Finalizada em: 30/08/17

Capítulo Único

Sheeran tinha acabado de acender seu cigarro, quando ouviu um barulho alto vindo da porta ao lado, virou-se em tempo de ver uma mulher de cabelos curtos e coloridos sair do The King’s Head Pub, colocando uma jaqueta grossa por cima da roupa curta.
A mulher, ele reparou enquanto estava encostado na parede de tijolos, colocou as mãos no bolso, retirando um maço de cigarros, mas, ao virar a pequena caixa, suspirou frustrada ao notar que não tinha mais nenhum. Bufou jogando a caixa vazia no chão próximo a entrada lateral do bar, cruzando os braços e olhando para o céu estrelado.
O inglês soltou a fumaça lentamente, antes de dar um passo em direção dela, estendendo a mão;
- Quer um trago?
Ela assustou-se ao ouvir sua voz, ele notou o pequeno pulo que ela deu, enquanto levava a mão ao peito.
- Desculpe, não foi minha intenção te assustar. - sorriu sem graça, tornando a estender a mão - Quer? É meu último, mas você parece precisar mais do que eu…
Ela o encarou por alguns instantes o estranho com sotaque britânico, antes de aceitar o cigarro, logo levando-o a boca e tragando com calma. Olhou por alguns segundos o cigarro entre seus dedos, enquanto soltava a fumaça, voltando sua atenção para o ruivo, estranhamente familiar.
- Obrigada. - estendeu novamente em sua direção - Podemos dividir, o que acha inglês?
- Ed. - apresentou-se antes de tragar novamente - E você…?
- . O que trás um britânico à pequena e pacata Galway? - perguntou curiosa.
- Férias e futebol. Resolvi aproveitar para conhecer Cliff’s of Moher, resolvi parar aqui para dormir depois de assistir a Seleção jogar em Dublin e…
- E ser derrotada por 2x1. Talvez você precise desse cigarro mais do que eu. - comentou divertida, vendo-o sorrir desanimado.
- Estou acostumado com esses resultados decepcionantes, infelizmente. - suspirou, passando a mão pelos cabelos. - E o que trás uma irlandesa aos fundos de um bar essa hora da noite?
riu baixo, tinha esquecido momentaneamente da raiva que sentia.
- O babaca do meu irmão. Ele tem uma banda, que está tocando agora, eu deveria estar no palco também, mas… Bem, não saiu como o planejado.
- O que aconteceu?
- A integrante que eu estava substituindo resolveu aparecer, como ele quer sair da friendzone com ela, achou que era mais fácil me dispensar.
- Você canta? - questionou interessado, cruzando os braços sobre o peito, enquanto voltava a escorar-se na parede ao lado. A mulher negou, um sorriso leve nos lábios com batom vermelho.
- Toco violino.
- Uau.
- Não é tão chato quanto fazem parecer! - reclamou, a voz arrastada.
O inglês riu, negando com a cabeça.
- Não foi um uau num sentido ruim, achei interessante. Não conheço muitas pessoas que toquem violino, e, bem, as que eu conheço, são um pouco mais velhas…
- Um pouco?
O homem balançou os ombros, não querendo responder e soar rude como achava que seria. , por sua vez, apenas riu, negando com a cabeça, enquanto jogava a bituca do cigarro no chão, pisando em cima com seu all star.
- O que acha de uma bebida?

Sheeran retirou a jaqueta, deixando-a sobre o banco próximo ao balcão, conforme os pints de cerveja eram virados. O bar estava cheio e boa parte dos clientes estava próximo ao pequeno palco mais ao canto, no qual o quarteto apresentava-se, o irmão de no centro do palco, tocando uma guitarra vermelha, e não pareceu reparar na caçula conversando com o ruivo, o que, talvez, fosse bom, já que Ed tinha percebido o tamanho dos braços do irlandês. Por experiências passadas, já tinha notado que era sempre bom manter certa distância de pessoas que poderiam bater nele com um pouco mais de facilidade do que seu ego gostaria de fazê-lo admitir.
No quinto copo de Guinness, depois de alguns aperitivos e várias risadas, aceitou a aposta que a mulher lhe fez para jogar dardo, uma pequena tradição do bar, conforme ela tinha dito. Sabia que não era muito bom de mira, nem muito coordenado, mas naquele momento sentiu que um jogo de dardos era a coisa mais simples do mundo.
E foi só quando errou os cinco lançamentos que tinha e a viu acertar o centro do alvo logo em seu primeiro lançamento, que convenceu-se que tinha sido uma péssima ideia.
- Vamos dar uma volta!
- Está fugindo por que sabe que vai perder? Não se preocupe, posso te dar mais algumas chances! - riu animada, segurando os quatro dardos restantes.
- Em minha defesa, eu estou bêbado. - ergueu as mãos, defendendo-se.
- Se você não tivesse bebido, teria acertado? - quis saber, as mãos na cintura enquanto o encarava com a sobrancelha arqueada. O ruivo achou aquilo uma das imagens mais adoráveis que tinha visto em Dublin até aquele momento.
- Provavelmente, não. - confessou, dando de ombros e logo escutando a risada alta da mulher. Sorriu junto, vendo-a deixar os demais dardos no balcão, e virando o copo cheio de cerveja.
- Muito bem, para onde vamos?
- Não faço ideia, não conheço a cidade.
mordeu o lábio inferior, antes de sorrir com sua ideia.
- Vou te apresentar à verdadeira noite em Galway, o que acha?

