Última atualização: Fanfic Finalizada

01

Meus saltos batiam contra o chão com certa força enquanto eu caminhava com um destino certo, sem desviar das pessoas - elas que saíssem da minha frente; e elas saiam mesmo, talvez fosse por causa do meu olhar, ou quem sabe da minha postura totalmente chamativa de andar, com passos firmes e queixo erguido. É, eu não olhava para baixo e nem para os lados, a não ser que algo chamasse muito a minha atenção. Como agora.
Um sujeito, que olhava as pessoas passando, estava encostado no capô do carro. Suas roupas me diziam que ele era dono daquele lugar, o rei mesmo, porque aquele ouro em seu pescoço não era falso, muito menos as pedras que faziam parte de seus anéis que compunham aquela mão bonita. Suas botas de bico fino, com uma biqueira de ouro na ponta de cada uma e muito bem engraxadas, me diziam que alguém deve ter polido o couro delas com a língua. Já seus olhos indicavam estar caçando alguém, provavelmente uma garota gostosa para foder - que obviamente não seria eu, porque meu negócio era um pouco diferente do habitual.
! — a voz de me fez virar o pescoço para olhá-la, vendo minha amiga se aproximar com um sorriso. — Pensei que tinha arranjado algo de mais interessante para fazer. — brincou, o que me fez sorrir de lado.
— Eu até que tentei. — rebati fazendo a garota rir. — Quem é o gângster? — perguntei inclinando de leve a cabeça na direção do cara para que ela soubesse de quem eu falava. Eu sabia quem ele era, mas só precisava ter certeza mesmo daquilo.
— Está falando do St Jimmy? — virou seu rosto bruscamente, nem para disfarçar.
— Não sei. Esse é o nome dele? — então resolvi fazer o mesmo, dando de cínica. Se era para olhar, vamos olhar. — É o cara das jóias.
— É o St Jimmy mesmo. O nome dele é . Ele é o chefe do tráfico da região. — ergui uma sobrancelha sobre aquilo, era ele mesmo que eu queria, então. — E também comanda outras coisas. Empresas fantasmas, essas coisas que fazem para lavagem de dinheiro. — fiz um pequeno bico enquanto ouvia minha amiga falar sobre o cara, parecendo que sabia tudo sobre.
— Por que chamam ele de St Jimmy? — quis saber, sem tirar meus olhos dele, que estava distraído olhando ainda as pessoas passando a sua frente. Queria saber o ponto de vista da minha amiga.
— Não sei. É como ele se apresenta sempre, dizem que ele não gosta do nome de batismo. — riu fraco, me fazendo encará-la tentando achar a graça. — Jimmy é horrível, acho bem mais agradável... , onde você está indo?! — soltou alto o suficiente para que eu ouvisse, mesmo de longe como agora.
St Jimmy tinha uma placa bem grande de perigo pendurada em seu pescoço, mas isso não me intimidava nenhum pouco. Queria chamar sua atenção, e era isso que eu faria. Estava afim de me divertir e sentir um pouco de adrenalina correndo em minhas veias aquela noite.
As pessoas me olhavam agora com certa surpresa por ver para onde eu estava indo, e isso só me fazia querer rir. Acho que o St Jimmy assustava mesmo os outros. Uma pena, não é mesmo? Eu nunca fui muito uma pessoa de ter noção, mas a falta dela me fez chegar onde estou hoje em dia, então estava ótimo.
Parei na frente do homem e o olhei de cima a baixo, vendo suas sobrancelhas se unirem, não entendendo absolutamente nada. Então olhei por cima de seu ombro, encarando o Maserati do ano, preto com dourado, e sorri de lado minimamente, já me virando, indo para a lateral do carro e passando meu indicador pela lataria muito bem polida, deixando a ponta da minha unha arranhar ela de leve.
— Gostou? — perguntou com seu sotaque forte mostrando que não era ali - britânico ou francês, quem sabe italiano… não sei ao certo, nunca fui boa com sotaques. Não o olhei, só vi que se aproximava pela minha visão periférica.
— É, bonitinho. Isso anda? — rebati, passando a língua em meus lábios lustrosos tingidos de vermelho, podendo ouvir a risada fraca de , que já estava parando ao meu lado.
— Posso te mostrar se quiser. — tinha um tom bem sexy em sua voz. Coitado.
— Quero. — então estendi minha mão em sua direção, o olhando agora. — A chave, garoto. — pedi, abrindo e fechando meus dedos.
— Você não vai dirigir meu carro. — uniu as sobrancelhas ao pronunciar tais palavras que me fizeram rir.
— Iria ferir seu ego uma mulher colocando a mão no seu volante? — ergui uma sobrancelha, com um sorrisinho no rosto. — Vamos, não seja um menino mimado. Posso deixar que sente no banco do carona se for se comportar.
— Quem você pensa... — meu indicador tocou seus lábios, indicando que ele deveria ficar caladinho, e logo sua mão bruta segurou meu pulso com força, me incomodando demais aquele contato. — Não se atreva a me tocar. — rosnou irritado, jogando minha mão para longe dele.
— Ops, acho que já toquei. — dei uma piscadinha, rindo fraco. — Sempre soube que muito dinheiro fazia o pau encolher. — a ponta da minha língua ficou rodeando meu incisivo, com meu sorriso mais aberto agora.
— O que você quer? — perguntou claramente irritado, doido para me enfiar em uma cova rasa.
— Queria dar uma volta no seu carrinho, mas já desisti. Perdeu a graça. — disse jogando meu rabo de cavalo quase em seu rosto e sai andando, me desviando de .
estava parada de longe, com cara de quem tinha visto o próprio diabo plantado em sua frente. Aproximei dela e sua mãozinha pegou a minha e saiu me tirando daí, me obrigando a dar passadas curtas e rápidas para acompanhá-la. Assim que parecia estarmos fora de vista do , minha amiga parou e se virou, me encarando.
— O que você pensa que estava fazendo? Ficou doida de vez? — aquilo só me fez rir, vendo a garota toda nervosinha. — Oswald não vai te proteger do St Jimmy se ele quiser fazer algo contigo.
— Ele não vai fazer nada comigo, relaxa. — joguei uma mecha de cabelo dela para trás de seu ombro. — Ozzy nem precisa saber que estive aqui. — a olhei de forma bem sugestiva.
— Mas ele vai saber se você aparecer em um saco preto. — me alertou e tudo o que fiz foi rir de novo.
— Você está nervosa demais. Vem, vamos procurar algo para beber. — a puxei pela mão para que entrássemos na enorme mansão.
O lugar era enorme e estava tão lotado quanto o lado de fora. Tinha umas mulheres nuas dançando em pole dance em plataformas altas, e outras fazendo aquela dança com tecidos que vinham presos do teto. Tocava uma música sensual que eu não fazia ideia de quem estava cantando, mas dava vontade de mexer meu corpo lentamente junto com a batida. Paramos em um dos bares onde os bartenders faziam uns malabarismos muito fodas com as coqueteleiras, além de serem gatos demais. Apoiei meus cotovelos no balcão esperando qualquer um deles vir me atender, até que um moreno extremamente gato e sexy veio até ao meu encontro. Senti muita vontade de provar seus lábios, o que era até raro de acontecer logo de primeira quando olhava para alguém.
— O que você deseja? — perguntou e sua voz rouca deliciosa me arrepiou.
— Você nu na minha cama com alguém, mas seria pedir demais no momento. Porém, me contentaria com um beijo mesmo. — respondi vendo o seu sorriso de lado.
Então ele fez o que eu realmente não esperava. Se apoiou no balcão para chegar mais perto e passou a língua pelos meus lábios, me provocando. Rapidamente segurei sua nuca e tomei sua boca com a minha língua em um beijo rápido e bem gostoso, porque ele sabia usar a língua e seus lábios eram deliciosos.
Sorri assim que ele se afastou, me fazendo lamber meus lábios como se ainda provasse o gosto dos seus.
— Quero um sex on the beach. — pedi, vendo que aquilo só tinha feito com que ele sorrisse de um jeito mais safado que antes.
— Sério, como você consegue essas coisas? — estava ao meu lado me encarando embasbacada. — Se eu falasse isso para um bartender ele iria rir da minha cara.
— O lance está no jeito que você fala, não o que você fala. — contei a ela o grande segredo da coisa toda, como se já não soubesse daquilo. — E no olhar também. — lhe dei uma piscadinha e minha amiga rolou os olhos.
— Sinceramente, nunca vou entender. — bufou parecendo contrariada, me fazendo rir daquilo.
Eu ia responder, mas minha linha de raciocínio foi cortada quando senti um corpo atrás de mim, e meus olhos desceram rapidamente para as mãos que me cercavam agora no balcão, reconhecendo os anéis na mesma hora. Sorri. Acho que eu tinha conseguido a atenção do St Jimmy. Sua respiração bateu na curva de meu pescoço, indicando que seu rosto estava bem perto da minha pele, sentindo como meu perfume doce era gostoso, certeza.
— É muito atrevimento seu vir no meu território sem ser convidada e ainda se aproveitar da minha festa. — sussurrou em meu ouvido, me tirando um arrepio, mas isso não me abalou.
— Não sei do que está falando. — rebati de forma divertia.
me olhou achando que eu estava falando com ela, então seus olhos se arregalaram vendo ali. Pisquei para ela, dando um sorriso de lado. Logo senti o corpo do sujeito que estava atrás de mim me empurrar de leve contra o balcão, indicando que não tinha gostado em nada da minha resposta, mas se afastou um pouco em seguida, me deixando aliviada com aquilo.
Umedeci meus lábios, sentindo eles levemente secos. Até que o bartender gato voltou com meu drink, já ficando com um olhar estranho quando viu o seu patrão me cercando como se eu fosse uma ovelhinha. Sorri para ele, que apenas assentiu com a cabeça e rapou fora.
— Você está assustando as pessoas. Se afasta. — mandei, já pegando meu sex on the beach e dando um gole, mas não se afastou em nada e isso me incomodou, porque seu corpo estava quase tocando o meu. — Hum, delicioso. Quer? — ofereci para ele, já que tinha enguiçado ali atrás de mim.
— O que você quer? — questionou e apenas dei de ombros, bancando a sonsa. — Você sabe que as mãos de velho Ozzy não podem te alcançar aqui. — não me surpreendeu em nada descobrir de onde eu era.
— Talvez eu não queria as mãos dele em mim. — respondi e me virei de frente para , pegando o canudo de papel da minha bebida com a minha língua, o enroscando com ela. — Talvez eu só queria me divertir. — ergui uma sobrancelhas, bebendo do meu drink enquanto olhava em seus olhos, que não pude identificar a cor por causa da luz vermelha.
— Jeito perigoso de se divertir. — disse me olhando de volta nos olhos, e eu podia ver até mesmo sangue escorrendo por eles de tão assassinos que me encaravam. — Posso te dar muita diversão se você quiser. — chegou com seu rosto perto do meu, me fazendo rir.
— Não quero ficar com você, . — deixei seu nome sair pelos meus lábios de forma arrastada, vendo que agora ele tinha mudado totalmente o jeito que me olhava. — Mas você pode fazer parte da minha diversão.
— E como ela seria? — quis saber, mas não se afastou. Seus lábios quase tocaram os meus quando se moveram.
— Me deixe ver você transando com alguém. — contei, sentindo meus olhos brilharem enquanto eu colocava o canudo da minha bebida entre nossos lábios e tomava mais daquele líquido doce. ficou me olhando por alguns segundos antes de rir fraco. — Estou falando sério. Voyeur. Nunca experimentou? — perguntei, vendo como agora ele tinha entendido que eu realmente falava sério. — Você é gato, e aposto que é gostoso. Seria uma delícia te ver fodando loucamente com alguém. Você escolhe, não me importo se for com outro homem ou uma mulher.
— Você é louca, sabia? — sua indignação me fez rir. Não seria a primeira e nem última vez que alguém me falava aquilo. — E por que não se junta a nós na cama?
— Transar com alguém não me excita. — dei de ombros, não me importando com nada daquilo.
— E me escolheu, por quê? — seu olhar estava curioso sobre mim agora, e isso me fez sorrir de lado.
— Isso é um mistério. — levei meus lábios até seu ouvido e sussurrei tais palavras. — Você aceita? — perguntei deixando a ponta de meu nariz passar por sua orelha de leve.
— Você vai se tocar enquanto observa? — ri fraco.
— Talvez. Depende, se me der vontade na hora. — respondi com sinceridade.
— Vou pensar no seu caso. — disse por fim e se afastou de mim, já se virando de costas e indo embora.
— O que... O que.... O que você falou com ele? — parecia uma gaga do meu lado perguntando aquilo. — Ele ia te beijar, amiga! Por que você não beijou ele? Por Odin! Eu não te entendo!
— As vezes nem eu entendo. Se um dia conseguir, me conta. — dei um tapinha em seu ombro e sai andando para um lugar que desse para dançar agora.
Parei onde achei espaço suficiente para nós duas dançarmos, sem que fosse muito apertado por causa da quantidade gente que tinha naquele lugar. O canudo estava entre meus lábios, enquanto meu corpo se movia de forma lenta de um lado para o outro, fazendo meu rabo de cavalo volumoso balançar de um lado para o outro. Minhas unhas longas batiam no vidro do copo como se tocassem as notas da música que ecoava pelo lugar. Passei a mão em minha nuca apertando-a de leve, não pensando em nada, apenas deixando o som entrar em meu corpo e o eletrizar do jeito que quisesse.
Ficamos alí por muito tempo, dançando, indo no bar, pegando mais bebidas, beijando o bartender quando ele me atendia, e voltando. Aquela noite até que estava sendo agradável e eu tinha conseguido o que queria, então iria aproveitar.
Fechei brevemente meus olhos, deixando meus lábios entreabertos, e nisso senti alguém tocando minha cintura. Abri meus olhos vendo um cara o qual não fazia ideia quem era, agora dançando entre eu e . O olhei por inteiro. Ele era bonitinho, mas o fato de ter me tocado não me permitiu gostar dele. Eu tinha um leve problemas com toques em meu corpo, ainda mais sem a minha permissão. Então isso me fez dar um passo para trás, abrindo espaço para o sujeito sair dali. Ele me olhou sem entender nada.
— Você está me atrapalhando a dançar. — avisei para se tocar logo e dar o fora.
Em vez sair dali como um cara consciente faria, ele apenas pegou minha cintura com certa brutalidade, pronto para me arrastar para perto dele, mas não deixei que tivesse tempo para isso e lhe dei uma bela joelhada no saco, fazendo com que se curvasse para frente. O empurrei para o lado, para que saísse dali, só que sua mão bruta pegou meu pulso com força, então automaticamente joguei minha bebida em sua cara. Abusado! Isso fez com que ele pegasse meu pescoço com força e já soltei o copo deixando que caísse no chão, se espatifando em vários pedaços, sentindo os cacos até mesmo rebaterem contra a pele de minha perna. Rapidamente meus dedos puxaram a lateral da minha saia jeans para cima me permitindo pegar o canivete pequeno que eu tinha escondido ali, apertando o botão para sua lâmina saltar para fora, e toquei com sua ponta exatamente onde ficava a carótida do homem que agora me olhava com certa surpresa. estava parada ao meu lado com sua típica cara assustada. Ela ainda não tinha se acostumado comigo depois de tantos anos?
— Garota errada, benzinho. — disse, mostrando que eu não tinha receio algum de afundar aquela merda em seu pescoço.
Ele não falou nada, apenas me soltou quando seus olhos viram algo atrás de mim, me empurrando de leve. Antes de abaixar meu canivete, virei meu rosto espiando por cima do meu ombro, vendo o St Jimmy bem ali, parado com seu olhar assassino. Sorri. Então voltei a encarar o cara na minha frente e tirei a lâmina de seu pescoço.
