Capítulo Único
24 de maio de 2014 - Lisboa, Portugal.
andava apressada pelos corredores do Estádio da Luz, ela estava atrasada e sabia disso. Mas não fora sua culpa, afinal, é impossível controlar o intestino de um bebê, e a espanhola tinha quase certeza de que seu filho mais novo, Daniel, estava fazendo de propósito. Ah, aquele menino adorava tirar a mãe do sério.
A espanhola se assustou ao ouvir o toque do seu celular, e ao ver quem era, ela apressou mais ainda os seus passos. Ela tinha que falar com antes do jogo começar, era a tradição do casal. sorriu contente ao identificar um dos seguranças do time quando, por fim, encontrou o corredor que levava até os vestiários, o homem forte sorriu para espanhola que retribuiu, o seu marido já deveria ter avisado a todos os seguranças que ele estava à sua espera.
Ela conhecia muito bem , sabia como a cabeça dele funcionava antes de um jogo. era perfeccionista quando se tratava de sua carreira como professora, e era a mesma coisa quando se tratava de futebol.
A jovem espanhola segurou com força o bebê em seu colo e rumou para a porta do vestiário, mas parou no mesmo instante, teve medo de encontrar algum jogador pelado, escolheu ficar ali, mesmo sabendo que o seu marido seria o último a sair. Mas por sorte Xabi Alonso, que era amigo íntimo do casal, foi um dos primeiros a sair e logo foi ao encontro da espanhola.
- ! Como é bom te ver, como vai Dani? - O jogador disse enquanto brincava com os pés do bebê, o menino gargalhou, fazendo sorrir também.
- Dando trabalho para mãe dele, como sempre - forçou um sorriso.
- Idêntico ao pai.
- Xabi, você sabe me dizer se o ainda está lá dentro?
- Está sim, quer que eu o chame? - O jogador espanhol perguntou apontando a sua mão esquerda em direção à porta do vestiário.
- Por favor.
sorriu para o jogador, que rumou de volta ao vestiário, a espanhola cumprimentou alguns membros técnicos que conhecia, além de falar com os jogadores que eram amigos do seu marido, ela sabia o quanto todos eles haviam trabalhado para estarem lá, na final da Champions League.
- Entregue - Alonso disse bem-humorado para o casal, após levar até a sua esposa.
- Muito obrigado, Xabi, e eu sinto muito por você não poder jogar - A espanhola se apressou em dizer.
- Eu também, mas tenho certeza de que o time irá se dar muito bem, vamos ganhar - O jogador espanhol disse convincente e depois se despediu com um aceno de cabeça e se dirigiu até a arquibancada, onde iria ficar durante o jogo.
- Coração - a cumprimentou com um beijo demorado na testa, e depois sorriu para o seu filho mais novo que estendeu os braços em sua direção, o jogador logo o pegou e puxou a esposa para um abraço - Tudo certo?
- Ah, tudo certo, tirando o fato de que o Daniel está fazendo cocô a cada cinco minutos - A espanhola brincou, fazendo o seu marido sorrir.
- Ele está igual ao pai então - ergueu o seu filho no alto e encheu a sua barriga de beijos, fazendo o garotinho dar risadas histéricas.
- Não precisa ficar nervoso, amor, vai dar tudo certo - o tranquilizou enquanto passava a mão no braço do marido, que respirou fundo antes de falar.
- Eu sei que vai - o jogador sorriu e beijou delicadamente os lábios da sua esposa, antes de voltar a atenção para o seu filho que puxava os seus cabelos - Cadê o seu irmão, Dani?
- Lá em cima com a minha mãe - respondeu enquanto passava as mãos no cabelo do marido, ajeitando - Ele até quis descer, mas eu disse para ele ficar. E por falar em Murilo, você vai ter que conseguir a camiseta do Bale para ele.
- Ah ótimo - jogou a cabeça para trás sorrindo - A camiseta do pai não serve?
- Você é o jogador mais rápido do mundo?
- Não.
- Então não, tem que ser a do Bale - revirou os olhos e riu.
- Como que um moleque de quatro anos consegue mandar na gente?
- Culpa sua, você dá tudo que ele quer! - disse colocando as mãos na cintura.
- Ah eu? Quem foi que deu para ele um pula-pula semana passada?
- Você sabe muito bem que eu não comprei o pula-pula para ele! - a espanhola disse fazendo uma careta, o que fez seu filho e marido rirem.
sorriu para esposa antes de lhe dar mais um beijo, dessa vez mais significativo, e sabia o porquê, estava na hora. Pegou Daniel do colo do jogador e apertou o nariz do seu marido, ela sempre fazia isso antes de um jogo importante e ele adorava. A primeira vez que havia feito isso eles tinham apenas oito anos, e na época ela fazia para implicar com o nariz torto de , com o tempo virou algo muito mais íntimo e especial, era a tradição do casal.
- Faz um gol para mim - disse com lágrimas nos olhos.
- Vou fazer - piscou para a sua esposa e se juntou ao restante dos jogadores na fila para entrar no gramado. respirou fundo antes de rumar de volta para a área VIP e ir ao encontro de seus familiares.
22 de abril de 1999 – Sevilha, Espanha.
- Chuta com mais força, ! Eu aguento!
teve que segurar a risada ao ouvir pela milésima vez reclamando que ele não estava chutando a bola direito. O jovem jogador respirou fundo antes de pegar a bola e colocá-la na linha do pênalti, antes de se preparar para chutar mais uma vez; Encarou a garota à sua frente, que estava com luvas de goleiro muito maiores que as suas mãos, o espanhol sentiu o seu coração derreter ao perceber o estado que a garota se encontrava.
estava com um shorts velho de ginástica preto, cheio de manchas marrons por conta das vezes que a garota se jogara no chão para defender o gol. A sua blusa do Real Madrid estava no mesmo estado, imunda e acabada, mas apesar disso, insistia em usá-la, o espanhol sabia o quanto aquela blusa significava para ela e achava bonito (e engraçado) o fato dela esconder da mãe dela toda vez que Rosa tentava dar o fim àquela blusa.
- Vamos logo, ! Eu não tenho o dia todo!
- Seu cabelo está bagunçado - disse para implicar com a loira.
- Quem liga para o meu cabelo? - revirou os olhos e o jogador teve vontade de responder "Eu ligo para o seu cabelo, é a minha parte favorita de você", mas se segurou, sabia que se desse mais uma vez em cima da garota acabaria levando um chute no seu saco.
- Está pronta? - perguntou erguendo uma sobrancelha e sorriu ao ver os olhos de brilhar.
- Eu nasci pronta!
E então ele chutou a bola e defendeu com facilidade, mais uma vez, o que fez a garota se revoltar e chutar a bola de volta, acertando em cheio o estômago do jogador. marchou em sua direção e empurrou o jogador ao chão, que caiu de costas, começou ao rir quando percebeu que a garota estava sentada nele.
- Por que você não chutou a bola direito? - A espanhola cruzou os braços e encarou o jogador, que sorriu e colocou casualmente a sua mão na cintura da garota.
- Porque da última vez que eu chutei direito eu quebrei o seu dedo!
- E daí? Nem doeu, e eu nem liguei.
- Você pode não ter ligado, mas seu pai ligou! - suspirou e sorriu para , que ergueu uma sobrancelha desconfiada - Você está muito bonita.
- E você está fedendo.
- Estou a fim de te beijar de novo...
- Nem vem, ! Sou comprometida! - disse se levantando, mas foi impedida por ele que agarrou o seu tornozelo e a jogou de volta no chão, só que dessa vez o espanhol estava por cima.
- Comprometida? Com o príncipe Harry? , ele nem sabe que você existe...
- Ainda - A espanhola sorriu convencida, fazendo revirar os olhos - Eu vou me casar com ele.
- Não vai não. Ele não pode se casar com alguém que não é inglesa!
- Quem disse isso? - cruzou os braços.
- A realeza britânica, você devia pesquisar mais...
- Não enche, ...
- Você vai casar comigo, .
- Vou sim - o empurrou e mais uma vez a garota estava por cima - Nos seus sonhos.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Como ele está?
se virou para sua mãe e suspirou enquanto arrumava o cabelo de Daniel, olhou de relance para o seu filho mais velho que estava agitado pulando no chão de frente ao grande vidro que tinha vista para o gramado.
- Com dor de barriga.
- Ah, então ele está bem - Rosa sorriu para a filha que começou a rir.
- Eu ainda não contei para ele - disse tensa e Daniel percebeu e começou a chorar - O que essa criança tem hoje?
- Vem cá Dani - A mãe de pegou seu neto, e como uma boa avó o fez parar de chorar rapidamente - Você conta depois, filha, sem pressa.
- Murilo, sossega! Vai ficar todo suado! - repreendeu o filho mais velho que virou assustado para a mãe – Vem, senta aqui, quando o jogo começar você pode voltar a pular.
- Papai vai pegar a camiseta do Bale para mim, mamãe? - O garoto moreno perguntou enquanto se sentava.
- Ele vai tentar, mas algo me diz que você vai querer a camiseta do seu pai depois desse jogo - sorriu para o filho.
- Por quê? - Murilo piscou os olhos várias vezes, como sempre fazia quando estava curioso, a espanhola se derreteu com os olhos azuis de seu filho.
- Porque tenho certeza de que o seu pai vai ser o homem mais importante desse jogo!
- Você diz isso em todo jogo, mamãe - Murilo voltou a se levantar, mas o puxou de volta, para sentar em seu colo dessa vez.
- Para mim ele sempre é o mais importante - A espanhola beijou a bochecha do seu filho e ele se virou de frente para ela com os olhos atentos novamente - Mas dessa vez, filho, seu pai vai fazer um gol.
- Como você sabe, mamãe?
- Porque ele me prometeu.
14 de Maio de 2005 - Sevilha, Espanha.
sentia que o seu pulmão iria estourar, ele era um ótimo corredor, sempre amou correr, mas naquele momento ele sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Seu treinador tinha lhe dado dez minutos, e ele teria que cumprir.
Suspirou aliviado ao alcançar o último degrau da escada que levava até a área mais nobre do Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, sorriu ao reconhecer o cabelo de sua mãe e sentiu o seu coração relaxar, se aproximou com mais calma, mas ao perceber que a garota de cabelos loiros, cacheados e bagunçados não estava lá, sentiu o seu coração disparar mais uma vez.
- Cadê a ?
- ! O que você está fazendo aqui? Deveria estar se preparando para entrar no gramado! - Paqui , sua mãe, disse brava para o filho.
- Cadê a ? - O jogador voltou a perguntar, fazendo com que seus pais revirassem os olhos.
- Foi ao banheiro, filho - Foi seu pai que respondeu.
- Obrigada!
O espanhol voltou a correr e abriu um sorriso quando encontrou o banheiro logo de cara, ele parou por um momento, preocupado. E se tivesse outras mulheres lá dentro? Ele não se importou, era a única mulher que importava para ele.
Com um estrondo, o jogador abriu a porta do banheiro e sorriu ao dar de cara com lavando as mãos. A garota se assustou com o barulho e jogou água em seu rosto, sem querer. Ela revirou os olhos ao constatar que era apenas ali.
- O que você quer? - A loira disse de mau humor, se virando para ele. Ela cruzou os braços, o que acabou realçando os seus peitos graças ao seu decote, sorriu de lado.
- Você não apertou o meu nariz.
- Eu não vou apertar o seu nariz, o jogo é contra o Real Madrid - A espanhola deu de ombros após ver bufar.
- Qual é, , você ainda está chateada por conta das fotos?
- Que fotos? - arregalou os olhos - Ah, você está falando das fotos em que o meu namorado aparece pelado com apenas uma chuteira tampando as coisas que só eu devia ver?!
- Namorado? - abriu um sorriso convencido e se aproximou da espanhola, que fechou os olhos ao perceber a sua gafe.
- Quis dizer amigo.
- Ah, , não adianta tentar esconder, eu sei que você está doidinha por mim - colocou as suas mãos na cintura da garota.
- Não estou mais depois daquelas fotos - A espanhola o empurrou pelos ombros - Você não deveria estar se preparando para entrar em campo?
- Estou esperando a minha namorada apertar o meu nariz.
- Ex-namorada.
- Uou - começou a rir - Como posso ser ex se você nem aceitou a namorar comigo ainda?
- E nem vou - voltou a empurrá-lo, mas foi mais rápido e se aproximou de novo, dessa vez a levantando e fazendo com que a garota se sentasse na pia, a espanhola deu um grito de surpresa e o jogador sorriu, ele havia conseguido, ela estava encurralada.
