Fanfic finalizada: 14/02/2018

Capítulo único

sabia que as coisas estavam incompletas, o vazio em seu interior a fez sentir que não aguentaria mais, ela sentia falta dele, dos olhos, da risada, das falas incompreendidas quando ele dormia ao seu lado. Apesar de não aceitar os julgamentos dele sobre ela no dia mais desastroso da sua vida, ela o queria de volta, queria a respiração quente dele tocando sua nuca, queria poder descansar sua cabeça no peito dele e apenas mergulhar em seus pensamentos, porém tudo que ela tinha era seu vestido de madrinha esticado sobre a cama, um olhar cansado e um pensamento confuso sobre como iria criar coragem para entrar na igreja.

Aquela manhã era o dia mais feliz da sua amiga Jane, que era noiva do baterista da banda do , o qual era melhor amigo dele. Quando ela chegou em Londres pra cursar seu Mestrado em Microbiologia, eles foram as primeiras pessoas que apresentou, já que foi ele quem a buscou no aeroporto, em pouco tempo os três se tornaram muito amigos. Jane quem percebeu que o estava gostando da e como amigos são feitos pra por pilha, ela e Will fizeram de tudo pra esses dois darem certo. Quando e estavam firmes com namoro, Will deixou escapar que foi ele quem pôs na cabeça do de se oferecer pra buscá-la e para convidá-la para o ano novo, também deixou bem claro que não havia se esquecido dela quando voltou de viagem.

* Flashback on *

Eram quase 22h no Fuso horário do Canadá, estava largado no Camarim, esperando a banda de abertura finalizar para então subir ao palco e, vasculhando o celular, viu que havia postado umas histórias no instagram, eram sobre sua apresentação de TCC, ela havia comentado com ele sobre quando eles se conheceram.
( ): “Oi Cientista, essa é a apresentação daquele trabalho que conversamos? Espero que tenha se saído bem!”
(): “Sim, enfim formada! Hoje tive a notícia que tirei nota máxima naquela pesquisa e que fui aprovada pro mestrado, mas e aí, como anda a vida?”
(): “Exaustiva, hoje é o último show e enfim férias. Quero curtir a família e os amigos nesse tempo, falando em amigos, você sumiu, não falou mais comigo.”
(): “Quais seus planos pro ano que vem agora que se formou?”
(): “Bom eles já começam ainda esse ano, logo após o Natal eu estou chegando na sua terra popstar, fui aprovada pro programa de mestrado na University College London, espero poder te ver”
Ele sorriu de um modo que seu rosto todo mudou, ela queria vê-lo. E ele?! Bom, digamos que ele estava quase pegando um voo para o Brasil só para tentar vê-la. O baterista percebeu e cutucou o amigo: “Viu papai Noel no celular?”
- Quase isso Will, talvez papai Noel entregue meu presente atrasado - moveu seus olhos do celular para o amigo, Will tomou o celular da mão dele e leu a pequena conversa.
- Então a Brasileira daquele dia está vindo para a terra de , é, quem diria que você não iria esquecer ela, hein? Convida ela pra passar Ano novo com a gente, ela vai estar recém-chegada, não vai conhecer ninguém por aqui – jogou o celular o colo do amigo e saiu para pegar uma bebida – SE VOCÊ DEIXAR ELA ESCAPAR MAIS UMA VEZ, EU JOGO UM NUDE TEU PRO FANDOM TE INFERNIZAR.
revirou os olhos e lançou dedo do meio para o amigo, mas não pensou duas vezes e fez o convite à menina, ela topou de cara, afinal não tinha nada a perder, fora que era uma chance de conhecer mais pessoas na cidade.

* Fim do Flashback *

estava há quase meia hora encarando o espelho, sem saber o que fazer com a bagunça que se encontrava em seu interior, ela não havia dormido na noite anterior e agora estava completamente emotiva. Quando Jane entrou no quarto dela e a viu assim, a desculpa era o casamento “que ela sempre ficava chorosa em casamentos” mas no fundo ela e a Jane sabiam que aquilo envolvia mais toda a sua situação com que qualquer coisa. Desde que entrou pela porta do seu apartamento gritando e a acusando, ela quis resolver tudo, ela quis entender o que estava rolando mas ele não deixou brecha e agora que faziam dois meses desde toda a briga, as palavras dele ainda ecoavam em sua cabeça e ela não tinha estruturas para encará-lo na cerimônia, eles eram padrinhos do casamento, eles iriam entrar juntos no altar (como foi o pedido da amiga) ela não sabia dizer não pra Jane e, além disso, o pedido foi feito antes de toda a confusão, mas agora não sabia como iria encará-lo.