— Sua... — ele ia começar a falar algo, mas a voz de invadiu nossos ouvidos.
— Cale a boca antes que eu atire na sua cara. — ordenou em um tom bem rude, o que gostei bastante.
— Acho que é hora de dar tchau. — falei com o sujeito, acenando com a mão para ele sair logo dali, e foi isso que fez sem falar nada. Me virei, olhando para o St Jimmy agora. — Obrigada, mas estava tudo sob controle. — agradeci e contei, o olhando de baixo já que mesmo com salto ele ainda era mais alto do que eu.
— Eu percebi. — soltou em tom de ironia, o que me fez erguer a sobrancelha. — Ainda está querendo se divertir?
— Sempre quero me divertir. — sorri abertamente para ele. Olhei para a , já levando meus lábios até o ouvido de minha amiga. — Vou brincar um pouco. Não precisa me esperar. — avisei, vendo seus olhinhos se arregalarem.
— Toma cuidado. — pediu, e apenas assenti.
Dei um beijo em sua bochecha e ergui minha mão até a altura de minha cintura, esperando que a pegasse. Ele a olhou por um instante antes de pegá-la, e então me guiou por entre as pessoas daquela festa que nos olhavam agora como se fôssemos celebridades. Sabia que praticamente ninguém ali deveria me conhecer, mas St Jimmy era o dono da festa, e vê-lo com uma garota estranha deveria atrair muita atenção. Isso me fez sorrir.
Subimos as escadas lentamente, conforme as pessoas iam abrindo espaço para que nós passássemos, carregando os olhares deles. Eu não olhava para os lados, apenas para a minha frente, que às vezes virava seu rosto e me permitia ver seus olhos claros invadindo os meus de forma tão intensa que chegava a me deixar arrepiada. Era como se ele pudesse enxergar minha alma e visse minhas verdadeiras intenções ali, mas aquilo não me intimidava ou me fazia parar. Eu iria até o final.
Chegamos no topo da enorme escada e viramos para a direita, onde pegamos um corredor que tinha uma iluminação azul escuro. Ali não estava cheio como lá embaixo. Algumas pessoas estavam apenas conversando, fumando e bebendo, e outras se pegando escorando pelas paredes e móveis, sem tempo a perder; algumas até mesmo transando ali mesmo, sem se importar com os demais ao seu redor. Meus olhos pegavam aqueles corpos, sentindo o tesão me tomando, mas a mão de apertando a minha indicando que não deveria olhar para eles atraia minha atenção, me fazendo estreitar os olhos de leve em sua direção.
Então paramos quando chegamos em uma porta que tinha uma madeira tão negra quanto à noite. Ela não tinha brilho como as outras, era fosca. Senti a adrenalina correndo em minhas veias, ansiosa para entrar logo ali, enquanto eu respirava fundo e apertava a mão do St Jimmy para que abrisse logo a porta e começássemos aquilo. Nada aconteceu, e isso me fez erguer a cabeça para olhar em seu rosto, para tentar entender o motivo da demora.
— Quero que olhe dentro dos meus olhos todo o momento, ou eu vou parar na hora e você não terá mais sua diversão. — reprimi meus lábios com seu pedido.
— Então me prenda com eles. — rebati, olhando seus tons claros que agora quase não davam para serem vistos por conta de sua pupila fortemente dilatada.
— Não será só com eles que irei prender. — sua resposta por um instante quase me fez recuar, mas me mantive meus saltos firmes naquele chão de carpete.
— Iremos ver. — o desafiei, erguendo uma de minhas sobrancelhas.
E finalmente abriu a porta do quarto que tinha uma iluminação rosa bem gostosa que oscilava para vermelho e depois voltava para o rosa. Meus olhos pegaram uma mulher de pé na janela. Ela tinha um corte de cabelo curto, na altura de seu queixo, reto e com franja, os fios eram tão escuros quanto a porta do lugar, a qual fechei atrás de mim. Tinha um belo divã de frente para a cama, que ficava posicionada exatamente no meio do quarto enorme, com sua estrutura de ferro que a fazia parecer um enorme cubo. Umedeci meus lábios novamente, sentindo eles secos, assim como minha boca, em pura ansiedade.
me olhou e eu fiz o mesmo, dando um pequeno sorriso. A mulher se aproximou de nós em passos lentos. Ela vestia um vestido preto e longo que deslizava pelo chão. O tecido era fino e leve, mostrando que não tinha nada em seu corpo além dele, pois o mesmo marcava os bicos de seus peitos e as curvas de seu quadril. Ela parou na nossa frente e tocou o rosto do St Jimmy, o puxando suavemente para ela, então o beijoi. A mão dele soltou a minha e fui dando uns passos para trás até sentir o divã batendo em minhas pernas, sem que eu perdesse um segundo daquela cena gostosa. Me ajeitei ali, deixando minhas pernas cruzadas e apoiando a lateral de meu tronco na guarda lateral do estofado.
pegou a bunda da mulher com vontade, fazendo o tecido do vestido se encolher em sua palma. Meu olhar subiu pelo corpo da mulher até encontrar os olhos claros do St Jimmy me encarando de forma intensa. Aquilo me fez respirar fundo e apertar de leve minhas coxas uma contra a outra. Ele a beijava com fervor enquanto suas mãos a pegavam com brutalidade, e com isso mordi meu lábio inferior, deixando a carne deslizar pelos meus dentes vagarosamente vendo as mãos dele agora de forma sutil, o que era bem contraditório, passarem pela alça fina do vestido dela, o fazendo deslizar pelo seu corpo até cair no chão, deixando seu corpo nu totalmente escultural a mostra.
As mãos da mulher abriram o restante dos botões da camisa de e a empurraram para trás, fazendo a peça ficar presa nas dobras de seus braços, revelando seu corpo tatuado, gostoso e com cicatrizes que me fizeram babar. Ele soltou a mulher apenas para tirar sua camisa de vez e quando voltou a pega-lá, a puxou para cima com suas mãos fortes, apanhando a bunda volumosa dela e o cabelo em sua nuca, fazendo os fios se enrolarem em seus dedos, a beijando com ferocidade, dessa vez fechando seus olhos.
St Jimmy caminhou até a parte de trás da cama empurrando os travesseiros com as pernas e deitou a mulher ali, beijando todo seu corpo, o alisando, apertando, chupando sua pele e mordendo, a fazendo gemer baixinho enquanto jogava sua cabeça para trás, principalmente quando abocanhou seus seios fartos com extrema vontade, enquanto sua mão apertava o outro, até descer. Pelo gemido mais sorte que ela deu, certamente havia a invadido com os dedos, o que fez minhas coxas se apertarem mais uma contra a outra, sentindo como elas estavam ficando quentes, me fazendo até respirar mais forte.
— Vai, pega ela com vontade. — meus lábios se moveram de forma muda.
Mas os olhos claros pareciam ter lido eles e seus lábios deslizaram pelo peito da mulher, fazendo o bico dele escapar, voltando a aparecer molhado e bem duro. Lambi os meus lábios, puxando um pouco de fôlego com a imagem, deixando meus olhos se fixarem nos de , tão intensos dentro dos meus. Engoli em seco quando suas mãos pegaram as coxas da mulher a abrindo e se abaixando entre elas, deixando seu rosto na altura de seu ventre e descendo, a lambendo, agora tirando um gemido gostoso da mesma. Respirei bem fundo com aquilo sentindo que estava começando a ficar molhada e apertei ainda mais minhas coxas, agora segurando o estofado do divã.
Então ele começou a chupar a mulher com vontade, olhando dentro dos meus olhos me deixando cada vez mais excitada com aquela cena, sentindo os gemidos dela me invadindo como se pudesse sentir a língua de fazendo aquilo comigo, deixando meus batimentos mais forte, causando calor em meu corpo. O rosto dele subia e descia em movimentos precisos, até que se afundou mais entre as pernas dela arrancando gemidos mais fortes da mulher que se retorcia de prazer na cama. Minha calcinha começou a ficar molhada com aquilo. Céus, estava uma delícia. E eu estava quase deixando meus dedos invadirem minha saia e me penetrarem, mas não ia fazer isso, não agora pelo menos, precisava de mais. Eu tinha que chegar no meu limite para fazer tal coisa.
— Eu vou gozar, Jimmy. — a mulher avisou, gemendo alto e jogando a cabeça para trás, pegando os lençóis e os puxando com certa força. — Jimmy! — arfou mais alto.
não parava, continuava chupando com ferocidade e me olhando, fazendo minha respiração até mesmo falhar. Não, para. Pedi com o olhar, sentindo como eu estava ficando molhada com aquela cena na minha frente. A mulher arqueou sua coluna em prazer, antes de se soltar no colchão, tomando fôlego por ter se desfeito na boca do St Jimmy. Mordi meus lábios com aquilo, soltando-os e fazendo um bico, respirando agora como se tivesse acabado de submergir de um mergulho profundo. Lambi meus lábios, sentindo minha boca muito seca. Eu precisava beber agora.
Levantei daquele divã percebendo que tinha sido um erro quando senti que minhas pernas estavam trêmulas por causa da pressão que fiz nelas antes. Então parei por um instante, segurando a guarda do estofado, fechando meus olhos rapidamente e os abrindo, sabendo que agora precisava dar uns passos mais firmes. E foi isso que fiz em seguida, indo até um balde que tinha champanhe. Seguro o pescoço da garrafa puxando ela para fora do gelo, sentindo como até minhas mãos estavam trêmulas. E tive que colocar a garrafa dentro do balde de volta para que a mesma não caísse e quebrasse. Tirei o rótulo de alumínio de sua tampa rapidamente e tentei puxar o arame que a envolvia, mas meus dedos escaparam.
— Precisa de ajuda? — a voz rouca e extremamente sexy de soou em meu ouvido, me deixando arrepiada.
Seu corpo encostou no meu, me fazendo sentir sua ereção bem dura contra a minha bunda. Joguei meu corpo para frente e apoiei minhas duas mãos sobre a mesa, para que ele se desencostasse de mim, mesmo que agora tivesse perdido todo o espaço que tinha antes, até mesmo para me virar se fosse preciso. Não era bom ter um gângster atrás de mim daquele jeito, aquilo podia acabar de um jeito terrível.
— Não me encosta, por favor. — pedi em voz baixa, tentando ser educada com ele, sabendo que qualquer palavra errada daquele momento podia dar merda.
— Algum problema nisso? — perguntou, mas também não me encostou como antes.
— Eu não gosto que me toquem, só isso. — avisei, abaixando um pouco a cabeça e tentando não imaginar aquele homem atrás de mim com aquele pau extremamente duro. — Não é nada pessoal. — garanti.
— Aconteceu algo para isso? — quis saber, já dando um passo para o lado e pegando a champanhe, abrindo com agilidade.
— Gosto de ter controle do que acontece com meu corpo. — respondi dando um sorrisinho fechado. Então peguei a taça e a ergui para que pudesse me servir. — De parar na hora que eu quiser. — meu olhar subiu até encontrar o dele, que desviou em seguida, olhando para a taça que estava em minha mão, a enchendo. — Obrigada. — dei um gole generoso, e peguei a garrafa depois que se serviu.
— Não pararam na hora que você quis? — sua pergunta me fez virar e sair andando, voltando para o divã.
— Você já acabou? — mudei de assunto, olhando para a mulher deitada na cama, se recuperando ainda do orgasmo que teve.
riu fraco, atraindo atenção dos meus olhos, então apenas bebi mais um pouco da minha champanhe, esperando pelo restante do show. Seus olhos estavam em mim, e tinha um jeito meticuloso, como se estivesse olhando cada detalhe meu. Aquilo poderia incomodar muita gente, mas não me incomodou, gostei como fazia aquilo, era como se estivesse me decorando. E apenas deixei, se era aquilo que desejava fazer, pois era tudo que conseguiria de mim, só me olhar e nada mais. Não era nada pessoal, eu fazia isso com todos, ninguém conseguia se aproximar de mim, pois não permitia tal coisa ser feita. Dama de ferro. Era o que Ozzy me chamava às vezes, com um sorrisinho no rosto. Sabia que era por esse motivo o qual tinha me tornado sua “mulher” , como gostava de dizer por aí apenas por ter uma folha de papel com nossas assinaturas. Eu não era dele e nem de ninguém. Às vezes nem eu mesma era dona de mim, quem dirá uma pessoa. O problema do ser humano é o fato dele sempre querer ser proprietário de algo, a sensação do poder os deixam excitados, e quando você tira isso de suas mãos... A coisa toda muda de figura. As pessoas são capazes de tudo para ter seu poder sobre as coisas, e podia ver claramente nos olhos do St Jimmy que ele não era diferente; nem eu era para ser totalmente franca. Afinal, quem não gosta de poder, nem que seja o menor deles? Nem que seja o simples poder de escolher o que deseja tomar ou o que comer. Qualquer coisa. Fazíamos isso o tempo inteiro sem nos dar conta. Prive uma pessoa e ela te mostrará quem é, ou de poder a ela que você poderá ver sua verdadeira face. No caso, já teve poder, e agora eu estava vendo o que ele era capaz de fazer para tê-lo de volta. Vamos, me surpreenda, St Jimmy. Eram o que meus olhos falavam para ele.
Meus olhos seguiram seus movimentos, o vendo pegar uma enorme taça lotada de diferentes tipos de camisinha, e então veio caminhando lentamente em minha direção, com sua ereção fortemente marcada em sua calça justa. parou na minha frente e me permiti descer meu olhar por seu corpo, vendo com mais detalhes suas tatuagens, suas cicatrizes, suas curvas, seu belo corpo definido e forte. Encarei a taça estendida na minha frente. Ele queria que eu escolhesse qual deveria usar. Estava achando que me deixar no controle o faria tê-lo de volta? Ou estaria apenas me provocando? Talvez os dois, não dava para saber quando não o conhecia direito, mas pelo pouco ele não me pareceu ser gentil - não parecia ser de seu feitio, muito menos submisso. De qualquer forma, eu precisava escolher qual camisinha iria usar para poder me divertir. Peguei uma de morango e a ergui para ele.
— Pega mais. — sua voz baixa e rouca me fez erguer meus olhos para encarar os seus tons claros.
— Pretende foder ela quantas vezes essa noite? — perguntei para saber quantas eu deveria escolher, e aquilo o fez sorrir de lado.
— Quantas vezes você quiser. — sua resposta quase me fez unir as sobrancelhas, mas me mantive, e enfiei a mão no pote pegando várias. — Que gulosa. — comentou rindo fraco, me tirando uma pequena risada.
Então soltei elas e apenas comecei a passar meu indicador pelos pacotinhos escolhendo quais ele poderia usar. Peguei uma hot e outra sensível, que era mais fina. Fiz um pequeno bico pensando em pegar mais, porém só fiquei com aquelas três na mão mesmo, qualquer coisa escolhia mais depois. Então lhe entreguei as camisinhas, que colocou no bolso da calça enquanto já se virava e colocava a taça em uma mesa livre ali perto, mas já se virando e tirando os pacotinhos se seu bolso vendo quais eram, fazendo um biquinho de leve em seus lábios perfeitamente desenhados.
— Você já provou essa de morango? — perguntou dando uns passos lentos para mais perto.
— Já. É gostosinha, doce e tem um cheiro de chiclete de morango, dá vontade de chupar ainda mais. — comentei sorrindo de leve, vendo ele parar na minha frente.
— Hum, quer dar as honras? — seu tom safado me fez rir de leve, mas não deixei de olhar para o volume que ainda marcava sua calça preta.
— Não, obrigada. Eu apenas vejo de longe mesmo. — disse apontando com o indicador para ele e depois para a mulher.
— Ok.
