05. No Angel

Última atualização: Fanfic Finalizada

Prólogo

- A Helena quer arrancar todos os membros do seu corpo. - Antony apontou para mim do outro lado da mesa. - O que você falou para a tal ?
- Cara, eu só pensei que ela fosse uma das... prestadoras de serviços do bordel. - dei de ombros um pouco culpado. - Eu não sabia que ela era amiga da Helena.
- Agora a minha namorada está num climão comigo, por sua causa! - esbravejou meu melhor amigo.
- E o que eu tenho de culpa nisso? - arregalei os olhos. - Peça pra que ela seja menos feminista e menos chata.
- ! - Antony fez uma careta para mim.
- Vocês são bem trouxas. - Ricardo entrou na sala.
- Falou o rei das mulheres. - brincou Antony. - Sabe quantas ele pegou ontem? - dei de ombros. - Cinco.
- Uou! - ri, pegando meu copo de água em cima da mesa.
- Levou um tapa na cara das cinco. - Antony caiu na gargalhada. - Elas eram amigas!
- Que azar! - acompanhei ele nas risadas. - Parabéns amigo.
- Pior que você eu não fui. - ele levantou olhando pra mim. - Você passou a mão pela bunda da pensando que ela era uma prostituta.
- Ah, chega!
Levantei da cadeira e peguei minha gravata que estava em cima da mesa. Saí do escritório dando de cara com o chefe e cumprimentei-o brevemente, indo para o meu carro, saindo para algum lugar, que eu nem sabia onde era.
Eu na verdade precisava ir para Ribeirão Preto, visitar a minha família. Já faziam alguns meses que não nos víamos, desde o natal do ano anterior, na qual fui para lá comemorar com toda família. Nessa época, eu estava namorando com uma modelo mineira, chamada Paula, a qual me traiu três vezes - pelo menos das que eu soube. Em uma delas, ela disse que estava indo ao SPA, mas foi para o motel; outra vez disse que estava cansada e pediu para que eu fosse para casa, e o cara entrou na casa dela, logo após eu sair; a última foi quando esqueci meu celular em sua casa, e quando fui buscar, ela estava em cima do cara. O pior é que eu não senti nada além de nojo.
Vim para São Paulo aos vinte anos de idade, e já me encontro há sete anos residindo na capital. Foi uma decisão um tanto difícil para tomar, já que sempre fui apegado à família. Meu pai me apoiou de imediato, mas mamãe demorou a processar a informação. Meus irmãos ficaram um pouco desolados, já que eu era a balança, para ambos se respeitarem.
Mas apesar de toda complicação, filantropia sempre foi uma paixão para mim. Desde o dia em que visitei o lar de necessitados, passei a amar o assunto. Hoje sou gerente geral - somente abaixo do dono - de uma empresa que tem como um lindo objetivo alimentar, vestir, socorrer pessoas que realmente precisam. Eu amo o que eu faço, ajudar pessoas é o que mais me agrada, e desistir disso é o que eu menos quero.
Na verdade, não há possibilidade disso acontecer.
Parei em frente ao meu prédio, e peguei minhas coisas dentro do carro, depois de colocá-lo em uma das vagas disponíveis. Eram dois apartamentos por andar, sendo grandes por dentro.
Ao chegar ao meu andar, fui direto para a porta, abrindo-a, mas algo me chamou a atenção. Pude ouvir leves gemidos vindos do outro lado do hall, seguidos de algumas reclamações baixinhas. Resolvi verificar o que era, mas preferia ter ignorado completamente os barulhinhos.
Ela estava de quatro, e seus cabelos negros estavam molhados grudados em suas costas. A mesma se masturbava com o braço por baixo do corpo e sua bunda virava em minha direção, revelava o belíssimo plug anal, na cor violeta.
Eu poderia ter desmaiado, e acordado longe dali, mas me surpreendi quando ela virou-se bruscamente, tentando cobrir todo o seu corpo com os braços. Sentou-se no chão envergonhada, e fez uma leve careta por causa do plug.
- Ah não! - ela mordeu o lábio. - Você não!
- ? - abri um sorriso malicioso e ela revirou os olhos. - Vai me dizer que você mora no mesmo hall que eu?
- Infelizmente acho que sim. - ela deu de ombros e tentou se levantar sozinha.
Estendi a mão para ela, e ajudei-a a se levantar. Reclamou um pouco, tentando se livrar o mais rápido possível de mim, mas a puxei ainda mais para perto. Sua respiração ficou descompassada quando eu passei minha mão pela sua nádega e segurei as bandas. Enfiei meu dedo com intuito de tirar o plug, e ouvi um gemido seu, quando o puxei. Assim que o fiz, coloquei-o entre nós dois, encarando-a seriamente, enquanto suas bochechas ficavam vermelhas.
- Pronto, linda. - entreguei em sua mão. - Agora nada mais te incomoda.
xxx

Passei a mão pelos cabelos ainda em frente ao espelho e peguei minhas coisas em cima da cama. Eu ia dar uma volta, espairecer, precisava daquilo no momento.
Saí de dentro de casa, observando o hall, mas o silêncio era ensurdecedor. Peguei o carro e resolvi visitar ainda assim, sozinho o shopping.
Na verdade, o ruim de morar na capital de São Paulo, era que não havia ninguém para sair comigo. Meus irmãos fora, meus pais também, quem me sobrava era os meus amigos. Mas eu nunca gostava de andar com eles. Não em passeios mais íntimos ou no lazer. Eu era meio individualista em relação a isso, preferia andar sozinho.
Até que observei de longe, andando com dois senhores, e uma pequena garotinha ao seu lado, que pulava pedindo colo para a mais velha. Os dois senhores que andavam com ela, pareciam estar abordando um péssimo assunto, já que a mesma tentava se livrar, apontando as vitrines.
Foi quando eu reconheci os outros dois, e me liguei que eram os síndicos do prédio. Ela me encarou, e fechou levemente a cara, não sabendo o que fazer. Aquela era a melhor hora.
- ! - chamou o mais velho, que me conhecia como nunca. - Quanto tempo não nos vemos.
- Como vai, Jorge? - perguntei cumprimentando ele e a esposa. - Dona Ames, prazer revê-la também.
- Prazer é meu, querido. - ela sorriu amplamente.
- ! - segurei o braço da garota, que cortou respiração rapidamente.
- Preciso comprar alguns acessórios em uma loja ali, papai. - ela se desvencilhou de mim.
- Posso fazer companhia? - passei para seu lado.
- Seria ótimo. - respondeu irônica.
JK Iguatemi era enorme. Muitas pessoas granfinas andavam tranquilas pelos corredores com roupas caras, saltos e ternos engomados, enquanto eu estava com uma simples roupa, e usava chinelos de dedos.
Ela andou por algumas lojas de grifes, e acabou entrando na Forever21. Andou por corredores sem ao menos olhar para mim, e eu continuei atento aos seus passos.
Parei em um dos cabideiros, e agarrei um conjuntinho de lingerie rosa fumê, e andei até a mesma.
- Já que você gosta de umas coisinhas safadinhas, que tal esse? - estendi para ela, abrindo um sorriso.
- Para de ser babaca! - ela revirou os olhos, atordoada.
- Ah, morena. - abracei a mesma por trás. - Você ainda vai implorar por mim.
- Eu aposto que não. - ela rebateu.
Ela se desvencilhou e voltou a andar por toda a loja, enquanto eu me encaminhei para próximo ao caixa, para esperar ela. A mesma chegou apenas com uma camiseta, pagou, e depois começou sair sem me esperar, então corri atrás dela.
- Amanhã tem jogo. - mudei de assunto drasticamente. - Corinthians e São Paulo.
- São Paulo ganha. - ela piscou, saindo dos meus braços. - Eu sinto que sim.
- Ganhar do Corinthians? - estreitei os olhos. - Até parece.
- Você vai ver. - ela sorriu maliciosa, e começou a andar de costas em minha frente, ficando cara a cara comigo. - Se o São Paulo ganhar, você vai no jogo na semana que vem comigo, pagando tudo, e com a camisa do time.
- Quê? - aquilo era brincadeira, não?!
- Isso o que você ouviu. - ela deu de ombros.
- E se perder? - pisquei curioso.
- Se o Corinthians ganhar, o castigo você escolhe. - ela deu de ombros.
- O que eu quero é simples. - relaxei, caminhando tranquilo ao lado dela.
- Desafio lançado. - ela levantou uma das sobrancelhas.
- Desafio aceito.


Capítulo 1

Dia 1 - Quarta-feira
POV
- Agora me expliquem. - ouvimos a voz de Helena ecoar na sala.
Meus amigos haviam chegado em minha casa para vermos o jogo juntos, e por incrível que pareça, Helena havia ido também. Antony ficava quieto o tempo todo, pois era o maior pau mandado dela, já Ricardo, ficou apenas observando a cena, enquanto a outra surtava.
estava sentada ao meu lado, de pernas cruzadas enquanto a amiga falava horrores, e a mesma nem se importava.
- Explicar o quê? - se manifestou.
- O que você está fazendo no apartamento dele. - apontou para mim.
- Deixa ser, Lena! - a outra revirou os olhos. - Estamos nos preparando para ver o jogo, na qual o Tricolor vai ganhar.
- Você sabe que...
- Helena, o que tem de mais eu aqui? - ficou sem paciência a menina. - Eu acho que você namora com o Antony, ou você tem um caso com o ?
- Eu? - ela arregalou os olhos. - Jamais!
- Então para de dar esses surtos. - ela voltou a atenção para as mãos.
- Não vou falar mais nada.
- Obrigada. - agradeceu cara de pau .

xxx


Definitivamente aquele jogo estava uma merda. O placar continuava zerado, o Corinthians tinha 48% de posse de bola e o São Paulo 52%. Eu estava realmente com medo de perder aquela aposta medíocre que havíamos feito, mas logo minha esperança aumentou, assim que o Vagner chutou uma bola no travessão.
O jogo seguiu, e ela ficava toda animada, gritando o nome do Pato, o que me deixava levemente incomodado com tanta piranhagem.
E então surgiu o primeiro gol. Uendel tocou para o Rodriguinho, que deu passe para o Ralf, que cruzou de imediato, e então o Jadson marcou o gol, driblando o Rogério Ceni.
- Porra! - gritei, me juntando com os meus amigos e comemorando o gol. - É gol, cacete!
- Ainda tem trinta e cinco minutos de jogo, . - piscou para mim.
E a filha da mãe tinha uma puta razão sobre isso. Foi quando São Paulo estava avançando na grande área, e o inútil do Renato Augusto trombou com o Rafael Toloi. Gerando um maldito pênalti. Alan Kardec nem esperou, e já foi marcar, e como sempre, acertou.
Empate.
E foi assim que o jogo terminou.

xxx


- Você vai sim! - ela gritou batendo o indicador no meu peito.
- Não! - neguei veemente. - Não ganhou.
- Mas não perdeu. - ela revirou os olhos. - Que inferno, .
- O que foi? - estreitei os olhos levemente. - Se for assim, você faz o que eu quiser e eu faço o que você quiser.
- Então sim! - ela concordou rapidamente.
- O que está acontecendo? - Helena interrompeu-nos.
- Fizemos uma aposta. - a outra cruzou os braços. - Ele vai pagar o ingresso do próximo jogo, e vai me acompanhar também, vestido de Tricolor.
- Como? - Ricardo caiu na gargalhada.
- E ela vai fazer o que eu quiser. - dei de ombros simplesmente.
- Então está fechado.
- Está.
Apertamos as mãos, selando o acordo.

Dia 2 - Quinta-feira
POV
Me joguei no sofá da casa de , enquanto comia um pote de cereal com leite. Ele não havia acordado ainda, mas eu já havia tomado liberdade em sua casa. Os nossos amigos haviam ido embora ainda de noite, e eu resolvi ficar por ali mesmo, já que meus pais não ligavam, mas se eu os fizesse abrir a porta, eu ouviria o dia inteiro.
Passei a mão pelo sofá em busca do controle da TV, mas não o encontrei. Sem nada para fazer, tive a ótima ideia de acordá-lo, e de uma maneira bem gostosa.
Peguei alguns itens de café da manhã na cozinha, e subi para o quarto do mesmo. Coloquei tudo em cima da cama, vendo o mesmo dormir como um anjo.
Puxei o copo com água da bandeja, e pensei em qual parte do corpo dele eu colocaria. A pedra de gelo, dentro da cueca, com certeza... A água, bom, era direto na cara, depois de beliscar o mamilo dele.
Então foi isso que eu fiz.
Só não imaginava que o mesmo ia cair no chão de susto.
- Ficou louca? - ele tentou se sentar ainda no chão.
- Eu... - comecei a rir. - Não sabia que você iria cair no chão.
- Tá, mas tantas formas de acordar alguém... - ele bufou e ficou de pé.
E então foi aí que percebi o corpo dele. O cara estava de cueca branca - a mesma se encontrava molhada pela água que eu havia jogado nele -, e com o corpo todo exposto. Os músculos tatuados sobressaltavam aos meus olhos, enquanto eu observava cada detalhe. O pior foi o volume matinal que encontrei em sua cueca, coisa que ele não fez questão de esconder.
- Tá, para de olhar meu corpo. - voltei o olhar para seu rosto, e ele estava vermelho de vergonha. - Posso ficar sozinho? Preciso tomar banho...
- Ah, pensei que quisesse café. - apontei a bandeja na cama.
- Acho que perdi a fome. - ele resmungou.
- O que vai fazer hoje? - questionei sem pestanejar, sentando na cadeira do computador.
- Você não vai sair? - olhei pra ele e neguei. - Okay. Vou trabalhar, como sempre.
Ele tirou a cueca de costas para mim e eu tive a visão do seu traseiro redondinho e perfeito, coisa que me deixou um pouco incomodada na cadeira. Ele envolveu uma toalha sobre si, e começou a andar no quarto. Fiquei sentada, apenas observando ele, que logo começou a comer um morango da bandeja.
- Hoje não vou trabalhar fora. - ele deu de ombros. - Porém, hoje é HomeOffice.
- Interessante. - falei ficando em pé. - Poderíamos fazer alguma coisa diferente.
- Você não vai ficar aqui. - ele riu achando graça. - Que isso? Minha casa virou o quê?
- Tá bem...
Ouvi a campainha soar no andar debaixo, e eu arregalei os olhos. Comecei a correr, mas percebi que ele vinha logo atrás. Quando comecei o caminho da sala, senti meus pés fora do chão, e a mão dele envolver meu corpo, enquanto abria a porta de entrada e eu me debatia.
Mas a imagem que eu vi, não foi muito legal. Joguei os fios de cabelo pra trás, enquanto observava o casal postado à frente acompanhado de dois jovens. Um garoto e uma mulher, e ela não me olhava nada contente.

