que eles se davam bem juntos; era como aquele clichê de encontrar sua outra metade. Ainda assim, não estava apaixonada e não sentia a mínima vontade de ter um compromisso, e fez questão de falar isso para o rapaz. , além de tudo, era compreensivo e entendeu o ponto de , e tudo bem.
Mas, naquele mês de Janeiro, faltando pouco para o início dos preparativos para o Carnaval — a época do ano favorita de —, percebeu que, em seu interior, por mais que tentasse, não estava tudo bem. Ele não poderia, e jamais iria, culpar por aquilo — culpava apenas seu coração mole e a si mesmo, por não conseguir controlar-se tão bem quando encontrava pessoas incríveis. Ao encará-la a cada encontro, a cada beijo, a cada conversa, ele passou a notar que as coisas estavam bem diferentes do que imaginava. PAra , ele conseguiria lidar com seus sentimentos e tudo voltaria ao normal depois de alguns dias, ele também gostava muito do Carnaval e seus planos eram ir para a folia solteiro e aproveitar ao máximo. Entretanto, após uma noite de chuva forte, sob as cobertas e com nua em seus braços, percebeu que era tudo muito diferente das outras vezes que sentiu coisas parecidas. Não era uma simples paixão ardente, coisa que sentia com facilidade. sentiu-se estremecer ao constatar que, céus, não era nada comum; ele estava realmente apaixonado, amando e seria capaz de desistir de sua folia se assim desejasse. Chegar à esta conclusão, de certa forma, o apavorou porque sabia que não seria retribuído na mesma intensidade — sempre fora muito sincera e clara, jamais o iludiu ou tentou aproveitar-se das boas intenções que ele tinha.
Assustado com a dimensão dos sentimentos e com a rapidez com que isso aconteceu, decidiu ir até à casa de César. Seu melhor amigo não era dos mais românticos, mas era o único a quem poderia recorrer e, além do mais, ele era casado com um cara incrível que era bem mais romântico do que ele — e que sabia aconselhar como ninguém.
— Então quer dizer que você está apaixonado? — o marido de César perguntou, chegando de surpresa na sala onde os amigos jogavam videogame e bebiam cerveja. — Sinto que já ouvi essa história um milhão de vezes, .
— Ah, Caio, dessa vez é diferente — explicou, pausando o jogo. — Se liga só: a é perfeita, mas não está apaixonada por mim. Está sendo estranho aceitar que posso estar amando uma mulher que não quer nada sério comigo, mas, também, não a culpo por isso. Eu já sabia que isso aconteceria caso meu coração mole se derretesse por ela.
— E tudo que o César te oferece é um jogo violento e cerveja? — Caio sentou-se entre os dois amigos, olhando de soslaio para o marido que apenas coçou a cabeça sem jeito.
— E o que você me oferece, amigo? — perguntou cabisbaixo. Apesar de se apaixonar com facilidade, raramente sabia como lidar com tudo o que sentia, principalmente numa situação daquelas que ele conseguia notar que não era um ‘apaixonar comum’ como os outros.
— Um conselho — Caio respondeu com um sorriso bonito nos lábios grossos. — Converse com ela e fale sobre seus sentimentos, como estão mais fortes a cada dia, que é diferente de tudo o que já sentiu. Se, ainda assim, ela disser que não sente o mesmo e que não tem a intenção de um relacionamento sério contigo; deixe-a seguir a vida dela e siga a sua. Tentar forçar manter isso como está, só vai ser pior para você. Ninguém morre de amor, sabe? Você já teve outros relacionamentos e superou todos, até o daquela bruxa da Ana Paula que você dizia amar cegamente.
riu com a última fala do amigo e apenas assentiu, concordando em ao menos pensar sobre o assunto. No fundo, sentia medo de manter a ideia de continuarem como estavam: pegações, sexos esporádicos e conversas profundas como se fossem apenas amigos. Não que fosse ruim, não era, mas, como um bom pisciano, ele era emocionado demais e não conseguia se controlar quanto a isso.



Os dias se passaram com rapidez e percebeu que, inconscientemente, deixou o conselho de Caio cair no esquecimento, indo para o fundo de sua memória — no fundo, não sabia se queria ouvir de qualquer coisa que fosse; estava com medo e parecia um adolescente de quinze anos por causa disso.
