Última atualização: 09/07/2020

Capítulo Único

Certo. Era uma palavra que cabia naquele instante. estava arrumando sua única mochila para viajar, escolheu as melhores roupas quentinhas junto de suas botas. já tinha avisado sua mãe e esperava que ela não entrasse em pânico. Pois é, a mulher confiava na filha mas não confiava em homem nenhum que se aproximava dela. Compreensivo, por um lado. Por outro, o que mais incomodava : o lado protetor acessível de sua mãe.
Olhou seu celular, verificando se não tinha nenhuma mensagem de Chris. Ele ficou de enviar uma mensagem para ela com as datas para a viagem e o número da passagem.
Estava ansiosa, praticamente queria fazer algo para estragar toda aquela sensação louca, mas estava complicado. Sempre podia fazer as coisas que queria e quando queria, mas por que tudo aquilo parecia ser a primeira vez?
– Ai, , se controla. – Estava de frente para a janela, apreciando a bela vista. – Você já fez isso, e até coisa pior, só mantenha a calma.

"Oi, amor, desculpa a demora, mas saí de uma reunião agora com a assessora.”

“Oi, não se preocupe com isso, e como foi?”

“Consegui duas semanas antes de uma premiação, ela adiou tudo, remarcou as datas, agora vou comprar as passagens para irmos a Chicago.”

“Vamos essa semana, pelo que imagino.”

“Isso, vou ver se consigo para sexta. Algum problema?”

“Não, está perfeito. Mas antes de ir, quero passar na minha mãe.”

“Como você quiser. Agora, por favor, abre a porta. Esse corredor é um gelo.”



Ela jogou o celular em cima do sofá e foi correndo para a porta. Destrancou a trava de segurança e a porta, e recebeu seu amor com um grande sorriso e um abraço caloroso.
– Você não me falou nada.
– Queria fazer uma surpresa. Eu trouxe vinho e um macarrão que minha mãe fez, só que tem que esquentar.
– Eu coloco no forno. – Deu passagem para ele entrar. – O que foi?
– Você falou que ia esquentar no forno. – Entregou para ela e trancou a porta. – Desde quando se esquenta algo no forno?
– Minha mãe que ensinou. Segundo ela, fica com gosto de requentado na panela. Já no forno, você coloca e deixa esquentar. Não entendo a lógica, mas eu faço desde que me entendo por gente na cozinha. – Colocou o refratário próprio para forno lá dentro.
– Vamos ver se é verdade.
– Chris Evans querendo desafiar meu conhecimento na cozinha. – Ele riu. – Vejo que você nunca fez isso.
– Não, e não vejo uma lógica, vai ser comida requentada da mesma forma.
– Eu acho que a diferença está na forma como é colocada. Na panela, temos que mexer. No forno, deixamos tudo espalhado bonitinho.
– Você é muito inteligente.
– Obrigada. Eu tento ser quando a preguiça não fala mais alto, menos para literatura.
– Você nunca pensou em estudar a respeito?
– Já, mas eu não consigo conciliar com o horário do programa. Não é sempre que gravamos à tarde, nem sempre tiramos férias coletivas, mas eu dou um jeito.
– Converse coma April, talvez ela ajude a arrumar o tempo da gravação.
– Talvez. – Escutou o forno apitar. – Vamos ver se você aprova.
– Vou colocar os pratos na mesa. Onde estão as taças?
– Segunda prateleira do armário de copos. Só toma cuidado para pegar, um homem muito especial que me deu.
– Tomo cuidado. – Riu. – Tem uma história por trás das taças?
– Meu pai comprou para comemorar minha formação na universidade e, junto, eu tinha conseguido essa maravilha de apartamento. Mesmo deixando ele como uma pequena renda extra, ele deu para mim o conjunto de taças e passaram a morar aqui quando eu me mudei.
– São peças únicas.
– Você reconhece? – Aproximou-se da mesa.
– Não, mas eu digo pelo símbolo que é para você.
– Ah sim, pois é... – Ficou em silêncio brevemente. – Vamos jantar. Se não, vai esfriar tudo.
Ele concordou e serviu . Conversaram sobre o trabalho de Chris, sobre os dias que passaram em Chicago e, principalmente, sobre o macarrão ter ficado bem melhor esquentado no forno. No sofá, eles olhavam a passagem para o outro estado. Não iam de primeira classe até porque não refletia o que eles eram, mas analisavam o horário. O aeroporto de New York não era tão longe da casa da dona Lisa, então o trajeto seria simples.
– Passamos na casa da minha mãe. Depois, na casa da sua. Com isso, acho uma boa pedir para o Scott ir lá, acho que facilita.
– Eu vejo com ele, mas você sabe que sua mãe não vai estar no hospital.
– Eu me esqueci completamente desse detalhe.
– Avisa ela. – Entregou o celular da namorada não oficial. – E fala o horário que escolhemos para a passagem.
– Certo.

“Mãe, a senhora está aí? Dormindo ou acordada?”

“Estou aqui.”
“Acordada, filha, eu ainda não aprendi a mexer no celular dormindo. LOL”

“LOL Ai, meu Deus, ok, queria avisar que sexta vou viajar com o Christopher, nosso voo sai às 14h30.”

“Como assim você escolhe viajar em cima da hora?”

“É, mas é rapidinho, prometo. A senhora vai estar de folga nesse dia?”

“Não, passa no hospital. Conseguem?”


– Mamãe quer saber se dá para passar no hospital nesse dia.
– Dá sim, avisa que passamos no horário de almoço dela se for antes do voo.

“No seu horário de almoço, pode ser?”

“Pode, saio para almoçar às onze, espero vocês dois lá.”

“Obrigada, mãe, desculpa atrapalhar.”

“Não tem que se desculpar, e nada de aparecer grávida em casa.”

– Meu Deus.
– O que foi?
– Nada. – Ela segurava o riso.

“Não vou aparecer grávida LOL De verdade, não se preocupe com nada.”

“Não vou. Até sexta, filha.”

“Até.”