xxx


- Mãe? Pai? - ouvi a voz do homem que ainda me segurava. - O que estão fazendo aqui?
- Viemos te visitar?! - a mulher respondeu, não me olhando muito bem.
- Ah sim... - ele me colocou no chão. - Entrem.
- Quem é essa? - o pai dele olhou para mim de cima a baixo.
- Essa é a . - ele apontou para mim sem graça, pois estava só de toalha ainda. - Minha namorada.
Lancei o olhar para ele chocada, ainda atordoada com tanta informação, ou... Pessoas diferentes.
- Brother. - o garoto bateu no ombro dele, rindo de sua cara, e beijou meu rosto. - Oi.
- Ei. - só foi o que respondi.
- Primo! - a outra menina se atracou a ele, enquanto o mesmo arregalava os olhos. - Que saudades!!!
Ela fez a questão de se esfregar nele, e eu fiquei olhando a cena um pouco chocada. Eu era namorada, tinha que fazer o papel de uma, não é?!
- Amor - ele me chamou -, vou tomar banho, e já desço, okay? - deu-me um selinho inesperado e eu concordei.
Virei para a família que sorria pra mim. Eu teria que fazer sala para família do meu suposto namorado.
A matriarca era morena com olhos amendoados, e tinha uma estatura baixa. Suas roupas eram bem arrumadas; a mesma usava no momento um terninho de calças, e saltos médios. Joias perfeitas para enfeitar a roupa, e uma bolsa para finalizar.
Já o patriarca usava simples roupas esporte. Uma camisa polo branca, calça jeans e tênis; era careca e usava óculos.
O irmão dele usava óculos de um grau elevado, tinha o cabelo grande - um pouco maior do que o famoso "tigela" -, usava roupas pretas e tinha cara de nerd. Detectei que o mesmo era gamer.
Já a menina que agarrou ele, a prima, ela usava uma roupa bem piriguete, mas estávamos no Brasil, então... Sua saia tinha dois palmos acima do joelho, e a camiseta deixava parte da barriga de fora; usava sapatilha Melissa nos pés, e tinha os cabelos até a bunda. Carregada de maquiagem para bastar.
E eu ali parada na frente deles... Com a camisa branca de aberta, cabelos bagunçados e não sabia o nome de nenhuma das visitas.
- Vou me apresentar... - decidi começar a falar. - Vocês querem alguma coisa? Água? Refrigerante ou sorvete? Suco?
- Sorvete. - falaram juntos e eu segui para a cozinha, acompanhada deles.
Abri o congelador e peguei o pote que havia visto de manhã. Peguei alguns potinhos e distribuí, logo voltando a eles.
- Então, sou a . - comecei. - Sou filha do síndico. Nos conhecemos aqui. - sorri sem graça. - Desculpa, mas não me falou que viriam e nem seus nomes.
- Ele não sabia. - a mãe dele parou de comer. - Ele nunca falou sobre nós?!
- Nosso relacionamento é recente. - falei logo, me defendendo. - Então não.
- Sou Bruno. - apresentou-se o irmão dele. - Essa é a Juliane, nossa prima.
- Eu sou Morgana. - falou a mãe dele.
- E eu sou Sérgio, pai de .
- Prazer. - respondi sem graça. - Vocês são bem-vindos.
- Seus pais sabem que está aqui? - Morgana perguntou indelicada.
- Sim, eu...
- E que está se relacionando com meu filho? - ela lançou.
- Também, e...
- Quantos anos você tem, mocinha?
- Dezenove...
- E está namorando com um homem cinco anos mais velho? - ela estreitou os olhos.
- Não vejo problemas. - dei de ombros.
- Mãe, deixa ela em paz. - senti as mãos de pelos meus ombros, e então relaxei. - Vocês vão ficar quantos dias?
- Cinco. - a prima safada cruzou as pernas.
- Certo. - ele suspirou. Percebi que estava incomodado com a própria família em seu espaço pessoal.
- O que tem para o almoço? - a mãe questionou, abrindo armários e geladeira. - Sua namorada não ajuda a comprar as coisas aqui?
- Não moramos juntos, Morg. - falou com a mãe e olhou para mim sussurrando. - Ela não gosta de ser chamada de mãe ou pelo nome.
- Mesmo assim, querido. - falou revirando os olhos.
- Vou pedir alguma coisa pra almoçarmos. - falou. - Quer algo, amor?
- Seu pescoço em uma bandeja. - sussurrei sorridente. - Nada, querido. - falei para todos ouvirem.

xxx


Filme em família era literalmente uma merda. Eu estava agarrada com meu "namorado" e o resto da família resmungava coisa ou outra sobre o filme. A prima chata estava de babydoll de seda andando pra cima e para baixo, tentando roubar olhares de . Ele tentava se livrar dela, da atenção, mas não conseguia, ela ficava no pé dele.
- Você vai me ajudar a me livrar dela. - ele sussurrou.
- Oi? - arregalei os olhos.
- Esse é o pedido da minha aposta. - mordeu o lóbulo da minha orelha. - Vamos insinuar sexo.
- O quê? - alarmei virando pra ele.
- Se preferir, podemos sei lá, fazer. - ele riu.
- Otário. - resmunguei voltando o olhar para TV.
- Sério, você vai me ajudar. - ele avisou novamente.
- Tá, eu vou.
Foi então que recebi um beijo de língua forçado do mesmo, de repente e rápido. Ele acariciava minha língua com a sua, enquanto eu ainda não entendia o que deveria fazer, mas logo o mesmo apertou minha bunda e eu fechei os olhos e comecei a movimentar também o beijo. Quando me dei conta, estava por cima dele, sendo abraçada pela cintura, enquanto ele me apertava contra si. Ouvi murmúrios da família reclamando da nossa intimidade ali, e então ele levantou do sofá, e eu agarrava seu corpo com as pernas. Subimos as escadas tranquilamente e quando chegamos ao seu quarto, ele me soltou na cama, e eu ri. Ah eu ri, pois sua família viu tudo. Ri por causa da prima idiota. Ri por... Rir.
- Agora você vai gemer. Gritar de preferência. - isso eu não tinha ouvido direito. - Ela precisa acreditar que é verdade.
- Você tá brincando, né?! - eu olhei séria para ele. - Não, só pode.
- Quê? - ele olhou espantado. - Você vai gemer pra eles ouvirem.
- Não, não vou. - protestei.
- Você vai. - ele ficou de braços cruzados à minha frente.
- Não.
Em segundos, senti minha calcinha descer pelas minhas pernas, e eu ser prensada contra a parede. Em dois segundos, ouvi meu próprio grito sair da minha garganta, e meus olhos se fecharam, quando seus dedos atravessaram minha intimidade.
- Ow. - abri os olhos e encarei ele, que estava sorrindo.
Ele socou novamente os dedos dentro de mim, arrancando mais gritos. Aquela porra estava seca, e ele socando os dedos secos estava machucando.
- Que foi? - segurou meu rosto.
- Lambe os dedos pelo menos, babaca. - reclamei.
Ele levou os dedos à boca, molhando-os de saliva, e voltou para minha intimidade, que logo começou a ficar lubrificada. Depois de algumas estocadas e gritos que eu dei, quase chegando ao ápice, ele parou os movimentos. Os malditos movimentos.
Jogou-se na cama logo após e eu fiquei com a maior cara de tacho. Minha vontade era socar a cara daquele idiota.
Sem pensar duas vezes, subi na cama, e agarrei os cabelos dele. O mesmo me olhou assustado, e eu não pensei duas vezes, antes de montar em cima da boca dele, pra ele terminar o serviço sujo que tinha começado.
Ele fez careta, tentou se livrar, mas quanto mais ele fugia, eu o fazia sentir meu gosto. Até que o mesmo aceitou fazer o servicinho, e me chupou maravilhosamente bem, acho que nunca fui tão bem chupada quanto ele estava fazendo. Cheguei ao ápice e me joguei ao seu lado, rindo a toa como uma idiota.
- Você é um idiota. - levantei as sobrancelhas. - Não sabe fazer alguém gozar direito.
- E eu não fiz?
- Depois que obriguei?
- Vai ter outras oportunidades, linda.
Passei o dedo pelo seu rosto e beijei a ponta do se nariz.
- Sonha.

Dia 3 - Sexta-feira
POV
Maravilhosa sexta-feira que Deus nos concedeu! Dia de happy hour, dia de comemoração, dia de gandaia. E não era hoje que eu deixaria de fazer o que eu mais gosto, não é?! Beber com os amigos nas sextas, era como se fosse um ritual. Nem que fosse apenas uma cervejinha gelada na casa um do outro, lá estávamos nós bebendo reunidos.
Então eu estava realmente me arrumando para sair naquela noite, depois do dia conturbado que tive ao lidar com e minha família hospedada em minha residência. Ela no momento era o de menos, mas o que mais me irritava era com certeza, a minha prima. Ela não desgrudava, até que começou a ficar mais no meu pé.
- ! - ouvi a voz da minha namorada do quinto dos infernos.
- Já vou! - falei mais baixo.
Fui de encontro a ela, que estava na porta do banheiro de braços cruzados e com uma carranca.
- Que foi?
- A idiota da sua prima usou minhas maquiagens. - ela resmungou apontando o estojo aberto em cima da pia.
- Ah foi? - falei como se não soubesse de nada. - Eu que permiti, afinal, vocês tem que ser amigas, não é?
O soco que eu levei no peito não me incomodou, mas o que me irritou foi ela ter me dado as costas. Eu a segui até o quarto, enquanto começava me fazer de vítima.
- Qual o problema? - questionei. - Você me acordou com um copo de água super gelado, o que tem se eu der troco?
- Então nossa relação é baseada nisso? - ela cruzou os braços ainda carrancuda. - Trocas de farpas.
- Se você não para, porque eu pararia?
- Então estamos travando uma guerra? - ela lançou um olhar provocativo, e eu fiquei um pouco tenso.
- Não sei. - ajeitei a gola da minha camisa. - Estamos?
- Definitivamente. - ela falou uma última vez, passando por mim.
Garanto que ela tenha ido para casa. Na verdade, espero realmente que ela tenha ido, já estava um pouco cansado dela no pé.
Mas eu ainda não imaginava o que aconteceria naquela noite. Ainda era cedo para agradecer.

xxx


- Olha aquela bunda ali! - Antony apontou a gostosa que ia passando por nós. - Sério, se eu não estivesse com a Lena...
- É só uma pegada, mete a cara, mate! - bati em seu ombro.
- Tá maluco, cara? - ele arregalou os olhos. - Se ela descobre, capaz de eu ficar sem filhos para sempre. E eu estou falando sério.
- Mulheres feministas... - balancei a cabeça. - Enfim, minha princesa deve estar na casa dela no momento.
- Como tá a convivência com seus pais e ela? - Ricardo perguntou olhando uma ruiva piscar para ele.
- Tá tranquila. - eu resmunguei e ri. - Mentira, ela é tranquila. Minha mãe que é um pouco chata com ela.
- Sogra incomodada? - Antony continuou a observar o bar.
- Muito.
Basicamente, o bar que estávamos era localizado no centro de São Paulo. O bairro era super conhecido por Happy Hours em bares, em datas festivas e comemorativas. A Vila Madalena sempre foi assim, famosa por suas noites de bebedeira.
O bar que eu mais gostava do bairro era o Armazém Piola, super frequentado por causa da bebida boa, garçonetes esculturais e muito gostosas. Eu já tinha comido três ou quatro, dentre as vinte e uma que trabalhavam por turno e dia.
- A ruiva ali parece ser boa de cama. - Ricardo apontou, recebendo um aceno da mulher. - Acho que vou chegar junto.
E lá se foi ele, sobrando apenas eu e Antony sentado à nossa mesa. Era ótimo sair com os caras, nos dávamos muito bem com as mulheres, mas depois que Antony entrou em um relacionamento sério com a Helena, deixamos de ser os caras da vez, e passamos apenas a ser os caras que bebem na mesa. Lógico que vez ou outra eu aproveitava um sexo casual, e Ricardo sempre acabava ficando com uma foda fixa por uma semana. Antony era plugado demais à namorada, mas eu percebia que aquilo afetava o ego dele.
Olhei em minha volta, procurando alguma mulher para flertar, e óbvio que encontrei várias me observando, querendo algo.
Mas me surpreendi com uma.
Observei ao longe com um copo de bebida nas mãos, dançando animada sobre o balcão de bebidas. Eram muitos caras dando atenção a ela, outros davam a mínima, mas o bartender olhava animado para baixo de sua saia curta.
Eu não deveria fazer nada, mas se eu não fizesse, não seria eu.
Levantei ignorando perguntas de Antony e andei em direção àquela criatura. Assim que ela me viu, arregalou os olhos e tentou descer rapidamente da bancada, mas cheguei a tempo de pegar ela pelas pernas, e jogá-la sobre os meus ombros.
- Ah não, ! - ela resmungou enquanto eu saía dali. - Me coloca no chão!
- Não.
- Eu só estava me divertindo, merda. - ela começou se remexer. - Eu sei andar.
- Eu sei.
- Se você sabe, porque ainda estou aqui? - ela questionou.
- Vou te tirar daqui, criança.
- Não sou uma criança! - ela apertou minha bunda e eu me assustei. - Vou continuar apertando sua bunda se você não me botar no chão.
- Odeio que... - ela apertou de novo. - Apertem... - e de novo. - Okay, você venceu.
Coloquei a menina no chão, mas no segundo seguinte, a mesma caiu de bunda, reclamando veemente pelo descuido de eu tê-la deixado se esborrachar.
- Me ajuda, imbecil. - ela pediu.
Não demorei a ajudar a mesma ficar de pé, e então ela começou a andar em direção ao seu carro, pisando lerda e desordenada. Segurei sua cintura e a mesma sorriu, aproveitando o meu apoio.
- Eu... - seu celular tocou e ela logo atendeu. - Que foi? - parecia brava. - Eu não quero saber, Alexandre. - soltou-se de mim. - O quê? - ela arregalou os olhos e olhou para os lados. - Vai se foder.
A mesma desligou o celular, e eu fiquei um pouco chocado. Mas logo senti duas mãos puxando-me pelo casaco, e um soco ser lançado contra o meu rosto. Desnorteado, tentei voltar ao mundo real, mas não deu tempo, já que fui derrubado no chão, e o idiota que me socava, lançava chute e porradas pelo meu corpo. Quando abri os olhos, percebi que não era um idiota só me batendo e sim três.
Em um único impulso, levantei, e lancei um soco na cara de um deles, acabando com um chute na cara de outro e uma finalização no estômago do outro. Os três reclamaram, mas logo vieram para cima. Eu havia feito luta, e é claro que eu não ia perder aquela.
Não vou dizer que não apanhei, sim, apanhei. Mas garanto que os três haviam saído bem piores. Mas jeito que se findou, foi a polícia baixando para separar a briga.
Entreguei algumas notas de cem para um dos policias - policial brasileiro é assim, você pega e ele aceita - e me livrei de outro empecilho.
- Precisamos ir para o hospital. - Cecilia segurou meu rosto, verificando machucados.
- Não, tô bem.
Ela insistiu, mas eu não estava para brincadeiras. Assim que chegamos em casa, minha família estava dormindo, e eu fui apenas para um banho. O cansaço consumia meu ser, e eu já não sabia mais ficar de olhos abertos. Até aparecer no banheiro, entrando no banho comigo, sem nenhuma peça íntima, totalmente nua.
- , não agora. - pedi, tentando tirar os olhos de seu corpo.
- Vim oferecer ajuda. - ela passou as mãos pelos meus ombros. - A culpa de você ter apanhado assim, foi minha.
- Fique tranquila. - suspirei. - Só me deixe tomar banho sozinho, preciso de descanso.
- Me deixe ficar, céus!
Concordei, e a mesma passou a esfregar minhas costas com suas mãos e sabão. Chegando em certa parte do meu tórax, ela começou a acariciar os hematomas, e encontrou um corte de faca em meu braço. Ela lavou, mesmo comigo reclamando sobre arder. Aquela mulher era... Diferente.
Sua mão desceu para minha intimidade e eu suspirei, recebendo um beijo tranquilo no meu pescoço, referente à diferença de nossa altura.
Desceu os beijos pelo meu corpo, ficando de joelhos à minha frente. Lançou beijos também pela minha coxa, e logo estava beijando minha virilha. Foi quando senti sua boca quente atingir meu membro, lambendo lentamente a cabeça, e olhando dentro dos meus olhos, enquanto o fazia.
Não demorei a chegar no ápice, já que ela fazia aquilo muito bem. Mas o que mais me deixou surpreso, foi o fato de termos dormidos na mesma cama, de conchinha.

Dia 4 – Sábado
POV
Acordei sentindo um peso inumano sobre o meu corpo, mas a ficha não caiu. Só veio a cair quando olhei para o lado e vi aquele homem dormindo como um anjo. A vontade de fazer o mal veio súbita novamente, mas apenas ri e fiquei velando seu sono. Seu rosto estava marcado por conta da briga do dia anterior, o que me deixou um pouco incomodada, lembrando também o fato dele ter brigado com meu ex namorado e os capangas sujos dele. Encostei o rosto rente ao seu, e percebi o quão quente o homem se encontrava. Me preocupei de imediato, e passei a mão pela sua testa, que estava fervendo. Foi quando olhei para o meu corpo, e só vi sangue, cobrindo tanto a mim, quanto parte do corpo dele. Observei direito, e vi o corte feito pela faca.
- ... - chacoalhei ele na cama, fazendo-o reclamar. - Acorda, !
Ele abriu os olhos, fazendo uma leve careta e olhou para mim, um pouco abatido. Lógico que ele estava mal, ele estava queimando de febre, com um machucado aberto e inflamado!
- Você está queimado de febre! - sentei na cama de imediato. - O corte do braço está infeccionado.
- Eu tô bem. - ele voltou a fechar os olhos. - Me deixa dormir.
- Não! - eu levantei e puxei o lençol de cima dele. - Vamos para um hospital.
- Não, odeio hospitais. - ele resmungou puxando o lençol.
- Para de graça, olha o seu tamanho! - eu puxei de novo o lençol e o mesmo sentou.
- Não vou. - ele fez uma careta olhando o braço. - Certo, eu vou sim. - ele ficou amarelo na hora.
- Que foi? - arregalei os olhos, indo pra perto dele.
- Tenho agonia a sangue. - ele fechou os olhos. - Cobre isso, ou viu desmaiar.
- Sério!? - perguntei apavorada, procurando uma camisa.
- O que você acha, namorada? - ele jogou-se na cama. - Eu não vou aguentar!
- Você poderia ter escolhido outra hora para ser um maricas.
- Desculpa.

xxx


- Oi, é... Meu namorado se meteu em encrenca na noite passada, e acabou levando um corte no braço. - expliquei na recepção, enquanto o mesmo estava atrás de mim. - Precisamos de alguém para atendê-lo rápido.
- RG do paciente, por favor. - o recepcionista mascava um chiclete rosa, enquanto falava pelo nariz.
Obviamente ele era gay. Olhou para e abriu um sorriso enorme, mas ele só revirou os olhos, ficando mais perto de mim. O cara parecia não gostar de mim, pois me olhava com desdém. Entregou os documentos em minha mão, e estourou uma bola de ar da goma de mascar.
- , você pode aguardar sentado, viu lindo!? - eu olhei para o recepcionista um pouco incrédula com a ousadia, e arrastei o homem comigo.
- Fiquei com medo dele. - sentou em uma das poltronas. - Pensei que pularia a bancada para me pegar.
- Também pensei.

