Finalizada em: 11/02/2018

Capítulo Único

- Preciso ir! - ela pegou a bolsa rapidamente. Ela precisava estar lá às 19h00 horas.
- Nossa, mas por que tanta pressa, ? - Lilian, sua colega de trabalho, lhe perguntou curiosa.
- Eu preciso ir ao show do meu namorado - ela sorriu animada.
- Seu namorado é musico, né?
- Sim, ele é... Se eu pudesse iria a todos os shows dele - ela esboçou um sorriso – Ele ligou, mandou tantas mensagens pedindo minha presença nessa apresentação que se eu não fosse, ele surtaria - ela ajeitou os óculos – Tchau, Lia!
- Tchau, bom show! - Lia acenou para a moça que já estava segurando a maçaneta da porta dos professores.

Ela trabalhava como auxiliar em uma creche de crianças. Não trabalhava como professora ainda por não ter terminado sua faculdade de pedagogia. Então, como auxiliar, sempre ajudava as outras educadoras em algumas tarefas diárias das crianças ou substituía alguma delas quando precisavam faltar.
sempre ia caminhando para casa, já que morava um pouco próximo da creche. Era uma forma de se exercitar, já que era bem sedentária. Enquanto caminhava levou um susto, era o seu celular vibrando em sua cintura. Bufou teatralmente quando viu quem era.

- Amor! Hoje você está terminantemente insuportável - ele revirou os olhos com a saudação nada amigável dela.
- Eu tô preocupado de você não aparecer hoje... - ele respondeu, emburrado.
- Mas eu prometi que vou, ! - suspirou do outro lado da linha. – Eu sempre que posso apoio você.
- Me desculpa a insistência, amor... É que é muito importante. - ela já imaginava a carinha que ele fazia no momento, e sorriu.

Ela equilibrava os materiais do trabalho, celular e a chave de sua casa para abrir o portão.

- Eu sei que é, você até marcou essa apresentação no dia do meu EAD* na faculdade.
- Sim, isso mesmo, mas não é só o EAD que acontece nas segundas feiras, foi em uma que eu te conheci, lembra?
- Claro que lembro, que desastre aquele dia – ela riu alto se lembrando.

Flashback - Três anos atrás...


- VOCÊ NÃO SAI DE CASA! E TENHO DITO, !

A garota bateu a porta com a última fala de seu pai, aborrecida. Ela odiava que ele a restringisse tanto daquele jeito, ela não era mais uma garotinha. Espumando de raiva, ela teve uma ideia. Foi em direção a sua cama e separou travesseiro, cobertores, e edredom.
Olhou satisfeita para o trabalho: sua cama já estava devidamente arrumada com todos os travesseiros bem posicionados para parecer um corpo humano. Estava um pouco nervosa, pois nunca tinha feito algo assim em sua vida, mas queria sair e ia sair naquela noite.
Abriu a janela cuidadosamente e suspirou aliviada quando ela não fez nenhum ruído. Pulou da janela rapidamente e correu até o portão abaixada, o abriu e saiu em direção a avenida principal, onde podia ver as luzes de alguns bares. Viu um com o nome de “A Taverna” e entrou ali sem pretensões. Nunca tinha frequentado lugares assim, mas a sua curiosidade era muito grande. Acabou avistando um rosto conhecido. Era Johnny, um colega de cursinho.

- Hey, Johnny – ela sorriu animada. Era bom ver um rosto conhecido ali.
- Hey, ! - ela sorriu, abraçando o rapaz.
- Eu nem acredito que tive coragem de vir - ela sussurrou, mordendo o lábio. Johny não pode deixar de ouvir.
- Mas qual é o problema nisso?
- Bom, é que meu pai não deixa... – Johnny a olhou surpreso.
- Você não é nenhum bebê, já tem dezoito anos. Não esta fazendo nada de errado, meu bem - ela suspirou, concordando.
- Meu pai sempre foi muito rígido, único lugar que posso ir é pra casa dos meus familiares.