– Está tudo combinado.
– E eu terminei de comprar as passagens. Estava procurando um apartamento para ficarmos durante a curta temporada. Quer escolher?
– Sou péssima com isso, de verdade.
– Vamos ver aqui. – Passava as fotos no tablet da garota. – Que tal esse?
– Perfeito, olha essa vista...
– Irei reservar. Quer algo a mais?
– Não precisa. Como faço para pagar a metade com você?
– Eu não terminei o pagamento do apartamento, quer fazer isso?
– Deixa eu pegar meu cartão reserva.
– Cartão reserva? – Falou para si mesmo enquanto esperava a mulher voltar.
– Voltei, aqui os números.
– Como você tem um cartão reserva?
– É para viagem. O saldo dele é maior, próprio para isso. Então, quando eu uso, a minha gerente não acha que eu fui sequestrada e estão usando meu cartão.
– Você é muito esperta. Por essa, não esperava.
– Eu também, essa ideia do cartão reserva veio em um dia de chuva.
– Coloque o código de segurança, por favor, senhorita.
Ela digitou rapidamente e, depois, entregou para ele. Precisou esperar um pouco para a confirmação ser feita e chegar pelo aplicativo do banco, o que foi muito rápido. gostava quando ele a deixava pagar algumas coisas e sabia que, se isso não acontecesse, ela ficaria decepcionada. Tudo estava indo bem, passagem e estadia pagas, só restava arrumarem suas coisas e avisar à família de Chris que eles passariam em Boston um dia antes.
Naquela noite, Evans dormiu no apartamento de , depois de assistirem Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.
Como já tinham combinado, um dia antes, eles passaram na casa dos Evans. Por sorte, Scott tinha conseguido ir até a casa dos pais para poder se despedir de Christopher. De lá, eles iriam passar na casa do ator para poderem buscar uma bolsa com algumas peças de roupas.
– Querida, como é bom vê-la. – Lisa a recebeu na porta.
– Também é bom revê-la. Como a senhora está?
– Estou bem, e você?
– Muito bem, essas férias do programa vieram como uma luva. – Sorriu.
– Imagino como é puxado. Oi, filho. Vocês viajam hoje, não é? – Deixou a garota cumprimentar as outras pessoas.
– Amanhã mas, como é um pouco longe o aeroporto daqui, resolvemos vir antes.
– É verdade. Estão levando tudo?
– Estou. Eu posso falar com a senhora em particular?
– Sim, vamos para o escritório.
Como já conhecia todos muito bem, ele não se incomodou de deixá-la sozinha. A garota não percebeu que ele havia sumido temporariamente. Afinal, a conversa aleatória estava mais interessante que o próprio programa da televisão. Carly preparava o almoço para eles com a ajuda de , onde percebeu a demora de Chris para aparecer na cozinha.
Será que algo havia acontecido? Será que ela havia feito algo que ele não tinha gostado? Desde que saíram da casa de Chris – ela tinha passado a noite lá –, o homem estava diferente, meio desconfortável, e então sumia por um bom tempo, desde o momento que eles chegaram. Sua imaginação começou a fluir até onde não devia, causando um pequeno acidente na cozinha – aquela cozinha já estava sendo cenário de acidentes por Christopher e .
, meu Deus, a carne.
– Me desculpa. –Tirava a panela do fogo. – Eu me distraí um pouco, eu ferrei todo o almoço.
– Mas que cheiro de queimado está nesta casa. – Lisa apareceu na cozinha.
, você nunca queima a comida. – Chris ria.
– Engraçadinho, eu sei bem disso. – Tentava manter a cara emburrada. – Eu vou sair para comprar alguma coisa pronta.
– Vou com você. – Chris pegou a chave. – Está tudo bem mesmo?
– Sim, está, não se preocupe. – Selou seus lábios brevemente.

Com a carne pronta que havia pegado no restaurante, ela se desculpou com todos entre risos durante o almoço. Dodger ficaria com sua mãe. E Chris? Ele estava mais leve, era nítido, pois o pegou cantarolando a música de A Pequena Sereia enquanto voltavam para New York.
Chris esperou adormecer e retirou-se da cama devagar. Ele ajeitou melhor ainda sua mala, escondendo algo que ele já tinha levado naquela manhã para a casa de seus pais. Não queria que ela descobrisse. Ele estava ansioso e nervoso, nunca tinha feito algo do tipo, ainda mais em uma data realmente especial.



– Ela falou que já está descendo. – Bloqueou o celular.
– Sua mãe não precisa ter pressa, temos tempo para poder ir ao aeroporto.
– Ah, a pressa dela não é para se despedir, ela sabe que eu volto. E ela ser a diretora do setor dela, já estou acostumada.
– Chris Evans? – Uma fã parou do lado deles. – Eu poderia tirar uma foto com você? – Ela estava nitidamente nervosa e feliz.
– Sim. – Ele sorriu e aproximou-se da garota, que colocou o melhor sorriso e tentou parar de tremer para tirar a foto.
– Quer que eu tire? – ofereceu sua ajuda. – Eu sei bem como é estar do lado do seu ídolo.
– Por favor. – A garota entregou o celular, tirou quatro fotos para prevenir e entregou o celular. – Muito obrigada, , vocês dois juntos são a oitava maravilha do mundo.
sentiu suas bochechas corarem pelo elogio, e viu Evans ficar mais acanhado ainda. A garota se despediu do casal e saiu toda alegre.
– Você está bem?
– Faz quase um mês que estamos juntos, ainda está no outono e eu recebo um elogio desses. Realmente, eu não esperava.
– Elas gostaram de você.
– Espero que mais da metade tenha realmente gostado de mim. – Sorriu. – Olha se não é a dona Amybeth.
Chris não pode deixar de achar fofo a forma como olhou para ela e o grande sorriso que ela deixou nascer nos lábios. Ele tinha uma ligação forte com sua mãe, mas a de mostrava nitidamente que ela depositava todo amor e carinho que tinha com seu pai na matriarca. Amybeth apareceu na porta e – com uma grande responsabilidade – sem o jaleco, os olhinhos um pouco marejados.
– Eu não vou embora, mãe, calma. – falou depois que ela se aproximou mais ainda.
– Vai que vocês gostam de Chicago.
– Lá é bem bonito, mas não tem como trocar Boston.
– Viu? Fique calma. – Deu um beijo no rosto da mulher.
– Estão com tudo certo?
– Sim, verificou tudo umas cinco vezes. – Riu.
– Ela é exagerada.
– Eu só sou precavida, não exagerada.
– Olhando cinco vezes? – A mulher colocou a mão na cintura.
– É.
– Levem isso. – Pegou uma medalhinha do bolso. – Seu pai não gostava sair para viajar sem levar a medalhinha, era a proteção dele e nossa quando íamos juntos.
– Isso é injusto, podia ter me dado em tantos momentos... – Segurou o choro.
– Tira esse cabelo e deixa eu colocar, vai. – Sua mãe praticamente ordenou.
– Ela não é assim. – olhava para Chris. – Ela só está com medo. – Sussurrou as palavras.
– Prometo trazer sua filha sã e salva. – Chris disse entre sorrisos. – Mas não garanto ela querer viajar por mais tempo.
– É bom mesmo você cuidar dela, é uma joia com alguns arranhões. – Tirou risada dos dois. – Mas eu gosto, é insubstituível.
– Devo concordar com a senhora. – Deixou com mais vergonha.
– Muito bem, eu acho que já falei tudo. – Amy olhava no relógio. – Tenho que almoçar ainda e voltar ao trabalho. Se cuidem, viu? Me avisa quando entrarem e saírem do avião.
– Aviso sim. – Abraçou a mãe.
– Até mais, Amybeth.
– Até, Chris. Não deixa essa menina ter algumas ideias meio loucas.
– Pode deixar. – Ele sorriu.