10 minutos
- Que demora. - falou agoniado.
- Calma! - arregalei os olhos. - Estamos a pouco tempo aqui.

20 minutos
- Agora já é a hora. - ele reclamou novamente.
- ...

30 minutos
- Sacanagem. - suspirou, ajeitando-se na cadeira.

40 minutos
- Enfermeira... - ele chamou. - Quando vão me atender?
- Aguarde, senhor. - ela foi grossa.
- Outch! - resmungou emburrado.

50 minutos
- Por favor, quero ir embora. - ele jogou a cabeça em meu ombro.

60 minutos
- Agora é sério, . - ficou de pé. - Estou indo em...
- . - ouvimos a voz da doutora.
Fiquei em pé, e segui para a sala, sendo acompanhada dele. A mulher nos esperava na porta da sala, com a prancheta de anotações em mãos e sorridente, ajustando os óculos em seu rosto.
- Boa tarde. - ele cumprimentou.
- Só se for pra você. - respondeu rabugento, sentando em uma das cadeiras.
- O que houve com nosso homem? - ela questionou olhando para ele.
Nosso?
- Ele se meteu numa briga, e levou um corte no braço. - apontei o machucado. - Inflamou.
- Bom, ... - ela analisou nas fichas e olhou para nós. - Eu me chamo Georgia, prazer. Vou passar alguns antibióticos e anti-inflamatórios para você tomar.
- Injeção não pode?
- Não. - ele falou rápido.
- Você tem medo também? - revirei os olhos.
- Queria ver se fosse você. - ele rebateu. - E a culpa disso é sua, .
- Alto lá. - levantei um dedo pra ele. - Você brigou porque quis.
- Certo. - ele deu de ombros. - Pode continuar, Georgia.
- É uma picadinha só. - ela mostrou a seringa. - Não vai doer.
- Promete? - ele olhou nos olhos dela.
- Prometo. - a mesma sorriu.
Ela chegou perto dele, exibindo o decote bem abaixo do seu nariz, e eu só observando. Ele sorriu, olhando o volume a frente, mas logo fez um careta de dor. Olhei para seu braço, e vi que era uma anestesia local com anti-inflamatório e antibiótico. Mas o que mais me surpreendeu, foi o fato dele ter fechado os olhos lentamente, e ter caído da cadeira.
- Você desmaiou ele, sua doida! - gritei indo em direção ao chão. - Você sabe o quão pesado esse desgraçado é para levantar?
- Acho que coloquei muito sedativo. - ela olhou a seringa.
- Que tipo de médica você é? - fiz força para colocá-lo sentado no chão.
- Sou nova. - ela arregalou os olhos. - Fiz estágio até ontem.
- Só podia ser, esfregando isso que você chama de peito na cara dele...
- Ei!
- E agora? - olhei para a cara dela, com as mãos na cintura. - Me ajuda a colocar ele na maca.
Com muito esforço, colocamos ele na maca, e levamos ele para parte da emergência. O cara não acordava nem com um decreto. Resultado: internado. Consequência: eu de acompanhante.
Já falei que adoro sofá de hospitais? E a comida? Magnífica! Mal podia esperar para passar a noite ali.

Dia 5 – Domingo
POV
- Acorda! - cutuquei seu pescoço de novo e ela não se mexia nem por um decreto. - Vamos, !
Meu celular tocou, e eu peguei do meu bolso, vendo tudo embaçado na tela, mas deduzi ser minha mãe logo de cara. Quando saímos de casa, eles não estavam, acho que isso faz o que... Duas horas? Melhor atender e avisar.
- Oi. - respondi.
- Onde você está, filho? - perguntou esganiçada.
- No hospital. - estreitei os olhos. - Quando saí vocês não estavam em casa.
- Desde ontem você está aí? - ela questionou interessada.
- Que dia é hoje? - arregalei os olhos.
- Domingo, querido. - ela resmungou do outro lado.
- Ah sim, eu passei mal... - inventei sem saber o que tinha acontecido. - Tive que ficar.
- Volte logo.
- Sim, claro.
Desliguei o celular, e dei de cara com a doutora do dia anterior. Ela era bem bonita, um tanto gostosa, e tinha uma carinha de inocente. Dava um belo fetiche... Fazer umas sacanagens, tirar sua purez...
- Oi. - ela sorriu doce. - Desculpa por ontem... Quando apliquei a injeção, você desmaiou, teve que ficar internado em observação.
- Hum...
- E ah, eu... Já fiz a desinfecção do machucado, prescrevi novos remédios, dessa vez, vai dar certo. - ela sorriu abertamente, e eu concordei.
- Obrigado. - falei rapidamente. - Agora, pode por favor, acordar essa idiota?
- Eu já estou acordada, imbecil. - respondeu com a voz embargada do sono, e a doutora se retirou por alguns minutos da sala.
- Como eu estou? - perguntei à minha namorada.
- Péssimo. - ela riu baixinho.
- O que houve? - perguntei curioso pela minha situação.
- A Doutora Georgia sedou você mais do que deveria, sua pressão caiu e você desmaiou, teve que vir para emergência, e aqui estamos nós. - ela engoliu seco e senti algo ali errado.
- Eu disse que não deveríamos ter vindo. - comecei me lamentando. - Sabe qual a probabilidade de que eu me contamine com algum micro-organismo aqui? Sabia que bactérias presentes nos hospitais são mais resistentes?
- Quanta ladainha! - ela ficou na beirada da cama. - Mas...
- O quê? - me fiz curioso.
- Eles... Removeram o seu...
- Não, não, não! - fechei os olhos, com medo de conferir. - Não diga que removeram o meu pênis, por favor. Ele é bonitinho, eu amo o trabalho que ele faz e, por favor, diz que é mentira!
- Removeram seu apêndice, amor. - ela falou me olhando com pena.
- O QUÊ!? - gritei, fazendo-a pular. - ELES ME ABRIRAM?
- Quem te abriu? - Georgia entrou na sala.
- Removeram minha apêndice? - falei choramingando.
- Não! - ela negou rápido, e eu vi se acabando de rir.
- Ai, sua idiota! - voltei a olhar para a doutora. - Quando vou ter alta, doutora? - perguntei sexy e ela ficou vermelha.
- Hoje ainda se você se comportar direitinho. - ela piscou e eu sorri.
- Puta que pariu, eu, sua namorada, estou aqui, porra! - ouvi o grito controlado de , incomodada. - Da pra você respeitar nesse cacete?
- ...
- Vou me retirar, nos vemos mais tarde.
A doutora saiu, e continuou me encarando, mas logo revirou os olhos, e ficou de pé.
- Que merda, eu fico aqui a noite toda, dando assistência, tomando conta do idiota que você é, para no final você dar em cima dela? - ela revirou os olhos. Aquilo era o quê? Ciúme? Estava adorando aquilo.
- O que foi, minha princesa? - eu fui carinhoso. - Vem cá. Deixa eu agradecer, minha ciumenta.
- Vá se foder! - ela mostrou o dedo e saiu da sala, quase arrancando a porta.

xxx


Minha mãe me paparicou o resto do domingo todo, meu pai saiu pra dar uma volta, e Bruno saiu com Juliene para alguma festa que haviam sido convidados de última hora. O mais estranho foi que, depois de todo o silêncio dentro do carro, andou direto para o seu apartamento, não produzindo sequer um adeus para mim. Ela estava realmente bolada por causa da doutora, mas o que eu poderia fazer? Não era nada dela, fora que, não tinha sentido.
Na verdade, a vida não tinha sentido, mas tentávamos despistá-la, não é mesmo?
- Como se sente? - minha mãe colocou um prato de sopa à minha frente.
- Bem. - resmunguei pegando a colher.
- Como se meteu na briga?
- Eu estava com , aí uns caras chegaram me socando. - respondi a verdade, provando a sopa.
- Culpa dela, aposto. - Morg resmungou.
- Para de culpar minha namorada. - pedi suave, recebendo uma careta em troca. - Falando nisso, vou ir na casa dela.
Saí da cozinha e fui para o apartamento da frente, tocando a campainha. Não demorou para que a senhora Ames atendesse sorridente e pedisse que eu entrasse. Jorge me cumprimentou animado, verificando minha feição ainda arrebentada pelo idiota. Eles parabenizaram meu namoro com - eu nem sabia que ela tinha avisado - e eu agradeci como o cara educado que eu era.
Pedi licença para eles, e fui para o quarto dela, abrindo a porta sem vergonha alguma. Mas se eu soubesse que encontraria Helena nua de frente para o espelho, eu teria batido na porta antes.
- Ahhhhhhh! - ela gritou, tentando se cobrir com a toalha de banho. - Seu cretino, por que diabos não bateu na porta!?
- O quarto é da minha namorada, a intrusa é você. - eu me joguei na cama.
- Vou falar isso para o Antony agora mesmo. - ela esbravejou.
- Olha a minha cara de quem se importa.
Abri a gaveta de lingerie de , e vi que ela usava bastante coisas provocativas, mas também haviam os trajes confortáveis e inocentes.
- O que você quer aqui? - ela saiu só de toalha do banho.
- Vim te ver, amor. - eu pisquei para ela, passando uma calcinha de renda para que ela vestisse.
- Da o fora, idiota. - ela arrancou da minha mão e colocou a calcinha, não se livrando da toalha.
- Ainda tá brava comigo? - fiz beicinho, e ri. - Fica não, princesa.
Ela procurou uma roupa no armário, e começou a vestir. Só observei para onde as duas iriam daquele jeito. Helena ainda reclamava, mas se acostumou de primeira com a minha presença no quarto, e passou a me ignorar.
Quando as duas estavam prontas, barrei a passagem de ambas na porta, cruzando os braços.
- Onde as bonitinhas pensam que vão?! - levantei uma sobrancelha.
- Curtir. - Helena foi a primeira a responder.
- Que eu saiba, seu namorado não está sabendo e nem autorizou. - falei convicto, recebendo um olhar de reprovação dela.
- Eu não devo satisfações para ele. - ela rebateu.
- Mas ele deve para você né!? - ri balançando a cabeça. - Você não vai, .
- Quê? - ela aumentou o tom de voz rápida.
- Isso mesmo que você ouviu. - apontei. - Se sua amiga quiser ir, ela vai. Mas você não vai.
- E desde quando você manda em mim?
- Desde quando você e eu fizemos uma aposta, e você tem que cumprir a sua, já que quarta é a minha vez. - falei simples.
Ela esbravejou e andou para fora do seu próprio quarto. Não demorei segui-la, e a mesma foi pro meu apartamento, parando no cômodo que todos estavam presentes.
- Poderíamos jantar hoje, não é? - ela lançou um sorriso lindo, segurando minha mão. - Que tal se eu convidasse meus pais para jantarmos todos juntos?
- Ótima ideia. - Morg falou. - Vamos ver em que família nosso bebê está entrando.
- Mãe, menos. - reclamei, olhando-a feio.
- A gente sai para comer fora ou fazemos aqui mesmo? - virou para mim, perguntando com calma.
- Pelo amor de Deus, fora. - Morg respondeu rabugenta. - Não quero colocar a mão em comida.

xxx


Meu pai engatou em um assunto sobre economia com Jorge. Minha mãe ficava colocando defeito em tudo, o que deixava a senhora Ames um pouco incomodada, e sorrindo sem graça para mim. Ela era realmente um amor de pessoa, e minha mãe não estava nem aí para agradar alguém.
Bruno não largou o celular nenhum momento, e Juliane ficava acariciando minha perna por debaixo da mesa, enquanto mordia o lábio. Eu só queria distância, não gostava dela.
- Sua filha é maravilhosa, senhor Jorge. - eu beijei a bochecha de , e a mesma sorriu. - Obrigado por simplesmente... Aprovar o namoro.
- É um prazer, querido. - Dona Ames sorriu. - Sabemos que está em boas mãos, confiamos em você.
- Pena que ele não está em tão boas mãos assim. - minha mãe comentou bebendo vinho.
- Mãe...
- O quê!? - e então ela prosseguiu. - Sua prima também não concorda com o relacionamento. É bem imaturo, temos que concordar.
- Imaturo? - questionou confusa. - Nós nos gostamos, isso é imaturidade?
- Sim. - Morg respondeu. - Quando você transa com alguém, não precisa avisar a casa que estão tendo um momento íntimo.
- Mãe! - esbravejei morrendo de vergonha dos pais de , que olharam para nós dois abismados.
- Você pare de me interromper que eu sou a sua mãe! - ela apontou no meu rosto. - Você deveria me escutar! Olha só o que essa garota está fazendo com a gente! - apontou para todos nós. - Quase nunca nos vemos e quando sua família vem te visitar, você só quer saber dela! E ainda por cima me trata mal! Eu, sua mãe, que só quer o seu bem!
- Mãe... - entendi seu lado, ela estava machucada por eu não querer dar tanta atenção. - Não é bem assim...
- Não é bem assim... - me imitou. - É claro que é, ! Eu te carreguei por nove meses na barriga, te dei de mamar no meu peito, custei toda a sua educação e te apoiei quando você resolveu se mudar. Agora você está aí discutindo comigo, me tratando mal, só porque essa mulher tá aí 24hs por dia, sete dias por semana de pernas abertas pra você comer ela!
- Isso não é verdade, mãe. - protestei, sentindo a mão gelada de contra a minha. Ela estava tão abalada quanto eu. - Respeite ela.
- NÃO É VERDADE? ISSO NÃO É VERDADE, ? VOCÊ ACHA QUE EU E SEU PAI SOMOS SURDOS? NÓS OUVIMOS TUDO NAQUELE DIA. - todos do restaurante agora nos observavam. - SUA FAMÍLIA TINHA ACABADO DE CHEGAR! E A SUA PRIMA É SÓ UMA CRIANÇA! VOCÊ ACHOU QUE ELA NÃO FICARIA CONSTRANGIDA COM ESSA SUA VIDA DEPRAVADA? DEVERIA TER PENSADO PELO MENOS NOS SEUS PAIS JÁ QUE NÃO TEM CONSIDERAÇÃO PELA PROPRIA PRIMA!
Aquilo tudo para mim foi a gota d'água. Peguei o guardanapos que estava em meu colo e lancei na mesa. Pedi licença a todos, e joguei algumas notas de dinheiro em cima da mesa, e comecei a me retirar do recinto. Ela tinha realmente passado dos limites. Ela estava difamando não só a mim, mas também a , que estava na frente dos pais. Para eles, ela era um anjo, e agora, estava tão encrencada como eu.
- ! - ouvi sua voz atrás de mim. - , espera!
Virei para ela, e a mesma pulou em meu colo, jogando os braços pelo meu pescoço. Ela estava tão irritada e destruída quanto eu, mas estava ali, me ajudando naquele medíocre momento da minha vida.
Eu na verdade, estava mais preocupado com do que comigo, pois no caso dela, teria que lidar com os pais, já eu, não precisava lidar com ninguém.
- Estamos juntos nessa. - ela sussurrou. - Conseguiremos inventar uma boa desculpa para os meus pais, e assim vamos voltar à nossa aposta.
- Acho que deveríamos acabar com essa besteira. - finalizei o assunto.
- Magina. - ela sussurrou. - Quero meu jogo.
Ri sem acreditar. Aquela mulher não existia.

