Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Parte um


null abriu os olhos ao se assustar com o barulho alto do lado de fora do trailer, ela tinha certeza que ainda era muito cedo, tão cedo que o sol talvez ainda não tivesse surgido, mas ela estava curiosa demais para descobrir quem estava fazendo tanto barulho. A garota deu salto da cama e abriu a janela do trailer, encontrando apenas a escuridão, mas uma silhueta bem ao fundo fez com que a moça ficar um pouco mais atenta.
Tinha alguma coisa acontecendo, null tinha certeza.
Ela fechou a janela e caminhou até a cama de Benjamin, encontrando-a vazia, aquilo apenas deu ainda mais certeza a garota, tinha algo acontecendo e Bem estava completamente envolvido.
Pegou o celular e sentiu um aperto no peito ao ver a foto de papel de parede, a foto havia sido tirada no dia em que null a levou ao luau, os dois estavam lado a lado, null mordia a bochecha da garota que fazia uma careta. null tinha resolvido por aquela foto como papel parede porque era uma recordação do dia em que deram o primeiro beijo.
Aqueles vinte e dois dias em Carpinteria foram os melhores de sua vida, e null sentia falta de null como nunca sentiu de alguém antes, mesmo hoje, após longos e dolorosos cinco meses, a moça ainda não tinha esquecido completamente o único garoto que conseguiu conquistar o seu coração.
A moça se assustou quando Ben entrou pela porta do trailer com o rosto todo machucado.
– O que aconteceu com você, Ben? – null correu até o irmão quase desesperada pelo o estado em que ele estava. – Benjamin?
– Eu me meti em uma briga – respondeu o mais velho sendo puxado pela irmã até a cama da moça, onde ele sentou. – Não foi nada demais.
– Como nada demais – null olhou para ele ainda assustada. – Você está todo machucado.
– Só me ajuda, null – o olhar do rapaz era de suplica, null assentiu e correu até o seu guarda-roupa para procurar o kit de primeiros socorros. – Ainda bem que vamos embora amanhã.
– Você não vai me dizer o que aconteceu?
Ben apenas negou com a cabeça, fazendo a irmã suspirar frustrada com a cabeça dura de Benjamin.
null começou a cuidar dos ferimentos de Ben, abusou do álcool iodado apenas para que o irmão sentisse dor por não ter contado a ela o que de fato tinha ocorrido.
– Cuidado, null – ralhou o rapaz fazendo uma careta quando a irmã passava álcool na sobrancelha cortada de Ben.
– Quando você estava brigando não teve cuidado – a moça sorriu debochada. – Quero saber o que você vai dizer ao papai.
– Não vou dizer nada – Ben voltou a fazer careta quando a irmã apertou o ferimento com algodão. – null!
A garota saltou com o susto após o grito do irmão, ela o estapeou quando se recuperou.
– Filho da mãe!
– Acaba logo com isso, null – suplicou Ben, null fez uma careta e voltou a cuidar dos ferimentos.
– Amanhã você vai me explicar direitinho o que aconteceu.

[...]