O britânico sentiu o vento bater em seu rosto assim que saíram do bar, e logo a mão quente da irlandesa entrelaçou-se na sua, puxando-o pelas ruas da cidade.
Galway não era um local muito grande, mas era relativamente movimentado. As ruas iluminadas apenas pelas luzes dos postes ou pub’s abertos, estavam cheias, na maioria com universitários bebendo e fumando, enquanto riam alto.
apontava para os principais pontos enquanto andavam, “melhor restaurante”, “melhor sorveteria”, “melhor cafeteria”...
- Melhor boate, na verdade é a única, porque a outra foi fechada para reforma. - avisou rindo, antes de voltar a puxá-lo.
- O que acha de uma dança? - pediu, vendo-a o olhar pensativa, antes de sorrir e afirmar com a cabeça.
O lugar era muito similar ao pub no qual estavam minutos antes, mas sem todas as mesas. Um DJ tocava no palco e o público pulava ao som da música eletrônica que tocava.
Pararam no bar, cada um pegando mais um pint de Guinness, antes de misturarem-se no meio da pista de dança cheia.
Ed não admitiria isso, mas fazia tempo que não aproveitava tanto uma noite simples como aquela. Tinha bons meses que não frequentava uma boate, ou que apenas andasse sem rumo, aproveitando o frio da noite enquanto alguém o guiava pelas ruas.
Era difícil fazer qualquer coisa, sua agenda sempre cheia com shows e entrevistas, ou vários dias entre gravadoras e estúdios, compondo uma nova música. Seu novo CD ainda não estava pronto, embora faltassem poucos meses para o lançamento de Divide, depois de um ano parado, os fãs e a gravadora mal podiam esperar pelas novas músicas. E ele também queria poder cantá-las, gostava de viajar pelo mundo e ouvir as pessoas cantarem suas músicas, embora fosse cansativo. Mas o álbum ainda não estava totalmente pronto. Já tinha escrito mais músicas do que usaria, mas não gostava de todas, algumas pareciam simplesmente não combinar com a mensagem que ele queria passar. Ainda faltava pelo menos mais uma, a qual ele não conseguia se inspirar o suficiente para escrever. Parte da ideia de sua pequena viagem de feriado, foi para tentar criar algo. Até o momento, sabia que sua música favorita era Shape of You, a qual seria uma das primeiras que ele liberaria quando estivesse tudo pronto.
Entre uma música e outra, enquanto gritavam um para o outro para tentarem conversar no meio do som alto e gritaria, reparou no riso fácil da garota de cabelos coloridos, a forma que o cabelo caia sobre seu rosto conforme seus movimentos. A forma engraçada que ela pulava durante uma música desconhecida, e como tentava dançar ou cantava alto uma música que gostava. Quando outro som desconhecido por ele começou a tocar, os dois se aproximaram, quase valsando na pista, rindo o tempo todo pela forma despreocupada que se balançavam contrariando o ritmo agitado. No final da música, quando Sheeran resolveu girá-la entre seus braços, pra finalizar a valsa, acabaram abraçados, rindo descontroladamente depois de quase caírem.
Edward a olhou nos olhos por poucos segundos, antes de sentir os lábios dela contra os seus. Os dedos embrenhando-se em seu cabelo suado, enquanto aprofundava o beijo.
Passou os braços pela cintura da mulher, puxando-a para mais perto, arrepiando-se quando a sentiu arranhar sua nuca. Mordiscou seu lábio inferior, depois do que lhe pareceram boas horas, separando-se brevemente, as respirações aceleradas.
riu fraco, soprando contra seu rosto, antes de afastar-se.
- Quer dar uma volta?