se virou, tirando os sapatos e deixando aquela bela cena à mostra para mim segundos depois quando abaixou sua calça juntamente com sua cueca. Umedeci meus lábios olhando sua pele lisa e extremamente mordível. Meus olhos subiram por suas costas largas que tinha algumas pequenas cicatrizes, as quais deveriam ser deliciosas de lamber. Então peguei seus olhos me encarando quando olhou por cima do ombro. Sorri de lado, sem esconder que estava mesmo olhando seu belo corpo escultural, e ele riu fraco daquilo, aquela risada nasalada e bem sexy que me fez morder o canto do meu lábio inferior. Não tinha como mentir, o St Jimmy era um puta gostoso. E eu queria ver aquela mulher igualmente gostosa sentando em cima dele com vontade, rebolando em seu pau bem gostoso, enquanto os dois gemiam bem alto para mim. A ideia já fez minhas coxas esquentarem.
O homem caminhou até a cama lentamente ainda de costas para mim, me deixando bem curiosa sobre o que ele estava escondendo ali. Seu pau era pequeno? Era isso? Meus dentes rasparam em meu lábio inferior bem curiosa para ver o que ele tinha. Ele jogou as camisinhas na cama e pude ver seu braço se movendo, certamente fazendo com que seu pênis ficasse totalmente duro para colocar a camisinha. E pelo barulho que ouvi depois, de um dos pacotinhos sendo rasgados, eu tive certeza de que era aquilo mesmo que estava fazendo antes. Respirei fundo ansiosa para ver logo o meu show.
Senti o cheiro da camisinha de morango de longe, e aquilo me fez sorrir por ele ter seguido o que falei sobre ela ser gostosa e dar mais vontade de chupar por causa do gosto. Bebi mais um pouco da champanhe, acabando com o resto da taça, então a coloquei de lado, agora vendo subindo na cama ainda de costas para mim e se abaixando sobre o rosto da mulher, a beijando. A mão dela rapidamente subiu para a nuca dele, e segurou o cabelo dele ali com certa força, e logo ela se levantou, ficando de joelhos sobre o colchão, puxando St Jimmy para cima, fazendo com que ele também ajoelhasse. Hum, eu daria um nome para aquela mulher para aquilo ficar mais interessante. Lambi meus lábios.
— A chame de Lorraine. — pedi. — Mas se quiser pode ser Lorrie também.
Mesmo ele não respondendo, eu sabia que tinha me ouvido. A mulher passou seus dedos com as unhas curtas pelas costas de , deixando sua pele vermelha e marcada, descendo até a bunda dele e a pegando com vontade. Gostei dela. Isso mesmo, se aproveita desse corpo. Então Lorrie o empurrou para que caísse de costas na cama, e a cabeça dele ficou para fora do colchão, deixando seu pescoço exposto e seus olhos nos meus. Desci meu olhar para a bela escultura que era seu corpo e meus olhos se deliciaram ao ver aquele monumento, que estava vermelho por causa da camisinha, totalmente duro e exposto para mim. Ele era grande e robusto, faria um estrago em Lorrie.
Peguei a garrafa de champanhe e bebi no gargalo mesmo, sem paciência para colocar na taça enquanto olhava a morena beijando e lambendo o pescoço do St Jimmy, descendo pelo seu peito forte e barriga muito bem desenhada, logo deixando sua língua passar por trás de seu pau indo de baixo para cima, até colocar a cabeça dele em sua boca e descer de novo, o engolindo por inteiro. Ergui levemente meu rosto, puxando o ar, olhando aquela cena que já fez minhas coxas esquentarem e o tesão voltar, aos poucos me tomando.
soltou o ar em forma de um gemido baixo e meus olhos desceram para os seus, que me olhavam fixamente. Aquele tom claro extremamente intenso que estava me roubando o ar. Que merda de homem fodidamente gostoso. Suas belas mãos subiram para seu peito, o apertando e depois descendo por sua barriga e indo até o cabelo curto de Lorraine, o segurando e impulsionando seu quadril de leve contra a boca da mulher, a fodendo. Por que até as mãos dele tinham que ser bonitas? Se foder, viu. O seu gemido rouco e baixo chamou minha atenção novamente para seus olhos, me fazendo ficar um pouco mais excitada. Era como se ele me chamasse para ficar olhando apenas para aqueles tons claros enquanto me engolia com eles.
Soltei o ar por entre meus lábios, vendo suas pernas se abrindo e as dobrando para cima e seu quadril indo de novo fodendo deliciosamente a boca de Lorrie. Porra, desgraçado gostoso. Suas coxas eram deliciosas também. Teria alguma coisa nele que não seria bonito? Aquilo me fez suspirar.
— Geme para mim. — sussurrei, voltando a olhar em seus olhos.
— Eu gemeria mais se fosse você me chupando, mas eu posso imaginar isso. — sorriu de lado. — Mesmo que não seja a mesma coi… — aquilo pareceu incomodar Lorraine, já que ela o chupou com mais vontade agora, arrancando dele um pequeno gemido e depois ele sorriu safado.
Apenas estreitei meus olhos em sua direção com aquilo. Aquele joguinho não iria funcionar comigo. St Jimmy achava mesmo que iria me convencer a me juntar a eles só por me fazer achar que seu prazer seria maior se fosse eu no lugar daquela mulher? Ele estava muito enganado quanto a isso. Se um dia achasse que iria transar comigo, com toda certeza não seria nessa vida, ou então teria que ser muito mais convincente que aquilo. Não era daquele jeito que a banda tocava.
Lorrie pegou de jeito, porque agora ele estava mesmo gemendo e sentindo a boca da mulher em seu pau. As caras de prazer que fazia eram deliciosas e a forma como me olhava me fazia apertar mais as minhas coxas, sentindo como estava começando a queimar no meio de minhas pernas. St Jimmy fechou os olhos e jogou sua cabeça mais para trás, arqueando um pouco a sua coluna enquanto gemia e segurava o cabelo da mulher, fodendo a sua boca mais rápido agora. Minha respiração estava ficando pesada, e minha boca seca. Minha entrada pulsava como se eu fosse ter um orgasmos por causa do que via. Os gemidos dele eram muito gostosos, puta merda! Aquela voz dele saindo levemente rouca estava acabando comigo. Aquele homem já podia ser interditado, porque… Nossa! Minhas unhas cravam no estofado vendo a veia de seu pescoço saltando quando gemeu mais alto, e senti vontade de lamber. Seus olhos se abriram, me pegando de jeito, fazendo meu corpo queimar de dentro para fora. Podia sentir minha roupa colada contra minha pele que fervia.
. — meu nome saiu por seus lábios pela primeira vez, e foi em forma de um gemido baixo e sôfrego, fazendo minha entrada pulsar com mais vontade. — Eu vou gozar para você. — caralho. Sua voz rouca me rasgou por inteira, e minha calcinha ficou ainda mais molhada. Engoli em seco olhando para a mulher que o chupava ferozmente. — Olha para mim. — pediu.
Meus olhos se voltaram rapidamente para ele, vendo o tanto de prazer que estava naquele tons claros. Minha boca e lábios estavam secos, e eu até queria pegar a champanhe, mas não conseguia me mover, era como se eu estivesse presa naquele divã. Desgraçado. Então gemeu mais alto, contraindo seu abdômen e afundando seu quadril no colchão, fechando seus olhos e soltando o ar que parecia ter ficado preso em seu peito que acorda descia e subia rapidamente. Fechei meus olhos, sentindo meu corpo tremendo. Minha entrada ainda pulsava, mas eu estava muito melada, dava para sentir. Droga. Filho da puta gostoso. Tinha me feito ter um orgasmo só com ele sendo chupado, sem que eu me tocasse. Minha respiração estava pesada e meu corpo quente e suado. Passei a mão em meu pescoço e desci pela minha clavícula, indo até o ombro, e o apertei, sentindo como a musculatura estava rígida por eu ter me segurado inteira contra aquele estofado.
Soltei o ar, que saiu trêmulo como todo o resto do meu corpo, e abri meus olhos, vendo que St Jimmy me olhava de um jeito diferente agora. Ignorei aquilo, e o arrepio que correu em minha espinha por conta daquela merda, e peguei a garrafa de champanhe, bebendo uns bons goles dela, sentindo o líquido gelado até mesmo doer descendo pela minha garganta, que estava apertada, assim como minhas coxas uma contra a outra. Desci a garrafa e a coloquei de lado.
Eu queria levantar para esticar as pernas, mas achei que não iria conseguir me colocar de pé naquele momento, então apenas as desdobrei e deixei as costas dos meus saltos tocarem no chão, relaxando um pouco. Ouvi o riso fraco de , e o olhei com a cara fechada. Ele sabia o que tinha me causado, e não tinha graça nenhuma. Encarei Lorrie agora, e ela tinha um sorriso de vitória por ter feito o St Jimmy gemer bem gostoso e ainda mais gozar daquele jeito. Sorri para ela de volta, pelo trabalho bem feito, e nisso a morena se levantou e foi até o balde de champanhe, abrindo a outra que tinha ali dentro e colocando um pouco na taça, tomando um gole. Depois caminhou até minha direção e estendeu a garrafa e eu peguei a taça, deixando que me servisse. A mulher se inclinou na minha direção deixando seu rosto próximo ao meu, e eu podia sentir o cheiro de morango vindo de seus lábios. Ela sorriu olhando dentro dos meus olhos.
— Me dá um beijo? — pediu e aquilo me fez rir de forma nasalada, sabendo o que queria fazer.
— Senta. — falei indicando com a cabeça para ela se sentar ao meu lado.
A mulher colocou a garrafa do lado da minha, e eu dei um belo gole de champanhe que me serviu, sentindo que estava mais gelada e gostosa. Então deixei a taça de lado junto com as garrafas e me virei, olhando para a mulher nua, sentada ali, encarando , que nos olhava com atenção, querendo entender o que estava acontecendo. Sorri de lado para ele e me ajeitei no divã, sentando sobre minhas pernas dobradas e com o indicador puxei o rosto de Lorrie pelo queixo para se virar em direção ao meu. Umedeci meus lábios e passei a língua pelos dela, sentindo o gosto bom que estava ali. Olhei em seus olhos e juntei nossos lábios vagarosamente, deixando as minhas pálpebras abaixarem lentamente enquanto minha língua tocava a sua em um beijo totalmente sem pressa com aquele gosto bom de morango. Minha mão contornou o maxilar da garota até descer para seu pescoço e ir até sua nuca, a apertando de leve e a puxando para mim. Fui deitando meu corpo para trás e puxando Lorraine comigo, que já veio se virando e se encaixando entre as minhas pernas, as quais abri para ela se colocar ali. Senti sua mão entrando embaixo da minha saia, e quando ela tocou minha calcinha, riu de leve.
— Nossa… — sussurrou entre o beijo, me fazendo rir fraco, então rompeu o beijo e levou suas lábios até meu ouvido. — Não deixa ele saber que você está assim, ou vai se achar até a décima geração dele. — aquilo me fez rir um pouco mais. Ouvimos St Jimmy limpar a garganta.
— Sim. — falei, virando meu rosto e o encarando, vendo que não parecia muito feliz sentado na cama.
— Até onde eu saiba era só para você ficar olhando. — disse claramente contrariado e aquilo me fez lamber os lábios e morder a ponta da minha língua com os incisivos, dando um sorriso travesso.
— Ops. — soltei como se tivesse feito uma travessura. — Não soube negar o pedido dela. — fiz um biquinho quando a beijei apenas para provocá-lo. St Jimmy revirou os olhos e se levantou da cama, já pegando suas roupas do chão. — Hey, onde você vai? Não acabou.
— Para mim acabou. — disse ríspido, já vestindo sua roupa de costas para mim.
Uni as sobrancelhas com aquilo, ficando levemente irritada. Lorraine saiu de cima de mim e eu me levantei. Pensei em falar umas besteiras para o St Jimmy, mas como ele mesmo disse, as mãos do Ozzy não podiam me alcançar ali, então eu estava sem proteção nenhuma e era bem mais forte do que eu. Arrumei minha saia e sai daquele quarto sem olhar para trás, deixando a porta aberta mesmo, porque eu não me daria ao trabalho de fechar aquela bosta.
Meus saltos batiam com força contra o chão de madeira do corredor e mesmo com a música alta tocando lá embaixo eu conseguia ouvir o som das minhas passadas pesadas e largas. Eu deveria saber que ele era um idiota e que não sabia se divertir. É esse o tipo de homem que o St Jimmy era, que nem todos os outros do mesmo ramo. Babaca. Só porque ele não podia me tocar, ficou puto que a mulher fez aquilo. Eu entendi como as coisas funcionavam para .
Senti uma mão forte segurar meu pulso quando eu já estava no meio da escada, e eu já me virei com a minha mão livre fechada, socando o nariz de quem é que fosse que tinha ousado me tocar, e vi que era o próprio Lúcifer ali, sentindo que meus olhos se arregalaram. Eu tinha acabado de fazer merda e só me toquei nisso quando vi o sangue descendo por entre os dedos do St Jimmy enquanto seus olhos claros me encaravam. Precisava sair dali naquele instante ou o meu corpo seria o próximo a ser encontrado na baía. Desci as escadas apressada, já olhando para os lados e vendo no bar conversando com umas meninas. Fui até ela rapidamente, esperando que ou um dos seus capangas não me pegassem no caminho.
— Vamos embora, agora! — falei com já segurando sua mão.
— Meus Deus, o que você fez? — perguntou assustada quando me viu ali antes da hora.
— Merda. — respondi, já puxando o elástico do meu cabelo e o soltando, para que demorassem mais a me reconhecer.
Sai puxando minha amiga e peguei o casaco masculino que estava sobre o braço do sofá quando passamos por ele, e o vesti, colocando o capuz e olhando para trás. Não avistei ninguém, mas provavelmente estavam me caçando agora. Ozzy iria querer me enforcar quando soubesse o que arrumei naquela festa.
Corremos para o lado de fora da casa, e tirei meus saltos, perdendo a minha altura e sabendo que eles também chamavam atenção. Andamos de mãos dadas mais lentamente agora tentando não atrair os olhares, e eu encostei minha cabeça no ombro dela, como se fosse uma amiga embriagada sendo levada embora, e me segurou pela cintura, me ajudando na encenação toda. Era por isso que aquela garota era minha amiga. Saímos do lugar e já avistamos Javier do outro lado da calçada, no carro, fumando de forma despreocupada. Fomos até lá e entramos pela porta de trás.
— Vamos para casa, por favor. — pedi calmamente e o motorista me olhou pelo retrovisor, mas não falou nada.
— O que você fez, ? — ousou perguntar mais uma vez.
— Depois falamos sobre isso. — declarei e ela concordou com a cabeça.
Depois de algumas horas, chegamos em casa e minha amiga foi direto para o quarto de hospede, e eu segui para o escritório onde sabia que Oswald estava me esperando. Joguei aquele casaco e meus sapatos no chão ao lado da porta antes de entrar, e passei a mão em meu cabelo o jogando para trás, então entrei. Os olhos escuros do velho se viraram em minha direção, e ele me olhou por inteira, com suas mãos repousando sobre sua barriga.
— Conseguiu o que queríamos? — foi a primeira coisa que me perguntou.
— Preciso de mais tempo. — contei dando de ombros, fazendo uma careta e Ozzy uniu as sobrancelhas. — Soquei o nariz dele sem querer. Não sabia que era ele.
. — soltou em tom de repreensão. — Já disse para parar com esse comportamento agressivo, isso nunca te leva a nada! — abaixei minha cabeça com aquilo, suspirando, sabendo que não estava errado. — Olha para mim. — pediu e eu o encarei. — Você quebrou o nariz dele?
— Não sei. — suspirei. — Não fiquei lá para ver o estrago. Eu sai correndo, a estava junto e só tinha o Javier lá comigo. Não tinha como fazer muita coisa. — Ozzy concordou com a cabeça.
— Precisamos dar um jeito nessa bagunça e conseguir o que queremos.
— Vou conseguir. — prometi, sentindo meus olhos brilhando.
— Tome um banho e troque de roupa, vamos comer algo. — convidou e eu apenas sorri, concordando com a cabeça.