*Flashback on*

observou sua porta ser aberta com toda força do mundo, viu um furioso aparecer em sua frente, gritando loucamente coisas que ela não estava entendendo e então sentiu o peso do celular dele no seu colo, seus olhos arregalaram de um jeito nunca sentido por ela, seu corpo gelou por complete. A imagem no celular era algo que foi compartilhado apenas entre eles dois, ela não sabia como aquilo poderia ter chego à internet, ela tinha certeza que havia apagado a mesma.
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FOI CAPAZ DISSO, ! EU DEVERIA TER DESCONFIADO, ERA ÓBVIO! MEU DEUS COMO EU FUI BURRO DEIXAR ME ENVOLVER COM UMA FÃ, ME FALA, POR QUÊ? QUANTO VOCÊ GANHOU FAZENDO ISSO? VOCÊ FAZ ALGUMA IDEIA DO QUANTO ISSO VAI ME PREJUDICAR? COMO EU PUDE ME DEIXAR LEVAR ACHANDO QUE VOCÊ ERA DIFERENTE DAS OUTRAS? EU VOU PERDER CONTRATOS, ! C-O-N-T-R-A-T-O-S, VOCÊ NÃO SABE DO TAMANHO DO PROBLEMÃO QUE ME METEU - Ela não conseguia tirar seus olhos do celular, ainda observando a imagem com uma tarja preta na altura dos quadris dele, era um site de revista teen e com certeza ela sabia que a foto sem tarja estava circulando livremente pelo Twitter.
- Eu não mandei isso pra ninguém, eu nem tenho mais essa foto no meu celular, eu apaguei no mesmo dia que você me enviou, .
- NÃO ME VENHAM COM DESCULPAS, , EU TÔ FARTO DAS PESSOAS SE APROXIMAREM DE MIM POR INTERESSE, EU NÃO QUERO MAIS VIVER UMA MENTIRA! COMO VOCÊ TEVE A CORAGEM DE FAZER ISSO TUDO? QUER SABER, VOCÊ FOI UM ERRO, UM DOS GRANDES! – ele tomou o celular das mãos dela, não quis olhá-la nos olhos, seguiu firme para o corredor.
- ME ESPERA! NÃO SAI ASSIM, EU JURO POR TUDO QUE HÁ DE MAIS SAGRADO, EU NÃO FIZ ISSO, EU JURO PELA NOSSA HISTÓRIA, , ACREDITA EM MIM.
- Não tem mais nossa história, foi tudo uma mentira, faça bom proveito do dinheiro que você deve ter ganho, era isso que queria? Adeus, . – a porta do elevador fechou e ambos estavam estáticos, era apenas choro, enquanto estava furioso e sabia o quanto aquilo iria custar pra sua vida financeira e artística.

Nos dias seguintes, tentou ir atrás dele, tentou ligar pra ele, para os amigos do casal, amigos da banda, mas parecia que nada funcionava, ela tentou de vários modos correr atrás para salvar a história deles, mas sempre andava em círculos, parecia que os ponteiros do relógio estavam contra ela. De acordo com que o tempo foi passando e sem receber nenhuma resposta da parte do , ela foi perdendo forças na luta e continuou tentando seguir sua vida, vendo toda a vida do seguir, de algum modo (meio louco talvez), aquilo a confortava, mas doía ao mesmo tempo em ver que eles não se falavam mais, em ver que se tornaram dois estranhos muito rápido e perceber que o tempo deles havia acabado.

*Fim do Flashback*

O momento de entrar na igreja se aproximava, ela se arrumou e seguiu para encontrá-lo. Ao chegar à igreja, já estava na entrada esperando por ela, os seus olhos travaram nos dele e ela observou o sorriso dele ir sumindo devagar e seus lábios formarem uma linha reta, seus olhos conversavam com os dele, sua garganta secou quando se aproximaram, então em silêncio, cruzaram os braços e seguiram o caminho para o altar, ele estava pouco tenso, talvez mais nervoso que tenso, tentava se manter firme e mostrar que não havia nada demais. Ao chegarem próximo ao altar, os braços deslizaram lentamente desfazendo a junção, os olhos do procuraram os dela, mas tudo que achou foram eles focados no chão. Cada um caminhou para suas posições. A cerimônia seguiu conforme deveria, ela não conseguia parar de olhar pra ele e percebeu que ele também não tirava os olhos dela, percebeu as mãos dele entrando e fechando no bolso da calça durante toda a cerimônia e, quando chegou ao fim, todos seguiram para a chácara onde seria a festa.

A Festa estava linda, Jane estava radiante, o discurso do noivo havia sido completamente desastroso (como gostava de descrever o Will “ O desastre”), porém único e hilário como só ele sabia fazer, após umas boas bebidas, subiu em um pequeno palco para cantar a música de dança dos noivos, quando a melodia começou, seus olhos pausaram em , ela estava encostada em um muro que alcançava a cintura dela, seus olhos correram por completo na menina, as memórias de como se conheceram vieram com tudo em sua cabeça, parecia que tudo se repetia naquele momento: cada segundo que ele ficou vendo-a dançar com Fred, a timidez dela, os movimentos da garota ao dançar suas canções, e todo um flashback de todos os momentos que envolvia ele + + música, ele sabia que deveria falar com ela, ele devia um belo pedido de desculpas a ela, mas não tinha coragem e pensou que a essa altura do campeonato, ela não deveria nem querer que ele estivesse no mesmo ambiente que ela. Quando chegou a última parte da canção, viu sair e a perdeu de vista, quando desceu do palco, pegou uma bebida e encostou-se ao muro onde a garota se encontrava minutos atrás.