- Vai sim, - puxou a cabeça da garota para baixo e começou a beijá-la. O jogador suspirou quando, enfim, a garota relaxou. passava as unhas nas costas do jogador, ele sorriu quando ela deixou a boca dele de lado e começou a dar atenção ao seu pescoço, apertou com força a bunda da espanhola, que pulou surpresa - Você aceita ser a minha namorada?
- O que eu ganho com isso? - A espanhola jogou todo o seu cabelo para o lado esquerdo, ela sabia que adorava quando ela fazia isso.
- Muitas coisas, mas o que eu posso te dar hoje é um gol - sorriu e revirou os olhos, com a mão direita a espanhola abriu a torneira e jogou água nele. O jogador se assustou e tirou as mãos dela.
- Ah tá né, eu não quero que você faça um gol contra o Real Madrid! - A garota pulou da pia e voltou a cruzar os braços, riu nervoso. Ele estava ferrado.
- Se eu fizer um gol, você vai ter que aceitar a namorar comigo - também cruzou os braços - Eu tenho algo para te contar, mas vai ter que ser depois do jogo.
- Se você fizer um gol E conseguir a camiseta do Zidane para mim - abriu um lindo sorriso - Eu aceito namorar com você.
- Aperta o meu nariz, - também sorriu.
- Promete que vai fazer o gol? - A espanhola se aproximou aos poucos, observando o jogador.
- Prometo, coração.
apertou o nariz do e ele sorriu, em um rápido movimento, ele a ergueu no alto e quando colocou ela de volta ao chão, beijou com carinho sua testa, depois disso o jogador saiu correndo. Ele já estava atrasado, e ferrado, sabia disso, mas valeria apena, porque agora ele sabia que iria arrasar na partida e que iria fazer um gol. Porque se ele fizesse tudo isso, iria ser a sua namorada.
O jogo foi muito mais emocionante do que todos esperavam, estava dividida. Real Madrid era o time do seu coração, a espanhola, apesar de ter nascido e ter sido criada em Sevilla, sempre torceu para o time da capital espanhola, e a responsável por isso era a sua tia. Quando ainda era um bebê, sua tia Juliana lhe deu uma camiseta gigante do Real Madrid, a espanhola tinha essa camiseta até hoje, e apesar de sua mãe já ter tentando jogar fora inúmeras vezes por conta do estado em que a blusa se encontrava, não deixava, ela amava aquela camiseta e amava o Real Madrid, mas também possuía um carinho enorme pelo time da Andaluzia, e o culpado era .
O safado do que havia marcado um gol e, o melhor, trocara a sua camiseta com Zinedine Zidane. teve que controlar as suas emoções quando o viu se aproximar, sem camiseta, suado e totalmente gostoso. Os pais dos jogadores o cumprimentaram primeiro, apesar do empate o resultado havia sido bom para o time de Sevilla.
sentiu as suas bochechas corarem quando voltou a encará-la, ele se aproximou e sorriu para ela. tirou do seu ombro a camiseta que havia pegado do Zidane e jogou para , a espanhola a pegou no susto, mas não deu muita atenção para a sua nova relíquia, o homem à sua frente lhe interessava muito mais.
- Eu fiz um gol - sorriu.
- Você fez um gol - também sorriu.
- E consegui a camiseta do Zizou.
- E conseguiu a camiseta do Zizou.
- Você aceita ser a minha namorada agora?
- Eu aceito ser a sua namorada agora.
gargalhou quando a ergueu no alto, ele encheu o seu corpo inteiro de beijos, antes de colocá-la de volta ao chão, o jogador ainda a mantinha presa em seus braços. encarou a imensidão azul que eram os olhos da espanhola, antes de dizer:
- Eu te amo, .
- Ah, eu sei disso - A espanhola sorriu e começou a fazer carinho nos cabelos longos do jogador - Eu sei disso há muito tempo, você sempre deu na cara. E adivinha? Eu também te amo.
puxou ela para um beijo cheio de carinho e de paixão. Eles estavam tão felizes que haviam esquecido que tinham pessoas em volta.
- Ah olá, Rene, como vai? - sorriu para o irmão, ainda estava presa em seu aperto, mas a espanhola não se importou.
- Já contou a novidade? - O mais velho perguntou.
- Ah é! Você tinha algo para me contar! - se soltou do aperto do e só então lembrou da camiseta do Zizou que estava em torno do seu pescoço, a espanhola a observou com os olhos brilhantes e sorriu para o namorado que já estava a encarando há algum tempo - Ah ok, certo, a novidade.
- O vai ser jogador do seu time a partir da temporada que vem, - Rene disse encarando a espanhola, que abriu a boca surpresa demais.
- É sério isso? - A garota perguntou a , que sorria bobamente para ela.
- Seríssimo - O espanhol respondeu.
- Você não está fazendo isso só por causa de mim, né? Porque se for...
- Claro que não, , eu acho que vai ser muito bom para a minha carreira, Real Madrid é um grande time...
- É o melhor time - A espanhola sorriu para ele - Você vai jogar ao lado do Zidane, Beckham, Raúl, Roberto Carlos e do Casillas! Que sonho!
- É, eu acho que ela gostou da novidade - Rene sorriu para o irmão, que concordou.
- Espero me dar bem lá - se aproximou da namorada, que o abraçou pelo o pescoço.
- Eu tenho a impressão de que você vai se dar muito bem lá - sorriu, antes de dar um beijo no novo jogador do Real Madrid.
24 de Maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Você deve estar de brincadeira comigo!
- , se acalma – Rosa segurou na mão da filha que estava de pé.
A espanhola olhou para a sua mãe, que tinha um sonolento Daniel em seu colo, e depois olhou para seu filho mais velho, que encarava a mãe com os olhinhos cheios de lágrimas. se abaixou para ficar na altura do filho, apertou as suas bochechas antes de começar a falar.
- Está tudo bem, meu anjo.
- Estamos perdendo, mamãe - Murilo disse enquanto mordia a pontinha do seu dedo, era uma mania do menino, costumava fazer a mesma coisa quando era pequeno.
- Nós vamos dar um jeito, você vai ver, papai vai dar um jeito.
pegou o seu primogênito no colo e se levantou, ela voltou a encarar o gramado. Ela tinha que se controlar, pelos seus filhos, mas era difícil, ainda mais quando o seu time havia levado um gol tão bobo como aquele, em uma falha, mas a espanhola havia aprendido que não deveria culpar ninguém, erros eram normais, aconteciam com todo mundo. Era preciso paciência e acima de tudo perseverança.
- Papai vai dar um jeito? - Murilo perguntou para a sua mãe. apertou mais o menino em seu colo e deu beijo demorado no topo da sua cabeça.
- Papai sempre dá um jeito.
30 de junho de 2006 - Madrid, Espanha.
- Você está me ignorando, loira.
- Não estou não.
olhou para , que estava ao seu lado, ele tinha o braço esticado sobre o encosto do sofá e fazia carinho no cabelo da espanhola. Ele a encarava com aquele olhar que ela odiava, sabia que tinha algo de errado e não sossegaria até que ela contasse.
- Você é um saco.
- Eu também te amo.
- Nós somos felizes aqui, né? - perguntou para ele, o espanhol estranhou a pergunta, ele se ajeitou no sofá, para ficar mais confortável e poder encará-la, sua mão continuou no cabelo dela, de alguma forma ele sabia que o seu carinho seria importante para ela.
- Lógico que somos, por que a pergunta?
- Eu fui aceita em Oxford.
não o encarava, ela sabia que ele estaria sorrindo e isso para ela não era algo bom.
- Isso é ótimo, meu amor! É o seu sonho! - se ajoelhou de frente para ela – Por que está chorando ?
- Porque a faculdade fica em outro país! Eu vou estar longe de você!
- Isso não é um problema...
- Lógico que é! Nós estamos felizes aqui em Madrid!
- Nós vamos continuar felizes, mesmo que eu esteja aqui em Madrid e você esteja na Inglaterra! , olha para mim – colocou as suas mãos no rosto da garota e a fez encará-lo, o espanhol respirou fundo antes de beijá-la - É o seu sonho, você deseja isso desde os onze anos. Você sempre me apoiou, , nunca me deixou desistir, e eu vou fazer o mesmo com você.
- Nós vamos continuar juntos?
- Olha só! Nem parece a garota que demorou cinco anos para admitir que estava apaixonada por mim – brincou e recebeu um tapa de como resposta, mas o jogador sorriu ao perceber que havia conseguido fazê-la parar de chorar – Você lá e eu aqui não vai mudar nada, .
- Quem vai ficar com o Buddy? - a espanhola perguntou, se referindo ao cachorro que estava deitado no outro sofá e encarava os seus donos com atenção.
- Você está preocupada com isso? - perguntou, cruzando os braços.
- Você não? - A loira também cruzou os braços.
- Vamos dar um jeito, .
- Promete?
- Prometo.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Ah, ele cagou de novo – disse após sentir o bumbum do seu filho esquentar novamente.
- Olha a boca, filha! - Sua mãe a repreendeu apontando para Murilo, mas o menino não estava prestando atenção na conversa das mulheres, estava mais interessado no seu Lego.
- Vou ir trocar, aproveitar que o segundo tempo ainda não começou.
A loira disse e se levantou com o filho mais novo no colo. Ele era uma gracinha, as bochechas gordas que nem o irmão, mas ao contrário do filho mais velho, o menor tinha os olhos castanhos do pai, mas o cabelo era da mãe, bem loirinho.
A espanhola abriu a porta do banheiro e sorriu ao se deparar com Clarice, a esposa do Marcelo e grande amiga de , foi a risada de Daniel que chamou a atenção da brasileira, que os olhou sorrindo.
- Fez cocô de novo, Dani?
- Claro que sim, tia, estou nervoso com o jogo e já que não sei falar demonstro a minha preocupação assim, minha mãe adora – disse imitando uma voz de criança, Daniel achou graça ao ver a sua mãe falar naquele tom, o bebê começou a gargalhar fazendo com que as duas moças também rissem.
- Ele está com quantos meses? - A brasileira perguntou se aproximando de , que já colocava Dani no trocador.
- Dez – a espanhola respondeu e arregalou os olhos, depois que abriu a fralda do seu filho e sentiu o "doce" aroma que saiu dela – Nossa senhora, Dani, não vou te dar mais essa papinha.
- O Enzo era assim também - Clarisse voltou a falar enquanto ia ajudando na tarefa de trocar a fralda – Eram oito fraldas por dia, no mínimo.
- Eu estou grávida de novo - disse de repente, surpreendendo Clarice.
- Que incrível!
- Eu ainda não contei para o , e eu já sei há dois meses - Ela se virou para a morena ao seu lado - E eu não sei o porquê.
- Medo?
- Medo do quê? É o ! Não tem ninguém nesse mundo que me conheça e que me ame que nem ele!
- Acho que então o problema é você, , você está com medo?
- Estou apavorada - A loira admitiu. Com um gesto Clarice pediu para que ela se afastasse, a brasileira terminou de trocar a fralda de Daniel e pegou o menino no colo, voltou então sua atenção para a espanhola, que tinha a respiração alterada.
- O Murilo tem apenas quatro anos, Dani nem completou um! Não sei se dou conta de outra criança.
- Você sozinha lógico que não, mas você tem o , . Ele é louco por essas crianças, tenho certeza de que ele vai querer soltar fogos de artifícios quando souber que você está grávida de novo! Você já sabe o sexo?
- É uma menina - a espanhola sorriu.
- Ouviu, Dani? Você vai ter uma irmãzinha! - Clarice disse para o garotinho em seu colo e no mesmo momento ele começou a chorar, riu da situação, parecia que o pequeno havia entendido que não seria mais a novidade na casa.
- sempre quis uma menina - A loira disse enquanto pegava o seu filho do colo da brasileira - Ele vai pirar.
- Ele vai amar - Clarice sorriu para a sua amiga - Não precisa ficar preocupada, vai dar tudo certo, inclusive nesse jogo, estou sentindo que nós vamos virar.
- Vamos sim - sorriu para a morena - Eu prometi para o meu filho que o pai dele daria um jeito.
- Espero que o Marcelo entre - Clarice disse após as duas chegarem à área VIP - Ele quer tanto jogar esse final.
- Eu também espero, precisamos dele.
- Mamãe! - As duas mulheres se viraram e deram de cara com Murilo, que vinha correndo na direção das duas.
- O que foi, meu anjo? - se abaixou até ficar na altura do filho mais velho.
- O jogo começou!
22 de abril de 2009 – Sevilha, Espanha.
- Ele está aprontando algo.
- Não está não, você que é maluca - Rosa disse encarando a sua filha - Agora volte a cortar as cebolas, não aguento mais chorar.