Dia 6 - Segunda-feira
POV
O clima dentro de casa estava tenso referente à noite anterior. Fui para casa sem meus pais e me tranquei no quarto, eles nem se quer tentaram incomodar, percebi que eles não queriam papo comigo.
O clima ficou um pouco mais tenso quando bateu na porta de casa, e meus pais o convidaram a entrar. Fiz companhia para ele na sala, e assim meus pais se juntaram a nós. Ali estava nossa oportunidade.
- Mãe, pai. - chamei, tendo a atenção deles. - Tudo o que a Morgana falou ontem não era completamente verdade.
- Imaginei que fosse. - minha mãe apontou para o meu pai. - Está me devendo R$100.
- Não, vocês apostaram?! - perguntei chocada.
- Sim, e eu perdi. - meu pai fez careta.
olhou espantado para mim, logo em seguida rindo. Tanto da minha mãe quanto do meu pai. E claro, da nossa preocupação em reverter a história.
- Eu e batemos uma aposta. - comecei explicando. - Sobre o jogo da semana passada.
- São Paulo e Corinthians? - meu pai perguntou e eu sorri.
- Deu empate. - concluí. - Então decidimos cumprir a promessa dos dois. A minha promessa foi ajudar ele a se livrar da prima dele, aquela que estava no jantar ontem.
- E a minha, foi que eu vou no próximo jogo com ela. Pagando tudo, vestido de tricolor paulista, mesmo sendo corintiano. - fez uma careta. - Fechamos o trato, e meus pais chegaram. Eles não aceitaram bem a , deu para perceber né?
- Então resolvemos provocar e fingir estarmos transando no quarto dele. - eu ri, sendo acompanhada por mamãe. - E olha no que deu.
- Eu não comi sua filha, minha mãe exagerou. - ele avisou.
- Você é um bom rapaz, . - mamãe sorriu.

xxx


POV
Entrei em casa como um furacão, sendo observado por todos os que estavam na sala de visitas. Eu estava cabisbaixo, devo confessar, e minha mãe percebeu de primeiro, vindo rapidamente à mim.
- O que houve, amor? - ela perguntou tranquila.
- Eu e a ... Nós...
correu atrás de mim, vermelha de raiva, mas eu, bom...
- Você é um idiota! - ela pegou meu cinzeiro de enfeite e tacou no chão. - Você é um filhinho de mamãe! Um... Desgraçado! - minha mãe se afastou um pouco.
- Não fala assim da minha mãe. - apontei na cara dela.
- Eu falo, sim! - gritou, dessa vez acertando meu abajur na parede adjacente. - Por causa dela, entramos nesse pé de guerra!
- Isso, filho! Defende a mamãe.
- Você é podre. - derramou lágrimas. - Maldita hora em que quis sair com você.
Ela correu porta a fora e eu apenas abaixei o olhar, lançando a minha porta contra a fechadura e estrondando as estruturas do prédio.
Senti uma mão em meu braço, e virei, vendo Juliane sorrindo doce. Ela era uma nojenta, mesmo tentando ajudar. Mas eu...
Me livrei da mão dela, e voltei a porta, observando a coloração da mesma, aguardando mais uns segundos e...
Abri a porta, e o corpo de veio junto ao meu com carinho e cuidado. Ela espalhava beijos pelo meu rosto e carícias em meus cabelos. Segurei-a pela cintura, abrindo um enorme sorriso por tê-la em meus braços. Abracei sua cintura, sentindo seu cheiro, e sem pensar, coloquei as mãos na sua bunda.
- Desculpa, docinho. - ela beijou a ponta do meu nariz. - Que briga idiota. Eu...
- Não vivo sem você. - completei. - Ah, minha princesa!
Enquanto deixava todos de queixo caído na sala, subi para o quarto com ela. Assim que a coloquei no chão, a mesma começou a rir sem parar, caindo de costas em minha cama.
- A cara da sua mãe foi a melhor. - ela comentou.
- Sou um filho maldoso, mas sim, foi engraçado! - comentei, sentando ao lado dela. - Ela ficou tão feliz com a briga, depois ficou tão aborrecida de novo.
- Acho que esse foi o melhor troll que fizemos na história! - ela virou para mim.
- É, realmente foi. - concordei, puxando-a para o meu corpo. - Mas meu cinzeiro e meu abajur estão na sua conta, tá bom?
- Para de ser mão de vaca. - cutuquei sua costela.
- Podemos comprar o ingresso do jogo amanhã, né? - perguntei, acariciando seus cabelos.
- Sim, acho que sim. - ela beijou meu queixo. - Vamos fazer o que hoje?
- Que tal o dia inteiro na cama? - dei a ideia. - Jogando vídeo game e assistindo seriados e filmes?
- Gostei.
Então foi o que fizemos no resto daquela fatídica segunda-feira.

Dia 7 - Terça-feira
POV
O sol em São Paulo naquele dia, estava castigando qualquer um, acho que estava pior do que na região norte/nordeste do país. Fazia aproximadamente 36 graus célsius na região metropolitana. E o pior: do meu lado fazia mais calor ainda. Combinamos que depois que comprássemos os ingressos para o jogo do dia seguinte, iríamos dar uma corrida básica pelo parque Ibirapuera. Então a maravilhosa namorada de mentira que eu havia arrumado, ela estava com um top roxo e uma saia fitness, ou seja, a saia cobria até a parte debaixo da bunda, e o resto era só perna; e o top só cobria os seios. Ela tinha um boné também, que era aberto em cima, e estava com um coque e óculos escuros. Os tênis de corrida eram coloridos e confortáveis pelo que ela falava, e ela carregava as duas squeeze, a minha e a dela.
- Não acredito que eu estou fazendo isso. - ajeitei os óculos de sol no rosto.
- Ah, é uma promessa! - ela sorriu, virando-se para mim.
- Sabia que tem vários caras olhando seu corpo? - tentei ser o mais discreto possível.
- Sério? - ela mordeu o lábio. - Algum é bonito?
- Nenhum vai ficar bonito depois que eu furar-lhe os olhos. - andamos mais um pouco na pequena fila que estava na bilheteria.
- Que lindo com ciúme! - ela apertou minhas bochechas.
- Para! - bati em sua mão de leve, e recebi um beijo na ponta do nariz.
- Próximo! - ouvi a voz da moça da bilheteria.
- Ahn... - pigarreei.
- Duas entradas para amanhã, pode ser cadeira. - tomou a frente.
- Cadeira acabou. - a mulher olhou o monitor. - Só vou ter camarote ou arquibancada.
- Camarote! - ela falou animada.
- Duas? - ela arregalou os olhos. - Certo, ficou... R$ 850.
- Quê? - perguntei espantado. - Não, arquibancada!
- Mas, !
- Isso, para um corintiano como eu, é um prejuízo imensurável. - sussurrei só para que ela ouvisse. - Quanto é a arquibancada?
- Os dois fica no valor de R$250.
- Pode ser.
Tirei o cartão da minha carteira, já chorando lágrimas de sangue para pagar aquele ingresso. Fora a camiseta do São Paulo que eu teria que comprar com ela mais tarde no shopping. Eu ia à falência só naquela brincadeira. Quem foi que lançou o desafio mesmo? Mataria a pessoa dez vezes se possível.
- Bom jogo para vocês dois. - a moça entregou os ingressos, e eu coloquei dentro da bolsinha de celular de .
Depois corremos um pouco até o Ibira, para relaxarmos. Ela estava tranquila, vez ou outra virava para conversar sobre exatamente nada, só para preencher o silêncio que a incomodava. Eu não estava incomodado, já que o corpo daquela coisinha era maravilhoso, e o movimento dele um pouco à minha frente era uma graça.
Resolvi que o calor estava demais, então arranquei a regata que eu estava usando e comecei a correr sem camisa. O tanto de olhar feminino que eu chamei atenção, foi até engraçado.
Na mesma hora, senti batendo no corpo de sem querer, e a mesma me encarava incrédula. Levantei as sobrancelhas, e ela me mostrou a língua.
- Que foi?
- Quem mandou você tirar a blusa? - ela começou correr de costas, virada para mim.
- Eu estou com calor. - dei de ombros.
- Olha o tanto de mulher olhando você. - ela indicou com o dedo.
- Tá com ciúme? - levantei uma das sobrancelhas.
Ela parou, e lançou os braços pelo meu pescoço, e logo parei também, com o nariz grudado no seu. Ela parecia tão linda daquela forma. Seus olhos estavam bem centrados em mim, então estavam um tanto tortos, as bochechas estavam vermelhas pela corrida, e ela estava ofegante. Eu ficava um tanto maior que ela, obviamente.
- A pessoa que está se passando por sua namorada, sou eu. - ela encostou nossos narizes. - Então, por partes sim, porque estou nisso por você, lindo.
- Nesse momento, eu quero sinceramente beijar você. - sussurrei, segurando sua cintura.
Ela sorriu, e em dois segundos, saiu dos meus braços, voltando a correr e gritando meu nome, me chamando de "molenga".

xxx


Depois de um banho demorado, desci as escadas em direção à cozinha. Eu iria fazer alguma coisa para comer, se não fosse a comitiva que tinha na cozinha de braços cruzados, olhando para mim.
Entrei na cozinha tentando ignorar, mas foi em vão, já que a voz do meu pai chamou a minha atenção.
- Precisamos conversar, .
- Sobre? - abri a geladeira e peguei o suco de laranja de caixinha.
- Sobre sua namorada e também sobre Juliane. - minha mãe falou também.
- E o que tem a ? - estreitei os olhos, procurando um copo.
- Você pode não perceber, filho... Mas essa garota distancia você de nós. - meu pai começou.
- E outra, a Ju gosta de você desde quando eram pequenos. - mamãe acariciou o braço da outra, que sorriu tímida. – Por que não ela?
- Jura que vocês estão tentando controlar seu filho de vinte e quatro anos? - ri zombando deles. - Nem em filme isso acontece mais.
- , tente ser compreensivo. - Juliane mordeu o lábio ao falar.
- Compreensivo? - zombei. - Tente você entender, que infelizmente eu não gosto de você, Juliane. - usei da minha paciência. - É da que eu gosto, e nada vai mudar isso.
- Concordo com o cara. - meu irmão apontou, andando para próximo de mim. - Na moral, , você tá certo. Se é ela quem você quer, que assim seja.
- Era pra você ficar do nosso lado, Bruno! - Juliane revirou os olhos.
- Ele é mais importante pra mim do que seus caprichos, Ju. - Bruno respondeu, piscando pra ela.
- Olha que linda reunião! - ouvi a voz de e virei para ela, sorrindo. - Oi, amor!
- Oi, princesa. - peguei-a pela cintura e selei nossos lábios. - Quer comer alguma coisa?
- Sim. - ela mordeu o lábio. - Oi sogra, oi sogro, oi priminha! Oi cunhado! - o único que ela foi sincera, foi para Bruno. - O que tem de bom pra comer aqui?
- Aqui nada. - coloquei o copo na pia. - Vamos sair.
- Tá! - ela concordou. - Quer ir, cunhado?
- Tô dentro!
E então eles foram na frente, enquanto eu colocava uma camisa e descia também, deixando minha família chocada na cozinha.

xxx


Loja do São Paulo e eu com três camisas para experimentar. E O MEU TÍTULO DE FIEL TORCEDOR, SÓCRATES? Oh Seu Jorge, me perdoe por isso, olhe para o lado da qual estou fazendo isso, por favor, não me julgue.
Peguei uma das camisas, observando o sorriso de atrás de mim no espelho e quis bater naquela diabinha. Me contive e apenas suspirei, pegando a camisa e colocando no corpo. Ficou MUITO gay. Ela era preta e eu me senti um real viado. Tirei. Coloquei a vermelha, e me senti um frutinha também.
- A branca vai ficar linda. - ela beijou minhas costas nuas, e eu sorri.
Coloquei a camisa, e até que não ficou nada... Ficou horrível, claro. Mas dava pra parecer menos gay. Era a oficial do time. Então, paguei uma certa notinha nela, ou seja, mais prejuízo.
São Jorge, por favor me empresta um dragão, que eu quero ir embora daqui voando.

xxx


- Acho que já deu minha cota. - Bruno falou, andando de costas. - Vou entrando... Mas olha, foi ótima a noite, casal.
- Adorei você, cunhado! - sorriu para ele, acenando com a mão.
- Boa noite. - e ele entrou.
Eu olhei para ela e sorri. Na hora, suas bochechas coraram e a ficou realmente sem graça em minha frente. Mas não demorei para olhar para ela e morder o lábio.
- Então... - falamos juntos e sorrimos. - Ahn... Tenho que ir.
- Certo. - eu concordei. - Não perdeu os ingressos né?
- Não, jamais! - mordeu o lábio. - Nos vemos amanhã então.
De repente seus lábios se encostaram aos meus, e eu senti - a blusa de dentro da sacola estava fazendo efeitos em mim - uma adrenalina correndo pelo meu corpo.
Quando eu finalmente ia aprofundar um beijo com ela, minha mãe abriu a porta e nós nos separamos imediatamente. Pigarrei sem graça e sorri para ela, que acenou com a mão e se afastou, fechando a porta do apartamento sorridente.
Era hoje que eu virava gay!!!

Dia 8 - Quarta-feira
POV
O GRANDE DIA HAVIA CHEGADO.

Eu estava animada, por isso comecei me arrumar logo cedo. Decidi colocar uma roupa simples, já que seria apenas um jogo. Vesti um shorts jeans rasgado e a camisa branca oficial - e autografada pelo Ceni, Kaka, Pato e Ganso. Coloquei uma botinha preta, e sequei meu cabelo desajeitado com o secador. Passei um pouco de fixador, e ficou com umas ondas leves. Peguei meus óculos de sol, limpei a lente e arrumei em cima da cabeça. Puxei a alça da minha bolsinha de lado do armário, e coloquei os ingressos, meus documentos, e meu celular.
Passei uma maquiagem leve, e para não estragar tudo, finalizei com um gloss.
Me despedi dos meus pais, e saí a procura de pelo seu apartamento. Entrei em seu quarto, e o mesmo terminava de colocar a bermuda jeans. Ele sorriu ao me ver, e colocou uma regata branca, jogando a sacolinha com a camisa do Tricolor em minhas mãos.
- Todos aqui sabem da minha orientação futebolística. - avisou-me, apontando para si mesmo. - Não vou sair do prédio com isso.
Apressei-o o quanto pude, e logo estávamos à caminho do Morumbi. Eu já estava emocionada só de pensar naquele jogo, e que iríamos ganhar e nada mais tirava meus pensamentos positivos naquele momento.
Chegamos no estádio, e ainda dentro do carro, ele colocou a camisa do Tricolor. Descemos e compramos algumas coisinhas já para comer. O jogo ia começar exatamente às 22h da noite, e ainda eram 19h. Ficamos em frente ao estádio sentados, vendo a torcida toda chegar. Até que de longe, avistei a tal Doutora Georgia, e no mesmo instante que ela nos viu, veio correndo falar com a gente.
- Você estaria mais bonito se estivesse vestido de Gaviões! - ela mordeu o lábio.
- Eu sei.
- Oi? - ela pediu novamente, pois ele havia sussurrado.
- Ahn...
- Está na hora de entrarmos, amor.
- puxei de leve a sua mão e o mesmo sorriu.
Nos despedimos e logo estávamos procurando um espaço bom para vermos o jogo da arquibancada.
Minutos se passaram e deram início à entrada dos times. Quando o Corinthians entrou, ele deu um grito engraçado, mas logo parou, sorrindo para mim e olhando em volta, vendo se alguém havia percebido. Tocaram o hino nacional e a bola rolou em capo.
Eu só sabia gritar e pular incansavelmente, enquanto assistia o jogo sentado, pois não podia gritar pelo time adversário ao que estávamos na torcida.
Até que rolou um gol do Corinthians, e ele gritou, mas logo ele bateu com a mão na testa, observando que outros torcedores do Tricolor olhavam estranhos para ele.
Não demorou o São Paulo atacar, e graças ao lindo passe do Ganso, o Pato mandou no travessão, que a bola entrou pra dentro da rede.
Eu gritei, chorei, e o principal: levantei para comemorar comigo. Ele sorriu, e cochichou em meu ouvido, dizendo que não demoraria para sair mais gols do seu time.
Só não entendi se era o seu time do coração ou se era o seu time da camisa.
Mas deduzi ser da camisa, pois o Ralph cometeu falta em cima do Souza e Luís Fabiano, foi lindamente cobrar a falta e mandou no cantinho do gol, certeira.
São Paulo 2 vs 1 Corinthians
Intervalo de 15 minutos
São Paulo 3 vs 1 Corinthians
Falta - Alan em cima do Emerson
Gol de contra-ataque do Corinthians
São Paulo 3 vs 2 Corinthians