02

Quase arranquei aquela máscara de coelho branco da minha cara, já puta da vida que aquela merda de festa não tinha atingido o objetivo que eu queria. Era para o St Jimmy ter ido. Não tinha enviado um convite formal, mas tive garantias de que ele ficou sabendo do evento. Mas nada! Já passava das três da manhã, e ainda não o tinha visto em nenhum lugar. Tudo bem que era uma festa de máscaras de animais, algo bem específico e peculiar, mas tinha sido proposital, porque eu sabia que ele não iria aparecer no território que não era dele sem ser convidado de forma que todos o reconhecessem ali. Aquilo era frustrante. Eu tinha achado que tinha chamado a sua atenção, mas claramente o meu soco em seu nariz tinha acabado com tudo. Ozzy tinha razão, aquele meu comportamento nunca me levava a muitos lugares, não os que eu deveria ir pelo mesmo.
O pior de tudo era que eu tinha planejado aquela festa por duas semanas pensando em cada detalhe, o que faria, como as coisas iriam acontecer, o que eu falaria quando o visse. Pensei até em quais seriam suas opções de máscara. Leão. Tigre. Lince. Onça. Pantera. E o imaginei com todas, e em cada versão vestia uma roupa diferente, mas todas o imaginava de social, apenas as cores e as estampas que mudavam. Em todos as vezes que pensei nele - que foram muitas, sabia que estaria gostoso de qualquer jeito, que conseguiria ver seus olhos claros pelo buracos da máscara, e então seus lábios rosados e perfeitamente desenhados iriam sorrir ao me ver com aquela máscara de coelho branco, uma pequena lebre indefesa, trajando branco - um cropped e uma saia chifon, com a cintura bem alta, deixando apenas um pequeno pedaço da minha pele à mostra. Era como se eu tivesse pronta para o abate. St Jimmy me veria destacada no meio das pessoas e saberia que estava vestida daquele jeito para ele. Mas isso não aconteceu! Porque ele não foi!
Enfiei a mão dentro do decote e peguei o meu maço de cigarro, já tirando um e colocando entre meus lábios, que estavam pintados em um vermelho bem forte, assim como minhas unhas. Girei a pedra do isqueiro para que a chama se acendesse, mas ele apenas fez uma pequena fagulha. Então tentei de novo e de novo, mas não acendia. Bufei irritada com aquilo e joguei aquela merda longe. Sai andando, passando por entre as pessoas apressada, esbarrando nelas, porque não saíam da minha frente - estavam bêbadas e chapadas demais para isso. Para mim aquela festa já tinha dado o que tinha que dar: nada.
Por mais que eu olhasse para os lados e ainda tivesse a esperança de achá-lo no meio dos outros, tudo o que via eram máscaras com rostos por baixo delas que não me interessavam. Cachorro, gato, sapo, urso, lebre, guaxinim, coruja, e a última que vi foi um lobo. Rolei meus olhos. Eu só queria beber até cair, para ver se assim ficava menos pior.
— E aí? Ele veio? — surgiu na minha frente, me dando um sustos, como se tivesse aberto um portal vindo direto do inferno com sua máscara de raposa.
— Não. — respondi irritada. — Me empresta seu isqueiro, por favor. — pedi e ela já o tirou debaixo da alça larga de sua blusa, me entregando. Acendi o cigarro e a devolvi. — Valeu. — disse depois de tragar bem fundo. — Eu deveria ter pego o número dele. Fui uma idiota.
— Você deveria tê-lo beijado em vez de ter socado o nariz dele! — rebateu, me fazendo rolar os olhos. — Fala sério, . Eu não acredito que você dispensou ele.
— Tá, tá. — abanei minha mão no ar, não querendo ouvir aquilo de novo, respirando fundo e pensando no que fazer.
— Não gosto desse silêncio, sua mente é perturbada demais e quando você fica calada logo sai alguma merda. — falou preocupada.
Eu só sorri, achando aquilo engraçado, mas sabendo que ela tinha total razão. Então algo brilhou na minha mente. Mordi a ponta da minha língua e peguei meu celular que estava preso no cós da saia, porque tinha um short por baixo dela. Mandei uma mensagem para um contato meu perguntando se ele sabia por onde o St Jimmy estava andando. E logo ele me passou um endereço. Gostava disso, de agilidade. Sabia que poderia ter mandando mensagem antes para saber se estava vindo, mas eu queria mesmo era ter encontrado ele ali.
Comecei a andar rapidamente, já saindo da boate onde ej estava dando a festa. Ela ficava perto da saída da cidade, então seria rápida a viagem. Eu sabia que não deveria estar fazendo aquilo e que era loucura, mas sempre soube que faltavam muitos parafusos em minha cabeça. perguntava o que eu ia fazer, mas não respondi, apenas falei que deveria ficar. Ela não rebateu, e eu apenas entrei no meu carro, dando o endereço para Javier. Seus olhos me encaram pelo retrovisor e eu apenas abaixei o vidro, tragando meu cigarro e soltando a fumaça.
Meu pé balançava na batida da música que tocava no rádio, enquanto o vento soprava forte meu rosto e meu cabelo. Eu pensava no que ia fazer, mas nada parecia bom, então deixei para improvisar na hora quando chegasse e visse a situação que me esperava.
Depois de meia hora Javier parou na frente de uma casa de stripp. Aquilo me fez torcer o nariz. Sério? Suspirei e desci do carro, pedindo para que me esperasse por ali, que eu não deveria demorar muito.
Parei na porta do lugar e tirei minha máscara, o segurança me olhou de cima embaixo e abriu a porta para que eu entrasse. Tinha um pequeno hall ali com a luz vermelha acesa e uma cortina que parecia ser da mesma cor, que certamente separava a entrada do salão. Passei meus lábios um sobre o outro e coloquei minha máscara de volta. Arrumei o cabelo o qual tinha colocado um aplique e o alisado totalmente, fazendo com que as pontas retas batessem em minha bunda.
Vamos lá!
Meus dedos puxaram a cortina e eu entrei no lugar. As únicas mulheres que tinham ali eram as que estavam em cima das mesas, palco e servindo as bebidas, nuas ou seminuas. As luzes coloridas batiam na minha roupa, mas a neon que tinha por toda a parte me fazia parecer um farol azul claro ali dentro. Mas não parei ou me escondi, até porque não tinha como fazer aquilo, qualquer um veria um coelho branco correndo. Umedeci meus lábios, olhando para os lados, procurando o maldito cara. Mas ele não estava por ali, então segui até o balcão, e uma loira veio me atender.
— Você sabe onde o St Jimmy está? — perguntei porque todos ali deveriam saber quem ele era.
— Andar de cima, ele está em uma das salas privadas. — avisou e eu concordei com a cabeça. — Ele não gosta quando interrompam o show particular dele. — aquilo me fez rir.
— Obrigada.
Sai andando procurando onde era a entrada para o segundo andar. Achando uma escada, mas tinha uma corda na frente e um segurança.
— O St Jimmy mandou me chamar, mas não me falaram qual sala ele está. Você sabe? — perguntei olhando para cima, já que o homem parecia um armário. Ele passou um rádio, fazendo aquela mesma pergunta para alguém.
— Ele está na 38. — responderam e o segurança apenas me confirmou, já tirando a corda para que eu passasse.
Agradeci e subi, dando de cara com mais um segurança ali. Falei com ele que era meu primeiro dia e que não sabia como que funcionava, então o sujeito foi gentil em me explicar por qual corredor deveria seguir para chegar até a sala que estava. Apenas balancei a cabeça e segui até lá, e o segurança abriu a porta com seu cartão de acesso já que eu não tinha um por ser “nova” (declarei que esqueci de pegar lá embaixo). Sorri para ele, então entrei sem fazer barulho. Mordi meu lábio inferior vendo St Jimmy sentado de costas para a porta, no sofá, assistindo uma mulher seminua dançando em um pequeno palco no pole dance.
Caminhei até lá com cuidado para meus saltos não fazerem barulho e parei atrás dele. A mulher tinha me visto, mas não me olhou, continuou encarando St Jimmy enquanto dançava para dele. Então sutilmente coloquei minhas mãos em seu ombro e fui descendo com elas pelo seu peito musculoso por cima da camisa que estava quente. Seu rosto se virou para baixo encarando minhas mãos, e fui abaixando meu troco até levar meus lábios em seu ouvido.
— Eu estou tão chateada com você. — sussurrei em seu ouvido e ele pareceu bem surpreso em ouvir minha voz.
— Que pena. — rebateu, me fazendo morder a ponta de minha língua por seu descaso. — Como me achou? — foi seco comigo.
— Como não te achar? — questionei com um tom provocante.
— O que você quer? — quis saber e eu apenas tirei minhas mãos dele por causa daquilo.
— Assim você me magoa, . — disse como se tivesse ficado triste.
— Se você tivesse um coração, talvez poderia ficar magoada. — aquilo me fez rir fraco. Ele tinha razão. — É St Jimmy para você. — ergui uma sobrancelha.
Fiz um sinal para a garota sair, e ela parou de dançar e se mandou dali pela mesma porta que entrei. Dei a volta no sofá e peguei um controle sobre a mesa que era do led da sala, fazendo as cores pararem de mudarem e ficar apenas vermelho. Então me virei para , e o olhei por inteiro, vendo que tinha um certo volume em sua calça, certamente por causa da garota que estava dançando ali antes. Seus olhos claros me fitaram por inteira lentamente, de um jeito que me fez sentir calor.
Começou a tocar you should see me in a crown, e isso me fez sorrir de lado. Me aproximei do St Jimmy, apoiando meu joelho no sofá ao lado de sua perna e segurando o tecido de chiffon de minha saia, a puxando lentamente para cima, deixando minha pele ficar exposta aos poucos. Suas mãos foram para trás, segurando a guarda do sofá, declarando que não me tocaria.
Bite my tongue bite my time — cantei junto com a música e com a outra mão segurei seu ombro, levando minha outra perna para a lateral de seu corpo, deixando que ficasse entre elas. — Fell for these ocean eyes
Seus olhos desceram até minha coxa que estava exposta, vendo meu coldre ali com uma pistola branca, então subiu seu olhar até meu rosto, pegando meus olhos por baixo da máscara.
You should see me in a crown — sussurrei dando um sorriso de lado.
I'm gonna run this nothing town — ele cantou junto com a música, sua voz deliciosa me arrancando um arrepio. — Watch me make'em bow. One by one by. One — eu não tinha ideia como aquele homem conseguia ser tão sexy.
One by one by— soltei, agora bem perto dos seus lábios, deixando meu rosto de lado para a máscara não tocar em sua pele. — Não estou aqui para te matar, St Jimmy. — contei falando em seu ouvido. — Pode pegar a minha arma se não confia em mim. — e sua mão realmente pegou a minha pistola do coldre, tirando o cartucho dela e puxando o ferrolho para que a bala que estivesse dentro caísse, então jogou tudo no chão. — Quanta desconfiança. Você ainda não sabe o que posso ter embaixo da saia. — provoquei, já que minha outra coxa ainda estava coberta.
— Você socou meu nariz só porque eu te toquei, imagina o que pode fazer se me distrair por um segundo. — aquilo me fez morder a bochecha por dentro. — Me mostra o que tem debaixo da sua saia. — pediu olhando para baixo, esperando que eu mostrasse.
— Me desculpe por aquilo, amor. Não foi intencional, foi apenas reflexo e eu achei que fosse algum idiota querendo encher o meu saco. — expliquei o que era totalmente verdade. Se soubesse que era ele, nunca queria feito aquilo. — E sobre o que tem embaixo da minha saia… Por que você não olha? — desci meu corpo, sentando em seu colo, sentindo como ele ainda estava duro.
— Você não gosta que te toquem. — lembrou daquilo, me fazendo sorrir.
— Não sem a minha permissão, e estou te dando uma. — minha mão apertou de leve seu ombro e deslizou por ele, indo até sua nuca, fazendo meus dedos se perderem em seus fios macios. — A não ser que você não queira.
Então seu olhar desceu pelo meu corpo e sua mão esquerda soltou o sofá, vindo até minha canela, onde começava o tecido de chiffon de minha saia. Senti as pontas de seus dedos, que estavam gelados, contra a minha pele quente, me tirando um arrepio por onde eles iam passando. Subindo. Deslizando pelo meu joelho agora, continuando e tocando minha coxa. Indo para trás dela com sua mão forte e grande, levando o tecido para cima, deixando minha pele exposta. Seus olhos encaravam por onde sua mão passava, como se estivesse decorando, e talvez estivesse mesmo. Até que apertou a lateral de meu coxa sem o menor aviso, quando seu toque era extremamente suave, me fazendo pular em seu colo com um pequeno susto, tirando uma risada nasalada dele. Seus dentes morderam seu lábio inferior e eu apenas suspirei com aquilo.
— Tão sensível. — comentou com seus olhos subindo lentamente até encontrar os meus. — Ou apenas assustada? — sua pergunta me fez umedecer os lábios.
— Achou alguma coisa? — rebati, estreitando meus olhos, e então sorri de lado.
— Uhum. — murmurou, agora com seus olhos descendo para meus lábios. — Uma coelhinha assustada. — sorriu de lado.
— Será que ela está assustada? — questionei com minha língua passando pelos meus dentes e movi meu quadril sobre o seu, na batida da música, vendo respirando fundo com aquilo. Senti até sua mão tornear minha coxa com certa pressão. — Você vai me caçar, St Jimmy? — perguntei em seu ouvido, dando um riso fraco.
— Para com isso. Você está me deixando excitado e não vamos fazer nada. — rosnou para mim, segurando minha coxa com força, me tirando um gemido de provocação.
— Não vamos? — puxei seu cabelo com força, fazendo seu pescoço ficar exposto. — Posso ver o quanto você está excitado comigo? — pedi com uma voz baixa em provocação e agora minha outra mão tocou seu peito e já foi descendo.
— Sai de cima de mim, . — mandou bem bravo.
Antes que eu respondesse ou me mexesse para sair dali, vi uma luz verde piscar na porta, indicando que alguém tinha aberto. Minha mão saiu de seu peito e foi lentamente para minhas costas, onde tinha uma faca de combate em um coldre que ficava no cós da minha saia. Meus dedos pegaram o cabo dela enquanto meus olhos estavam na porta. No segundo que ela abriu, a primeira coisa que foi revelada tinha sido uma arma com um silenciador, eu soube que era para matar um de nós dois. O homem entrou e apontou em nossa direção, então em apenas um movimento rápido puxei a faca da bainha e a atirei no pescoço do sujeito, bem no meio e joguei meu corpo para trás levando comigo, sentindo sua mão apertar ainda mais minha coxa. Ainda assim ouvi o som do disparo e algo molhar minha roupa. Olhei para baixo, vendo o tecido branco e minha pele manchada, e rapidamente encarei St Jimmy, que tinha uma careta em seu rosto e sua mão em seu ombro que sangrava. Merda.
— Eu iria perguntar se está tudo bem, mas a resposta está sangrando. — soltei, saindo de cima dele e já pegando minha arma no chão, colocando o cartucho de volta e indo até a porta, arrancando minha faca que estava enfiada na garganta do sujeito acabando de matar o desgraçado. — É um dos seus? — perguntei, claramente irritada, já destravando a pistola e apontando para , que me olhava de volta nada feliz.
— Se fosse para te matar eu mesmo faria isso. — rebateu, irritado também, ainda segurando o seu ombro, então se levantando. — Para de apontar essa merda para mim. — ergui uma sobrancelha e tombei minha cabeça de lado, com um pequeno bico. — Sua faca me fez ter certeza que nunca devo confiar em você. — comentou se aproximando, enquanto eu já dava uns passos para trás mantendo uma distância dele.
— Ótimo, eu também não confio em você, amor. — rebati e ele sorriu de um jeito debochado. Encarei o homem morto, não o reconhecendo. — Sabe quem é? — apontei com a faca pingando sangue para o cara.
— Hum. — murmurou e se abaixou, olhando o rosto dele. — É um dos capangas do Kayobe…
— Vermont. — completei sabendo de quem estava falando. — Ozzy tem uma boa relação com eles. — então, logo não era a minha morte que estava sendo encomendada ali.
— Era para mim. — disse por fim e ergueu a cabeça me olhando. — Você está sexy suja com o meu sangue e vestida assim. — sádico do caralho. Aquilo me fez soltar o ar e rolar meus olhos, já travando a minha arma e a guardando de volta em meu coldre.
— Uma pena que ele errou o tiro. — debochei, dando um sorrisinho e me lançou um olhar mortal. — Pegou no ombro? — tentei olhar pela máscara para ver melhor.
— Sim, mas foi de raspão. — tirou a mão me mostrando sua camisa queimada pelo tiro, aquilo deveria estar queimando. — Nada demais, não precisa se incomodar, amor. — estreitei os olhos com o sua ironia.
— Não estou preocupada. — falei, me aproximando dele e limpando minha faca em sua camisa. — De nada por ter salvo essa sua linda cabecinha. — disse com meu rosto perto do seu levemente, ficando de lado para a máscara não tocar nele e nossos lábios ficassem próximos. — Nos vemos por aí? — perguntei guardando minha faca e me afastando, dando uns passos para trás e sentindo meus saltos afundando no carpete molhado de sangue.
— Talvez.
E no momento que fui me virar para ir embora, me pegou pela cintura e com a outra mão tirou minha máscara rapidamente, e antes que eu falasse qualquer coisa sobre aquilo, seus lábios se juntaram nos meus com força. Respirei fundo por causa daquilo, conseguindo sentir o cheiro do seu perfume misturado com o de sangue que estava no ar. Minhas mãos se espalmaram em seu peito forte, sentindo sua camisa preta molhada como se fosse afastá-lo com brutalidade, mas logo meus dedos torceram o tecido e soltei um suspiro, abrindo minha boca e deixando sua língua entrar vagarosamente como se estivesse apreciando aquilo. Meus lábios contornaram os seus lentamente enquanto minha língua percorria por cima da sua em uma dança sexy, junto com a batida da música que tocava no momento. Sua boca tinha um gosto de menta, certamente um chiclete ou bala que deveria estar mascando a pouco, e o toque de sua língua era fodidamente gostoso, quente, macio, erótico, assim como seus lábios sobre os meus. Subi uma de minhas mãos até seu rosto, alisando seu maxilar que se movia lentamente conforme o beijo, e o contornei com as pontas de meus dedos, indo para seus fios e se perdendo ali do mesmo jeito que eu me perdia naquele beijo. Chupei sua língua antes de soltá-la e mordiscar seu lábio inferior. Me afastei dele o olhando nos olhos, que me encaravam daquele jeito intenso dele.
Então peguei minha máscara de sua mão e a coloquei de volta em meu rosto. Me virei e saí dali sem falar nada. Assim que cheguei no corredor, sorri de lado, passando meu polegar por debaixo do meu lábio inferior ainda sentindo o gosto da boca de em minha língua. O desgraçado tinha mesmo que beijar bem?
— Acho que sujaram a sala 38. — avisei para o segurança, apontando para trás.