Um pequeno tempo esperando o voo deles ser anunciado e, logo, estavam no avião – não esqueceu de avisar a mãe. O voo durou exatamente duas horas e trinta e cinco minutos, ficou vendo a série que tinha baixado enquanto Chris dormiu quase o voo todo.
No aeroporto, eles pegaram o carro alugado e passaram no supermercado para fazer uma comprinha básica, e isso incluía chocolate e algumas comidas que eram de fácil preparo.
– Estou com a chave, a síndica falou que todos os moradores já estão cientes de que o apartamento foi alugado. – Chris andava em direção do elevador junto de .
– Sabem que é para você?
– Não, mas acho que logo vão descobrir.
Desceram no último andar e destrancam a porta. Logo ao entrar, pode ver aquela linda vista. O divã cinza próximo ao parapeito das grandes janelas chamou a atenção da garota, era uma paixão desde criança poder olhar as luzes da cidade do alto ou de longe. Não importando a forma, desde que ela pudesse ter aquela vista, ela ia sempre amar e admirar.
– Pelo visto, você amou. – Chris a abraçou por trás. – Já avisou sua mãe?
– Meu Deus, minha mãe! Chris, se você não fala...
Pegou o celular e escreveu rapidamente uma mensagem para a matriarca.
– Pronto. – Encostou a cabeça no peitoral dele. – E agora? Quer descansar da viagem ou guardar as compras?
– Acho melhor... – Tirou os fios longos do caminho e depositou alguns beijos no pescoço dela. – Descansar comigo. O que acha?
– Eu aceito.
Virou-se para ele e selou seus lábios, deixando o celular em cima do encosto do sofá. Christopher a pegou no colo e levou para o quarto, tentando adivinhar em qual das portas ele ficava.

Estar com em seus braços e nua era a melhor sensação. Ele acariciava os fios dela e olhava enquanto dormia sobre seu tórax. Ele ajeitou a garota na cama e deu um beijo na testa dela depois de cobrí-la, a cortina entreaberta refletia os raios do sol fraquinho. Christopher guardou as compras na dispensa, ajeitou as malas no guarda roupa e o pequeno objeto que havia levado junto de si. Na sala, esperava que ela acordasse para, talvez, saírem pelas ruas de Chicago – ou quem sabe andar nas praias.
– Oi.
– Oi. – Deu espaço para ela no sofá. – Você dormiu bem? – Viu a garota se ajustar em seu peito depois do beijo.
– Sim, e como dormi bem. – Sorriu. – Vi que já guardou tudo. Podia ter esperado. Eu ajudava você, não precisava fazer tudo sozinho.
– Não se preocupe com isso. Você está tão linda com a minha camisa...
– Você viu? Cai perfeitamente em mim. Vamos sair hoje ou você prefere ficar em casa?
– Escolha sua mas, se permitir a dica, acho podemos ir ao Skydeck, se você quiser.
– Você não iria. – Ela olhou para ele. – Iria?
– Quais as chances da sua mãe brigar comigo?
– Altíssimas. – Riu. – Vamos agora?
– Claro, almoçamos em algum restaurante por perto.
– Vou me arrumar.



fechou o casaco quando saíram do carro. Entraram no prédio do Skydeck, pagaram suas entradas e começaram a fazer a tour que ali tinha antes de chegarem exatamente onde queriam. Era lindo, o deck era todo de vidro, onde todos paravam para tirar fotos. Pelo menos aquele dia não estava tão cheio como costumava ser.
– Terminei. – Disse ele depois de atender alguns fãs. – Quer ir tirar foto?

– Podemos ficar aqui, né? – Ela não parava de olhar os prédios. – Mais confortável e não atrapalhamos as outras pessoas que querem tirar foto.
, você está com medo?
– Eu não tenho medo, mas talvez seja um pouco alto o prédio.
... – Sorriu de lado.
– Está bem, pode ser que eu esteja com medo. Você viu a altura desse prédio?
– Vou estar com você, vem.
Chris segurou a mão dela e caminhou até a sacada de vidro, envolveu-a em seus braços, deixando-a na frente de seu corpo. se aproximou um pouco para trás, mesmo estando envolvida por Evans. Quem diria que ela teria medo de altura, a pessoa que pegou um avião por quase três horas e não sentiu nem um frio na barriga.
– Podemos tirar foto agora. Você vai tirar comigo?
– Não é todo dia que temos a oportunidade de vir aqui. – Ele falou. – Com o meu ou o seu?
– O meu. – Precavia-se caso alguém tentasse furtar o celular do ator. – Aqui, amor.
– Com licença. Poderia tirar uma foto da gente?
– Claro, como recusar um pedido do Capitão América? – Disse a mulher.
A foto ficou perfeita e, depois, ele apenas tirou dela e manteve como sua favorita de todas que ele tinha tirado. Almoçaram no restaurante e andaram pelas ruas de Chicago. Por fim, levaram chocolate quente para o apartamento.

