Capítulo Único
Eu ainda tentava entender em qual momento tudo havia começado a dar errado. Se foi quando resolvemos sair do alojamento, mesmo depois de termos sido instruídos a não sair. Ou se foi quando nos desafiamos a beber a nossa idade em doses de tequila, mesmo sabendo que éramos proibidos disso em dias de treinamento intensivo. Ou, como se não bastasse, se foi quando fomos bêbados para a pista. Não a pista de uma boate qualquer, seria ótimo se tivesse sido. Tudo estaria ok. Mas resolvemos que seria interessante irmos para a pista de patinação. O que estava passando pela nossa cabeça? Eu juro que não consigo entender em que momento pensamos que isso faria sentido.
Poderíamos só ter bebido e voltado para o alojamento. Ou não ter bebido, só ter ido comer alguma coisa. Ou não ter saído do alojamento, melhor ainda.
Agora, Daniel estava hospitalizado com uma fratura oblíqua no joelho, vinda de uma ideia idiota de tentar fazer a nossa coreografia da competição com o seu namorado.
Era apenas uma rachadura, mas era o suficiente para deixá-lo fora das Olimpíadas. O que me aterrorizou completamente. Eu e Daniel havíamos começado a patinar praticamente juntos. Nos conhecemos no centro de treinamento com uns seis anos e, desde então, somos uma dupla. E pela primeira vez, eu estava sozinha, meses antes de uma olimpíada.
Não pensem que sou uma vadia egoísta. Eu sabia que Daniel estava bem, fisicamente. Ficaria um tempo fazendo fisioterapia e logo voltaria para as pistas. Seis meses, mais ou menos, em observação médica. Ele era um rapaz de 21 anos saudável, nunca havia quebrado um osso, ficaria bem. Entretanto, ele estava péssimo, eu sei que estava. Compartilhávamos o mesmo sonho de um ouro olímpico, éramos a aposta do país. E por uma decisão estúpida, tudo isso havia acontecido. Sabia que ele estava mil vezes pior do que eu. Eu sabia que ainda estava dentro, provavelmente me arrumariam outro parceiro e tudo certo. Mas não era para isso que treinávamos a quase 13 anos juntos. Era para ser uma conquista nossa, não, talvez, só minha. Se é que ainda fosse possível.
'Não se preocupem, vocês são jovens, poderão participar de outras competições.'
As pessoas falavam, mas sabíamos que não seria a mesma coisa. Nunca mais estaríamos na nossa melhor forma física novamente como estávamos antes do acidente, não teríamos outra oportunidade como essa.
', você não pode desistir.' Disse Daniel enquanto assistíamos qualquer coisa deitados em sua cama.
Já havia se passado quase duas semanas desde o acidente e nada fazia sentido ainda.
'Eu fiz a merda. Eu estraguei tudo. Você não tem nada a ver com isso.' Continuou ele.
'Como não? Eu concordei com tudo. Estava lá, eu praticamente quebrei seu joelho.'
'Você sabe que não teria me impedido, mesmo se não tivesse ido comigo, eu teria feito toda essa idiotice sozinho. Estou péssimo, mas não quero que desista. Se não fizer isso por você, faça por mim. Estou sabendo que já selecionaram o rapaz novo.'
'Eu não vou desistir, só não estou mais animada como antes. Você consegue se imaginar patinando com outra pessoa?'
'Claro que não!' Ele disse indignado.
'Eu também não consigo imaginar isso. Parece que não faz sentido.'
'Já estão prontos?' Perguntou Roy, namorado de Daniel entrando no quarto. 'Já estamos atrasados, vocês sabem o quanto Samantha odeia atrasos.' Disse enquanto ajudava Dany a se levantar da cama.
Samantha era nossa nutricionista, e como era seu aniversário, nos convidou para uma pequena confraternização em um bar/restaurante perto do centro de treinamento. Toda a equipe estava péssima desde o acontecido e ela achava que seria bom se nos distraíssemos. 'Só estávamos esperando você, xuxu.' Disse Daniel dando um beijo terno na bochecha do namorado.
*
', este é .' Disse Samantha puxando uma cadeira para mim ao lado do rapaz moreno de olhos azuis.
' Noriega.' Disse sorridente estendendo a mão em minha direção.
Meu cérebro deu um pequeno estalo assim que ouvi seu nome. Eu sabia que o conhecia, só não havia ligado o rosto ao nome. era um dos maiores nomes da patinação no oeste do país. Havia ganhado todas as competições pela qual passou. Porém, nunca entendi motivo de ele não estar conosco na equipe nacional.
'Olá , muito prazer.' Disse enquanto apertava a sua mão.
' também é patinador.' Disse Samantha. 'Sempre segue as minhas orientações.'
Ela não perderia essa oportunidade de falar que eu e Dany não seguíamos as orientações dela, não tenho culpa se gostamos de comer bem.
'Tenho certeza que segue porque é obrigado.' Disse rindo e limitou-se apenas a rir comigo.
'Não é como se tivesse alguma opção.' Ele sussurrou.
'Sempre temos, não é?' Sussurrei também fazendo com que Sam revirasse os olhos e fosse conversar com outras pessoas.
'Não acredite no que ela diz. Sempre sigo as orientações dela, só teve algumas poucas vezes que dei uma escapada. Nada muito grave.'
'Conheço Sam o suficiente para não acreditar nela. Pode ter certeza.' Ele riu e eu o acompanhei.
era tão bonito quanto nos vídeos que eu havia visto de suas apresentações. Ouso dizer que era ainda mais bonito pessoalmente. Tinha os cabelos pretos penteados num topete estilo Alex Turner. Os olhos eram num tom de azul que pareciam cinza, combinando perfeitamente com sua camisa xadrez azul e cinza. Jeans skinny e botas pretas. Ok. Ele era muito mais bonito pessoalmente.
'Então , eu posso te chamar assim?' Perguntei e ele afirmou com a cabeça enquanto bebia um gole de qualquer coisa que estava em sua taça. 'Você é patinador há muito tempo?'
Eu era uma negação para puxar assunto.
'Sim!' Ele disse animado. 'Acho que fiz isso a vida inteira, sabe? Não consigo me lembrar de algum tempo que eu não tenha patinado. Minha avó foi patinadora, participou de olimpíadas e tudo. Meu pai tentou seguir carreira, ganhou o primeiro título nacional, mas logo quebrou o joelho e não pode mais patinar.'
falava da sua história com muito orgulho, o que me fez sorrir. Mesmo que ele estivesse tagarelando sem parar. Sua voz era gostosa de ouvir e cada vez que ele falava algo mais emocionante, ele gesticulava bastante e fazia caretas, interpretando a situação. Era ótimo. Quanto mais ele falava, mais eu queria ouvir.
'E foi assim que eu tentei patinar com o meu cachorro quando eu tinha quatro anos. Coitado do Bob.' Disse rindo. 'Ele deveria ter me mordido, eu teria me mordido se fosse ele.'
'Eu também teria te mordido, com certeza.' Disse e rimos juntos. 'Eu vou ao banheiro.' Disse, me levantando. 'Não saia daqui, eu já volto!'
concordou com a cabeça e eu segui até o banheiro andando rápido para encontrar Daniel.
'Estou apaixonada.' Disse puxando Dany para um canto perto do banheiro.
'O que?' Daniel respondeu rindo.
'Eu sou uma vergonha. Poderia resistir mais, não sou mais uma adolescente. Uma conversa e um sorriso e eu já estou apaixonada.'
'Calma! Meu Deus, do que você está falando?' Perguntou Daniel enquanto me segurava pelos ombros.
'. O rapaz que estou conversando.'
'Ah, o ex da Luísa.'
'EX, O QUÊ?' Gritei.
Como assim?
'Sh!' Disse Dany tapando minha boca e olhando para os lados.
' foi o quê?' Questionei Dany novamente, indignada com a nova informação.
' foi noivo de Luísa. Dizem que ele desistiu das Olimpíadas porque terminaram logo que foram convocados.' Sussurrou Dany. 'Os boatos são que ele a traiu e ela, por sua vez, o obrigou a desistir para não expor a verdade. Eu acredito que isso é mentira, conhecemos Luísa, sabemos que ela nunca obrigaria ninguém a fazer isso, a menina é uma santa. Como que você não sabe desse bafo?' Perguntou indignado.
Luísa era nossa colega de equipe, patinadora, assim como eu e Dany. Acho que ela é a pessoa mais incrível que já conheci na vida. É bonita, inteligente, supersimpática, protetora dos animais, vegana, faz vários trabalhos voluntários e é extremamente boa no que faz. Resumindo: é a miss perfeição. Ninguém em sã consciência trairia aquela mulher.
'Isso não faz o menor sentido.' Disse em negação. Estava tudo muito bom para ser verdade.
'Não acredite nas aparências. Em nenhum dos dois. Ninguém sabe o que aconteceu ali.' Respondeu Dany. 'Agora vamos, antes que achem que estamos fazendo o número dois.’
'Porque você me matou desse jeito, Daniel?' Disse enquanto andávamos. 'Ninguém em sã consciência ficaria comigo depois de ter namorado a Luísa.'
'Af, você é ótima. Cala a boca.' Ele respondeu antes de seguir seu caminho até seu namorado. Eu ainda não estava acreditando. Sabia que era muito perfeito e muita areia para o meu humilde caminhão.
'Uma dose de tequila, por favor.' Pedi ao barman enquanto caçava com os olhos.
Ele estava no mesmo lugar, agora acompanhado de Luísa. Não parecia mais estar feliz como antes. Sentei ali e fiquei observando-os. Ela aparentava estar brava, falava sem parar, estavam discutindo. estava quieto, apenas ouvindo. Com certeza ainda gostava dela.