03

Coloquei meu celular no bolso da minha jaqueta de plástico transparente, feita do mesmo material de capa de chuva e com umas faixas com uns escritos “don't touch me” nas mangas, em um aviso claro. Peguei meu cigarro no outro bolso, enquanto andava por entre as pessoas com meu vestido verde neon colado em meu corpo, chamando bastante atenção e com isso fazendo com que abrissem caminho para que eu passasse. Acendi meu cigarro e traguei bem forte, soltando a fumaça para cima.
Abaixei na janela do carro de Rick, que já sorriu para mim quando me viu ali e pegou o cigarro de meus dedos, dando uma tragada e me devolvendo em seguida, enquanto o olhava mascando um chiclete de morango, fazendo uma bola grande e a estourando, puxando a goma para dentro com a minha língua, vendo o olhar do moreno em meus lábios.
— Quero uma volta. — pedi e ele apenas acenou com a cabeça para que eu entrasse.
Ergui meu corpo, vendo St Jimmy encostado no seu carro ao longe, no meio dos outros. Seu olhar estava em mim daquele mesmo jeito de sempre. Não acenei e nem nada, muito menos sorri. Tinha dado certo dessa vez, ele tinha vindo atrás de mim sem que eu precisasse chamar. Perfeito.
Dei a volta no carro de Rick e entrei. Eu adorava aquela adaptação que tinha feito. As portas eram de um acrílico grosso, igual vidro, e tinha neon por elas, fazendo meu vestido brilhar. Coloquei o cigarro em meus lábios e passei o cinto de segurança, pegando o rolinho preto e colocando meu braço para fora, soltando a fumaça, que saiu pelo teto solar que estava aberto.
O moreno me olhou com um sorriso e eu sorri de lado para ele, indicando que podíamos ir. Ele colocou sua mão para fora e fez um sinal. Logo as pessoas abriram caminho naquela estrada que era na divisa entre os estados, e um carro pode ser visto a metros de distância de nós, virado em nossa direção. Rick acelerou, fazendo uma fumaça verde levantar com os pneus cantando, e o carro na nossa frente fez a mesma coisa, soltando uma fumaça rosa. Sorri empolgada com aquilo, já sentindo o moreno arrancar dali, fazendo a traseira deslizar no asfalto de um lado para o outro. Traguei meu cigarro e coloquei a mão para fora, fazendo uma dancinha com ela na batida da música que estava tocando ali.
Fomos em direção ao outro carro, que fazia a mesma coisa, um de frente para o outro, como se fosse um teste de coragem em quem iria desviar primeiro; e se eles desviassem juntos para o mesmo lado, boom! Balancei a minha cabeça, levantando minhas mãos.
Live fast, die young bad girls do it well — cantei junto com a música, tirando uma risada do moreno ao meu lado. — Live fast, die young bad girls do it well
E quando os carros estavam quase se encontrando, cada um foi para um lado, e os dois carros giraram no asfalto, jogando nossos corpos para o lado, e eu pude ver perfeitamente o carro da frente girando em uma sincronia dos deuses, junto com o de Rick que ria alto junto comigo, sentindo meu coração acelerado com aquela adrenalina. Até que deu mais um giro, ficando na posição certa no asfalto. Meu corpo caiu no estofado e notei que tinha perdido meu cigarro, o que me tirou mais uma risada.
— Gira! — falei fazendo um movimento com a mão e o moreno riu.
Já voltando o caminho, e quando chegou mais onde tinha a aglomeração maior de pessoas, ele deu um cavalinho de pau fazendo o carro girar. Soltei o cinto e segurei no puta que pariu, me puxando para cima e sentando na porta do carro, sentindo meu corpo sendo puxado com a pressão do movimento, me fazendo rir. Gritei, adorando aquela sensação e balancei meu braço livre no ar.
— Quer o salto? — ouvi Rick berrar, me perguntando, e entrei, o olhando empolgada.
— Quero! — já logo coloquei meu cinto de volta, vendo o moreno fazendo outro gesto com a mão.
O carro parou e ele apenas acelerou, já cantando pneus e ganhando distância, indo para longe da galera. Ao longe vi o pessoal colocando uma tampa de lado, e já senti minhas mãos suarem de nervoso. Eu sempre ficava tensa nessa parte, porque aquilo realmente poderia dar muito errado, como já tinha dado algumas vezes quando os meninos faziam aquilo. Vi o povo fazendo as apostas, e aquilo me fez morder meu lábio inferior. Olhei para Rick ao meu lado e agora o carro tinha parado, ele apenas acelerava, fazendo veículo balançar de um lado para o outro com os pistões de ar.
— E ai? A gente consegue? — ele perguntou, me fazendo rir.
— É claro que consegue. — falei com convicção, porque se ele não conseguisse seria a nossa cabeça rachada no vidro.
— Então vamos, garota! — o moreno virou sua mão para cima e eu bati nela.
Rick arrancou novamente com o carro, acelerando fundo, ganhando velocidade muito rápido. Eu já via rampa se aproximando, sentindo meu coração batendo com força em meu peito. Segurei no teto do carro, porque sabia o que ia acontecer. E no momento certo, quando o carro levantou a lateral quando entrou em contato com a tampa, já levantando, meu amigo acionou o pistão de ar, fazendo o veículo saltar do chão já dando um giro no ar. Berrei com a sensação de como se eu estivesse em uma montanha russa bem no momento do loop, ficando de cabeça para baixo, sentindo aquele frio enorme na barriga, vendo tudo ficando de cabeça para baixo com minhas mãos segurando no teto não deixando meu corpo descer, meu cabelo curto e verde água virando em meu rosto, me arrancando uma risada alta. Até que o giro foi completo e o carro atingiu o chão perfeitamente, jogando meu corpo de um lado para o outro e andando mais um pouco, já parando. Eu não aguentava de tanto que ria por causa daquilo, já ouvindo todo mundo berrando comemorando, e vindo para ao redor do carro.
A porta se abriu e um rosto apareceu na minha frente, com uma cara nada boa: St Jimmy.
— Você quer me matar do coração? — perguntou, já tirando o meu cinto e segurando meu rosto enquanto eu ainda ria. — Você é louca. — declarou aquilo pela segunda vez.
— Você deduziu isso agora, amor? — perguntei rindo e o empurrei para que eu pudesse sair do carro.
Assim que fui tentar levantar, quando coloquei meus pés para fora, minhas pernas falharam e eu teria caído se não fosse pelo St Jimmy me segurando pela cintura. Agarrei em seus braços fortes, afundando minhas unhas compridas no tecido de sua camisa. A adrenalina demais me deixou até tremendo. Aquilo era tão bom, era como ver aquele homem fodendo a Lorraine com a boca. Puta merda, a sensação era quase a mesma. Me dava um tesão fodido. Olhei para cima, vendo ainda seu olhar em mim como antes.
— Consegue ficar de pé? — ele perguntou baixo, mas ainda assim consegui ouvir no meio daquela gritaria toda.
— Acho que sim. — declarei.
Olhei para minhas botas brancas com saltos enormes e quadrados, e senti St Jimmy me soltar, mas ainda assim meus joelhos cederam, me fazendo segurar com mais força para não cair, e ele voltou a me segurar, me puxando para mais perto. O desgraçado tinha que ser tão cheiroso e gato assim? Isso só dificultava as coisas.
— Eu odeio quando você faz isso! — apareceu gritando, me olhando com raiva, chamando a nossa atenção, mas parou quando viu St Jimmy ali. — Ah, oi. — sorriu sem graça.
— Oi. — sorriu de leve. — Ela tem um instinto suicida, né? — ele perguntou à minha amiga que o olhava com cara de besta. — Já percebi isso. — concluiu me olhando, o que me fez rir. — Você tem medo de alguma coisa?
— Tem sim! De tomar uns tapas meus! — minha amiga respondeu irritada. — Para com essa merda, você vai acabar morrendo. — a olhei rindo.
— Sua amiga está certa. — St Jimmy me olhou de um jeito diferente agora.
— Está porra nenhuma. — soltei seus braços e me apoiei no carro, obrigando as minhas pernas a sustentarem meu peso.
Consegui ficar de pé sem a ajuda do St Jimmy e já comecei a sair dali em uns passos lentos. Já tinha se passado algumas semanas desde a vez que nos encontramos na boate de stripp, mas ainda assim eu pensava naquela noite. E por mais que sentisse raiva, eu pensava especificamente em seu beijo, no jeito que tinha me puxado para perto e como em momento algum ele tinha sido um estúpido e babaca por estar me beijando. Odiava o fato de ter gostado de como me segurou pela cintura, o jeito que tirou minha máscara e a forma como tocou meus lábios com os seus. Aquilo nunca mais iria se repetir, porque eu não queria. E também se Ozzy sonhasse com aquilo, eu seria uma garota linda e morta, e St Jimmy também. Nós tínhamos contratos, e eu não podia quebrá-los.
Aquele pensamento me deixou nervosa, então fui pegar o cigarro em meu bolso, mas ele não estava lá. Merda, deve ter caído dentro do carro. Só fiquei ainda mais irritada. Então apenas saí do meio daquelas pessoas, indo para onde meu carro estava, para poder pegar o outro maço que tinha lá. Ozzy odiava que eu fumasse, e sempre vivia jogando meus cigarros fora, então eu sempre tinha vários espalhados por todos os lados. A sorte é que a chave do meu Bugatti estava no bolso que tinha zíper junto com meu celular. Já destravei as portas e me joguei do lado do motorista, colocando a mão no console para ver se achava algum maço por ali.
— Você tem um Bugatti La Voiture, o único do mundo, e queria andar no meu Maserati? — a voz do St Jimmy me fez olhar para o lado, vendo-o parado ali com o braço encostado no teto do carro. — O que você quer comigo, afinal? — sua pergunta fez meu coração ficar acelerado, e eram poucas pessoas que conseguiam aquilo. — Ou melhor: O que o Ozzy quer? — aquilo me fez morder a ponta da minha língua. — Porque você pode ser louca, totalmente insana, matar alguém sem nem piscar, mas duvido que seria burra em se misturar com um gangster de outra região sabendo o que o Ozzy poderia fazer contigo. Ainda mais com o luxo todo que ele te dá.
— Talvez eu seja burra. — respondi apenas, vendo St Jimmy rir.
— Não tenta mentir para mim e dizer que o Ozzy não sabe onde você estava nas vezes que nos esbarramos. O seu motorista é empregado dele e não seu, ele fala sempre para o patrão dele onde te levou. — mordi minha bochecha por dentro, encarando aqueles olhos verdes que estavam intensos nos meus. Minha pistola estava no coldre da minha coxa exposta, e qualquer movimento St Jimmy saberia que eu iria tentar atirar nele. — Estou perguntando educadamente, você não vai querer que eu pergunte de outro jeito. — meus olhos foram para os lados. Estávamos sozinhos naquele estacionamento. Eu podia ser boa, mas aquele homem era bem maior do que eu, e naquele momento a sua posição estava em bastante vantagem.
— Ramsey negou a entrada dos nossos contentores no porto deles, e você é a nossa única opção viável. — contei, olhando dentro de seus olhos. — Ozzy sabe que se te pedisse e oferecesse uma parte porcentagem do lucro, ainda assim não aceitaria. — meu coração estava quase saltando pela boca por estar contando aquilo, e sabia que se não desse certo eu estava fodida, e teria que achar outra forma de conseguir aquilo. Umedeci meus lábios. — Preciso te convencer a aceitar a proposta. — St Jimmy me olhava sem reação alguma, apenas aqueles olhar intenso nos meus olhos, como se estivesse lendo a minha alma.
— E como você me convenceria? — quis saber, me fazendo estreitar os olhos em sua direção, porque ele sabia muito bem. — Vai, me fala. Quero saber qual era o seu plano.
— Eu chamaria a sua atenção, faria com que quisesse ficar próximo de mim ao ponto de aceitar a nossa oferta para isso. — foda-se, se eu mentisse naquele momento as coisas ficariam bem piores.
— E você acha que isso estava dando certo? — questionou com um tom de voz tranquilo.
— Você está aqui agora. — rebati, erguendo uma sobrancelha, e ele riu fraco, negando com a cabeça.
— Vim aqui apenas para saber o que queria comigo ao ponto de organizar dois eventos e fazer questão que alguém falasse deles comigo. Você chama muita atenção de fato, mas não vim aqui para te ver. — travei meu maxilar, com meu peito subindo e descendo com força, sentindo a raiva me tomando. — Você não tem ideia de onde o Ozzy te enfiou, não é? Não tem ideia de quem sou. Você não deveria estar falando comigo e nem se aproximado. Eu sou um filho da puta que veio de fora, um assassino que conseguiu construir um império em cima de um mar de sangue. — eu sentia tanto ódio de mim mesma naquele momento que queria gritar. — Sou a má companhia sobre a qual a sua mãe falou para você nunca se envolver. — disse como se fosse um alerta, um aviso que ele era o garoto mau, como se eu não já soubesse disso. — Você é só a garotinha que o Ozzy brinca, mandando fazer um servicinho ridículo, porque ele é a porra de um velho que não tem culhão para pedir para usar o meu porto.
— Ok. — falei olhando dentro de seus olhos.
St Jimmy uniu as sobrancelhas sem entender nada, agora certamente esperando que eu voasse na cara dele ou fizesse qualquer tipo de gracinha típica minha. Eu poderia estar morrendo de ódio por dentro por causa daquilo tudo que ele tinha dito, me sentindo na merda, sabendo que estava extremamente enrolada agora e tudo mais, só que jamais lhe daria o gostinho de ver realmente como eu estava. Não iria me rebaixar, não iria gritar com ele, falar na sua cara que não tinha medo dele e que estava pouco me lixando para quem era. Iriamos nos virar e achar outro jeito de passar com os contendores por outro porto, mas não iria me dispor momento nenhum com aquele homem que estava ali a minha frente.
— Ainda bem que não deu certo, porque se Ozzy apenas sonhasse que a gente se beijou… — dei de ombros, olhando pelo para-brisa do carro, sabendo que seriam duas covas rasas sendo feitas. Porém usei aquilo como minha última cartada por saber o efeito que tinha quando não podíamos ter algo.
— Mas não era isso que você deveria fazer? Me seduzir? Ficar comigo e me convencer? — aquilo me fez rir fraco e negar com a cabeça.
— Você só pensa com a porra do seu pau. — comentei, rolando meus olhos e voltando a encará-lo. — Eu não gosto de ficar com as pessoas, e só beijo alguém quando estou realmente afim, e para transar então, nossa. Pensei que tinha entendido essa parte. — ele continuou me olhando com cara de idiota. — Eu vou contar com o Ozzy que você não aceitou e arranjaremos outra solução. — disse colocando meus pés para dentro do carro e esperando que St Jimmy saísse da porta para que e pudesse fechá-la e ir embora.
— Eu não disse que não aceitei ainda. — respondeu, me fazendo encará-lo. — Por que você me deixou te beijar?
— Porque eu sou burra. — sorri fechado para ele, ainda segurando toda a raiva que tinha dentro de mim, esperando que ainda assim meu plano desse certo. — Dá licença, quero fechar a porta. — pedi para ver se ele desempacava dali.
— É sério, . — disse, nem mencionando em sair do lugar.
— Porque mesmo não podendo, eu quis te beijar. — contei, mordendo a ponta da minha língua, porque de qualquer forma aquilo era verdade. — Agora você poderia, por obséquio, me dar licença. — pedi, mas não o olhei com certa raiva de mim mesma por ter admitido aquilo.
… — sua mão segurou meu braço.
— Não me toca! Não sabe ler?! — berrei com ele, puxando meu braço para perder o contato. — Vai embora! Chega! Não tem mais nada para falar! — segurei o volante com força, controlando a porra da minha respiração.
St Jimmy se afastou um pouco e eu apenas me estique,i pegando a porta e a puxando para que fechasse. Apertei o start para dar partida e já engatei a ré, manobrando e saindo dali cantando pneus, puta da vida por causa daquela merda toda. Ozzy ia querer me enforcar por ter colocado as coisas a perder, puta que pariu. Soquei o volante e gritei de puro ódio de mim mesma por ter feito aquela merda toda. Eu deveria ter negado, ter inventado qualquer coisa, ter seduzido ele e deixado com que me comesse. Sei lá! Deveria ter pensado em algo! Menos em ter falado a verdade.
Liguei o som alto enquanto dirigia pelas ruas da cidade, cortando os carros com extrema facilidade, enquanto batia meus dedos no volante na batida da música, sentindo minha respiração cada vez mais forte. Eu deveria ir embora e deixar aquela merda toda para trás. Pegar minhas coisas, e ir para um país bem longe. Era fácil para mim arranjar documentos falsos e eu tinha grana suficiente que daria para passar o resto da minha vida bem. Poderia fazer isso essa noite mesmo, quando Ozzy estivesse dormindo, sem nem ao menos precisar lhe dar satisfação. Foda-se nossos contratos. É, era uma opção ótima. Aquilo tudo estava me cansando. Pelo menos era o que eu pensava no momento.
Os portões da mansão se abriram para que eu passasse. Entrei e estacionei na frente da enorme casa, tentando me manter calma, porque aquele velho farejava medo. Respirei fundo umas mil vezes e desci do carro. Javier já veio ao meu encontro, dizendo que iria colocar o Bugatti na garagem. Apenas assenti e segui meu caminho para dentro da mansão. Ozzy estava na sala bebendo um vinho, quando me viu passando.
— Já vai deitar sem me dar a notícia de antemão? — sua voz me fez parar, então me virei, o encarando, tentando entender o que estava falando. — St Jimmy acabou de me ligar e fizemos um acordo a respeito dos portos. — Ozzy sorriu e eu estava achando que estava louca ou algo do tipo. — Sabia que iria conseguir. Venha cá, vamos beber um vinho para comemorar. — gesticulou com a mão. Pisquei meus olhos, pensando então que minha jogada tinha dado realmente certo. — Sábado que vem daremos uma festa para comemorar a nossa união. Te quero em um vestido deslumbrante.
— Acho que vou deixar para beber amanhã, estou meio enjoada, acho que foi algo que comi. — podia sentir mesmo meu estômago estar se revirando naquele momento enquanto pensava em St Jimmy. — Eu disse que iria conseguir. O St Jimmy não é tão inflexível como disse, viu. — fiz a minha melhor cara de quem estava me achando por aquilo, sabendo que aquele acordo não iria sair de graça para mim. — O que ele te disse?
— Falou que vocês conversaram sobre Ramsey e sobre como aquela mulher é insuportável, e que embargou nossos contentores. Então ele me disse que o porto dele estava aberto para negócios, e que achava ótimo se nós fôssemos sócios. — Ozzy parecia bem feliz com aquilo e até mesmo fiquei um pouco contente. — Amanhã iremos acertar os números. Parabéns, você fez ele realmente ceder. — sorri fechado, prendendo meus lábios com força um contra o outro. — Não transou com ele para isso, né?
— Ai, que nojo, Ozzy. É claro que não. Você me conhece, sabe que não faço essas coisas. — rebati, fazendo-o rir, se divertindo com a minha cara. — Nós só conversamos e eu salvei a vida dele na outra vez que nos encontramos. Um dos assassinos do Kayobe tentou matá-lo, mas o peguei primeiro. — dei de ombros.
— Você não me falou sobre isso. — argumentou, parecendo interessado no que aconteceu.
— Porque não achei que fosse relevante. Mas parece que no final foi, não é? Certamente ficou grato e agora achou uma forma de retribuir o favor. — seria ótimo se tivesse sido isso mesmo, mas eu sabia que não era.
— Perfeito. — Ozzy comentou, realmente entusiasmado. — Você sempre faz um ótimo trabalho negociando com esse tipo de gente. — se afundou em sua poltrona, me fazendo umedecer meus lábios realmente incomodada, porque eu era aquele tipo de gente também.
— Obrigada. — agradeci dando mais um sorriso falso. — Eu vou tomar um banho e me deitar, amanhã cedo vou sair para mandar fazer o vestido. Boa noite.
— Tudo bem. Boa noite. — disse ainda todo contente e me mandando um beijo no ar.
Assim que sai da sala, me encostei na parede e respirei fundo com aquilo tudo, não sabendo o motivo por estar realmente feliz que tinha conseguido fechar aquele negócio. Era tudo o que queríamos desde o começo.
Peguei meu celular para mandar uma mensagem para , avisando da festa e vendo outra ali de um número desconhecido.
“Sábado conversaremos.”

Aquilo fez meu coração ficar extremamente disparado. Que merda. Ele iria me cobrar o que tinha feito, sabia disso. Odiava ficar em dívida com as pessoas. Queria mandar ir se foder, mas não podia fazer isso, o lance do porto era realmente importante para nós, sem ele nossos carregamentos não chegariam em segurança em nossas mãos. Que inferno! Eu deveria deixar aquela merda toda para trás e começar em outro lugar. Isso sim. Sem St Jimmy e sem Ozzy com aquelas bostas de contratos que concordei em assinar por seren bons para meus negócios.