- Ele está estranho, mãe, normalmente quando eu venho para cá ele não me larga em segundo algum! E olha lá - disse enquanto apontava para , que estava jogado no sofá brincando com o cubo mágico do irmão mais novo de - Ele não está me dando atenção alguma. Nós nem transamos ainda!
- ! - A mulher mais velha gritou chamando a atenção da loira que olhou assustada para ela, bem a tempo de receber pedaços de tomate na sua cara - Não preciso ficar sabendo da sua atividade sexual.
- Quando eu tinha dezesseis anos você adorava saber - sorriu para sua mãe, enquanto tirava pedaços de tomate do cabelo.
- Era diferente, você não namorava o , e vocês faziam toda hora! Ou você pensa que eu caia na historinha de que vocês dois estavam estudando inglês?
- A gente estudava inglês - disse timidamente -, às vezes.
As duas mulheres se assustaram com o barulho vindo do quintal. Era aniversário do avô de , a família toda estava reunida, inclusive a família de . Eles se conheciam desde pequenos e as famílias dos dois eram praticamente uma. O pai de , Francisco, estava no quintal preparando um churrasco, ele era um grande cozinheiro, tinha até o próprio restaurante, a loira amava a comida do pai, assim como todo mundo.
- Preciso de ajuda! - Francisco gritou para a surpresa de todos.
- Eu vou! - Disseram e ao mesmo tempo, para a surpresa de Rosa.
- Deixa o ir, preciso de ajuda com as cebolas - Rosa sorriu irônica para filha. sorriu timidamente para as mulheres e correu para o quintal.
- Agora a senhora admite que ele está estranho? - perguntou após pegar mais uma cebola para cortar.
- Como assim?
- Ele morre de medo do meu pai! E ele acabou de se oferecer para ajudá-lo.
- É o sogro dele, , você esperava o quê?
- Que ele se escondesse, que nem as outras vezes em que o meu pai pediu ajuda para ele na churrasqueira!
- Deixa o homem em paz, !
- Você sabe de algo.
- Claro que não! - Rosa respondeu um pouco alterada, estava conseguindo, iria extrair a informação da sua mãe - Vai ver onde o seu irmão está!
- Mas e as cebolas?
- Eu me viro com as cebolas, some daqui!
Definitivamente tinha algo de errado acontecendo, mas a espanhola agradeceu a sua mãe por tê-la pedido para ir atrás de seu irmão mais novo, Antônio iria contar para ela o que estava acontecendo.
- Te dou vinte euros - A loira disse entrando no quarto do menino, que jogava videogame.
- Por?
- Me contar o que está acontecendo, estou sentindo que estão todos escondendo algo de mim.
- Ah tá, nem se você me der uma camiseta autografada do David Beckham eu te conto. - O garoto sorriu ironicamente para a irmã e voltou a dar atenção ao videogame.
- É tão sério assim?
- É - O garoto de cabelos claros riu pelo nariz - Se eu te contar, o me mata.
- Tem certeza? Porque eu posso conseguir essa camiseta para você...
- Esquece, .
- Tentando chantagear o seu irmão? - pulou de susto ao ouvir a voz de – Vem, Antônio, o almoço está pronto.
- Graças a Zizou!
O garoto saiu correndo, mas antes, claro, pausou o seu videogame, passou esbarrando em e , o espanhol tinha uma mão na porta e outra na cintura e olhava timidamente para a loira, que tinha como sempre os cachos bagunçados.
- Seu cabelo...
- Foda-se o meu cabelo! - jogou as mãos para o alto, ao perceber que ela entraria naquele assunto tentou escapar, mas a espanhola foi mais rápida e o puxou para dentro do quarto e trancou a porta, olhou admirado para sua namorada - Me conta agora.
- ...
- Você está estranho.
- Não estou não! - se defendeu e colocou as mãos na cintura, gesto que não era comum dele.
- Está sim! Nós nem fizemos sexo ainda e eu cheguei da Inglaterra já faz dois dias! Eu estou na seca, !
- Podemos resolver isso agora - o espanhol disse engrossando a sua voz, isso deixava louca e ele sabia.
- Não muda de assunto... - A espanhola já tinha a voz falhada por conta das mãos do jogador que passeavam pelo seu corpo.
- O assunto não era você querendo que a gente se foda?
- Isso - praticamente gemeu após enfiar a sua mão para debaixo da sua saia - Quero dizer, não! Só depois.
- Depois do quê? - O espanhol perguntou enquanto lambia o pescoço da namorada.
- Depois que você me disser o que está me escondendo! - conseguiu voltar a si e empurrou para longe, a espanhola tinha as costas apoiadas na porta e precisou de um tempo para que a sua respiração voltasse ao normal - Me diz logo.
- Não é nada!
- É por causa da minha formatura? Você está com medo porque eu vou voltar a morar na Espanha? Está preocupado se o nosso relacionamento mudou?
- Agora eu estou - franziu a testa e revirou os olhos.
- Me conta!
- Você aguenta até depois do almoço?
- Então tem algo acontecendo?
- Se eu disser que sim, você me deixa em paz? - ergueu os braços e riu pelo nariz.
- Depois do almoço?
- Depois do almoço, eu prometo.
tentou não ficar ansiosa durante o almoço, mas era impossível, principalmente por causa dos olhares que recebia de seu irmão, dos seus pais e principalmente de , que agora já não a ignorava, o jogador fazia questão de ficar encarando a namorada e apontar para o relógio e dizer "calma". A espanhola se estressou quando seu pai resolveu pegar o violão e começar a cantar músicas, no melhor estilo flamenco, e eles ficaram por um bom tempo cantando e dançando. sentiu que o seu coração iria explodir quando se levantou e caminhou até ela, mas tudo que ele fez foi convidá-la para dançar. A espanhola sorriu timidamente para ele, já que sentia que o olhar do jogador sobre ela havia mudado, tinha muito mais intensidade lá. também percebeu isso, quando viu as pernas da namorada fraquejar ele decidiu que estava na hora.
A espanhola o olhou confusa quando ele se afastou dela e foi falar com Rosa , mas ela se acalmou quando viu a chamar com a cabeça, e com um gesto pediu para que ele a seguisse, os dois foram até o carro do jogador.
- Onde nós estamos indo? - A loira perguntou para ele, após o espanhol dar partida no carro.
- Triana – Ele simplesmente respondeu.
- Por quê?
- Porque foi lá que tudo começou.
não disse mais nada, sabia o que o namorado queria dizer. A espanhola sentiu o seu coração disparar, quando ele parou o carro e abriu um lindo sorriso para ela. A boca dele era sem dúvida alguma a parte favorita de .
- Você lembra como a gente se conheceu? - perguntou após soltar a mão da namorada, quando eles já haviam alcançado o meio da ponte.
- Na escolinha de futebol? - ergueu uma sobrancelha.
- Isso mesmo, tínhamos oito anos. Você era bem estranha, tinha o cabelo mais louco do mundo e a voz era bem grossa para uma menininha – revirou os olhos, ela sabia muito bem que antes da cirurgia nas cordas vocais a sua voz era bem masculina – E você jogava mais bola do que metade dos garotos que estavam na escolinha.
- Eu jogava melhor do que você – Ela provocou e riu pelo nariz.
-Verdade, e talvez seja por isso que todos os garotos se sentiam intimidados por você – se aproximou da namorada – Menos eu, assim que eu pus meus olhos em você eu me apaixonei, , desde a primeira vez.
- Só com oito aninhos? - riu, mas ela também estava emocionada e começava a sentir as lágrimas formarem em seus olhos.
- Você lembra que a gente costumava vir aqui nessa ponte todo dia depois do treino? E nós cuspíamos, no melhor estilo Titanic, e sonhávamos com o nosso futuro? - respirou fundo, antes de continuar – O futuro está aqui, , e eu sempre soube que queria passar o resto da minha vida com você. Hoje é dia 22 de abril, e talvez você não se lembre disso, mas faz exatamente dez anos desde a primeira vez que eu disse que queria me casar com você.
- Nós estávamos jogando bola e...
- E você estava reclamando que eu estava chutando fraco demais – O espanhol sorriu para namorada – Eu disse que iria me casar com você, mas na época você estava comprometida...
- Com o príncipe Harry – concordou sorrindo.
- Isso, e então você me disse que sim, nós iríamos nos casar, mas nos meus sonhos – tirou do bolso da frente da calça uma caixinha branca. já imaginava o que era desde o momento que saiu de casa, mas mesmo assim a garota ficou sem reação - E desde que eu estou com você tudo tem sido realmente um sonho, então, , você aceita casar comigo? - disse se ajoelhando e abrindo a caixinha
- Você lembra o porquê de nós virmos aqui nessa ponte todo santo dia? Eu queria ver o arco-íris, e apesar de ele aparecer raramente, você mesmo assim vinha aqui comigo todos os dias, mesmo sabendo que ele não ia aparecer. O seu amor por mim é como um arco-íris, apesar de estar nublado de vez em quando, você sempre está lá por mim. É claro que eu aceito apertar o seu nariz para o resto da minha vida.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Cruza essa bola direito, porra! - berrou após, mais uma vez, Luka Modric insistir em cobrar o escanteio curto, se tinha uma coisa que ela odiava no futebol era escanteio curto - Não vai brigar comigo porque eu disse um palavrão, Dona Rosa? - A espanhola se surpreendeu após não ouvir reclamações da sua mãe.
- Não, estou nervosa demais com esse jogo.
Se fosse em qualquer outro momento iria provocá-la, mas ela também estava nervosa, muito nervosa. Já passava do minuto noventa, os torcedores do Atlético de Madrid já comemoravam o primeiro título da Champions League do time. Mas apesar de tudo isso, ainda tinha esperanças, afinal, era Real Madrid que estava lá, a espanhola sabia muito bem que aquele time nunca se rendia, iria lutar até o fim.
olhou para baixo, seu filho mais velho estava sentado no chão e brincava com os cadarços do tênis dela. Murilo por muito tempo chorou, não queria ver o time do pai dele perder, mas tratou de acalmá-lo, mas depois a espanhola se perguntou: Quem iria acalmá-la?
- Outro escanteio. Não é possível - Rosa disse enquanto abraçava Daniel, que agora estava acordado em seu colo.
- É possível sim! Mas agora eles têm que cobrar essa merda direito! E eu espero que alguém cabeceie na direção do gol e não na...
não conseguiu terminar a sua frase, pois no segundo seguinte, após Luka Modric cruzar a bola com maestria até a pequena área, a bola havia entrado no gol dos colchoneros. Era gol do Real Madrid. Os merengues conseguiram empatar. Mas não era isso que tinha deixado sem palavras, mas sim o autor do gol.
- Foi o papai que fez o gol, mamãe!
ouviu Murilo dizer após ele se levantar e começar a pular. A espanhola se apoiou no encosto de metal que havia ali e respirou fundo. Nem em seus melhores sonhos ela poderia imaginar aquilo. Com a cabeça baixa, a espanhola pôde ver a sua mãe comemorando com as outras esposas dos jogadores. A espanhola respirou fundo mais uma vez e ergueu a cabeça na direção no campo, e o que ela viu a surpreendeu.
- Opa, peraí – disse chamando atenção de Rosa – A senhora viu aquilo? A senhora viu como o comemorou o gol, mãe?
- Chorando?
- Ele balançou os braços, como se tivesse um bebê neles – arregalou os olhos – Você contou para ele!
- É claro que não, ! - Rosa disse brava e a espanhola mais nova logo percebeu que de fato não havia sido ela – Você me pediu segredo e eu guardei o segredo.
- Ok, me desculpa. Mas como ele descobriu? - sentia que a sua cabeça iria explodir por conta dos muitos pensamentos que ela tinha – Quero dizer, só pode ser isso, né? Não tem mais ninguém na família grávida. Tem, mãe?
- Não, não tem filha. Eu sinceramente não sei por que você está surpresa. Estamos falando do , , depois de mim, não tem ninguém nesse mundo que te conheça igual a ele. É lógico que ele já sabia da sua gravidez.
nada respondeu, sabia que a sua mãe estava certa. A espanhola se achou boba por ter tido insegurança e não ter contato logo de cara para o seu marido. já deveria saber há um bom tempo, ele era o tipo de marido que percebia quando a esposa mudava a cor das unhas. sem perceber começou a sorrir, foi como se um peso fosse retirado das suas costas, peso que ela nem sabia que carregava. A espanhola preferiu deixar os seus pensamentos de lado e focou em seu filho mais velho, que mais uma vez pulava sem parar. se aproximou dele e o puxou para um abraço e sussurrou em seu ouvido.
- Eu tenho certeza de que o Bale vai fazer o próximo gol.
Como Murilo já havia aprendido minutos antes, sua mãe estava certa. Ela sempre estava.
11 de julho de 2010 – Jonesburg, Africa do Sul.
