05. I Wanna be the Rain

Última atualização: 19/05/2021

Capítulo Único

- E você já tem um par para o baile, ? - mordeu os lábios, preocupada, negou com a cabeça. O baile seria em duas semanas e ela não havia sido convidada por nenhum garoto. Ainda estava longe, se for pensar, mas Maggie era extremamente ansiosa. - ?
- Eu ia com a Chantal, mas depois que aconteceu aquilo, sem chances. Então talvez eu nem vá. - deu de ombros, fechando o armário. - E você? Vai com o Johny?
- Claro! - Maggie sorriu. - Estamos na mesma vibe, ele é incrível.
- Ao menos alguém do nosso trio tem que estar bem nesse quesito. - comentou, arrancando risadas dos amigos. Eles eram amigos desde os primeiros anos do ensino fundamental, agora estavam no segundo ano do colegial.
- Vocês viram que o Dom criou um app que você responde uma série de perguntas e ele te indica seu par perfeito na escola? Talvez fosse uma solução para você ir ao baile acompanhada, .
- Me parece uma atitude desesperada. - e falaram juntos e gargalharam, fazendo um toque de mãos.
- Vocês e essa mania estranha de falarem juntos. - Maggie deu de ombros. - Mas não descartem sobre o app, ou vão vocês dois juntos, como amigos. - os dois se encararam, e negaram com a cabeça. - Então vão se foder. Tchau.
- Mag! - gritou, mas a amiga só mostrou o dedo do meio. - Você acha uma boa o lance do app?
- Ah, , eu não sei, eu talvez nem vá nesse baile, como eu disse, mas apoio que você se inscreva, depois do George você não ficou com mais ninguém, e você precisa se permitir gostar de alguém.
- Eu te amo! Muito, . - ela abraçou o amigo de lado. - Obrigada, de verdade. Talvez eu me inscreva.
- Eu também te amo! Muito! - ele sorriu, passando os braços pelos ombros dela. - O que você decidir, tem meu apoio. - deu um beijo na testa dela.
- Use o seu conselho também, se inscreva, você merece ser feliz. - ele fez uma careta engraçada, fazendo com que sorrisse automaticamente. a abraçou de lado e foram para a aula de histórias que teriam juntos naquela tarde.

- E então? - Maggie olhava para a amiga com um sorriso bonito.
- Marquei um encontro com ele na porta do refeitório, estou tão nervosa, Maggie! E se ele for um babaca?
- Você conversou com ele ontem à tarde toda, tem vários pontos em comum, fora que o app do Dom direcionou vocês dois por terem gostos parecidos, acho que tem tudo para dar bom, e se não der, tá tudo bem.
- Amo tanto o seu otimismo. - ela sorriu. - Mas você tem mesmo razão, eu não tenho nada a perder, já iria ao baile sozinha de qualquer forma, né?
- E a ideia de você ir com o ?
- Ah, o disse que talvez nem iria, e bom, eu não quero que ele vá de forma forçada para me acompanhar, se ele não se sente à vontade para ir, é dolorido, você sabe.
- A Chantal destruiu o coraçãozinho dele, e ela vai, né? Com o amante que agora é o atual namorado dela. - suspirou baixinho.
- Exatamente, foi muito duro, sabe? Ele confiava nos dois e foi uma bela apunhalada nas costas. - mordeu os lábios, lembrando-se de como ele ficou com tudo e do apoio que ela e Maggie precisaram dar ao amigo.
- Sim, foi. - a amiga suspirou fundo. - Mas não vamos mudar o foco do momento, é você e o seu date secreto. Gente, eu estou amando essa vibe toda de mistério.
- Você ama todas as vibes - riu, nervosa. - Eu estou surtando, está quase na hora de encontrar o 5574.
- Números? Sério? O Dom tem zero originalidade.
- Para de pegar no pé dele, a ideia foi incrível, Mag, por Deus. E você que deu a ideia de usar, justamente.
- Bah, eu sei. - riu. - Tá na hora, só vai, estou mais ansiosa que você. - soltou um gritinho segurando na mão da . - Boa sorte.
- Obrigada! - a encarou, soltando a mão da amiga.
chegou ao local e não tinha ninguém ali, encostou-se em uma pilastra e puxou o celular do bolso para se distrair.
- Oi, ! - apareceu, sorrindo.
- Ah, oi, . - sorriu para o amigo, mas não pôde deixar de olhar para os lados, pensando quando o 5574 chegaria. Ela viu que o amigo não saiu de seu lado e o encarou. - Ok…
- Eu tenho um compromisso aqui. - arqueou a sobrancelha.
- Jura? Com quem? Não acredito que você não me contou, . - ela deu um tapa no braço dele.
- Foi tudo muito rápido e louco, eu me cadastrei no app do Dom, respondi aquele questionário enorme, conversei com ela ontem à tarde toda e marquei com a garota aqui. - deu pulinhos animados e abraçou o amigo.
- Incrível! Também me cadastrei no app, e marquei com o garoto aqui. Que coincidência! - se separou de , e voltou a encarar o corredor, à espera do rapaz. sorriu, também olhando para o corredor.
- Ok, ela está atrasada. - ele soltou depois de esperarem por mais alguns minutos. teve um click na cabeça, não era possível, era? Não, não podia ser… Ou podia?
- 5574? É esse o seu número? - virou roboticamente na direção de ,assentindo.
- 5575? - assentiu, sentindo que um peso havia sido colocado em seus ombros. - Certo. - o rapaz passou a mão na nuca, desconcertado.
- Então… - eles se encararam, mordendo os lábios, e depois começaram a gargalhar audivelmente. - ! Isso é…
- Inesperado!
- É… - ela passou a mão nos cabelos. - Qual a qualidade você colocou que admira?
- Definitivamente honestidade.
- Eu também! - ela sorriu. - Para você um relacionamento deve ter…
- Cumplicidade. - ele abriu um sorriso, concordando.
- Foi a resposta que eu coloquei também, . - eles foram jogando algumas perguntas que se lembraram durante a conversa e ficaram ainda mais surpresos com o quanto eram compatíveis.