Era final de tarde quando o trailer em que null estava entrou na cidade de Crescent City, no condado de Del Norte, na Califórnia.
Ela agradeceu aos céus, porque aquela seria a última cidade que visitariam para uma pausa de dois meses para manutenção dos brinquedos, que a moça usaria para visitar a mãe na Flórida.
Mark, o pai da moça, teria decidido que eles ficariam ali por no máximo vinte dias, porque assim como a filha, o velho homem estava exausto e precisava de uma folga.
null cutucou Ben, que mexia no celular sentado na cama ao seu lado, ele olhou pela pequena janela e suspirou aliviado, mais vinte dias e ele poderia ir ver Maggie.
Benjamin não tinha contado a irmã quais os planos dele para as tão sonhadas férias, ele não queria que a irmã fosse atrás de null, simplesmente porque não suportaria vê-la sofrer novamente para deixa-lo, como fez há cinco meses.
Aqueles meses foram sombrios para os irmãos null, principalmente para null, que sentia-se bastante culpada por fazer null sofrer, mas apesar da culpa, ela sentia a dor de não poder estar ao lado do homem que amava. Ben, por muitas vezes, pensou que a irmã fosse sucumbir a tanta tristeza, o rapaz sabia que a irmã nunca superou o término com null, simplesmente porque depois dele a moça não se envolveu com mais ninguém.
Para Ben, também não foi fácil, mas ele soube muito bem separar as coisas durante o tempo que passou com Maggie, por que sabia que um dia teria que deixa-la para trás, apesar disso, o coração do rapaz não o preservou de se apaixonar pela moça, mas isso não o impediu de segui com a vida por esses cinco meses que se passaram.
– Estou com fome, Ben – null voltou a cutucar o irmão que assentiu ouvindo a barriga da irmã roncar alto o fazendo rir. – Vamos comer?
Ben saltou da cama e ajudou a irmã a se levantar, ao saírem do trailer encontraram o pai do lado de fora.
– Já vão conhecer a cidade? – Mark perguntou ao avistar os filhos.
– Vamos comer, pai – Ben deu de ombros, null abraçou o pai e beijou o rosto do homem. – E vamos fazer comprar também, o armário está vazio.
– Ah, é verdade – Mark pegou a carteira no bolso da bermuda e tirou de lá o cartão de crédito. – Para vocês não terem que gastar o próprio dinheiro.
– Traremos comida para você também, pai – null pegou o cartão da mão do pai e saiu junto com Ben.
Os irmãos entraram no carro do pai, após alguns minutos dirigindo o rapaz parou o carro próximo a C C Diner & Ice Cream, os irmãos entraram e logo foram atendidos.
– Tem falado com a Maggie?
null se surpreendeu com a pergunta da irmã, desde que saíram de Carpinteria, null evitava falar sobre o lugar e as pessoas que conheceram durante a estadia na cidade.
– Nós trocamos mensagens as vezes – Benjamin deu de ombros, ele não quis contar a irmã que fazia mais do que apenas trocar mensagens com a ex. – E você, tem falado com o null?
Ben se arrependeu de ter perguntado quando viu os olhos da irmã ficarem vermelhos.
Por sorte, a garçonete chegou com o pedido dos dois e cortou todo o clima tenso, após a moça se retirar, null virou-se para o irmão.
– Ele não responde as minhas mensagens – comentou a garota, Ben olhou para a irmã tentando não demonstrar que sentiu pena pelo o que esta acontecendo com ela. – Eu quebrei o coração dele bem quebradinho, que ele sequer quer me responder por mensagens.
A garota sorriu sem humor algum, Ben assentiu procurando formular alguma frase que não fosse idiota na sua cabeça.
– Eu sinto muito, null – Ben pegou na mão da irmã sobre a mesa e sorriu tentando conforta-la. – Se você quiser eu posso perguntar a Maggie sobre ele.
– Não precisa, Ben – ela voltou a sorrir, os olhos já cheio de lágrimas e a voz saiu embargada. – Se ele não quer falar comigo, nem me dar notícias, não tem porque eu procurar saber dele. Vai ver ele já esteja namorando.