04

Sábado pareceu demorar uma década para chegar. Os dias tinham se tornado meses, eles se arrastavam em um puro tédio. Eu ficava pensando e repensando em toda a conversa que tive com St Jimmy em meu carro naquela noite, e sabia que a última cartada, de contar que não podia beijá-lo, e mesmo assim eu quis, tinha dado certo. Não era mentira, de fato eu senti vontade aquela noite na boate de stripp. Aquela carnificina toda tinha me dado tesão, e aquele homem era um pecado em pernas, mas mesmo assim ainda antes daquilo eu já vinha sentindo vontade de beijar aqueles lábios. Odiava pensar nisso, pensar nele no caso, e era ridículo como que ele não saía da minha cabeça. Aqueles olhos claros tão intensos que tinha, a forma que me olhava, o jeito que me encarou quando dei o salto no carro com Rick.... ele tinha ficado preocupado. Eu era louca, mas até minha loucura tinha limite. Sabia que certamente deveria ser parte da encenação para me pegar, só que algo me dizia que seu olhar não mentia. Então a raiva me tomou ao lembrar de como me desprezou falando que não tinha ido no evento para me ver, e sim para descobrir o que eu queria com ele. Aquilo era patético! Eu não deveria estar dando a mínima para aquilo! Sua voz ainda ecoava na minha mente, me chamando de garotinha do Ozzy. Era aquilo mesmo que achava de mim? Que eu era só a porra de uma garotinha indefesa que o Oswald estava manipulando como bem entendia? St Jimmy se achava mesmo o malvadão do pesado, o assassino do império de sangue, e que por isso deveria tê-lo. Ah, me poupe! Ele não tinha ideia de onde eu saí, como que tinha sido criada. De quem eu era ali dentro daquela cidade. Sangue e morte não me assustavam. Não mais. Talvez estivesse certo em falar que eu não tinha um coração, certamente o perdi já tinha muito tempo, em um passado tão distante que mal me lembrava mais, passado que tinha caído no esquecimento.
— Toma cuidado! — falei com a mulher que me espetou com a agulha enquanto costurava um pedaço do vestido que tinha desfeito quando o vesti.
— Me desculpe, senhorita. — pediu me olhando rapidamente.
— Tudo bem. Eu só estou impaciente. — declarei em forma de desculpa. — Falta muito?
— Não, já estou terminando. — avisou dando um sorriso fraco.
, já está pronta? — Ozzy apareceu em meu quarto perguntando e dando um sorriso ao me ver. — Você está magnífica. Uma obra prima que Deus fez a mão. — aquilo me fez rir fraco. Ele era exagerado demais.
— Pronto, senhorita. — a moça disse, se afastando.
— Obrigada. — agradeci.
Segui até o espelho, olhando o vestido que era de tule exatamente na cor da minha pele, deixando a mesma totalmente exposta. A única coisa que eu vestia por baixo dele era uma calcinha prata, e o que tampava meus peitos e parte da minha barriga e começo das coxas eram paetês de prata e canutilhos feitos de diamantes bordados em formato de folhas, que iam caindo pelo vestido até meus pés, onde tinha mais delas reunidas. Ele tinha um capuz também com o mesmo bordado, que estava em minha cabeça até o meio dela, preso em meu cabelo curto verde água que agora estava em ondas. A maquiagem não era forte, os olhos estavam suaves e em meus lábios eu tinha um batom nude. A roupa por si só já chamava muita atenção, não precisava de mais em meu rosto.
Ozzy se aproximou e tirou uma caixa do bolso e a estendeu para mim. Ela era de veludo preta em um tamanho médio, mas cabia em sua mão. Peguei e abri vendo um solitário ali dentro, juntamente com um par de brincos de diamante também. Não eram grandes, eles compunham de duas pedras, uma maior presa por uma menor que ficaria o pino para ser passado pelo buraco em minha orelha e prender a tarracha. Sorri e já coloquei o anel em meu indicador vendo que servia perfeitamente, depois coloquei os brincos e olhei no espelho vendo como tinha ficado. Perfeito.
— Achei que iria combinar perfeitamente com você. — Ozzy falou me dando um sorriso. — Vamos? — estendeu a mão em minha direção.
— Obrigada. Adorei. — agradeci, já pegando a sua mão.
Saímos do quarto e seguimos pelo corredor. Eu conseguia ouvir aquela orquestra chata que Ozzy tinha contratado para tocar a noite toda. Com toda certeza os convidados iriam ficar com sono com aquilo. Mas não falei nada, a festa não era minha.
Assim que paramos na beira da escada, a luz de todo o salão abaixou e apenas a da escada ficou do jeito que já estava. Ozzy adorava um espetáculo mesmo. Uni as sobrancelhas ao ouvir que a música chata tinha parado e a batida de Contaminated, da Banks, tinha começado. Porém o que me deixou surpresa foi ao ouvir mesmo a voz da mulher ali. Era ao vivo. Sorri com aquilo amando a surpresa.
— Sabia que você iria gostar. É a sua cantora favorita. — Ozzy comentou em meu ouvido, então o olhei feliz.
— Eu amei, muito obrigada. — agradeci, realmente contente com aquilo. Ozzy sempre gostou de me mimar, e certamente estava fazendo isso por St Jimmy ter aceitado a proposta do porto.
Começamos a descer as escadas até que vi St parado ao pé dela, me olhando daquele jeito intenso dele, podia até jurar que seus olhos estavam brilhando naquele momento. Senti vontade de sorrir para ele, mas me proibi de fazer isso. E logo minha vontade passou, ao ver a mulher ao seu lado dando um passo à frente, me permitindo ver seu rosto.
— O que a Ramsey está fazendo aqui? — a pergunta saiu quase como um rosnado pelos meus lábios.
— É a acompanhante do St Jimmy. Eu também não estou feliz por ela estar aqui, mas não podia negar o pedido dele. Controle o seu humor e não faça escândalos. — pediu, segurando minha mão com certa força.
— Ainda bem que não estou armada, porque a minha vontade é de arrancar aqueles beiços enormes dela na faca. — disse claramente irritada, vendo o olhar presunçoso dela em mim.
— Um dia você terá a oportunidade, querida. Mas hoje a festa é para você, não permita que essa gentinha a estrague. — o tom de voz de Ozzy era de total desprezo.
Respirei fundo, sentindo a raiva fervendo dentro de mim. St Jimmy tinha feito aquilo de propósito para irritar a gente. Sabia que não teria sido tão fácil assim as coisas, e sentia que aquilo era só o começo de suas gracinhas para nos provocar. Queríamos o seu porto? Ok. Agora teríamos que engolir o que viria no pacote. Eu deveria ter deixado aquele atirador acertar bem no meio de sua cabeça quando tive a chance, assim entraríamos em guerra pelo território dele e logo iríamos ganhar por termos mais pessoas trabalhando para nós do que os outros territórios. É, eu era uma burra mesmo.
Chegamos ao fim da escada e eu puxei Ozzy para passarmos direto, mas ele segurou minha mão. Sabia que era falta de educação não falar com o St Jimmy, mas no momento a minha vontade era de mandar ele para o inferno, junto com aquela bocuda escrota.
— Boa noite, St Jimmy. — Ozzy falou todo pomposo e eu revirei meus olhos. — Estou feliz que tenhamos concretizado nossos negócios e agora podemos comemorar.
— Também estou contente por isso. Inclusive, bela festa, bela casa… — então me olhou por inteira, me engolindo com aqueles olhos claros. — Bela mulher. — disse umedecendo seus lábios, fazendo minhas narinas inflarem de ódio puro.
— Muito obrigado. Eu escolho muito bem o que carrega o meu nome. — Ozzy contou, se sentindo orgulhoso e eu ouvi o risinho de Ramsey.
— Qual a piada que é tão engraçada? — questionei, sentindo Ozzy apertar a minha mão, me mandando ficar calada.
— Você é a piada. — aquela ridícula respondeu me olhando por inteira. — Isso tudo é para chamar a atenção que você sozinha não consegue?
— Para de provocar, Ram. — St Jimmy pediu e ela o olhou, já levando a mão até seu rosto e lhe dando um selinho.
— Ok, carinho. — mordi a ponta da minha língua por causa daquela ceninha. É sério que ele estava pegando ela? Logo ela? Aquela mulher parecia ter saído de um filme trash dos anos 90. — Não vou ficar implicando com a bonequinha de luxo do Ozzy. — deu um sorriso e vi os olhos de St Jimmy em mim, logo com um sorrisinho em seus lábios.
Aquilo foi o suficiente para que eu rolasse meus olhos e saísse andando, deixando aquele bando de babacas para trás. Se foder. Eu não era obrigada a ficar vendo aquela ceninha patética deles. Não iria deixar que estragassem a minha noite, que tinha até mesmo minha cantora favorita ali.
Logo avistei e fui em sua direção. Ela sorriu e me abraçou. Então a apartei como se fosse capaz de me tirar daquele inferno que eu mesma tinha ajudado a criar.
— Você está linda, ! — disse toda empolgada, se afastando e me olhando por inteira, até me encarar. — Ouou. O que foi? Você está com cara de quem quer fazer uma chacina.
— Bem que eu queria mesmo. — dei um sorrisinho fechado para ela. — Eu quero rasgar a cara do St Jimmy e da Ramsey junto. — declarei e riu. — Não tem graça, eu estou falando sério.
— Espera. — ela uniu as sobrancelhas. — Puta merda, o diabo está mesmo aqui. — falou abrindo a boca, olhando por cima de meu ombro. — Como ela conseguiu entrar?
— É acompanhante do St Jimmy. Eu sabia que não tinha sido tão fácil assim. — depois que Ozzy tinha fechado negócio, eu contei tudo para , então ela sabia perfeitamente o que estava acontecendo ali. — Eu preciso de algo forte e de uma dança. A Banks está aqui cantando para nós e vamos aproveitar isso!
— Ele é um idiota. Mas como sabia da Ramsey? — questionou, já segurando a minha mão enquanto a puxava. — Não podemos mesmo desperdiçar a Banks. Seria até mesmo uma ofensa.
— Eu falei que ela tinha embargado nossos contendereis, com certeza ele foi atrás dela para saber o motivo. Bingo. Ficou sabendo que eu a odeio desde sempre. — fiz uma careta para aquilo, já parando no bar e pedindo dois coquetéis de frutas com bastante vodka.
— Mas que desgraçado. Ele não tinha nada que ter trazido ela. — se apoiou no balcão ao meu lado.
— Ele está transando com ela, então é claro que iria trazer. — bufei com aquilo.
… — minha amiga chamou, me entregando meu celular que já tinha uma notificação na tela - eu tinha pedido para ela guardar na sua bolsa mais cedo.
Peguei o meu iPhone já desbloqueado, vendo de quem era a mensagem. Por ser um número desconhecido, já logo deduzi de quem era, ainda mais pelo conteúdo dela.
“Quer se divertir essa noite?”