Naquela manhã, eles foram para o Millennium Park, viram a The Bean e passaram no observatório da cidade. Aquela vista linda diretamente do nonagésimo quarto andar, dando para ver o lago Michigan praticamente todinho, foi literalmente a experiência mais insana dos dois, sentir o frio na barriga quando a “janela” começou a se locomover para baixo. Ambos sentiram o coração bater fortemente, e poder olhar a cidade daquela foi algo indescritível.
Na volta para casa, Chris passou em uma das lojas da Lindt, comprou uma grande caixa de bombom e entregou para carregar.
Ela tomou um banho, colocou uma camisa social comprida e foi para a sala. Chris estava deitado no divã perto da janela, apoiava seu braço atrás da cabeça, apreciando a vista e a calmaria. passou devagar de um cômodo para o outro, pegou a caixa de bombom e caminhou até ele, abrindo a mesma. sentou no colo dele.
– Quer?
– Não vou recusar.
– Eu achei aqui tão perfeito, é uma pena não ser perto do estúdio. – Olhava a imensidão de luzes enquanto comia o bombom.
– Não existe outro em New York?
– Não um que dê para balancear com o valor das viagens mas, se tivesse, eu já estaria lá.
– Podemos procurar um. Digo, não que eu vá comprar, mas posso ajudar na busca de um novo apartamento.
– Topo. Podemos ver isso quando voltarmos para lá, sabe... – Alternou o olhar entre ele e a vista. – Minha mãe ligou hoje e mandou um presente virtual. – Sorriu meio tristonha.
Sábado não era apenas um dia normal. esperou até a noite para ter a certeza de que ele havia esquecido ou de que estava preparando uma surpresa, mas tudo aquilo estava deixando-a angustiada.
– Isso é bom, não é?
– É.
– Você acha mesmo que eu esqueci do seu aniversário? – Ele sorria.
– Você não falou nada, então eu achei.
– Eu lembrei sim, vim programado para esse dia. – Pegou uma caixinha atrás da almofada que apoiava sua cabeça. – Feliz aniversário, meu amor. – Entregou, colocou a caixa de bombom em cima do braço do divã e abriu a caixinha. – Eu acho que valeu a intenção.
– Meu Deus, Christopher! Como você achou?
– Lembra quando você pediu para pegar uma gaveta do seu closet?
– Sim, você podia escolher qualquer uma que depois eu conversava com a arquiteta.
– Isso! Eu achei no meio das coisas, a medalhinha com você e seu pai, quebrada ao meio.
– E você arrumou! Eu nem dei falta pois peguei uma raiva do meu próprio descuido.
– Não é a mesma. A senhora da joalheria disse que não poderia arrumar. Com isso, eu pedi para ela recriar deixando tudo igual, e a foto eu peguei com sua mãe.
– Dona Amybeth por trás disso tudo.
– É, e a verdadeira está no fundo da caixinha.
– Perfeito, eu não tenho nem o que dizer. – Fechou a caixinha e inclinou-se para beijá-lo. – Obrigada mil vezes, sou eternamente grata por arrumar, amor.
– Não há de quê. – Acariciava a bochecha dela. – Era um colar, né?
– Era uma pulseira, mas eu uso mesmo assim, pode ter certeza. – Riu.
– Tem mais uma coisa. – Olhava no fundo dos olhos dela. – Mas essa não é uma das melhores posições para se dizer.
– Acho que tem uma primeira vez para tudo.
– Está bem. – Respirou fundo. – Não é de hoje que percebi que você era exatamente todo o oposto que eu pretendia achar em uma mulher. Você colocou minha vida lá em cima, balançou com esse seu sorriso, e me fez ir em lugares que não esperava com esse seu olhar. Eu senti como se a primavera tivesse passado em questão de milésimos e o verão chegado, com todo o calor ardente que só você tem. Com isso, percebi que você é tudo e mais um pouco do que eu preciso para continuar nessa sintonia com a vida. Você aceita namorar comigo, minha ? – Segurava o rosto dela e alguns fios para não cair no seu rosto.
– Não esperava por isso. – Sentou entre as pernas dele. – Você tem certeza?
– Mas é claro. – Também sentou. – E você?
– Nem pense nisso, é claro que eu aceito.
Ele apoiou cintura e beijou-a com ternura e amor. Ele passava suas mãos pelo o corpo da garota enquanto sentia os lábios quentes dela em seu pescoço. Chris a segurou e, logo, levantou devagar. Levaria a garota para o quarto, deixando a caixa de bombom aberta sobre o divã.



– Não esquecemos nada? – Ele perguntou.
– Negativo. Eu guardei tudo, e limpamos tudo. Está com a última caixa da Lindt?
– Estou, mas não acho uma boa a gente comer no avião.
– A gente come no aeroporto mesmo. – Esperavam o elevador. – A chave ficou com você? – Ela apalpava os bolsos.
– Ficou, eu entrego para a síndica. Não precisa ficar desesperada, está tudo certo. – Segurou a mão dela.
– Assim espero. Eu sou muito esquecida. Da última vez que eu viajei, esqueci meu celular no hotel. Você sabe o que é isso, esquecer o celular? Pois é, eu consigo fazer várias proezas, Chris.
– Te garanto que está tudo certo. – Segurava o riso. – Você não esqueceu nada.
– Senhor Evans, senhorita. – O porteiro olhou para eles. – Como foi a temporada no apartamento?
– Ótima, obrigada por mantê-la em perfeito estado.
– Não precisa agradecer.
– A chave. – Entregou. – Eu já enviei uma mensagem para a síndica.
– Agradeço e espero vê-lo aqui mais uma vez.
– Se depender de mim, voltaria ainda essa semana. – Riram. – Vamos. – Christopher concordou.
Saíram do hall e desceram para a garagem, onde pegaram seu carro, guardaram toda a bagagem e deixaram o lixo no cesto principal. Chris confirmou com sua namorada se não desejava passar em nenhum outro lugar e, assim, foram para o aeroporto.