* Flashback on *

Ela acordou assustada ao ouvir seu celular tocar Teenage dirtbag, “despertador maldito” pensou ao ver que era 05:30h da madrugada e teria que levantar pra aula que começava as 7:50, desejou mais a cada dia ter a chance de morar próximo a universidade, mas a vida nunca sorria para ela como para as amigas, levantou-se e fez todo seu ritual matinal, despediu-se de sua gata e foi com seu fone de ouvido ao som de Woman -HS criando coragem para pegar metrô lotado. Ao chegar à universidade, encontrou a sala vazia e decidiu acordar Fred.
- Eu juro que se você me acordar novamente as 7:20 da manhã, eu te mato sua vaca – bom humor matinal não fazia parte do seu melhor amigo e riu ao ver que sua missão foi concluída com sucesso.
- Você ainda vai me agradecer por isso Fred, e isso não são horas de estar dormindo pra quem entra às 9h da manhã? Ainda é quarta feira – falou olhando alguém entrar na sala - você não quer ser demitido de novo, né?
- Olha, não é porque eu tenho um belo histórico de atrasos que você precisa me lembrar disso, e a Srta. não deveria estar na aula de ecologia?
- Amor, Rio de Janeiro, 7:40 da manhã, acho que só nos seus sonhos essa cidade anda, tá geral atrasado querido, deixa eu te falar, não esquece pelo amor de Deus que preciso dormir na sua casa no dia do show. – olhou assustada vendo a turma quase toda entrar na sala junta, e a professora de ecologia sendo pontual.
- Eu não esqueci, você não para de falar nisso a cada 5 minutos, eu não aguento mais ouvir isso, aquilo, vou passar a cobrar a cada vez que ouvir ao nome desse cara – ela revirou os olhos ao ouvir isso e riu leve no final.
- Você é muito dramático, eu fico ouvindo sobre seus machos o dia todo e não falo nada, agora vai logo trabalhar que minha aula ta começando, adeus. – Desligou o celular, abriu a mochila e pegou seus materiais.
Quarta-feira era o dia que mais odiava, levantava mais cedo, tinha cinco fucking horários seguidos de ecologia, ela amava o curso de biologia, mas detestava as matérias tão longas como essa, exceto quando tinha biologia celular e microbiologia, com as quais era fascinada. focava sua atenção na aula onde a professora fala de migração das populações e tentava não dormir. O relógio marcava 11:50h da manhã e aquilo não acabava, seu estomago roncava desesperadamente, sentiu seu celular vibrar e preferiu se controlar e focar na aula ou se ferraria naquela matéria, porém o mesmo vibrou loucamente em seu bolso e preferiu conferir.
(Fred): MIGA VOCÊ VAI ME AMAR PRA SEMPRE!!!
(Fred): ME RESPONDE! É SERIO, MUITO URGENTE!!!
virou os olhos ao ver que tinham mais umas 20 mensagens idênticas e sem falar o motivo da urgência, imaginou que fosse algum boy do tinder correspondendo seu amigo, ela preferiu não responder, eles tinham intimidade suficiente para não ligarem para vácuos. Ao fim da aula ela se juntou com duas amigas e seguiram para o bandejão, quando sentou para matar o que mais tava matando-a, respondeu o amigo.
(): O que quer bicha? Eu tava na aula.
Menos de 15 segundos...
(Fred): foda-se sua aula e seu CR alto, quando você souber o que eu consegui.
(): puta merda garoto, fala logo pelo amor de Deus, é o Boy que te mandou foto ontem?
(Fred): não tem boy dessa vez meu amor, aliás tem, mas a chance de ele nos olhar com tais intenções é -99%, porém seu ano estará feito.
(): Se você fizer suspense mais uma vez, corto teu pau fora, vamos conta logo!
(Fred): IRÁ FAZER UM POCKET SHOW PARA MINHA EMPRESA E EU CONSEGUI DOIS CONVITES
Ao ler a mensagem a menina deu um pulo em sua cadeira, acompanhado de um grito logo abafado por suas mãos, o suficiente pra chamar atenção das mesas ao lado. Ótimo, agora seria a “menina louca do bandejão”.
(): P* QUE ME PARIU!!!! Não creiooooo, como assim? Você me deve explicações, mas eu amo o fato de você trabalhar em empresa de Streaming
(Fred): amanhã passo na tua casa e entrego o teu convite, preciso conversar outra coisa contigo, vou voltar a trabalhar, bjos
(): te amo, bjos

E após essa notícia, nada no mundo, nem a nota mais baixa na matéria que ela mais penava pra passar iria estragar seu dia. já estava com tudo preparado para o show do havia uns três meses e agora faltavam apenas dias para vê-lo e, sabendo que iriam em dois shows, era muita felicidade pra pouca . Como dito pelo amigo, ele passou na casa de pra entregar o convite, conversaram e beberam vinho, nesse momento dava graças a Deus por morar sozinha e saber que nenhuns dos seus pais iriam reclamar sobre bebidas no seu ouvido, único problema era que Fred teria que viajar com a mãe logo após o pocket show e ela teria que arrumar outro lugar para ficar, lembrou-se de sua poupança que fazia para emergências, havia grana suficiente para que mexesse sem se preocupar, e como ela morava infinitamente longe do local do show, pegaria um hotel próximo.

