Finalizada em: 02/10/2023

Capítulo Único

Meu reflexo mostra meu batom vermelho delineando perfeitamente meus lábios. Admiro por mais alguns segundos minha imagem, satisfeita com o que vejo.
Desperto do meu transe quando ouço a porta do banheiro abrir e a música do lado de fora preencher o ambiente.
Uma mulher para ao meu lado e sorri para mim como forma de cumprimento. Ela se debruça sobre a pia e checa sua maquiagem no espelho, conferindo se está tudo no seu devido lugar.
- Adorei essa cor em você, ficou linda. - ela diz enquanto observa minha boca.
- Obrigada. - meu sorriso é instantâneo e ela retribui. - Gostei do seu vestido.
Seu sorriso adquire um tom malicioso e ela se vira para me olhar de frente, encostando na pia.
- Eu sei. - seu olhar desce pelo meu corpo. - Espero que alguém o tire essa noite.
Um riso me escapa e a desconhecida me acompanha.
- E já sabe quem é o sortudo?
- Você diz a sortuda? - ela enfatiza o “a”.
Sinto meu corpo aquecer enquanto me aproximo dela, apoiando minhas mãos na pia, a prendendo entre meus braços. Com o nariz empurro seu cabelo para longe do pescoço e a ouço soltar um suspiro baixo.
- Ainda bem que sempre tive a sorte ao meu lado.