Eu poderia simplesmente mandar aquele babaca ir se foder, mas olhei para os lados, o encontrando em um dos sofás sentado com Ozzy e Ramsey, mas seus olhos estavam em mim naquele momento. Pensei em lhe dar o dedo do meio, mas apenas entreguei meu celular de volta para , mostrando para ele que estava cagando lindamente para suas provocações, e por mim ele podia empalar aquela escrota com seu pau, que eu não estava nem aí.
. — me chamou de novo, apontando para o aparelho onde tinha chegado mais uma notificação. — É ele, né?
— Sim. — respondi. — Pode abrir. — falei e minha amiga digitou minha senha.
Você está me dando um tesão fodido. Quanto mais me ignorar, pior vai ser. — ela leu em voz alta e eu quis rir. — Espero que o pau dele exploda de tanto tesão. — aquilo me fez gargalhar e me acompanhou. — Vai responder?
— Não. Ele não pode me tocar aqui. — declarei e fiz um gesto para que pudesse guardar o aparelho.
— Mas você não vai poder ficar nessa casa para sempre. — me lembrou daquilo, mas amanhã era outro dia. — , ele mandou mais uma.
— Me dá aqui. — pedi e quando ela me entregou o celular, eu apenas o joguei no chão e afundei com meu salto fino em sua tela repetidas vezes. — Agora ele pode mandar mensagem para o inferno se quiser. — ria daquela cena minha. — Babaca.
— Já disse que te amo? — minha amiga perguntou ainda rindo.
— Acho que hoje ainda não. — fiz um biquinho.
— Te amo. — ela me deu um estalinho, me fazendo rir.
Nossas bebidas foram servidas, então as pegamos e saímos dali, indo para a frente do pequeno palco que tinha uma iluminação vermelha. Banks cantava divinamente, com aquela voz perfeita que tinha. Ela sorriu para mim enquanto balançava seu corpo, então fiz o mesmo, deixando a batida da música me tomar. Aquilo era tão bom, aquela sensação de leveza me tomando enquanto dançava. Se tinha uma coisa que eu adorava fazer desde sempre era dançar. Não suportava quando as pessoas me interrompiam nesse momento.
Ficamos ali dançando o show todo. Eu não sabia quanto tempo tinha passado, e nem me importava com isso, queria realmente aproveitar a minha festa. E no momento não estava mais lembrando do que tinha acontecido, na verdade não me importava mais. Estava tudo certo. St Jimmy podia ir se foder e foder aquela garota do jeito que ele quisesse, na hora que desejasse, eu não tinha nada a ver com aquilo. Ele não queria nem que eu o chamasse pelo nome, então não ligaria para o resto que fazia também, afinal, as coisas tinham se acertado. Tínhamos o acordo do porto feito com ele. Então, um belo foda-se para o resto.
— Senhorita, o Ozzy quer falar contigo. — um dos seguranças veio falar comigo assim que o show acabou.
— Onde ele está? — perguntei, já me virando e o encarando.
— Lá em cima. — disse e saiu andando.
— Amor, já volto. — falei dando um beijo na cabeça de .
— Ok, vou pegar algo para beber. — apenas concordei com a cabeça e fomos uma para cada lado.
Segui andando apressada por entre os convidados, mas uma coisa me fez parar. Ozzy. Ele estava sentando em uma das poltronas conversando com outros caras. Uni as sobrancelhas por um segundo, então o estalo veio da minha mente. Não era ele quem queria falar comigo, era St Jimmy. Mordi meu lábio inferior sem saber se deveria mesmo subir ou não. Ele deveria ir para a puta que o pariu, mas talvez ela nem tivesse viva mais, então para o inferno já seria ótimo. Respirei fundo. Aquele homem não me deixaria em paz até que eu falasse com ele.
Puxei meu vestido para não pisar na barra dele e subi as escadas que daria para os quartos. O segundo andar da casa era todo de vidro, então não foi difícil vê-lo ao longe, se pegando com aquela ridícula enquanto escorava um dos meus móveis. Prendi meus lábios em uma linha reta com aquela merda. Era isso que queria? Que eu visse eles transando. Babaca de merda mesmo. Já ia me virar quando meus olhos se arregalaram vendo St Jimmy pegar Ramsey com força e a colocar de costas para ele, já enfiando a mão por debaixo do seu vestido e puxando sua calcinha. Merda. Merda. Merda. Aquilo me fez puxar o ar com certa força e morder meu lábio com certa força. Por que eu tinha que ser assim? Aquela merda não deveria me excitar. Não mesmo. Eu detestava aquela mulher e ainda estava com raiva daquele sujeitinho repugnante.
Parei do lado de uma das enormes janelas, vendo eles fodendo de longe. Minhas mãos seguraram o tecido grosso dela, já sentindo minha respiração perdendo o compasso. Ele fodia ela com força que estava quase fazendo o enorme vaso de flores cair no chão. Eu não ia ficar olhando aquilo. Meu vestido era transparente! Se minha calcinha ficasse molhada ia dar para ver de longe.
— Ah… . — ouvi o St Jimmy gemendo forte meu nome, me fazendo segurar o ar.
— O que? — Ramsey soltou irritada, tentando se virar.
— Cala a boca. — mandou, mas a mulher o empurrou, o fazendo rir.
— Você não vai me foder gemendo o nome dessa escrota. — rebateu puta da vida e apenas me escondi um pouco para ver a briga deles.
— Todas as vezes que te fodi você achou que eu pensei em quem? — questionou já guardando seu pau e rindo um pouco da cara dela. — Era nela. Sempre foi nela. — aquilo me fez arregalar os olhos. Só podia estar de sacanagem. Ele sabia que eu estava ali e estava falando aquilo para que eu ouvisse.
— Você é um merda mesmo. — o pegou pelo pescoço e empurrou contra uma das portas dos quartos. — Eu tenho pena de você. Porque o mais perto que vai conseguir daquela garota é pensar nela enquanto fode os outros, porque a bonequinha de luxo do Ozzy é intocável, e ela jamais deixaria que tocasse nela com essas suas mãos nojentas. — disse com desdém, e eu fui andando até lá. Então Ramsey me olhou por causa do barulho dos meus saltos. — Eu entendi. Entendi tudo agora. — soltou St Jimmy e pegou uma arma da fenda de seu vestido e apontou em minha direção. — Ela te pediu isso, não foi? Acha mesmo que me importo que você me foda pensando nela?
— Você acha que o mundo gira ao seu redor, né? — perguntei rindo fraco, olhando a arma. — Abaixa isso, Ramsey. Você está na minha casa. — mandei, olhando-a com a cabeça ligeiramente tombada, então vi St Jimmy apontando a arma para ela agora.
— Na verdade isso é sobre você mesmo, Ramsey. — ele falou com um sorrisinho de lado. — Acha que não sei que você está metida com o Kayobe? — aquilo me fez unir as sobrancelhas e Ramsey o encarou. — Eu sei que vocês querem a minha cabeça. Que você aceitou vir nessa festa comigo em um único intuito. Me matar. — o olhar do St Jimmy estava com sangue enquanto encarava a mulher a sua frente.
— Bingo! Até que você não e tão burro. Vai, atira. — ela mandou dando um sorriso. — Eu vou morrer, e a sua princesinha vai junto. — estreitei os olhos.
Naquele momento a desarmei, porque soube que iria atirar em mim assim que me olhasse. Chutei a lateral de seu joelho, fazendo com que caísse ajoelhada, e no segundo que eu ia atirar em sua cabeça, St Jimmy se aproximou rapidamente e em um movimento rápido, quebrou o pescoço de Ramsey que estalou muito alto, me tirando até uma careta. A mulher caiu de lado no chão. Morta. Fiquei olhando aquilo, seu rosto virado de um jeito pitoresco.
— Por que não atirou? — perguntei para St Jimmy e encarei.
— Ia fazer muita sujeira, e você não ia querer limpar. — franzi o nariz. — Porque ninguém pode saber que ela morreu aqui, ou essa merda vai cair em cima do Ozzy. — explicou e eu ponderei com a cabeça.
— Como você se importasse. — rebati, o olhando pegar Ramsey no colo.
— Não seria bom para os negócios. — por mais que tivesse me falando aquilo olhando dentro dos meus olhos, não consegui acreditar que era por aquele motivo. — Vou levar ela para o crematório. — saiu andando pelo corredor, me deixando para trás.
— Eu vou contigo. — precisava garantir que iria mesmo fazer aquilo e não jogar o corpo dela em qualquer lugar para foder a gente.
Ele não falou nada, então apenas o segui, e fui na frente, para passarmos por um lugar que não fosse pela festa e que ninguém iria nos ver. Eu adorava aquela casa por ter várias saídas e entradas secretas. Ozzy a fez propositalmente para caso alguma máfia inimiga decidisse nos atacar. Sabíamos que algo estava bem nas nossas costas. Seguimos até a garagem.
— Se a gente for com um dos meus carros vão desconfiar. Vai buscar o seu. Eu espero aqui. — avisei.
— Por que você está fazendo isso? — quis saber, já colocando o corpo de Ramsey no chão. — Me ajudando a tirar ela daqui sem que ninguém veja.
— Não seria bom para os negócios verem você saindo com Ramsey morta. — usei suas palavras, vendo o sorriso vir de lado em seus lábios. — Anda logo. — acenei com a mão para que fosse logo.
St Jimmy saiu andando rapidamente e eu fui abrir apenas um pedaço da porta da garagem para que ele entrasse com o carro ali. Voltei até Ramsey e mexi em suas roupas, procurando seu celular e o achando no meio de seu peito. Coloquei sua digital nele enquanto seu dedo ainda estava quente e o desbloqueei. Comecei a procurar suas mensagens com o St Jimmy para ver se tinha algo nelas que me mostrasse que aquilo era uma emboscada ou coisa parecida. Mas não tinha nada, era apenas eles combinando de sair, flertando, e ele a convidando para ser sua acompanhante essa noite. Não tinha nada além disso. Então fui olhar as que estava com o remetente de Kayobe. E ali sim tinha coisa. Conversas deles sobre matarem St Jimmy para roubar o território dele, e que depois fariam o mesmo com o nosso. Desgraçados filhos da puta. Ramsey falando um monte de merda minha e do St Jimmy, e Kayobe concordando dizendo que éramos nada, que eles iriam dominar todo o nordeste do país. Vão sonhando, seus merdinhas. Ouvi o motor do Maserati do St Jimmy e me coloquei de pé, vendo o farol de led me cegar. Tive que cobrir meu rosto com a mão, logo ele os apagou e saiu do carro.
— Mais um pouco eu via tudo. — comentou apontando para meu corpo todo.
— Ir se foder você não quer, né? — dei um sorrisinho para ele e estendi o celular de Ramsey. — Você está certo. Eles queriam que matar, e depois iam fazer o mesmo com a gente. — pegou o aparelho da minha mão e ficou me encarando. — Querem dominar todo o nordeste. — fiz um bico. — O que o St Jimmy super malvado vai fazer sobre isso?
— Vou esperar virem me pegar. — guardou o aparelho no bolso e se abaixou pegando Ramsey.
O segui, vendo que a mala já estava aberta e que ele enfiou o corpo da mulher ali dentro. Então segui para o lado do carona e entrei, esperando que a gente fosse logo. St Jimmy entrou no lado no lado do motorista e ficou me olhando. Prendi os lábios em uma linha reta.
— O que foi? — perguntei já sem paciência e o olhei também.
— Você está linda. — sussurrou, me fazendo ficar arrepiada. Seu olhar desceu para um ponto qualquer dentro do carro. — Sobre a outra noite…
— Esquece, ok? Vamos logo. — pedi, voltando a olhar para frente.
— Não. Eu menti. — apenas virei meu rosto, o encarando. — Eu fui lá porque precisava te ver de novo. Você não sai da minha cabeça. — seus olhos claros estavam dentro dos meus agora. — O seu plano deu certo. Fiz o acordo para te ver mais, mesmo sabendo que não vou poder te tocar. — sua respiração estava pesada e eu tentava controlar a minha. — E sinceramente não me importo muito com isso. — prendi meus lábios em uma linha reta. — Pode me chamar pelo meu nome de quiser.
— Vamos logo nos livrar desse corpo antes que comece a feder. — falei, desviando o olhar.