O restante dos dias se passaram, o pocket show seria na quinta e o show de verdade na sexta, depois de verificar 30 vezes se não havia esquecido nada, partiu em direção ao hotel que tinha reservado, nada muito luxuoso, um dos mais em conta que encontrou, porém confortável. Quando chegou em Copacabana e fez o check in, guardou suas coisas no quarto, pôs um biquíni, decidiu ficar na praia e percebeu que o hotel que ficava a uma esquina do seu estava bem movimentado, imaginou que talvez o estivesse ali, mas logo riu de si própria, deveria ser alguma outra banda, ela não daria essa sorte de encontrá-lo dando sopa próximo ao seu hotel. O dia se passou e pôs sua melhor roupa, o pocket show era para 80 convidados e ela sabia que ali iriam pessoas influentes, não queria parecer desigual, após tudo pronto, seguiu para o local marcado com o amigo.
- Eu achei que você ia casar! Eu tô há quase 1h aqui te esperando. – Fred abraçou a amiga, ela revirou os olhos e sorriu.
- Você ta muito dramática esses dias, o que é 1 hora pra quem esperou você sair de um encontro de 4 horas, heim? – socou o ombro do amigo, que fez uma careta, concordando com ela.
- Ah, vai jogar na cara?! Anda logo, quero entrar e comer muito – puxou a amiga pelo braço levando para dentro do prédio.
o seguiu prédio adentro, o amigo conhecia aquilo como a palma da mão. Observou as meninas encostadas em um balcão conversando, alguns caras com roupas sociais discutindo provavelmente sobre contratos, ambos entraram no lugar onde ocorreria o show, a garota travou ao perceber os instrumentos e cair em si que seu sonho tava se realizando, ela estava tão concentrada nos seus pensamentos que não percebeu seu amigo chamando.
- ? – estalos de dedos eram ouvidos - ? Ai meu deus – cutucou a amiga.
- O..oi Fred - falou ainda analisando o violão próximo ao local onde iria se apresentar.
- Você vai ficar com essa cara de retardada ou vai pegar a bebida que te trouxe? –estendeu um copo com cerveja dentro – tem comida ali atrás, quer que traga algo?
- Ah sim, por favor, o que você preferir tá ótimo – deu um gole no copo - Fred? Quero você a milanesa, seu gostoso! – piscou para o amigo brincando.

Assim que o amigo voltou, eles trocaram mais algumas conversas bobas e então um homem subiu ao mini palco dando boa noite a todos, as apresentações, os agradecimentos aos patrocinadores foram feitos e o nome da noite anunciado. entrou maravilhosamente gato aos olhos de e de mais umas 20 garotas do outro lado do salão, a menina escutou aquele sotaque embolado dando boa noite em um português confuso e os primeiros acordes soaram. Ela o observava tímida, mas completamente feliz, algumas cervejas após o início do show, sua música preferida tocou, ela mais solta pelo efeito do álcool, começou a dançar e Fred te acompanhou em alguns momentos.

No palco, um confiante cantava uma de suas canções do repertório, ele considerava aquela uma das melodias mais gostosas de tocar, compôs com um amigo. O cantor então percorreu os olhos pelo salão, tendo a mesma visão da de quando entrou no prédio, só que agora era maioria das meninas suspirando, alguns caras conversando e ouvindo a música e pessoas mais espaçadas. Quando levou sua atenção para o canto do salão, seu olhar pousou no casal que dançava, a menina tinha um sorriso de felicidade, o cara às vezes ria dela e às vezes acompanhava o ritmo da garota, gostou da cena que viu, considerou um belo casal naquela noite, quando a música terminou falou algumas palavras.

-Boa noite novamente Rio, é um prazer estar aqui com vocês está noite – percorreu os olhos mais uma vez ao casal que antes dançava – a próxima música é mais romântica.
reconheceu as primeiras notas saírem somente do violão, e começou a cantarolar junto com e com uma parte do público ali presente. Ela tinha um enorme sorriso intacto no rosto, Fred falou algo no seu ouvido que ela não entendeu, mas confirmou com a cabeça e, ali naquele instante, seu olhar se encontrou com o dele, ela corou ao perceber e desviou o olhar, sempre cantarolando a canção. Fred voltou com mais duas cervejas nas mãos, o show seguiu, e entre pausas com conversas de pelo local com o público, percebeu que aquela música era a penúltima do repertório, se ela não soubesse do show no dia seguinte teria ficado triste por estar acabando, mas ela estava completa por tudo aquilo e não havia espaço para mais nenhum sentimento.
- , é impressão minha ou o homem da sua vida não tira os olhos da gente? – falou próximo ao ouvido da garota e depois cutucou a cintura da menina com cotovelo.
- Acho que você está ficando maluco! Ele estava olhando pra todo mundo – respondeu no ouvido do amigo, mas sentiu seu estomago remexer forte.
- Eu sei o que eu vi querida, e garanto que seu “homem” está de olho em mim – riu ao ver a cara de desgosto da amiga - qual foi? Ele não pode se interessar por mim? Eu heim!
- Por você amor, qualquer outro aqui, mas Sr. é bem hetero pra isso – inchou o peito de certeza, vendo um riso no rosto do seu amigo e voltaram sua atenção para o astro da noite e ali seguiram até o fim da última música.

Quando o show acabou, poderia então conhecer o público a sua volta. Ele adorava os pockets shows justamente pelo contato mais confortável que tinha com o público, quando desceu do mini palco, seus olhos procuraram pela garota, mas não a encontrou. Um cara o cumprimentou e o apresentou aos amigos, alguns trabalhavam no meio da música e outros representantes de empresas patrocinadoras, após isso ele falou, tirou fotos com algumas meninas presente no local.
por outro lado, estava nervosa demais pra conseguir ir pedir uma foto ao , mesmo com Fred colocando maior pilha na garota, ela tinha um medo absurdo de incomodar ou ser inconveniente, principalmente quando a pessoa era . Os olhos da garota vagaram pelo salão em busca dos dele, não encontrou e sua feição ficou meio frustrada e, no mesmo momento, ela gelou ao ouvir aquela voz.