- Me conta, como foi o date? - Mag puxou a amiga para uma carteira mais próxima depois de vê-la entrando na aula de física que elas teriam juntas.
- Inesperado, essa foi a definição do momento para nós dois. - Mag a encarou, de cenho franzido. - Era o . Foi muito louco.
- Eu não acho tão inesperado que o app tenha juntado vocês, tem tantas coisas em comum, é claro que vocês são compatíveis, .
- Mag, a gente é amigo há tanto tempo, eu…
- Você não se sente nem um pouco atraída por ele? Nadinha? - Mag a encarou, curiosa.
- Eu nunca o olhei desse jeito, talvez essa seja a verdade.
- Mas eu tenho certeza que ele já te olhou dessa forma...
- Do que você está falando, Maggie Simpson?
- Eu não acredito que falei isso alto, droga! - ela comentou mais com ela, do que com . - Nada, me ignora pelo amor de Deus!
- De jeito nenhum! já me olhou diferente? Maggie! - a amiga negou veemente com a cabeça.
- Eu nem deveria ter tocado no assunto, eu não tinha esse direito, só conversa com ele, por favor. - Maggie tinha os olhos suplicantes, sua expressão denotava certa angústia por ter revelado o segredo do amigo, segredo esse trancado a mais de sete chaves.
- Ok. - suspirou fundo, vendo o professor finalmente entrar na sala, mas aquela conversa não tinha abandonado seus pensamentos por nenhum momento.

