Última atualização: 20/06/2018

Capítulo Único

E o que você está fazendo, nesse exato momento?


A voz de me fez sorrir, enquanto eu acariciava meu ventre, que mostrava o estágio avançado que estava minha gravidez.

- Estou brincando com o nosso filho. Ou filha. – falo, enquanto Elias, um dos empregados da casa, deixa meu jantar da noite, que consistia numa sopa de legumes.

Desde que eu descobri a gravidez, eu e preferimos deixar o sexo em aberto. Queríamos deixar para saber somente quando a criança estivesse ali, em nossos braços. E, por mais ansiosos que fossemos, acabamos aceitando.

Eu sinto tanta saudade de vocês dois aqui, comigo.

era um ator – muito renomado, por sinal – e estava pelo mundo divulgando seu novo filme, uma comédia romântica onde ele contava parcialmente nossa história. Ele mesmo atuava e produzia, e, de acordo com alguns críticos, era um filme e tanto. Segundo ele, o mesmo estava em Sydney, Austrália, e teriam algumas paradas antes de chegar para o nascimento do nosso filho, que estava marcado para daqui a, mais ou menos, vinte dias.

- Quando você voltar poderá matar as saudades. – falo, levantando com dificuldade da cama.
Você não deveria estar andando tanto. Deixa o restaurante sob-responsabilidade da sua irmã.
- Eu só passei mal hoje, amor. – falo, rolando os olhos em seguida. – E não se preocupe, esse bebê aqui vai ficar aqui dentro, te esperando chegar.
Você tem certeza? Sabe que tudo que eu quero é voltar correndo para você.
- E me fazer ouvir o falar em meu ouvido? Não mesmo, ! – falei, e ele gargalhou. – Preciso dormir. Aqui já está tarde.
E aqui já amanheceu. Descanse, ok? Eu amo você.
- Eu também amo você. Quero dizer, nós amamos você. – falo, acariciando minha barriga. – E, segundo os chutes, essa criança está com muita saudade da sua voz.
Coloca no viva-voz. Eu vou falar com ele.

Gargalhei, colocando a chamada em viva-voz, avisando ao meu marido que havia feito o que pediu.

Ei, bebê do papai, você fica quietinho aí. Não deixe a mamãe fazer tanto esforço ou você vai acabar nascendo e eu não vou poder te acompanhar tá?

Dei uma risada alta, sentindo o bebê chutar mais uma vez.

- Acho que ele te reconheceu, já que chutou minha barriga só de ouvir sua voz. – falo, sorrindo abertamente, mesmo que ele não pudesse ver.
Ainda bem que ele sabe quem eu sou. Agora, vai dormir. Boa noite, eu amo vocês.
- Nós também te amamos. – falo, encerrando a ligação em seguida.

Coloquei o celular em cima da cômoda, pegando minha camisola pendurada no closet por um cabide, caminhando para o banheiro que também ficava no quarto.
Tirei minha roupa, olhando minha barriga em frente ao espelho. Acariciei a mesma por alguns segundos, olhando para ela.
Eu era sortuda por ser casada com um dos homens mais incríveis do mundo, certo? Eu sabia que era. era o homem que eu sempre pedi quando tivesse a oportunidade de encontrar um homem. A maneira como ele me tratava, e como ele era um perfeito cavalheiro. Todos diziam que eu ganhei na loteria quando me casei com ele, o que não deixa de ser mentira. Se ele pudesse ouvir meus pensamentos, diria que era o oposto. Diria que eu fui o maior e melhor prêmio que ele já recebeu em toda sua vida. E o segundo seria a nossa criança.
Tomei um banho rápido, colocando minha roupa para dormir. Deitei na cama, sentindo a dor na coluna me atingir por completo. Coloquei o travesseiro de naquela região, suspirando e pensando que aquela dor poderia acabar em algum momento.


(...)



Acordo com alguns toques na porta de meu quarto. Falei “entra”, e logo entrou em meu quarto, carregando, além de um jornal matinal, seu Tablet, junto de uma caneca de café.


- O que aconteceu? – indago enquanto me sento corretamente na cama, sentindo o peso daquela barriga ainda maior.
- Você tem algum antigo namorado chamado Brody? – ela indaga me entregando a caneca. Concordei com a cabeça, pegando a caneca de suas mãos. – Então é verdade?
- O quê? – indago, pegando o jornal de sua mão.