Ele poderia parar de desperdiçar suas emoções com ela e deixar todo o amor dele comigo. Eu seria ótima.
Tomei minha dose e pedi outra.
Eu era ridícula. Não sou uma pessoa que se apaixona assim, por qualquer um. Eu tive alguns casos, nada muito duradouro. Era difícil namorar enquanto se está numa cidade diferente a cada semana.
Continuei observando-os, Luísa continuava falando. Alguns minutos e ela saiu, deixando sozinho. Não demorou muito para ele passar os olhos pelo salão e me notar sentada no bar. Acenei para ele, tomei minha segunda dose, peguei minha taça de champanhe e fui ao seu encontrou. Eu tinha que saber o que estava acontecendo. Entre nós, é claro. Se fosse um caso de uma noite só, por mim tudo bem. Talvez nem estivesse apaixonada mesmo.
'Não quis atrapalhar vocês. Parecia ser uma conversa particular.' Disse, sentando ao seu lado. 'É uma situação difícil.' Respondeu cabisbaixo. 'Devo acreditar que você sabe da nossa história?' Perguntou.
'Só os boatos. Mas posso ouvir o que quiser me contar.'
Se quiser me contar os fatos importantes, por favor.
'Outro dia. Não é nada importante, não mais. O que você estava bebendo lá?' queria mudar de assunto, ok, tudo bem.
'Tequila. Acho que você precisa de uma dose. Venha.' Peguei em sua mão e puxei para que fossemos até o bar. levantou-se imediatamente e me seguiu.
'Está querendo me embebedar, ?' Perguntou, me fazendo rir.
'Claro que não!' Disse, fingindo indignação. 'Por que eu faria isso? Duas tequilas.' Disse para o barman.
'Eu não sei.' tomou as duas doses que o rapaz havia servido. 'Você tem um péssimo histórico com bebidas.' Ah, já sabia algo sobre mim, a pior parte. 'Todos sabem o que aconteceu com Daniel e como aconteceu.' Continuou.
'Melhor evitarmos qualquer ocorrência.' Concordei e tomei o resto de água de minha garrafa. 'Então, só quero confirmar uma coisa.' Disse enquanto cruzava os braços sobre o balcão. Estávamos sentados lado a lado.
'Diga.' Também cruzei meus braços para imitá-lo e ele riu.
'Talvez eu já saiba a resposta, mas só por garantia, Daniel não é seu namorado, não é?' Eu tive que rir.
'Claro que não! Ele está com o namorado bem ali.' Apontei em direção a eles.
'Eu sei, eu sei. Eu só precisava de uma confirmação, sabe? Para saber se posso seguir em frente.' olhava fixamente em meus olhos enquanto falava.
E foi ali que eu tive certeza que poderia beija-lo. Ele não hesitou. Levantou-se e acompanhou meu beijo.
Amor à primeira vista não poderia ser verdade, se fosse, eu estava muito perdida.
*
Eu realmente estava apaixonada.
Tive certeza disso no momento em que havia sido anunciado como o novo membro da equipe de patinação. Coisa que eu já deveria ter imaginado, ele não estaria no aniversário da Sam, que era praticamente para a equipe sem estar na equipe. Parabéns pela ótima percepção, .
'Desculpa por não ter lhe contado ontem.' Disse sentando-se ao meu lado. 'Ordens superiores.'
'É, eu imaginei. Seja bem-vindo.' Dei um empurrãozinho nele com o ombro. 'Devo acreditar que será minha dupla?'
'Eu não tenho certeza, você é a aposta do ano. Não acho que colocariam um novato com você.'
', você deve ter do triplo de prêmios que eu tenho. Se tem uma coisa que você não é, é novato.'
'Posso ter prêmios, mas nunca participei de uma Olimpíada.' Deu de ombros.
'Pare de bobeira.' Revirei os olhos e ele riu.
'Eu acredito que seríamos uma ótima dupla.' Disse a ele.
'Eu não tenho dúvidas disso.' Respondeu .
*
'Com a chegada de , fechamos nossa equipe para as Olimpíadas. entra como dupla de na dança no gelo, substituindo Daniel nessa temporada. Acredito que todos estejam de comum acordo com essa decisão. Uma vez que já foi conversado com os envolvidos. Prosseguindo, com a liberação de musicas com letras, como todos já sabíamos e estávamos treinando, foi decidido que o tema das nossas apresentações seria ABBA: Greatest Hits.' Dizia Otávio, também conhecido como meu pai e responsável pela equipe de patinação. 'Acredito que não tenham nenhuma objeção. Uma vez que todos já sabem as coreografias, exceto .'
Ninguém falou nada. Ninguém teria nada para falar, estamos trabalhando com ABBA! Já havíamos separado as musicas e tudo estava indo muito bem.
'Acredito que o trabalho maior será da dupla nova. Segundas-feiras começaram os treinos, temos pouco tempo para tudo ficar perfeito. Confio em vocês.' Concluiu, liberando-nos da reunião.
'.' Era Luísa que me chamava. Olhei para trás e a vi caminhando em minha direção. 'Eu gostaria de falar com você rapidinho. Tudo bem?' 'Ah sim, claro.' Respondi olhando em volta, estava distraído demais falando com Otávio para me salvar disso.
Acompanhei Luísa até o final do corredor, onde ela parou e ficou me olhando por alguns segundo antes de começar a falar.
'Não quero ser indiscreta ou intrometida, ou qualquer coisa desse tipo, mas, não pude deixar de notar que você e estão... Próximos.' Luísa sempre falava tudo muito bem pensado. Cruzei meus braços, me encostei na parede e continuei ouvindo-a. 'Acredito que já saiba tudo o que aconteceu. Só quero te dizer que eu não estou brava com você. Sei como ele pode ser encantador e não a culpo por estar interessada nele, já estive nesse lugar e sei como pode ser ótimo. Saiba que eu te perdoo por isso e que não mudará nada na nossa amizade. Só peço que tome cuidado, talvez não seja tudo o que você esperava. Não foi pra mim.'
Que? Ela me perdoa? O que esta acontecendo aqui? Estávamos tendo mesmo essa conversa? Sério? Luísa me olhava com... Piedade? Eu não sei, não conseguia pensar em nada que não fosse o motivo para ela estar me perdoando.
'Ok?' Foi a única coisa que consegui dizer.
'Eu sabia que tudo ficaria bem! Logo você me entenderá. Espero que isso entre vocês não atrapalhe a competição, queremos o ouro! Se precisar conversar sobre , pode me ligar.' Ela me abraçou e saiu logo em seguida. Era sério isso? Eu ainda não conseguia acreditar em como tinha sido ridícula essa conversa. Eles terminaram há uns cinco anos. E porque minha relação com ele atrapalharia algo?
Até que ponto ter uma relação com seria interessante sabendo que trabalharíamos juntos? Antes de tudo, eu era uma atleta olímpica e ter uma distração como essa não estava nos meus planos. Mas também há vários casais patinadores. Não é como se não pudéssemos ser um desses.
*
Eu havia passado o final de semana todo pensando em como tudo isso poderia funcionar. havia ido passar esses últimos dias, antes do início dos treinos, na casa dos pais, limitando-nos a conversas por mensagens, e-mails e alguns encontros via webcam. Nesses encontros conheci seus pais, sua irmã e seus cachorros. E após muita insistência de sua mãe, prometi que iria com no próximo feriado.
Sobre as novidades, pelo menos a parte que fiquei sabendo após Nicole, irmã de conseguir o meu número, foi que Luísa foi a primeira e última namorada dele. Eles realmente terminaram há cinco anos, sem informações dos motivos até então e, após isso, ele preferiu focar na profissão. Isso explica a felicidade dos pais quando ele nos apresentou.
Éramos praticamente um casal se fossemos contar com essa parte.
Ele já estava alongando sozinho na sala de espelhos quando eu cheguei.
'Não sabia que você abria o centro de treinamentos.' Disse, fazendo olhar para mim e sorrir.
'Meu primeiro dia, tenho que causar uma boa impressão.'
'Tom sempre chega atrasado, me esqueci de lhe avisar que se está marcado as sete, na verdade, começa às oito.' Ele balançou a cabeça negando e riu.
*
era muito profissional. O que me deixou um tanto quanto aliviada. Durante o treino só conversamos o necessário e durante os intervalos falávamos sobre qualquer coisa aleatória.
No final do dia, combinamos que jantaríamos juntos no mesmo bar/restaurante que havíamos nos conhecido. Encontraríamos-nos as sete na entrada dos alojamentos e iríamos caminhando. Não era longe.
já estava ali quando cheguei às sete.
'Estou atrasada?' Perguntei atraindo sua atenção.
'Não, não. Eu que cheguei um pouco adiantado.' Ele me cumprimentou com um beijo discreto. 'Podemos ir?' Perguntou e eu afirmei balançado a cabeça.
Seguimos caminhando lado a lado.
'Foi muito interessante o treino hoje.' Disse a ele.
'Eu fiquei um pouco tenso, pois estava com medo que você ficasse chateada.'
'Chateada com o quê?'
'Pelo ensaio. Por só termos ensaiado.'
Meu Deus, ele realmente tinha as mesmas preocupações que eu tinha sobre nosso relacionamento e a nossa profissão.
'Eu não quero que o nosso relacionamento atrapalhe o nosso profissional tanto quanto você. Estava com medo de te falar isso e te chatear.' Disse, sabendo que ele também queria dizer isso.