Andaram de mãos dadas, conversando sobre coisas do dia-a-dia, conhecendo-se um pouco mais; estava no quarto ano de arquitetura, gostava de viajar por poucos dias, principalmente para locais pequenos, como Galway. Trabalhava alguns dias da semana no The King’s Head Pub, apenas porque gostava do ambiente e seus dois melhores amigos também estavam lá. Ed viajava bastante a trabalho, disse que era músico, mas omitiu a parte de ser conhecido internacionalmente;
- Será que eu já ouvi alguma das suas músicas?
Sheeran riu, sem graça, dando de ombros.
- Quem sabe um dia você escute uma música que eu faça sobre você?
A irlandesa riu, negando com a cabeça, antes de apontar para um grupo de garotas mais a frente;
- Você não pode sair da Irlanda sem saber o Riverdance!
- O que…? - começou ao olhar as garotas fazendo sapateado, em frente a uma loja fechada. - Não!
- Vem, vai ser divertido! - riu puxando-o em direção às garotas. - Oi, vocês podem me ajudar a ensinar meu amigo a dançar?
- Eu prefiro só ficar olhando de longe! - negou, acenando com as mãos e dando passos para trás.
- Deixa de ser bobo, vai ser legal! É super fácil!
- Eu sou descoordenado!
- Não tem problema! - riu, segurando-o pela mão e fazendo com que o inglês se aproximasse, ficando no meio do grupo.
ao seu lado tentou ensinar os passos, que não pareciam difíceis, mas conforme ela acelerava os movimentos, seu raciocínio parecia mais lento e ele não sabia exatamente o que fazia, sempre um ou dois passos atrasado. Ela riu ao seu lado, ajudando-o até que Ed realmente acertasse os passos, embora de forma lenta. Quando a música irlandesa começou a tocar e os movimentos acelerarem, tropeçou no próprio pé, quase caindo.
- Okay, eu desisto! - ergueu as mãos, afastando-se em meio a risadas.
- Você estava indo muito bem para uma primeira vez, Ed! - elogiu, parando de dançar e aproximando-se do ruivo.
- Ed? - uma das garotas questionou com a voz mais fina - Oh meu deus, é você mesmo? Ed Sheeran? Eu sabia que seu rosto era familiar!
As outras garotas olharam assustadas para o cantor, aproximando-se entusiasmadas, enquanto apontavam o celular, pedindo por fotos com ele. O ruivo sorriu sem graça, aceitando tirar algumas fotos, antes de virar-se para , que olhava de longe o pequena gritaria.
Tirou uma última foto com o grupo, antes de despedir-se, puxando a irlandesa pela mão, afastando-se pela rua lateral, um tanto deserta. Mordeu o lábio inferior, segurando a vontade de virar-se para olhá-la e perguntar se estava tudo bem. Não conversaram por alguns longos minutos, até o cantor suspirar, parando de andar e puxando-a para sentar-se ao seu lado em um banco próximo.
- Hm… Eu… Tudo bem?
- Eu não acredito que você não me disse que é famoso.
- Faz diferença? - questionou encarando-a. Não confirmando pelo tom de sua voz se a mulher estava, ou não, brava.
- Não sei, mas eu preferia saber que você não mentiu sobre quem é.
- Eu não menti, eu disse que viajava a trabalho e que sou músico…
- Mas não me disse que era famoso, faz diferença imaginar que você é só mais um cara tentando ganhar a vida com música, para um que já é conhecido no mundo todo. O ruivo suspirou, concordando com um aceno.
- Eu entendo, mas esse foi justamente um dos motivos de eu escolher vir para Galway; a cidade é pequena e eu pude passar a noite toda me divertindo com você, sem que quase ninguém me reconhecesse. Sabe como isso é difícil de acontecer?
concordou com um aceno lento, olhando para os próprios pés. Encarou-o depois de alguns segundos, sorrindo de lado;
- Então, Ed e Ed Sheeran são a mesma pessoa, ou eu deveria esperar uma atitude diferente se soubesse quem você era desde o começo?
O cantor riu, dando de ombros.
- Basicamente o mesmo cara, só que com algumas piadas ruins que as pessoas se obrigam a rir.
tornou a concordar, levantando-se após alguns instantes e estendendo a mão;
- Ainda tem um lugar que talvez você goste de conhecer!