A música segue alta enquanto bebo meu drink, cortesia do homem ao meu lado, deixando claro suas intenções. Mas é por isso que vim essa noite, já fazia um tempo que não vinha ao Red Light, um clube exclusivo, livre de julgamentos, o lugar perfeito para a libertinagem.
O Red Light é um clube de sexo. Aqui todos são livres para fazerem o que quiserem, swing, BDSM, voyeur, orgias… tudo o que você possa imaginar. Claro que temos regras, e a principal é: respeito, ninguém é obrigado a fazer nada, você pode vir apenas para beber e dançar também, caso não queira participar das atividades, digamos assim. A segunda é proteção, todos são testados regularmente e camisinhas são usadas em todas e quaisquer relações. E a terceira e última, mas não menos importante, o que acontece aqui, fica aqui, os membros não tem permissão para compartilhar quem faz parte do clube, ninguém deve ser exposto.
Por ser um clube exclusivo, quase ninguém sabe da sua existência, mas o tanto de pessoas da alta sociedade que encontro por aqui… é até engraçado encontrá-los nos eventos beneficentes ou festas de luxo quando sei o que fazem dentro dessas paredes. Não julgo, também sou assim, acredito que eles também têm a mesma sensação que eu.
- Quer ir para um dos quartos? - o homem ao meu lado sussurra no meu ouvido.
Acho que seu nome é Adam, mas tenho certeza que é falso. Ele é um gostoso, mas não sinto atração o suficiente para fazer mais do que dar uns amassos, fiquei ao seu lado mais pelo drink de graça.
- Quem sabe mais tarde. - tento desviar da sua investida, mas ainda sorrio, alimentando falsamente sua esperança.
Desvio meu olhar do rosto lindo de Adam (ou seja lá qual for seu nome) e o encontro me olhando. Sinto minha pele aquecer sob seu olhar intenso, meu coração acelera e cruzo minhas pernas quando penso nele colado a mim.
Ele começa a andar na minha direção, seus passos calculados enquanto olha rápido para Adam e o mede de cima a baixo. Não me importo com a demonstração de possessividade, na verdade, me excita.
- Há quanto tempo não te vejo. - seu corpo invade meu espaço, mas não me importo, quero o mais perto possível.
- Estamos em uma conversa privada aqui. - Adam tenta argumentar, mas pra mim essa conversa acabou antes mesmo de começar.
- E agora estamos tendo uma conversa privada aqui. - ele gestualiza no pouco espaço entre nós. - E a conversa é privada, peço licença.
Os dois se encaram por um tempo antes de Adam bufar e sair de perto. Retorno a olhar para ele e já o encontro me encarando. Meu sorriso toma conta do meu rosto. Não diria que senti saudades dele, não é essa a relação que temos, mas sim falta da sensação que tenho quando estamos juntos.
- Nunca mais te vi por aqui. - ele se senta no banco vago por Adam e vira meu assento para sua direção, deixando as mãos apoiadas nas minhas coxas expostas.
- Andei ocupada. - tomo mais um gole da minha bebida e reprimo um sorriso quando o vejo fixar o olhar nos meus lábios ao redor do canudo.
Nossa conversa flui de forma casual, mas não compartilho detalhes da minha vida, isso não é de interesse de ninguém aqui. Falamos sobre a adesão de alguns novos membros no clube, sobre as novas salas que foram inauguradas e outras trivialidades. Mas não me importo com isso, não quero conversar sobre coisas irrelevantes.
- Perdeu o tato, Liam? - o vejo franzir o cenho quando digo seu nome, provavelmente também é falso, mas não ligo. Confusão toma conta de seu rosto com minha pergunta. - Ainda não me levou para nossos encontros privados.
Um sorriso malicioso me cumprimenta enquanto sinto sua mão subir pela minha coxa e parar na barra curta da minha saia. Consigo sentir a umidade no meio das minhas pernas, mas não demonstro reação alguma.
- Queria ser um cavalheiro. - sua mão sobe um pouco mais, agora separando minhas pernas para ter acesso aonde quero o seu toque.
- Não aplicaria esse termo a você. - arqueio as sobrancelhas e suprimo um gemido quando seus dedos passam suavemente pela minha intimidade, já sentindo o quão molhada estou.
- Sem calcinha? - seus olhos parecem famintos quando passa os dedos mais uma vez, dessa vez aprofundando o contato.
Sinto falta do seu toque no momento em que quebra o contato, mas a luxúria toma conta de mim quando vejo levar os mesmos dedos que estavam em mim, até sua boca, provando o meu gosto.
- Nunca fui do estilo exibicionista, mas posso tentar algo novo. - mordo meu lábio inferior e lanço um olhar rápido para a calça de Liam, vendo que sua excitação é igual a minha.
- Não gosto que vejam o que é meu. - ele se inclina sobre mim, mas não me afasto, me inclino em sua direção também e pouso minha mão sobre sua ereção. O aperto de leve por cima da calça, já ansiosa para o tocar sem peças de roupas entre nós.
Liam fecha os olhos e observo como sua boca se abre para soltar um gemido rouco e baixo.
- Porra. - seus olhos refletem o meu: puro tesão.
Não preciso de instruções quando Liam fica de pé e entrelaça nossos dedos. Atravessamos a pista de dança, ignorando certos atos libidinosos acontecendo e seguimos para o corredor que leva aos quartos privados.
Meu coração bate acelerado em antecipação quando entramos no quarto e Liam tranca a porta. Ele se vira lentamente para mim e meu corpo se arrepia por inteiro sob seu olhar intenso. Em poucos segundos, me vejo colada ao seu corpo, uma mão de Liam segurando firmemente minha cintura, a outra enroscada no meu cabelo, aproximando minha boca da sua.