Chris não foi para sua casa, mas avisou sua mãe que já havia chegado do voo e bem, fez o mesmo. Ela trabalhava no novo design do palco do programa por transmissão de vídeo enquanto Christopher organizava sua agenda de compromisso com a assessora. Aquele apartamento havia chegado no limite, não havia mais espaço para duas pessoas trabalharem juntas. O som vazava muito para o quarto da mulher, o que, às vezes, dificultava sua vida, mas nada que um headset não resolvesse.



voltava ao trabalho naquela manhã. Havia arrumado tudo, tinha deixado a lista de material de construção preparada. Ela ia dar início à reforma do rooftop de seu andar. Com a nova síndica e dona, era permitido animais dentro dos apartamentos, e quando Christopher ia passar os dias na casa de sua namorada, ele levava Dodger consigo.
– Se comporta. Quando eu chegar, eu preparo aqueles biscoitos que você tanto adora. – Acariciava atrás da orelha do cachorrinho e ele latiu. – Muito bem. Você tem tudo, viu? E não esquece, pode ficar olhando a bela vista da nossa janela. Tchau, Dodger.
Jogou todas suas bolsas no banco de trás do carro, entrou no mesmo e enviou uma mensagem para Christopher, dizendo que Dodger estava sozinho em casa a partir daquele momento. Eles realmente cuidavam do cachorrinho como se fosse uma criança pequena que não podia ficar dois minutos sozinha.
Pegou-se batucando no volante a música de A Pequena Sereia e riu, perguntando-se como uma música podia ficar tão gravada sendo que sua princesa favorita da Disney sempre fora Pocahontas. Estacionou o carro, pegou todos os seus pertences e entrou no estúdio, cumprimentando todos que encontrava pelo caminho.
– A nossa maravilhosa subdiretora de tudo chegou. – Holly a abraçou. – Como foram as férias?
– Melhor, impossível. – Estava nas nuvens lembrando de Chicago. – E as suas?
– Meu baby é bem tranquilo, ele não chora muito, não teve muita cólica igual a médica falava. Ele só mama demais. Nunca vi isso na minha vida, parece eu. – Riu.
– Isso é bom eu acho, minha mãe fala que tem fases para cada bebê.
– E espero que o meu não tenha uma das piores fases.
– Não vai. – Confortou. – April chegou faz tempo?
– Não muito, mas ele sim. – Apontou com a cabeça. – O que aconteceu para ele encarar seu nome na porta desse jeito? Não vai falar que...
– Quieta. – Segurou o braço da mulher. – Vamos conversar na sua sala.
Andaram rapidamente até o ambiente, Holly fechou a porta atrás de si e sentou-se na sua cadeira.
– Conte-me tudo.
– Resumidamente ou detalhadamente?
– Resumidamente. Infelizmente, não temos tempo para ficar aqui conversando.
– Pois bem. Lembra do dia em que Chris Evans veio no aniversário do programa? – A amiga concordou. – Ficamos próximos, passamos de amigos para meros ficantes. Depois, ele terminou comigo.
– Como? Não saiu em nenhum lugar.
– A gente fazia isso escondido, saíamos mais à noite do que de dia e ficávamos despistando todos os paparazzi que surgiam na nossa frente.
– Explicado, continue.
– Então aí ele apareceu mês passado, falando que não conseguia mais ficar longe de mim, palavras muito bonitas as que ele usou e, com isso, como tenho um monte Everest por ele, você já sabe...
– Você voltou.
– Isso. Eu não aguentei aqueles olhos azuis me chamando e aqueles lábios perfeitamente desenhados. Quando ele sorriu de lado e apoiou os braços na perna segurando seu óculos, eu senti que minhas pernas não tinham mais força... Ele podia estar quase do outro lado da sala, mas o perfume. Ah, o perfume era como...
– Chega, não quero mais detalhe, por favor. – Holly praticamente exigiu. – Mas onde Dean entra nessa história?

– Quando Christopher terminou comigo, eu saí... Depois de alguns dias, é claro... Com o Dean. Eu descobri que ele era... Ou é, não sei, apaixonado por mim. Eu fiquei “what the fuck?!” e depois “shut up!”. Confesso que a segunda expressão eu copiei de O Diário de uma Princesa, mas mesmo assim...
– Eu já posso imaginar o final, vocês não deram certo e, quando saiu a notícia de que Chris Evans namorava uma garota mais nova e que trabalha no Queen Night, ele ligou os pontos.
– É. – Suspirou e jogou as costas no encosto. – Agora me resta saber se ele vai querer tirar satisfação, discretamente ou não, para saber se eu realmente gosto dele. – Viu Holly mudar a expressão. – Eu sei que não preciso justificar nada para ninguém, só meu atraso para a April. Mas, mesmo assim, não posso ser mal educada com todos que querem saber como foi que aconteceu.
– Por esse lado, você tem razão mas, se ele começar a se alterar, você grita meu nome.
– Gritarei, não precisa entrar em pânico. Agora vamos, temos muito trabalho a fazer.
E elas tinham mesmo. Holly falou como tudo estava sendo organizado e guardado. A parte do backstage ainda estava sendo reformada e, por isso, os únicos escritórios que ainda estavam funcionando eram apenas dela, de Holly, de April e o de controle.
evitou durante o tempo que pôde a conversa com Dean. Na verdade, ela não só evitou mas também focou no trabalho. Ela sabia que, quando voltasse das férias, muitos olhares iriam para ela, duvidosos e também percebendo a grande sorte que ela tinha: namorar o Chris Evans. Não era algo tão fácil de conseguir, ainda mais depois do último namoro do ator, que... Não deu certo.
, será que agora podemos conversar? – Dean parou no lado dela.
– Claro. – Colocou a prancheta em cima da sua cadeira e jogou seu casaco em cima das costas.
De longe, olhou para Holly, que a seguia apenas com os olhos enquanto a prestava atenção na conversa da pequena roda.
Holly balançou a cabeça sutilmente, mostrando que estava apoiando e prestando toda a sua atenção naquela sala e que, se precisasse, correria com uma cinquenta e oito na mão para poder ajudá-la.
– Então é ele, não é? Capitão América. – Falou ironicamente.
– Sim, e sempre foi, mas eu nunca menti sobre os meus sentimentos por você.
– Mas entrou no meu apartamento sabendo onde ia acabar.
– Agora a mulher precisa ficar com uma plaquinha no pescoço falando “Terminei com tal pessoa, espere tanto dias para ficar comigo”. Dean, eu não tenho limite nem data de validade. Se você não gostou, a culpa não é minha.
– Claro que é. E tem como competir com aquele cara? Se eu soubesse que era ele, eu nunca tinha deixado você sair pela aquela porta.
– E ia me fazer de refém?
– Ele que te fez de refém, deve ter falado que voltava e você ficou esperando.
– Tá legal. – Andou de um lado para o outro. – Eu não fiquei esperando por ele voltar. Eu sou dona de mim mesma, não preciso ficar esperando vocês, homens, se arrependerem para eu voltar a ser feliz.
– Mas voltou logo para ele.
– Depois de pensar, é claro, ou você está insinuando que eu estou com ele por fama?
– E não é? O que mais você ia querer? Ele pode ter qualquer mulher que deseja e vai atrás de uma.
– Ok, calado! – Respirou fundo para se conter. – Poderia aparecer o deus grego na minha frente, fazendo as melhores juras de amor e prometendo insanos momentos, mas eu nunca precisaria disso. Eu podia muito bem decidir se queria voltar com ele, e eu escolhi pelo simples fato de que há sim um amor e um sentimento entre eu e ele. Agora, por favor, vê se para de se sentir o último homem do mundo, aquele que é desejado por todas, porque você não é tudo isso. – Caminhou até a porta. – E aprende a respeitar as mulheres!
parecia um furacão indo para o lado de fora do estúdio e, por sorte, April não estava por perto para ver a cena toda, pois sabe-se lá qual seria a reação dela. Holly foi atrás, deixando toda a equipe sem entender nada.
– Ei, o que aconteceu?
– Ele é um completo babaca. – Abria uma garrafinha de água. – Disse que eu devia ter contado que era o Christopher com quem eu fiquei e que, se ele soubesse que era ele, “praticamente” – Fez aspas com os dedos. – ia me manter presa no apartamento dele.
– Pronto, está se sentido a última bolacha do pacote.
– Pois é, eu saí de lá antes que eu deixasse uma marca no rosto dele. – Suspirou pesado.
– Quer ir embora, amiga?
– E dar um gostinho de que ele abalou minha tranquilidade? Não mesmo. Eu vou no horário normal, só vou respirar um pouco aqui e, depois, eu entro.
– Sem pressa, começamos em dez minutos. – Abraçaram-se. – Mantenha a calma e a plenitude.
– Pode deixar, amore.
respirou o ar não tão puro assim e voltou para o estúdio, terminaram a gravação e voltou para a casa. Estava cansada, parecia que estava acordada havia vinte e quatro horas.