“O casamento de e é uma farsa!”


As letras garrafais anunciavam qual era a noticia que estampava a primeira capa daquele jornal. Uma foto minha com estava logo abaixo, junto de uma minha com Brody, um antigo namorado.
me encarava por cima dos óculos de sol caros da Gucci. Eu ainda olhava estupefata para aquele pedaço de papel em minha mão. Brody era capaz de fazer isso?

“O bebê do casal mais amado de todo o mundo, na verdade, não é filho biológico do ator, e sim de um antigo namorado, revela uma fonte (que preferiu não se identificar para a nossa equipe). Vale lembrar que está em Sydney para divulgar seu novo trabalho, enquanto permanece na capital, aproveitando os últimos dias da gravidez.”


- Ele não está falando sério! – exclamo, sentindo meu corpo todo tremer.
- E o pior, isso está em todos os veículos de comunicação social essa manhã. – fala, digitando algo em seu celular.
- O já está sabendo? – indago.
- Pelo que eu saiba, não. ainda não me respondeu. Ele provavelmente ficará sabendo na coletiva de imprensa que terá mais tarde. – ela fala, suspirando em seguida.
- , você acredita em mim? – indago, segurando suas duas mãos, pedindo para que ela olhe em meus olhos. – Você realmente acredita em mim?
- Claro que eu acredito, . Você foi a melhor coisa que já aconteceu com desde o inicio de sua carreira. – ela fala, sorrindo em seguida. – Nós só precisamos convencer a imprensa que não passam de rumores falsos.

Concordei com a cabeça, levantando com dificuldade da cama.
era a irmã mais velha de . Ela era uma das minhas melhores amigas, além de ser a primeira a nos apoiar desde o início de nossa relação, que começou dois anos atrás. Ela era meu braço direito.

- Vocês conversaram ontem? – ela indaga, acariciando minha barriga enquanto eu prendo meus cabelos em frente ao espelho.
- Sim, por quase duas horas. Eu sinto tanta falta dele. – falo, sorrindo em seguida. – Você conseguiu falar com ele?
- Sim, depois de ligar para você, ele ligou para mim. Falou com mamãe, que chorou durante alguns minutos, prolongando ainda mais a ligação. Ele se atrasou para o café. – ela diz, me fazendo gargalhar. – Você tem algum compromisso?
- Não que eu saiba. Vou pedir para Lindsay ir ao restaurante hoje supervisionar a obra por lá, já que não estou em condição de sair de casa. – falo, apontando para a minha barriga.
- Vocês realmente não desejam saber o sexo desse bebê? – indaga, acariciando mais uma vez a minha barriga.
- Iremos saber somente quando nascer. – falo, olhando para o meu celular. – Alguma sugestão?
- Eu espero que seja uma menina. – ela diz, rindo em seguida. – vai ficar louco! Eu já estou imaginando.

Antes que eu pudesse falar algo, o meu celular começa a tocar, mostrando um número desconhecido por mim e por minha cunhada.

- Alô? – indago assim que atendo a chamada.
?

Aquela voz fez meu corpo estremecer, além de sentir um enorme aperto no coração.

- Brody? É você? – indago, e arregala os olhos na mesma hora. – Por favor, me responda. É mesmo você?
Quem mais seria?
- O que você deseja? Não está satisfeito em espalhar um rumor? – indago, respirando fundo em seguida.
Eu quero ver você. Pessoalmente. Essa tarde.
- Eu não posso, obrigada. – falo, e ele solta uma gargalhada do outro lado da linha.

Quando eu namorei Brody, eu era cega de amores por ele, a ponto de desenvolver um relacionamento abusivo com ele. Ele me manipulava, me fez sofrer e perder todo o contato que eu tinha ao meu redor, tendo somente a ele.
E, foi numa de nossas brigas constantes, que eu conheci , que é o homem da minha vida, o mesmo que eu quero passar o resto dos meus dias em vida.

Você não tem muita escolha, . Você sabe que eu posso espalhar mais e mais rumores sobre você e seu marido. Não dou um dia para ele te ligar e pedir o divórcio.
- Você seria capaz de fazer isso? – indago, sentindo uma pontada no ventre, me fazendo gemer de dor. – Aonde e que horas iremos nos encontrar?
Eu te envio por mensagem.