Liam traça meus lábios com sua língua e me arranca um gemido. Não preciso abrir os olhos para saber que está sorrindo. Sua mão puxa meu cabelo com força, mas não o suficiente para machucar, apenas o bastante para me atiçar.
- Não queria tanto tocar meu pau? - sua voz é grave, como se estivesse controlando para não se soltar totalmente. Mas eu o quero puro, sem amarras.
- Não. - mordo seu lábio inferior. - Não quero tocar, eu o quero na minha boca.
Liam não me dá tempo para reagir antes de me beijar. Sua língua invade minha boca agressivamente. Sua mão segura fortemente minha cintura e sinto seu pau duro sob a calça roçando na minha barriga.
Minhas mãos exploram seu corpo, passando por seus braços fortes, seu abdômen, suas costas. Aperto sua bunda e sorrio junto com ele entre os beijos. Liam responde com reciprocidade, levantando minha saia e agarrando minha bunda do jeito que eu gosto. Minha bunda arde quando Liam me dá um tapa forte, o som ecoa pelo quarto e sei que ficarei com a marca de sua mão, mas não ligo.
Separo nossos lábios em busca de ar e Liam desliza os lábios para meu pescoço, beijando e mordiscando a área sensível que quase me faz derreter em seu abraço.
Começo a abrir seu cinto e calça enquanto sua boca toca todos os lugares do meu pescoço e colo, me provocando até o ponto que eu perca o controle. Minha mão segura seu pau por dentro das calças mas ainda por cima da cueca. O sinto ficar ainda mais rígido sob meu toque e sorrio satisfeita.
- Vai me chupar ou está esperando um convite? - Liam empurra seu quadril contra minha mão quando paro de movimentá-la.
Não o respondo, apenas fico de joelhos e desço as duas peças de roupa que estão no caminho para meu paraíso. O seguro completamente em minhas mãos e mantenho o contato visual enquanto distribuo beijos por sua virilha antes de arrastar minha língua por toda sua extensão.
Meus movimentos são lentos, quero o torturar até que Liam tome o controle da situação.
- Me chupa direito. - seu tom autoritário me deixa mais molhada e toco meu clitóris, começando a me estimular. - Não, essa função é minha.
Liam puxa meu braço e o prende nas minhas costas, se debruçando sobre mim e enfiando seu pau todo na minha boca. Seus movimentos são mais rápidos do que os meus, mas ainda não rápido demais para além fazer engasgar. Depois de algumas estocadas, Liam volta a ficar ereto, mas segura meu cabelo de novo enquanto empurra minha boca contra si.
- Você não faz ideia… - Liam sussurra para a sala escura. - A saudade que eu tava… - outro suspiro e dessa vez ele acelera o ritmo. - De foder essa sua boquinha.
Seu quadril se choca contra mim, minha boca o engolindo por completo. Sinto as lágrimas rolarem pelas minhas bochechas mas não reclamo, abraço a sensação de me engasgar com o pau de Liam.
Liam solta um gemido alto e joga a cabeça para trás quando goza na minha boca. Seus olhos travam em meus lábios enquanto engulo cada gota do seu gozo e lambo uma gota do canto da minha boca.
- Porra. - sua mão segura o meu queixo e levanta meu rosto para si, me fazendo ficar de pé. - Você é gostosa pra caralho.
Não o deixo falar mais nada, pulo em seu colo e puxo sua boca para minha, iniciando mais um dos nossos beijos famintos.
Não consigo conter o arrepio que percorre meu corpo quando me esfrego contra Liam e seu gemido ressoa contra minha boca. Uma palmada na minha bunda me faz sorrir durante o beijo e solto um suspiro quando a mão quente de Liam faz um carinho onde minha pele queima.
- Vai me foder ou está esperando um convite? - repito suas palavras de mais cedo e Liam sorri de canto.
- Eu vou te foder a noite toda. - seu sorriso é malicioso e me deixa ainda mais molhada e ansiosa com o que está para vir.
Liam anda comigo no colo até a cama e me joga sobre o colchão. Ele termina de se despir e bate uma punheta enquanto me observa fazer o mesmo. Talvez eu sensualize um pouco mais nos movimentos, adorando o olhar de ouro desejo e luxúria no rosto de Liam.
Assim que tiro a calcinha e a jogo em algum canto do quarto, Liam se aproxima e me beija mais uma vez, dessa vez forte mas com um ritmo delicioso, faminto.
- Encosta na cabeceira. - não discuto, sei que tudo que vier agora eu vou aceitar de braços abertos. - Fecha os olhos.
Obedeço suas ordens e me ajeito entre os travesseiros. Um tecido toca meu rosto e sinto as mãos de Liam na minha nuca amarrando algo sobre meus olhos.
Beijos molhados começam a marcar minha pele desde meu pescoço até meu colo. A língua de Liam passeia sobre meu peito e mordisca meu mamilo, arrancando um grito meu. Sua boca trilha um caminho por todo meu corpo até chegar ao meu ponto mais sensível e me dá uma chupada tão forte que chega a me desestabilizar.
Seguro os cabelos de Liam, tentando afastar seu rosto de mim e me livrar da sensação que me queima por completo.
- Vou precisar te amarrar também? - sua repreensão me atiça e paro de lutar contra seu toque.
Liam me chupa com vontade, como se precisasse disso para viver. Sua língua me toca com maestria, seus dedos alcançam o ponto que me causa espasmos, e meus gritos de prazer ecoam pelo quarto.
- Você não faz ideia do quanto me deixa de pau duro te ouvir gritar assim. - Liam sussurra contra a pele da minha coxa, distribuindo beijinhos antes de voltar a me chupar.
Não fico parada, esfrego meu rosto contra Liam, buscando meu prazer e alívio. Me sinto começando a cair do precipício, estou quase gozando, meu coração acelera junto com os dedos de Liam dentro de mim. Em poucos segundos estou no paraíso, mas o demônio sorri malicioso entre as minhas pernas.
- Esse foi só o primeiro da noite.

