O ensino médio do colégio St. Louis era cheio de todos os clichês que se espera, o time de futebol que dominava a escola com suas vitórias e popularidade, as cheerleaders que reinavam nos intervalos dos jogos e nos corredores despertando paixões e inveja, amando ser idolatradas junto aos jogadores. A maioria dos outros alunos tentavam apenas sobreviver e passar despercebidos, vendo a movimentação dos populares que agitavam todos os intervalos das aulas.

Já era quase o final do ano e a sensação de estar totalmente perdido nunca foi tão real para , um dos principais jogadores do time, que agora era apontado por todos na escola, depois de uma noite absurdamente horrível ele se viu sem poder mais treinar e todos seus “amigos” já não se importavam o suficiente para o querer por perto.
Então quando ele foi parar na área mais distante do colégio não foi exatamente uma surpresa para ninguém, afinal ali era a área dos excluídos, dos estranhos e dos que não faziam a mínima questão de participar do grande circo social do ensino médio.
– Sabia que você está sentado na nossa mesa? – Uma garota de cabelos curtos, óculos escuros e batom vermelho sentou na frente de o encarando debochada, sem se importar de fato, ele apenas deu de ombros e apontou para os bancos vagos.
– Fique à vontade, tem lugar o suficiente – Continuou a comer seu lanche como se estivesse sozinho e viu aquele trio sentar na mesa.
Depois de alguns momentos de um silêncio constrangedor, a garota voltou a encará-lo e sem a menor cerimônia se sentou de frente pra ele, puxando seus dois amigos para sentar ali também.
– Eu sou , estes são Ben e Josh – A garota de cabelo curtinho apontou para um garoto de óculos que não parecia gostar nenhum pouco da presença de ali, e em seguida apontou para o outro garoto ao lado do jogador, que apenas acenou com a cabeça, deixando seus cachos caírem em seus olhos.
– Oi!! Seja bem-vindo! – Josh riu e arrumou o cabelo novamente atrás da orelha vendo Ben revirar os olhos.
– Nós somos esquisitinhos, mas não mordemos não! – sorriu e começou a comer seu lanche com toda a vontade – Que mal lhe pergunte, o que aconteceu no paraíso pra você ser jogado pra cá?
Mostrou com a mão aquela área cheia de mesas ocupadas pelos mais variados tipos de alunos, sem nenhum popular por perto.
– Primeiro, você é super curiosa, né! Segundo, tem ketchup no seu rosto e terceiro, prazer, sou o ! Mas por favor, me chamem de – Deu um guardanapo a ela que sorriu levemente constrangida revirando os olhos de maneira teatral.
– Então, …. Conta vai – Ela deu uma piscadinha pra ele que sorriu e abaixou a cabeça.
– Vocês devem ter ficado sabendo da festa da semana passada, acho que a escola toda estava lá – olhou para os três que confirmaram com a cabeça.
– Fiquei sabendo que teve briga, confusão e tudo que essas festas têm direito….. Então você que brigou? – cheia de curiosidade na voz se aproximou dele por cima da mesa.
– Mais ou menos, acabei bebendo demais, briguei com o capitão do time por causa da minha ex-namorada e agora, graças a toda essa confusão, me ferrei e fui expulso do time….
– Mas eles podem te expulsar assim? – Até Josh estava interessado pela fofoca, se virou para ouvir melhor a história.
– Na verdade, eu já estava ferrado com as minhas notas, e mais o mau comportamento só facilitou pra quando o Will, nosso capitão, foi se justificar pro técnico que eu não deveria nem estar mais lá….
– Que otário! Ele podia ajudar, certo? – perguntou já com o semblante mais sério que o habitual.
– Ele não ia me querer por perto, eu era o substituto e se eu me destacasse podia acabar no lugar de Capitão…. Pra quê arriscar, né? – O rosto impassível de se virou para que o encarava indignada.
– Isso é muita sacanagem! – Ela bateu na mesa chamando a atenção de algumas pessoas que passavam por ali – Você já deu o troco neles?
O jogador riu e balançou a cabeça negando a pergunta.
– Só queria não perder minha chance no futebol, mas vai ser foda! – deu de ombros e viu os três trocando olhares ao seu redor.
– Sinto muito por você, mesmo não gostando de esporte sei que é bem importante pra uma galera – Ben disse olhando nos olhos, pela primeira vez desde que começaram aquela conversa.
– Não sei se isso é bom ou ruim pra você, mas se quiser pode ficar com a gente! Não fazemos questão de holofotes! – convidou rindo, e dando uma piscadinha para o recém-chegado que sentiu os ombros se aliviarem pela primeira vez em dias.