— Você não falou nada com ela, né? — César perguntou ao voltar para o canto em que se encontravam, apontando discretamente para que dançava e cantava alto com as amigas. O dia estava ensolarado e as ruas lotadas, típico de Carnaval. Era o primeiro dia do feriadão e todos os amigos decidiram se juntar para pularem o bloco do Boitatá, típico do Rio de Janeiro.
— Não — deu de ombros, virando o copo de bebida que tinha nas mãos. — Mas não faz diferença, eu sei que ela não quer um relacionamento sério e tudo bem.
— E o que decidiram para o carnaval?
— Liberdade. O que mais poderíamos decidir?
César deu de ombros e encarou o amigo por alguns segundos. Por fim, falou:
— Mas você não ficou com ninguém, nem ela.
— É…
— Vocês estão parecendo um casal. Mas, sabe, amigo, não acho que deveriam se preocupar também. é uma mina super responsável e você também não fica atrás; e o principal vocês têm: o respeito. Então, tudo bem mesmo, sabe? Vocês se conheceram só faz alguns meses, não precisam criar todo um melodrama, não é? Aproveita seu carnaval, fica com a mina que você gosta, bebe e dança como sempre costumamos fazer. A vida é muito curta para sofrer por amor; principalmente um amor que você já tem do seu lado.
não respondeu, só deu de ombros e sorriu, voltando a encarar que o encarava de volta com seu típico sorriso grande e olhar doce. Não havia preocupação que fosse maior que o desejo e respeito que nutriam um pelo outro.
Naquele mesmo dia, quando a noite chegou, estavam todos embriagados e voltaram para Niterói de barcas aproveitando toda a arruaça que todos os passageiros faziam. Todo mundo ria e brincava, mesmo que sequer conseguissem ficar de pé com o balançar da barca. Apesar de tudo, foi naquele momento, dentro de uma barca imunda e pós bloco de Carnaval, que sentiu o peito encher de coragem para falar tudo o que sentia por . A tropeços e com uma lata de cerveja na mão, parou ao lado de . A garota, tão embriagada quanto, sorriu para ele e juntou suas bocas em um beijo rápido e tão conhecido. Ficaram ali por alguns minutos, desfrutando da companhia um do outro, sem se importar com toda a bagunça que acontecia ao redor.
— Estou apaixonado por você — sussurrou com a voz embolada, o que fez rir. — Perdidamente apaixonado, e morro de medo de te perder.
— Você não vai me perder — sussurrou de volta. — Mas, aqui não é o melhor lugar para falarmos sobre isso. Você nem vai se lembrar que essa declaração aconteceu.
— Mas eu quero que você saiba que estou apaixonado.
— Eu sei — riu do rapaz e o puxou para outro beijo; ela não estava apaixonada, ele pôde notar em seu olhar. Mas, ainda assim, permitiu-se ser beijado; ele, de fato, não se lembraria daquilo no dia seguinte. Tampouco ela.
Quando o Carnaval chegou ao fim, e pensaram que não sobreviveriam. Por mais dramático que soassem, ambos acordaram após o último dia jogados na cama de Guilherme, em sua casa. As cabeças pareciam estar explodindo e os corpos estavam completamente nus, mostrando-os que haviam transado na cama do irmão mais velho de . Quando a ficha caiu em relação a isso, simplesmente riu. Ele não sabia se era de nervoso ou por que realmente era engraçado ele estar pelado na cama do irmão superprotetor da garota por quem ele estava apaixonado. Ao seu lado, no entanto, parecia envergonhada e tentava disfarçar, mas, no fim, acabou dando risadas também. E foi ali que ela percebeu que com tudo sempre seria muito leve e engraçado, o que a fazia gostar tanto dele — embora fosse claro que ele sentia muito mais do que ela.
— O Gui vai matar a gente se souber disso — murmurou, logo se levantando e vestindo suas roupas que estavam jogadas pelo chão.
— Cara, eu acho que ele nem ‘tá aqui — comentou risonho e se vestindo também. — Mas, te falar: eu ‘tô com uma dor de cabeça do caralho. Por que a gente insiste em fazer essas loucuras no Carnaval? Não tenho nem mais idade pra isso.
Foi a vez de gargalhar alto.
— Eu também não sei, mas é a melhor época do ano — respondeu, por fim. — Não me arrependo de nada e faria de novo!
— Eu também, mas essa ressaca…
E assim, saíram de fininho da casa de Guilherme. não morava muito longe dali, então, a passos rápidos e tortos, caminharam até lá.