- , pelo amor de Deus, você precisa amamentar o seu filho!
A espanhola respirou fundo antes de se virar e ir junto com a sua mãe até a parte mais calma da área VIP do estádio FNB, conhecidos por muitos como Soccer City. se sentou na cadeira e pegou seu filho no colo, sua mãe sorriu antes de começar com o sermão.
- Eu ainda acho que foi loucura vocês terem vindo para cá.
- Mãe! É a final da copa do mundo! Espanha nunca ganhou uma! – se controlou ao ver a sua mãe revirar os olhos - Nós estamos bem.
- Não, não estão! - Rosa ergueu as mãos para cima, antes de sentar ao lado de sua filha – Se soubesse disso...
- Mas ele não sabe, porque isso é uma surpresa, mãe!
- Que ideia de surpresa eim, filha! – A senhora desviou o olhar da mais nova – Ele só tem três meses, .
- Eu sei quantos meses o meu filho tem! - A espanhola disse num tom mais rude, o que fez a mais velha cruzar os braços – Olha, mãe, eu sei que você ainda está chateada com o fato de eu ter casado grávida...
- Não é nada disso...
- Eu sei que é, mãe! - se contorceu após sentir Murilo morder um dos seus seios - Não foi planejado, mas aconteceu! E nós estamos bem...
- Apenas acho que vocês são novos demais, vocês nem tiveram tempo de aproveitar a vida de casados a dois!
- Eu já tenho vinte e quatro, mãe, e eu conheço o há tanto tempo, ele queria tanto esse filho, e eu também! Murilo vai ser muito amado e bem cuidado, dona Rosa, a senhora vai ver.
- Ok, eu acredito, , mas trazer ele para cá foi loucura, filha!
- Não foi não, o Murilo não ia querer perder a chance de ver o pai dele ganhar a copa do mundo na África do Sul, não é, meu anjo? - A espanhola disse sorridente enquanto fazia carinho na barriga do seu filho que estava em seu colo.
- Você não sabe se eles vão ganhar, ...
- É lógico que vão, mãe! Leva esse seu pessimismo para lá - suspirou após sentir Murilo relaxar em seu colo – Acho que ele está satisfeito.
- Ele vai dar trabalho – Rosa sorriu para sua filha – Assim como você me deu.
- E você está adorando isso, não está?
Rosa não teve chance de responder. As duas espanholas se levantaram rapidamente após ouvirem gritos vindos do estádio. sentiu o seu coração disparar e por um momento se sentiu presa ao chão, sem conseguir se mover. Antonio veio correndo na direção das duas e parou ao perceber que elas estavam em choque.
- Foi gol da Espanha ou da Holanda? - perguntou.
- Anda, desembucha menino! - Rosa disse assustando o seu filho mais novo.
- Espanha! Iniesta que fez! - Antônio abriu um sorriso e correu para os braços da mãe.
sorriu para os dois e depois para o seu bebê, que começou a chorar em seu colo. Mas ela sabia que o choro era de felicidade. Espanha era campeã do mundo.
As famílias de e de desceram até o gramado e ficaram esperando por um tempo até que os jogadores ganhassem as suas medalhas e Iker Casillas erguesse a taça da copa do Mundo. Foi tempo suficiente para que Murilo dormisse nos braços da mãe. abriu um lindo sorriso quando viu os jogadores da Espanha voltando para o gramado, ela logo reconheceu , que já tinha o olhar atento nas arquibancadas. Foi seu irmão Rene que conseguiu chamar a atenção do jogador, e assim eles desceram para o gramado.
segurou o riso ao ver a cara de espanto do marido quando enfim ele a viu. A espanhola preferiu ficar por último na fila para cumprimentá-lo, pois queria ter mais tempo com ele.
- o que você está fazendo aqui? - disse após bagunçar o cabelo de Antônio.
- Surpresa! – A espanhola gritou, mas se arrependeu quando começou a ouvir o grito do seu filho – Ah não, Murilo!
- Dá ele aqui para mim – pegou seu primogênito dos braços de sua esposa e o menino logo se acalmou, o jogador sorriu para a sua esposa que os olhava com orgulho – Você não apertou o meu nariz.
- Você não precisa que eu aperte o seu nariz toda vez – sorriu e se aproximou de , que a abraçou pela cintura antes de lhe dar um beijo demorado – Uh, você está nojento.
- Seu cabelo também já teve dias melhores – O jogador provocou e sorriu quando a esposa revirou os olhos e ergueu os braços.
- Ó, escuta aqui! Esse menino dá muito trabalho, você tem noção do quanto de fraldas eu já troquei hoje? - não quis saber a resposta, ele já a estava beijando de novo. também desistiu de reclamar, ela estava feliz demais para isso.
segurou na mão de sua esposa e juntos eles foram dar uma volta pelo gramado do estádio FNB, Murilo estava acordado e tinha os olhos azuis bem abertos enquanto o seu pai pegava a taça de campeões do mundo para tirar uma foto. sorriu para enquanto o jogador tentava colocar o bebê sentado nela, o que não deu certo, mas apesar disso a espanhola teve certeza de que as fotos estavam ótimas. E ela se emocionou ao perceber o quão feliz o seu marido estava.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- É tão injusto, eu queria me lembrar da copa do mundo! - Murilo disse cruzando os braços e fazendo bico, apertou a bochecha do seu filho antes de responder.
- Você era muito novinho, filho, mas agora você tem uma final para se lembrar...
- É, e o Dani não vai conseguir lembrar nada dessa! – Murilo sorriu sapeca para a sua mãe, que revirou os olhos.
-Ah, eu vou fazer questão de lembrá-lo, e vou dizer que ele me fez trocar a fralda dele dez vezes – se sentiu boba quando percebeu - Lá Décima, acho que o seu irmão deu sorte para o time.
Murilo gargalhou junto com a sua mãe, eles estavam sentados no gramado, o menino estava no colo da mãe e eles estavam assistindo os jogadores erguerem a taça da Champions League, a primeira de , sentiu um déjà vu e sorriu para o seu filho.
- Sabe – Ela começou e Murilo logo virou a cabeça na direção da mãe - Você também deu sorte para o seu pai quando ele ganhou a Copa do Mundo com a Espanha.
- Como? - O moreno perguntou enquanto mordia a ponta do seu dedo.
- Seu pai não sabia que nós estávamos lá. Eu fiz uma surpresa para ele, voei para África do Sul só para vê-lo jogar. Sua avó quase me matou por causa disso.
- Papai me disse que você não apertou o nariz dele antes daquele jogo, e por isso ele teve medo.
- Seu pai é um tonto – virou o seu filho de frente para ela – Eu só aperto o nariz dele porque é torto! - A espanhola mostrou a língua para o seu filho, que caiu na gargalhada, mas ele parou do nada, assustando a espanhola – O que foi, meu anjo? - perguntou quando o viu levantar do seu colo rapidamente.
gritou quando sentiu alguém colocar as mãos em sua cintura e erguê-la do chão. A espanhola xingou quando viu quem era e deu tapas fortes nas costas do marido, que sorria feito um bobo.
- Cuidado com o...
- Bebê? - Perguntou erguendo uma sobrancelha, a espanhola sentiu as suas bochechas esquentarem.
- Há quanto tempo você sabe?
- Há um bom tempo – Ele sorriu para ela e correu na direção do filho mais velho - Está tudo bem, , eu sei que você ficou assustada. Afinal, o Murilo – disse enquanto beijava a barriga do seu filho mais velho, o fazendo rir – e o irmão dele já nos dão trabalho o suficiente. Mas eu acho que nós dois damos conta de mais um.
- Uma – prendeu o sorrido.
- Hm? - perguntou confuso, mas logo entendeu - É uma menina? - A espanhola concordou com a cabeça - Ouviu isso, Murilo? Você vai ganhar uma irmãzinha!
- E isso é legal? - Perguntou o menino, fazendo a sua mãe revirar os olhos e o pai dar risada.
- Claro que é, filho, a Marisol...
- Não! - disse com firmeza – Você não vai escolher o nome da nossa filha.
- Por que não? - perguntou ofendido.
- Porque você só escolhe nome brega!
- Lógico que não!
- Lógico que sim! Você queria que o Murilo se chamasse Jr!
- Ele tem cara de Jr...
- Não começa - disse erguendo uma sobrancelha, o que fez o seu marido sorrir.
- Seu cabelo está uma bagunça, coração - Ele disse se aproximando e ela sorriu, já entendo a intenção do jogador – Ele nunca esteve tão bonito.
jogou os braços no pescoço do marido e partiu para a boca dele, a parte favorita dela. Ela sabia muito bem que podia fazer milagres com aqueles lábios. A espanhola bufou quando sentiu uma cutucada em sua bunda, e pelo tamanho da mão, percebeu que não era de .
- Fala, filho – A espanhola se soltou do jogador, que jogou a cabeça para trás, sorrindo.
- Vocês são nojentos, mamãe - Murilo disse fazendo sorrir – A vovó está chamando, acho que o Dani acordou.
- Ótimo! - bateu palmas – Agora podemos tirar a foto com a taça!
pegou Daniel no colo e deu a mão para o seu filho mais velho, que estava totalmente uniformizado com uniforme do Real Madrid. Após tirarem várias fotos, pegou seu filho mais novo no colo e deixou correr com Murilo pelo gramado, eles pararam no gol e então Marcelo apareceu e se ofereceu para ser o goleiro. sorriu para Clarice, que pedia para o seu filho Enzo tomar cuidado, a brasileira se aproximou e sorriu para amiga.
- Ainda não acredito que os nossos maridos fizeram gol.
- Fizeram lindos gols – sorriu para ela.
Clarice se ofereceu para segurar Daniel quando assobiou para , a chamando para jogar também, o jogador pôde ver o brilho nos olhos da esposa quando ela veio correndo em sua direção e expulsou Marcelo do gol, a goleira ali era ela.
- Ei! - gritou para Enzo e Murilo, que estavam brincando de pênalti – Chuta com mais força! Eu aguento.
jogou a cabeça para trás ao ouvir aquilo. Ele sabia que a sua esposa aguentava qualquer coisa, só não aguentava estar errada.
- Precisamos dar mais comida para o Murilo – disse após sentar ao lado de , que tinha um dorminhoco Daniel em suas pernas – O chute dele nem fez cosquinhas em mim.
- ! – a repreendeu, o que fez a esposa sorrir – Você acha que ele ainda quer a camiseta do Bale?
A espanhola sorriu para o jogador e depois voltou o seu olhar para o seu filho mais velho, que corria pelo gramado sendo acompanhado por Enzo, Ivano, filho de Luka Modric, e por Jontxu e Anne, filhos do Xabi Alonso.
- Não, acho que ele vai ficar feliz com a camiseta do pai – Ela disse enquanto apoiava a sua cabeça no ombro do marido – Eu nem te dei os parabéns pelo seu gol...
- Ah – sorriu de lado – Eu quero os seus parabéns mais tarde...
- !
- Relaxa, , Dani está dormindo – O jogador disse enquanto passava as mãos pelo cabelo loiro do filho mais novo.
- Ele está esgotado de tanto fazer cocô – Ela brincou e riu pelo nariz - Então... O que vai acontecer mais tarde?
- Você escolhe, coração - disse num tom mais safado, causando arrepios em sua esposa.
- Então você já sabe.
- Meu sexo oral é assim tão bom? - Ele sorriu para a espanhola, que tinha as bochechas coradas.
- Você não tem ideia, coração - piscou para , que mordeu os lábios - Mas sobre o seu gol – caiu na gargalhada quando percebeu que a sua esposa realmente queria entrar naquele assunto.
- O que tem ele?
- Eu ainda não acredito que você o fez – disse e ergueu uma sobrancelha.
- Você precisa colocar mais confiança em mim, amor – disse após tirar um cacho que caía no rosto da espanhola – Eu te prometi que ia fazer um gol, não prometi?
- Prometeu - sorriu para ele e jogou a sua cabeça para o lado – Mas tinha que esperar até o minuto 93?
- É para ter mais emoção.
andava apressada pelos corredores do Estádio da Luz, ela estava atrasada e sabia disso. Mas não fora sua culpa, afinal, é impossível controlar o intestino de um bebê, e a espanhola tinha quase certeza de que seu filho mais novo, Daniel, estava fazendo de propósito. Ah, aquele menino adorava tirar a mãe do sério.
A espanhola se assustou ao ouvir o toque do seu celular, e ao ver quem era, ela apressou mais ainda os seus passos. Ela tinha que falar com antes do jogo começar, era a tradição do casal. sorriu contente ao identificar um dos seguranças do time quando, por fim, encontrou o corredor que levava até os vestiários, o homem forte sorriu para espanhola que retribuiu, o seu marido já deveria ter avisado a todos os seguranças que ele estava à sua espera.