Não era o grupo ideal, na mente de , mas era muito melhor do que ficar totalmente sozinho em todos os intervalos, já estava mais do que ferrado mesmo, pelo menos teria companhia até o fim do ano.
Duas semanas depois daquela primeira conversa, os quatro eram vistos juntos todos os dias, Ben e Josh ainda eram um pouco resistentes, mas já se acostumavam a ter a presença de um jogador no meio deles. era uma grande incógnita para , ela não era nenhum pouco parecida com os dois garotos, muito mais comunicativa e desenvolta do que aqueles alunos, de uma diferença tão grande que só deixava o garoto ainda mais curioso.

e almoçavam no pátio, e conversavam sobre a escola quando em um rompante a garota disse:
– Quer saber, eu já tô me deprimindo com você aí chorando…. – levantou do banco e puxou com ela, os conduzindo à biblioteca – O que você acha de voltar pro time? Nem que seja só pra irritar os idiotas que estão lá?
– E como a senhorita gênio pensa em fazer isso, porque eu nunca fiz parte do seu clubinho, eu sou da galera da recuperação e dos que passam por conselho de classe!
fez uma careta como se estivesse lhe ferindo os ouvidos daquela maneira e continuou a caminhar.
– Sua sorte é que temos algum tempinho até o final do ano, você pode fazer o teste e voltar pro time assim que o ano letivo começar!
– Não querendo ser ingrato nem nada, mas porque você me ajudaria?
– Porque eu já estive nesse lugar e demorei pra perceber que eu teria de ir ainda mais fundo pra sair do outro lado, aprendi quem eram os meus amigos de verdade e tô vendo que você tá precisando de uma ajudinha, nem que seja pequena…– A garota parou no meio do caminho e o olhou nos olhos profundamente – Mas isso é só se você quiser! Se quiser só usar do nosso incrível lugar no pátio, tá valendo também! – Ela o empurrou de leve pelos ombros e o viu abaixar a cabeça rindo.
– Não, não! Prefiro a primeira opção, nem minha mãe vai acreditar se eu voltar pro time melhorando minhas notas – Pela primeira vez na semana pôde ver seu novo amigo com a cara um pouco mais alegre, entraram na biblioteca e foram direto pra área das mesas onde encontraram os dois integrantes que faltavam.
– Bú! Finalmente encontrei as minhas metades da laranja! – A garota chegou beijando o rosto dos dois, chamando mais atenção do que o necessário.
– Você sabe que isso não é nem possível, certo? – Ben disse baixinho encarando por cima dos óculos reparando ali parado na ponta da mesa.
– Garota, você podia só não gritar na biblioteca né? Se eu for expulso daqui vou estudar onde? – Josh parou de anotar algo em seu caderno e chamou com a mão para sentar ao seu lado.
– Parem de ser chatos! Eu preciso da ajuda de vocês…. – olhou sugestivamente para que sorriu tímido quando os dois garotos o olharam – Quer dizer, nós precisamos!
O jogador sentou ao lado de Ben, na frente da garota que começava a pegar seus cadernos com a maior empolgação do mundo.
– Lembram daquele grupo de estudos que a gente fez… – olhou para os dois meninos mais desconfiados da mesa, que se entreolharam só em ouvir o começo da frase da garota – Vocês me salvaram, e sei que vocês ainda não gostam tanto do aqui – Os três olharam para o jogador que tentou abrir um sorriso meio estranho em meio a surpresa de tanta atenção – Mas acho que ele pode estudar com a gente, podemos ajudar nessa parte, e vocês são as pessoas mais incríveis pra isso! – O olhar angelical da garota junto com o sorriso aberto e cativante fez com que Josh e Ben apenas revirassem os olhos e sorrissem tímidos.
– Você é uma tratante! – Josh respondeu dando de ombros
– A grande manipuladora dos nossos corações – Ben reforçou balançando a cabeça reprovando a amiga.
– Ah tá, quem vê até acredita nisso, mas quem foi a grande ajudante pra que esses dois bocós agora tivessem namoradas lindas e maravilhosas…. – cutucou a costela de Josh e tentou acertar um chute em Ben por baixo da mesa – Vocês são ótimos, meus amigos e eu sei disso! O que me dizem?
que ficou o tempo todo vendo aquela relação que, em sua mente era a mais improvável de todas, agora achava aquele trio o encaixe estranhamente certo.
– Vamos lá, em quais matérias você tem mais dificuldade? – Perguntou Josh diretamente a que fez uma careta antes de responder.
– Estou por um fio em matemática, química e física! Fora minhas redações que são a mais pura vergonha, mas tô tentando achar um jeito de melhorar! – Olhou para os três ao seu redor com um sorriso sem graça, anotou tudo em seu caderno e se virou para ele.
– Sei como é! Mas relaxa, eu vou te ajudar com química e redação! – Disse ela determinada e prática.
– Física – Josh ergueu a mão rápido deixando a todos espantados.
– Matemática, né – Ben completou desgostoso por ter sido lento na escolha das matérias.
– Muito obrigada, gente! Eu não sei nem como agradecer….. – sorriu verdadeiramente e fez um toque com os dois garotos.
– Pode deixar que quando você voltar pra elite vamos te cobrar proteção e regalias! – provocou
– Muito convite para festas – Ben também ajudou.
– E tudo que tivermos direito, não vai sair barato! – Josh entrou na brincadeira.
olhou meio incrédulo para os três e sentiu o alívio tomando conta de si quando os viu segurando o riso, já estava com os olhos cheios de água por tentar se manter séria ali na biblioteca
– Não acredito que você caiu nessa!