"E acaba o jogo no Morumbi!!!" - pude ouvir a voz do Galvão Bueno ecoar em meus pensamentos.
As arquibancadas começaram a esvaziar, e eu ainda estava lá, vendo a comemoração de várias torcedores, e a saída dos corintianos primeiro - já que agora era lei. Depois a torcida tricolor saiu do estádio, e ainda continuou sentado, olhando vagamente o campo.
- ? - sussurrei.
- Hum? - ele olhou para mim tristonho. - Do jeito que você é, capaz de me zoar, então vá em frente.
Ele se desfez da camisa do São Paulo e a colocou na arquibancada do lado. Seu humor não estava nenhum pouco bom, e o meu... Bom, meu time tinha ganhado.
- Não fica assim, foi só um jogo. - remendei.
- Meu time perdeu se você não percebeu. - ele falou mais alto e chamou a atenção de algumas pessoas.
- Temos um corintiano entre nós então? - ouvi a voz de um cara do meu lado.
- É pedir pra apanhar! - o outro veio pra cima.
- Para! - me sentei no colo de . - Nos deixem em paz, o Tricolor ganhou, graças a Deus, mas deixem-no em paz.
Os caras deram alguns tapas na cabeça dele bem ignorantes, mas só ignorou. Eu saí de seu colo e o mesmo ficou em pé. Em segundos, ele ia deixando o corredor de cadeiras.
- ! - gritei.
Ele se virou, e eu não pensei duas vezes em correr até ele. Me joguei em seus braços, em meio a tantas pessoas, cadeiras, etc. Passei as mãos pelo seu rosto e o beijei. Sim, beijei-o como se não houvesse amanhã. Compartilhei da minha alegria com ele naquele beijo, e o jeito que ele me segurou pela cintura, percebi que o mesmo ansiava aquilo há tempos.
Ao nos separarmos, observei o sorriso em seu rosto, e eu amei aquilo, amei saber o efeito que faço sobre ele.
- Não importa ganhar ou perder. - dei de ombros olhando nos seus olhos. - É só um jogo.
- Sim e-
- Eu só quero ganhar mais beijos como esse. - finalizei a frase, olhando para ele sorridente. - Se eu soubesse que é tão bom assim, teria provado antes.
Ele mordeu meu lábio e começou um novo beijo, até percebermos, que alguns torcedores nos encaravam e até mesmo uns jogadores do campo. Ouvi gritos como "sortudo" ou como "vão para um quarto", mas só pensei em rir, enquanto saía de mãos dadas com ele do estádio.

xxx


Minha sogra estava em pé em frente a porta. Meu sogro logo ao seu lado. Bruno estava com cara de "fudeu" e Juliane estava com cara de quem estava satisfeita com alguma coisa. E eu? Bom, estava com medo, mesmo segurando na mão dele.
- Qual é a do feedback? - fechou a porta atrás de mim.
- Onde você foi? - o pai dele perguntou.
- Eu? - ele gaguejou.
- Você estava no jogo. - Juliane se pronunciou. - Mas não do lado da sua torcida e sim da torcida adversária!
- Não sei do que está falando! - tentou ser sincero.
- Ah não? - ela mostrou do celular as fotos da tela da televisão. - Isso seria o quê?
- Certo...
- Olha pra onde essa garota tá levando você! - Morgana falou. - Você na torcida adversária, por causa dela? Ainda em um jogo do seu time?
- Mãe, não exagera. - tentou ser pacífico. - Foi apenas uma brincadeira interna nossa.
- Dessa vez terei de concordar com a sua mãe. - o velho falou. - Isso foi ridículo.
- Não deixei minha torcida. - ele aumentou o tom de voz. - Nunca faria isso, fui apenas em um jogo com a minha garota.
- Fora de questão. - gritou Morgana. - Ela não é para você.
- Se ela não é para mim, peço que se retirem da minha casa agora mesmo. - abriu a porta, após soltar minha mão. - Não precisam voltar, claro, você é bem-vindo, Bruno.
- Você está nos mandando embora? - perguntou a sogra chata.
- Sim. - ele concordou. - Eu já cansei de vocês só reclamando da minha namorada.
- Mas...
- Não tem opção. - foi sincero. - Ou vocês a aceitam, ou não sei... Esquecem que sou filho. - ele falou e a mãe abaixou os ombros.
Sem falar nada, eles saíram após pegar alguns pertences, sem falar comigo ou então com . Ele parecia chateado, porém decidido.

Dia 9 - Quinta-feira
POV
Eu ainda estava chateado sobre a situação que eu havia encontrado. Aliás, quem não ficaria, não é mesmo?
E droga, a grande pergunta, a questão secular era: por que eu havia trocado a minha família para defender a ?
ERA ÓBVIO E A RESPOSTA ESTAVA NA MINHA CARA! Eu estava gostando da maldita garota.
Também, ela chega do nada, toda gostosa e safada. Batemos uma aposta tosca, ela cumpre a sua parte e eu cumpro a minha. Passamos o que... Oito dias juntos, e aí ela diz coisas fofas, me dá um beijo e aí o mundo vira de cabeça para baixo.
E eu que pensava que depois da grande merda que aconteceu com a Paula, eu ia demorar a achar alguém que se quer eu pudesse confiar e que valesse de algo. E enfim, achei.
Eu não sou o tipo bunda mole para relacionamentos, pau mandado ou coisa do tipo... Eu sei que mulheres tem sentimentos, assim como eu tenho, então eu sei entender. E quando eu gosto de alguém ou quando eu amo, tento fazer valer a pena. Simplesmente faço o que muitos falam: eu caio de cabeça.
E ali estava ela: deitada sobre a minha cama, enquanto eu olhava para ela, incansavelmente. Eu estava louco por ela. Uma semana? Sim, uma semana e eu estava perdido dentro dela, dentro de mim.
Seu suspiro foi longo, e eu percebi que a mesma estava despertando do maravilhoso sono. Me aproximei, e cobri seu corpo com o meu, o que a fez sorrir contente.
- Eu realmente não sei como vai ser daqui pra frente, como vai ficar esse relacionamento ou coisa assim. - comecei falando, observando seus olhos ainda fechados. - Mas vai ser ótimo acordar e ter sua imagem na minha cama.
- Você não existe. - ela tapou o rosto com o travesseiro. - Como você está?
- Em relação à?
- Tudo.
- Recebi um texto da minha mãe. - falei deitando ao seu lado. - Que dizia: "Você vai se arrepender de ter feito tudo isso, porque essa garota tem cara de encrenca, e quando ela quebrar seu coração, não adianta chorar pelo leite derramado, pois até agora estive com você, mas agora eu não estou mais. Juliane era a garota certa para você, você merecia ela."
- Quanto drama. - olhou para mim. - Você me faz bem. Para que eu iria querer fazer mal a você?
Me ajeitei na cama, ficando frente a frente a ela. Olhei em seus olhos, pois eu queria uma resposta sincera. Eu era sensível para relacionamentos, e como qualquer pessoa, tinha medo de ser enganado, trocado - como já aconteceu - e coisas do tipo.
- , eu me apego fácil. - fui sincero com ela. - É até estranho dizer, mas quando eu gosto de alguém, é de verdade.
- Ei, eu não vou magoar você. - acariciou meu rosto. - Eu faria de tudo pra te proteger. - me deu um selinho. - Ficaria contra a torcida do Corinthians, só por você.
Não pensei direito. Mas eu adorava sexo matinal, então...
Puxei seu corpo para o meu, enterrando as mãos por baixo da camiseta que ela vestia, percebendo a ausência do sutiã. Beijei delicadamente seu pescoço, enquanto a mesma se ajeitava sobre a cama. Arranquei a camiseta de seu corpo e ela espalmou as mãos no meu torço que já estava nu. Deu leves arranhadas com as unhas curtas, e sorriu, levantando e roubando mais dos meus beijos. Em segundos, puxei seu shorts, e vi a calcinha verde água rendada que ela estava utilizando.
- Você estava se preparando para mim? - sussurrei olhando em seus olhos.
- Eu... Bom, pensei que transarimos antes de dormirmos ontem. - resmungou enquanto passava os dedos em meus lábios. - Mas aí você estava tão cabisbaixo...
Ela sorriu e eu desci mais beijos para sua boca, já percorrendo o caminho que eu tanto queria seguir. Apalpei sua intimidade por cima da calcinha, e já encontrei molhada. Eu nunca pensei nela daquele jeito, mas... Mentira, já pensei, mas ter aquilo pra mim... Era enlouquecedor.
Suas mãos delicadas desceram para a entrada da calça de moletom que eu usava, e abaixou a mesma, já liberando meu membro ereto. Puxei sua calcinha para o lado, e cravei meu dedo médio na sua entrada de súbito. Suas costas se arquearam sobre a cama, e ela mordeu o lábio, olhando direto nos meus olhos.
Acariciei sua entrada, e espalmei a mão em seu ponto de prazer, enquanto invadia sua entrada com dois dos meus dedos. Não demorou para que ela agarrasse meu membro e me masturbasse, enquanto eu a masturbava.
- Sente isso? - perguntei, afundando em sua carne. - É tão gostoso estar dentro de você, linda.
- Por favor, me chupa? - ela largou meu membro e tirou a minha mão de si.
Quando eu ia abaixar para fazer o seu pedido se realizar, ela jogou-me na cama, e apoiou-se sobre a cabeceira, ficando de pernas abertas sobre o meu rosto. Sua intimidade brilhava de excitação, e isso me fez esquentar ainda mais por dentro. Passei a língua pela extensão da sua entrada, e acariciei até seu clitóris. Ela gemeu baixo e espalmou as mãos em meu peito. Não demorei a chupa-la com gosto, fazendo soar mais altos seus gemidos. Ela deitou-se sobre mim, e passou a chupar o meu membro, enquanto eu a chupava. Segurei as bandas do seu bumbum, e abri, para ficar mais fácil o acesso e as lambidas prazerosas. Não me contive, e segurei a língua em seu clitóris, enquanto penetrava as suas duas entradas com meus dedos indicador e médio. gemeu, parando o servicinho lá embaixo, para entregar-se ao orgasmo súbito que atingiu seu lindo corpo.
- Você é o melhor.
Ela deitou seu corpo sobre o meu, separando as pernas, e beijando a minha boca, que ainda tinha seu gosto. Sua mão envolveu meu membro, que logo estava dentro de si, e a mesma se forçava a descer e subir. Nós estávamos finalmente transando, nos entregando a nós mesmos.
Segurei as mechas de seus cabelos, enquanto me enfiava cada vez mais nela, e observava sua careta de prazer e dor ao mesmo tempo. Beijei seus lábios com carinho, demonstrando o que eu sentia por ela, entregando a ela, não só o meu sexo, o meu prazer e seu próprio prazer, mas entregando tudo de mim, entregando a ela um beijo completamente puro e apaixonado. Entregando a ela meu orgasmo que não demorou. Ela era maravilhosa no que fazia, e não precisava de muito para atingir meu ápice. Ela havia conseguido apenas por ser ela.
- Então... - falou assim que se deitou no meu peito. - Nunca tinha feito sexo nessa intensidade.
- Não? - sorri satisfeito. - Tem algo entre nós que...
- Envolve sentimentos. - ela completou. - Por isso foi ótimo.
- Sim. - concordei.
- Eu já tinha feito com outro cara, mas nada como você. - ela escondeu o rosto em meu ombro.
- Odeio esse cara e nem sei quem é. - beijei sua clavícula, e ela sorriu com cócegas.
- Nada com ninguém foi tão maravilhoso. - olhou-me serena. - Você foi... Incrível. Nós na verdade. - ela riu doce. - Eu adoro você.
- Também te adoro. - repeti, acolhendo-a em meus braços. - Você é tão fofinha. Quero te por em um vidrinho e cuidar pra sempre.
- Trouxa! - ela riu, e endireitou-se na curva do meu pescoço. - Lindo.
- Linda.
E lá se foi mais algumas rodadas de sexo. Eu estava louco, fissurado, completamente apaixonado por aquela mulher.

xxx


POV
- Quero mostrar uma coisa pra você.
Pegou as chaves do carro, onde eu percebi que ele deixava a chave personalizada do Corinthians. A chave que abria algum cômodo ali dentro, pois ele me levou para o outro lado do corredor. Chegamos em frente à porta na qual ele sorriu, e eu fiquei com um certo tipo de medo. Será que aquela sala seria um tipo de sadomasoquismo? Tipo a sala de jogos de Christian Grey? Não seria uma má ideia, mas também não seria tão legal se ele fosse sádico.
Mas ao abrir a sala com tanto suspense, quando ela chegou a encostar na parede do outro lado, fiquei um tanto supressa, abrindo os meus olhos um pouco tensa. Ele estava me mostrando seu quartinho de relíquias do Corinthians?
Não, sério. Porque ali tinha de tudo. De pôsteres à troféus. De chuteiras a camisas.
Tinha camisas penduradas em cabides, tipo, todas as coleções que já vi do Corinthians até hoje. Do outro lado, tinha a estante de réplicas dos títulos. Quadros nas paredes de grandes jogadores, e outros das formações que conquistaram os títulos. No armário adjacente, tinha copos, xícaras, taças e outras coisas de vidro decorados com o brasão do clube. As chuteiras pelo chão espalhadas enfileiradamente, declarava todas das quais Sócrates havia usado - claro que eu não era torcedora do clube, mas entendia de futebol. Tinha várias fotos também de com jogadores em quadros colocados sobre as estantes. O grafite da parede, era o enorme brasão do time, e a copia de todos os autógrafos dos jogadores oficiais que venceram a primeira libertadores conquistada pelo clube. Tinha também em cima de uma bancada, a réplica da Arena Corinthians, e dentro de um quadro ao lado, estava o ingresso que ele havia ido para o primeiro jogo do clube, contra Figueirense, na estreia do estádio. Lembro muito bem daquele dia, na qual mais de 40 mil torcedores comemoravam a estreia pedindo pela vitória, porém o Figueirense foi o time marcador da noite, fazendo apenas um gol em cima do time da casa. Ficou para história aquele jogo do dia 18 de maio de 2014.
E do outro lado, estava pertences dele, do clube do "Fiel Torcedor". Era camiseta, agenda, squeeze, tudo personalizado. E com aquilo, ele conseguia desconto nas coisas racionadas ao clube. E no canto de uma das paredes, havia uma imagem fúnebre do São Jorge.
Eu estava chocada naquele quartinho, foi quando olhei para ele, e o mesmo sorriu.
- O que achou? - ele questionou contente.
- Perda de dinheiro. - fui direta.
- Rude.
- Sou. - comentei. - Tanto dinheiro gasto com besteiras. Respeito, pois, você é do bando de louco do Corinthians...
- Sim, eu sou.
- Mesmo assim...
- Enfim, queria só compartilhar. - foi andando para porta.
- É bonito, mas se fosse Tricolor... Seria esplêndido.
- Feia. - ele me puxou pela mão. - Que tal um almoço bem reforçado?
- Acho digno. - comentei, pulando em seu pescoço.