Ela conhecia muito bem , sabia como a cabeça dele funcionava antes de um jogo. era perfeccionista quando se tratava de sua carreira como professora, e era a mesma coisa quando se tratava de futebol.
A jovem espanhola segurou com força o bebê em seu colo e rumou para a porta do vestiário, mas parou no mesmo instante, teve medo de encontrar algum jogador pelado, escolheu ficar ali, mesmo sabendo que o seu marido seria o último a sair. Mas por sorte Xabi Alonso, que era amigo íntimo do casal, foi um dos primeiros a sair e logo foi ao encontro da espanhola.
- ! Como é bom te ver, como vai Dani? - O jogador disse enquanto brincava com os pés do bebê, o menino gargalhou, fazendo sorrir também.
- Dando trabalho para mãe dele, como sempre - forçou um sorriso.
- Idêntico ao pai.
- Xabi, você sabe me dizer se o ainda está lá dentro?
- Está sim, quer que eu o chame? - O jogador espanhol perguntou apontando a sua mão esquerda em direção à porta do vestiário.
- Por favor.
sorriu para o jogador, que rumou de volta ao vestiário, a espanhola cumprimentou alguns membros técnicos que conhecia, além de falar com os jogadores que eram amigos do seu marido, ela sabia o quanto todos eles haviam trabalhado para estarem lá, na final da Champions League.
- Entregue - Alonso disse bem-humorado para o casal, após levar até a sua esposa.
- Muito obrigado, Xabi, e eu sinto muito por você não poder jogar - A espanhola se apressou em dizer.
- Eu também, mas tenho certeza de que o time irá se dar muito bem, vamos ganhar - O jogador espanhol disse convincente e depois se despediu com um aceno de cabeça e se dirigiu até a arquibancada, onde iria ficar durante o jogo.
- Coração - a cumprimentou com um beijo demorado na testa, e depois sorriu para o seu filho mais novo que estendeu os braços em sua direção, o jogador logo o pegou e puxou a esposa para um abraço - Tudo certo?
- Ah, tudo certo, tirando o fato de que o Daniel está fazendo cocô a cada cinco minutos - A espanhola brincou, fazendo o seu marido sorrir.
- Ele está igual ao pai então - ergueu o seu filho no alto e encheu a sua barriga de beijos, fazendo o garotinho dar risadas histéricas.
- Não precisa ficar nervoso, amor, vai dar tudo certo - o tranquilizou enquanto passava a mão no braço do marido, que respirou fundo antes de falar.
- Eu sei que vai - o jogador sorriu e beijou delicadamente os lábios da sua esposa, antes de voltar a atenção para o seu filho que puxava os seus cabelos - Cadê o seu irmão, Dani?
- Lá em cima com a minha mãe - respondeu enquanto passava as mãos no cabelo do marido, ajeitando - Ele até quis descer, mas eu disse para ele ficar. E por falar em Murilo, você vai ter que conseguir a camiseta do Bale para ele.
- Ah ótimo - jogou a cabeça para trás sorrindo - A camiseta do pai não serve?
- Você é o jogador mais rápido do mundo?
- Não.
- Então não, tem que ser a do Bale - revirou os olhos e riu.
- Como que um moleque de quatro anos consegue mandar na gente?
- Culpa sua, você dá tudo que ele quer! - disse colocando as mãos na cintura.
- Ah eu? Quem foi que deu para ele um pula-pula semana passada?
- Você sabe muito bem que eu não comprei o pula-pula para ele! - a espanhola disse fazendo uma careta, o que fez seu filho e marido rirem.
sorriu para esposa antes de lhe dar mais um beijo, dessa vez mais significativo, e sabia o porquê, estava na hora. Pegou Daniel do colo do jogador e apertou o nariz do seu marido, ela sempre fazia isso antes de um jogo importante e ele adorava. A primeira vez que havia feito isso eles tinham apenas oito anos, e na época ela fazia para implicar com o nariz torto de , com o tempo virou algo muito mais íntimo e especial, era a tradição do casal.
- Faz um gol para mim - disse com lágrimas nos olhos.
- Vou fazer - piscou para a sua esposa e se juntou ao restante dos jogadores na fila para entrar no gramado. respirou fundo antes de rumar de volta para a área VIP e ir ao encontro de seus familiares.
22 de abril de 1999 – Sevilha, Espanha.
- Chuta com mais força, ! Eu aguento!
teve que segurar a risada ao ouvir pela milésima vez reclamando que ele não estava chutando a bola direito. O jovem jogador respirou fundo antes de pegar a bola e colocá-la na linha do pênalti, antes de se preparar para chutar mais uma vez; Encarou a garota à sua frente, que estava com luvas de goleiro muito maiores que as suas mãos, o espanhol sentiu o seu coração derreter ao perceber o estado que a garota se encontrava.
estava com um shorts velho de ginástica preto, cheio de manchas marrons por conta das vezes que a garota se jogara no chão para defender o gol. A sua blusa do Real Madrid estava no mesmo estado, imunda e acabada, mas apesar disso, insistia em usá-la, o espanhol sabia o quanto aquela blusa significava para ela e achava bonito (e engraçado) o fato dela esconder da mãe dela toda vez que Rosa tentava dar o fim àquela blusa.
- Vamos logo, ! Eu não tenho o dia todo!
- Seu cabelo está bagunçado - disse para implicar com a loira.
- Quem liga para o meu cabelo? - revirou os olhos e o jogador teve vontade de responder "Eu ligo para o seu cabelo, é a minha parte favorita de você", mas se segurou, sabia que se desse mais uma vez em cima da garota acabaria levando um chute no seu saco.
- Está pronta? - perguntou erguendo uma sobrancelha e sorriu ao ver os olhos de brilhar.
- Eu nasci pronta!
E então ele chutou a bola e defendeu com facilidade, mais uma vez, o que fez a garota se revoltar e chutar a bola de volta, acertando em cheio o estômago do jogador. marchou em sua direção e empurrou o jogador ao chão, que caiu de costas, começou ao rir quando percebeu que a garota estava sentada nele.
- Por que você não chutou a bola direito? - A espanhola cruzou os braços e encarou o jogador, que sorriu e colocou casualmente a sua mão na cintura da garota.
- Porque da última vez que eu chutei direito eu quebrei o seu dedo!
- E daí? Nem doeu, e eu nem liguei.
- Você pode não ter ligado, mas seu pai ligou! - suspirou e sorriu para , que ergueu uma sobrancelha desconfiada - Você está muito bonita.
- E você está fedendo.
- Estou a fim de te beijar de novo...
- Nem vem, ! Sou comprometida! - disse se levantando, mas foi impedida por ele que agarrou o seu tornozelo e a jogou de volta no chão, só que dessa vez o espanhol estava por cima.
- Comprometida? Com o príncipe Harry? , ele nem sabe que você existe...
- Ainda - A espanhola sorriu convencida, fazendo revirar os olhos - Eu vou me casar com ele.
- Não vai não. Ele não pode se casar com alguém que não é inglesa!
- Quem disse isso? - cruzou os braços.
- A realeza britânica, você devia pesquisar mais...
- Não enche, ...
- Você vai casar comigo, .
- Vou sim - o empurrou e mais uma vez a garota estava por cima - Nos seus sonhos.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Como ele está?
se virou para sua mãe e suspirou enquanto arrumava o cabelo de Daniel, olhou de relance para o seu filho mais velho que estava agitado pulando no chão de frente ao grande vidro que tinha vista para o gramado.
- Com dor de barriga.
- Ah, então ele está bem - Rosa sorriu para a filha que começou a rir.
- Eu ainda não contei para ele - disse tensa e Daniel percebeu e começou a chorar - O que essa criança tem hoje?
- Vem cá Dani - A mãe de pegou seu neto, e como uma boa avó o fez parar de chorar rapidamente - Você conta depois, filha, sem pressa.
- Murilo, sossega! Vai ficar todo suado! - repreendeu o filho mais velho que virou assustado para a mãe – Vem, senta aqui, quando o jogo começar você pode voltar a pular.
- Papai vai pegar a camiseta do Bale para mim, mamãe? - O garoto moreno perguntou enquanto se sentava.
- Ele vai tentar, mas algo me diz que você vai querer a camiseta do seu pai depois desse jogo - sorriu para o filho.
- Por quê? - Murilo piscou os olhos várias vezes, como sempre fazia quando estava curioso, a espanhola se derreteu com os olhos azuis de seu filho.
- Porque tenho certeza de que o seu pai vai ser o homem mais importante desse jogo!
- Você diz isso em todo jogo, mamãe - Murilo voltou a se levantar, mas o puxou de volta, para sentar em seu colo dessa vez.
- Para mim ele sempre é o mais importante - A espanhola beijou a bochecha do seu filho e ele se virou de frente para ela com os olhos atentos novamente - Mas dessa vez, filho, seu pai vai fazer um gol.
- Como você sabe, mamãe?
- Porque ele me prometeu.
14 de Maio de 2005 - Sevilha, Espanha.
sentia que o seu pulmão iria estourar, ele era um ótimo corredor, sempre amou correr, mas naquele momento ele sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Seu treinador tinha lhe dado dez minutos, e ele teria que cumprir.
Suspirou aliviado ao alcançar o último degrau da escada que levava até a área mais nobre do Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, sorriu ao reconhecer o cabelo de sua mãe e sentiu o seu coração relaxar, se aproximou com mais calma, mas ao perceber que a garota de cabelos loiros, cacheados e bagunçados não estava lá, sentiu o seu coração disparar mais uma vez.
- Cadê a ?
- ! O que você está fazendo aqui? Deveria estar se preparando para entrar no gramado! - Paqui , sua mãe, disse brava para o filho.
- Cadê a ? - O jogador voltou a perguntar, fazendo com que seus pais revirassem os olhos.
- Foi ao banheiro, filho - Foi seu pai que respondeu.
- Obrigada!
O espanhol voltou a correr e abriu um sorriso quando encontrou o banheiro logo de cara, ele parou por um momento, preocupado. E se tivesse outras mulheres lá dentro? Ele não se importou, era a única mulher que importava para ele.
Com um estrondo, o jogador abriu a porta do banheiro e sorriu ao dar de cara com lavando as mãos. A garota se assustou com o barulho e jogou água em seu rosto, sem querer. Ela revirou os olhos ao constatar que era apenas ali.
- O que você quer? - A loira disse de mau humor, se virando para ele. Ela cruzou os braços, o que acabou realçando os seus peitos graças ao seu decote, sorriu de lado.
- Você não apertou o meu nariz.
- Eu não vou apertar o seu nariz, o jogo é contra o Real Madrid - A espanhola deu de ombros após ver bufar.
- Qual é, , você ainda está chateada por conta das fotos?
- Que fotos? - arregalou os olhos - Ah, você está falando das fotos em que o meu namorado aparece pelado com apenas uma chuteira tampando as coisas que só eu devia ver?!
- Namorado? - abriu um sorriso convencido e se aproximou da espanhola, que fechou os olhos ao perceber a sua gafe.
- Quis dizer amigo.
- Ah, , não adianta tentar esconder, eu sei que você está doidinha por mim - colocou as suas mãos na cintura da garota.
- Não estou mais depois daquelas fotos - A espanhola o empurrou pelos ombros - Você não deveria estar se preparando para entrar em campo?
- Estou esperando a minha namorada apertar o meu nariz.
- Ex-namorada.
- Uou - começou a rir - Como posso ser ex se você nem aceitou a namorar comigo ainda?
- E nem vou - voltou a empurrá-lo, mas foi mais rápido e se aproximou de novo, dessa vez a levantando e fazendo com que a garota se sentasse na pia, a espanhola deu um grito de surpresa e o jogador sorriu, ele havia conseguido, ela estava encurralada.
- Vai sim, - puxou a cabeça da garota para baixo e começou a beijá-la. O jogador suspirou quando, enfim, a garota relaxou. passava as unhas nas costas do jogador, ele sorriu quando ela deixou a boca dele de lado e começou a dar atenção ao seu pescoço, apertou com força a bunda da espanhola, que pulou surpresa - Você aceita ser a minha namorada?
- O que eu ganho com isso? - A espanhola jogou todo o seu cabelo para o lado esquerdo, ela sabia que adorava quando ela fazia isso.
- Muitas coisas, mas o que eu posso te dar hoje é um gol - sorriu e revirou os olhos, com a mão direita a espanhola abriu a torneira e jogou água nele. O jogador se assustou e tirou as mãos dela.
- Ah tá né, eu não quero que você faça um gol contra o Real Madrid! - A garota pulou da pia e voltou a cruzar os braços, riu nervoso. Ele estava ferrado.