Se ele soubesse que ela tinha qualquer tipo de vínculo com Johnny que tinha como orientação sexual gostar de homens ele jamais permitiria uma aproximação da menina com o rapaz. Ele tinha muito preconceito com qualquer pessoa que fugisse um pouco de sua realidade.
olhou para o mini palco que estava sendo montado, e ficou em dúvida, mudando drasticamente o assunto.

- Quem vem tocar aqui? – ela o questionou.
- Várias bandas de garagem tocam aqui. Espera, entregaram o panfletinho com o nome, mas confesso que nem prestei atenção - ele procurava com os olhos o papel que estava esquecido no canto da mesa. O achou. - Aí, hoje é o The Cine!
- Deixa eu ver - ela tomou o papel da mão do rapaz, olhando minuciosamente cada integrante - Ninguém que me agrade - voltou o panfleto para mesa. Johnny revirou os olhos com o jeito dela.
- Quem olha pensa que você vai se atracar com alguém aqui. Mulher, você é devagar, quase parando. - deu um tapa nele.
- Não consigo ser igual a você.
- Não é como se eu fosse atirado, eu só sei curtir muito bem a minha vida. – ele riu debochado. - Vou pedir algo pra gente beber. Pra você um refrigerante ou suco, né? - ele já se levantava pra pedir, quando ela o segurou.
- Espera, trás a mesma coisa que você, quero experimentar e depois volto pra coca.
- Eu tô chocado, ! Você tá bem mesmo? Você disse que nunca ingeriu bebida alcoólica na sua vida quando conversamos!
- Eu tô ótima, só tô querendo experimentar, não vou encher o caneco, baby!

O rapaz assentiu com um sorrisinho de lado e foi a caminho do bar pedir duas Sminorff Ice.

- Pronto, uma bebida bem fraquinha pra abrir a noite. - ela pegou da mão dele a garrafinha e bebeu um gole.
- Nossa, ela é tão docinha - ela bebeu mais um gole - Amei!
- Sim, é gostosa mesmo!

Foram interrompidos por uma voz que veio do pequeno palco.

- Boa noite, galera! Nós somos a banda The Cine e tocaremos essa noite pra vocês!

Foram ouvidos alguns aplausos animados de alguns telespectadores, não eram muitos já que era uma segunda feira.


Três Sminorff Ice foram o suficientes para deixarem bêbada. Ela chorava alto, sem nem ao certo saber o motivo.

- Eu não vou encher o caneco hoje - Johnny afinava mais ainda sua voz para imitar a moça. Ele não tinha um pingo de paciência para pessoas bêbadas.
- Cala a boca, John - ela fungou.
- Por que você está chorando, hein? – ele afagou o ombro dela, enquanto ela mantinha a cabeça abaixada.
- É que essa música me lembra do meu pai, e eu sei que quando ele descobrir que eu tô aqui ele vai me matar. – ela limpou as lágrimas, voltando à posição inicial. Johnny revirou os olhos.
- Você tá realmente prestando atenção na letra da música? – ela balançou a cabeça positivamente – Back in Back do ACDC, ! Pelo amor de Deus!
- Mas eu vou fazer o quê se me lembra ele? – ela respondeu com a voz embargada.
- Ai, pra mim já deu, você vem comigo? – ele já se levantava da mesa. Amanhã era terça feira e ele teria que ir trabalhar.
- Não, eu vou ficar um pouquinho mais – ele suspirou fundo.
- , , é melhor irmos – ele tentava mexer nela.
- Eu tô bem, vai embora logo! – ele a olhou em dúvida, mas decidiu por fim ir, era bem grandinha e saberia se virar.
- Fui – ele pegou a comanda e pagou parte dela.