- Olá casal, vocês curtiram o show? – olhou para a garota, deu seu sorrisinho conquistador e viu a pobre garota corar
- Ah, com certeza, tirando a parte em que ela se derreteu mais por você do que por mim – Fred soltou logo de cara, sentindo um murro no seu braço e, quando olhou para amiga, ela estava mais vermelha que um pimentão.
- Ótimo show, , não dê ouvidos a esse ai! Nós não somos um casal, ele quem adora alimentar esse sonho dentro dele – ela tava muito nervosa, mas conseguiu se controlar ao ouvir risada do .
- Me desculpem, eu vi vocês dançando juntos e achei que fossem um, aliás qual nome de vocês? – Agora ele quem estava pouco constrangido.
- Eu sou , pode me chamar de e ele... – Fred interrompeu a menina.
- Eu sou Fred, mas você pode me chamar de “homem da sua vida” – os três riram e Fred ganhou mais um soco no braço - Ok, eu já entendi, você é o homem da vida dela! Eu tiro meu cavalo da chuva.
- Ai meu Deus, Fred, cala a boca! Ele vai achar que eu sou uma louca surtada - ela riu de si própria e ria com aqueles olhinhos fechados (os quais ela amava ver em vídeos).
- Relaxem pessoal, eu já passei por cada coisa, o Fred tentando te constranger, só deixa a situação divertida. – Fred e se encararam, ela respirou aliviada.
- Bom, eu vou deixar vocês serem fofos um com outro então, , eu preciso ir antes que me matem e , parabéns mais uma vez, arrase amanhã! E por favor, deixa o psicológico da minha amiga inteiro, eu só tenho essa, ok? – Fred abraçou a amiga cochichando em seu idioma nativo no ouvido dela - “cara ele tá tão na sua”, aproveita viada! – cumprimentou com aperto de mãos e saiu do local.
- Seu amigo é melhor pessoa que já encontrei nessas tours – apoiou-se na parede próxima a eles e cruzou os braços na altura do peito.
- Ele realmente tem sérios problemas psicológicos! – Ela o encarou, reparando como os músculos dos seus braços ficavam bem desenhados naquela posição e pensou o quão mais fácil seria estudar anatomia naquele corpo. - Mas realmente, parabéns pelo show, foi incrível e é ótimo ver o quanto você cresceu desde o início da carreira.
- Obrigada, pelo visto você me acompanha há um tempo, certo?
- Desde quando ouvi seu primeiro Cd sem nem fazer ideia de quem você era, uma amiga me indicou umas músicas novas e quando eu dei por mim, já faziam três dias que eu estava dando replay naquele disco. – era tão gostoso pra ela relembrar aquilo, ela amava contar a história de como conheceu e de como sua vida foi mais iluminada depois daquele dia.
Por outro lado, adorava escutar como suas fãs o conheceram, era sempre histórias diferentes, mesmo que houvesse algumas com pontos em comum. Eles continuaram conversando sobre os álbuns e as músicas dele por mais uns dez minutos seguidos. se sentia tão leve com o papo e ia cada vez ficando mais tranquila com a conversa, até então que alguém chamou e ficou sozinha ali no canto com maior sorriso do mundo, ainda sem se dar conta de tudo que havia ocorrido. Após ficar ali apenas admirando aquele homem que ela tanto sonhou conhecer por algum tempo, decidiu ir embora, ia tentar pedir algum carro por aplicativo e seguir para o hotel, planejava chegar cedo à fila do show no dia seguinte e precisaria estar descansada, quando a garota estava indo em direção à saída do estúdio, ela sentiu alguém segurar seu braço levemente e quando virou encarou aquele par de olhos azuis.
- Você já vai? – questionou a garota.
- Infelizmente sim, preciso descansar pra amanhã e digerir tudo isso aqui. – ela deu seu melhor sorriso, apesar de não querer ir – , por favor, se eu estiver realmente em um sonho, não deixem me acordar agora, pelo amor de Deus! – ela fez um bico e escutou ele gargalhar.
- Então o que acha de a gente prolongar esse sonho? To morrendo de fome e também precisando de uma guia turística hoje. – ela notou que ele estava pouco tímido quando o viu passar a mão pelo cabelo e soltou um sorriso ao achar isso estranho, como assim ficava embaraçado ao pedir algo a uma mulher? - Você conhece algum lugar legal?
- Eu acho uma excelente ideia, afinal perder minha companhia só loucos como o Fred fazem isso né? – seu tom de voz era brincalhão – dependendo do que o Sr. deseja comer, eu conheço alguns lugares interessantes, tem uma hamburgueria Artesanal divina próxima à praia de Copacabana, acho que você está hospedado por lá, né?
- Sim, vem comigo e vamos direto pra lá – ele a puxou pela mão e a guiou até um rapaz alto que estava com ele, ela viu eles conversarem algo e então seguiram para o carro.

Quando os três entraram no carro, descobriu que o rapaz era segurança do . Ela estava dividida entre conversar com os dois e falar com o melhor amigo no celular. Levaram pouco tempo até chegarem ao hotel, avisou que iria ao quarto para se ajeitar e já encontraria a garota, ela preferiu ficar no carro e esperar por ali mesmo. Havia algumas fãs na porta do hotel, as quais fez questão de parar e atender, alguns minutos depois as meninas ali já tinham ido embora, ela saiu do carro não vendo mais necessidade de ficar ali e, quando saiu, se deu conta de que sim, o hotel que ela tinha visto mais cedo (próximo ao dela) era o que ele estava hospedado. surgiu na porta do hotel.
- Eu tô morto de fome, vamos comer, – se aproximou dela passando o braço por seus ombros. Eles caminharam até o carro.
Ao chegarem à hamburgueria, escolheram um lugar mais reservado, eles conversavam muito sobre tudo, era incrível como os assuntos nunca acabavam, ambos falavam da carreira do , das diferenças de culturas até um pouco dos problemas de cada lugar onde eles moravam. agora a escutava falar sobre os antigos shows que ela foi dele ali no Rio, entre tanta conversa eles estavam no segundo hambúrguer, ela estava extremamente confortável e, quando se deu conta, ela estava apenas sendo ela sem medos, nem nervosismos. Eles decidiram então encerrar a conta e, como já estava tarde, o fluxo de pessoas era menor, ela o convidou pra caminhar na praia, passam em uma loja de conveniência e compraram cervejas, sentaram na areia e continuaram a conversar um pouco mais.