*

Seguro a pasta contra meu peito e controlo a respiração, tentando ao máximo não atrair atenção alguma para mim. Inferno! Como isso foi acontecer?
Abaixo o olhar para o meu colo e vejo minha blusa aberta e sem dois botões. Cacete! Como que eu vou passar o dia assim? Observo o número dos andares passarem pelo visor dentro do elevador e quase corro para fora do ambiente apertado quando chego ao meu andar. Aperto ainda mais a pasta de documentos contra meu peito, tentando disfarçar o desastre da minha blusa e sento na minha cadeira, já abrindo uma das gavetas e procurando um kit de costura de emergência.
- Essa é a líder da nossa segunda equipe de marketing, Bernard. - Lucas, meu chefe diz e levanto a cabeça para olhá-lo.
Mas ele não olha para mim, olha para o homem ao lado. Um homem alto, moreno, sexy e com olhos castanhos que conheço muito, muito bem.
Liam controla bem a surpresa em seu rosto, mas consigo percebê-la por um mísero segundo. Eu já não sou tão discreta e meu queixo decide ser uma boa hora para querer se deitar no chão
- Vocês se conhecem? - meu chefe pergunta, olhando para nós dois.
- Não! - respondo rápido e abaixo a pasta, já esticando minha mão para cumprimentá-lo. - Prazer, eu sou a .
Mas ele não olha para mim, seus olhos se concentram em um lugar um pouco mais baixo. Puta que pariu. Tento me tapar com as mãos mas não dá muito certo. Deus, pode me levar agora mesmo. Liam observa como meu chefe continua a olhar para meus peitos e pigarreia irritado, chamando sua atenção.
- tian) Simon. - Liam, ou melhor, tian), beija as costas da minha mão e sorri de canto.
Seus lábios são quentes contra a minha pele e me arrepio ao lembrar da última vez que estivemos juntos. Recuo rápido e volto a tentar me cobrir de novo.
- tian) é o novo gerente do setor de RH, . - meu querido chefe olha para meus peitos mais uma vez antes de encarar meus olhos e sorrir. Babaca.
- Prazer em conhecê-lo. - consigo alcançar a pasta de documentos e me cubro melhor.
tian) acompanha meu chefe quando ele se vira para sair da minha sala, mas olha para mim por cima do ombro antes de sair de vez. Não consigo sorrir, o choque de estar frente a frente com ele fora do Red Light é grande demais.

Suspiro aliviada ao entrar no elevador, satisfeita de ter evitado tian) o resto do dia. tian). Mesmo sabendo que Liam era um nome falso, ainda é estranho chamá-lo assim.
O elevador começa a encher conforme desce; quando para no andar do RH, fico alerta, observando se tian) irá entrar. Dito e feito, o homem mais lindo que já vi na vida entra no elevador, mas não acho que me vê, já que estou quase escondida atrás de outras pessoas.
São poucos segundos até o térreo, onde metade das pessoas saem, revelando meu esconderijo. tian) olha para trás e me encontra. Tento ao máximo fingir que não o vejo ali, mas é impossível quando só tem mais uma pessoa além de nós dois dentro do elevador. As portas se abrem e solto um “Boa noite” antes de correr em direção ao meu carro. Em tempo recorde consigo guardar minha bolsa, ligar o carro e sair da garagem do prédio. Passo por um Liam - tian) - que olha para meu carro quando abre sua porta do motorista. Aceno com a cabeça antes de finalmente sair dali e ir para casa.
Que porra de dia.