- Se eu fizer um gol, você vai ter que aceitar a namorar comigo - também cruzou os braços - Eu tenho algo para te contar, mas vai ter que ser depois do jogo.
- Se você fizer um gol E conseguir a camiseta do Zidane para mim - abriu um lindo sorriso - Eu aceito namorar com você.
- Aperta o meu nariz, - também sorriu.
- Promete que vai fazer o gol? - A espanhola se aproximou aos poucos, observando o jogador.
- Prometo, coração.
apertou o nariz do e ele sorriu, em um rápido movimento, ele a ergueu no alto e quando colocou ela de volta ao chão, beijou com carinho sua testa, depois disso o jogador saiu correndo. Ele já estava atrasado, e ferrado, sabia disso, mas valeria apena, porque agora ele sabia que iria arrasar na partida e que iria fazer um gol. Porque se ele fizesse tudo isso, iria ser a sua namorada.
O jogo foi muito mais emocionante do que todos esperavam, estava dividida. Real Madrid era o time do seu coração, a espanhola, apesar de ter nascido e ter sido criada em Sevilla, sempre torceu para o time da capital espanhola, e a responsável por isso era a sua tia. Quando ainda era um bebê, sua tia Juliana lhe deu uma camiseta gigante do Real Madrid, a espanhola tinha essa camiseta até hoje, e apesar de sua mãe já ter tentando jogar fora inúmeras vezes por conta do estado em que a blusa se encontrava, não deixava, ela amava aquela camiseta e amava o Real Madrid, mas também possuía um carinho enorme pelo time da Andaluzia, e o culpado era .
O safado do que havia marcado um gol e, o melhor, trocara a sua camiseta com Zinedine Zidane. teve que controlar as suas emoções quando o viu se aproximar, sem camiseta, suado e totalmente gostoso. Os pais dos jogadores o cumprimentaram primeiro, apesar do empate o resultado havia sido bom para o time de Sevilla.
sentiu as suas bochechas corarem quando voltou a encará-la, ele se aproximou e sorriu para ela. tirou do seu ombro a camiseta que havia pegado do Zidane e jogou para , a espanhola a pegou no susto, mas não deu muita atenção para a sua nova relíquia, o homem à sua frente lhe interessava muito mais.
- Eu fiz um gol - sorriu.
- Você fez um gol - também sorriu.
- E consegui a camiseta do Zizou.
- E conseguiu a camiseta do Zizou.
- Você aceita ser a minha namorada agora?
- Eu aceito ser a sua namorada agora.
gargalhou quando a ergueu no alto, ele encheu o seu corpo inteiro de beijos, antes de colocá-la de volta ao chão, o jogador ainda a mantinha presa em seus braços. encarou a imensidão azul que eram os olhos da espanhola, antes de dizer:
- Eu te amo, .
- Ah, eu sei disso - A espanhola sorriu e começou a fazer carinho nos cabelos longos do jogador - Eu sei disso há muito tempo, você sempre deu na cara. E adivinha? Eu também te amo.
puxou ela para um beijo cheio de carinho e de paixão. Eles estavam tão felizes que haviam esquecido que tinham pessoas em volta.
- Ah olá, Rene, como vai? - sorriu para o irmão, ainda estava presa em seu aperto, mas a espanhola não se importou.
- Já contou a novidade? - O mais velho perguntou.
- Ah é! Você tinha algo para me contar! - se soltou do aperto do e só então lembrou da camiseta do Zizou que estava em torno do seu pescoço, a espanhola a observou com os olhos brilhantes e sorriu para o namorado que já estava a encarando há algum tempo - Ah ok, certo, a novidade.
- O vai ser jogador do seu time a partir da temporada que vem, - Rene disse encarando a espanhola, que abriu a boca surpresa demais.
- É sério isso? - A garota perguntou a , que sorria bobamente para ela.
- Seríssimo - O espanhol respondeu.
- Você não está fazendo isso só por causa de mim, né? Porque se for...
- Claro que não, , eu acho que vai ser muito bom para a minha carreira, Real Madrid é um grande time...
- É o melhor time - A espanhola sorriu para ele - Você vai jogar ao lado do Zidane, Beckham, Raúl, Roberto Carlos e do Casillas! Que sonho!
- É, eu acho que ela gostou da novidade - Rene sorriu para o irmão, que concordou.
- Espero me dar bem lá - se aproximou da namorada, que o abraçou pelo o pescoço.
- Eu tenho a impressão de que você vai se dar muito bem lá - sorriu, antes de dar um beijo no novo jogador do Real Madrid.
24 de Maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Você deve estar de brincadeira comigo!
- , se acalma – Rosa segurou na mão da filha que estava de pé.
A espanhola olhou para a sua mãe, que tinha um sonolento Daniel em seu colo, e depois olhou para seu filho mais velho, que encarava a mãe com os olhinhos cheios de lágrimas. se abaixou para ficar na altura do filho, apertou as suas bochechas antes de começar a falar.
- Está tudo bem, meu anjo.
- Estamos perdendo, mamãe - Murilo disse enquanto mordia a pontinha do seu dedo, era uma mania do menino, costumava fazer a mesma coisa quando era pequeno.
- Nós vamos dar um jeito, você vai ver, papai vai dar um jeito.
pegou o seu primogênito no colo e se levantou, ela voltou a encarar o gramado. Ela tinha que se controlar, pelos seus filhos, mas era difícil, ainda mais quando o seu time havia levado um gol tão bobo como aquele, em uma falha, mas a espanhola havia aprendido que não deveria culpar ninguém, erros eram normais, aconteciam com todo mundo. Era preciso paciência e acima de tudo perseverança.
- Papai vai dar um jeito? - Murilo perguntou para a sua mãe. apertou mais o menino em seu colo e deu beijo demorado no topo da sua cabeça.
- Papai sempre dá um jeito.
30 de junho de 2006 - Madrid, Espanha.
- Você está me ignorando, loira.
- Não estou não.
olhou para , que estava ao seu lado, ele tinha o braço esticado sobre o encosto do sofá e fazia carinho no cabelo da espanhola. Ele a encarava com aquele olhar que ela odiava, sabia que tinha algo de errado e não sossegaria até que ela contasse.
- Você é um saco.
- Eu também te amo.
- Nós somos felizes aqui, né? - perguntou para ele, o espanhol estranhou a pergunta, ele se ajeitou no sofá, para ficar mais confortável e poder encará-la, sua mão continuou no cabelo dela, de alguma forma ele sabia que o seu carinho seria importante para ela.
- Lógico que somos, por que a pergunta?
- Eu fui aceita em Oxford.
não o encarava, ela sabia que ele estaria sorrindo e isso para ela não era algo bom.
- Isso é ótimo, meu amor! É o seu sonho! - se ajoelhou de frente para ela – Por que está chorando ?
- Porque a faculdade fica em outro país! Eu vou estar longe de você!
- Isso não é um problema...
- Lógico que é! Nós estamos felizes aqui em Madrid!
- Nós vamos continuar felizes, mesmo que eu esteja aqui em Madrid e você esteja na Inglaterra! , olha para mim – colocou as suas mãos no rosto da garota e a fez encará-lo, o espanhol respirou fundo antes de beijá-la - É o seu sonho, você deseja isso desde os onze anos. Você sempre me apoiou, , nunca me deixou desistir, e eu vou fazer o mesmo com você.
- Nós vamos continuar juntos?
- Olha só! Nem parece a garota que demorou cinco anos para admitir que estava apaixonada por mim – brincou e recebeu um tapa de como resposta, mas o jogador sorriu ao perceber que havia conseguido fazê-la parar de chorar – Você lá e eu aqui não vai mudar nada, .
- Quem vai ficar com o Buddy? - a espanhola perguntou, se referindo ao cachorro que estava deitado no outro sofá e encarava os seus donos com atenção.
- Você está preocupada com isso? - perguntou, cruzando os braços.
- Você não? - A loira também cruzou os braços.
- Vamos dar um jeito, .
- Promete?
- Prometo.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Ah, ele cagou de novo – disse após sentir o bumbum do seu filho esquentar novamente.
- Olha a boca, filha! - Sua mãe a repreendeu apontando para Murilo, mas o menino não estava prestando atenção na conversa das mulheres, estava mais interessado no seu Lego.
- Vou ir trocar, aproveitar que o segundo tempo ainda não começou.
A loira disse e se levantou com o filho mais novo no colo. Ele era uma gracinha, as bochechas gordas que nem o irmão, mas ao contrário do filho mais velho, o menor tinha os olhos castanhos do pai, mas o cabelo era da mãe, bem loirinho.
A espanhola abriu a porta do banheiro e sorriu ao se deparar com Clarice, a esposa do Marcelo e grande amiga de , foi a risada de Daniel que chamou a atenção da brasileira, que os olhou sorrindo.
- Fez cocô de novo, Dani?
- Claro que sim, tia, estou nervoso com o jogo e já que não sei falar demonstro a minha preocupação assim, minha mãe adora – disse imitando uma voz de criança, Daniel achou graça ao ver a sua mãe falar naquele tom, o bebê começou a gargalhar fazendo com que as duas moças também rissem.
- Ele está com quantos meses? - A brasileira perguntou se aproximando de , que já colocava Dani no trocador.
- Dez – a espanhola respondeu e arregalou os olhos, depois que abriu a fralda do seu filho e sentiu o "doce" aroma que saiu dela – Nossa senhora, Dani, não vou te dar mais essa papinha.
- O Enzo era assim também - Clarisse voltou a falar enquanto ia ajudando na tarefa de trocar a fralda – Eram oito fraldas por dia, no mínimo.
- Eu estou grávida de novo - disse de repente, surpreendendo Clarice.
- Que incrível!
- Eu ainda não contei para o , e eu já sei há dois meses - Ela se virou para a morena ao seu lado - E eu não sei o porquê.
- Medo?
- Medo do quê? É o ! Não tem ninguém nesse mundo que me conheça e que me ame que nem ele!
- Acho que então o problema é você, , você está com medo?
- Estou apavorada - A loira admitiu. Com um gesto Clarice pediu para que ela se afastasse, a brasileira terminou de trocar a fralda de Daniel e pegou o menino no colo, voltou então sua atenção para a espanhola, que tinha a respiração alterada.
- O Murilo tem apenas quatro anos, Dani nem completou um! Não sei se dou conta de outra criança.
- Você sozinha lógico que não, mas você tem o , . Ele é louco por essas crianças, tenho certeza de que ele vai querer soltar fogos de artifícios quando souber que você está grávida de novo! Você já sabe o sexo?
- É uma menina - a espanhola sorriu.
- Ouviu, Dani? Você vai ter uma irmãzinha! - Clarice disse para o garotinho em seu colo e no mesmo momento ele começou a chorar, riu da situação, parecia que o pequeno havia entendido que não seria mais a novidade na casa.
- sempre quis uma menina - A loira disse enquanto pegava o seu filho do colo da brasileira - Ele vai pirar.
- Ele vai amar - Clarice sorriu para a sua amiga - Não precisa ficar preocupada, vai dar tudo certo, inclusive nesse jogo, estou sentindo que nós vamos virar.
- Vamos sim - sorriu para a morena - Eu prometi para o meu filho que o pai dele daria um jeito.
- Espero que o Marcelo entre - Clarice disse após as duas chegarem à área VIP - Ele quer tanto jogar esse final.
- Eu também espero, precisamos dele.
- Mamãe! - As duas mulheres se viraram e deram de cara com Murilo, que vinha correndo na direção das duas.
- O que foi, meu anjo? - se abaixou até ficar na altura do filho mais velho.
- O jogo começou!
22 de abril de 2009 – Sevilha, Espanha.
- Ele está aprontando algo.
- Não está não, você que é maluca - Rosa disse encarando a sua filha - Agora volte a cortar as cebolas, não aguento mais chorar.
- Ele está estranho, mãe, normalmente quando eu venho para cá ele não me larga em segundo algum! E olha lá - disse enquanto apontava para , que estava jogado no sofá brincando com o cubo mágico do irmão mais novo de - Ele não está me dando atenção alguma. Nós nem transamos ainda!
- ! - A mulher mais velha gritou chamando a atenção da loira que olhou assustada para ela, bem a tempo de receber pedaços de tomate na sua cara - Não preciso ficar sabendo da sua atividade sexual.
- Quando eu tinha dezesseis anos você adorava saber - sorriu para sua mãe, enquanto tirava pedaços de tomate do cabelo.
- Era diferente, você não namorava o , e vocês faziam toda hora! Ou você pensa que eu caia na historinha de que vocês dois estavam estudando inglês?
- A gente estudava inglês - disse timidamente -, às vezes.