– Ele pode ter trocado o número do celular – Benjamin procurava um motivo para a falta de resposta de null, algo que pudesse acalmar o coração da irmã. – Pode ter perdido o celular, ter sido assaltado... Sei lá, null, pode ser qualquer outra coisa, menos que ele não quer falar com você.
– Eu gostaria que fosse isso.
– Nós vamos descobrir isso agora.
Ben não achou outro jeito, pegou o celular do bolso e procurou o número de Maggie nos contatos. null ainda tentou impedi, mas logo o celular estava chamando no viva voz.
– Ben? – a garota atendeu, estava surpresa com a ligação, afinal Ben só ligava no tardar da noite, quando tinha certeza de que a irmã não o ouviria. – Está tudo bem?
– Oi, Maggie, estou bem e você? – Ben respondeu animado, a garota respondeu que estava tudo indo muito bem. – Eu vou ser bem direto, tá bom?
– Sim.
– Eu queria saber do null – Ben foi direto e pôde ouvir um murmúrio do outro lado da linha. – Maggie?
– O null? – Maggie gaguejou, parecia buscar as palavras certas para dizer. – A null está preocupada, é isso?
– Maggie, apenas me responda, por favor – o rapaz franziu a testa ficando impaciente. – Não é muita coisa.
– Ele está bem, na verdade, ele está muito atarefado agora com o estágio por conta da faculdade – Maggie começou a explicar, null ouvia tudo muito atentamente. – Então agora ele quase não tem vida social, faz estágio pela manhã em um jornal em Santa Barbara, a tarde trabalha na lanchonete e a noite voltar para Santa Barbara para ir as aulas.
– Mas ele não tem mais celular? – Ben perguntou, e null ficou ansiosa pela resposta.
– Tem sim – Maggie deu de ombros mesmo que Ben não pudesse ver, null sentiu seu estômago revirar pela informação. – Mas, ele nessa correria toda nos últimos cinco meses, acabou perdendo o antigo e trocou de número. Se você quiser, posso te dar o número novo.
– Eu quero!
Ben deu um sorriso para irmã que parecia muito mais aliviada por saber que null tinha um motivo para não responder suas mensagens, e não era o motivo que a moça pensava.
Uma hora depois, os dois estavam voltando para o local onde o parque estava sendo montado.
null entrou no trailer após entregar a sacola com comida da lanchonete e o cartão de crédito ao pai, ela olhava o celular e se perguntava mentalmente mandava ou não mensagem para null, a moça respirou fundo, não tinha mais nada a perder mesmo.
“Oi”
Mensagem enviada.
Mensagem entregue.
Mensagem visualizada.
Digitando.
Olá
“É a null”
Eu sei, sua foto está no perfil”
“Ah, é”
E ela não sabia o que dizer, não sabia exatamente como segui com a conversa.
Mas null parecia não ter dúvidas, queria conversar com a garota, e ela sorriu quando celular vibrou anunciando uma nova mensagem.
Você está bem?
Ela se perguntou diversas vezes como responderia, poderia mentir como todo mundo faz ou poderia dizer a verdade, null lembrou mais uma vez que não tinha nada a perder.
“Estou péssima”
A moça foi bem direta, e respirou fundo quando viu que null havia visualizado a sua mensagem, em poucos segundos ele estava digitando.
Aconteceu alguma coisa?
“Eu só queria ter o teu abraço, para ver se eu disfarço, essa falta de você que me corrompe todos os dias, esses cinco meses foram os piores da minha vida.”
A moça sentiu o estômago revirar quando null apenas visualizou, e isso fez ela se arrepender amargamente de ter dito a verdade a ele, mas tudo bem, ela poderia conviver com isso.
“Eu amo você, null.”
Mesmo sem resposta do rapaz, ela não hesitou em dizer que o amava, null poderia não dizer nada, mas ela teria dito, assim como disse meses atrás.
Seu coração falhou quando a moça viu que null estava digitando.
A recíproca é verdadeira