E logo ele encerra a ligação, me fazendo chorar de desespero.
Por que eu sentia tanto medo dele?

- Vou chamar alguns seguranças. – diz enquanto pega seu celular na bolsa.
- Não faz isso! – exclamo, sentando na cama em seguida. – Não sei do que ele é capaz de fazer.
- Eu não posso deixar você correr perigo. Você percebeu como está? Você está na reta final de uma gravidez! – ela exclama. – Não faz isso por mim, faz pelo seu bebê. Sabe-se lá do que ele é capaz de fazer enquanto estiverem sozinhos.
- Eu preciso confiar nele. – falo, suspirando em seguida.

Depois de alguns minutos, fui tomar um banho. Enquanto colocava minha roupa, eu pensava no que Brody faria. Eu não confiava nem um pouco nele, e tinha medo de que ele fizesse realmente alguma coisa contra mim ou essa criança.
Algumas horas se passaram. Ele me passou o endereço, que era numa cafeteria pouco movimentada no centro de Londres. Ele me disse exatamente o que fazer como se estivéssemos num filme de terror ou algo do gênero. E aquilo não era nada bom.
Enquanto eu dirigia para o local escolhido, me ligou no mínimo cinco vezes seguidas, sempre deixando um recado na caixa postal. Eu não queria atendê-lo, ou desistiria de toda aquela loucura.
Cheguei à cafeteria, encontrando Brody sentado no canto da parede longe da janela. Suspirei, andando em direção à mesa que ele estava. Ele me avistou, e levantou o rosto.
Há quanto tempo não o via, tanto que, se ele passasse por mim nas ruas, eu não o reconheceria.

- Boa tarde, . Como vai? – ele indaga, dando um sorriso debochado, o que me fez bufar, sentando na cadeira em seguida. – Sua barriga está imensa.
- É eu sei. – falo, passando a mão em meus cabelos. – O que você quer?
- Pensei que você não estivesse com medo. – ele fala, dando um sorriso de lado.
- E eu não tenho medo. Todos sabem que eu amo e seria incapaz de traí-lo com você. – falo e ele gargalha alto.
- , minha querida, eu tenho tanta coisa para contar, que você irá acabar saindo da casa dele. – ele fala, e eu sinto um arrepio na minha espinha. – E, claro, ele que irá tirá-la de lá.
- O que você quer, Brody? – indago, mudando o assunto.
- Dinheiro. O meu negócio faliu, e eu não tenho como viver mais. – ele fala, e eu rolo os olhos. – Pare de agir assim, ou você quer que saibam como eu te encontrei?
- Eu não vou te dar nenhum dinheiro. – falo e ele dá uma risada fraca. – Eu não posso.
- O seu restaurante está pronto? – Brody indaga, mexendo no pacotinho de açúcar que estava em nossa mesa. – Ele pode te dar algum dinheiro.
- Brody, eu não vou te dar nenhum dinheiro. – falo, pegando a minha bolsa na cadeira ao lado e me levantando. – Espero que fique bem.

E logo começo a caminhar para o lado de fora do estabelecimento sob os olhares atentos de meu antigo namorado e de alguns funcionários, que pareciam ter me reconhecido.
Dirijo para casa, tentando não pensar no que ele poderia fazer após nossa conversa nada amigável.


(...)



Como está nosso filho?
- Ele está bem, ou ela. – falo, sorrindo em seguida, olhando para a câmera do meu notebook. – E como está aí?
Amanhã iremos para Hong Kong.
- Falta pouco para você finalmente voltar para nós. – falo, sentindo o bebê chutar. – O bebê se animou com essa noticia.
Ah, como eu sinto falta de estar com você! De ouvir você reclamar de dor nas costas de madrugada, ou de sentir esse bebê chutando.
- Eu também sinto muito sua falta, . Mais do que você possa imaginar. – falo, sentindo meu coração batendo em meus ouvidos.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, e eu controlava o meu enorme desejo de chorar ali. Eu só queria que ele estivesse aqui, comigo. Ainda mais agora.
Brody não parava de me mandar mensagens. Não sabia o que acontecia, mas já mudei de número duas vezes só nos últimos cinco dias, e ele conseguia o novo sem nenhuma dificuldade. Eu precisava de alguma ajuda, ou iria pirar.