estava parada em frente à casa do amigo tinha alguns minutos, sentia-se estranha, não sabia bem como abordar aquilo, eles eram amigos de longa data, estiveram sempre juntos, mas ela sequer imaginou que o rapaz nutrisse sentimentos tão fortes por ela. Era lógico que ela o amava, muito, mas nunca o tinha enxergado desse jeito, e saber que ele a enxergava daquela forma estava mexendo com seus neurônios.
Não que fosse feio, na verdade ele era bem bonito, fazia seu tipo, era divertido, engraçado, carismático, gostava de muitas coisas que ela gostava, ele com certeza seria o namorado perfeito… Mas ela tinha medo de começar a enxergá-lo desse jeito e depois não darem certo e ela perdê-lo para sempre, e ela não suportaria, ele era tudo para si.
Engoliu em seco, e deu os passos finais para chegar na porta da casa do amigo, seria tudo ou nada. Esperou pacientemente após tocar a campainha, até escutar o barulho da porta ser destrancada.
- , oi! - ela sorriu, nervosa.
- ! Você não avisou que vinha. - ele lhe deu um abraço desajeitado - Entra.
- Obrigada. - ela ficou parada no hall, sem saber muito como agir. Se fosse há uma semana ela teria se jogado no sofá do amigo e exigido que ele trocasse de canal.
- Bom... - ele colocou as mãos nos bolsos frontais da calça jeans que usava, claramente desconfortável após o lance do app.
- A gente pode conversar em um lugar mais… reservado? - ela falou baixo após ver a mãe do garoto na cozinha.
- Claro. - ele deu de ombros.
- , querida, oi! Veio almoçar aqui, não é? - a mãe do rapaz brincou. - Cadê a Maggie? Não veio?
- Oi, Dri! Felizmente a senhora terá apenas a minha ilustre presença, sinto muito. - ela gargalhou.
- Me contento. - sorriu. - O almoço logo estará pronto, ok? - eles assentiram.
- Vamos, . - ele apontou para as escadas, se direcionando para lá e a amiga o seguiu. Ele encostou a porta assim que ela adentrou o cômodo. - E então?
- , eu nem sei como começar esse assunto. - se sentou com a coluna reta na cadeira gamer do rapaz, que se sentou na cama, de frente para ela.
- , somos amigos, sem rodeios, ok? - ele segurou a mão dela, passando-lhe segurança.
- Ok. - ela respirou fundo. - Hoje contei a Maggie que você era meu par compatível e ela não se mostrou nada surpresa, inclusive deixou escapar que você já me olhou com outros olhos, queria que me falasse sobre isso. - abriu a boca, jogando seu corpo para trás na cama, deitando-se. Ele estava envergonhado. - É verdade?
- , eu nunca falei sobre isso com Maggie…
- Sabemos que ela é bem perspicaz. , eu preciso saber se você sentia algo por mim, por favor, me fala.
- Eu ainda sinto, . Eu nunca tive coragem de te contar porque eu sabia que você não sentia o mesmo por mim, então apareceu a Chantal, ela era uma garota muito bonita, legal, divertida, eu realmente gostei dela, porém houve a traição com o Anthony, meu melhor amigo, e eu sofri pra caramba porque eram duas pessoas que eu confiava bastante, mas eu nunca a amei, e hoje eu sei disso.
- Eu nunca percebi, sequer cogitei isso. … Deus, você deveria ter me contado.
- E você faria o quê, ? Largaria sua pseudo relação com o George por isso?
- Não sei, sinceramente, eu só queria saber. Me desculpa ser uma tonta. - ele sorriu de lado. - E agora, como vai ser?
- Eu não sei, de verdade. - ela o encarou, segurando a mão dele de forma afetuosa, ele levantou os olhos, a encarando, e aquela troca de olhares definitivamente, foi significativa.
- Almoço pronto! - Dri os chamou. Eles desentrelaçaram suas mãos. se levantou e em sequência , que passou os braços por seus ombros.
- Eu amo você! Muito.
- Eu também te amo. Muito! - desceram as escadas. Internamente deixariam as coisas rolarem, não tinha muito o que fazer diante daquela nova dinâmica.

- Gente, para mim chega por hoje, eu já não sei o que é seno, cosseno, tangente, ângulo... podem me internar, pelo amor de Cristo. - Maggie comentou, exacerbada. Os três estavam estudando há mais de uma hora, pois na semana seguinte teriam uma prova.
- Exagerada. - comentou, anotando mais algumas informações do próximo exercício. só riu, vendo Mag passando as mãos no cabelo. Para ele, matemática nunca foi um problema, sempre teve facilidade com a matéria, então sempre auxiliava as amigas, enquanto nas matérias como filosofia, geografia e história, as amigas lhe davam uma mãozinha. Era uma troca justa.
- Eu já estou indo, marquei de encontrar o Johnny. Você vai ficar, ? - o amigo assentiu. - Então beijo, e até amanhã, gente. - os amigos se despediram dela, e voltaram o foco aos exercícios.
Estudaram por mais uma hora até se jogar na cama, sendo acompanhada por , que ficou com o espaço vago ao lado dela, a encarando.
- Queria ter um pinguinho da sua inteligência para exatas, , sou uma negação. Espero pelo menos tirar um 6,0, que já é o suficiente para eu passar. - ele gargalhou. - Obrigada mais uma vez pela ajuda.
- A sua disposição sempre. - ele piscou para ela, agora virando-se de lado, e ela fez o mesmo. Eles se encararam com um pequeno sorriso. levou as mãos até a cintura dela, fazendo um carinho ali. engoliu em seco, os olhos dele a encaravam como se ela fosse a criatura mais linda do universo. não havia tentado avançar o sinal com a amiga de forma alguma durante aquela semana, mas a intensidade de seu olhar sempre estava presente. - Vamos ao baile juntos? - ele questionou, de repente.
- Sim. - ela sorriu. - Achei que tinha deixado claro depois que conversamos na sua casa que a gente deixaria as coisas rolarem.
- Aquele dia foi cheio de conversas mudas, , não valeu. - ela sorriu, levando as mãos a cintura dele, e o abraçando apertado.
- Acho que não vou arranjar melhor par, . - ele se aninhou ainda mais no abraço, dando um beijo na testa dela. Ela levantou a cabeça, afrouxando os braços da cintura dele, o encarou. Daquela posição ela conseguia ver bem os traços de e o quão incrível ele era. Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, piscou os olhos, aturdida, completamente envolvida com a áurea do momento. Ele fez menção de se aproximar dela, e permitiu, seus narizes estavam se tocando, mas se afastou bruscamente quando ouviu passos no corredor, levantando-se da cama e se jogando no tapete felpudo de . Não demorou para a mãe da garota aparecer.