Os meses seguintes foram de incontáveis horas extras de estudo, trabalhos e mais trabalhos, era a “professora” mais exigente de e cobrava suas redações quase diariamente, aqueles quatro já eram mais do que figurinhas carimbadas da biblioteca e os professores de quase não acreditaram quando as notas deram um salto e o fizeram sair da recuperação.

correu para abraçar no intervalo assim que o viu mostrando o boletim aos outros dois amigos.
– Nós precisamos comemorar esse primeiro boletim todo azul! – Sorridente a garota o apertou em seus braços e ouviu a risada dele perto de seu ouvido.
– Assim não vai sobrar muita coisa pra voltar pro time! – Josh e Ben gargalharam ao ver a cara envergonhada de quando soltou o jogador.
– Ridículo! Vou deixar você se ferrar por aí da próxima vez! – cruzou os braços e virou o rosto na direção contrária a .
– Ah, não faz assim! Pode esmagar meus ossos se assim for melhor, não ligo! – O jogador deu uma piscadinha marota e abriu os braços envolvendo a garota por completo, a levantando do chão de surpresa.
– Meu Deus! Quer me soltar, criatura?! – Com o rosto completamente vermelho e sem conseguir conter um gritinho de desespero, começou a rir quando voltou ao chão. Grande parte das pessoas naquela parte do pátio olhavam para os quatro que continuaram a conversar sobre os planos para mais tarde sem nem perceberem a atenção que recebiam.
– Acho que a gente podia ir lá pra casa – Disse Josh encarando aos outros – Hoje tá liberado e podemos ir direto daqui….
– Pode ser um pouco mais tarde? Preciso resolver umas coisas antes – respondeu puxando Ben para sentar ao seu lado em um dos bancos da escola.
– Também só posso um pouco mais tarde! – disse fazendo uma careta sem reparar na troca de olhares entre Ben e Josh.
– Sem problemas, a pode te mostrar o caminho, né? – Ben olhou para tentando segurar um sorriso e levou uma cotovelada dela em resposta.
– Posso, marcamos de nos encontrar mais tarde, o.k.?
– Fechado, passo na sua casa, pode ser? – sorriu pra ela que apenas acenou com a cabeça em resposta, levemente envergonhada.