- Hm, uma vez, eu estava na Suécia e uma marca lá me contratou para uma tarde de autógrafos, então uma fã surgiu do nada com um papel na mão pedindo para autografar, eu fui tranquilo, fazia nem ideia do que havia ali. Horas mais tarde, já estava no hotel, meu assessor me liga desesperado falando que eu tinha assinado um “contrato de casamento” com uma garota chamada Mills, eu surtei completamente, mas ao mesmo tempo eu ria de desespero/nervoso/pedindo ajuda aos céus- se segurava pra não rir, mas as caras que ele fazia contando aquilo eram demais – ai depois nós conseguimos anular aquele papel. Mas , eu tô aqui contando minhas aventuras e quero saber de você, quem é ?
- Tá, calma, não sei como começar, talvez... sério , para de rir, misericórdia você parece uma gazela rindo até do vento – ele continuava rindo, ela sabia que ele sempre ria fácil pra tudo, mas ele tava rindo da expressão embaraçada no rosto dela tentando organizar as ideias na cabeça – ok, beleza, vamos lá é uma garota filha de mãe solteira, que precisou se esforçar muito na vida pra conseguir o que queria. Cresci em lugar humilde, estudei em escolas boas graças às bolsas de estudos e hoje moro sozinha. Estudo Biologia em uma das melhores universidades públicas do país e trabalho com pesquisa cientifica, onde estudamos a relação de um fungo com células do sistema imunológico dos humanos. Eu sou completamente apaixonada por essa área, a biologia me fascina demais - seu peito se enchia de orgulho por ser completamente feliz na área escolhida para trabalhar e conseguia ver seus olhinhos brilhando.
escutava a garota atentamente, ele pediu pra ela falar mais sobre a pesquisa, mas parou de entender quando ela falou sobre “citocinas” “células TCD4” e como as células Treg respondiam a alguma droga que era aplicada na cultura das células, ele já estava meio bêbado mas jurava para si mesmo que ia procurar sobre no Google depois. Algo aconteceu quando ela explicava, os olhares mudaram, os corpos se aproximaram e já estava com a cabeça apoiada nos ombros dele e então ele virou seu rosto de encontro à garota, passou a mão nos cabelos dela, sentiu sua respiração próxima a dela, encostou seus lábios e iniciaram um beijo calmo.
não conseguia pensar em nada, sua cabeça tava uma completa tela azul, seu estômago era só contrações e a sensação de borboletas vinham a cada cinco segundos. apenas a sentia e de repente ele se deu conta de que estava em local público, pensou em possíveis paparazzis e se afastou da garota, a qual agora olhava um pouco confusa para ele.
- desculpa, me precipitei – ele falava rápido vendo a garota afastar-se e se ajeitar sentada ao seu lado.
- Relaxa, foi do momento, não se preocupa com isso, amanhã no show levo nosso contrato de casamento, você quer quantos filhos? – ela riu tentando quebrar o clima que tinha ficado estranho.
- Acho que uns 15 filhos e uns 6 cachorros está bom? - os olhos arregalados de trouxeram um ar leve à feição de – Meu Deus, já são 03:40 da madrugada, eu preciso subir , amanhã tenho entrevista as 8h em uma rádio, te vejo no show?
- Com certeza , eu vou subir também – eles foram andando em direção ao hotel e como cada um ficava para lados opostos, ele a viu dar tchau, se distanciando um pouco dele.
- Espera! – disse segurando o punho dela - me dá seu celular rapidinho – com o aparelho em mãos, ele anotou o numero dele e ligou para si próprio – pronto, agora eu tenho certeza que vou te ver amanhã, boa noite – ela recebeu um beijo na testa e ele um sorriso tímido.

não conseguiu dormir o resto da noite, sua cabeça se passavam milhões de coisas, principalmente o beijo, essa cena se repetia diversas vezes em sua mente, queria falar com o amigo, mas já eram quase seis da manhã, ele a mataria se ela o acordasse de novo. Decidiu ver filmes, mas todos que passavam ou era terror ou eram romance, tentou contar carneirinhos, não deu certo, acabou por esperar o dia chegar mesmo e quando se deu conta, acordou com seu celular fazendo sons de notificações. Ao desbloquear o celular viu que eram 14h, e que seu plano de ir cedo pra fila falhou, outra notificação apareceu, quando olhou eram mensagem de “Fred’s man” ela riu ao perceber que era , ficou feliz ao ler o convite para ela ver o show dos bastidores, claro que ela não recusaria isso, quem seria louca ao ponto? Ela então se organizou e partiu para o local do show.