'Exatamente isso!' Disse ele animado. ', você é maravilhosa!'
'Você ainda não viu nada.'
*
'Boa noite, Robert! Pra mim o mesmo de sempre.' Disse assim que chegamos ao bar. 'E pra você?' Perguntei a .
'Água com gás, por favor.'
'Então, , o que está achando da cidade?'
Eu era péssima mesmo. Nunca sairia comigo se pudesse.
'Não tenho muito que dizer, estou aqui há 15 horas?' Disse olhando em seu relógio e rindo.
'Meu Deus! É verdade!' Respondi.
'Sua tequila e sua água com gás.' Disse Robert nos servindo.
'Obrigada!' Disse, antes de tomar a bebida em um gole. 'Você já pode trazer outra.' Sorri.
'Parece que temos alguém aqui viciada em tequila?' comentou.
'Todos temos algum tipo de vicio. O meu infelizmente é álcool. Não conte para o meu pai. Ele acredita que eu nunca coloquei uma gota de álcool na boca.' riu.
'Seu segredo estará guardado comigo.'
'E o seu vício? Qual é?' Perguntei.
'A patinação?'
'Isso não conta!'
'Bom, como eu sei você não vai contar ficar vendo vídeos de cachorros fofinhos no YouTube, então, eu acho que não tenho nenhum.' Respondeu dando de ombros e me fazendo rir antes de sermos interrompidos por uma ligação de Daniel.
'Eu já volto!' Disse, levantando-me para atender Dany.
'O que você quer?' Disse ao atender.
'Meu Deus, você já chegou a gostar de mim um dia. Como eu sinto saudades daquela época.'
'Eu te avisei o que eu ia fazer hoje. Se eu tivesse no teu lugar não estaria atrapalhando o seu encontro.'
'Nem se você soubesse que o meu pai está indo no mesmo restaurante em que eu supostamente estaria?'
Dany sempre me mata, sempre.
'Não acredito!'
'Ele acabou de me ligar. Porque aparentemente você está comigo.
Shit.
'E o que você disse?'
'Que você não estava disposta e que estava cochilando. Ele disse que se você acordasse melhor era para ir encontrá-lo no restaurante.'
'Deus me odeia. Eu tenho certeza disso.'
'Mas eu te amo. Então, me agradeça saindo logo dai.'
'Ok, ok. Muitíssimo obrigada!'
'Ei, .'
'Diga.'
'Se ele quiser transar, transe. Você tá precisando.'
'Eu te odeio.' Desliguei o telefone.
', precisamos sair daqui.' Disse assim que sentei ao seu lado.
'Por quê?' me olhava um tanto quanto confuso. Tomei minha outra dose e pedi a conta.
'Vou ser breve. Treinador Otávio é meu pai e ele está vindo para cá. Não podemos ser visto juntos por ele.'
'E nós vamos...'
'Pro meu quarto.' O interrompi.
'Mas...'
'Ele não vai aparecer lá, Dany disse que estou com ele. Podemos pedir pizza? Vegetariana?' balançou a cabeça em negação e riu.
'Você é que manda.'
*
'Eu não acredito que sua série favorita é The O.C.' Disse a enquanto comíamos pizza em meu quarto.
'Essa série é ótima, ok? A trilha sonora é maravilhosa. Quando toca Champagne Supernova...'
'No beijo do Seth e da Summer.' Completei e ficou me olhando surpreso. 'O quê? Eu também gosto de clássicos da TV.'
'Podemos maratonar qualquer dia. Eu tenho em DVD.'
'E você trouxe para o centro de treinamento?'
'É claro que eu trouxe.' Rimos juntos. 'Você pode assistir comigo no final de semana, no meu quarto cinco estrelas do centro de treinamento de patinação. Prometo que posso providenciar a tequila.' Ele disse.
'Está querendo me embebedar, Senhor Noriega?'
'O que? Claro que não! Jamais faria isso.' Disse indignado. 'Eu só ofereci porque você disse que gosta e eu queria te agradar. Mas se você achou ofensivo, me perd...' Eu o beijei. às vezes falava de mais.
*
Eu estava no ambulatório quando meu pai chegou desesperado. 'Soube que você caiu. Você está bem? Foi grave doutor? Ela vai ter que ficar em repouso?'
'Estou bem, pai.'
'Está tudo bem. Vou apenas um queda leve, bateu a cabeça no gelo. Já fizemos exames e não consta nada. Ela está sem dor. Receitei um remédio, caso precise.'
'Tem certeza que ela está bem? , olha pra mim.'
'Ele já disse que estou bem, pai.' Sentei no leito.
'Caso sinta qualquer coisa, pode vir imediatamente.'
'Tudo bem. Obrigada doutor. Vamos?' Disse ao meu pai e ele concordou. Otávio me ajudou a levantar e voltamos juntos para as pistas.
'Como você caiu?' Ele perguntou.
'Fomos fazer um triple axel*, não deu muito certo.'
'Fomos? está envolvido nisso?'
'O que? Claro que não. Aliás, se ele não tivesse me ajudado, teria sido muito pior.'
'Hum. Não fez mais do que sua obrigação como sua dupla. Amanhã assistirei o treino de vocês. Isso não pode se repetir. Hoje à tarde vou para a academia com você. Você está precisando exercitar essas pernas. Não podemos deixar que nada aconteça, logo agora, que estamos tão perto.'
Todo o dia meu pai com essa mesma conversa sobre como treinamos pra isso. Como se eu já não soubesse. Às vezes ele conseguia me fazer ficar com raiva da patinação.
'Eu realmente queria descansar hoje.'
'Sem descanso. Não temos tempo pra isso. Agora volte para o treino. Te encontro as três.'
Todos os dias eu me perguntava o porquê de ter escolhido a patinação. Eu poderia ter sido ginasta ou pintora. Ou qualquer outra coisa que meu pai me deixasse em paz por pelo menos um dia.
*
'Posso dormir aqui hoje?' Disse assim que abriu a porta de seu quarto.
'Claro que pode. Aliás, estava achando estranho você não ter aparecido e não ter respondido as mensagens que lhe enviei me convidando para os seus aposentos.'
'Estava na academia com meu pai. Desde o dia do pequeno acidente ele não me deixa em paz.' Disse, deitando na cama de .
'Talvez ele desconfie de nós.'
'Acho que não, ele só está com medo que mais alguma coisa aconteça e estrague a competição.'
'Não vai acontecer nada. Estamos muito bem, estou confiante.'
'Muito bem não é o suficiente para ele.' Respondi.
'Por isso ele é o chefe.'
'Exatamente.' Concordei.
'Enfim, eu não acho que você veio aqui para passar a noite falando sobre o seu pai.' sentou-se na cama, atraindo a minha atenção. Ele havia acabado de sair do banho.
'Se lembra quando eu te disse que meu único vício era a tequila?' Ele concordou com a cabeça. 'Não é mais verdade.' Puxei pelo pescoço e ele imediatamente me beijou.
*
'!' Gritei quando ele me pegou no colo. 'Você é louco. Não podemos fazer essas coisas aqui.'
'Relaxa, ninguém vem nesse vestiário. E eu não estou pensando em fazer nada de mais.' Sussurrou antes de começar a me beijar. 'Estou ficando louco.' Continuou enquanto passava a língua envolta de minha orelha.
'?' Senti meu coração disparar com o susto. me colocou no chão imediatamente.
'Eu não posso acreditar no que estou vendo.'
'Pai, nós, eu posso explicar.'
'Todo mundo estava comentando. TODO MUNDO! E eu te defendi todas as vezes. Eu dizia 'a jamais faria isso, ela passou a vida inteira esperando por essa conquista, não iria desperdiçar desse jeito.' Seu rosto estava vermelho.
'Treinador.' Disse .
'Cale-se! Eu não quero que isso continue!' Gritava Otávio. 'Eu não consigo acreditar que isso está acontecendo. No que vocês estavam pensando? Vocês viveram para isso, treinaram para isso e agora vão estragar tudo!' Ele bufava de raiva.
e eu permanecemos em silêncio. Sempre soubemos que se nosso relacionamento fosse descoberto isso aconteceria. Meu pai era extremamente contra relacionamentos na equipe. Sempre deixou isso bem claro.
'Eu não acho que estamos fazendo nada de errado. Quantos casais competem juntos? Vários! Megan e Henry são um exemplo. Não há necessidade de tudo isso.' Disse sempre muito calmo.
'Vocês não são um casal! Acabaram de se conhecer, Megan e Henry são casados. O que vocês farão quando o tesão acabar? Quando isso aí que está acontecendo passar? Vão parar de se falar? Igual aconteceu com você e com a Luísa? Você vai desistir de novo? Não é pra isso que eu treino a vida inteira!'
'Não queira comparar meu outro relacionamento com o que tenho com , esse não é o ponto de discussão.'
'Então, me diga, qual é? Ah, lembrei, o ponto é que vocês estão destruindo nossas chances na competição! Eu não consigo acreditar nisso. Isso tem que acabar, eu não vou admitir!'
'Não tem nada no regulamento da competição que proíba relacionamento entre atletas.' Continuou .
Em questão de segundos, Otávio estava segurando pelo colarinho da camisa. 'Eu não vou admitir que você destrua a carreira de .' Ele falava entre dentes.
'Pai, solte-o!' Levantei imediatamente para separá-los.
Eu não podia decidir. Havia passado a vida inteira patinando, eu amava isso, era a minha vida. Mas também amava , poderia conhecê-lo a pouco tempo, mas eu sabia que o amava com todo o meu coração e nunca poderia escolher. Eu já estava chorando desde que meu pai havia entrado ali, não conseguia falar nada. E eu nem sabia o que falar nessa situação, eu só sabia que tinha que intervir antes que acontecesse alguma desgraça.