O que aconteceu?

Aquela pergunta fez tudo desmoronar, e logo eu começo a chorar descontroladamente, enquanto meu marido estava do outro lado da tela, me encarando com a sobrancelha arqueada.

- Me perdoa, . Por favor, me perdoa. – repito essas palavras diversas vezes, enquanto limpo minhas lágrimas e tento não chorar ainda mais. – O rumor. Perdoa por não ser forte por você e por essa criança que está aqui.
Você não seria capaz de fazer aquilo, ou seria, ?

Era a primeira vez desde que nos conhecemos que ele falava meu nome. A primeira vez que ele parecia sério ao falar comigo, ao mesmo tempo preocupado. E sabe-se lá o que se passa na cabeça dele naquele momento.

Você pode me responder, por favor?

Sinto falta de ar, e fico olhando para a câmera, em silêncio, vendo-o se mexer, nervoso demais naquele momento.

Boa noite.

E ele desligou, fazendo a tela ficar escura. E eu retornei a chorar ainda mais desesperada do que da primeira vez.
A porta se abre, e minha mãe aparece em meu campo de visão. Ela colocou a bandeja com biscoitos e leite em cima da cômoda, fechando a porta e caminhando em minha direção, abraçando-me e colocando minha cabeça em seu ombro.

- Ele deve me odiar. E eu não fiz nada. – sussurro, sentindo uma pontada da minha dor de cabeça me atingir em cheio. – Você sabe disso. Todo mundo sabe.
- Ele ainda te ama muito, querida. Ele só deve estar nervoso. É horrível ser o centro do mundo num momento bom e ruim, ao mesmo tempo. – ela fala, beijando meus cabelos algumas vezes. – Ele ainda te ama. Você sabe disso mais do que ninguém. Agora, por favor, coma algo. Eu não posso deixar você passar mal e prejudicar a saúde dessa criança.
- Você acha que é qual o sexo? – indago enquanto pego um biscoito do prato.
- Menino. – ela fala, sorrindo em seguida. – Sabia que estão apostando o sexo? Eu vi pela internet. Vocês estão parecidos com Kate Middleton e o Príncipe William!
- Já me mandaram mensagens, pelas redes sociais, perguntando se eu sabia o sexo. – falo, rindo em seguida. – Teve uma fã de que disse que estava apostando alto com seus amigos pelo sexo do bebê, e esperava que fosse uma menina.
- As pessoas estão realmente doidas para saber. – mamãe diz, colocando sua mão sob minha barriga. – E vocês já sabem como irão anunciar?
- Ainda não. Mas, o parto será aqui em casa. Em hospital corre risco de vazar informações, e eu não quero. – falo, dando de ombros em seguida.
- E quais serão os nomes? – ela indaga, olhando em meus olhos em seguida.
- se for um menino. E se for uma menina. – falo, segurando a mão de minha mãe, que beijou a palma de minha mão.
- Tem certeza de que não são gêmeos? – ela indaga, e eu gargalhei, concordando. – Você sabe qual o peso da criança?
- Não, mas, segundo a obstetra, ele passou dos três quilos há algum tempo. – falo e ela arregalou os olhos. – É, seu neto ou sua neta, é um gigante! E pesado também.
- Eu não vejo a hora de encontrá-lo. – ela fala, sorrindo em seguida. – Ou encontrá-la. Mas eu continuo achando que é um menino.

Ficamos ali por mais alguns minutos. Mamãe veio passar os dias aqui em casa, já que eu estava no fim da gestação, e ela sabia de tudo o que Brody estava fazendo. até mesmo contratou alguns seguranças para que pudessem proteger a casa, e colocou ainda mais câmeras na casa e ao redor, além de falar com alguns vizinhos para colocarem também câmeras. Eu estava literalmente protegida e vigiada vinte e quatro horas por dia e, por mais que eu goste e muito da minha liberdade, aquilo estava me deixando bem mais tranquila.
Mamãe foi para seu quarto dormir, e eu coloquei o notebook no travesseiro de , olhando para nossa foto no dia do nosso casamento. O meu sorriso que parecia maior do que o habitual, os olhos dele brilhando e como ele ficava bonito naquele terno azul marinho.
Fechei a tela após alguns minutos, sentindo minhas bochechas molhadas pelas lágrimas que retornaram ao meu rosto.
E foi assim que eu peguei no sono: pensando no homem que eu amo, e que estava chateado comigo.