Quando apareceu na casa de com um sorriso gigante no rosto contando que nem sua mãe acreditava na sua melhora, a garota o abraçou novamente, bagunçando todo o cabelo do garoto em seguida.
– Posso te fazer uma pergunta? – olhou para com um sorriso de lado, cheio de curiosidade enquanto caminhavam lado a lado – Você uma vez disse que já esteve no meu lugar, o que aconteceu?
parou de sorrir e o olhou mais séria que o normal, soltou um suspiro antes de voltar a falar:
– Eu era cheerleader, tão popular quanto vocês jogadores, namorei um inclusive, cheia de “amigos” – Ela fez as aspas com as mãos e rolou os olhos em seguida – Tudo no mais perfeito padrão, isso até eu começar a ter muitos problemas em casa e isso refletir no meu namoro, eu já não era mais tão divertida, uma das minhas amigas fez o favor de consolar meu namorado e aí tudo desandou de vez, acabei o namoro, parei com a torcida e os amigos de todos os dias já não faziam sentido…. Até que um dia eu encontrei com o Josh no pátio, começamos a conversar e eles foram os únicos que pararam para me ouvir….
Quando voltou novamente seu olhar para ele pode ver o brilho das lágrimas se acumulando nos olhos da garota, sua vontade era abraçá-la o mais forte que pudesse, mas não sabia se permitiria aquilo, apenas pegou na mão dela e a apertou junto a sua.
– Eles me ajudaram a melhorar minhas notas porque eu estava tão distraída com a minha vida social, que quase não tive tempo de resgatar o ano letivo, eu me redescobri virando amiga desses nerds, não via mais a necessidade de me encaixar naquele mundinho e aprendi que é só uma questão de tempo pras coisas darem certo e voltarem ao normal.
– Você sente saudade da sua vida antiga? – parou de andar e se colocou à frente dela com um olhar instigante e quase desconfiado – De verdade!
– Não! Nem um pouco, aprendi a minha lição e não olho pra trás, não voltarei para o que me machucou, a vida já está andando pra frente – piscou para ele lhe deu um beijo no rosto – E nós também precisamos ir…..


Quando aquele último dia de aula chegou mal podia acreditar que realmente poderia tentar voltar ao time no próximo ano, tudo que aconteceu desde quando pensou que nunca conseguiria colocar sua vida no lugar se provou ser o que vivia lhe dizendo, o tempo curaria tudo.
Durante toda as férias seu compromisso pessoal foi treinar ao máximo para o teste do time assim que o ano letivo começasse, com se divertindo sendo sua treinadora nos dias bons e sendo a pessoa mais chata de todas nos dias ruins, reclamando da demora e dizendo que iria embora porque não aguentava mais ver arremesso de bola.

A campainha tocou pela segunda vez e correu para atender, nem ele sabia explicar porque estava tão ansioso e feliz em saber que era ela do outro lado da porta.
– Uau!!! Tudo isso para treinar hoje? – o olhou de cima a baixo e deixou um sorriso escapar ao sentir o cheiro dele tão perto. De jeans escuro, tênis preto e uma camiseta vinho que na opinião dela o deixava extremamente lindo, mais do que nos dias em que ele se vestia com um uniforme velho pra treinar.
– Não, não! Hoje eu vou te dar uma folga e…. – tentando fazer charme nem reparou no sorriso amarelo dela que já dava passos para trás.
– Ah, foi mal não sabia que você tinha compromisso, eu vou embora – Quase como um foguete, se virou na direção contrária e por muito pouco não deixou falando sozinho.
– Não!!! Por favor, espera…– Ele correu e parou na frente dela – Não seja boba, minha , nós vamos sair agora! – Segurando a mão gelada dela, ele viu que aqueles olhos mais lindos se arregalaram.
– Quê?! Como assim? – olhou para as mãos unidas, em seguida voltou a encará-lo levemente desconfiada.
– Falta tão pouco pra eu poder voltar ao time, com tanto treino eu não parei pra te agradecer, e hoje eu queria que fosse um dia diferente – Em um movimento quase involuntário, entrelaçou sua mão a dela que sentiu um frio na barriga como a muito não sentia.
– Ai, meu Deus! Devo ficar preocupada? – sorriu deixando aliviado e feliz pelo convite aceito.
– Hoje, não!
Todo o caminho até a sorveteria e foram conversando sobre a escola e o quanto estavam ansiosos pelo último ano, depois que fizeram seus pedidos ele fez questão de sentar o mais próximo possível da garota, sentindo seu perfume sempre que ela se inclinava para rir e o deixava com mais vontade de chegar perto.
– …– Os olhos de nunca se sentiram tão atraídos como naquele momento, como se estivesse se afogando naquele olhar, ele viu quando ela parou de sorrir e realmente chegou mais perto – Eu preciso fazer uma coisa.
E apenas com um sorriso a garota deu a permissão que ele precisava para acabar com qualquer distância entre eles, unindo sua boca a dela, sentiu um arrepio lhe tomar tanto pelo sorvete quanto por finalmente sentir em seus braços. O cabelo curtinho dela que a deixava ainda mais linda do que poderia dizer só fez o desejo dele de brincar com a nuca dela aumentar e a fazer sorrir em meio ao beijo.
– ! – Ela riu e deitou com a cabeça no ombro dele, lhe beijando o pescoço e o vendo arrepiar – Porque você demorou tanto?
– Eu não queria me aproveitar da minha professorinha que vivia me dizendo que as coisas iam acontecer era só deixar o tempo passar….
– Ela estava certa?! – segurando o rosto de nas mãos, perguntou sorrindo, arqueando uma das sobrancelhas.
– Mais do que certa, certíssima! – Ele a puxou para mais um beijo e dali só saíram quando a sorveteria estava quase fechando.