Dodger – que estava deitando no sofá, tirando um bom cochilo depois de brincar muito com o seu leão de pelúcia – escutou a chave destrancando a porta. Ele saiu correndo e ficou sentadinho, esperando a pessoa aparecer e fazer a festa toda porque tinha voltado do trabalho.
– Ei, garoto. – Christopher falou ao ver o cachorro pular em si. – Como passou o dia, hein? – Acariciava freneticamente o pelo dele. – Eu também senti saudades de você. Vejo que a não chegou ainda, né? – Dodger latiu como se estivesse respondendo. – Vamos. – Trancou a porta. – Logo ela chega, vamos ver o que podemos fazer de jantar para ela.
Claramente, Christopher tomou um banho primeiro, brincou com seu cachorro e foi preparar algo para o jantar dos dois. chegou meia hora depois dele, e Dodger entregou que ela já estava no andar. Ele ficou atento ao som do elevador e aos passos do salto do lado de fora. Correu para a porta e esperou a mulher destrancar a mesma e sentar no chão para receber o carinho dele.
– Ai, como senti saudades de você. – Ele estava deitado no colo dela ou tentando, já que era um pouco maior. – Eu sei, eu ia fazer seus biscoitos, e eu vou fazer. Caramba, que cheiro bom.
– E agora ela lembrou que pode ter mais alguém na casa.
– Desculpa, amor. – Levantou-se e tirou a bota de cano curto. – Como foi seu dia? – Passou os braços em volta do pescoço dele e beijaram-se rapidamente.
– Tranquilo, também recebi a notícia de que Knives Out foi indicada à premiação.
– Isso é incrível. – Viu Chris ficar tímido. – Ah, para, vai! Você é um ótimo ator, e o elenco é sensacional. Nem preciso dizer o quão bem foi trabalhado o enredo de Knives Out.
– Você fala isso porque é minha namorada. – Ainda estava tímido.
– Eu falo porque eu li o livro, e eu sei que foi mudado um pouco para os temas atuais. Eu posso afirmar que realmente ficou muito bom, e não esquece que ainda sou sua fã. – Soltaram-se.
– É um pouco difícil esquecer. Às vezes, escuto minha voz pela casa. É meio estranho. – Ela gargalhou enquanto ele voltava a cozinhar.
– Ah, para! Os filmes aleatoriamente caíam no meu notebook. Eu vou tomar um banho rápido e já volto.
Ela saiu rindo da cozinha e deixou Chris, com Dodger fazendo companhia para ele. O jantar estava bom, comeram, sentaram no sofá e ficaram ali vendo um filme qualquer até cair no sono e ser levada pra cama por Christopher.



Fevereiro. O inverno estava congelante, parecia como tudo que estava a acontecer bem naquela semana. e Christopher estavam mais uma vez no John F. Kennedy, esperavam seu voo. Ela estava encolhida no abraço do homem enquanto olhava o nada no horizonte. Ouviram seu voo sendo anunciado e caminharam até o portão de embarque.
Seis horas de voo em plena noite. Os dois saíram do avião, fizeram mais um check-in e foram de encontro à assessora dele, que esperava com três copos de café.
– Não precisava. – disse antes de cumprimentar. – Boa madrugada. – Abraçaram-se e pegou o café.
– Boa madrugada. – Riu. – Claro que precisa, está frio e merecemos algo quente.
– Cappuccino. – tomou um gole com gosto.
– Oi, Chris, boa madrugada para você também.
– Obrigado. – Estava com seu café.
– As reservas estão em ordem, eu vou ficar dois andares acima do de vocês. – Começaram a andar. – Se precisarem de alguma coisa, podem ligar.
– E atrapalhar você? Claro que não.
– Concordo com ele.
– Não vão atrapalhar, acreditem. – Entraram no carro.