(...)



- Ele te ligou de novo? – indaga assim que eu retorno para a cozinha.


Passaram-se três dias desde o dia em que parou de falar comigo, e eu não tenho noticias suas. Não sabia onde ele estava agora, e, mesmo que eu quisesse não iria me contar nem se eu implorasse.

- Ele te ameaçou de novo? – ela indaga me entregando uma xícara de café. – Nós precisamos ir para uma delegacia, . Esse cara NÃO pode continuar fazendo isso e sair impune.
- Eu tenho medo do que ele pode fazer contra mim ou contra esse bebê, . – falo, sentando na cadeira em seguida. – Eu não sei do que ele é capaz.
- Só que nós precisamos acabar com isso. Você vai querer viver trancafiada em casa, como se estivesse numa espécie de cativeiro? – ela indaga, mordendo uma torrada. – Se arrume, irei avisar a alguns seguranças que iremos para uma delegacia. Você precisa colocar esse cara atrás das grades.
- Você tem certeza disso? – indago, mordendo o lábio. Ela assentiu, e eu me levantei da cadeira, caminhando para o quarto com certa dificuldade. Minha barriga parecia ficar ainda maior a cada dia que passava se é que consegue ser possível.

Tomei um banho demorado, deixando a água correr por todo meu corpo por mais tempo do que o necessário. Sequei-me e coloquei uma roupa discreta, arrumando meus cabelos e indo para fora do banheiro, pegando minha bolsa em cima da penteadeira, saindo do quarto e descendo as escadas.
conversava com um dos seguranças, enquanto mamãe mexia em seu celular, digitando algumas coisas no mesmo. Ela também estava arrumada para ir conosco, e deduzi que tivesse avisado sobre isso.

- Podemos ir? – ela indaga, e eu sinto meu coração acelerar, além de todo meu corpo estremecer.

Guardei meu celular na bolsa, caminhando para a garagem. Entrei no carro, colocando o cinto de segurança com certa dificuldade. Na frente, havia dois seguranças, que conversavam entre si algumas coisas que eu não conseguia entender.
Eles logo abriram o portão automático da garagem, saindo com o carro em seguida. Segurei fortemente na mão de minha mãe, que sorriu reconfortante, além de beijar minha mão em seguida. falava com sua mãe pelo telefone, e eu implorei para que ela não contasse o que estamos fazendo, já que ela provavelmente ligaria para e dificultaria tudo ainda mais. Se é que fará alguma coisa para impedir isso.
Avisto o prédio da policia e meu corpo gela de imediato. Sinto que posso desmaiar a qualquer momento, mas me mantenho firme para que eu possa fazer aquilo.

- Estamos aqui com você. – mamãe diz, olhando em meus olhos. – Você verá tudo irá melhorar.
- Eu espero que sim. – sussurro, sorrindo em seguida.

Logo um dos seguranças estaciona o carro, e eu retiro o cinto de segurança, descendo do automóvel pouco tempo depois. Caminho em passos rápidos para dentro do prédio, tentando chamar o mínimo de atenção possível das pessoas que andavam pelas ruas naquele momento.
Entramos na delegacia, e cumprimentou um policial que já nos aguardava. Ele era um antigo conhecido de e da família . O cumprimentei com um aceno de mão, e, após algum tempo de conversa, fomos para uma sala.

