I don't care, it's been too long…
It's kinda like we didn't happen…

– Eu agradeço muito a presença de todos aqui! Esse momento é muito especial para nós dois.
levantou a taça no ar, deixando seu melhor sorriso à mostra para todos os convidados que ali se encontravam e abaixou seu olhar em direção a noiva que se encontrava sentada a seu lado, esbanjando a mesma felicidade que a dele.
O rapaz deixou um suspiro leve escapar dos lábios. Ajustou o blazer e se sentou outra vez. Estar ali o fazia lembrar de muitas coisas, a começar por quando conheceu Angel, a mulher que agora agradecia às pessoas que lhe prestigiavam.
A verdade era que ele queria tentar se enganar da mesma forma com que fazia com todos que ali estavam, tentando se convencer de que ela era a mulher certa para si. Para sua vida. Quando na verdade, os dois só permaneciam juntos por conveniência.
Para , ter a mulher a seu lado lhe traria algumas vantagens para a empresa. Assim como para ela, o rapaz poderia lhe fornecer um estilo de vida melhor do que o que já tinha e aquilo era confortável demais para procurar alguma outra coisa.
Era cômodo. E nada mais importava.
Deixou os olhos caírem sobre ela mais uma vez. Angel tinha seu corpo ereto, deixando nítida a postura de superioridade que exalava em todos os lugares que ia. Os cabelos medianos, claros, lhe davam um charme a mais.
O exato tipo de mulher que atraía atenção de qualquer um que pudesse vê-la, ainda que rapidamente. .
Mas não conseguia vê-la daquela forma. Angel havia sido só mais um caso, como qualquer outro, que não teria continuidade para algo esperançoso. E por mais que ela, mesmo que no fundo, pudesse pensar que com aquele casamento os sentimentos poderiam mudar um pouco, sabia que para , ela era mesmo apenas um objeto de negócios. Mesmo que quisesse se enganar de que aquilo não iria a ferir, mesmo que minimamente.
Tudo aquilo era tão conveniente…

Exatamente como pensava sobre a cena que via. Com a taça em uma das mãos, a mulher rodava o líquido ali dentro como se aquilo a fizesse esquecer de fato o que acontecia. Um misto de sentimentos invadia seu coração, assim como a confusão de pensamentos que rodeavam sua mente sobre aquela celebração.
Achava tão patético. Como havia conseguido se deixar levar daquela forma? E tudo por conta de dinheiro e um rostinho bonito?
Ela quis rir. Nunca achou que ele chegaria àquele ponto.
Quase soltou um urro em descontentamento. fechou os olhos brevemente, tentando acalmar seu coração. O motivo de tudo aquilo ela sabia bem.
Não havia esquecido . E não conseguia ao menos mentir para si mesma sobre aquilo.
Continuou os olhando. Os sorrisos falsos, o olhar sem qualquer resquício de brilho e esperança sobre aquilo.
– Tudo bem com você, querida?
Ouviu a voz do rapaz atrás de si, assim que sentiu sua mão afagar sua cintura. virou o rosto, podendo avistar o namorado que a acompanhava naquela noite e forçou um sorriso.
– Sim. Tudo bem. – afirmou. Encostou a taça à boca, tomando mais um pouco do líquido. – Parece que é bem conhecido por aqui.
Mencionou, tentando transparecer o mínimo de interesse no assunto.
– Ele é. – afirmou. Com isso, virou o rosto em direção à mulher. – Você o conhece também? virou o rosto para encará-lo, pressionando os lábios ao notar sua mente sendo tomada por uma única cena em específico.

The way you whisper so
I don't care, it's good, it's gone (uh)...

Ela podia sentir as mãos firmes segurando sua cintura, como se aquela madrugada dependesse somente daquilo. percorria cada minucioso canto de seu corpo, desejando estar dentro da mulher o quanto antes.
conseguia sentir.
Arfou com as mãos do rapaz em suas costas também, a pressionando contra a cama e com um gemido fraco conseguiu demonstrar todo o prazo que sentia naquele momento. Tê-lo em cima de si, podendo sentir seu corpo arder em desejo era mais do que ela poderia almejar.
Suas mãos emaranhavam os cabelos negros de , os bagunçando e o puxando mais para perto. Deixou que seus lábios fossem de encontro aos dele, em um beijo sedento, imerso em necessidade.
– Ah, … Você não tem ideia do que faz comigo… – sussurrou, contra sua boca.
Ela sorriu de canto.
– Eu tenho, sim.
E com isso o envolveu mais uma vez, afundando entre os lençóis de seda da cama em que estavam.