Quando chegaram na frente do hotel, um dos homens que trabalhava para o lugar pegou as malas do casal e levou para o hall. Chris e – claramente mais Chris – ficaram recebendo seus fãs e tirando foto com eles até um certo momento, onde o chamou quando viu a assessora se aproximar da porta.
– Obrigada. – A mulher agradeceu. – Aqui está a key-card de vocês, a mala já foi para o quarto, bom aproveito. – Ela sorriu.
– Nós que agradecemos.
Saíram do elevador despedindo-se da mulher, e eles caminharam até o número marcado pela key-card. Como dito, as malas deles já estavam no lugar, próximo do closet do casal.
– Cansada? – Ele parou no batente do closet, observando enquanto se despia.
– Um pouco. – Segurou a camisa na frente do corpo. – Por quê? – Ela sabia a resposta.
– Por nada. – Aproximou-se, puxou a mulher pela cintura e beijou-a. – Se não quiser...
– E quando é que eu recuso você por inteiro?
Ela deixou a camisa cair no chão e entregou-se naqueles beijos intensos. Chris beijava o pescoço enquanto descia a alça do sutiã dela e soltou o fecho, sem nenhuma dificuldade. Ela tirou a blusa dele, jogou em qualquer canto do chão e levou suas mãos para o cós da calça. Soltou o cinto, desabotoou e abriu o zíper, deixando mais fácil para ele tirar as duas últimas peças de roupas.
Christopher desceu suas mãos pelas costas desnudas de , apertando levemente o bumbum dela e indo para coxa. Com um impulso, Chris a segurou em seu colo. Levou sua namorada entre beijos para a cama e deixou-a, tirando os travesseiros da cabeceira, os mesmos que foram parar no chão. Evans desceu seus beijos, passando entre os seios, a barriga, e ia até a barra da sua calcinha para tirá-la.

– Desde quando tem um carrinho com vinho no quarto? – Ela estava deitada sobre ele, o cobertor protegia do frio de Los Angeles.
– Eu não reparei também, a vista do closet era melhor.
– Ah, claro. – Riu.
– Acredite, ficar aqueles minutos admirando você se trocar...
– Ok, eu entendi. – Apoiou um braço do lado da cabeça dele para poder olhar para ele melhor. – Eu tenho certeza de que vamos começar de onde paramos se continuarmos assim.
Chris apenas concordou com a cabeça, o que tirou um pequeno riso dela. Como a premiação seria em dois dias, eles aproveitaram para poder andarem um pouco pelas ruas de Hollywood, além de passar o tempo no hotel.



Era o terceiro vestido que ela colocava. De todos que ela havia alugado da loja, nenhum a agradava. Todos marcavam o que ela não queria mostrar – logo ela, uma das poucas garotas que se importava com isso. Mas quando a questão era o Red Carpert do Oscar, as coisas tomavam outro rumo.
, está pronta? – Ele apareceu abotoando as mangas.
– Eu não vou.
– Como não? – Viu seu plano todo ir por água abaixo.
– Olha bem... – Ela girou devagar. – Viu?
– O quê?
– Não fica bom em mim, mostra de mais isso aqui. – Apertou seu “pneu”.
– Ah, isso aí. – Ele sorriu de lado. – Amor, você está perfeita, você não precisa se preocupar. – Abraçava-a.
– Eu vou trocar então, pela última vez. – Deu um selinho nele. – Estamos atrasados?
– Não, pode se trocar com calma, te espero na sala, está passando reprise dos Patriots. – Falou com entusiasmo.
– Ok. – Ela sorriu, divertida.
olhou para a única roupa que tinha gostado quando foi com sua mãe escolher, colocou o cropped de mangas compridas e a saia longa com o conjunto branco. Colocou o salto e pegou a bolsa e o casaco. Chris desligou a televisão quando percebeu que já estava pronta. Encontraram-se com a assessora dele no hall e foram ao Hollywood Roosevelt Hotel.