*

- Bom dia.
Meu corpo gela quando ouço a voz grossa na minha sala. Lentamente, giro minha cadeira na direção da porta e encontro tian) parado com as mãos nos bolsos me olhando. A camisa justa abraça seu corpo musculoso, seus braços marcando o tecido claro; seu perfume forte toma conta de mim e agradeço a Deus por estar sentada.
- Bom dia. - respondo com a garganta seca.
Posso ser muito confiante no Red Light, mas fora dele com certeza não sou. No clube eu posso ser quem eu quiser, criar uma personalidade. Aqui, no mundo real, é diferente.
De repente, me sinto exposta. Transei com tian), ele já viu tudo de mim (literalmente), ele sabe “quem eu sou” e parece que agora a verdadeira eu é uma personagem falsa.
- Posso ajudar de alguma forma? - tento soar profissional.
- Por que está fingindo que não me conhece? - tian) realmente parece confuso.
- O que faço fora de expediente não é misturado com meu trabalho. - ouço meu coração nos ouvidos. Ele vai falar algo para alguém? Por favor, não.
tian) anda devagar até minha mesa e dá a volta para ficar atrás de mim, virando minha cadeira para si. Ele apoia uma mão em cada braço da cadeira, me prendendo no pequeno espaço entre seu corpo e a mesa. Seu perfume volta a me atingir com força total e, de novo, agradeço a Deus por estar sentada.
- Vai fingir que eu realmente não te chupei toda no domingo? - o ar fica preso na minha garganta e olho para a porta.
- tian), esse assunto não é abordado aqui dentro.
Levanto de sobressalto e o afasto de mim. Não. Aqui dentro não. Batalhei muito para chegar aqui, não vou estragar minha carreira por luxúria.
- .
- Hum?
- Pode me chamar de . - um pequeno sorriso dança em seus lábios. - Entendido. Assunto encerrado, .
- Meu nome é .
- Eu sei. - ele me lança uma piscadinha antes de sair da minha sala.


Inferno. Isso que meu dia foi: um inferno. O desgracado do meu chefe me atolou de trabalho e eu simplesmente não sei como vou conseguir terminar tudo a tempo. Não achei justo passar toda essa carga para minha equipe, então agora faço tudo sozinha enquanto eles curtem a sexta-feira. Às vezes eu sou uma idiota mesmo.
Decido que foi uma longa semana usando salto alto e abandono meus sapatos debaixo da mesa. Pego meu notebook e me sento no tapete no centro da sala. Sou a única pessoa nesse andar, talvez no prédio todo, então não corro risco de ninguém ver minha falta de classe.
Fico tão concentrada na descrição do novo projeto que só percebo a presença de alguém quando fecham meu notebook.
- Já passa das nove.
Levanto o rosto para encarar os olhos castanhos de tian). Fiquei a semana inteira fugindo dele, preferindo até mesmo pegar as escadas até o estacionamento, pedindo para minha equipe entrar em contato com ele caso necessário. Evitei a todo o custo falar ou ao menos vê-lo na empresa.
Eu sei que é uma atitude super infantil, mas não consigo evitar. Também sei que no momento em que tivermos uma conversa sobre qualquer coisa, ele vai perceber que sou uma farsa e a mulher com quem se relacionou diversas vezes no Red Light é uma mentira.
- Estou trabalhando em um projeto. - abro de novo meu computador e volto a revisar o último parágrafo do documento.
- Já está tarde, . - ele realmente cismou em me chamar por esse apelido.
- Então pode ir, não estou te prendendo. - aponto para a porta, já impaciente para que vá embora.
Não me importo que tenha sido mal educada, prefiro cortar o contato agora cedo. Tanto profissionalmente quanto particularmente. Não vou deixar de frequentar o Red Light, só não vou mais me relacionar com .
- Já chega, . Você me evitou a semana toda. - ele fecha meu notebook mais uma vez e o coloca em seu colo.
- Qual seu problema? - já estou irritada. Não almocei hoje, estou cheia de trabalho e ainda estou tentando manter longe o único homem que me deixa de calcinha molhada só com um sorriso.
- Essa sua atitude de adolescente. - ele parece confuso.
- O que tem?
- Por que está agindo assim? No Red Light…
- Não mencionamos o Red Light aqui. - o corto. - Red Light não existe fora das paredes do clube, é contra as regras falar sobre ele.
- Que seja, mas isso não significa que você precisa fingir que eu não existo.
- Eu não finjo que você não existe, eu só ignoro sua presença.
- E por que faz isso? Dentro do Red você não é assim.
- Não estamos no Red, Liam. - jogo seu nome falso em sua cara mas ele não esboça reação alguma além de um leve franzir das sobrancelhas. - Você criou um nome falso, eu criei uma personalidade. Satisfeito?
Nem sei porque dei uma explicação a ele, não é da conta de ninguém. Nosso contato nunca foi mais do que sexo. E agora nem sexo vamos ter.
- Preciso terminar meu trabalho. Boa noite. - pego meu notebook de volta e aponto para a porta pela segunda vez, na esperança de que ele vá embora.
Meu estômago resolve que essa é a hora perfeita para reclamar da falta de comida.
- Isso foi sua barriga? - humor toma conta de seu rosto agora.
- Não. - mais uma vez meu estômago me entrega. - Não importa. Boa noite.
- Vamos.
fica de pé e me estende a mão. Encaro sua palma, a mesma que já deslizou por todo meu corpo, que já me tocou de formas inimagináveis.
- Preciso trabalhar.
- Deus, que mulher teimosa. - esfrega as mãos no rosto. - Você está com fome , não vai conseguir trabalhar assim.
Não respondo, continuo a olhar para sua mão.
- Tudo bem, vou pedir comida.
- Por que?
- Porque eu estou com fome. - ele dá de ombros e tira o celular do bolso. - E porque, ao contrário de você, não sei trabalhar com fome.