- Senhora , você sabe que pode confiar na polícia, certo? – o policial indaga quando me sento numa cadeira. Concordei e ele sorriu de lado. – Certo, há quanto tempo você vem recebendo ameaças?
- Há quase dez dias. – falo, sentindo meu coração acelerado. – No inicio, eu só ignorava, até respondia. Depois, troquei meu número algumas vezes, mas ele descobriu e sempre me ligava ou mandava mensagem.
- E qual era o conteúdo das mensagens? – outro policial indaga encostado na porta.
- De inicio, ele disse que queria dinheiro. Depois, ele começou a mandar mensagens dizendo que iria atrás de mim, ou faria algo com alguém da família de . – falo, sentindo as lágrimas inundarem meu rosto. – Eu não sei do que ele é capaz de fazer, por mais que eu já tenha convivido com ele. Ele é imprevisível, e isso é o pior.
- Acho que já sei o que iremos fazer. – o policial amigo de diz. – Iremos grampear seu telefone, você não poderá trocar de número. Se ele te ligar, pedindo dinheiro ou algo do tipo, marque um encontro. tem meu telefone, estará a par de tudo e me contará. Iremos pegá-lo e desmascará-lo.
- E se ele tentar algo contra ela? – mamãe indaga, segurando minha mão por debaixo da mesa. – E se ele fizer algo contra alguma de nós?
- Tudo que eu peço é um pouco de paciência e, se possível, que não saiam de casa sem necessidade. – ele fala, e eu suspiro pesadamente. – Teremos alguns policiais à paisana pelo condomínio de vocês. Qualquer movimentação suspeita ou qualquer proximidade dele, nós iremos agir em legitima defesa, tanto de vocês quanto de qualquer outra pessoa.

Eles fizeram todo o procedimento necessário, explicando cada coisinha e logo saímos da delegacia, e eu entrei com pressa para o carro, com medo de ter alguns paparazzi do lado de fora esperando para tirar uma foto minha.
Durante todo o caminho silencioso até a volta para casa, eu pensava em como estava. Se ele estava bem, e como estava sendo as coletivas de imprensa que ele participava; as entrevistas, tudo.


’s POV

Joguei-me na cama de casal de meu quarto, após um dia cansativo atendendo alguns fãs por hospitais e abrigos. Fiquei encarando o teto, pensando que aquilo já estava acabando e que eu poderia voltar para casa, para a minha família e, principalmente, para .
Passou-se uma semana desde a nossa última ligação e, a cada hora do meu dia, eu sinto vontade de pegar um avião e voltar para ela, me desculpar e esperar o nascimento da nossa criança.
Peguei meu celular, jogando alguns joguinhos que eu baixei para os dias de tédio durante essa turnê. O grupo da minha família no WhatsApp estava animado, mas eu resolvi ignorar, me concentrando em empilhar alguns blocos em sequência.
Estava terminando, quando o número de aparece em minha tela, junto de uma foto nossa do ano novo. Bufei, atendendo em seguida.

- Se você está tentando me convencer a algo, pode esquecer.
Você não viu as mensagens? A está em trabalho de parto!

PUTA QUE PARIU. PUTA QUE PARIU. PUTA QUE PARIU.
Era tudo que minha mente pensava, enquanto eu andava em círculos no quarto.

- Está antes do previsto, . – falo, encostando meu corpo na parede. – E para chegar aí, vou leva muito mais do que vinte e quatro horas.
Foda-se, , você TEM que vir. É seu filho!
- Ou filha. – murmuro, suspirando em seguida. – E ? Como está?
Depois de todo o estresse? Está no quarto. Ela chamou por você.

Aquilo fez tudo desmoronar, e eu comecei a chorar. De raiva, de ódio, de tristeza, tudo por minha causa.
Eu devia estar ali. Eu deveria estar ao lado de . Deveria segurar sua mão, filmar o nascimento, ver meu filho antes de todo mundo, não outra pessoa. Era a nossa promessa.

?
- É tudo culpa minha, não é? – indago, ouvindo minha irmã suspirar. – Eu deveria estar ao lado dela.
, você precisa vir logo.

Antes que eu pudesse falar algo, abre a porta, segurando seu tablet nas mãos. Ele me fitou com a sobrancelha arqueada, e eu limpei as lágrimas que ainda estavam em meu rosto.