**

As segundas feiras o movimento era bem devagar no estabelecimento, eram sempre os mesmo rostos que frequentavam assiduamente ali, então conhecia a todos. Às 23h07min sobrava bem menos público ainda, se é que era possível, por isso o rapaz não pode deixar de notar um rosto diferente. A feição da garota era preocupante, ela estava bem abatida, e não parava um segundo de chorar. Ele viu quando ela e o amigo falavam sobre algo e quando ele foi embora deixando a moça naquele estado.
A banda tocava a última música daquela noite, e a primeira coisa que faria assim que terminasse era falar com ela, talvez a garota precisasse conversar com alguém. Aquela situação estava lhe incomodando e ele não sabia o porquê. E assim foi, com a finalização da apresentação, largou a sua guitarra e foi até a moça. Aproximou-se delicadamente e tocou o braço esquerdo dela para chamar sua atenção. Os companheiros de banda deram de ombros vendo a cena e começaram a recolher a aparelhagem.

- Ei, moça, você chorou uma boa parte da noite. Está tudo bem? – a pergunta era idiota, mas ele não tinha nenhuma ideia sobre como abordá-la.

foi levantando a cabeça aos poucos, encarando o rapaz, aturdida.

- Não, eu não estou bem – ela fungou e passou a mão no nariz.
- Ok – ele puxou a cadeira e sentou ao lado dela. – Estou ouvindo se você quiser me contar.
- Meu pai... – ela voltou a chorar. Os movimentos dela estavam lentos, e a fala enrolada, ele percebeu que ela não estava sã - É que ele é muito rígido e me trata como uma garotinha de cinco anos. Não me deixa sair, ou me divertir, estou aqui porque pulei a janela – ela suspirou – Ele quer me obrigar a fazer a faculdade de Direito, mas eu sonho mesmo é em fazer Pedagogia. Eu quero lecionar, eu amo crianças, entende? Eu amo tanto, não quero me enfurnar nas papeladas de leis. – ela desabafou tudo aquilo que estava lhe incomodando com aquele desconhecido.
- Tudo bem, e por que você não o enfrenta? Diz que você – ele perguntou, visivelmente interessado naquela história.
- Porque bom, eu... – ela não tinha uma resposta para aquilo – Eu não sei – ela respondeu com a voz embargada e recomeçando a chorar de novo.
- Para, não chora assim – ele limpou as lágrimas que desciam da face dela. - Você precisa lutar para não se adequar aos sonhos de papel do seu pai. Aja da sua própria maneira.
- Mas como, moço? Como eu faço isso? – o lápis que ela havia passado mais cedo escorria por seu rosto.
- O primeiro passo é você ter uma conversa franca com seu pai – ele comentou reflexivo, ela o encarou.
- Tudo parece meio óbvio, mas se você soubesse como a prática é bem complicada... – respirou fundo, arrastando o final da frase - Qual é o seu nome? – ela perguntou curiosa.
- Meu nome é , e o seu?
- ... – ela sentiu a cabeça pesada, e não pode evitar de segurá-la.
- Acho melhor você ir descansar, hein? Que tal ir embora? – ela assentiu com a cabeça, se levantando apressadamente. Sentiu uma imensa vertigem e cambaleou, fechando os olhos – Opa, opa – ele segurou o braço dela – Meu Deus, que droga de amigo você tem? Como ele te deixa sozinha nessas condições?
- Eu tô bem... – ele a sentou na cadeira novamente. Ela fechou os olhos, sentido a cabeça rodar.
- Não, você não está. Só um minuto – ele olhou para o palco, e viu que seus amigos ainda desmontavam os instrumentos. Aproximou-se de Miguel – Cara, eu vou ter que ajudar aquela moça, ela está sem condições nenhuma de ir embora sozinha, alguém pode tentar estuprá-la, ou roubá-la.
- Você e esse coração grande – Miguel sorriu torto – Vai lá, cara, ajuda a donzela indefesa – eles riram levemente..
- Valeu, dude – fez um toque de mãos com ele, e se retirou dali. Aproximou-se da moça – , vamos? Eu vou te levar para sua casa.
- Eu não preciso de ajuda, moço – ela tentou se levantar sozinha, mas novamente se desequilibrou, acabou se apoiando nele – Eu não te conheço – ela resmungou – Não vou ensinar o caminho da minha casa pra você. - ele riu, pelo menos ela tinha consciência de alguma coisa.
- E você está certa, mas nas condições que você está ir embora sozinha não é uma opção. – ele ficou pensativo – Vou te chamar um táxi, tudo bem?
- Ok.