'Pai, por favor.' Disse colocando a mão em seu braço, me segurando para não chorar mais ainda. Otávio o soltou e continuou encarando-o. não hesitou em momento algum.
'Eu confio em você para resolver isso.' Disse Otávio antes de sair do vestiário.
me abraçou imediatamente, consolando-me.
Não acreditava que meu pai estava fazendo isso. Ele me conhecia o suficiente para saber o quão profissional eu era e que nada disso atrapalharia.
'Ei, fica calma, tudo vai dar certo. Vamos dar um jeito nisso.' Sussurrou enquanto acariciava meus cabelos.
Permanecemos um bom tempo em silêncio. me conhecia bem o suficiente para não exigir ou cobrar uma posição que ele sabia que eu não poderia tomar agora.
', eu sei que você está confusa. Não quero falar ou fazer algo que te deixe pior ainda. Eu só não quero você cogite a possibilidade de terminar comigo. Podemos pensar em algo.'
', eu só... estou exausta ok? Eu vou pro meu quarto. Conversamos amanhã.'
'Amanhã?' Questionou ele. Seria nossa primeira noite separados desde o primeiro dia de treino.
'Sim. Boa noite.' Beijei o seu rosto e peguei a minha bolsa antes de sair.
*
Era onze e vinte e três da noite de uma sexta feira e estávamos no mesmo bar/restaurante de sempre 'comemorando' o aniversário da Megan.
Comemorando entre aspas porque eu não estava comemorando nada. Desde o ocorrido de ontem com meu pai, eu não sabia o que fazer. Havia conversado com , mas não tínhamos chegado a nenhuma conclusão. Eu não tinha chego a nenhuma conclusão. Enfim, eu não tinha o que comemorar. Ao contrário de que parecia comemorar muita coisa enquanto engatava uma conversa super animada com Luísa. Eu não sabia o quanto eu era ciumenta até esse momento.
Eu estava sentada no bar apenas observando-os de longe. Não podia ir até lá e dizer qualquer coisa. Primeiro porque não sou amiga de Luísa. Segundo porque e eu fizemos o possível para tentar evitar os boatos de que estávamos juntos. Evitávamos lugares públicos e quando saíamos, íamos a lugares que eu sabia que o pessoal não frequentava. Estava tudo indo muito bem, até ontem.
'Para de ser idiota. Eu não acredito que você vai dar o seu homem de mão beijada para a ex.' Daniel dizia sentando-se ao meu lado.
'Você quer que eu faça o quê? Não posso ir lá surtar. está sem bateria, não consigo nem mostrar meu descontentamento por mensagem.'
'Amiga, você tem que fazer alguma coisa.'
'Você só fala que eu tenho que fazer alguma coisa, mas não me ajuda a pensar em nada.'
'Não sou muito criativo, você sabe disso.'
'Quero morrer.' Choraminguei.
'Não quer não. Toma, bebe meu martini que já passa.' Dany me deu a sua taça e eu tomei todo o conteúdo em seguida.
'O que será que eles têm tanto pra conversar?' Murmurei.
'Não faço a menor ideia. Veja, está levantando.' Ficamos observando a cena.
Ambos levantaram, falaram qualquer coisa, riram, se abraçaram e aparentemente se despediram. Ele chegou a trocar algumas palavras com outras pessoas, mas logo veio ao nosso encontro.
'O que aconteceu com aquela conversa de "não podemos ser vistos juntos em público"? Sussurrou antes de pedir qualquer coisa no bar.
'Ué, por quê?'
'Porque vocês estão parecendo dois cães de guarda.' Daniel riu alto.
'Ok, eu vou até ali e já volto.'
'Não que eu me importe.' Continuou . 'Até porque eu sou totalmente contra isso de romance às escondidas. Mas, pensei que deveríamos ser mais discretos, eu estou tentando.'
'Conversando com a Luísa.'
'Conversando com os convidados da festa.' Ele sentou-se ao meu lado. ', você está com ciúmes?'
'Claro que estou!' riu. Ele simplesmente riu.
'Vem aqui.' Ele bebeu o conteúdo de sua taça, levantou-se e me pegou pela mão.
'Hã?'
'Vamos.' Disse me puxando. O segui até a sacada no segundo piso do bar. O local estava vazio e provavelmente sempre estava, pois em anos que frequentava o bar eu não sabia da existência do segundo piso.
Assim que chegamos, me empurrou para uma parede qualquer e me beijou. Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, só sei que mais um pouco eu tiraria a roupa dele ali mesmo.
'Eu estive pensando sobre o que aconteceu.' Ele interrompeu meus pensamentos sacanas.
'Não quero falar sobre isso agora. Venha aqui.' O puxei pela camisa e voltei a beijá-lo. Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele não iria resistir. Ele me pegou no colo e me encostou na parede novamente. Agarrei seus cabelos e continuei beijando-o.
', eu realmente preciso falar com você agora.' encostou sua testa na minha. Sua respiração estava ofegante e sua boca inchada. Como ele era lindo.
'Não quero conversar . Já passou da meia noite, é meu aniversário, eu só quero aproveitar você um pouco.'
'Eu também quero. Por isso eu preciso falar isso agora.' Ele me colocou no chão e passou as mãos pelos cabelos bagunçados. 'Eu andei pensando e conclui que eu não quero perder você tanto quanto eu não quero prejudicar o nosso trabalho. Compartilhamos o mesmo sonho e eu sei que não faríamos nada para atrapalhar isso.' Ele respirou fundo. 'Você pode achar que estou sendo precipitado, que eu sou louco, pode discordar de tudo, eu não sei. Eu já vinha pensando nisso há alguns dias, mas não imaginava que compartilharia isso com você tão cedo.'
'Está tudo bem?'
'É você quem tem que me dizer se está tudo bem. Eu amo você . Deus, eu amo muito você. Você me deixa completamente fora de controle. Eu quero estar com você o tempo todo. Eu penso em você o tempo todo. Você tirou todo o meu juízo. Não era desse jeito que eu planejava que acontecesse, mas, , você quer casar comigo?'
Quê?!
estava tirando uma caixinha do bolso.
'Eu sei que você deve estar assustada. Mas eu não tenho dúvida alguma do que eu sinto e se for isso que vai consolar o seu pai, por mim não tem problema. Talvez eu já soubesse que isso aconteceria no momento em que pedi pra Samantha nos apresentar. Você me ganhou ali, enquanto sorria e conversava com seus amigos. Tão espontânea, tão divertida, tão linda.'
'Você quer casar comigo?’ Perguntei.
‘Sim.’ disse como se fosse óbvio. E era. ‘Não precisa me responder agora. Você deve estar confusa. Pense e depois me responda. Ou não, não sei...’
‘Sim.’ Eu disse num sussurro.
‘O quê?’ Perguntou.
‘Eu aceito me casar com você . Eu também te amo.’ abriu um sorriso lindo e me abraçou.
‘Eu não sei o que faria se você dissesse não.’ Ele disse tirando o anel da caixinha e colocando em meu dedo.
‘Eu jamais faria isso.’ Sorri e o beijei.
*
'Estamos aqui hoje para celebrar as melhores coisas da vida, o amor. O amor entre, e . é de livre e espontânea vontade que você aceita como seu companheiro em matrimônio?'
'Sim.' Disse segurando as mãos de .
', é de livre e espontânea vontade que você aceita como sua companheira em matrimônio?'
'Sim.' Disse ele olhando em meus olhos e sorrindo.
'Assim sendo, por favor, preparem-se para dar e receber os votos de amor. , pode dizer os votos ao noivo.'
'Foi como atirar em um alvo fácil. Uma conversa, um sorriso e me apaixonei. Ainda não sei o que você fez comigo, uma mulher como eu não deveria se apaixonar tão facilmente. Sinto certo medo quando você não está por perto. Passei por cima de todo o meu orgulho e imploro a você que não desperdice mais os seus sentimentos. Eu estou aqui para você. Estou aqui para você depositar todo o seu amor, todo o seu afeto, todas as suas preocupações e esperanças. Eu te amo, , com todo o meu coração.' Disse segurando as lágrimas. parecia estar fazendo o mesmo. Ele estava tão lindo.
', pode dizer os votos à noiva.' Disse o juiz.
'Eu estive apaixonado antes e eu pensei que não quereria mais sentir isso. E é tão estranho para mim. Você me devolveu isto, aquele velho sentimento. Eu, eu não sei o que você fez. Você me faz pensar que você possivelmente possa me libertar. Eu penso que você será capaz de fazer todos meus sonhos se tornarem realidade. Você me emociona, você me deleita, você me agrada, você me excita. Você é algo que eu não sabia que estava esperando. Eu a amo, eu a adoro, minha vida é por você. Eu quero você cada vez mais e finalmente parece meus dias a sós estão terminado, eu tenho esperado por você .'
Acredito que essa altura eu já não aguentava mais segurar as lágrimas. com certeza tinha sido a melhor coisa que poderia ter acontecido em minha vida.
' e , ninguém além de vocês mesmos detém o poder de proclamá-los esposo e esposa. E assim, tendo testemunhado sua troca de votos, é com grande alegria que vos declaro casados. Pode beijar a noiva.'
sorriu, segurou-me pela cintura e me beijou.
Tínhamos resolvido o problema afinal.
Poderíamos só ter bebido e voltado para o alojamento. Ou não ter bebido, só ter ido comer alguma coisa. Ou não ter saído do alojamento, melhor ainda.