– Então é isso. – A assessora terminava de passar umas pequenas instruções, olhando para o banco de trás.
– E , você não é obrigada a responder às perguntas. – Chris a olhou.
– Tudo bem, eu fico ao lado dela. – Sorriu para a moça.
– O carro vai estar aqui no horário que você pediu. – Entregou a chave.
– Obrigado.
Foi um diálogo um pouco aleatório para e, ao entregar a chave para Chris, perguntou-se onde aquilo iria acabar.
Chris ajudou a descer do carro, tirou o cabelo dela que ficou preso nos cílios e caminharam lado a lado. Não foi tão difícil assim. Pelo menos não houve uma pergunta para ela, o que deu uma aliviada, sendo que ela não era a estrela da noite.
O frio na barriga era grande. Ela nunca esteve daquele lado, sempre assistia e torcia pelos atores da sua casa, com cobertor, chocolate e um balde de pipoca. Mas estar ali, sentada e vendo todas aquelas luzes, falas e atores renomados ao vivo a deixou anestesiada, admirando todos os detalhes que seus olhos poderiam captar.
Quando a categoria de Melhor Roteiro Original foi anunciada, as mãos de gelaram. Mesmo sabendo que o filme não poderia ganhar, ela sentiu a pressão que era estar ali. Claramente, ela não ia subir no palco, mas todo o foco iria ao diretor e também ao ator. Contudo, ao terminarem de ouvirem os indicados e a pequena pausa misteriosa feita para anunciar o vencedor, eles perceberam que, mais uma vez, Parasita ganhou um título.
– Merecido. Você assistiu? – Chris cochichou no ouvido dela.
– Sim, eu fiquei admirada com o ângulo que o diretor usou para mostrar as duas realidades. – Fez o mesmo que o homem enquanto aplaudiam.
– Acho que já está quase acabando. – Ele avisou. – Vamos passar um momento pequeno na festa e, depois, vamos para o hotel.
– Espero que não esteja fazendo todo esse plano por mim.
– Não. – Sorriu. – Porém, se quiser ficar um pouco mais, nós podemos.
– Não precisa, eu aceito ir. – Sorriu.
– Imaginei.
Prestaram atenção no discurso do diretor e no restante das premiações, até chegar o momento em que eles iram para a “pequena” festa. Conheceu pessoas que nunca nem sequer imaginou ver no Queens Night. Estavam saindo da festa já, no horário que Chris tinha planejado.
O carro, Chevrolet Camaro de 1967, estava no estacionamento como a assessora tinha comentado, e um sorriso divertido nasceu nos lábios do homem. sabia que algo ele planejava, só não conseguia saber o que era exatamente. Não precisava conhecer a cidade para ter o conhecimento de que o caminho que ele fazia não era para o hotel, ficou prestando atenção.
– Você tem certeza de que está no caminho certo, amor?
– Sim, por quê?
– Não parece o caminho do hotel.
– É que... – Estacionou o carro. – Não é o caminho do hotel. – Apontou para a frente. – E o que você achou?
Era de tirar o fôlego. Aquela vista compensava tudo que ela já tinha visto em Los Angeles. Dava para ver o letreiro e todas as luzes das casas e apartamentos, tirava a concentração de .
– Não há palavras para descrever essa vista.
– Eu pensei... – Soltou o cinto. – Já que estamos aqui, eu pelo menos poderia realizar um desejo seu. – Chris se aproximou de e cochichou no ouvido dela.
– Você lembra disso. – Estava corada.
– Lembro. Agora, essa noite, é sua vez de ser a estrela.
Em uma das conversas, contou que um dos seus fetiches era fazer amor no carro – mas em um lugar deserto, é claro. Christopher, então, apenas ficou pensando naquilo. Ela já tinha levado-o em tantos lugares... Por que ele não podia fazer por ela?
Chris a beijou tranquilamente, tirando o sinto de sua namorada. O beijo foi se intensificando cada vez mais, com mais sede de sentir o corpo nu de . O rádio estava ligado e, ao fundo, em um som aprazível, tocava Love Song, tudo combinava para aquele momento ser inesquecível.
Os dois foram para o banco de trás com uma pequena dificuldade. Ela sentou de um lado, tirou o salto e colocou no banco da frente. Arrumou sua saia para poder sentar no colo de Christopher, começando a beijá-lo e puxando devagar o cabelo dele. sentiu os lábios dele percorrem seu pescoço e indo ao colo. Sua pele fria sentiu os toques das mãos geladas de Chris passeando pelas costas e indo de encontro à barra do cropped, levantando devagar e tirando, deixando os seios rígidos se arrepiando com a brisa que entrava pela janela. À parte, sentia um pouco de vergonha por serem caídos. Para ele, eram perfeitos.
Afrouxou a gravata borboleta, jogou para trás de seu corpo e rapidamente tirou a camisa social dele. Os lábios do homem voltaram para os lábios dela, podendo sentir o gosto doce dele. Estavam mais excitados, roçando ainda por cima da roupa, e escutava seu nome falhando em seu ouvido.
Não aguentava mais sentir apenas uma parte nua do corpo dela, então colocou-a ao seu lado e ajeitou-se para poder conseguir tirar a calça e a cueca. Voltou toda a sua atenção ao seio dela, depois trilhando um caminho até o cós da saia enquanto apertava um dos seios. Abriu o zíper, tirou rapidamente e com cuidado as duas últimas roupas dela. O gosto, o toque, o modo com o qual eles se amavam ali deixava tudo tão... Ela fechou os olhos e deixou-se levar pelas milhares de sensações que ele a proporcionava.
– Aqui. – Ele entregou a blusa e o terno para apoiar a cabeça.
Christopher a olhava e sentia arranhar suavemente suas costas. Ele apoiou no banco uma de suas mãos e segurou firmemente as costas dela, apertando um pouco. Ela o sentiu entrar e arqueou as costas, sentindo-o por inteiro mesmo sendo devagar. Aos poucos, ele aumentava, mais rápido e rápido. se entregou como nunca havia se entregado em noites de amor.
Os fios grudados no corpo dela, a pele brilhando sob o luar que percorria os vidros escuros... o empurrou, fazendo-o sentar. Ela puxou seu cabelo para frente e sentou de costas para o homem. Precisou apoiar-se no banco da frente para poder dar impulso. Chris segurava os dois seios dela e respirava rapidamente, ofegando entre os gemidos. Tudo estava tão rápido que não parecia que nada se movia.
Mudaram de posição, deixando então que ela comandasse tudo. Apoiou uma de suas mãos no vidro do carro embaçado e a outra no tórax, ela subia e descia rapidamente, as mãos de Chris apertando sua cintura e empurrando para baixo. Seu corpo começou a estremecer, sentiu um calor diferente dentro daquele carro. Estava queimando por dentro, por ele, sentindo-o cada vez mais dentro.
... – Evans falou com a voz fraca e rouca. – Eu estou quase.
– Eu também. – Olhou para ele e sentiu a mão dele deslizar para seu clitóris, estimulando-a mais ainda. – Por favor, não para.
Ele sorriu, e vê-la fechar os olhos e aumentar mais ainda a velocidade deu mais tesão a ele. Ela parou devagar, quase juntamente dele. Seus músculos relaxaram e, devagar, deitou nele.

Um tempo depois, ela com a camisa social dele, Chris só de calça, ela se sentia apenas a garota dele. Aquela bagunça que foi causada ali dentro poderia ser repetida várias vezes. Estava deitada nele, contornando a tatuagem e vendo a movimentação do peito dele devagar depois daquelas horas calorosas. As roupas ainda estavam espalhadas no chão do carro.
. – Ela levantou a cabeça para olhá-lo. – Eu nunca agradeci você por essa vida elevada.
apenas sorriu. Christopher sempre foi o oposto dela, além do seu grande amor, e nunca poderia imaginar que se entregaria a ele daquela forma, com Love Song sendo a canção de amor deles e do carro.


Fim.



Nota da autora: "Eu não tenho nada a declarar! Essa é a verdade, eu espero que tenham gostado, e que tenham – realmente – sentido os toques desse homem em vocês, é isto!
Bom amores, eu realmente espero que tenham gostado da fanfic ❤
Trilogia Evans:
Parte I – Undercover. Ficstape: Selena Gomez – Star Dance.
Parte II – Living in the Moment. Ficstape: Jason Marz - Love Is a Four Letter Word.
Parte III – Song Love. Ficstape: Lana del Rey - Norman Fucking Rockwell.
“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka. ❤"



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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