Eles caminharam até a saída do bar e ficaram esperando que algum táxi passasse. Ficaram cerca de vinte minutos e nada.

- Eu moro perto daqui – ela apontou a mão para a esquerda, mas logo abaixou, passando a mão no rosto, sentia-se cansada demais – Dá para ir andando.

Enquanto ela falava, finalmente um táxi passou ali, rapidamente acenou para que o veículo parasse, e assim aconteceu.

- Pronto – ele a olhou – Você tem dinheiro para pagar? – ela assentiu, tinha aberto seu cofrinho para estar ali.
- Obrigada, moço – ela já havia esquecido o nome do rapaz. Ela entrou no veículo.
- Me agradeça não bebendo mais assim – ele riu, e fechou a porta do veículo.

O carro começou a se movimentar, e um sorriso brincou no rosto dele. Que noite mais estranha, e que garota intrigante.

***

acordou na sua cama no dia seguinte, sem saber como havia chegado ali, como uma resposta para suas perguntas uma enxurrada de pensamentos a inundou. Ela acabou se lembrando de grande parte do que havia acontecido naquela noite.
Nesse momento ela andava apressadamente em direção a Taverna para agradecer ao moço que tinha a ajudado. Havia ido ao local no dia seguinte, mas fora informada que eles só tocavam de segunda feira.
Chegou ao ambiente, procurando pelo rapaz, e o viu mexendo na aparelhagem junto com mais três rapazes. Tocou no ombro do rapaz, que se virou em direção a ela.

- Oi – ela o abordou timidamente.
- Hey – ele sorriu animado. Tinha ficado preocupado com ela, vê-la em sua frente era um alívio.
- Eu gostaria de agradecer pela ajuda que me deu, moço. Eu nunca tinha bebido na minha vida e acabei exagerando, então muito obrigada.
- Ah, que isso, – ela quis morrer naquele momento, o rapaz sabia o nome dela, mas ela não lembrava do nome dele – Meu nome é – ele falou, como se adivinhasse os pensamentos dela.
- Nossa, me desculpa, eu havia esquecido o seu nome, só conseguia lembrar dos seus olhos... – ela colocou o cabelo atrás da orelha, envergonhada.
- Eu só desculpo se ficar para assistir ao nosso show hoje. – ele pediu pidão.
- Ah, não, eu tenho que ir, eu... – ele a interrompeu.
- Por favor - ele lhe encarava persuasivo.
- Tudo bem, eu fico – ele sorriu largamente, abraçando-a sem jeito. Ele não sabia o que era, mas algo naquela garota chamava sua atenção. Ela correspondeu ao abraço, desajeitada.

Fim do Flashback

- Foi um dos melhores dias da minha vida – ele sorria, mesmo que ela não visse.
- Uau! O meu também - ela sorriu fofamente - Eu tô chegando agora em casa, logo nos vemos. Te amo.
- Beleza, eu também te amo muito - eles desligaram os celulares.

rapidamente fez um coque nos seus longos cabelos, e correu para o quarto para escolher sua roupa e tomar banho.

*

andava de um lado para o outro, nervoso. Nunca pensou que estaria naquela situação.

- Ei, ei, ei – Miguel o segurou pelos ombros, incomodado - Daqui a pouco você faz um buraco nesse chão de tanto que anda.
- É que eu tô nervoso - Miguel revirou os olhos para ele.
- Sério? Eu não percebi - parou de andar e fitou o amigo bravo.
- Esse é o dia mais importante da minha vida, Miguel. Tudo tem que sair perfeito. - Miguel levantou-se do sofá ao qual estava sentando e sorriu para o amigo, afagando seus ombros.
- Vai sair, se acalma! Tudo vai sair perfeito pra ela.