Agora, Daniel estava hospitalizado com uma fratura oblíqua no joelho, vinda de uma ideia idiota de tentar fazer a nossa coreografia da competição com o seu namorado.
Era apenas uma rachadura, mas era o suficiente para deixá-lo fora das Olimpíadas. O que me aterrorizou completamente. Eu e Daniel havíamos começado a patinar praticamente juntos. Nos conhecemos no centro de treinamento com uns seis anos e, desde então, somos uma dupla. E pela primeira vez, eu estava sozinha, meses antes de uma olimpíada.
Não pensem que sou uma vadia egoísta. Eu sabia que Daniel estava bem, fisicamente. Ficaria um tempo fazendo fisioterapia e logo voltaria para as pistas. Seis meses, mais ou menos, em observação médica. Ele era um rapaz de 21 anos saudável, nunca havia quebrado um osso, ficaria bem. Entretanto, ele estava péssimo, eu sei que estava. Compartilhávamos o mesmo sonho de um ouro olímpico, éramos a aposta do país. E por uma decisão estúpida, tudo isso havia acontecido. Sabia que ele estava mil vezes pior do que eu. Eu sabia que ainda estava dentro, provavelmente me arrumariam outro parceiro e tudo certo. Mas não era para isso que treinávamos a quase 13 anos juntos. Era para ser uma conquista nossa, não, talvez, só minha. Se é que ainda fosse possível.
'Não se preocupem, vocês são jovens, poderão participar de outras competições.'
As pessoas falavam, mas sabíamos que não seria a mesma coisa. Nunca mais estaríamos na nossa melhor forma física novamente como estávamos antes do acidente, não teríamos outra oportunidade como essa.
', você não pode desistir.' Disse Daniel enquanto assistíamos qualquer coisa deitados em sua cama.
Já havia se passado quase duas semanas desde o acidente e nada fazia sentido ainda.
'Eu fiz a merda. Eu estraguei tudo. Você não tem nada a ver com isso.' Continuou ele.
'Como não? Eu concordei com tudo. Estava lá, eu praticamente quebrei seu joelho.'
'Você sabe que não teria me impedido, mesmo se não tivesse ido comigo, eu teria feito toda essa idiotice sozinho. Estou péssimo, mas não quero que desista. Se não fizer isso por você, faça por mim. Estou sabendo que já selecionaram o rapaz novo.'
'Eu não vou desistir, só não estou mais animada como antes. Você consegue se imaginar patinando com outra pessoa?'
'Claro que não!' Ele disse indignado.
'Eu também não consigo imaginar isso. Parece que não faz sentido.'
'Já estão prontos?' Perguntou Roy, namorado de Daniel entrando no quarto. 'Já estamos atrasados, vocês sabem o quanto Samantha odeia atrasos.' Disse enquanto ajudava Dany a se levantar da cama.
Samantha era nossa nutricionista, e como era seu aniversário, nos convidou para uma pequena confraternização em um bar/restaurante perto do centro de treinamento. Toda a equipe estava péssima desde o acontecido e ela achava que seria bom se nos distraíssemos. 'Só estávamos esperando você, xuxu.' Disse Daniel dando um beijo terno na bochecha do namorado.
', este é .' Disse Samantha puxando uma cadeira para mim ao lado do rapaz moreno de olhos azuis.
' Noriega.' Disse sorridente estendendo a mão em minha direção.
Meu cérebro deu um pequeno estalo assim que ouvi seu nome. Eu sabia que o conhecia, só não havia ligado o rosto ao nome. era um dos maiores nomes da patinação no oeste do país. Havia ganhado todas as competições pela qual passou. Porém, nunca entendi motivo de ele não estar conosco na equipe nacional.
'Olá , muito prazer.' Disse enquanto apertava a sua mão.
' também é patinador.' Disse Samantha. 'Sempre segue as minhas orientações.'
Ela não perderia essa oportunidade de falar que eu e Dany não seguíamos as orientações dela, não tenho culpa se gostamos de comer bem.
'Tenho certeza que segue porque é obrigado.' Disse rindo e limitou-se apenas a rir comigo.
'Não é como se tivesse alguma opção.' Ele sussurrou.
'Sempre temos, não é?' Sussurrei também fazendo com que Sam revirasse os olhos e fosse conversar com outras pessoas.
'Não acredite no que ela diz. Sempre sigo as orientações dela, só teve algumas poucas vezes que dei uma escapada. Nada muito grave.'
'Conheço Sam o suficiente para não acreditar nela. Pode ter certeza.' Ele riu e eu o acompanhei.
era tão bonito quanto nos vídeos que eu havia visto de suas apresentações. Ouso dizer que era ainda mais bonito pessoalmente. Tinha os cabelos pretos penteados num topete estilo Alex Turner. Os olhos eram num tom de azul que pareciam cinza, combinando perfeitamente com sua camisa xadrez azul e cinza. Jeans skinny e botas pretas. Ok. Ele era muito mais bonito pessoalmente.
'Então , eu posso te chamar assim?' Perguntei e ele afirmou com a cabeça enquanto bebia um gole de qualquer coisa que estava em sua taça. 'Você é patinador há muito tempo?'
Eu era uma negação para puxar assunto.
'Sim!' Ele disse animado. 'Acho que fiz isso a vida inteira, sabe? Não consigo me lembrar de algum tempo que eu não tenha patinado. Minha avó foi patinadora, participou de olimpíadas e tudo. Meu pai tentou seguir carreira, ganhou o primeiro título nacional, mas logo quebrou o joelho e não pode mais patinar.'
falava da sua história com muito orgulho, o que me fez sorrir. Mesmo que ele estivesse tagarelando sem parar. Sua voz era gostosa de ouvir e cada vez que ele falava algo mais emocionante, ele gesticulava bastante e fazia caretas, interpretando a situação. Era ótimo. Quanto mais ele falava, mais eu queria ouvir.
'E foi assim que eu tentei patinar com o meu cachorro quando eu tinha quatro anos. Coitado do Bob.' Disse rindo. 'Ele deveria ter me mordido, eu teria me mordido se fosse ele.'
'Eu também teria te mordido, com certeza.' Disse e rimos juntos. 'Eu vou ao banheiro.' Disse, me levantando. 'Não saia daqui, eu já volto!'
concordou com a cabeça e eu segui até o banheiro andando rápido para encontrar Daniel.
'Estou apaixonada.' Disse puxando Dany para um canto perto do banheiro.
'O que?' Daniel respondeu rindo.
'Eu sou uma vergonha. Poderia resistir mais, não sou mais uma adolescente. Uma conversa e um sorriso e eu já estou apaixonada.'
'Calma! Meu Deus, do que você está falando?' Perguntou Daniel enquanto me segurava pelos ombros.
'. O rapaz que estou conversando.'
'Ah, o ex da Luísa.'
'EX, O QUÊ?' Gritei.
Como assim?
'Sh!' Disse Dany tapando minha boca e olhando para os lados.
' foi o quê?' Questionei Dany novamente, indignada com a nova informação.
' foi noivo de Luísa. Dizem que ele desistiu das Olimpíadas porque terminaram logo que foram convocados.' Sussurrou Dany. 'Os boatos são que ele a traiu e ela, por sua vez, o obrigou a desistir para não expor a verdade. Eu acredito que isso é mentira, conhecemos Luísa, sabemos que ela nunca obrigaria ninguém a fazer isso, a menina é uma santa. Como que você não sabe desse bafo?' Perguntou indignado.
Luísa era nossa colega de equipe, patinadora, assim como eu e Dany. Acho que ela é a pessoa mais incrível que já conheci na vida. É bonita, inteligente, supersimpática, protetora dos animais, vegana, faz vários trabalhos voluntários e é extremamente boa no que faz. Resumindo: é a miss perfeição. Ninguém em sã consciência trairia aquela mulher.
'Isso não faz o menor sentido.' Disse em negação. Estava tudo muito bom para ser verdade.
'Não acredite nas aparências. Em nenhum dos dois. Ninguém sabe o que aconteceu ali.' Respondeu Dany. 'Agora vamos, antes que achem que estamos fazendo o número dois.’
'Porque você me matou desse jeito, Daniel?' Disse enquanto andávamos. 'Ninguém em sã consciência ficaria comigo depois de ter namorado a Luísa.'
'Af, você é ótima. Cala a boca.' Ele respondeu antes de seguir seu caminho até seu namorado. Eu ainda não estava acreditando. Sabia que era muito perfeito e muita areia para o meu humilde caminhão.
'Uma dose de tequila, por favor.' Pedi ao barman enquanto caçava com os olhos.
Ele estava no mesmo lugar, agora acompanhado de Luísa. Não parecia mais estar feliz como antes. Sentei ali e fiquei observando-os. Ela aparentava estar brava, falava sem parar, estavam discutindo. estava quieto, apenas ouvindo. Com certeza ainda gostava dela.
Ele poderia parar de desperdiçar suas emoções com ela e deixar todo o amor dele comigo. Eu seria ótima.
Tomei minha dose e pedi outra.
Eu era ridícula. Não sou uma pessoa que se apaixona assim, por qualquer um. Eu tive alguns casos, nada muito duradouro. Era difícil namorar enquanto se está numa cidade diferente a cada semana.
Continuei observando-os, Luísa continuava falando. Alguns minutos e ela saiu, deixando sozinho. Não demorou muito para ele passar os olhos pelo salão e me notar sentada no bar. Acenei para ele, tomei minha segunda dose, peguei minha taça de champanhe e fui ao seu encontrou. Eu tinha que saber o que estava acontecendo. Entre nós, é claro. Se fosse um caso de uma noite só, por mim tudo bem. Talvez nem estivesse apaixonada mesmo.