Aqueles vinte dias em Crescent City passaram se arrastando, null não via a hora de ir ver a mãe e Benjamin, a hora de ir para Carpinteria.
Mesmo conversando com null, a garota não pensou na possibilidade de ir visita-lo durante as férias, e Ben não queria e nem iria dar essa ideia a irmã, pelo menos não por agora.
Os dois terminaram de arrumar as malas, Ben sentou-se ao lado da irmã na cama e sorriu para a moça.
– Me leva com você, Benjamin – null olhou para Ben que franziu a testa. – Para Carpinteria.
– Eu não vo...
– Vai sim, Ben – a moça revirou os olhos, não estava com o mínimo de paciência para enrolação. – Eu sei que você vai ver a Maggie.
– Eu tenho medo de você ir, e acontecer tudo de novo.
– Dessa vez vai ser diferente – null assegurou para si mesma, dessa vez teria que ser diferente. – Eu sei que vai.
– Tem certeza?
– Nunca estive tão certa.

A viagem até Carpinteria seria longa, Benjamin dirigiria até lá porque null se recusou a ir de avião, a menina tinha pavor de voar, não seria daquela vez que ela perderia o medo.
Os dois estavam a quase quatro horas na estrada, mas pelo menos estavam mais perto do destino da viagem do que do local que saíram.
null estava ansiosa, null parecia o mesmo durante as vezes que a moça trocou mensagens e falou pelo telefone com ele, nada parecia ter mudado, mas talvez, o rapaz tivesse receio de ter algo com ela sabendo que teria um prazo de validade como da última vez.
– E se ele não quiser ficar comigo? – null perguntou ao irmão, que apenas olhou de canto de olho para a moça.
– Ele tem falado com você todo esse tempo, alguma coisa ele quer – Ben deu de ombros, null apenas assentiu. – null não parece ser alguém que ilude uma mulher.
null sorriu e resolveu não falar mais nada sobre o assunto, mas ela ainda tinha receio de se decepcionar ao encontrar null.
Um suspiro aliviado escapou dos lábios de null quando os dois chegaram a Carpinteria, como era início da tarde, os dois resolveram ir direto para a lanchonete onde null e Maggie trabalhavam, Benjamin estacionou o carro do lado oposto da rua, e os dois a atravessaram a pé.
null sentiu as pernas balançarem quando chegou em frente a lanchonete e através do vidro viu uma garota beijar os lábios de null, ela não esboçou qualquer reação, apenas ficou encarando enquanto a garota se afastava sorrindo e saía do local pela a porta da frente.
Maggie que estava sentada no banco em frente ao balcão foi a primeira a ver os dois irmãos do lado de fora, ela viu quando Ben virou-se para irmã, a segurou pelos ombros e disse algo a garota, que ela não pôde ouvir, mas pelo estado que null estava, Maggie sabia que ela tinha visto null beijar a maldita garota que acabara de sair.
null?
O rapaz que já estava entretido com outra coisa, olhou para a prima e ao perceber que ela não diria nada olhou na direção que a prima olhava, e sentiu o chão se ruir ao seus pés ao ver null e Ben, a moça ao prantos dizia alguma coisa ao irmão.
Ben abraçou null, e ao fazer tal ato pôde ver null e Maggie os observando através do vidro, a moça levantou rapidamente e saiu da lanchonete.
null! Ben! – Maggie tentou aproximar-se dos irmãos, mas Ben pediu para que a garota se afastasse.
– Vamos sair daqui.
Ben levou null até o carro, não esperou por Maggie, e nem iria, a moça deveria ter dito a ele que null estava em um outro relacionamento, deveria ter dito no dia em que ele ligou para saber do rapaz, mas não, ela não disse nada e agora a irmãzinha dele estava sofrendo, mais uma vez.
null e Ben deixaram o local, enquanto null e Maggie apenas ficaram observando.

[...]


Tinha se passado uma semana desde aquele fatídico dia, os irmãos estavam hospedados em um hotel em Santa Barbara, null se considerava incapaz de passar mais algumas horas dentro de um avião para ir a casa da mãe, e Benjamin não queria deixar a irmã sozinha.
Ben via a irmã voltar a viver aquele inferno de cinco meses atrás, via ela se afundar e o rapaz se amaldiçoava por ter inventado fazer essa viagem, seria tão melhor se os dois estivessem em Atlanta na casa da mãe da irmã, mas não eles tinham que ter ido até Carpinteria, e agora null estava chorando deitada na cama no quarto de hotel.
– Chega, null! – Ben explodiu puxando o lençol de cima da irmã. – Cansei de ver você desse jeito, nós vamos sair.
– Eu não quero ir – a garota choramingou, ainda não se sentia disposta para enfrentar o mundo após ter tido o coração esmagado.
– Isso foi uma ordem, null – o rapaz comunicou chacoalhando a garota. – Você tem dez minutos para se arrumar, ou eu te arrasto para fora do jeito que você estiver vestida.