Dia 10 - Sexta-feira
POV
Era dia de comemoração, porém naquela tarde, a empresa estava um caos. Assinamos com distribuidoras novas de alguns países da América Central e também de alguns países Sul-americanos. Eu já não aguentava mais assinar papeis concordando com termos, e montar planilhas de alguns países, para enviar ao RH da empresa.
- ! - ouvi a voz do chefe à porta, e eu levantei a cabeça, pedindo para que se aproximasse. - Como vai as finanças?
- Assinei com a empresa Tunn, no Chile. - mostrei o papel criptografado à ele. - Eles têm uma ótima forma de distribuição, só basta que um dos nossos locutores façam a visita na empresa.
- Quem você sugere que vá? - perguntou o maioral.
- Lorena. - indiquei. - Ela é muito competente, sei que vai ser sincera tanto conosco quanto com eles.
- Okay. - ele juntou todos os papeis. - O que mais?
- A proposta com a Lamberini ainda não foi avaliada. - indiquei a pasta para ele. - Deixei isso para que você fizesse.
- Tá. - o patrão concordou. - Obrigado, .
- Por nada, Franco. - bati continência.
Ele saiu e voltei a me compenetrar nas planilhas. Até que meu celular tocou esganiçado ai meu lado. Observei o nome de Antony e logo atendi.
- Fala, cara!
- Eu terminei com ela. - ele falou tranquilo, e eu arregalei os olhos.
- O que aconteceu? - perguntei achando aquilo uma dádiva.
- Pode sair agora para almoçar? - ele perguntou e olhei o relógio.
- Sim! - fiquei de pé rápido. - No de sempre, te vejo lá.

xxx


Pedi duas cervejas, e logo estávamos bebericando, enquanto ele começava a falar o motivo do término.
- Então, cara. - ele juntou as mãos na mesa. - Você sabe que eu odeio ser controlado.
- Sei.
- E eu já tinha cansado, ela é muito mandona, chata.
- Feminista. - adicionei.
- É. - concordou voltando ao assunto. - Ela implicou por causa de uma foto minha e da Eloá que ela achou dentro de uma caixa de sapato, em meio a diversas fotos de família.
- E o que a Eloá fazia nas suas fotos? - estreitei os olhos, achando estranho.
- Ué... - disfarçou. - A gente tem fotos juntos, e eu guardei.
- Fala logo. - resolvi ser evasivo.
- O quê? - levantei uma das sobrancelhas.
- Não é só sobre Helena.
- Certo. - concordou. - Eloá me procurou. Disse que me ama, e que foi besteira ter terminado.
- Porra! - sorri feliz. Eu adorava a ruivinha.
- E eu já não me encontrava muito bem com a Lena. - deu de ombros. - Terminei, e resolvi dar chance pra Eloá de novo.
- Esse é o meu garoto! - falei animado, batendo leve na mesa. - Adoro você.
Conversa vai e vem, falamos dos meus pais terem ido embora por causa de . E na mesma hora que comentávamos dos últimos acontecimentos, recebi uma ligação sua.
- Oi, linda. - Antony me zoou.
- Oi, linda?! - ela quase gritou e eu fiquei confuso.
- Está tudo bem? - arregalei os olhos.
- Está sim! - ela rosnou. - Está tão bem que ainda estou aqui no restaurante que tínhamos marcado de almoçar!
Puta que o pariu! Eu tinha esquecido completamente.
- Tem uma hora, seu idiota! - ela gritou e eu arregalei os olhos.
- Linda, eu vou aí. - levantei da cadeira. - Me manda sua locali-
- Eu não quero. - ela estava com a voz embargada. - Não precisa vir mais. Que saco! Eu odeio esperar e odeio ainda mais quando sou esquecida!
- Onde você tá? - perguntei de novo.
- Não interessa. - ela foi rude. - Vou procurar Helena, já que o tonto do seu amigo trocou ela pela ex dele.
E então ela desligou, me deixando atordoado ao olhar a tela do celular à minha frente, se apagar depois da ligação finalizada.
Antony continuou a conversa, depois de eu desabafar, mas nada me fez concentrar 100% na conversa. Ela estava brava comigo, e com certeza chateada, e eu estava realmente mal por isso.

xxx


Fiquei quase meia hora na frente do quarto de , e a mesma não abria a porta por nada. Seus pais haviam saído e me deixado para dentro, para tentar conversar com ela. Até que desisti de tentar fazer ela abrir a porta, e resolvi esperar apenas. Depois de vinte minutos, ela abriu a porta e revirou os olhos ao me ver ali.
Passei o meu braço com o ramalhete de rosas brancas para sua frente e a mesma quis abrir um sorriso, mas foi dura.
- Rosas brancas significam pedidos de desculpas. - adentrei seu quarto. - Eu juro que me esqueci, mas eu me arrependi. - ela colocou as flores em cima da mesa do computador. - Sério, eu não faria isso de propósito. Esqueci até de avisar sobre sair com Antony e...
- Tudo bem. - ela me abraçou carinhosa. - Todo mundo erra, não é? - passei os braços pela sua cintura. - Da próxima vez, vou cortar sua mão, pra você sempre lembrar de olhar o relógio.
- Wow. - declarei surpreso. - Agressiva.
Ela sorriu, e me levou para sua cama, ligando a TV em algum seriado da Warner. Em alguns minutos, ela estava dormindo no calor dos meus braços.

Dia 11 – Sábado
POV
O dia em São Paulo estava quente, chegando a 34 graus. Foi quando decidi que uma praia, uma piscina e água fresca, seria uma boa opção. Lancei a ideia para meu garoto e logo ele reservou um quarto na pousada Illéa no litoral norte do estado, e alugou de última hora um iate.
Arrumei minhas coisas rápido, e ele foi para sua casa para fazer as malas e logo estávamos na estrada. Fiquei sabendo também que encontraria lá Antony, e não fiquei muito contente, já que fazia dois dias que ele e Lena tinha terminado.
Saí de casa com um vestido leve e curto de renda azul clara, acompanhado de óculos de sol e o chapéu que eu amava, que combinava com a rasteirinha.
Ele dirigia tranquilo de óculos de sol e bermuda, enquanto exibia seu tronco nu para o mundo. Abrimos o teto solar, e selei nosso lábio tranquilamente.
- Olha o tanto de mulher olhando você. - gargalhei após ver um carro cheia de garotas. - Pena que você é meu.
Juntei nossos lábios carinhosa, e ele sorriu, diminuindo a velocidade do carro, já que estávamos próximo ao pedágio.
Mais algumas horas de viagem, e chegamos ao destino, e eu já comecei encantada com a beleza da pousada. A entrada era enfeitada de coqueiros altos, e as pedrinhas brancas eram espalhadas por todo o caminho. Estacionamos o carro em um dos chalés que haviam lá, e entramos no local. Era um amor de casinha, porém era quente naquele momento. Liguei o ar condicionado, e fechei todas as janelas e portas para esfriar o local o mais rápido possível.
Observei que estava incomodado com o celular havia alguns minutos, desde dentro do carro, na qual ele desligou o mesmo e veio em minha direção, selando nossos lábios.
- Quer praia ou piscina? - ele perguntou jogando o celular na cama.
- Acho que piscina. - puxei-o pelo pescoço. - Não gosto muito de areia de praia.
Então nos arrumamos, e fomos compartilhar da piscina. Algumas crianças corriam de um lado para outro brincando consigo mesmas, e os pais só observavam, tomando cuidado com suas pequenas coisinhas. Um garotinho veio em minha direção correndo e olhando para trás, até que ele bateu de frente as minhas pernas e eu o segurei para que não se machucasse. Quando o soltei, ele começou a rir e voltou a correr do amiguinho que o seguia.
De longe, avistou o amigo Antony, que estava acompanhado de uma ruiva baixinha e toda trabalhada em curvas. Percebi ser a ex de imediato, já que Lena havia me mostrado algumas fotos dela certa vez. Eu não iria ser gentil.
- Eloá, quanto tempo! - cumprimentou-a e logo segurou minha mão. - Essa é a , minha namorada.
Wow, namorada?
- Prazer! - a ruiva veio sorridente e eu fechei a cara, nem dei trabalho de lançar meu rosto para cumprimenta-la, deixando ela no vácuo.
- Ela é amiga da Helena, Elô. - Antony segurou a mão da namorada. - Vai ser difícil aceitar você, amor.
- Sem problemas, seremos grandes amigas ainda.
- Ou não.
Me virei tirando o tecido que cobria meu corpo, o óculos e o chapéu. Passei as coisas para a espreguiçadeira e em um mergulho perfeito, caí dentro da água.

xxx


- Custava ser gentil? - perguntou quando subimos para o nosso quarto.
- Não sou obrigada a tratá-la bem. - dei de ombros. - Sou?
- Não, mas não custa nada.
- A minha amiga é a Helena, e não a Eloá! - respondi frustrada, deixando ele atordoado.
- Tá.
O celular tocou de novo, e quando peguei para ver quem era, ele tomou da minha mão e digitou algumas coisas, desligando-o logo após.
- Quem era? - perguntei curiosa.
- Ninguém.
Ninguém? Hum.
- Vamos para algum lugar hoje?
- Sim! - ele jogou-se na cama. - Lual na praia de Barequeçaba.
- Devo ir como? - perguntei querendo separar as roupas.
- Não sei. - ele relaxou na cama. - Mas acho que subir nessa cama e transar comigo, é o que você deve fazer agora.
- Tenho que me arrumar. - resmunguei super a fim de fazer o que ele queria.
- Depois...
- !
- Não vai demorar... - ele sorriu. - Serão três minutos.
Me joguei na cama, tirando o biquíni molhado, enquanto ele devorava todo o meu corpo, pedaço a pedaço.

xxx


Coloquei uma saia folgada e uma camiseta coladinha no corpo. Uma rasteirinha e deixei os cabelos soltos. O calor, mesmo de noite, tomava conta do litoral norte. Passamos por várias noitadas, bebedeiras, até mesmo um racha. Prostitutas nos faróis movimentados, em alguns pontos da orla e pelas ruas, nos postes de luz.
Eu me lembro quando estive aqui pela primeira vez sozinha, foi quando vim com meus primos. Eu tinha quinze anos, foi quando perdi minha virgindade e tive minha primeira ressaca. Detalhe: virgindade com meu ex, Gabriel e a ressaca com a minha prima. Foi uma das melhores épocas da minha vida, que ainda estudava, tinha vontades... Mas hoje, não me vejo tão segura da vida.
- ? - acariciou minha mão e eu sorri. - Chegamos!
- Estava pensando em quando eu vinha aqui com meus primos. - desci do carro, já segurando a sua mão. - Era muito louco...
- Imagino.
Cumprimentamos algumas pessoas, e logo estávamos cada um com uma garrafa de cerveja em mãos, curtindo o som que vinha de um DJ improvisado na areia. Algumas pessoas brincavam próximas à água, outras ficaram perto da fogueira, e outras aos arredores de outras, tomando alguma bebida.
Um grupo acenou para nós e andamos até eles. Puxaram-nos no assunto tão sutil, e estávamos já rindo, conversando sobre diversas experiências, até que um certo ser, decidiu fazer a brincadeira do eu nunca. Aquilo era bem jovem, mas ia acabar em merda. Não conhecíamos ninguém, então seriam revelações da hora.
- Eu nunca gozei na cara de uma menina. - todos os homens da roda beberam, menos o carinha que falou, que foi zoado.
- Eu nunca dei a bunda! - a outra menina falou, e ela mesma bebeu sorrindo, e eu fiquei com o copo abaixado.
- Eu nunca transei com mais de um cara. - fui a primeira a beber e recebi um belisco na barriga de .
- , você! - a morena de cabelos bagunçados apontou.
- Eu nunca dividi mulher com outro cara. - entendi que ele queria marcar território sobre mim. Alguns caras beberam e ele sorriu.
- Eu nunca... - era a minha vez. - Beijei uma garota. - e fui a única a beber um copo da vodka.
- Wow.
Quando dei por mim, a loirinha da roda já estava com os lábios colados nos meus, assaltando minha boca com a sua língua enquanto puxava meu cabelo, e eu tentava ainda raciocinar o que estava acontecendo. Ela puxou meu lábio entre seus dentes, e sorriu.
- Pode beber, gatinha. - ela deu um copo e eu ri, bebendo o líquido.
sorria para mim galante, parecia adorar aquilo tudo, até que resolvemos parar de brincar um pouco e resolvemos andar sozinhos próximo a comemoração.
Olhei para os meus pés, e resolvi tirar as sandálias, sentir o gelado da areia em mim, e fez o mesmo.
- Estou gostando de hoje. - segurei seu bíceps, segurando sua mão com a outra.
- Também. - ele concordou olhando o horizonte. - Adoro estar com você.
Ele jogou nossos chinelos no chão, e sua mão envolveu meu rosto, enquanto eu segurava seus braços, recebendo um beijo doce e carinhoso de sua parte.
- Estou perdido em você, . - ele acariciou minha bochecha, olhando em meus olhos. - Minha guardiã dos músicos.
- Como sabe?
- Sei tanta coisa sobre você, amor. - algo dentro de mim esquentou. - Eu estou tão apaixonado por você.
Foi então que eu o beijei. Segurei nossos lábios, e compartilhei da alegria que eu tinha com ele. Eu estava tão feliz pelas palavras, eu estava tão radiante...

xxx


Quando estávamos voltando para perto das outras pessoas, deixei minha pulseira cair na areia. Abaixei para pegar e percebi uma sombra próxima de mim. Quando levantei o olhar, o cara olhava direto para mim, e tinha ficado um pouco confuso com a situação.
- ? - o cara sorriu, e eu engoli seco.
- Gabe...
- Quanto tempo! - ele me abraçou eu fechei os olhos, pensando e pensando.
- Sim, é... - concordei, me separando dele.
ainda estava sem entender nada, e tentou segurar minha mão, mas me desvencilhei, percebendo, que a coisa ia realmente ficar séria.
- E esse é? - perguntou Gabriel ainda sorrindo.
- Eu sou o-
- Meu amigo gay! - cortei ele, segurando sua mão. - , Gabriel. Dudu, meu ex.
Na mesma hora senti o aperto de na minha mão e eu disfarcei, lançando um olhar para Gabriel, que agora estava só nos observando.
- Da uma volta comigo, ? - ele pediu e eu gelei.
- Ahn...
- Nós vamos ter que ir embora, Gabriel. - cortou rapidamente.
- É só uma volta. - Gabe sorriu pegando minha mão e soltei a de .
- Me espera no carro. - virei para ele, a raiva dominava seu rosto. - Cinco minutos.
Então soltei-o sem olhar para trás e segui Gabe pela areia da praia, sentindo meu coração pesar por mentir sobre . Mas ele ia querer discutir e bater em . Tudo bem, fez luta, mas ele não era como Gabriel. Gabriel lutava para machucar, até mesmo matar, mas não, ele lutava para se defender. Ele não ia conseguir vencer meu ex, e eu tinha plena ciência daquilo.
Gabriel era surfista e tinha por volta dos 22 anos. Possuía cabelos loiros e os olhos azuis esverdeados, com a pele bronzeada pelo sol do litoral norte. Há quatro anos atrás, foi com ele que eu me envolvi e perdi a virgindade. Ele era meu tal amor de verão, aquele que a gente se apaixona, mas tem que deixar para trás. Tentamos continuar o relacionamento a distância, mas foi impossível, seu ciúme era doentio, até o dia dele ir para capital, e espancar um dos meus melhores amigos. Terminamos tudo, e então ele ficou ainda em meu pé, mas teve um certo tempo que ele desistiu.
Eu gostava dele na época, hoje, só me vem lembranças e não eram das melhores.
- Sinto tanto a sua falta! - ele começou a andar de costas.
- É, eu também sinto a sua. - comentei sorrindo sem graça.
- Está namorando?
- Não, e você? - arrumei a mecha do meu cabelo que caía.
- Não também. - ele segurou-me na cintura. - Meu coração é só seu, amor.
- Gabe, não vamos complicar, okay!? - me afastei dele. - Eu... Isso não da certo. Nós não damos certo.
- ...
- Não vamos viver isso de novo, não há cabimento. - certifiquei, separando nossos corpos. - Não fomos feitos um para o outro, desculpa.
- Quem é o filho da puta? - ele segurou meu pescoço. - Fala!
- Não... Há! - apertei seu punho. - Me... Solta!
- Se eu descobrir, acabo com a raça dele e quebro você! - ele apertou ainda mais.
- Você é louco. - falei quando ele me soltou.
Corri, corri o mais rápido que eu pude, o medo vazava pelos poros e o sangue fervilhava em minhas veias, o que me deixava cada vez mais ofegante. Eu estava em choque, tanto pelo que ele tinha dito quanto pelo que ele havia falado. Massageei meu pescoço, e logo avistei o carro de estacionado e o outro dentro do mesmo, ainda nervoso.
Entrei rapidamente, e o mesmo não olhou na minha cara momento algum. Passamos no hotel, ele resmungou um "estamos indo embora, arrume suas coisas" e logo estávamos na estrada, indo embora do litoral.
Passava das duas da manhã, e ele ainda não tinha falado comigo, fora que o ponteiro da velocidade não saía do 150km/h. Foi quando resolvi falar alguma coisa.
- Você está muito rápido, diminui a velocidade. - pedi calma, observando-o.
- Me manda abaixar essa merda de novo, e eu faço você descer. - resmungou olhando a estrada.
- Qual é? - perguntei. - Isso é culpa do maldito ex namorado? Eu não apresentei você como meu namorado por causa do que ele é capaz!
- Você acha que sou frouxo? - arregalou os olhos.
- Não, não acho. Mas eu sei do que ele é capaz! - virei para o lado. - , lembra quando eu falei que faria de tudo pra proteger você? - ele assentiu. - Eu fiz isso!
- E por que eu não posso fazer o mesmo?
- Você não conhece o Gabriel! - eu gritei. - Ele é louco! Ele ia matar você!
- Eu faço luta! - ele gritou também olhando para mim.
- Sim, eu sei. - concordei. - Você matou um tubarão? - ele arregalou os olhos. - Então, ele matou.
- Como?
- O tubarão estava próximo dele, e antes que o atacasse, ele pegou uma faca dentro do barco, e pulou na água, em cima do tubarão e esfaqueou o bicho. - contei resumidamente. - Ele é psicótico. Não tem noção de força.
- Mesmo assim, eu...
- Ele espancou meu amigo certa vez. - lembrei do pobre Gustavo. - O Gusta ficou internado durante um mês, e ainda ficou com algumas sequelas... Ele sofre de epilepsia.
- Wow. - parecia estar mais calmo. - E olha... - mostrei o pescoço. - Ele nunca passa disso comigo. Então prefiro isso em mim, do que você morto ou internado.
- ...
- Só diminui a velocidade, por favor. - acariciei seus cabelos. - Vamos fazer uma viagem tranquila, deixar isso pra lá.
- Certo. - ele suspirou. - Desculpa.
- Magina.
Selei seu lábio de lado, e escorei em seu ombro. Seu cheiro me deixou um pouco mais calma, e então relaxei o resto da viagem, no ombro do cara que eu estava perdidamente apaixonada.