Em um primeiro momento, Sheeran ficou confuso quando pararam em uma rua residencial silenciosa, e com poucos postes acesos. então fez um sinal, pedindo silêncio, antes de começar a escalar uma saída de emergência na lateral de um prédio.
- O que a gente tá fazendo? - perguntou um pouco desesperado, olhando para os lados, com medo que alguém os encontrasse e pensasse que eram assaltantes.
- Shiu, só vem! - pediu pouco mais alto que em um sussurro, subindo para o segundo andar da escada.
Ed respirou fundo, negando com a cabeça por alguns instantes, antes de resolver segui-la. Escalou com um pouco de dificuldades as escadas, cansando-se depois do quarto andar. Ao chegar ao oitavo, porém, ficou novamente apreensivo, ao vê-la abrir a janela de um quarto com extrema facilidade, esgueirando-se pela mesma para dentro do apartamento.
- Meu Deus, o que você está fazendo?
Ela riu baixo, apenas acenando com a mão novamente, pedindo para que ele a acompanhasse e não fizesse barulho. Sheeran quase já podia perceber as manchetes dos tablóides britânicos: Cantor é preso após invadir uma casa na Irlanda.
Entrou em silêncio pela janela, olhando para os lados, vendo o cômodo vazio.
A mulher então tornou a puxá-lo pela mão, abrindo uma segunda janela, do outro lado do quarto escuro. Antes de subir pela mesma, puxou uma coberta em cima da cadeira próxima, jogando-a para fora, e então escalando, até subir no telhado.
- Tá esperando convite? - perguntou após alguns segundos, notando que Ed não tinha a acompanhado.
O ruivo novamente suspirou, antes de apoiar-se na batente da janela, e curvar-se para o lado de fora. Subiu no telhado com mais dificuldades do que a irlandesa, mas logo estava em pé, olhou-a sentada um pouco mais ao lado, e fez o mesmo ao aproximar-se dela.
jogou parte da coberta sobre suas pernas, dividindo com o cantor enquanto olhava para o céu.
- É o seu quarto, não é? - questionou após algum tempo de silêncio, rindo baixo ao vê-la concordar.
- Achou que eu estávamos invadindo?
- Bem, você não me disse que estávamos vindo para sua casa.
- Porque soaria muito errado se eu dissesse que você precisava ver uma coisa nele, ué. - deu de ombros, rindo baixo e tornando a olhar para o céu, que começava a clarear.
- Você quer ver o nascer-do-sol! - afirmou ao olhar para o horizonte, notando os primeiros raios que surgiam.
- É uma das minhas vistas favoritas em Galway. Consigo ver todos os pontos que gosto daqui; - apontou com a mão para os lados conforme falava - a rua principal onde estávamos está lá. Aquele prédio mais velho é a biblioteca, e aqueles prédios daquele lado são da universidade. E naquela rua lateral temos o Eyre Square.
Ed escutou-a falar um pouco sobre a história da pequena cidade, e como as coisas costumavam funcionar por ali, e entre uma conversa e outra descobriu que era extremamente feliz na cidade. Queria viajar e conhecer novos lugares, mas sempre voltaria para Galway, porque aquele era seu lugar e sempre seria.
Ed, por outro lado, disse que não sabia se conseguiria se acostumar com uma cidade pequena, agora que vivia em Londres. Tinha nascido e crescido em uma cidade próxima a Leeds, e achava que ali tinha tudo que precisava, até começar a morar na capital inglesa.
Gostava do barulho e do movimento das grandes cidades, achava impossível voltar a viver em um lugar pequeno e calmo como Halifax ou Galway, embora fosse bom para passear por poucos dias.
Deitados no telhado observaram o céu, aos poucos, clarear, até o sol aparecer no horizonte. Não estava exatamente confortável deitado no telhado, mas gostou tanto de passar aquelas horas apenas conversando, sem importar-se com seus problemas ou compromissos, que a dor nas costas foi facilmente ignorada, principalmente quando virou-se para , aproveitando a proximidade para beijá-la novamente. Tinha gostado demais de fazer aquilo, e pretendia continuar beijando-a o máximo de tempo possível.

Sheeran adiou em várias horas sua viagem, tomando café da manhã com em uma cafeteria próxima ao pub que tinham se encontrado, e então passearam por mais alguns pontos turísticos da pequena cidade.
Quando não tinha mais como evitar de seguir viagem, a convidou para ir com ele, mas a mulher recusou. Falou sobre algum outro compromisso importante que tinha e não poderia faltar, embora agradecesse o convite.
Ed não disse nada no momento, apenas agradeceu pelo tempo que passaram juntos, e esperava que pudessem manter contato.
andou para sua casa assim que o inglês pegou o trem que o levaria dali. Queria ter aceitado o convite, mas ao mesmo tempo sabia que passar mais tempo com ele só tornaria as coisas mais complicadas depois. Tinham passado boas horas juntos e ela gostaria de manter aquela lembrança em mente, exatamente daquela forma. Nem mais, nem menos.
Ed logo voltaria para Londres e ela permaneceria em Galway, ele viajaria o mundo inteiro com seus shows, e ela voltaria a estudar para suas provas e trabalhos da faculdade.
Ed Sheeran era do mundo, era de Galway, e estava feliz daquele jeito.