- O que aconteceu? – indaga, fechando a porta de meu quarto.
- Eu preciso ir para casa. – falo, tampando o microfone do celular. – entrou em trabalho de parto. Antes do previsto, eu sei, mas eu preciso ir para lá.
- , você sabe que não pode, e além do mais...
- NÃO, você NÃO entendeu. Eu PRECISO ir para casa. Não é uma pergunta, não estou pedindo autorização. Eu VOU PARA MINHA CASA. Eu vou ver meu filho, ou minha filha, e, mesmo que saia totalmente da agenda programada, eu vou. – falo, vendo os olhos arregalados de meu secretário e amigo. – , você não entende. Eu preciso ver a e meu filho.
- Eu vou ver alguma passagem para o mais depressa possível. – fala, digitando algo no tablet.
- Pode fretar um jatinho. Eu preciso sair daqui AGORA! – exclamo, e ele assente, saindo do quarto em seguida. – Eu preciso de um favor seu.
Qual?
- Entre com ela. – falo, ouvindo um suspiro profundo. – , por favor.
, os pais dela querem entrar.
- Por favor, você precisa fazer isso por mim. – falo, colocando minhas roupas de qualquer jeito na mala. – Eu vou te ligar pelo Skype ou pelo Facetime. Você vai tentar filmar tudo.
, eu acho que isso é proibido.
- Por favor, vê se você consegue. Eu preciso ver esse momento. – falo, sentindo as lágrimas inundarem meus olhos novamente. – E fala para que eu estou voltando para casa.
Eu vou tentar e qualquer coisa eu te envio uma mensagem.

E logo ela encerra a ligação, e eu consigo terminar de arrumar minha mala.

- Por sorte, eu consegui um jatinho para daqui a vinte minutos. Pode me agradecer eternamente. – fala ao entrar no quarto, fechando a porta logo depois. – Quando descobrir o sexo, por favor, me avisa.
- Você não vem comigo? – indago, pegando minha carteira em cima do criado-mudo.
- Alguém tem que limpar a sua sujeira. – ele fala, sorrindo de lado. – Eu vou amanhã pela noite.
- Assim que chegar, pode ir nos visitar. – falo, abraçando meu amigo em seguida. – Obrigado. Vou ficar te devendo pelo resto da vida.
- Vai mesmo! Agora vai, papai do ano. – ele fala, me empurrando para o lado de fora do quarto.

Desço de elevador até o saguão, encontrando alguns paparazzi na porta. Tirei algumas fotos com algumas pessoas que passavam pelo corredor, fazendo com que tudo se atrase ainda mais.
Encontro meus seguranças, e logo saímos do hotel, e eu recebo uma enxurrada, tanto de perguntas quanto de flashes em meu rosto, me obrigando a abaixar a cabeça e entrar no carro depressa.
Estava olhando para a paisagem pela janela, quando ouço meu telefone apitar, mostrando uma mensagem.

: Ela vai para o centro cirúrgico daqui a alguns minutos. Quando eu conseguir, ligo. Fica atento, maninho.


: Você é a pessoa mais incrível do mundo.


Logo o carro é estacionado e eu vejo que chegamos ao aeroporto. Como não precisávamos passar pelo raio-X ou algo do tipo, foi mais depressa passar por todo o aeroporto para chegar na área de voos privativos.
Entro no avião, cumprimentando a pequena equipe que iria comigo.
Fizemos todos os procedimentos, e logo estávamos voando. Tiro meu celular do modo avião, logando em meu Facetime.

- Senhor, não pode celular até autorizar. – uma comissária de bordo diz, sorrindo cordial.
- Por favor, meu filho está nascendo. Eu preciso ver esse momento. – falo quase me ajoelhando no chão da aeronave. – Esse é o único meio de ficar perto da minha esposa nesse momento.

A moça suspirou, chamando o chefe de cabine.

- Senhor ... – o homem fala, e eu seguro sua mão.
- O senhor já foi pai? – indago. – Eu preciso assistir esse momento. Sabem-se lá quando e como vou ter uma oportunidade dessas. É meu primeiro filho.

Antes que ele pudesse responder, apareceu na tela cheia, e eu voltei minha atenção para o telefone.

- Cadê a ? Eu posso falar com ela? – indago, ignorando qualquer coisa que o chefe disse.
Claro que pode. Por sorte, está tudo nos conformes, e ela não vai precisar de intervenção nenhuma.

E logo ela caminha, virando o telefone para . A mesma olhou para a tela, dando um sorriso. Mesmo do outro lado do mundo, aquele sorriso era tão lindo assim quanto ao vivo, e meu coração acelerou.

O que você faz aqui?

indaga, rindo fraco em seguida.