Dia 12 – Domingo
POV
Eram quase três quando estacionamos o carro no edifício onde morávamos. Pensei muito antes de ir para casa, e acabei sendo convencida pelos beijos lentos de quando subíamos no elevador. Paramos no andar, e sem desfazer o contato, continuamos a andar até a porta de sua casa, que logo se abriu para que pudéssemos entrar. Batemos a porta atrás de nós, e quando estávamos para começar a nos despir, escutei uma pigarreada, e o medo se apossou do meu corpo por completo. Paramos os movimentos calmamente, e eu fechei os olhos, esperando ser o pior, talvez até mesmo meus pais, mas eu desejava não tê-los aberto novamente.
A mulher estava sentada sobre a poltrona principal da sala de visitas, de braços cruzados. Suas roupas, eram impecáveis, e naquele momento, ela usava uma calça de barra larga, e sapatos azuis. Sua blusa era branca com um dos ombros caídos, e o longo cabelo preto combinava com a coloração da sua pele morena. Quando a mesma ficou em pé, me senti uma anã.
ficou parado estático, e ela sorria para nós dois. Eu é óbvio, fiquei sem entender aquilo tudo. Nos separamos por vontade dele, e percebi ela andar até mais perto, olhando tanto para mim quanto para ele.
- O que você faz aqui? - ele perguntou tenso.
- Senti saudades. - ela mordeu o lábio. - Você não?
- Paula...
Paula?
- E você? - ela olhou para mim, o que me fez admirar o verde dos seus olhos. - Você deve ser a !
- Sim, e você é? - sondei, mas ela sorriu.
- Prazer, eu sou a Paula. - ela estendeu a mão e eu aceitei. - Sou ex namorada dele, a tal modelo mineira.
- Ah...
- O que você quer aqui? - perguntou de novo.
- Bom, como uma boa pessoa que eu sou... - ela parou a minha frente. - Vim alertar você do idiota que esse cara é.
- Paula, não começa.
- O quê? - ela riu, e eu admirei outra coisa: o sorriso perfeito. - Que você usou ela?
- Disso eu já sei. - revirei os olhos. - Foi uma aposta nossa, Paula. Eu fazia o que ele queria, e ele fazia o que eu queria...
- Só isso que você sabe? - ela sorriu, balançando a cabeça para o lado dele. - Não acredito que você fez isso com ela, . Até ela?
- O que foi? - perguntei curiosa, eu estava agoniada.
- Ele usou você para tentar fazer ciúme em mim. - ela despejou de uma vez. - Na verdade o real objetivo dele era esse, ele usou como pretexto a família dele. - ela prendeu os cabelos em um coque e voltou a olhar para mim. - Nós terminamos pelo simples motivo de eu ter enjoado dele. Eu traí ele, muito mais do que ele possa imaginar.
Eu fiquei sem palavras com todas as revelações que ela havia feito em menos de um minuto.
- Ele pode ter essa cara de inocente, mas ele sabe jogar, e foi isso que ele fez com você. - ela apontou para mim. - Ele está te usando para causar ciúme em outra.
Virei para ele, tentar decifrar alguma coisa em seus olhos, mas eu perdi o foco, e percebi que eram lágrimas se formando em meus olhos. Ele ficou quieto, e não demonstrou nenhuma resistência o que me restou abrir a boca e perguntar o que eu queria ignorar.
- Isso... Isso tudo é verdade? - funguei o nariz.
Ele assentiu.
A primeira coisa que eu vi na frente eu taquei nele, e foi apenas uma almofada. Depois eu tentei achar algo que pudesse machuca-lo. E então lembrei do tal quartinho do clube do coração.
Corri até lá, sendo seguida por ele. Quando coloquei a mão na primeira prateleira, derrubando tudo, suas mãos me impediram de fazer o resto da merda. Mas antes que ele me tirasse dali, além dos copos que joguei ao chão, derrubei porta-retratos e quadros das paredes batendo com as mãos.
- Você ficou doida? - ele gritou, assim que bateu minhas costas na parede.
- Eu doida? - debochei de sua cara. - Você acha que eu sou trouxa mesmo? , eu... Eu estava confiando em você!
- Eu sei. - ele respondeu olhando nos meus olhos raivosos. - Eu deveria ter contado.
- Que bom que você sabe a merda que faz. - tentei sair do aperto de seus braços. - Diz que está apaixonado, mas engana.
- Eu não menti sobre isso. - me segurou com mais força.
- Eu não ligo, . - segurei as lágrimas e fechei os olhos.
- Então sai daqui. - ele me soltou no mesmo momento. - Sério, vai embora, porque depois de toda a merda que você fez na minha vida, merece ser... - ele balançou a cabeça. - Só sai.
Olhei em seus olhos, e logo ele voltou- se para a salinha que eu tinha quebrado algumas coisas. O mesmo pegou um dos copos e tacou contra a parede. Me assustei e arregalei os olhos, observando ele se virar para mim de novo.
- Vai embora! - ele gritou vermelho de raiva.
Não pensei duas vezes antes de correr para fora do seu apartamento aos prantos. Acho que ambos tínhamos estragado tudo.
Deitei na cama, e voltei a chorar. A lua brilhava no topo do céu, me deixando ainda pior, mais depressiva.
Que lixo que eu tinha feito mesmo? Eu teria literalmente matado ele se tivesse tocado em alguma coisa do meu time favorito. Foi aí que eu ri, ri de mim por ter sido tão infantil, e ri também, por ele ter ainda dito que estava apaixonado por mim. Ri por sermos um casal de idiotas que estávamos separados por caprichos por nós mesmos.
Virei para o outro lado, e pude ver em cima da minha cômoda, uma foto nossa, das que a prima dele tinha imprimido do dia do jogo. Ele emburrado após o primeiro gol. Depois ele sorrindo com o gol do Corinthians e finalmente, nós nos beijando em frente a uma das câmeras. Foi então, com as fotos nas mãos, que eu adormeci.

xxx


POV
Era quase cinco da manhã, e eu estava jogado no chão do meu quartinho de relíquias, acompanhado de uma garrafa de uísque. O suor tomava conta do meu corpo, assim como os últimos resquícios de lágrimas da madrugada mais conturbada da minha vida.
Eu assumi o que sentia para no final ela falar que não ligava? Acabar com uma das coisas mais importantes para mim? O que mais me significava?
Tomei mais um gole da bebida, e bati a garrafa vazia no chão. Levantei cambaleante e fui para o quarto, encontrando algumas roupas dela ali. Fazia menos de quinze dias que estávamos juntos - mesmo fingindo -, e ela já tinha trazido várias coisas para minha casa, estávamos próximos e envolvidos. Aquela transa, foi... Não foi só sexo... Tinha... Algo a mais. Da minha parte, tinha paixão, carinho... Da dela... Eu não sei. Mas eu estava mexido sobre aquilo. Eu queria acabar com o meu medíocre ego, e ir atrás dela, pedir desculpas pelo que eu havia feito, e beija-la... Mas a vontade passava assim que eu olhava para dentro de mim. Eu estava machucado, não esperava palavras que fossem doer tanto. Nem ações, como ela ter acabado com o que eu mais prezava desde os meus dez anos... Então, a vontade simplesmente passava de uma hora para outra.
Peguei seu hobbie que estava em cima da cama, e puxei para mim, fungando seu cheiro natural. E foi assim que eu adormeci naquele resto de madrugada.

Uma semana depois
POV
Abri o pacote de cereal, jogando em uma das tigelas de vidro junto com leite. Comecei a comer, mas logo o mal-estar tomou conta do meu corpo, e eu larguei aquilo.
Desde aquele domingo, meus dias têm sido assim: acordar, tentar comer, trabalhar, dormir. Nada estava fazendo sentido e a falta do corpo dela era imensurável.
Abri o guarda-roupa, procurando alguma coisa para ir trabalhar, e logo tirei uma das camisas do cabideiro, jogando uma gravata azul claro por cima.
Tomei um banho rápido, já vendo meu atraso no relógio da cabeceira da cama. Vesti minha roupa, fiz o nó da gravata, e coloquei o terno por cima. Penteei os cabelos rápido, passei o perfume, e peguei as chaves do carro.
Abri a porta de casa, e ao me lançar para fora, esbarrei em uma coisinha. Porque inferno tinha que ser logo ela? Olhei para ela com calma, com olhar piedoso, pedindo desculpas internamente.
Segurei a porta do elevador, e ela entrou, sem olhar para mim por um segundo. Ela estava linda, ah, estava maravilhosa. Usava um shorts curto, com uma blusa maior na parte de trás. Era regata e um pouco rasgada. Nos pés, ela usava um tênis baixo, e usava os cabelos negros soltos. Levava uma bolsa nas costas, e óculos de sol nas mãos, e o tempo todo olhando para o teto.
Quando o elevador parou, ela parecia um foguete saindo em direção ao carro, e eu fiquei apenas observando de longe. Até ela começar a chutar o pneu, e gritar com raiva.
- O que foi, marrentinha? - falei ao chegar perto dela.
- Não enche. - ela resmungou, colocando a mão no teto do carro. - Só cala boca.
- O que houve? - perguntei, encostando no carro dos pais dela.
- Pneu furou. - ela apontou. - Eu não sei trocar essa merda.
- Eu até ajudaria, se eu não estivesse vestido assim. - apontei para mim. - Então posso dar uma carona.
- Para de se fazer de idiota, . - ela esbravejou. - Para de fingir que nada aconteceu, pois aconteceu sim.
- Qual é, ? - olhei para cima e arrumei os óculos de grau no rosto. - Só vamos fingir que nada aconteceu. Melhor.
- Não. - ela negou. - Não, para.
- Não que eu queira voltar. - esclareci e ela estreitou os olhos. - Mas não que eu não queira. - ela fez careta. - Para, !
- Idiota. - ela riu, e eu virei os olhos.
- Pega logo suas coisas do chão, que eu levo você. - abri a porta do meu carro.
- Você fica bonito de óculos. - apontou para mim.
- Obrigado. - agradeci olhando pra ela. - E essa roupa tá deixando muita coisa de fora.
- Não ligo. - ela riu de lado, tentando disfarçar.
- Nem eu.

xxx


Eram planilhas espalhadas para todos os cantos da minha mesa, enquanto eu passava a limpo uma por uma na tela do computador, para passar ao chefe. Eu recolhia de todos os supervisores das equipes, depois fazia uma única com melhores resultados de negociações e envia para o chefe.
Naquele momento, eu estava arrumando as planilhas de distribuições e quais seriam as próximas entregas nos pontos. Trabalhávamos mais para dentro do Brasil, e os países agregados, eram apenas os da América do Sul. Os alimentos, na maioria das vezes, eram doações de grandes empresas alimentícias, para produção ou montagem de cestas, para ser feita a entrega aos mais humildes.
E era claro que eu contribuía uma vez ou outra, sempre que podia, eu estava ajudando também; e quando eu não podia, eu simplesmente fazia meu trabalho, que já era uma grande coisa.

Olhei para meu celular e estava tocando, com a foto da Paula na tela. Revirei os olhos, mas logo peguei para atender.
Eu não tinha ódio dela, mas também não queria ela por perto, pois onde ela passava fazia um pequeno estrago, assim como ela havia feito com as coisas entre mim e .
- Alô.
- ? - ela resmungou manhosa do outro lado. - Porque você trocou a fechadura da porta?
Sabia!
- A casa é minha. - respondi com desdém. - Não quero você entrando e saindo como se fosse dona também.
- Mas nós...
- Não somos nada. - encostei na cadeira. - Olha... - lancei o olhar para porta, e vi meus amigos entrando sorridentes, enquanto eu começava a me despedir da ex ex. - Eu tenho que desligar. Na esquina daí de casa tem um hotel.
Desliguei e guardei todas as planilhas dentro da pasta para começar a entender o que os idiotas queriam.
- Hoje vamos para a farra! - Ricardo apontou na minha cara. - Não adianta falar que não. Esquece a , cara!
- Só não estou...
- Você está sim. - Antony jogou-se no sofá de dentro do escritório, reclamando de algo que havia sentado em cima. - Você vai... Sua caneta. - levantou nos dedos uma das minhas canetas que eu havia perdido.
- Valeu. - levantei pegando. - Aí, eu não sei. Não tô muito legal para festas.
- Vai ter muita mulher! Boceta para caralho! Você pode comer três se quiser ou mais! - Ricardo esbanjava felicidade ao soltar as palavras.
- Você é um otário. - balancei a cabeça. - Okay, eu vou. Mas quero uma loira bem pomposa para mim. Tô com saudade das loirinhas turbinadas.
- Fechou! - Antony levantou, já saindo da sala. - Na Cyrus às 23h.
- Combinado!
Os dois saíram e eu voltei para o meu trabalho, mas eu estava sentindo que ia dar merda aquela noite.

xxx


Cheguei em casa, quase às 21h. Estava exausto, mas também tinha combinado com meus amigos, e estava até que um tanto animado para tirar a morena mais linda do mundo da cabeça.
Tirei da sacola a comida que eu havia comprado no meio do caminho... Lanche na verdade. Drive-thru do McDonalds é um dos melhores, ainda mais com os lanches magníficos que tinha. Em minutos cerrei os lanches que eu havia comprado e tomei um banho longo, para tirar o estresse do dia de trabalho.
Minha vida tinha voltado a ser a mesma sem a presença da . Um pouco chata, solitária... As duas semanas haviam feito a diferença, e querendo ou não, aquilo tinha me incomodado um pouco.
Coloquei uma calça preta, uma camiseta branca com gola em vê de três botões, e uma bota marrom simples. Passei um pouco de gel no cabelo, deixando bagunçado levemente, e perfume.
Cheguei na sala, e liguei o videogame, decidindo jogar um pouco de futebol, até dar a hora de sair de casa. Teria o feito, caso eu não ouvisse um baralho no corredor. Peguei minhas chaves, um casaco e minha carteira.
- Ei. - me pronunciei assim que abri a porta. - Vamos manter a classe, por favor?
estava atracada com um mané na porta da casa dela, e pelo jeito que eles estavam no amasso, os pais dela não estavam em casa, e ela ia para outra parte daquela conversa nervosa de línguas. A mesma arregalou os olhos assim que me viu, mas não se afastou do babaca. O cara era alto, e usava roupas de bombeiro e um óculos. No mesmo momento detectei ser de alguma boate ou coisa parecida.
Ela pediu para que ele entrasse, enquanto olhava seria para mim, e eu me queimava por dentro.
- Qual é a sua? - ela cruzou os braços e passou bater um dos pés no chão.
- Qual é a minha? - debochei rindo dela. - Cara, você mal terminou comigo, e já tá com outro cara? Qual sua faixa de respeito?
- Não uso faixas. - ela sorriu convencida. - Fora que nós não éramos nada.
- Pois deveria. - apontei chamando o elevador.
- Eu não devo satisfação da minha vida para você, . - segurou a maçaneta da porta. - Como eu mesmo disse, a gente nunca teve nada, então eu fico com quem quiser, não é?
- É. - eu era muito trouxa, só podia ser isso! - Você tem razão. - concordei, já entrando no elevador. - O trouxa ainda sou eu, que gosto de você, e que penso em você o tempo todo. Quem sabe eu não esqueça um dia.
A cara que ela fez foi a melhor, mas em mim doía. A porta se fechou, e eu larguei o ar que eu tanto segurava dentro de mim.
Inferno de vida.

xxx


POV
Bati a porta atrás de mim, respirando fundo. Porque a magoa que eu sentia não deixava eu abrir espaço para ele entrar de novo? Ou ao contrário? Percebi olheiras em seus olhos, percebi que ele não estava contente, para ele, deveria estar a mesma coisa que para mim: tanto faz.
Clichê? Sim. Porque eu sentia a falta dele e ele sentia a minha falta, disso eu tinha plena certeza. Abracei meu próprio corpo, enquanto ia entrando para a sala, e via o Luan só de cuecas, enquanto sorria sapeca para mim. Eu queria tirar ele da cabeça, mas nem Zeus o faria naquele momento, eu queria ele para mim.
- Vem, princesa. - ele chamou e eu despertei. - Vem que eu vou te levar para outro lugar bem gostoso, agora.
Seus beijos desceram pelo meu colo, e eu queria aproveitar. Depois os beijos passaram para os meus seios cobertos pela blusinha, e suas mãos adentraram a mesma. Minha mente queria, mas meu corpo não respondia, ele não respondia.
Eu queria outros toques, outra boca, outra língua, outra pessoa, eu queria ele. , esse era o maldito que eu queria.
- Para, Luan. - pedi me afastando. - Não estou legal.
- Foi ele? - o mesmo puxou meu cabelo levemente. - Não se preocupa, princesa. A gente faz você esquecer. - tentou se aproximar.
- Não, Luan. - abri a porta. - Quero ficar sozinha.
Ele acenou, e logo colocou a roupa, e saiu rápido.
Eu queria ficar com ele. Eu ia destruir aquela barreira de orgulho. E eu já sabia o que eu ia fazer.