***

terminava de passar o batom, deu uma última checada no espelho e viu que finalmente estava pronta, sorriu animada. Trancou a casa e se dirigiu a saída.
Atravessou a rua, e em alguns minutos veio o ônibus que a levaria até a zona central. Ela sentou-se na janela, e pôs-se a admirar a paisagem. Sua mente foi longe, enquanto via o caminho que o ônibus traçava, lhe partia o coração que seu pai tivesse cortado relações com ela depois que ela havia decidido morar sozinha há um ano, esse tipo de lembrança lhe cortava o coração, como ele podia ser tão cabeça dura?
Com a mente nublada de pensamentos, tomou um susto quando viu que já era o ponto que teria que desembarcar. Tentou livrar seus pensamentos das memórias difíceis e sorriu. Ela estava indo apoiar seu namorado em um importante passo em sua vida.
Andou por alguns minutinhos e viu que já era a casa de shows ao qual se apresentavam, aquele lugar não se comparava A Taverna, com toda a certeza do mundo os rapazes haviam evoluído demais. Ela ficou bem próxima ao palco, animada, aguardando a entrada da banda.

Flashback – Dois anos e meio atrás...

mais uma vez havia pulado o muro de casa para apoiar a banda de seu amigo, todas as segundas feiras ela estava ali, passando força, e cantando todas as músicas do setlist da banda.
A amizade de lhe fazia tão bem, ela se sentia só por não ter amigos. Desde que havia o conhecido, a amizade floresceu, e não havia um dia sequer que eles não conversassem.
Com o fim da apresentação, ajudou os amigos, enquanto tomava uma coca cola. Desde o dia que havia bebido muito ela nunca mais ingeriu álcool, tinha ficado traumatizada com os sintomas posteriores ao uso: ressaca. Não demorou muito para que se aproximasse dela.

- Oi, – ele sorriu animado, e deu dois beijinhos na bochecha dela.
- Oi – ela sorriu – Como sempre arrasaram!
- São seus olhos – ele sorriu de lado – Como as coisas andam na sua casa? – ele pegou a coca dela e deu um longo gole.
- Ah, tudo igual, meu pai sendo o carrasco de sempre e eu fazendo o que eu quero, porque eu cansei de ficar presa em cárcere privado. – ele riu.
- Eu tenho uma novidade para contar... – arqueou a sobrancelha.
- Sério? Eu também tenho – ela tinha o sorriso mais animado do mundo.
- As damas primeiro – ele tirou um chapéu imaginário da cabeça, imitando um cavalheiro. Ela lhe deu um leve empurrão.
- Eu passei no vestibular para pedagogia – ela exclamou super animada. Ele lhe abraçou, animado – Agora você!
- Fomos convidados para tocar todas os dias no Arena! – ele gritou, feliz. Arena era um bar com maior público, localizado na zona central da cidade, no qual eles ganhariam um melhor cachê e maior visibilidade.

Ela sem pensar duas vezes pulou no colo do rapaz, na afobação do momento ela ia beijar a bochecha dele, mas acabou pegando na boca. Na hora que ela percebeu se afastou, mas ele se aproximou novamente e os selou. Um beijo tímido, que logo tomou intensidade, era um misto de sentimentos que eles transpassavam ali, os corações estavam disparados. Separaram-se com selinhos surpresos para falarem qualquer coisa.