— Vai passar o dia comigo? — perguntou depois de algum tempo, quando já estavam de banho tomado e alimentados.
— Uhum — respondeu preguiçosamente, enroscando-se mais contra o corpo alto de . — A gente precisa conversar.
Ao contrário do que esperava ao ouvir aquela frase, não ficou nervoso nem inseguro — ele já esperava por aquela conversa há bastante tempo. Ele também precisava falar o que o perturbava no fim de cada noite, quando deitava naquela mesma cama sozinho. Contudo, o clima límpido e tranquilo dos dias anteriores esvaiu-se mesmo contra a vontade do casal. Ter uma conversa séria, mesmo que anunciada de forma despreocupada e tranquila, era muita coisa para aqueles dois — principalmente .
Mas, embora não demonstrasse tanto, também sentia um certo nervosismo. Na verdade, ela sentia muito sobre tudo. Não era como se ela nunca tivesse notado os olhares diferentes e dóceis de em sua direção — e ela os adorava, sentia-se especial e respeitada. Era de sua natureza ser livre, logo, para as pessoas ao redor, parecia que ela não se importava, não sentia e tampouco pensava sobre aquilo; e não era verdade. era um homem incrível, o melhor que ela havia conhecido em toda sua vida; tinha certeza que se fosse para dar certo com alguém, seria com ele — e, no fundo, ela esperava que desse certo; mesmo que não naquele momento.
tinha seus motivos para agir como agia; ela se priorizava, e as pessoas não estavam acostumadas com isso. Ainda assim, ela falava sobre seus sentimentos, era sincera e tentava, ao máximo, não ser a responsável por magoar pessoas tão incríveis quanto . Foi pensando nisso que decidiu que era o momento de terem aquela conversa para que, assim, talvez pudessem desacelerar as coisas e um entender o outro mais afundo — ela realmente queria que aquilo desse certo.
A verdade, porém, era que, não, não sentia as coisas na mesma intensidade que ainda. Porém, o que sentia era o suficiente para deixá-la dividida entre suas opções de futuro. Não queria se afastar, mas sabia que aquilo era inevitável — e ela sabia disso há um par de semanas. Era uma mulher recém formada e tinha planos para um mestrado internacional. Aapaixonar-se e engatar num relacionamento não estava em seus planos, sequer passava pela sua cabeça, mesmo que o que tinha com não fosse oficialmente um relacionamento — mas ela tinha a consciência que era, sim, algo bem além do que já tinha tido antes. Gostar tanto de estar com alguém como gostava de estar com a deixou um tanto quanto confusa; aplicar para a bolsa em Portugal foi mais doloroso, ser aceita e ter uma data de partida foi um grande incômodo. Estava feliz, claro que estava, era sua vida andando, seu futuro prestes a decolar, mas, ao contrário do que imaginou para o momento, as questões do coração também apertaram-na para caramba.
Em sua cabeça, seu futuro já estava mapeado e organizado. Formar-se no curso dos sonhos, se especializar fora do Brasil, voltar para continuar seus estudos, viajar novamente, conseguir um bom emprego e poder ser feliz. Depois de se realizar profissional e academicamente, aí, sim, teria espaço para um relacionamento duradouro e de tirar o fôlego. Mas, sob uma brisa gostosa em pleno verão de Niterói, esbarrou em um dos amigos do irmão. Esse amigo tinha o par de olhos mais bonitos que havia visto; era doce, acolhedor e profundo. Ali, logo que encarou pela primeira vez, soube que estaria entrando em um lugar perigoso. Quando sentiu os lábios bonitos e sempre doces de sobre os seus, soube que não teria outro caminho a seguir a não ser onde quer que aquele homem a levasse durante suas férias — quiçá depois delas.
— E então? — murmurou, tirando-a de seus devaneios.
— Estou pensando em como irei dizer isso sem parecer que não me importo — murmurou, virando-se de lado e encarando o rapaz.
— Isso não vai acontecer, eu sei que você se importa.
— Fui aprovada para uma bolsa em Portugal.
— Isso é incrível, ! — exclamou com os olhos brilhando, honestamente alegre. — Que orgulho de você!
sorriu levemente, estava feliz com a recepção de — não que tivesse pensado o contrário dele, claro que não; mas não esperava tamanha alegria.