Nossa comida não demorou a chegar, e, assim que senti o cheiro maravilhoso dos burritos, larguei o notebook de lado e peguei um dos embrulhos que me ofereceu. Ignorei seu sorriso e mordi meu burrito. Puta merda.
- Isso aqui está muito bom. - fecho os olhos e saboreio a comida devagar. Quanto tempo não comia algo assim.
Abro os olhos e encontro com o corpo tenso, seus olhos treinados em mim. Ele pigarreia e coça a barba que cobre seu maxilar antes de desviar os olhos. Devagar, ele ajeita a posição em que senta e puxa um pouco a calça.
Espera… eu… eu o deixei de pau duro?
Minha cara parece que pega fogo quando me dou conta disso, tenho certeza que minhas bochechas estão vermelhas.
Deixo o burrito de lado e coloco o notebook de volta no colo.
- Obrigada, . - mesmo sem ser da área, ele me ajudou com a organização de algumas propostas de projeto para um dos nossos cliente. - Não sei se foi o Lucas que pediu, mas-
- Não foi. - seu olhar recai sobre mim e suprimo um tremor.
- Obrigada, você me ajudou bastante. - seguro o burrito e sorrio para ele. - E obrigada por isso também. Às vezes eu esqueço de comer.
Seu maxilar aperta um pouco com minha fala, mas relaxa em seguida e ele solta o ar pelo nariz.
- Você precisa se alimentar, .
- Não é sempre que fico sem comer, eu só esqueço quando me concentro muito em alguma coisa.
- Não importa, coloque um alarme no seu celular.
Reviro os olhos mas não respondo.
- E não há de quê. - ele volta a falar. - Não preciso que ninguém me peça para passar um tempo a mais com você.
Sua confissão aquece meu coração, mas a sensação logo é substituída quando lembro que a imagem que ele tem de mim é a do Red Light, não a real. Que decepção ele vai ter.
Comemos em silêncio pelos momentos seguintes, mas é até reconfortante não precisar ficar inventando assunto para não ficar um clima esquisito.
- Onde você mora? - me pergunta quando termino de arrumar minhas coisas.
Depois que comemos, revisamos pela última vez o projeto e dei a noite como encerrada. Não sei muito bem o que pensar dessa noite, mas gostei de passar um tempo assim com , mesmo sabendo que isso provavelmente nunca mais irá acontecer.
Descemos juntos de elevador até a garagem, mas ele abriu a boca antes que eu pudesse me despedir.
- Que?
- Vou te levar em casa. - ele diz, simplesmente.
- Eu vim dirigindo. - mostro o chaveiro do meu carro. - E mesmo que não estivesse de carro, nunca que eu subiria nisso aí. - aponto com o queixo para a moto preta parada um pouco mais a frente.
Ontem ele veio de carro, mas hoje, quase bati o carro quando estacionava. estava sentado na moto, tirando a jaqueta de couro e colocando o blazer. E até agora aperto as coxas quando lembro da cena.
arqueia uma sobrancelha mas não diz nada.
- Caí de moto uns anos atrás quando um ex bêbado resolveu que ia ser incrível me levar para casa naquele estado. Não quis discutir mais e, bom, o resultado foi esse. - abaixo um pouco a calça e exponho a cicatriz no meu quadril.
Tenho certeza que ele já viu a cicatriz antes, é quase impossível de não ver, mas nunca dissemos nada sobre. Não que conversássemos sobre a vida, de qualquer forma.
A boca de fica em uma linha reta, seus punhos fechados como se estivesse preparado para socar uma ameaça invisível. Seu olhar parece de raiva, mas não voltada para mim.
Estalo a boca e aponto para a direção que estacionei.
- Vou indo, então… Obrigada pela ajuda. E pela comida. - ajeito a bolsa nos ombros e dou um tchau. - Boa noite, .
Ele não me responde, então aceno com a cabeça e passo por ele para ir para meu carro. segura minha cintura e puxa meu corpo para si. Seu rosto se aproxima do meu e por um segundo acho que ele vai me beijar, mas sua boca toca minha bochecha e ele me solta depressa demais para o meu gosto. Sinto uma dor no peito, mas nem sei porquê. Não é como se eu não tivesse previsto que isso iria acontecer.
- Boa noite, . - ele sussurra e os pêlos da minha nuca se arrepiam.
Sorrio para ele e aceno com a cabeça mais uma vez.
- Espero ser sua amiga aqui dentro. - jogo a verdade no ar mais uma vez. - Boa noite.
Não fico para ver sua reação, me apresso para meu carro e vou para casa com uma rachadura em meu peito.

No domingo de tarde recebo uma mensagem de um número desconhecido.

“Deixei a chave da minha sala em cima da sua mesa.”
?”
“Se você não teve mais nenhuma companhia na sexta-feira depois do expediente, sim, sou eu.”
“Como conseguiu meu número?”
“Pedi ao Lucas.”

Legal, agora tem meu número de telefone, muito legal.

“Posso te devolver amanhã. Chego mais cedo para te entregar.”
“Não.”
“Não?”
“Preciso entrar na minha sala agora, esqueci alguns documentos que preciso trabalhar ainda hoje.”