– Não. Não o conheço bem. – respondeu, quase em um cochicho.
Deixou o último gole da bebida escorrer por sua garganta, se odiando por estar mentindo daquele jeito para ele. Olhou para uma última vez, antes de deixar um sorriso forçado tomar conta de seu rosto, assim que levou sua mão livre em direção ao dele.
– Preciso de um pouco de ar. Já volto, ok?
– Claro. Leve o tempo que precisar. – piscou, sorrindo aberto para .
A mulher sentiu o peito arder. Se odiou um pouco mais pela situação que se encontrava. era bom para ela a maior parte do tempo. O havia conhecido pouco tempo depois que sua relação com não havia dado muito certo e mesmo que seu coração ainda pertencesse ao rapaz dos cabelos negros, sentia a necessidade de seguir em frente de alguma forma.
Ou, pelo menos, tentar.
Mesmo que boa parte do tempo forçasse sua mente a esquecer todo seu passado, os toques e a voz de no pé de seu ouvido, algo dentro de si sabia que os dois haviam deixado pontas soltas.
Um assunto mal resolvido.
E a comemoração de , naquela noite, não estava ajudando em muita coisa.
A passos rápidos, caminhou para fora do recinto, em direção à sacada, a qual era mais reservada e escondida. Observou a pouca luz da lua invadir o local, o deixando mal iluminado e fechou os olhos brevemente, tentando puxar todo o ar que conseguiria.
se sentia tola. Se sentia tão presa a tudo que havia acontecido há tempos atrás que parecia impossível seguir adiante, procurando por algo novo e que lhe desse um sopro de esperança.
Achou que encontraria aquilo em . Mas, ainda sentia que não conseguiria correspondê-lo à altura.
Suspirou, pressionando os lábios. Ela precisava ao menos tentar.
– Não achei que encontraria logo você por aqui.
apertou os olhos, sentindo o corpo arrepiar só de reconhecer aquele tom de voz próximo de si. Puxou o ar de seus pulmões, virando o corpo.
A mulher tentou demonstrar que não havia se abalado.
– Nem eu achei que aceitaria estar aqui. – rebateu. – Recebi o convite. Não pude recusar.
– Claro. . – mencionou. olhou para trás rapidamente, avistando o namorado da mulher conversando com outras pessoas dentro do salão. Voltou a olhá-la.
Deixou os olhos caírem sobre por breves segundos, admirando cada minucioso detalhe da mulher à sua frente.
Sentia falta de seu toque, ainda mais da maneira que ela costumava observá-lo.
– Você seguiu em frente mais rápido do que imaginei. – mencionou, soltando um pigarro fraco.
– Quer mesmo falar sobre isso, ? – perguntou, deixando o corpo mais ereto para observá-lo com afinco. – Sua noite está boa demais para estragar com algo tão… Antigo. Já faz muito tempo. Por favor, esqueça.
O rapaz desviou o olhar, deixando um sorriso de canto surgir em seus lábios. Deixou o olhar cair sobre o rosto de mais uma vez, se aproximando um pouco mais.
– Não tem como esquecer, . Não vejo outra solução.
– O que você quer? – sussurrou, tentando manter seu controle sobre o homem à sua frente. olhou para seus olhos profundos, seguindo para os lábios avermelhados de naquela noite.
Era tentação demais. Precisava dar um basta no que acontecia.
Mas ela ao menos queria…
– Você sabe o que eu quero. – respondeu, no mesmo tom. Deixou o corpo um pouco mais colado com o da mulher. – O que eu preciso. Como eu preciso. Nem que seja aqui e agora.
– Você ficou louco?! – esbravejou. sorriu, adorava vê-la daquela forma. – Quer mesmo arrumar algum tipo de problema? Ao menos está pensando direito. Olha, me faz um favor – ajeitou o vestido ao corpo, pronta para sair do canto que se encontrava. – Volte para sua festa, para sua noiva. Não tem mais nada para procurar aqui. – suspirou, desviando o olhar. – Me esqueça.
– Não me peça algo assim, .