Hoje, por mais que quisesse, não poderia dar a devida atenção para ela, mas para , estar ali já era muito. embarcaria duas horas após o fim do show, teria que estar no Chile no dia seguinte. Quando a hora do show chegou, ela acompanhou tudo dali, dançou, cantou e fez muitos vídeos pras suas redes sociais, Fred surtava cada áudio e vídeo enviado, ele ainda não estava crendo que ela estava simplesmente vendo o show do palco. Após todo esse momento, eles ficaram no Camarim conversando até a hora que partiria para o aeroporto, ele pediu pra ela não deixar de falar com ele e ela pra ele não esquecê-la.
* Fim do flashback *

- Olá, , como você está? – a voz de acordou dos próprios pensamentos.
- Oi, , estou bem eu acho, e você? – ele estava nervoso, e confuso, depois de tudo que ele havia feito e julgado, por que diabos ela ainda não havia o espancado ali?
- Tentando seguir né? Sabe como é! Eu sei que parece errado, mas eu queria mesmo poder conversar com você sobre aquela foto – a insatisfação dela sobre aquele assunto mal acabado estava atormentando havia dias e se tudo isso era realmente o fim deles, que fosse justo.
- Eu devo explicações a você também, eu fui injusto contigo, . Você não acha melhor a gente ir pra um lugar mais calmo? – ela concordou com a cabeça, e a seguiu para o pequeno píer que havia na beira do lago (literalmente aquela festa ao ar livre, naquela chácara era o lugar mais gracioso que ela já tinha ido), sentaram no chão, a vista era linda e dava para ouvir a música que se iniciava no fundo.

Sé que me cansé de estar luchando
Contra las agujas del reloj
Sé que nos volvimos dos extraños
Sé que nuestro tiempo terminó



- Eu sei que você deve achar até hoje que foi eu quem vazei aquela foto sua pelado na internet, ou que tenha vendido ela a algum site de fofoca por algum dinheiro. Eu sei que você pensou e falou milhões de coisas sobre aquilo, o Will havia me contado que você perdeu contratos, porque seus empresários querem aquele cantor na linha, recatado com voz macia e músicas calmas, mas eu jamais seria capaz de ter feito aquilo. Quando você me enviou aquela foto, eu não pedi por ela, mas depois de algumas horas, eu a apaguei do meu celular, eu to aqui te apoiando desde o início, eu estava aqui quando você aparecia em programas de TV de madrugada no início da carreira, eu estava aqui quando você concorreu seu primeiro prêmio e eu sei o valor da nossa história, eu nunca iria querer estragar a tua vida com aquela foto .
- ... - ele foi interrompido por ela
- Me deixa concluir! – falou firme fechando os punhos - não foi fácil ver você sair lá de casa daquele modo por algo que eu não tinha compreendido. Não está sendo fácil até hoje eu ter que seguir minha vida sem você estar nela, não foi fácil ser taxada por suas fãs como a “aproveitadora”. Eu tentei lutar pra te ter de volta, mas é difícil perceber o quão estranhos nos tornamos em menos de dois meses, eu sei que por conta de algum deslize na segurança do meu celular, eu prejudiquei sua vida. Eu... eu só queria pedir desculpas por todo o dano e deixar explicado o meu lado já que pelo visto nosso tempo terminou. – o coração dela doía fortemente ao dizer essa ultima frase.

Pienso que es tarde para hablar
Pienso que es inútil esperar
Y que me quieras perdonar



Naquele segundo tudo que queria era beijar a garota a sua frente, era dizer que tudo não passou de mal entendido e que tudo ficaria bem outra vez, mas ele sabia que havia sido injusto com ela, sabia que a culpa era toda sua e que provavelmente ela não o perdoaria ao saber de toda a verdade. Era óbvio para ele que ela sofreu, sua raiva falou tão alto, que ele havia perdido a pessoa a quem mais amava, ele não tinha dado a mínima chance de ela se redimir, de ouvir a versão dela da história, ele ficou tão cego de ódio, que não viu quem era o verdadeiro vilão disso tudo. Ele não a merecia, do que adiantaria pedir perdão? Mas ela merecia saber da verdade.

Quizá fui yo quien no olvidó los besos
Que un buen día escondí bajo el colchón
Quizá tu voz me recordó los sueños
Que un buen día me dejé en tu habitación
Hoy volví a mirar por la ventana
Para comprobar que ya no estás
Siento que ya no habrá un mañana
Este amor cansado se nos va
Ya no hay nada más que preguntar (nada)
No hay motivos para imaginar
Y que me quieras perdonar



- , eu sei que nada do que eu diga agora vai mudar ou diminuir tudo o que te fiz passar, o Will cansou de vir até mim conversar sobre você, me falar sobre como você estava, mas talvez eu tenha me escondido embaixo de tantos problemas que aquilo me causou que usei isso como desculpa pra não ver a merda que havia feito, para não ver o mal que eu havia te causado. Eu deveria ter sido mais racional e ter tentado investigar toda a situação. Entrar toda noite lá em casa e não ouvir mais sua voz cantando desajeitada na cozinha ou no banho me assusta ainda, acordar aos fins de semana e me tocar que você não vai estar sentada na varanda lendo seu livro com seu chá me faz perceber o qual irracional e egoísta eu fui, eu pensei apenas em contratos em números, e isso não sou eu .

Quizá fui yo quien no olvidó los besos
Que un buen día escondí bajo el colchón
Quizá tu voz me recordó los sueños
Que un buen día me dejé en tu habitación



não conseguia olhar nos olhos dela, ele buscava força dentro do seu interior pra contar tudo que realmente aconteceu, no fundo ele queria que ela o perdoasse, mas era capaz de ela simplesmente levantar dali e nunca mais olhar pra ele. Sua mente apenas falava “Vira homem seu babaca! Conta logo tudo, é o mínimo que você pode fazer!”, as lembranças dos beijos, das brincadeiras, o momento dela desembarcando em Londres e correndo ao encontro dele, todos os sonhos feitos juntos, era onde ele buscava força pra seguir os dias.