E o que ele quer que eu faça?

“Estou no prédio te esperando.”

Ele está de sacanagem com a minha cara? É domingo!
Respiro fundo antes de digitar uma resposta de volta.

tian), não tenho como ir aí agora.”

Eu estou de pijama, com o cabelo enrolado em uma toalha e máscara facial ainda molhada.

“Em quanto tempo você chega?”

Meu Deus! Ou ele é burro ou só quer me irritar.
Decido que não vale a pena perder minha paciência, então respondo que chego em 30 minutos e vou me arrumar para sair de casa em um domingo.

O elevador engasga uns segundos antes de abrir as portas no andar da minha sala e eu sair marchando em direção a minha sala.
está encostado na minha porta mexendo no celular e levanta os olhos quando escuta meus passos. Seus olhos travam nas minhas pernas e já me arrependo de ter colocado shorts jeans e não uma calça.
- Não podia ter esperado até amanhã? - não o cumprimento, apenas cruzo os braços e espero ele sair da frente.
desliza para o lado e abro a porta da sala. Entro e ligo as luzes, indo direto para minha mesa.
- Suas chaves não estão aqui. - viro para encará-lo e seus olhos olham para baixo. Ele estava olhando para minha bunda? - ?
- Oi. - ele parece despertar do transe. - Pode ter caído em algum outro lugar, então.
Concordo com a cabeça e nos dividimos para procurar pela minha sala.
São pelo menos 20 minutos vasculhando cada canto e nenhum sinal da maldita da chave.
- Tem certeza que perdeu aqui? - pergunto ao me levantar do chão depois de olhar debaixo da pequena poltrona.
- Foi um dos últimos lugares que me lembro de ter a chave ainda comigo.
- Então tem a possibilidade de ter perdido em outro lugar? - ele concorda com um aceno de cabeça e respiro fundo para não surtar. - Você chegou a perguntar ao porteiro se ele achou alguma coisa?
- Não. Pensei que realmente tivesse deixado aqui. - para seu crédito, ele realmente parece sincero.
- Tudo bem. Vamos lá perguntar.
As luzes piscam antes de eu desligá-las e tranco minha porta para podermos ir embora.
chama o elevador e segura as portas automáticas para que eu entre primeiro. Assim que aperto o térreo, a luz pisca e o elevador dá uma travada antes de tudo ficar completamente escuro.
Era só o que me faltava.
- Puta que pariu. - sussurro já nervosa. Aperto freneticamente o botão de emergência esperando que o porteiro atenda.
tira o celular do bolso e procura um sinal. Meu Deus, eu vou passar mal.
O porteiro finalmente atende e meu coração desacelera um pouco.
- Senhor Jones! - respiro aliviada. - Aqui é a ! O que aconteceu? O elevador parou!
- Houve um apagão geral na cidade! - ele diz, claramente nervoso. - Eu não sei como ajudar vocês, mas liguei para os bombeiros e eles devem vir ajudar em breve!
- Ai, meu santo caralho. - encosto a cabeça na parede fria e metálica do elevador e respiro fundo.
- , está tudo bem?
- Uhum. - não tenho forças para responder, só me concentro na minha respiração.
- . - ele me vira em sua direção e deve ver algo preocupante em meu rosto. - O que foi?
- Eu não… - fecho os olhos e respiro fundo. - Eu não gosto de espaços apertados assim. Não gosto de ficar trancada em espaços pequenos.
Suas mãos sobem e descem pelos meus braços, criando um calor muito necessário. Parece que a temperatura caiu e me sinto com frio.
- O que posso fazer para ajudar? - ele pergunta e balanço a cabeça.
- Assim está ótimo, só preciso manter a respiração calma até nos tirarem daqui.
Ficamos em silêncio por alguns minutos e consigo me manter sã até que o elevador balança sozinho.
- ? - agarro seu ombro, sem vergonha de demonstrar meu pânico voltando a crescer.
- Está tudo bem, . - ele me aperta contra seu peito e deixa um beijo na minha testa.
Fecho os olhos com força, tento lembrar de coisas boas para desviar a mente do medo que sinto no momento.
- Por que essa demora? - murmuro contra tian).
tian) pega o interfone de comunicação com a portaria e pergunta em quanto tempo os bombeiros chegam.
- Não sei dizer, senhor. Houve um apagão na cidade, me disseram que os bombeiros estão em chamados mais urgentes.
- Mais urgentes? precisa sair daqui agora! - ele retruca rápido e feroz. - Peça que venham rápido, ela precisa sair daqui!
- Vou pedir ajuda de novo. - o porteiro diz antes de desligar.
- Eles não vão vir. - sussurro, o medo toma conta de mim novamente.
- Claro que vão vir, . - me abraça ainda mais apertado.
Me desvencilho de e sento no chão do elevador, trazendo meus joelhos até meu peito e os abraço. Ele se senta ao meu lado mas não tenta me tocar e finjo que não sinto falta do seu abraço.
- Foi uma surpresa encontrar você aqui.- ele diz depois de alguns minutos em silêncio no escuro.
- Você me pediu pra vir aqui.
- Não. - ele ri de leve. - Quando cheguei aqui pela primeira vez. Eu não sabia que você trabalhava aqui.
- Nunca conversamos sobre nossas vidas, .
Ainda é esquisito pensar em tudo o que está acontecendo. Meu ficante de um clube de sexo agora é meu colega na empresa que trabalho. Uma ótima semana, não é mesmo?
- Eu devia ter perguntado mais. - ele murmura.
- Não era para isso que você vai ao Red Light. Ou eu. - dou de ombros. - O foco não era conversar sobre a vida.
Se eu disser que nunca pensei em fora do Red light seria uma mentira descarada.
- Sua blusa estava aberta naquele dia.
- Dois botões simplesmente voaram. - rio. Aquele dia foi caótico.
- Não gostei do Lucas olhando para os seus peitos. - reviro os olhos, mesmo sabendo que ele provavelmente não pode vê-los.
- Ele é meu chefe, não tem muito o que eu possa fazer sem que me prejudique. - triste realidade que nós mulheres vivemos.
O silêncio recai sobre nós de novo. Sinto se aproximar mais do meu corpo e me mantenho imóvel.
- Você voltou ao Red Light desde a última vez?
- Não. - respondo honestamente. - Você?
- Só apareço quando você vai. - sua voz é suave.
- . - prendo a respiração quando sinto sua mão na minha coxa. - É contra as regras da empresa romance entre os funcionários.
- Mentirosa. - sua boca agora toca meu pescoço e me derreto contra seus lábios. - Se você não me quer, é só dizer.
Ele se afasta totalmente. Solto um suspiro e decido que é hora de ser honesta.
- Não sei manter um relacionamento. - ele espera que eu continue. - Entrei para o Red Light porque sabia que ia encontrar gente com as mesmas intenções que eu e é isso.
Roo a unha do polegar nervosamente.
- Eu também menti, . - relaxo os ombros. - Nós dois mentimos sobre quem éramos, você mentiu o nome e eu sobre… bom, tudo. Não sou quem você imagina que sou, você tem uma imagem falsa minha na sua cabeça e eu sei que é culpa minha, mas eu não sou assim.
continua em silêncio e não sei como continuar a falar sem parecer doida.
- Você vai se decepcionar com quem eu sou de verdade. - admito meu medo.
volta a me tocar e me puxa para sentar em seu colo. Apoio as mãos em seus ombros e foco meu olhar no seu.
- Você nunca me decepcionaria, . - ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e faz um carinho na minha bochecha.
- Você diz isso agora, quero ver quando-
Não consigo terminar a frase, a boca de se choca contra a minha, me calando rapidamente. Seus lábios são quentes contra os meus, uma pressão forte, deliciosa e necessária.
Acaricio seu cabelo e quando sua língua desliza sobre a minha, não consigo segurar o gemido que me escapa. Senti saudade disso.
segura meu quadril com firmeza, me fazendo parar de me roçar contra sua ereção já visível, algo que eu nem tinha reparado que já estava fazendo.
- Você quer parar? - não sei como crio coragem para essa pergunta, se ele disser que sim, não sei se vou aguentar.
- Você quer? - ele devolve a pergunta e nego com a cabeça.
tian) volta a me beijar, dessa vez com mais urgência. Suas mãos me mantém fixa sobre seu corpo, como se tivesse medo de que eu fugisse.