'Não quis atrapalhar vocês. Parecia ser uma conversa particular.' Disse, sentando ao seu lado. 'É uma situação difícil.' Respondeu cabisbaixo. 'Devo acreditar que você sabe da nossa história?' Perguntou.
'Só os boatos. Mas posso ouvir o que quiser me contar.'
Se quiser me contar os fatos importantes, por favor.
'Outro dia. Não é nada importante, não mais. O que você estava bebendo lá?' queria mudar de assunto, ok, tudo bem.
'Tequila. Acho que você precisa de uma dose. Venha.' Peguei em sua mão e puxei para que fossemos até o bar. levantou-se imediatamente e me seguiu.
'Está querendo me embebedar, ?' Perguntou, me fazendo rir.
'Claro que não!' Disse, fingindo indignação. 'Por que eu faria isso? Duas tequilas.' Disse para o barman.
'Eu não sei.' tomou as duas doses que o rapaz havia servido. 'Você tem um péssimo histórico com bebidas.' Ah, já sabia algo sobre mim, a pior parte. 'Todos sabem o que aconteceu com Daniel e como aconteceu.' Continuou.
'Melhor evitarmos qualquer ocorrência.' Concordei e tomei o resto de água de minha garrafa. 'Então, só quero confirmar uma coisa.' Disse enquanto cruzava os braços sobre o balcão. Estávamos sentados lado a lado.
'Diga.' Também cruzei meus braços para imitá-lo e ele riu.
'Talvez eu já saiba a resposta, mas só por garantia, Daniel não é seu namorado, não é?' Eu tive que rir.
'Claro que não! Ele está com o namorado bem ali.' Apontei em direção a eles.
'Eu sei, eu sei. Eu só precisava de uma confirmação, sabe? Para saber se posso seguir em frente.' olhava fixamente em meus olhos enquanto falava.
E foi ali que eu tive certeza que poderia beija-lo. Ele não hesitou. Levantou-se e acompanhou meu beijo.
Amor à primeira vista não poderia ser verdade, se fosse, eu estava muito perdida.
Eu realmente estava apaixonada.
Tive certeza disso no momento em que havia sido anunciado como o novo membro da equipe de patinação. Coisa que eu já deveria ter imaginado, ele não estaria no aniversário da Sam, que era praticamente para a equipe sem estar na equipe. Parabéns pela ótima percepção, .
'Desculpa por não ter lhe contado ontem.' Disse sentando-se ao meu lado. 'Ordens superiores.'
'É, eu imaginei. Seja bem-vindo.' Dei um empurrãozinho nele com o ombro. 'Devo acreditar que será minha dupla?'
'Eu não tenho certeza, você é a aposta do ano. Não acho que colocariam um novato com você.'
', você deve ter do triplo de prêmios que eu tenho. Se tem uma coisa que você não é, é novato.'
'Posso ter prêmios, mas nunca participei de uma Olimpíada.' Deu de ombros.
'Pare de bobeira.' Revirei os olhos e ele riu.
'Eu acredito que seríamos uma ótima dupla.' Disse a ele.
'Eu não tenho dúvidas disso.' Respondeu .
'Com a chegada de , fechamos nossa equipe para as Olimpíadas. entra como dupla de na dança no gelo, substituindo Daniel nessa temporada. Acredito que todos estejam de comum acordo com essa decisão. Uma vez que já foi conversado com os envolvidos. Prosseguindo, com a liberação de musicas com letras, como todos já sabíamos e estávamos treinando, foi decidido que o tema das nossas apresentações seria ABBA: Greatest Hits.' Dizia Otávio, também conhecido como meu pai e responsável pela equipe de patinação. 'Acredito que não tenham nenhuma objeção. Uma vez que todos já sabem as coreografias, exceto .'
Ninguém falou nada. Ninguém teria nada para falar, estamos trabalhando com ABBA! Já havíamos separado as musicas e tudo estava indo muito bem.
'Acredito que o trabalho maior será da dupla nova. Segundas-feiras começaram os treinos, temos pouco tempo para tudo ficar perfeito. Confio em vocês.' Concluiu, liberando-nos da reunião.
'.' Era Luísa que me chamava. Olhei para trás e a vi caminhando em minha direção. 'Eu gostaria de falar com você rapidinho. Tudo bem?' 'Ah sim, claro.' Respondi olhando em volta, estava distraído demais falando com Otávio para me salvar disso.
Acompanhei Luísa até o final do corredor, onde ela parou e ficou me olhando por alguns segundo antes de começar a falar.
'Não quero ser indiscreta ou intrometida, ou qualquer coisa desse tipo, mas, não pude deixar de notar que você e estão... Próximos.' Luísa sempre falava tudo muito bem pensado. Cruzei meus braços, me encostei na parede e continuei ouvindo-a. 'Acredito que já saiba tudo o que aconteceu. Só quero te dizer que eu não estou brava com você. Sei como ele pode ser encantador e não a culpo por estar interessada nele, já estive nesse lugar e sei como pode ser ótimo. Saiba que eu te perdoo por isso e que não mudará nada na nossa amizade. Só peço que tome cuidado, talvez não seja tudo o que você esperava. Não foi pra mim.'
Que? Ela me perdoa? O que esta acontecendo aqui? Estávamos tendo mesmo essa conversa? Sério? Luísa me olhava com... Piedade? Eu não sei, não conseguia pensar em nada que não fosse o motivo para ela estar me perdoando.
'Ok?' Foi a única coisa que consegui dizer.
'Eu sabia que tudo ficaria bem! Logo você me entenderá. Espero que isso entre vocês não atrapalhe a competição, queremos o ouro! Se precisar conversar sobre , pode me ligar.' Ela me abraçou e saiu logo em seguida. Era sério isso? Eu ainda não conseguia acreditar em como tinha sido ridícula essa conversa. Eles terminaram há uns cinco anos. E porque minha relação com ele atrapalharia algo?
Até que ponto ter uma relação com seria interessante sabendo que trabalharíamos juntos? Antes de tudo, eu era uma atleta olímpica e ter uma distração como essa não estava nos meus planos. Mas também há vários casais patinadores. Não é como se não pudéssemos ser um desses.
Eu havia passado o final de semana todo pensando em como tudo isso poderia funcionar. havia ido passar esses últimos dias, antes do início dos treinos, na casa dos pais, limitando-nos a conversas por mensagens, e-mails e alguns encontros via webcam. Nesses encontros conheci seus pais, sua irmã e seus cachorros. E após muita insistência de sua mãe, prometi que iria com no próximo feriado.
Sobre as novidades, pelo menos a parte que fiquei sabendo após Nicole, irmã de conseguir o meu número, foi que Luísa foi a primeira e última namorada dele. Eles realmente terminaram há cinco anos, sem informações dos motivos até então e, após isso, ele preferiu focar na profissão. Isso explica a felicidade dos pais quando ele nos apresentou.
Éramos praticamente um casal se fossemos contar com essa parte.
Ele já estava alongando sozinho na sala de espelhos quando eu cheguei.
'Não sabia que você abria o centro de treinamentos.' Disse, fazendo olhar para mim e sorrir.
'Meu primeiro dia, tenho que causar uma boa impressão.'
'Tom sempre chega atrasado, me esqueci de lhe avisar que se está marcado as sete, na verdade, começa às oito.' Ele balançou a cabeça negando e riu.
era muito profissional. O que me deixou um tanto quanto aliviada. Durante o treino só conversamos o necessário e durante os intervalos falávamos sobre qualquer coisa aleatória.
No final do dia, combinamos que jantaríamos juntos no mesmo bar/restaurante que havíamos nos conhecido. Encontraríamos-nos as sete na entrada dos alojamentos e iríamos caminhando. Não era longe.
já estava ali quando cheguei às sete.
'Estou atrasada?' Perguntei atraindo sua atenção.
'Não, não. Eu que cheguei um pouco adiantado.' Ele me cumprimentou com um beijo discreto. 'Podemos ir?' Perguntou e eu afirmei balançado a cabeça.
Seguimos caminhando lado a lado.
'Foi muito interessante o treino hoje.' Disse a ele.
'Eu fiquei um pouco tenso, pois estava com medo que você ficasse chateada.'
'Chateada com o quê?'
'Pelo ensaio. Por só termos ensaiado.'
Meu Deus, ele realmente tinha as mesmas preocupações que eu tinha sobre nosso relacionamento e a nossa profissão.
'Eu não quero que o nosso relacionamento atrapalhe o nosso profissional tanto quanto você. Estava com medo de te falar isso e te chatear.' Disse, sabendo que ele também queria dizer isso.
'Exatamente isso!' Disse ele animado. ', você é maravilhosa!'
'Você ainda não viu nada.'
'Boa noite, Robert! Pra mim o mesmo de sempre.' Disse assim que chegamos ao bar. 'E pra você?' Perguntei a .
'Água com gás, por favor.'
'Então, , o que está achando da cidade?'
Eu era péssima mesmo. Nunca sairia comigo se pudesse.
'Não tenho muito que dizer, estou aqui há 15 horas?' Disse olhando em seu relógio e rindo.
'Meu Deus! É verdade!' Respondi.
'Sua tequila e sua água com gás.' Disse Robert nos servindo.
'Obrigada!' Disse, antes de tomar a bebida em um gole. 'Você já pode trazer outra.' Sorri.
'Parece que temos alguém aqui viciada em tequila?' comentou.