Ya no hay nada más que preguntar (nada)
No hay motivos para imaginar
Y que me quieras perdonar



- , na noite posterior o envio daquela foto pra você, eu sai pra beber com pessoal da banda, talvez esse tenha sido meu erro. Únicas coisas que me recordo daquela noite foram bebidas, os caras da banda e algumas modelos no camarote, eu estava ali, mas todo tempo com o Will jogando conversa fora. Eu acho que você soube que Josh saiu da banda, na verdade o motivo falado para o público foi pura mentira. Aquela noite, depois que terminamos de nos falar, o Josh se juntou a conversa comigo e com o Will, mas alguma parte do caminho, ele começou a falar o quão gostosa você era e que queria apostar comigo que em duas semanas ele te levaria pra cama, entre outras asneiras, eu perdi a cabeça e parti pra cima dele. O Will e os outros caras nos separam logo, mas a partir dali eu peguei ódio do Josh, eu queria ele fora! – Nesse momento, eles estavam se olhando olhos nos olhos, as mãos do estavam fechadas com força, desceu o olhar para as mãos dele e com o indicador, fez movimentos circulares no dorso. fechou os olhos sentindo aqueles movimentos.
- O que isso tem a ver com a foto? A Jane me contou essa história da briga, ela ocultou o motivo, mas eu soube de vocês dois.
- Acontece, , que alguns dias depois, eu vacilei com meu celular perto do Josh e, quando eu voltei pra Londres louco pra te ver, eu acordei com essa foto vazada na internet, eu não me toquei em nenhum momento que ele pudesse ter feito aquilo, e a única pessoa no universo que tinha ela era você. Porém, depois de algumas semanas, o Will fez com que eu e o desgraçado voltássemos a nos falar e, quando o clima estava voltando ao normal, em um das conversas no estúdio, Josh jogou o celular no meu colo com uma conversa aberta, nisso eu acabei clicando na janela com meu nome e, quando subi um pouco, vi que eu havia “enviado” aquela foto pra ele, exatamente quatro dias depois da briga. Ele esperou a gente ficar próximo da volta a Londres pra vazar ela, quando eu perguntei que porra era aquela no celular dele, o Will tirou o aparelho da minha mão, se não fosse pelos outros caras e a galera que estava no estúdio, a gente teria se matado ali mesmo. Will então decidiu vasculhar as conversas dele, e lá tinha o contato de uma jornalista daquela revista teen que usou a foto de capa, ele tinha dado a foto a ela, que fez o grande favor de liberar a foto sem tarja uma hora após a publicação da revista.

O olhar de era de raiva, ela apenas não disse nada, levantou-se e seguiu para dentro da casa que havia na chácara. Will percebeu a garota passar com tudo e em seguida viu saindo do mesmo lugar que ela tinha saído. lançou um olhar pra ele, foi o que bastou para Will entender o que ocorreu. Quando chegou ao segundo andar da casa, Will encontrou sentada com a cabeça escondida entre as pernas e o tronco.
- , vem cá – ele abraçou a amiga – ele contou né?
- Desculpa Will. Sim, ele contou, eu apenas estou tentando absorver tudo, só não entendo por que ele esperou tanto tempo pra me contar? Por que ele não respondeu a nenhuma das minhas tentativas? – ele a ajeitou de modo que ela deitasse no seu colo, aquela menina havia se tornado uma irmã (ou cunhada se considerar o laço de amizade que ela pegou com a Jane).
- , o é cabeça dura muitas vezes e um tremendo cagão 90% do tempo, eu insisti muito pra ele conversar isso contigo, ameacei que se ele não contasse eu iria contar, mas no fundo isso era algo entre vocês dois, nem eu nem a Jane deveríamos nos envolver nisso. Porém ele achou melhor deixar você seguir sua vida, ele sabia que você ia ficar bem, ele sabe da sua força, mas me prometeu que quando estivesse preparado ele te explicaria tudo. Eu sei o quanto você sentiu a falta dele, e eu sei o quanto meu amigo também sentiu, sua cientista maluca! Eu não sei o que você fez com ele, mas eu nunca vi aquele garoto se desconcentrar nas gravações do álbum, nunca o vi sem querer sair, pensa com calma sobre tudo que você já passou e se você decidir que prefere tentar mais uma vez, ele vai te receber da mesma forma quanto eu sei que você também quer – ele se levantou, passou as mãos nas bochechas dela e apertou – Faça a escolha certa, e você sabe qual é!
Quando a garota se recompôs, ela desceu, procurou por toda a chácara, mas parecia que ele havia evaporado, perguntou a todos que ela conhecia ali e ninguém sabia onde ele estava, quando se encostou à mureta, o viu caminhando em direção ao estacionamento, pegou o celular na bolsa, largou os saltos perto da escada e seguiu correndo em direção a ele. Com celular em mãos, buscou a música que estava tocando na hora que estavam no lago, e enviou:

“Quizá fui yo quien no olvidó los besos
Que un buen día escondí bajo el colchón
Quizá tu voz me recordó los sueños
Que un buen día me dejé en tu habitación”



No mesmo momento que o viu parar para ler a mensagem, ela se aproximou por trás e sussurrou em seu ouvido “eu te perdoo”, ele se virou ficando de cara com aquele par de olhos que ele sentia tanta falta, ela puxou-o para mais perto colando a testa dos dois. “Te ver naquele palco hoje me fez lembrar de quando meu sonho se realizou, o quão sortuda eu sou e eu não sou louca em deixar o homem da minha vida escapar, eu te amo ” os olhos deles se fecharam, e seus lábios foram vagarosamente em busca da felicidade.




Fim



Nota da autora: Sem nota.



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