– Para onde a gente está indo? – null estava emburrada no banco de carona do carro.
– Ouvi um pessoal comentando de uma festa na praia – Ben deu de ombros, null olhou de forma indignada para o irmão. – O que foi?
– Por que não me disse que era uma festa?
– Porque você não perguntou – respondeu no mesmo tom que a irmã que bufou cruzando os braços.
Parecia uma criança, foi o que Ben pensou e riu com o pensamento.
A festa na praia era digna daquelas de filmes universitários, estava cheia de jovens que dançavam e brincavam uns com os outros, null sempre se sentia fora do lugar quando ia a festa, mas sempre ia, simplesmente porque não gostava de deixar Benjamin sozinho, sabia que quando o rapaz saía só, era apenas para se meter em confusão.
Ben puxou a irmã para perto de um quiosque que estava servindo bebida, o rapaz pegou uma para si e para a irmã, enquanto esta se sentava no banco próximo ao balcão. Lado a lado, os dois ficaram observando a festa, sorriam quando viam algo engraçado, e conversam quando tinham algo a dizer.
A relação dos dois sempre foi muito forte, mesmo com a pouca convivência devido ao período que null morou com a mãe por conta da escola, Ben sempre as visitava, principalmente porque Lucy – mãe de null – o criou como um filho após a mãe dele morrer, ela sempre o tratou do mesmo jeito que tratava a filha, sempre foi o mesmo carinho e o mesmo amor, e Ben devia tudo aquela mulher.
– Ben?
Ben seguiu o som da voz que ele não ouvia pessoalmente há meses, e sentiu seu corpo tremer ao ver a garota parada ao seu lado direito com uma feição de tremenda culpa.
– Eu não posso deixar a null sozinha.
null estapeou Ben que a olhou indignado.
– Vai logo seu babaca, eu vou ficar bem – assegurou a garota, Ben olhou brevemente para Maggie e logo depois olhou para a irmã novamente. – Vai!
Benjamin levantou meio a contragosto, mas caminhou em direção a Maggie.
– Obrigada, null! – Maggie sorriu contidamente para a moça, que piscou um olho e fez sinal para que os dois fossem embora.
– Acho que essa é minha deixa – null disse sentando-se ao lado de null, que tremeu dos pés a cabeça ao vê-lo ali. – Como vai?
Após recupera-se do susto, null olhou para null com o seu melhor olhar mortal e levantou-se rapidamente deixando o rapaz para trás mais uma vez, porém daquela vez ele foi atrás dela.
null! – os dois corriam feito duas crianças pela areia da praia no meio das pessoas que estavam na festa. – null!
– O que é? – ela parou abruptamente e virou-se para null, que também parou. – O que você quer?
– Você, sua idiota! – null sorriu ao ver as expressões de null vacilarem. – Eu quero você, null null.
A garota deu uma risada sem humor algum ao ouvir tais palavras.
– Eu não tenho nada com aquela maluca que você viu me beijar outro dia na lanchonete – explicou o rapaz tentando aproximar-se da moça. – Aquilo foi basbaquice dela.
– Não foi o que pareceu.
null, ela me beijou desprevenido, e pelo amor de Deus – null puxou levemente os próprios cabelos num alerta involuntário de que ele estava nervoso. – Aquilo se quer foi um beijo, foi apenas um selinho. E ela fez aquilo porque acha que esta provocando alguma coisa em mim.
– E não está?
– Claro que não, null, não viaja – ele revirou os olhos e sorriu. – Esses cinco meses foram difíceis, eu pensava todos os dias em como eu só queria senti o gosto do seu lábio, ouvir seu coração bater, olhar nos teus olhos e dizer: eu só existo se for do seu lado.
null sorriu, ela nunca sequer sonharia em ouvir tais palavras, seu coração batia tão forte e tão intensamente que se estivesse silencio, null poderia ouvir.
null acabou com a distância entre os dois, e limpou uma lágrima que escorria pelo o rosto da garota.
– Eu não sei o que dizer, não sei o que fazer – null fechou os olhos buscando organizar seus pensamentos e seus sentimentos. – Não sei de nada.
– Eu sei – null roçou os lábios nos da garota enquanto ela ainda estava de olhos fechados, e logo concluiu seu raciocínio antes de finalmente beija-la. – É só a gente ficar junto e não separados.

Era incrível como o tempo passava tão depressa quando aquele casal estava junto, null tentava não pensar, mas ela sabia que cada dia que passava apenas a aproximava do dia em que teria que partir, uma hora ela teria que voltar para o parque, para o pai, para a sua vida.
null sabia que esse dia chegaria, mas ele apenas queria aproveitar cada segundo que ainda tinha com a garota que era dona de seu coração, mesmo que isso depois tudo acabasse como da última vez, ele apenas queria aproveitar enquanto ainda a tinha por perto.
O rapaz havia conseguido uma folga no estagio, e como tinha matéria adiantada na faculdade conseguiu uma folga de três dias para ir com null até Atlanta para visitar a mãe da garota.
Os dois estavam sentados na varanda da casa, enquanto Maggie e Ben brincavam com o cachorro da família.
– Um dólar por seus pensamentos – null beijou a bochecha da garota que sorriu.
– Eles não valem tão pouco – foi o que ela respondeu antes de deitar a cabeça no ombro do rapaz. – Você percebe como o tempo esta passando rápido? Como esses dois meses já estão chegando ao fim.
null suspirou, ele até tentava evitar os pensamentos, mas era impossível sendo que o dia da partida dela apenas se aproximava.
– Eu procuro viver o agora, viver ao teu lado enquanto ainda posso, enquanto ainda te tenho por perto – ele fez uma pausa, porque sabia que se falava tudo de uma só vez iria desabar. – Eu sei que um dia você vai ter que voltar para a sua vida, mas eu não me importo, eu me importo com o momento e não com o seu final.
– Eu amo você, null.
– Eu te amo bem mais.