'Todos temos algum tipo de vicio. O meu infelizmente é álcool. Não conte para o meu pai. Ele acredita que eu nunca coloquei uma gota de álcool na boca.' riu.
'Seu segredo estará guardado comigo.'
'E o seu vício? Qual é?' Perguntei.
'A patinação?'
'Isso não conta!'
'Bom, como eu sei você não vai contar ficar vendo vídeos de cachorros fofinhos no YouTube, então, eu acho que não tenho nenhum.' Respondeu dando de ombros e me fazendo rir antes de sermos interrompidos por uma ligação de Daniel.
'Eu já volto!' Disse, levantando-me para atender Dany.
'O que você quer?' Disse ao atender.
'Meu Deus, você já chegou a gostar de mim um dia. Como eu sinto saudades daquela época.'
'Eu te avisei o que eu ia fazer hoje. Se eu tivesse no teu lugar não estaria atrapalhando o seu encontro.'
'Nem se você soubesse que o meu pai está indo no mesmo restaurante em que eu supostamente estaria?'
Dany sempre me mata, sempre.
'Não acredito!'
'Ele acabou de me ligar. Porque aparentemente você está comigo.
Shit.
'E o que você disse?'
'Que você não estava disposta e que estava cochilando. Ele disse que se você acordasse melhor era para ir encontrá-lo no restaurante.'
'Deus me odeia. Eu tenho certeza disso.'
'Mas eu te amo. Então, me agradeça saindo logo dai.'
'Ok, ok. Muitíssimo obrigada!'
'Ei, .'
'Diga.'
'Se ele quiser transar, transe. Você tá precisando.'
'Eu te odeio.' Desliguei o telefone.
', precisamos sair daqui.' Disse assim que sentei ao seu lado.
'Por quê?' me olhava um tanto quanto confuso. Tomei minha outra dose e pedi a conta.
'Vou ser breve. Treinador Otávio é meu pai e ele está vindo para cá. Não podemos ser visto juntos por ele.'
'E nós vamos...'
'Pro meu quarto.' O interrompi.
'Mas...'
'Ele não vai aparecer lá, Dany disse que estou com ele. Podemos pedir pizza? Vegetariana?' balançou a cabeça em negação e riu.
'Você é que manda.'
'Eu não acredito que sua série favorita é The O.C.' Disse a enquanto comíamos pizza em meu quarto.
'Essa série é ótima, ok? A trilha sonora é maravilhosa. Quando toca Champagne Supernova...'
'No beijo do Seth e da Summer.' Completei e ficou me olhando surpreso. 'O quê? Eu também gosto de clássicos da TV.'
'Podemos maratonar qualquer dia. Eu tenho em DVD.'
'E você trouxe para o centro de treinamento?'
'É claro que eu trouxe.' Rimos juntos. 'Você pode assistir comigo no final de semana, no meu quarto cinco estrelas do centro de treinamento de patinação. Prometo que posso providenciar a tequila.' Ele disse.
'Está querendo me embebedar, Senhor Noriega?'
'O que? Claro que não! Jamais faria isso.' Disse indignado. 'Eu só ofereci porque você disse que gosta e eu queria te agradar. Mas se você achou ofensivo, me perd...' Eu o beijei. às vezes falava de mais.
Eu estava no ambulatório quando meu pai chegou desesperado. 'Soube que você caiu. Você está bem? Foi grave doutor? Ela vai ter que ficar em repouso?'
'Estou bem, pai.'
'Está tudo bem. Vou apenas um queda leve, bateu a cabeça no gelo. Já fizemos exames e não consta nada. Ela está sem dor. Receitei um remédio, caso precise.'
'Tem certeza que ela está bem? , olha pra mim.'
'Ele já disse que estou bem, pai.' Sentei no leito.
'Caso sinta qualquer coisa, pode vir imediatamente.'
'Tudo bem. Obrigada doutor. Vamos?' Disse ao meu pai e ele concordou. Otávio me ajudou a levantar e voltamos juntos para as pistas.
'Como você caiu?' Ele perguntou.
'Fomos fazer um triple axel*, não deu muito certo.'
'Fomos? está envolvido nisso?'
'O que? Claro que não. Aliás, se ele não tivesse me ajudado, teria sido muito pior.'
'Hum. Não fez mais do que sua obrigação como sua dupla. Amanhã assistirei o treino de vocês. Isso não pode se repetir. Hoje à tarde vou para a academia com você. Você está precisando exercitar essas pernas. Não podemos deixar que nada aconteça, logo agora, que estamos tão perto.'
Todo o dia meu pai com essa mesma conversa sobre como treinamos pra isso. Como se eu já não soubesse. Às vezes ele conseguia me fazer ficar com raiva da patinação.
'Eu realmente queria descansar hoje.'
'Sem descanso. Não temos tempo pra isso. Agora volte para o treino. Te encontro as três.'
Todos os dias eu me perguntava o porquê de ter escolhido a patinação. Eu poderia ter sido ginasta ou pintora. Ou qualquer outra coisa que meu pai me deixasse em paz por pelo menos um dia.
'Posso dormir aqui hoje?' Disse assim que abriu a porta de seu quarto.
'Claro que pode. Aliás, estava achando estranho você não ter aparecido e não ter respondido as mensagens que lhe enviei me convidando para os seus aposentos.'
'Estava na academia com meu pai. Desde o dia do pequeno acidente ele não me deixa em paz.' Disse, deitando na cama de .
'Talvez ele desconfie de nós.'
'Acho que não, ele só está com medo que mais alguma coisa aconteça e estrague a competição.'
'Não vai acontecer nada. Estamos muito bem, estou confiante.'
'Muito bem não é o suficiente para ele.' Respondi.
'Por isso ele é o chefe.'
'Exatamente.' Concordei.
'Enfim, eu não acho que você veio aqui para passar a noite falando sobre o seu pai.' sentou-se na cama, atraindo a minha atenção. Ele havia acabado de sair do banho.
'Se lembra quando eu te disse que meu único vício era a tequila?' Ele concordou com a cabeça. 'Não é mais verdade.' Puxei pelo pescoço e ele imediatamente me beijou.
'!' Gritei quando ele me pegou no colo. 'Você é louco. Não podemos fazer essas coisas aqui.'
'Relaxa, ninguém vem nesse vestiário. E eu não estou pensando em fazer nada de mais.' Sussurrou antes de começar a me beijar. 'Estou ficando louco.' Continuou enquanto passava a língua envolta de minha orelha.
'?' Senti meu coração disparar com o susto. me colocou no chão imediatamente.
'Eu não posso acreditar no que estou vendo.'
'Pai, nós, eu posso explicar.'
'Todo mundo estava comentando. TODO MUNDO! E eu te defendi todas as vezes. Eu dizia 'a jamais faria isso, ela passou a vida inteira esperando por essa conquista, não iria desperdiçar desse jeito.' Seu rosto estava vermelho.
'Treinador.' Disse .
'Cale-se! Eu não quero que isso continue!' Gritava Otávio. 'Eu não consigo acreditar que isso está acontecendo. No que vocês estavam pensando? Vocês viveram para isso, treinaram para isso e agora vão estragar tudo!' Ele bufava de raiva.
e eu permanecemos em silêncio. Sempre soubemos que se nosso relacionamento fosse descoberto isso aconteceria. Meu pai era extremamente contra relacionamentos na equipe. Sempre deixou isso bem claro.
'Eu não acho que estamos fazendo nada de errado. Quantos casais competem juntos? Vários! Megan e Henry são um exemplo. Não há necessidade de tudo isso.' Disse sempre muito calmo.
'Vocês não são um casal! Acabaram de se conhecer, Megan e Henry são casados. O que vocês farão quando o tesão acabar? Quando isso aí que está acontecendo passar? Vão parar de se falar? Igual aconteceu com você e com a Luísa? Você vai desistir de novo? Não é pra isso que eu treino a vida inteira!'
'Não queira comparar meu outro relacionamento com o que tenho com , esse não é o ponto de discussão.'
'Então, me diga, qual é? Ah, lembrei, o ponto é que vocês estão destruindo nossas chances na competição! Eu não consigo acreditar nisso. Isso tem que acabar, eu não vou admitir!'
'Não tem nada no regulamento da competição que proíba relacionamento entre atletas.' Continuou .
Em questão de segundos, Otávio estava segurando pelo colarinho da camisa. 'Eu não vou admitir que você destrua a carreira de .' Ele falava entre dentes.
'Pai, solte-o!' Levantei imediatamente para separá-los.
Eu não podia decidir. Havia passado a vida inteira patinando, eu amava isso, era a minha vida. Mas também amava , poderia conhecê-lo a pouco tempo, mas eu sabia que o amava com todo o meu coração e nunca poderia escolher. Eu já estava chorando desde que meu pai havia entrado ali, não conseguia falar nada. E eu nem sabia o que falar nessa situação, eu só sabia que tinha que intervir antes que acontecesse alguma desgraça.
'Pai, por favor.' Disse colocando a mão em seu braço, me segurando para não chorar mais ainda. Otávio o soltou e continuou encarando-o. não hesitou em momento algum.
'Eu confio em você para resolver isso.' Disse Otávio antes de sair do vestiário.
me abraçou imediatamente, consolando-me.
Não acreditava que meu pai estava fazendo isso. Ele me conhecia o suficiente para saber o quão profissional eu era e que nada disso atrapalharia.
'Ei, fica calma, tudo vai dar certo. Vamos dar um jeito nisso.' Sussurrou enquanto acariciava meus cabelos.
Permanecemos um bom tempo em silêncio. me conhecia bem o suficiente para não exigir ou cobrar uma posição que ele sabia que eu não poderia tomar agora.