Deixou as mãos caírem em direção à coxa exposta da mulher, acariciando o local levemente. Por um momento, a mulher perdeu a fala.
– Não me peça algo assim, sabe que não sou capaz de obedecer.
Repetiu, aproximando o rosto do dela.
O coração da mulher já batia fora do ritmo dentro do peito.
continuou a percorrer o caminho do corpo da mulher com os dedos, sentindo o calor que ela emanava. Só conseguia pensar em como havia sentido falta de ter perto daquele jeito, exatamente o deixando de uma forma que Angel não conseguiria deixar.
Aproximou o rosto do pescoço da mulher, sentindo o cheiro tão conhecido de seu perfume e depositou ali um beijo molhado, o qual a fez se arrepiar por completo.
– … – tentou dizer. O rapaz sussurrou algo, como se pedisse para ela se calar. – Por favor, não deixe isso mais difícil do que já está sendo…
– Não precisa ser difícil, . – contestou, voltando a olhar em seus olhos. A mulher sentiu o corpo estremecer. – Não precisa mesmo ser difícil se nós dois queremos muito isso.
E sem qualquer espera, levou sua boca em direção a ela, em um beijo saudoso, cheio de desejo. A pouca luz que iluminava o lugar conseguia camuflar os dois corpos agarrados no canto daquela sacada, inundados pelo prazer e saudade que sentiam.
não conseguia pensar em outra coisa que não fosse colado a ela e ele ao menos conseguia se lembrar da cerimônia que chamava de sua.
Nem mesmo queria que ela estivesse acontecendo.
Acariciou o interior das coxas da mulher, ainda espalhando beijos por todo o pescoço de , podendo ouvir com clareza um arfar sair de seus lábios. Pôde sentir as mãos da mesma passeando por suas costas, apertando levemente como se aquilo pudesse deixar mais próximo de si.
Por um momento, a mulher quase perdeu a cabeça. Abriu os olhos, mesmo com toda a sensação e empurrou o rapaz levemente para longe de si.
Encarou o rosto do mesmo. Como, mesmo depois de tanto tempo, tinha aquele poder sobre ela?
– Não podemos. E não devemos, . Você sabe disso. – disse firme. Ele engoliu em seco, passando uma das mãos pelo rosto e o virou para o lado rapidamente. Como se pensasse em algo.
– Eu não quero nada disso. Você sabe mais do que ninguém. Olha.. – pressionou os lábios, dizendo quase em um sussurro. Seu corpo estava mais próximo, como antes. – Posso desistir de tudo. Eu posso simplesmente deixar parte da empresa que esteja ligado à família da Angel e continuar com você. Podemos continuar juntos, , só me deixe tentar…
Ela continuou o encarando, analisando cada palavra que havia saído da boca do rapaz. No fundo, queria que tudo o que ele estivesse dizendo tivesse um fundo de verdade ou até mesmo que ele realmente iria cumprir com aquilo, mas o conhecia como ninguém.
Conhecia exatamente para saber que nada aconteceria como dito.
E olhando nos olhos escuros do rapaz, soube que deveria colocar um ponto final de uma vez por todas na situação que se encontravam.
Deixou um sorriso contido crescer no canto dos lábios e retomou a postura, levando uma mão em direção a seu pescoço.
– Não me torne uma mentirosa como você, .
O olhou uma última vez, antes de o deixar sozinho naquele canto escurecido e voltar para o evento que acontecia, podendo avistar esperando por ela.
sorriu, mas algo dentro de si a incomodava.
Incomodava porque ela sabia. Sabia como ninguém, que queria ter voltado.

I don't believe myself when
I say So, don't believe me…

Nota da autora: Oi, pessoal! Se você chegou até aqui, já agradeço muito por ter lido!
Espero que tenham gostado da história em si, vou adorar saber o que acharam! Beijos!
Caso queira ler mais histórias minhas, vou deixar minha página de autora.

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