Festa
Boate eletrônica era legal pelo tanto de mulher gostosa e de boa pinta do centro que sempre estavam no esquema. Eu particularmente não curtia o ritmo, preferia apenas observar enquanto elas dançavam.
Assim que eu cheguei fui bem recepcionado por um grupo de meninas olhando e comentando sobre mim, mas logo avistei meus amigos e fui em direção à eles.
- Pensei que não vinha mais. - Antony mexeu nos cabelos. - Eu ia matar você.
- Sim, mas aqui estou eu. - abri os braços.
- Já peguei duas. - Rodrigo bebeu um pouco de sua cerveja. - Vou me dar bem hoje.
- Espero que sim. - concordei pedindo uma bebida também.
- O que aconteceu? Você tá com aquela cara.
- Peguei ela com outro. - segurei o copo de bebida na mão. - Ela estava agarrada com outro cara, disse que eu não deveria cuidar da vida dela e deixa-la em paz, já que não tivemos nada.
- Outch. - Ricardo fez uma careta.
- E eu ainda fui um idiota. - beberiquei o líquido, olhando estranho para dentro do copo. - Falei na cara dela que gosto dela e que sou trouxa por isso.
- Foda-se a , camarada! - Antony gritou por cima da música. - Vamos beber, comer algumas meninas... Minha garota não liga mesmo, temos um relacionamento aberto.
- Quer saber? - tomei toda minha bebida de uma vez. - Eu não quero saber dela, não mesmo. Eu não tô nem aí.
- Isso!
- Eu vou esquecer ela. - decidi de imediato. - Seja comendo outra, ou não. Eu vou esquecer ela.
- Assim que se fala, mano! - tomei um tapa de Antony, que estava animado.
É, definitivamente, eu estava decidido a não querer mais ela. Eu ia beber, ia me divertir e ter uma noite bem prazerosa de sexo.

xxx


A mão dela passava pela minha coxa e eu apertava ainda mais sua bunda, ainda mordendo seu pescoço. O carro estava ficando pequeno para eu e ela. Eu e a loira. A mesma puxou o vestido para cima, e lançou um pacote de camisinha na minha mão.
Eu parei por uns segundos, e desejei não ter feito. Soltei seu corpo, e voltei minha calça para o lugar de antes.
- O que houve? - ela questionou assustada.
- Nada. - abri a janela do carro. - Só preciso ficar sozinho. Pode ser?
- Mas...
- Me passa seu número. - entreguei um papel e uma caneta. - Eu te ligo.
- Certo. - ela rapidamente anotou. - Pronto.
- Isso. - segurei o papel. - Te ligo.
Ela piscou e saiu do carro, ainda arrumando a roupa. Arranquei com o carro, furioso comigo mesmo, querendo quebrar tudo à frente. Ir para casa, seria o melhor a fazer. Tomar um banho e tentar esquecer a vadia que tanto me fazia raiva.
Dirigir até em casa foi um pouco difícil, referente ao fato de que eu havia bebido algumas garrafas de cerveja. Estacionei o carro de mal jeito, e uma maldita música sertaneja começou a tocar no rádio. Eu odiava aquele estilo, mas na hora, era a minha situação.
"Aqui sentado nessa mesa, só o copo de cerveja é minha companhia, e essa casa está tão cheia e parece vazia sem você comigo."
Tive que rir da minha própria desgraça, enquanto subia os andares no prédio pelo elevador. Ao chegar no hall olhei para a porta dela, e a mesma estava lacrada. Abri a minha porta, dando conta de que havia um movimento estranho, e temi ser Paula de novo, mas ao subir o olhar, eu quis cair de joelhos.
Eu a desejei como nunca. Naquele momento, eu a amei. Naquele momento eu quis possuí-la e tê-la para mim.
Seus cabelos desgrenhados faziam companhia a minha maravilhosa camisa aberta que ela usava (justo a que eu tinha tirado do dia de trabalho e jogado na cama).
- O que você faz aqui? - perguntei confuso.
- Então, eu resolvi que nós erramos. - ela falou, se aproximando. - Eu errei por ter feito tudo aquilo.
- Sim. - concordei, ainda duro.
- Desculpa.
E o silêncio se instalou entre nós. Só ouvia a minha e a sua respiração leve. Seus ohos me pareciam todo sinceros.
- Desculpa, eu... - falou sorrindo leve, graciosa. - Eu não deveria ter te falado tudo aquilo, não deveria se quer ter acabado com a sua salinha... - percebi que uma lágrima caía dos seus olhos. - Eu estou muito arrependida.
- Eu falei besteiras também. - resolvi me pronunciar, não ser um porre. - , eu também sinto muito. Ambos nos magoamos, e eu reconheço meu erro, assim como você reconheceu o seu.
No segundo seguinte, ela me abraçou, enquanto eu envolvia as mãos em sua cintura, sentindo o cheiro maravilhoso dos seus cabelos. Ela beijou meu pescoço, e logo subiu os lábios para o meu ouvido, me fazendo rir de cócegas.
- Eu te amo. - ela sussurrou calma.
Meu coração acelerou no mesmo momento, e eu tirei ela do meu abraço, ainda um pouco surpreso com as maravilhosas palavras. Seus olhos estavam avermelhados e o sorriso cobria o seu rosto. Ela era a mulher mais linda e desejada por mim no mundo.
- Eu quero te levar para cama nesse exato minuto! - arranquei a minha camisa, observando seu sorriso.
- Gostei da ideia. - ela foi andando para trás até chegar no HomeTeather.
A música No Angel da Beyoncé começou a tocar e preencher o ambiente, enquanto suas mãos habilidosas, já estavam entrando em ação no meu peitoral. Fui empurrado para trás, caindo em um dos assentos do sofá.
- O que você vai fazer? - perguntei curioso, vendo seu sorriso perverso.
Ela abriu as pernas ainda em pé, e jogou-se sentada em meu colo de frente para mim. A camisa que ela usava, permanecia intacta e fechada.
- Vou dançar para você. - ela se movimentou rebolando em meu colo. - Você não pode me tocar sem a minha permissão, então controle as mãos.
- Lapdance, amor? - eu mordi o lábio.
- Sim.
Com a batida da música, ela intensificou os movimentos sobre meu membro, enquanto passava as mãos pelo meu pescoço e eu agarrava o sofá com as minhas mãos. Ela saiu do meu colo, e rebolou tranquila em minha frente, foi quando percebi, que por baixo daquela blusa, ela não usava nada.
Para provocar, ela colocou as mãos sobre a mesinha de centro da sala, e abaixou o corpo, dando-me visão total da sua intimidade que já se encontrava extremamente molhada. Ela juntou mais as pernas e empinou a bunda um pouco mais, e foi quando eu não aguentei mais, e agarrei suas coxas. Enfiei minha língua em cada centímetro da sua intimidade, recebendo um gemido maravilhoso dela. Passei a língua roçando sua entrada e depois utilizei-a frenética sobre o seu clitóris, o que a fez derreter-se e abrir um pouco as pernas para o meu melhor acesso. Aproveitei isso, e abri a minha calça, e abaixei até as coxas, e colocando meu pau para fora da cueca.
- Vem. - chamei a mesma, que tirou as mãos da mesinha, e veio com a bunda direto para sentar em mim. - Não amor, não senta.
- O que você quer que eu faça? - ela olhou confusa.
- Me chupa. - pedi, observando sua língua rosada e meu pau ficou ainda mais duro.
Ela ia agachar, mas antes que o fizesse, segurei seus braços com calma, sorrindo para ela.
- Enquanto você me chupa, quero te chupar. - falei arrumando suas pernas ao lado das minhas coxas no sofá. - Assim... - ela estava de costas para o meu corpo, quase em cima do meu pau. - Agora você vai pegar meu pau - ela o fez - e chupar. - ela começou de repente e eu urrei.
Segurei suas coxas, e trouxe sua bunda para minha cara, e ela envolveu os pés em meu pescoço. Abri sua intimidade e voltei com a língua bem ágil, lambendo cada pedacinho molhado e convidativo, recebendo o melhor oral que já me fizeram na vida. Segurei sua bunda, e enquanto me deliciava cada vez mais, pressionei meu dedão em sua entrada de trás. O que a fez contrair o buraquinho e gemer com meu pau na boca. Continuei lambendo sua intimidade, dando uma atenção enorme sobre seu clitóris, foi quando completei o serviço e apertei ainda mais o dedão e ela parou de me chupar, mas permaneceu me masturbando enquanto gritava de prazer.
- Está gostoso, amor? - massageei a entrada apertadinha, e ela gemeu. - Você é uma safada, que gosta de carinho no cuzinho.
- Continua. - ela apertou meu braço, e eu sorri.
- Você quer o quê? - perguntei, enfiando meu dedo médio na sua boceta molhada.
- Penetra. - ela tocou no braço que eu estava fazendo carinho no buraco traseiro.
Não pensei duas vezes e forcei meu dedo a entrar naquele buraco tão apertado, o que me deixou extremamente excitado. Voltei com a língua sobre seu clitóris, o dedo médio penetrando sua vagina, e o dedão se divertindo no buraco traseiro. Em segundos, ela gritou, apertando-se enquanto eu ainda era masturbado pela sua mão.
- Ai ai ai, por favor... - ela gemeu chorosa. - Só mais um pouco!
Obedeci, e logo senti o líquido branco descendo através dos meus dedos, enquanto eu limpava com a língua. Tirei meus dedos dela, e ajudei que a mesma ficasse em uma posição mais tranquila, em cima do sofá.
- Deita. - pedi calmo, e ela o fez.
Arreganhei suas pernas, e tirei minhas calças rapidamente. Ainda olhando a extensão da sua intimidade, o que me deixava louco por estar lá dentro e me satisfazer.
- Eu quero você gemendo alto, quero que todos ouçam, que eu estou comendo você.
E logo eu entrei naquela perdição. Nomes gritados, suspiros suados, beijos roubados e muito amor envolvido. Aquilo não era apenas uma transa ou um momento de sexo. Eu a amava, ela me amava, e juntos, estávamos fazendo amor com luxuria, paixão e muito tesão.

Epílogo

A água do mar de Copacabana era incrível naquela época do ano. Na verdade em qualquer época, praias cariocas eram maravilhosas.
Eu estava sentado sobre uma cadeira de praia, observando minha garota vir andando lindamente da água. Ela usava um biquíni marrom, que contrastava lindo com sua pele, tendo a parte de cima alguns detalhes amarelo. Seus cabelos molhados e escuros, fazia um lindo papel, quando ela saía da água. Mas a melhor parte, era o fato da sua barriga estar bem grandinha para uma gestante de cinco meses.
Quando ela deu a notícia, eu quase caí para trás. Nós não tínhamos nem seis meses de casados quando descobrimos. Ela estava radiante, e eu fiquei apavorado, fiz um drama, mas me acostumei com a ideia e o fato de que teríamos uma criança correndo de um lado para o outro da casa.
Depois de termos assumido um namoro sério (no mesmo dia da nossa reconciliação), demoramos mais ou menos três anos para nos casarmos. Compramos um novo apartamento, para sair do mesmo de seus pais já que ela exigiu, e nos mudamos para o Butantã. Meus pais a aceitaram, foram obrigados, e acabaram fazendo uma amizade. Foi difícil, mas logo aceitaram. Juliane se mudou para Brasília, foi quando ela namorou com um banqueiro e foi embora com ele. Bruno começou uma faculdade, e logo apareceu com uma namorada em casa também. Já Amanda, minha irmã, estava de volta ao Brasil, após um termino ridículo com o namorado chileno que ela havia arrumado durante a viagem. Paula sumiu do mapa graças à Deus. Os pais de estavam viajando para Marília, interior de São Paulo, para visitar os avós dela.
- Amor. - ela sentou-se ao meu lado, começando a acariciar a barriga.
- Oi, minha rainha. - virei para ela. - Como tá nossa princesa? - perguntei selando nossos lábios.
- A princesa tá ótima, meu rei. - ela riu.
- O que vamos fazer hoje? - perguntei a ela observando uma loira que tinha passado na minha frente.
- Para! - recebi um tapa no braço e virei de olhos arregalados para ela. - Eu sei que você tava olhando a loira gostosa.
- Eu?
- Só porque eu tô uma bola, não precisa olhar as outras, tá? - ela fez bico.
- Você é a bola mais linda, amor. - apertei seu nariz, mas levei outro tapa.
- Ridículo! - ela riu. - Você vai trabalhar hoje?
- Hoje não. - respondi voltando a olhar o mar. - Hoje sou todo seu.
- Amor, você sabe que eu pedi um tempo de diferença de três a quatro dias de sexo. - ela falou olhando os próprios dedos. - Eu... Não sei, tá ficando desconfortável para mim fazer com menos tempo.
- Eu sei. - concordei triste. - Estou louco por isso.
- Desculpa. - ela riu sem graça ainda.
- Não tem problema, linda. - fiquei de pé. - Vamos?
- Sim.
Organizei nossas coisas, e comecei a carregar sozinho, já que eu não gostava que ela pegasse peso durante a gravidez. Então ela ia como uma rainha, não fazia nada em casa também, já que eu não deixava.
Estávamos passando férias no Rio. Ela tirou as férias da faculdade de Astrologia, e eu tirei da empresa. Visitamos a casa de alguns parentes meus no Paraná, e estávamos de ida marcada para Gramado, passar nossa segunda lua de mel.
Aquela era de fato, a mulher da minha vida, e eu não podia reclamar de nada enquanto eu a tivesse.
E meus dias eram assim: cuidando da minha esposa, e cuidando para que minha princesa viesse logo e com saúde. Eu já podia imaginar o pai que eu seria: mandão, ciumento, brincalhão, amigo, etc. Eu nem tinha visto aquele rostinho ainda, mas eu já a amava tanto.

xxx


- Amor! - ouvi o grito de .
Corri para o quarto para saber o que tinha acontecido, e me deparei com minha esposa sentada na cama com seu barrigão lindo, e uma poça enorme de água no chão. Olhei para a cara dela, e a mesma estava assustada.
- A Lorena vai nascer! - ela suspirou, fazendo uma careta. - , a bolsa estourou, a Lorena vai nascer!!!

Foi nesse momento que minha vista apagou e eu inconsciente, senti meu corpo caindo ao chão.
E sim, eu havia desmaiado.


Fim!



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


CAIXINHA DE COMENTARIOS:

O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.


comments powered by Disqus