No início do ano letivo, quando os dois chegaram de mãos dadas para Josh e Ben não era nenhuma novidade, afinal os dois já percebiam o clima daquele casal, mas para o resto da escola, inclusive o time de futebol que agora já sabia das chances de voltar a jogar, aquele quarteto era algo estranho e um tanto quanto ridículo.
– Eu amo que até parece que somos populares! Ben, você tem namorada! – com seus clássicos óculos escuros, disse entredentes para os amigos que tentavam ao máximo andar rápido e passar despercebidos pela área dos “famosos” da escola.
– Anda logo, ! – Josh disse baixo ao perceber o quanto ela se divertia com aquilo, demorando mais do que o normal.
– Vamos fazer a inscrição do pro teste e encontramos vocês lá na nossa mesa, pode ser? – Ela se virou para os dois e sorriu, erguendo os óculos e dando uma piscadinha para os amigos.
ainda de mãos dadas com deu um leve aperto na mão da garota que o olhou em seguida. Passaram por todo o time de futebol até o treinador que estava fazendo as inscrições para os testes, sentindo aquela tensão no ar mas não se deixaram abalar.
Durante todo aquele período queria ficar ao lado de mas não podia, então assim que foi liberada da aula ela correu pra quadra para ver o resultado dos testes.
A cena não poderia ser pior do que ela esperava, rodeado por seus antigos amigos, com uma garota loira pendurada em seu pescoço e as gargalhadas como se nunca tivesse saído dali. Ainda fora da quadra, sentiu os olhos encherem de lágrimas e se virou para sair dali o mais rápido possível.
– Olha, olha! A esquisitinha do ! – Um dos jogadores trancou a passagem e tentou mexer no cabelo dela – Tá atrás do seu namoradinho?
– Licença! – tentou desviar, mas o jogador deu um passo à frente encurralando-a ainda mais – Eu vou gritar!
– Ah, para! Eu sei que você já gostou da gente….
– Deixa ela em paz! – saiu da quadra e veio na direção dos dois, mesmo com raiva dele só conseguiu sentir alívio por finalmente ver aquele garoto enorme se afastar dela.
– Lá vem você , se cuida que outra chance assim no time não vai ser fácil! – Aquele jogador passou esbarrando com força em e os deixando para trás. Mesmo querendo muito revidar, o garoto não fez nada porque assim que seu olhar se cruzou com o de ele ficou paralisado.
– O que houve? Porque você tá me olhando assim? Ele te fez alguma coisa?
– Acho que você já encontrou seu lugar, né?! Obrigada por ter me ajudado, mas eu vou voltar para os meus amigos…
Antes mesmo que ela conseguisse dar um passo pra longe dele, sentiu os braços de a envolverem com carinho.
– Eu não troco vocês por nada! – Com a boca colada no ouvido da garota ele sorriu e deu um beijo no pescoço dela – Você é a minha preferida, o meu lugar é lá também!
Fez questão de entrelaçar sua mão a dela, e saiu em direção a mesa que costumavam sentar no ano anterior.
– Eu sei que você me viu com os jogadores, mas o que eu disse é verdade, não troco vocês… – Aproveitando que ainda estavam só os dois ali, a trouxe para mais perto e a beijou com vontade, sentindo corresponder e puxar seu cabelo de leve, o fazendo rir em meio ao beijo.
– Obrigada! De verdade! – sussurrou ainda tão próximo a ela que podia sentir a respiração da garota contra seu rosto – Você me ajudou a reconstruir tudo isso….
– Eu sempre soube que você ia conseguir!
E aquela força e apoio que encontrou nas pessoas mais improváveis era o melhor presente que ele levaria pra vida.

Nota da autora: Oiee, tudo bem?! Desculpem a fic tão pequena, mas, mesmo assim, eu ameeei escrever essa história, de verdade *-* Espero que tenham gostado da fic, comentem, me contem o que acharam, o.k.?!
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