', eu sei que você está confusa. Não quero falar ou fazer algo que te deixe pior ainda. Eu só não quero você cogite a possibilidade de terminar comigo. Podemos pensar em algo.'
', eu só... estou exausta ok? Eu vou pro meu quarto. Conversamos amanhã.'
'Amanhã?' Questionou ele. Seria nossa primeira noite separados desde o primeiro dia de treino.
'Sim. Boa noite.' Beijei o seu rosto e peguei a minha bolsa antes de sair.
Era onze e vinte e três da noite de uma sexta feira e estávamos no mesmo bar/restaurante de sempre 'comemorando' o aniversário da Megan.
Comemorando entre aspas porque eu não estava comemorando nada. Desde o ocorrido de ontem com meu pai, eu não sabia o que fazer. Havia conversado com , mas não tínhamos chegado a nenhuma conclusão. Eu não tinha chego a nenhuma conclusão. Enfim, eu não tinha o que comemorar. Ao contrário de que parecia comemorar muita coisa enquanto engatava uma conversa super animada com Luísa. Eu não sabia o quanto eu era ciumenta até esse momento.
Eu estava sentada no bar apenas observando-os de longe. Não podia ir até lá e dizer qualquer coisa. Primeiro porque não sou amiga de Luísa. Segundo porque e eu fizemos o possível para tentar evitar os boatos de que estávamos juntos. Evitávamos lugares públicos e quando saíamos, íamos a lugares que eu sabia que o pessoal não frequentava. Estava tudo indo muito bem, até ontem.
'Para de ser idiota. Eu não acredito que você vai dar o seu homem de mão beijada para a ex.' Daniel dizia sentando-se ao meu lado.
'Você quer que eu faça o quê? Não posso ir lá surtar. está sem bateria, não consigo nem mostrar meu descontentamento por mensagem.'
'Amiga, você tem que fazer alguma coisa.'
'Você só fala que eu tenho que fazer alguma coisa, mas não me ajuda a pensar em nada.'
'Não sou muito criativo, você sabe disso.'
'Quero morrer.' Choraminguei.
'Não quer não. Toma, bebe meu martini que já passa.' Dany me deu a sua taça e eu tomei todo o conteúdo em seguida.
'O que será que eles têm tanto pra conversar?' Murmurei.
'Não faço a menor ideia. Veja, está levantando.' Ficamos observando a cena.
Ambos levantaram, falaram qualquer coisa, riram, se abraçaram e aparentemente se despediram. Ele chegou a trocar algumas palavras com outras pessoas, mas logo veio ao nosso encontro.
'O que aconteceu com aquela conversa de "não podemos ser vistos juntos em público"? Sussurrou antes de pedir qualquer coisa no bar.
'Ué, por quê?'
'Porque vocês estão parecendo dois cães de guarda.' Daniel riu alto.
'Ok, eu vou até ali e já volto.'
'Não que eu me importe.' Continuou . 'Até porque eu sou totalmente contra isso de romance às escondidas. Mas, pensei que deveríamos ser mais discretos, eu estou tentando.'
'Conversando com a Luísa.'
'Conversando com os convidados da festa.' Ele sentou-se ao meu lado. ', você está com ciúmes?'
'Claro que estou!' riu. Ele simplesmente riu.
'Vem aqui.' Ele bebeu o conteúdo de sua taça, levantou-se e me pegou pela mão.
'Hã?'
'Vamos.' Disse me puxando. O segui até a sacada no segundo piso do bar. O local estava vazio e provavelmente sempre estava, pois em anos que frequentava o bar eu não sabia da existência do segundo piso.
Assim que chegamos, me empurrou para uma parede qualquer e me beijou. Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, só sei que mais um pouco eu tiraria a roupa dele ali mesmo.
'Eu estive pensando sobre o que aconteceu.' Ele interrompeu meus pensamentos sacanas.
'Não quero falar sobre isso agora. Venha aqui.' O puxei pela camisa e voltei a beijá-lo. Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele não iria resistir. Ele me pegou no colo e me encostou na parede novamente. Agarrei seus cabelos e continuei beijando-o.
', eu realmente preciso falar com você agora.' encostou sua testa na minha. Sua respiração estava ofegante e sua boca inchada. Como ele era lindo.
'Não quero conversar . Já passou da meia noite, é meu aniversário, eu só quero aproveitar você um pouco.'
'Eu também quero. Por isso eu preciso falar isso agora.' Ele me colocou no chão e passou as mãos pelos cabelos bagunçados. 'Eu andei pensando e conclui que eu não quero perder você tanto quanto eu não quero prejudicar o nosso trabalho. Compartilhamos o mesmo sonho e eu sei que não faríamos nada para atrapalhar isso.' Ele respirou fundo. 'Você pode achar que estou sendo precipitado, que eu sou louco, pode discordar de tudo, eu não sei. Eu já vinha pensando nisso há alguns dias, mas não imaginava que compartilharia isso com você tão cedo.'
'Está tudo bem?'
'É você quem tem que me dizer se está tudo bem. Eu amo você . Deus, eu amo muito você. Você me deixa completamente fora de controle. Eu quero estar com você o tempo todo. Eu penso em você o tempo todo. Você tirou todo o meu juízo. Não era desse jeito que eu planejava que acontecesse, mas, , você quer casar comigo?'
Quê?!
estava tirando uma caixinha do bolso.
'Eu sei que você deve estar assustada. Mas eu não tenho dúvida alguma do que eu sinto e se for isso que vai consolar o seu pai, por mim não tem problema. Talvez eu já soubesse que isso aconteceria no momento em que pedi pra Samantha nos apresentar. Você me ganhou ali, enquanto sorria e conversava com seus amigos. Tão espontânea, tão divertida, tão linda.'
'Você quer casar comigo?’ Perguntei.
‘Sim.’ disse como se fosse óbvio. E era. ‘Não precisa me responder agora. Você deve estar confusa. Pense e depois me responda. Ou não, não sei...’
‘Sim.’ Eu disse num sussurro.
‘O quê?’ Perguntou.
‘Eu aceito me casar com você . Eu também te amo.’ abriu um sorriso lindo e me abraçou.
‘Eu não sei o que faria se você dissesse não.’ Ele disse tirando o anel da caixinha e colocando em meu dedo.
‘Eu jamais faria isso.’ Sorri e o beijei.
'Estamos aqui hoje para celebrar as melhores coisas da vida, o amor. O amor entre, e . é de livre e espontânea vontade que você aceita como seu companheiro em matrimônio?'
'Sim.' Disse segurando as mãos de .
', é de livre e espontânea vontade que você aceita como sua companheira em matrimônio?'
'Sim.' Disse ele olhando em meus olhos e sorrindo.
'Assim sendo, por favor, preparem-se para dar e receber os votos de amor. , pode dizer os votos ao noivo.'
'Foi como atirar em um alvo fácil. Uma conversa, um sorriso e me apaixonei. Ainda não sei o que você fez comigo, uma mulher como eu não deveria se apaixonar tão facilmente. Sinto certo medo quando você não está por perto. Passei por cima de todo o meu orgulho e imploro a você que não desperdice mais os seus sentimentos. Eu estou aqui para você. Estou aqui para você depositar todo o seu amor, todo o seu afeto, todas as suas preocupações e esperanças. Eu te amo, , com todo o meu coração.' Disse segurando as lágrimas. parecia estar fazendo o mesmo. Ele estava tão lindo.
', pode dizer os votos à noiva.' Disse o juiz.
'Eu estive apaixonado antes e eu pensei que não quereria mais sentir isso. E é tão estranho para mim. Você me devolveu isto, aquele velho sentimento. Eu, eu não sei o que você fez. Você me faz pensar que você possivelmente possa me libertar. Eu penso que você será capaz de fazer todos meus sonhos se tornarem realidade. Você me emociona, você me deleita, você me agrada, você me excita. Você é algo que eu não sabia que estava esperando. Eu a amo, eu a adoro, minha vida é por você. Eu quero você cada vez mais e finalmente parece meus dias a sós estão terminado, eu tenho esperado por você .'
Acredito que essa altura eu já não aguentava mais segurar as lágrimas. com certeza tinha sido a melhor coisa que poderia ter acontecido em minha vida.
' e , ninguém além de vocês mesmos detém o poder de proclamá-los esposo e esposa. E assim, tendo testemunhado sua troca de votos, é com grande alegria que vos declaro casados. Pode beijar a noiva.'
sorriu, segurou-me pela cintura e me beijou.
Tínhamos resolvido o problema afinal.
FIM
Nota da autora: Obrigada a todos vocês que leram essa fic até o final.
Lay All Your Love on Me é a minha música favorita desse hino de álbum e eu passei meses pensando em como escreveria essa música sem me decepcionar. Não queria fazer algo com muitas reviravoltas e tretas. Eu só queria um casal muito apaixonado. Acredito que tenha conseguido, pois essa história acabou virando meu amorzinho.
Mil desculpas aos que não correspondi às expectativas. E muito obrigada aos que consegui transmitir um pouquinho desse amor à primeira vista dos pp’s.
Mil beijos.
Nota da beta: Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Lay All Your Love on Me é a minha música favorita desse hino de álbum e eu passei meses pensando em como escreveria essa música sem me decepcionar. Não queria fazer algo com muitas reviravoltas e tretas. Eu só queria um casal muito apaixonado. Acredito que tenha conseguido, pois essa história acabou virando meu amorzinho.
Mil desculpas aos que não correspondi às expectativas. E muito obrigada aos que consegui transmitir um pouquinho desse amor à primeira vista dos pp’s.
Mil beijos.