não falou nada, apenas deu partida em seu Maserati e saímos dali. Apertei o controle do portão para fechar, e mostrei para ele a saída que eu costumava usar quando queria sair sem que Ozzy ficasse fazendo muitas perguntas. A viagem para a cidade dele estava sendo um pouco demorada. Apenas fiquei com a cabeça encostada no vidro, vendo a paisagem ao meu redor passando depressa e isso até me deu um pouco de sono. Pensei em dormir, mas não confiava nele o suficiente para isso, mesmo depois do que tinha falado. Podia ser verdade, claro que sim, mas também podia ser manipulação. Não dava para confiar nas pessoas naquele mundo que vivemos, infelizmente. Olha, ele matou Ramsey e ela achava que estava por cima dando loucamente para ele para depois matá-lo. Duas cobras uma querendo morder a outra. Então como eu podia confiar no St Jimmy? Seria muita burrice minha mesmo se fizesse isso. Mal o conhecia também. Não tinha muita lógica naquilo.
Me remexi no banco, me sentindo desconfortável ali com aquele vestido também. E nisso senti o olhar de sobre mim, como se me vigiasse. A arma de Ramsey ainda estava na minha mão, e eu a segurava como se aquilo fosse a única coisa que me mantivesse viva ali, então conseguia entender o motivo de estar me olhando daquele jeito. Vai que eu atirava em sua cabeça e acabava com aquilo tudo de uma só vez. Dois coelhos com uma cajadada só. Seria simples e fácil, mesmo sabendo que atirar nele com o carro naquela velocidade poderia causar a minha morte também. Então apenas suspirei e soltei a arma, a colocando embaixo da minha coxa. Quem eu estava querendo enganar? Não iria atirar no St Jimmy, não agora pelo menos.
— Desistiu de me matar? — sua voz saiu baixa e rouca, me causando um arrepio.
— Hoje sim. — respondi, olhando-o agora, vendo seus olhos claros em mim. — Amanhã talvez eu mude de ideia.
— Você parece cansada. Por que não dorme um pouco? Ainda tem uma hora de viagem. Eu te acordo quando chegarmos. — disse voltando a olhar para a pista a nossa frente.
— Estou bem. — sorri fechado e voltei a olhar a paisagem que se passava. Fechei meus olhos. — Midnight in my city all these lights they call my name — cantei baixinho para distrair minha cabeça e realmente não dormir. — My world isn't pretty I've seen the best of it I got the best of you
Suspirei, deixando meus olhos fechados, pensando apenas sobre aquela última frase que eu tinha cantado. Será que eu tinha o melhor do ? E se ele estava mesmo falando a verdade que tinha ido naquele evento apenas para me ver, e que tinha realmente ficado preocupado comigo? St Jimmy tinha mesmo fechado aquele acordo com a gente para poder me ver mais vezes, mesmo sabendo que nunca iria poder me tocar? Eu não saía mesmo da sua mente como tinha me dito? Não, aquilo não podia ser verdade. Por que eu estava pensando nisso? Por que deveria me importar? Não deveria. Era isso. Não tinha nem que estar pensando nele e nas coisas que me falava.
O som foi ligado e agora no rádio tocava uma música antiga que eu não fazia ideia de quem era, mas a batida era boazinha, um tanto nostálgica até. A sua letra era como uma língua áspera passando em minha pele, era incômoda, mas gostosa, me tirava um arrepio de leve. Aquilo só piorou quando ouvi a voz de cantando baixo o refrão dela, me fazendo apertar de leve minhas pernas uma contra a outras, soltando um pouco o ar.
Daydream I dream of you amid the flowers for a couple of hours such a beautiful day — aquilo não era justo. Sua voz ser tão gostosa daquele jeito. Aquele tom rouco que me fazia querer suspirar. — I dream a dirty dream of you, baby
Mordi meu lábio inferior de leve com aquilo. Abri meus olhos e apertei o botão para o vidro da janela descer, apoiando minha cabeça em meu braço e sentindo o vento acariciando meu rosto, apenas sentindo aquela música que tocava, tentando não prestar atenção na voz deliciosa que o St Jimmy tinha.
Abri meus olhos vendo o céu claro acima de mim. Eu estava deitada sentindo alguma coisa me pinicando, então meus dedos se fecharam, sentindo a textura do que era aquilo. Me sentei encarando o gramado que me encontrava. Olhei para o lado, vendo ali deitado, me encarando com seus olhos claros e intensos. A ponta de seus dedos tocaram a pele de minhas costas por cima do tecido de meu vestido, descendo por ele, me deixando arrepiada. Aquilo era bom.
Meus olhos passaram ao redor, observando as flores que nos cercavam. Estávamos em um jardim, e ao fundo tinha uma casa, na verdade uma mansão enorme. Não conhecia aquele lugar, mas era muito bonito. O cheiro de mato era gostoso, se misturando com o de maresia. Ao longe, eu conseguia ouvir o som de ondas se quebrando, mas não consegui achar o mar. O sol começava a nascer, banhando nossos corpos, então se sentou e olhou na direção dele, deixando seus olhos mais claros. Fiz o mesmo, encarando a enorme bola de fogo que nascia de trás de uma montanha não muito alta. Era bonito.
Deixei meu corpo ir um pouco para o lado e encostei minha cabeça no ombro de St Jimmy, sentindo sua mão que estava em minhas costas ir até minha cintura, a apertando de leve, me deixando arrepiada de novo. Suspirei baixinho, fechando um pouco meus olhos, sentindo aquela sensação boa me tomando.
Então virei meu rosto e abri meus olhos, encontrando , que abaixou o seu para me olhar de volta. Seus olhos intensos estavam nos meus e pareciam não querer desviar. Sua outra mão tocou a lateral de meu rosto, acariciando meu maxilar até que desceram para meu pescoço, me deixando arrepiada e ele segurou de leve meu cabelo na nuca, quando levou seus dedos até lá. Meus lábios se entreabriram com aquele contato e meus olhos se fecharam suavemente.
Arfei fraquinho sentindo seus lábios tocando nos meus, sentindo meu corpo estremecer com aquilo. Levei minha mão até a lateral de seu pescoço, com seus lábios passando sobre os meus, me pedindo por mais, então os meus se abriram e levaram minha língua de encontro com a sua, me arrancando um gemido fraco quando senti seu toque quente em minha boca. Sua língua passou pela minha suavemente, em um beijo lento, fazendo minha mente ficar entorpecida aos poucos por causa daquilo. Seus lábios eram tão macios e gostosos, sua língua tinha um gosto bom - de menta com um toque de whisky - e me fazia querer beijar mais; era um sabor viciante. Apertei de leve seu pescoço quando senti sua mão me puxando para mais perto, sua língua entrando mais em minha boca, deixando o beijo mais intenso.
? Dormiu? — a voz de me fez abrir os olhos. — Chegamos. — merda, eu tinha cochilado.
Apenas concordei com a cabeça, engolindo em seco por causa do sonho que tive, não conseguindo acreditar que havia mesmo sonhado com aquilo. Peguei a arma de Ramsey que estava debaixo da minha coxa e sai do carro, batendo a porta atrás de mim e encarando o lugar. Era um crematório que mais parecia um lugar para desovar um corpo e foda-se.
Meus olhos se voltaram para , que já estava com o corpo da mulher nos braços, então apenas fui até ele e bati a mala do carro. O segui até uma porta de trás do lugar e ele me disse para pegar as chaves em seu bolso. As peguei e abri, dando passagem para que entrasse, e logo fiz a mesma coisa. Acendia as luzes por onde íamos passando e paramos em uma sala onde tinha um forno enorme. Apenas fiquei de pé no canto, vendo St Jimmy arrumando tudo e esperando aquela fornalha enorme aquecer ao ponto de enfiar o corpo de Ramsey lá dentro. Meus polegar ficava passando ansioso pela coronha da arma em minha mão, esperando logo para que ele enfiasse aquela mulher lá dentro. Queria ver aquilo queimando logo.
Assim quando o fez, as chamas ficaram mais altas. Eu podia assistir através do vidro e sentir o cheiro que ia tomando o lugar. parou ao meu lado e ficou ali olhando, apenas o silêncio enquanto o forno chiava, queimando Ramsey. Até que senti seus dedos tocando os meus, e eles os seguraram de leve.
— Isso não muda nada. — soltei sem tirar meus olhos das chamas. — Não muda quem somos. Não muda nossos lugares. Não muda as ruas de nossas cidades. Não muda nossas realidades. Não muda como vivemos. Não muda o que sentimos, porque não sentimos nada. — disse baixo e quase que minha voz não dava para ser ouvida. — Estamos fadados a isso há muito tempo. Uma praga impregnada embaixo de nossas peles, onde não existe uma cura, porque a cura para isso foi tirada de nós há anos, no momento que puxamos o gatilho a primeira vez e não nos importamos com o sangue que vimos brilhar com a luz que batia nele enquanto uma vida estava se esvaindo bem na nossa frente. — meus dedos largaram os seus, porque eu sabia o que aquele toque significava. — Então, nada disso pode nos levar a lugar nenhum, porque pessoas como nós não tem salvação, pois a única coisa que somos capaz de sentir é a luxúria e o prazer que tudo isso pode nos dar. — era apenas isso que poderíamos sentir mesmo um pelo outro, nada além. — Isso não é um filme ou uma história de um livro onde as coisas terminam em um sol escarlate ao fundo, enquanto dirigimos por uma estrada deserta, sentindo o vento enrolando nossos fios, com eles se ricocheteando ao ar. — minhas palavras saíam como se fosse um belo discurso ensaiado, mas não era, era só o que eu sentia, o que éramos e o que nossas vidas eram. — Não existe final feliz, apenas um final. — minha língua passou pelos meus lábios, os umedecendo. — Uma bala, um tiro e muito sangue.
Apenas me virei e sai andando daquele lugar, porque eu precisava ir para o mais longe possível de . Eu não sabia o que ele tinha feito, mas tinha permitido que me tocasse, e não era minha pele que eu estava me referindo.


05

St Jimmy POV
desapareceu como se nunca tivesse existido, como se fosse um fantasma da minha mente insana. Nenhum rastro, nenhuma pista. Eu realmente pensaria que não tinha sido real se mais pessoas não falassem seu nome, lembrassem dela e das coisas que fazia. Recordando como ela sorria e vivia sem medo, como seus olhos eram intensos, assim como a forma que respirava. era apenas ela em todo o seu ser, toda a sua magnitude, dominando tudo o que existia ao seu redor, chamando atenção, gravando em nossas mentes seu nome, fazendo questão de que nunca fôssemos esquecê-la.
Ela sabia do seu poder e o usava a sua maneira, deixando um rastro por onde passava.
Tentei não pensar nela, mas desde o primeiro momento aquela mulher tinha me dominado como ninguém mais conseguiu. Então eu a desejei como se fosse a jóia mais bela e cara que existia. A admirei como se fosse a peça mais bonita de uma galeria de arte. E como essas coisas, sabia que nunca a teria, porque por mais poder, dinheiro e influência que eu tivesse, não estava à venda. Minhas mãos jamais a alcançariam. E com isso apenas me contentei em observar de longe sem pudor, entrando em seu jogo para poder tê-la mais perto, até que ela partiu quando pisquei meus olhos, deixando apenas suas palavras gravadas em mim.
Não existe final feliz, apenas um final.
Uma bala, um tiro e muito sangue.

E ela tinha deixado um tiro, o qual ficaria marcado para sempre.


Fim



Nota da autora: Hello, beninas! Tutu bom? Então, essa foi St. Jimmy. Espero que tenham gostado e que não queiram estar avançando em meu pescoço nesse momento por causa desse final, juro que não foi por mal, mas eu estava no meu limite de páginas e não tinha muita mais coisa para se fazer, porém estou aqui para dizer que... Talvez eu faça uma segunda parte ou uma versão estendida dessa fic, porque eu gostei bastante dela. Mas não se animem tanto, é só um talvez. Vai que eu não consigo, não tem como prever quando minha mente vai me permitir seguir com as coisas que desejo, ela adora brincar com a minha cara. Enfim. Me falem o que acharam! Me deem o feedback de vocês. Fiquem de olho no meu Instagram, caso eu continue com a fic ou faça uma versão estendida dela, vai estar o aviso por lá nos destaques.
Beijos, garotas, até a próxima.





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