null entrou na cozinha e encontrou a mãe terminando de lavar a louça.
– Oi – a mais nova fez a sua presença ser notada pela a mulher, que logo enxugou a mão e convidou a filha para se sentar ao seu lado a mesa.
– O que você tem, null? – Lucy passou a mão pelo rosto da filha, que fechou os olhos para senti o carinho da mãe. – Você está tão abatida.
– Meu conto de fadas está acabando mais uma vez, mãe – confidenciou a garota abrindo os olhos. – E eu estou sofrendo por antecipação.
– Eu observo você e o null desde que vocês chegaram ontem – Lucy sorriu para a filha que retribuiu o gesto. – E eu vejo que vocês dois realmente se gostam. Você em hipótese alguma deve fazer o que os outros querem, você deve fazer algo que traga a sua felicidade e não a satisfação do seu pai.
null assentiu e esperou que a mãe continuasse.
– Coloca tudo o que importa para você em uma balança, reveja as suas prioridades e busque sempre o que você sabe que é melhor para você mesma, o nosso coração sabe o que realmente vai nos fazer bem.
– O null me faz bem.
– Então, null, quando a pessoa realmente vale a pena, a gente não liga para o que está deixando para trás – Lucy voltou a acariciar o rosto da filha. – Ele vai a pena?
– Vale, mãe – a garota sorriu lembrando de tudo o que viveu com null. – Ele abriu meus olhos para o mundo, com ele eu posso ser eu mesma. Ele me transmite uma sensação de liberdade, que eu nunca senti antes. Ele me faz sentir que eu posso amar e ser amada de verdade.
– Se ele vale a pena, você não precisa ter medo de arriscar, só vai, apenas se entrega e se não der certo, você sempre vai saber para onde voltar. Eu sempre vou estar aqui para você.
null é o amor da minha vida, mãe.
– Então, eu acho que você sabe o que deve fazer.

null pensou tanto sobre o que realmente importava para si que quando tomou a sua decisão, ela se perguntou como pôde ter cogitado uma outra alternativa quando tudo o que ela queria e precisava era óbvio.
No final daquela noite, ela ligou para o pai, Mark se surpreendeu quando ouviu as palavras da filha, mas disse que sempre esperou que a garota desistisse de tudo para viver os próprios sonhos, e ele não poderia estar mais feliz pela caçula.
– Eu vou para onde você for.
Foi o que Benjamin disse quando soube da decisão da irmã, ele nunca a abandonaria e o pai teria que entende-lo também.
– Acho que é aqui que nós nos despedimos – null sentou ao lado de null na cama do quarto da garota. – Eu volto para Carpinteira e você vai encontrar seu pai.
null, eu nunca contei a você como foram os cinco meses que eu passei sem você – ela virou de frente para ele, que fez o mesmo. – Eu jurei que um dia eu iria acordar e iria atrás de você por não suportar mais a dor da saudade. Sabe, nesses dois anos que eu vivo nesse parque com meu pai, eu conheci diversos garotos, mas nenhum deles me fez senti o que você me faz. Nenhum foi capaz de me apresentar o amor como você fez e talvez seja por isso que eu descobrir que longe de você não existe vida, não existe nada...
null respirou fundo já sentindo as lágrimas encherem seus olhos, ela iria chorar, mas não naquele momento.
– Então, null, eu não posso e nem conseguiria viver uma vida se você não estiver comigo, se não for ao teu lado – ao piscar, null sentiu a primeira lágrima escorrer por seu rosto. – Porque na verdade, eu só existo se for seu lado.




Fim!



Nota da autora: Eu não iria em hipótese alguma fazer uma continuação para a história desse casal, mas eu fui abrir a minha história no ficstape do Justin Bieber, e com os comentários eu vi que não poderia deixa-los separados. E daí surgiu a ideia para Antônimos, foi só eu abrir o Word que a história foi fluindo e chegamos nesse final feliz, que eu espero de todo o meu coração que vocês gostem.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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