Três meses depois…

O ruivo subiu no palco ao canto do estúdio, ajeitando o violão antes de começar os primeiros acordes da nova música, escutando a reação do público, conforme as palavras eram cantadas.
Sorriu sozinho, mal acreditando que tantas pessoas gostaram daquela letra, que, até poucos dias, ele nem mesmo sabia se realmente colocaria em seu novo álbum, seus produtores achavam que ninguém gostaria, que não combinaria com o restante das músicas.
Sentiu-se sortudo por ter encontrado aquela polaroid amassada no fundo de sua mochila, talvez se não tivesse visto a si mesmo tão sorridente, ao lado dela, não tivesse batido o pé para colocar Galway Girl na lista.
No fundo, embora satisfeito, não importava-se tanto com a reação dos fãs, podiam ter todos detestado que continuaria sem incomodar-se, contanto que uma pessoa tivesse visto e aprovado aquela letra.
O sorriso tímido que mostrava para a câmera, toda vez que focava em seu rosto, era secretamente direcionado a irlandesa que tinha encontrado. Esperava que ela sim tivesse gostado, afinal, ainda esperava ter a chance de conseguir mais uma dança com ela.
No final da música, quando Graham Norton o chamou, pegou o microfone e sentou-se no sofá vermelho, ao lado dos outros dois convidados do programa;
- Ed, uma das perguntas que todos temos nos feito, desde que essa música foi lançada, é: Quem é sua Galway Girl? Ela realmente existe?
O cantor riu baixo, concordando com um aceno;
- Eu a conheci há alguns meses quando estava visitando a cidade, não foi um grande romance como algumas pessoas pensam, mas foram boas horas que passamos juntos. Espero que ela tenha gostado tanto quanto eu.
- Vocês ainda mantém contato?
- Infelizmente não, eu sei até o endereço dela, mas não sei o sobrenome.
- Se você sabe o endereço, porque não volta para Galway para encontrá-la?
O ruivo suspirou, passando a mão na barba rala.
- Digamos que, eu a chamei para sairmos novamente, e até pedi para mantermos contato, mas acabou ficando apenas nisso. Imagino que ela não queira se envolver com alguém com uma vida tão agitada, entende?
- Ed! - Demi chamou a atenção do ruivo, sentada ao seu lado - Você escreveu uma música, não é coisa de um dia. Você está esperando o que para voltar para Galway?
- Exatamente! Não podemos deixar as coisas acabarem assim, você nem sabe o que ela quer, está apenas supondo. - Graham disse exasperado.
Sheeran riu sem graça, passando a mão pelos cabelos.
- Acho que as coisas são um pouco mais complicadas do que isso. Ela tem meu telefone, sabe?
- Pois bem, - o apresentador virou-se para a câmera - garota de Galway, Ed está aqui esperando uma mensagem sua. Não vamos deixá-lo esperar muito mais, vamos?

riu baixo assistindo ao programa gravado, deitada em sua cama.
Virou-se para o lado, abrindo a primeira gaveta do criado-mudo, retirando uma agenda e de dentro, a única foto que tinha com o cantor. Sorriu sozinha por alguns instantes, antes de respirar fundo e pegar o celular embaixo do travesseiro.
Desbloqueou a tela e começou a procurar, lentamente, o contato em sua agenda.
Abriu uma nova conversa, digitou e apagou inúmeras vezes uma única mensagem, sem saber o que dizer. Sem saber se realmente estava fazendo certo.
Por fim, digitou novamente e mandou algo simples, antes que novamente se arrependesse, e passasse outros três meses pensando se deveria ou não ter feito aquilo.
“Hey, Eddie. Nice song! X”
A mensagem chegou quase uma hora depois, fazendo-a sorrir, antes de começar a conversar com o cantor.
“Hm… ?”


Fim.



Nota da autora: Cheguei de novo, com mais um ficstape entregue em cima da hora, porque vivo perigosamente, rsrs
Ouvi tantas vezes essa música, que passei a me irritar só de ouvir falar de Ed Sheeran, QUE DIFÍCIL ESCREVER GG, espero que pelo menos tenham achado OKAY, porque ne?
Obrigada por lerem, e até a próxima!
xx




Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.




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