Agarro seus cabelos e me entrego totalmente ao beijo que nem sabia que precisava tanto.
Uma das mãos de levanta a barra da minha camisa e sobe pela minha barriga por baixo do tecido. Suspiro contra sua boca, o que parece acender um fogo ainda maior nele.
A mão livre de voa para meu cabelo e entrelaça os dedos nos meus fios, puxando minha cabeça para cima e expondo meu pescoço.
Sua língua traça uma linha deliciosa da minha boca ao meu colo e me sinto completamente acesa.
- . - suspiro, meu corpo em chamas. - Os bombeiros…
- Ainda demoram um pouco, . - sua boca volta a tocar a minha.
- . - digo como um aviso mas estou entregue demais ao momento para protestar.
- Me deixa te fazer se sentir bem, - pede, seus dentes arranhando a lateral da minha garganta.
Não consigo dizer mais nada, o único sinal que dou é minha mão embrenhada nos cabelos dele e minha boca furiosa contra a sua.
O ar é elétrico, o sentimento carnal, e tudo o que quero no momento é . Suas mãos voltam para debaixo da minha blusa mas trilham um caminho até meus seios.
- Puta merda, Viena. - ele aperta meus mamilos com força quando descobre que estou sem sutiã. - Caralho.
Minha blusa passa pela minha cabeça e a boca de substitui um de seus dedos. Sua língua trabalha sobre o ponto sensível e parece impossível, mas fico ainda mais molhada do que já estou.
Estou me esfregando contra de novo, mas dessa vez ele não me para, com a mão livre, dá um tapa em minha bunda e a agarra em seguida, me esfregando ainda mais contra si.
- Se você não me comer agora, eu vou gozar na minha calcinha. - sigo ofegante.
- Não. - ele me faz levantar e tira meu shorts. - Você vai gozar na minha boca.
, ainda sentado, me puxa pela bunda e encaixa sua boca contra minha intimidade. Me agarro à barra de segurança quando sinto meus joelhos cederem no momento em que deixa um beijo molhado em meu centro.
- Cacete. - me movimento devagar contra , aproveitando cada momento que sua língua molhada desliza sobre minha buceta, me encharcando cada vez mais.
tian) enfia um dedo dentro de mim, tentando alcançar o ponto G e no momento em que completa sua missão, perco por completo o controle. Me transformo em pura luxúria, cavalgando a língua de como se não houvesse amanhã, buscando apenas o alívio e aquele sentimento gostoso depois de atingir o ápice.
Não demoro muito para gozar e toma cada gota como se fosse água no deserto, deixando um último beijo estalado no meu clitóris sensível antes de se levantar e me beijar. Nos beijamos com um pouco mais de calma do que antes, deixando meu gosto agregar um tesão ainda maior ao momento.
Subo minhas mãos pela calça de e paro no cinto, o desfazendo com rapidez.
- Se você me chupar, não vou conseguir te foder do jeito que merece. - ele segura meu pulso com uma mão.
Abaixo minha mão devagar e o observo enquanto abaixo a caixa e tira o pau da cueca, fazendo um breve movimento com a mão enquanto me olha com vontade.
Do bolso de trás, tian) tira a carteira e procura por algo. Sua atenção retorna pra mim quando me entrega a camisinha.
- Coloca. - ele ordena e cruzo as pernas para aumentar o atrito no meio das minhas pernas.
Devagar, quase de forma torturante, coloco a camisinha em tian) e bato uma punheta até que ele segura meu braço de novo. Dessa vez, seu corpo prensa meu rosto contra o espelho do elevador. Sinto sua ereção na minha bunda antes de começar a roçar com o pau na minha buceta. Empino a bunda para trás, na intenção de que ele me foda logo, mas ri de leve e se afasta por um momento. Ele joga meu cabelo sobre meu ombro esquerdo, deixando minha pele à mostra. tian) distribui beijos do meu ombro ao pescoço, mordisca minha orelha, lambre onde morde de leve.
- Me fode de uma vez. - seguro seu pau por trás das minhas costas.
- Seu desejo é meu comando, princesa.
tian) encaixa sua ereção em minha entrada e no momento em que desliza para dentro de mim, me sinto preenchida. Começo a me mover primeiro, ele sempre me deixa ter esse pequeno momento de controle antes que passe a me foder com todo ódio e paixão reprimida que eu tanto amo.
Jogo a bunda para trás e ouço tian) gemer, suas mãos apertando minha cintura de uma forma deliciosa. Sinto o tapa na minha pele antes de ouví-lo e isso só me incentiva ainda mais.
Finalmente, o pouco autocontrole de acaba e ele toma conta dos movimentos, se enterrando em mim de forma rápida, nossos corpos se chocando com um som que preenche o ambiente apertado. Começo a me tocar enquanto tian) me fode e praticamente grito quando ele atinge meu ponto G novamente. Minha respiração já está errática - a de também, seus movimentos já são mais erráticos.
- … eu vou gozar de novo.
- Junto comigo, . - ele segura meus peitos e aumenta mais a velocidade das suas estocadas.
As luzes do elevador se acendem, mas não para, nem eu. A única coisa que nos importamos no momento é atingir o êxtase de mãos dadas.
Encontro o olhar de no espelho e não demora muito até que seu gemido me avise de que já está gozando. Me masturbo com mais rapidez, correndo para alcançá-lo nas estrelas e puta merda.
Não sei muito bem o que acontece, mas quando me dou conta, já está abotoando meu shorts jeans e me dando um beijo carinhoso nos lábios.
- Tudo bem? - ele me pergunta com ternura.
- Aham. - não tenho forças para responder mais do que isso.
- Os bombeiros chegaram. - ele tira meu cabelo do rosto e o prende em um coque no topo de minha cabeça.
- Ok. - tento me ajeitar para não dar na cara de que acabei de ter uma foda excepcional dentro do elevador do trabalho enquanto houve um apagão na cidade.
Os bombeiros finalmente abrem as portas do elevador e devo agradecer à por ter me distraído tanto que nem me dei conta de que ficamos quase uma hora presos ali dentro. Quando chegamos sãos e salvos ao térreo, conversa com o porteiro sobre algo antes de se voltar para mim e descer um lance de escadas comigo até a garagem.
Não sei bem o que dizer nesse momento, não sei se ele só queria sexo, se quer uma amizade, se quer algo a mais… Minha mente entra em um espiral de ansiedade e não sei o que pensar.
- Para com isso, .
- Parar com o que? - cruzo os braços e me mantenho mais distante do que gostaria de .
- De tentar pensar no futuro. - ele consome o pequeno espaço entre nós e faz um carinho nos meus ombros.
- Não estou fazendo nada. - mastigo meu lábio inferior e olho para qualquer outro lugar.
segura meu queixo e me faz olhar para ele. Seu polegar passa suave sobre minha boca e ele me beija de leve, quase como se tivesse medo de me assustar com alguma coisa.
- Eu quero te levar em um encontro. - ele sussurra.
- Acho que isso é um pouco tarde demais para a gente. - rio sem ânimo. - Você sabe que não precisa fingir querer sair comigo só para transarmos, né?
- Eu não quero só transar com você, . - ela me olha de uma forma que ninguém nunca me olhou antes. - Eu quero você, eu quero tudo e nada com você.
Não é a declaração mais romântica do mundo, mas nós nunca fomos românticos. É o suficiente para mim. Pelo menos por enquanto.
- Eu quero te levar em um encontro. - ele repete, dessa vez com mais firmeza.
- Ok. - sorrio para ele. - Mas você paga a conta.
Ele ri e eu rio junto dele antes que me beije de novo.
- ?
- Hum. - ele resmunga enquanto deixa beijinhos pelo meu rosto.
- Na hora que a luz do elevador voltou, a câmera de segurança-
- Já cuidei disso. - ele sorri para mim. - Ninguém vê o que é keu.
Ele agarra minha bunda com força e me beija de novo, com um pouco mais de vontade.
É, acho que nunca foi tão bom estar errada.


Fim...



Nota da autora: Sem nota.
Qualquer erro no layout dessa fanfic, notifique-me somente por e-mail.


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