- Eu... é preciso ir, eu... – ela não conseguia concluir qualquer frase naquele momento.
- Ah, claro... – ele respirou fundo. Ela já pegava sua bolsa, quando ele segurou a mão dela - Namora comigo? – ela arregalou os olhos, completamente surpresa.
- Nossa... Assim, sem nem me convidar pra jantar? – ela o mirava. Acabaram rindo com a fala dela.
- Eu sei, foi de surpresa, confesso – ele passou a mão nos cabelos, nervoso – Mas eu já queria te beijar há um bom tempo, hoje então eu só quero beijar você – ela sentiu as bochechas quentes – E se eu não pedir agora é provável que você suma no mundo por qualquer motivo, e cara, eu quero você na minha vida.
- Meu Deus, eu... – ela o fitou – Isso é loucura demais, .
- Me desculpa, eu achei que você sentisse o mesmo que eu, me enganei – ele virou as costas pronto para sair dali.
- Espera, , eu quero – ela fechou os olhos, franzido o cenho. Ele sorriu, virou-se e foi em direção a ela passando seus braços pela cintura dela.
- Talvez seja precoce, mas eu gosto tanto de você. , você me atraia de uma forma devassadora – ela o olhava, encabulada - Cara, bendito o dia que você tomou aquele porre e apareceu na minha vida – ela sorriu, tímida.
- Bobinho. Eu também gosto de você, vamos nos permitir – selou os lábios com os dele.

FIM DO FLASHBACK

Ela pode ouvir os acordes da música, e sorriu, finalmente chegou a hora do The Cine subir ao palco. Ela procurou pela multidão, mas não encontrou ninguém que pudesse ser da gravadora, mas não se importou talvez a pessoa estivesse infiltrada ali. Olhou para o palco e os meninos já tocavam audivelmente, viu que a procurava, pois o rosto dele não parava, ele só sossegou quando a avistou na multidão, ele sorriu, mandou um beijo para ela. Ela devolveu o beijo, amava aquele homem, era inegável.
O show foi seguindo normalmente até que parou depois do cover de ACDC pedindo a palavra.

- Bom, galera! – todo mundo foi parando de falar, só se ouvia alguns burburinhos. – Eu queria falar pra vocês que no dia 17 de janeiro de 2015 eu vi uma garota bêbada que só chorava em um bar – tomou um susto com o caminho que aquela conversa tomava – Então eu fiquei curioso com o comportamento dela e me aproximei e lá eu descobri que ela só precisava de alguém para desabafar...
- Ele não tá fazendo isso... – ela balançou a cabeça com os olhos brilhando.
- Depois disso nós construímos uma amizade, mas para mim aquilo ainda não era suficiente, na verdade, eu tinha me apaixonado por ela. Então em uma comemoração meio louca nós nos beijamos a primeira vez e ali eu descobri que a queria a minha vida toda. Então no dia 03 de agosto de 2015 ela me disse o meu primeiro sim. – ele respirou fundo - Eu a admiro porque ela chega depois de um longo dia de trabalho e faculdade, com a maquiagem borrada pra me falar o quão cansativo são seus sonhos de papéis. E pensar que ela achava que tudo isso era loucura e que não passaríamos daquele verão.

Ela já chorava com a declaração, o cuidado com as datas, o carinho nas palavras dele, ele a entendia tão bem, e aquilo lhe trazia certa paz.

- E agora hoje, acredito que já estejamos aptos para o segundo sim, então, Patton, você aceita casar-se comigo?

A garota tinha o rosto lavado em lágrimas, ele tinha mentido pra ela, não havia gravadora nenhuma ali, ele a enganara direitinho, as pessoas gritavam animadamente, e ela sorria, não acreditando ainda. Com a ajuda de algumas pessoas ela subiu o palco e o abraçou, lhe dando um longo selinho.

- Eu aceito dividir meus desabafos e sonhos de papel com você. – eles selaram mais uma vez sendo ovacionados pela plateia.





Fim!



Nota da autora: Eu tentei, eu juro que tentei puxar a essência da música, dele admirar ela e tal, espero não ter estragado muito o hino de vocês, meninas... Me desculpem qualquer coisa!
Beijos <3



Outras Fanfics:
I Won't Forget You
Originais/Finalizada
03. Sk8er boi
Ficstape/Finalizada
06. Don't Forget
Ficstape/Finalizada


comments powered by Disqus