— Eu devo viajar em Junho — voltou a falar. — Mas, antes de qualquer coisa, eu queria resolver isso o que temos; seja lá o que for.
— Não tem muito o que resolver. Você não me prometeu um amor intenso ou um relacionamento durante essas semanas, eu entendo isso. É seu futuro e eu não tenho o direito de me intrometer — sorriu, dando de ombros. — Mas, não vou negar: eu me apaixonei. Não sei se você sente o mesmo por mim, ou se sequer sente um terço do que sinto, mas, bom, eu me apaixonei como o belo bobo derretido que sou.
— Não vou te dizer que me apaixonei — começou, levando uma das mãos até o rosto de . — Mas, eu sinto algo grande por você e sei que isso não vai passar; pelo contrário, sinto que, com o passar dos dias, isso se transforma em um amor bonito demais para ser ignorado. Tanto que, por um momento, fiquei hesitante em relação à bolsa. Confesso que cheguei a cogitar fazer o mestrado aqui no Brasil, pelo Rio mesmo, de forma que facilitasse nossos encontros, além de poder ver a minha família sempre que eu quisesse. Só que fazer um mestrado na Europa sempre foi um sonho, entende? Eu não posso abrir mão disso, abrir mão de mim e dos meus sonhos.
— E eu não quero que faça isso por mim — foi sincero, segurando a mão de ainda contra sua pele. — Você não deve pensar em sua família ou na pessoa com quem está se relacionando para algo do tipo; é seu sonho, ninguém tem o direito de mudá-lo, a não ser você mesma. Estou muito orgulhoso que conseguiu isso, e eu sei que teríamos de nos afastar eventualmente.
— Eu não queria magoar você — sussurrou, sentindo os olhos encherem de lágrimas. — Sei que insisti todo esse tempo que não estávamos em um relacionamento sério e que deveríamos ir devagar, mas, em momento algum, eu quis partir seu coração.
— Você não partiu — a tranquilizou, arrastando-se sobre a cama para que conseguisse ficar ainda mais próximo dela. — Você não está me magoando, eu mergulhei de cabeça nisso sabendo de todos os riscos. E não tenho como negar, : eu adorei o nosso clichê de verão. Você é uma mulher incrível, e acho que por isso me apaixonei tão rápido. Não sinto medo ou vergonha de dizer isso; realmente me apaixonei, e eu não me vejo mais sem esse sentimento. O tempo que passamos juntos foi maravilhoso, você me ensinou tantas coisas novas, valores e ideias que não tenho palavras para descrever; e isso, para mim, já fez valer à pena. Além do mais, antes de qualquer coisa, consegui conquistar sua amizade. Isso já é o suficiente.
— Você não existe — sussurrou rente os lábios de . — Eu aprendi muito contigo, . Mesmo. Você é maravilhoso e foi muito importante para o meu crescimento nas últimas semanas. Acho que você é o homem mais incrível que conheci em toda minha vida e, sinceramente, se tiver de ser… Será. Por enquanto, vamos deixar como está. Temos uns meses pela frente. Durante esses meses, você aceita ser meu namorado?
riu bobo e juntou ambas as bocas, sem sequer responder — era óbvio que aceitava.
“Eu sei, é foda imaginar a gente ser de alguém, mas sei que a gente junto não tem pra ninguém” cantarolou assim que se afastaram, fazendo sorrir abertamente; era sua música favorita do Thiaguinho.
“Eu coloquei na minha cabeça que a gente não vai errar, não… A gente não vai errar, não. E se a gente errar, a gente foi feliz tentando acertar” — ela completou, ainda sorrindo.
As bocas se juntaram outra vez com mais vontade. Ambos estavam emocionados e com os corações acelerados; o futuro era incerto, mas, ali, entre os braços um do outro, tudo o que pensavam era em viver o presente. Enquanto desfrutavam dos toques e do gosto de um beijo repleto de carinho, nada ao redor era importante. Nada, nada importava mais do que o momento que viviam, se tudo aquilo era certo ou errado — se é que existia uma definição correta ou não para o que estavam vivendo. Tudo o que queriam era desfrutar das sensações que causavam um ao outro; o cheiro, o toque, a paixão tão viva e ardente; nada além daquilo importava. Estavam felizes ali; e, bem, como dizia o grande Thiaguinho: se errassem, foi tentando acertar.


Fim



Nota da autora: Sem nota.






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