Eles caminharam em direção a entrada do baile de braços dados, algumas pessoas direcionaram seus olhos para eles, afinal, eles eram amigos de longa data, mas nunca tinha sido vistos juntos em um baile daquela forma. Viram Maggie juntamente a Johnny na pista de dança e acenaram para ela, que fez um sinal positivo para os dois.
havia escolhido um vestido lilás, vestia uma camisa branca e calça preta, estava singelamente simples, mas havia adorado. Pegaram um pouco de ponche batizado por sabe-se lá quem e degustaram um pouco da bebida, enquanto estavam sentados em uma mesa mais afastada.
- Como está se sentindo com tudo? - ele se referia a estarem juntos no baile.
- Estou bem, fica tranquilo. - ela piscou, e ele assentiu.
- Você quer dançar? - ele perguntou assim que terminou de beber.
- Claro! - ela se levantou em um pulo.

Ele a conduziu pela cintura até estarem no meio do salão. Segurou a mão dela e sua outra mão, ele enlaçou a cintura de . Começaram a dançar com passos tímidos. Ele pegou a mão dela, a colocou no pescoço dele e segurou firmemente a cintura dela. Uma música nova começou a tocar, e ela parecia ter sido escrita para a , então ele se aproximou ainda mais de , e levou os lábios para próximo de seu ouvido, sussurrando alguns trechos da música.

O amor pelo qual você vive
O ar que você respira
Eu quero ser tudo que o toca você, tudo
Eu quero ser a chuva
Que cai em você
Lava afastado a dor
Eu quero ser o Sol
Que brilha em você
Aquece seu mundo cada dia
Eu quero ser o céu que segura as estrelas para você
Então, você nunca perderá o seu caminho
Eu quero ser o vento que beija seu rosto
Eu quero ser a chuva
Não é o suficiente pra mim estar em torno de você
Eu quero ser tudo que te rodeia

tinha os olhos fechados, enquanto sentia aquelas palavras lindas sendo direcionadas a si, ela nunca pensou que estaria tão bem ao lado de , e que ele lhe despertasse aquele turbilhão de sentimentos. Passaram apenas duas semanas, mas bagunçaram a vida inteira de .
a rodou rapidamente, e a trouxe para si, segurou ambas as mãos dela enquanto dançavam. A virou de costas, sentindo o cheiro bom que vinha do seu cabelo, enquanto ela tinha o sorriso mais lindo.
Ele a virou de frente a encarando, enquanto a conduzia no balanço da música.
- Eu quero ser a chuva... – ele o encarou, sorrindo, tímido. Eles se separaram minimamente, e direcionou seus olhos para o rapaz, e sem pensar muito se aproximou dele, roçou seus narizes e o beijou.
O coração de parecia que sairia de seu peito, com certeza estava muito pior. Ele passou a língua por todo o lábio dela, pedindo passagem que logo foi concedida pela garota. Ele a beijou lentamente.
estava completamente entregue, achava que estava em um sonho por estar beijando a menina daquela forma, era muito melhor do que ele podia sequer imaginar. Ele a apertou mais em seus braços, não queria interromper aquele momento de forma alguma. O ar infelizmente faltou, e eles se separaram, ofegantes.
- Ok… - ele engoliu em seco, suspirando baixinho. - Você beija muito bem, melhor que eu pensei que beijaria. - sentiu as bochechas ferverem.
- Você não beija nada mal também. - ela sorriu, se aproximando e roubando um selinho dele. - E eu quero.
- O quê?
- Que você seja a chuva que cai em mim. - abriu um enorme sorriso no rosto, finalmente as coisas estavam indo a favor dele. E pensar que ele chegou a querer brigar com Maggie por ter a boca grande, agora ele tinha conseguido o que sempre quis.
- Eu te amo! Muito. - ele soprou as palavras, do jeito que era singular dos dois.
- Eu também te amo! Muito. - encostaram novamente seus lábios, genuinamente felizes.




Fim!



Nota da autora: Oi, gente! E lá vamos para mais um friends to lovers, aiii, é muito neném esse tipo de plot! Digam o que acharam. Um beijoo!

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