As duas mulheres se assustaram com o barulho vindo do quintal. Era aniversário do avô de , a família toda estava reunida, inclusive a família de . Eles se conheciam desde pequenos e as famílias dos dois eram praticamente uma. O pai de , Francisco, estava no quintal preparando um churrasco, ele era um grande cozinheiro, tinha até o próprio restaurante, a loira amava a comida do pai, assim como todo mundo.
- Preciso de ajuda! - Francisco gritou para a surpresa de todos.
- Eu vou! - Disseram e ao mesmo tempo, para a surpresa de Rosa.
- Deixa o ir, preciso de ajuda com as cebolas - Rosa sorriu irônica para filha. sorriu timidamente para as mulheres e correu para o quintal.
- Agora a senhora admite que ele está estranho? - perguntou após pegar mais uma cebola para cortar.
- Como assim?
- Ele morre de medo do meu pai! E ele acabou de se oferecer para ajudá-lo.
- É o sogro dele, , você esperava o quê?
- Que ele se escondesse, que nem as outras vezes em que o meu pai pediu ajuda para ele na churrasqueira!
- Deixa o homem em paz, !
- Você sabe de algo.
- Claro que não! - Rosa respondeu um pouco alterada, estava conseguindo, iria extrair a informação da sua mãe - Vai ver onde o seu irmão está!
- Mas e as cebolas?
- Eu me viro com as cebolas, some daqui!
Definitivamente tinha algo de errado acontecendo, mas a espanhola agradeceu a sua mãe por tê-la pedido para ir atrás de seu irmão mais novo, Antônio iria contar para ela o que estava acontecendo.
- Te dou vinte euros - A loira disse entrando no quarto do menino, que jogava videogame.
- Por?
- Me contar o que está acontecendo, estou sentindo que estão todos escondendo algo de mim.
- Ah tá, nem se você me der uma camiseta autografada do David Beckham eu te conto. - O garoto sorriu ironicamente para a irmã e voltou a dar atenção ao videogame.
- É tão sério assim?
- É - O garoto de cabelos claros riu pelo nariz - Se eu te contar, o me mata.
- Tem certeza? Porque eu posso conseguir essa camiseta para você...
- Esquece, .
- Tentando chantagear o seu irmão? - pulou de susto ao ouvir a voz de – Vem, Antônio, o almoço está pronto.
- Graças a Zizou!
O garoto saiu correndo, mas antes, claro, pausou o seu videogame, passou esbarrando em e , o espanhol tinha uma mão na porta e outra na cintura e olhava timidamente para a loira, que tinha como sempre os cachos bagunçados.
- Seu cabelo...
- Foda-se o meu cabelo! - jogou as mãos para o alto, ao perceber que ela entraria naquele assunto tentou escapar, mas a espanhola foi mais rápida e o puxou para dentro do quarto e trancou a porta, olhou admirado para sua namorada - Me conta agora.
- ...
- Você está estranho.
- Não estou não! - se defendeu e colocou as mãos na cintura, gesto que não era comum dele.
- Está sim! Nós nem fizemos sexo ainda e eu cheguei da Inglaterra já faz dois dias! Eu estou na seca, !
- Podemos resolver isso agora - o espanhol disse engrossando a sua voz, isso deixava louca e ele sabia.
- Não muda de assunto... - A espanhola já tinha a voz falhada por conta das mãos do jogador que passeavam pelo seu corpo.
- O assunto não era você querendo que a gente se foda?
- Isso - praticamente gemeu após enfiar a sua mão para debaixo da sua saia - Quero dizer, não! Só depois.
- Depois do quê? - O espanhol perguntou enquanto lambia o pescoço da namorada.
- Depois que você me disser o que está me escondendo! - conseguiu voltar a si e empurrou para longe, a espanhola tinha as costas apoiadas na porta e precisou de um tempo para que a sua respiração voltasse ao normal - Me diz logo.
- Não é nada!
- É por causa da minha formatura? Você está com medo porque eu vou voltar a morar na Espanha? Está preocupado se o nosso relacionamento mudou?
- Agora eu estou - franziu a testa e revirou os olhos.
- Me conta!
- Você aguenta até depois do almoço?
- Então tem algo acontecendo?
- Se eu disser que sim, você me deixa em paz? - ergueu os braços e riu pelo nariz.
- Depois do almoço?
- Depois do almoço, eu prometo.
tentou não ficar ansiosa durante o almoço, mas era impossível, principalmente por causa dos olhares que recebia de seu irmão, dos seus pais e principalmente de , que agora já não a ignorava, o jogador fazia questão de ficar encarando a namorada e apontar para o relógio e dizer "calma". A espanhola se estressou quando seu pai resolveu pegar o violão e começar a cantar músicas, no melhor estilo flamenco, e eles ficaram por um bom tempo cantando e dançando. sentiu que o seu coração iria explodir quando se levantou e caminhou até ela, mas tudo que ele fez foi convidá-la para dançar. A espanhola sorriu timidamente para ele, já que sentia que o olhar do jogador sobre ela havia mudado, tinha muito mais intensidade lá. também percebeu isso, quando viu as pernas da namorada fraquejar ele decidiu que estava na hora.
A espanhola o olhou confusa quando ele se afastou dela e foi falar com Rosa , mas ela se acalmou quando viu a chamar com a cabeça, e com um gesto pediu para que ele a seguisse, os dois foram até o carro do jogador.
- Onde nós estamos indo? - A loira perguntou para ele, após o espanhol dar partida no carro.
- Triana – Ele simplesmente respondeu.
- Por quê?
- Porque foi lá que tudo começou.
não disse mais nada, sabia o que o namorado queria dizer. A espanhola sentiu o seu coração disparar, quando ele parou o carro e abriu um lindo sorriso para ela. A boca dele era sem dúvida alguma a parte favorita de .
- Você lembra como a gente se conheceu? - perguntou após soltar a mão da namorada, quando eles já haviam alcançado o meio da ponte.
- Na escolinha de futebol? - ergueu uma sobrancelha.
- Isso mesmo, tínhamos oito anos. Você era bem estranha, tinha o cabelo mais louco do mundo e a voz era bem grossa para uma menininha – revirou os olhos, ela sabia muito bem que antes da cirurgia nas cordas vocais a sua voz era bem masculina – E você jogava mais bola do que metade dos garotos que estavam na escolinha.
- Eu jogava melhor do que você – Ela provocou e riu pelo nariz.
-Verdade, e talvez seja por isso que todos os garotos se sentiam intimidados por você – se aproximou da namorada – Menos eu, assim que eu pus meus olhos em você eu me apaixonei, , desde a primeira vez.
- Só com oito aninhos? - riu, mas ela também estava emocionada e começava a sentir as lágrimas formarem em seus olhos.
- Você lembra que a gente costumava vir aqui nessa ponte todo dia depois do treino? E nós cuspíamos, no melhor estilo Titanic, e sonhávamos com o nosso futuro? - respirou fundo, antes de continuar – O futuro está aqui, , e eu sempre soube que queria passar o resto da minha vida com você. Hoje é dia 22 de abril, e talvez você não se lembre disso, mas faz exatamente dez anos desde a primeira vez que eu disse que queria me casar com você.
- Nós estávamos jogando bola e...
- E você estava reclamando que eu estava chutando fraco demais – O espanhol sorriu para namorada – Eu disse que iria me casar com você, mas na época você estava comprometida...
- Com o príncipe Harry – concordou sorrindo.
- Isso, e então você me disse que sim, nós iríamos nos casar, mas nos meus sonhos – tirou do bolso da frente da calça uma caixinha branca. já imaginava o que era desde o momento que saiu de casa, mas mesmo assim a garota ficou sem reação - E desde que eu estou com você tudo tem sido realmente um sonho, então, , você aceita casar comigo? - disse se ajoelhando e abrindo a caixinha
- Você lembra o porquê de nós virmos aqui nessa ponte todo santo dia? Eu queria ver o arco-íris, e apesar de ele aparecer raramente, você mesmo assim vinha aqui comigo todos os dias, mesmo sabendo que ele não ia aparecer. O seu amor por mim é como um arco-íris, apesar de estar nublado de vez em quando, você sempre está lá por mim. É claro que eu aceito apertar o seu nariz para o resto da minha vida.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- Cruza essa bola direito, porra! - berrou após, mais uma vez, Luka Modric insistir em cobrar o escanteio curto, se tinha uma coisa que ela odiava no futebol era escanteio curto - Não vai brigar comigo porque eu disse um palavrão, Dona Rosa? - A espanhola se surpreendeu após não ouvir reclamações da sua mãe.
- Não, estou nervosa demais com esse jogo.
Se fosse em qualquer outro momento iria provocá-la, mas ela também estava nervosa, muito nervosa. Já passava do minuto noventa, os torcedores do Atlético de Madrid já comemoravam o primeiro título da Champions League do time. Mas apesar de tudo isso, ainda tinha esperanças, afinal, era Real Madrid que estava lá, a espanhola sabia muito bem que aquele time nunca se rendia, iria lutar até o fim.
olhou para baixo, seu filho mais velho estava sentado no chão e brincava com os cadarços do tênis dela. Murilo por muito tempo chorou, não queria ver o time do pai dele perder, mas tratou de acalmá-lo, mas depois a espanhola se perguntou: Quem iria acalmá-la?
- Outro escanteio. Não é possível - Rosa disse enquanto abraçava Daniel, que agora estava acordado em seu colo.
- É possível sim! Mas agora eles têm que cobrar essa merda direito! E eu espero que alguém cabeceie na direção do gol e não na...
não conseguiu terminar a sua frase, pois no segundo seguinte, após Luka Modric cruzar a bola com maestria até a pequena área, a bola havia entrado no gol dos colchoneros. Era gol do Real Madrid. Os merengues conseguiram empatar. Mas não era isso que tinha deixado sem palavras, mas sim o autor do gol.
- Foi o papai que fez o gol, mamãe!
ouviu Murilo dizer após ele se levantar e começar a pular. A espanhola se apoiou no encosto de metal que havia ali e respirou fundo. Nem em seus melhores sonhos ela poderia imaginar aquilo. Com a cabeça baixa, a espanhola pôde ver a sua mãe comemorando com as outras esposas dos jogadores. A espanhola respirou fundo mais uma vez e ergueu a cabeça na direção no campo, e o que ela viu a surpreendeu.
- Opa, peraí – disse chamando atenção de Rosa – A senhora viu aquilo? A senhora viu como o comemorou o gol, mãe?
- Chorando?
- Ele balançou os braços, como se tivesse um bebê neles – arregalou os olhos – Você contou para ele!
- É claro que não, ! - Rosa disse brava e a espanhola mais nova logo percebeu que de fato não havia sido ela – Você me pediu segredo e eu guardei o segredo.
- Ok, me desculpa. Mas como ele descobriu? - sentia que a sua cabeça iria explodir por conta dos muitos pensamentos que ela tinha – Quero dizer, só pode ser isso, né? Não tem mais ninguém na família grávida. Tem, mãe?
- Não, não tem filha. Eu sinceramente não sei por que você está surpresa. Estamos falando do , , depois de mim, não tem ninguém nesse mundo que te conheça igual a ele. É lógico que ele já sabia da sua gravidez.
nada respondeu, sabia que a sua mãe estava certa. A espanhola se achou boba por ter tido insegurança e não ter contato logo de cara para o seu marido. já deveria saber há um bom tempo, ele era o tipo de marido que percebia quando a esposa mudava a cor das unhas. sem perceber começou a sorrir, foi como se um peso fosse retirado das suas costas, peso que ela nem sabia que carregava. A espanhola preferiu deixar os seus pensamentos de lado e focou em seu filho mais velho, que mais uma vez pulava sem parar. se aproximou dele e o puxou para um abraço e sussurrou em seu ouvido.
- Eu tenho certeza de que o Bale vai fazer o próximo gol.
Como Murilo já havia aprendido minutos antes, sua mãe estava certa. Ela sempre estava.
11 de julho de 2010 – Jonesburg, Africa do Sul.
- , pelo amor de Deus, você precisa amamentar o seu filho!
A espanhola respirou fundo antes de se virar e ir junto com a sua mãe até a parte mais calma da área VIP do estádio FNB, conhecidos por muitos como Soccer City. se sentou na cadeira e pegou seu filho no colo, sua mãe sorriu antes de começar com o sermão.
- Eu ainda acho que foi loucura vocês terem vindo para cá.
- Mãe! É a final da copa do mundo! Espanha nunca ganhou uma! – se controlou ao ver a sua mãe revirar os olhos - Nós estamos bem.
- Não, não estão! - Rosa ergueu as mãos para cima, antes de sentar ao lado de sua filha – Se soubesse disso...
- Mas ele não sabe, porque isso é uma surpresa, mãe!
- Que ideia de surpresa eim, filha! – A senhora desviou o olhar da mais nova – Ele só tem três meses, .
- Eu sei quantos meses o meu filho tem! - A espanhola disse num tom mais rude, o que fez a mais velha cruzar os braços – Olha, mãe, eu sei que você ainda está chateada com o fato de eu ter casado grávida...
- Não é nada disso...
- Eu sei que é, mãe! - se contorceu após sentir Murilo morder um dos seus seios - Não foi planejado, mas aconteceu! E nós estamos bem...
- Apenas acho que vocês são novos demais, vocês nem tiveram tempo de aproveitar a vida de casados a dois!
- Eu já tenho vinte e quatro, mãe, e eu conheço o há tanto tempo, ele queria tanto esse filho, e eu também! Murilo vai ser muito amado e bem cuidado, dona Rosa, a senhora vai ver.
- Ok, eu acredito, , mas trazer ele para cá foi loucura, filha!
- Não foi não, o Murilo não ia querer perder a chance de ver o pai dele ganhar a copa do mundo na África do Sul, não é, meu anjo? - A espanhola disse sorridente enquanto fazia carinho na barriga do seu filho que estava em seu colo.
- Você não sabe se eles vão ganhar, ...
- É lógico que vão, mãe! Leva esse seu pessimismo para lá - suspirou após sentir Murilo relaxar em seu colo – Acho que ele está satisfeito.
- Ele vai dar trabalho – Rosa sorriu para sua filha – Assim como você me deu.
- E você está adorando isso, não está?
Rosa não teve chance de responder. As duas espanholas se levantaram rapidamente após ouvirem gritos vindos do estádio. sentiu o seu coração disparar e por um momento se sentiu presa ao chão, sem conseguir se mover. Antonio veio correndo na direção das duas e parou ao perceber que elas estavam em choque.
- Foi gol da Espanha ou da Holanda? - perguntou.
- Anda, desembucha menino! - Rosa disse assustando o seu filho mais novo.
- Espanha! Iniesta que fez! - Antônio abriu um sorriso e correu para os braços da mãe.
sorriu para os dois e depois para o seu bebê, que começou a chorar em seu colo. Mas ela sabia que o choro era de felicidade. Espanha era campeã do mundo.
As famílias de e de desceram até o gramado e ficaram esperando por um tempo até que os jogadores ganhassem as suas medalhas e Iker Casillas erguesse a taça da copa do Mundo. Foi tempo suficiente para que Murilo dormisse nos braços da mãe. abriu um lindo sorriso quando viu os jogadores da Espanha voltando para o gramado, ela logo reconheceu , que já tinha o olhar atento nas arquibancadas. Foi seu irmão Rene que conseguiu chamar a atenção do jogador, e assim eles desceram para o gramado.
segurou o riso ao ver a cara de espanto do marido quando enfim ele a viu. A espanhola preferiu ficar por último na fila para cumprimentá-lo, pois queria ter mais tempo com ele.
- o que você está fazendo aqui? - disse após bagunçar o cabelo de Antônio.
- Surpresa! – A espanhola gritou, mas se arrependeu quando começou a ouvir o grito do seu filho – Ah não, Murilo!
- Dá ele aqui para mim – pegou seu primogênito dos braços de sua esposa e o menino logo se acalmou, o jogador sorriu para a sua esposa que os olhava com orgulho – Você não apertou o meu nariz.
- Você não precisa que eu aperte o seu nariz toda vez – sorriu e se aproximou de , que a abraçou pela cintura antes de lhe dar um beijo demorado – Uh, você está nojento.
- Seu cabelo também já teve dias melhores – O jogador provocou e sorriu quando a esposa revirou os olhos e ergueu os braços.
- Ó, escuta aqui! Esse menino dá muito trabalho, você tem noção do quanto de fraldas eu já troquei hoje? - não quis saber a resposta, ele já a estava beijando de novo. também desistiu de reclamar, ela estava feliz demais para isso.
segurou na mão de sua esposa e juntos eles foram dar uma volta pelo gramado do estádio FNB, Murilo estava acordado e tinha os olhos azuis bem abertos enquanto o seu pai pegava a taça de campeões do mundo para tirar uma foto. sorriu para enquanto o jogador tentava colocar o bebê sentado nela, o que não deu certo, mas apesar disso a espanhola teve certeza de que as fotos estavam ótimas. E ela se emocionou ao perceber o quão feliz o seu marido estava.
24 de maio de 2014 – Lisboa, Portugal.
- É tão injusto, eu queria me lembrar da copa do mundo! - Murilo disse cruzando os braços e fazendo bico, apertou a bochecha do seu filho antes de responder.
- Você era muito novinho, filho, mas agora você tem uma final para se lembrar...
- É, e o Dani não vai conseguir lembrar nada dessa! – Murilo sorriu sapeca para a sua mãe, que revirou os olhos.
-Ah, eu vou fazer questão de lembrá-lo, e vou dizer que ele me fez trocar a fralda dele dez vezes – se sentiu boba quando percebeu - Lá Décima, acho que o seu irmão deu sorte para o time.
Murilo gargalhou junto com a sua mãe, eles estavam sentados no gramado, o menino estava no colo da mãe e eles estavam assistindo os jogadores erguerem a taça da Champions League, a primeira de , sentiu um déjà vu e sorriu para o seu filho.
- Sabe – Ela começou e Murilo logo virou a cabeça na direção da mãe - Você também deu sorte para o seu pai quando ele ganhou a Copa do Mundo com a Espanha.
- Como? - O moreno perguntou enquanto mordia a ponta do seu dedo.
- Seu pai não sabia que nós estávamos lá. Eu fiz uma surpresa para ele, voei para África do Sul só para vê-lo jogar. Sua avó quase me matou por causa disso.
- Papai me disse que você não apertou o nariz dele antes daquele jogo, e por isso ele teve medo.
- Seu pai é um tonto – virou o seu filho de frente para ela – Eu só aperto o nariz dele porque é torto! - A espanhola mostrou a língua para o seu filho, que caiu na gargalhada, mas ele parou do nada, assustando a espanhola – O que foi, meu anjo? - perguntou quando o viu levantar do seu colo rapidamente.
gritou quando sentiu alguém colocar as mãos em sua cintura e erguê-la do chão. A espanhola xingou quando viu quem era e deu tapas fortes nas costas do marido, que sorria feito um bobo.
- Cuidado com o...
- Bebê? - Perguntou erguendo uma sobrancelha, a espanhola sentiu as suas bochechas esquentarem.
- Há quanto tempo você sabe?
- Há um bom tempo – Ele sorriu para ela e correu na direção do filho mais velho - Está tudo bem, , eu sei que você ficou assustada. Afinal, o Murilo – disse enquanto beijava a barriga do seu filho mais velho, o fazendo rir – e o irmão dele já nos dão trabalho o suficiente. Mas eu acho que nós dois damos conta de mais um.
- Uma – prendeu o sorrido.
- Hm? - perguntou confuso, mas logo entendeu - É uma menina? - A espanhola concordou com a cabeça - Ouviu isso, Murilo? Você vai ganhar uma irmãzinha!
- E isso é legal? - Perguntou o menino, fazendo a sua mãe revirar os olhos e o pai dar risada.
- Claro que é, filho, a Marisol...
- Não! - disse com firmeza – Você não vai escolher o nome da nossa filha.
- Por que não? - perguntou ofendido.
- Porque você só escolhe nome brega!
- Lógico que não!
- Lógico que sim! Você queria que o Murilo se chamasse Jr!
- Ele tem cara de Jr...
- Não começa - disse erguendo uma sobrancelha, o que fez o seu marido sorrir.
- Seu cabelo está uma bagunça, coração - Ele disse se aproximando e ela sorriu, já entendo a intenção do jogador – Ele nunca esteve tão bonito.
jogou os braços no pescoço do marido e partiu para a boca dele, a parte favorita dela. Ela sabia muito bem que podia fazer milagres com aqueles lábios. A espanhola bufou quando sentiu uma cutucada em sua bunda, e pelo tamanho da mão, percebeu que não era de .
- Fala, filho – A espanhola se soltou do jogador, que jogou a cabeça para trás, sorrindo.
- Vocês são nojentos, mamãe - Murilo disse fazendo sorrir – A vovó está chamando, acho que o Dani acordou.
- Ótimo! - bateu palmas – Agora podemos tirar a foto com a taça!
pegou Daniel no colo e deu a mão para o seu filho mais velho, que estava totalmente uniformizado com uniforme do Real Madrid. Após tirarem várias fotos, pegou seu filho mais novo no colo e deixou correr com Murilo pelo gramado, eles pararam no gol e então Marcelo apareceu e se ofereceu para ser o goleiro. sorriu para Clarice, que pedia para o seu filho Enzo tomar cuidado, a brasileira se aproximou e sorriu para amiga.
- Ainda não acredito que os nossos maridos fizeram gol.
- Fizeram lindos gols – sorriu para ela.
Clarice se ofereceu para segurar Daniel quando assobiou para , a chamando para jogar também, o jogador pôde ver o brilho nos olhos da esposa quando ela veio correndo em sua direção e expulsou Marcelo do gol, a goleira ali era ela.
- Ei! - gritou para Enzo e Murilo, que estavam brincando de pênalti – Chuta com mais força! Eu aguento.
jogou a cabeça para trás ao ouvir aquilo. Ele sabia que a sua esposa aguentava qualquer coisa, só não aguentava estar errada.
- Precisamos dar mais comida para o Murilo – disse após sentar ao lado de , que tinha um dorminhoco Daniel em suas pernas – O chute dele nem fez cosquinhas em mim.
- ! – a repreendeu, o que fez a esposa sorrir – Você acha que ele ainda quer a camiseta do Bale?
A espanhola sorriu para o jogador e depois voltou o seu olhar para o seu filho mais velho, que corria pelo gramado sendo acompanhado por Enzo, Ivano, filho de Luka Modric, e por Jontxu e Anne, filhos do Xabi Alonso.
- Não, acho que ele vai ficar feliz com a camiseta do pai – Ela disse enquanto apoiava a sua cabeça no ombro do marido – Eu nem te dei os parabéns pelo seu gol...
- Ah – sorriu de lado – Eu quero os seus parabéns mais tarde...
- !
- Relaxa, , Dani está dormindo – O jogador disse enquanto passava as mãos pelo cabelo loiro do filho mais novo.
- Ele está esgotado de tanto fazer cocô – Ela brincou e riu pelo nariz - Então... O que vai acontecer mais tarde?
- Você escolhe, coração - disse num tom mais safado, causando arrepios em sua esposa.
- Então você já sabe.
- Meu sexo oral é assim tão bom? - Ele sorriu para a espanhola, que tinha as bochechas coradas.
- Você não tem ideia, coração - piscou para , que mordeu os lábios - Mas sobre o seu gol – caiu na gargalhada quando percebeu que a sua esposa realmente queria entrar naquele assunto.
- O que tem ele?
- Eu ainda não acredito que você o fez – disse e ergueu uma sobrancelha.
- Você precisa colocar mais confiança em mim, amor – disse após tirar um cacho que caía no rosto da espanhola – Eu te prometi que ia fazer um gol, não prometi?
- Prometeu - sorriu para ele e jogou a sua cabeça para o lado – Mas tinha que esperar até o minuto 93?
- É para ter mais emoção.
Fim.
Nota da autora: Sergio Ramos só funciona na base da emoção rsrs
Eu espero que vocês tenham gostado. Há muito tempo eu tenho vontade de escrever uma história com o Sergio Ramos, e uma história que se passa durante a Lá Décima, também conhecido como o melhor jogo do mundo haha.
Um beijo e Hala Madrid!
Outra Fanfic:
• Ciao Bella Ragazza •
Nota da beta: Ah, Bia, que delícia de fic. Eu ri tanto e amei tanto! Adorei esse casal e essa família linda, socorro! Sério, meus parabéns, ficou um amor e super combinou com a música. Eu to bem feliz! Espero que receba muito amor aqui embaixo porque merece, viu. xx-A
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Eu espero que vocês tenham gostado. Há muito tempo eu tenho vontade de escrever uma história com o Sergio Ramos, e uma história que se passa durante a Lá Décima, também conhecido como o melhor jogo do mundo haha.
Um beijo e Hala Madrid!
Outra Fanfic:
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Nota da beta: Ah, Bia, que delícia de fic. Eu ri tanto e amei tanto! Adorei esse casal e essa família linda, socorro! Sério, meus parabéns, ficou um amor e super combinou com a música. Eu to bem feliz! Espero que receba muito amor aqui embaixo porque merece, viu. xx-A