- Estou num jatinho. – falo, girando o telefone. – conseguiu me liberar.
Fico feliz. Você vai assistir ao parto?
- Era uma promessa nossa, lembra? – indago, rindo em seguida. Ela sorriu, e ficamos em silêncio, e logo eu percebo que meus olhos estavam tomados por lágrimas de novo. – Só nesses últimos quarenta minutos, eu chorei mais do que esse bebê vai chorar um dia inteiro.
Por quê?
- Porque eu fiz burrada, e, por isso, você está aí, e eu estou aqui, sobrevoando algum país que eu desconheço. – falo, dando de ombros em seguida. – Você passou por muito estresse, e eu não estava do seu lado. Eu não cumpri o “Na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença”.
Você cumpriu ainda mais. E eu não posso reclamar de ter um marido como você. Nunca.
- Eu amo você. – falo, deixando as lágrimas escorrerem. – Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto. Dói até. Você é o meu maior e melhor prêmio.
Você foi a melhor coisa que já me aconteceu, . E eu sempre serei grata por ter você. Sempre, sempre, sempre.
Silêncio. Mesmo por uma tela de celular, os brilhos nos olhos de eram reais, e parecia que eu estava vendo tudo aquilo ali, ao vivo, bem na minha frente.

Agora, eu preciso fazer isso.
- Estarei bem aqui. – falo e ela assentiu me mandando um beijo no ar, e murmurando um “Eu te amo”. Sorri, secando as lágrimas com a barra da camiseta que eu usava.

Logo pegou o celular. fez força pela primeira vez, e eu segurei no braço da minha poltrona, sentindo todo o nervosismo de principiante me atingir.
Eu poderia cair duro a qualquer momento, e estava sozinho. Como eu queria que estivesse aqui para me ajudar.

- O senhor deseja algo? – a comissária de bordo indaga, e eu suspiro.
- Eu preciso de uma companhia para assistir isso. – falo, virando o celular para ela. – É tão difícil assim?
- Olha, eu nunca estivesse nessa situação, senhor...
- . Só me chame de , por favor. – falo e ela assentiu. – Eu posso desmaiar aqui, não posso?
- Eu posso ficar ao seu lado e, se você sentir alguma coisa, me avise. Pode apertar minha mão, se quiser. – ela fala e eu concordo.
- Qual o seu nome? – indago após algum tempo.
- Kate. – ela fala, sorrindo cordial.

O que era para ser um dos momentos mais maravilhosos de toda a minha vida se tornou quase uma sessão de tortura. gritava, fazendo força, enquanto segurava a mão de uma enfermeira. Logo, outros funcionários da companhia vieram acompanhar, me dando apoio suficiente para assistir aquilo.

Você precisa fazer mais força. Está perto de sair.

Ouço o obstetra dizer e eu agarro a mão de alguém, sem me importar quem era. Aquilo estava sendo mais angustiante do que pênalti em final de copa do mundo.
gritou mais uma vez, enquanto dizia palavras desconexas. Naquele momento, eu sabia que ela chorava.
Estávamos em silêncio, até que um choro audível tomou conta de toda a sala de parto e toda a aeronave. Todos ao meu redor comemoravam, gritando, enquanto eu ainda olhava para o celular; mais precisamente, para o pequeno ser embrulhado num pedaço de pano, que não parava de chorar.

- Parabéns! – alguém exclama, e eu sorri agradecido e emocionado demais para poder falar algo.

se aproxima de , que segurava aquela criança. Ela chorava, e logo eu retorno a chorar observando aquele pequeno ser, ainda sujo de sangue e do liquido da placenta.

- Qual o sexo? – indago, mordendo o lábio em expectativa.
É... Ela deu uma pausa, conferindo por dentro do pano, olhando para a câmera do celular em seguida. Que tal você descobrir quando chegar, garanhão?
- , por favor, não faz isso. – imploro, ouvindo a risada de minha esposa. – Você vai ter coragem?
Vou sim. E não deve faltar tanto para você chegar, né?
- Ei, cara, onde estamos? – indago num sussurro para algum comissário de bordo.
- Estamos sobrevoando a Europa, senhor. – o rapaz fala, me fazendo bufar.
Você aguenta mais um pouco.
- Isso não se faz! Vai ter volta! – exclamo, ouvindo sua risada.
Bom, agora ele ou ela, vai para o berçário, e irão fazer toda a ficha. Dá tchau pro papai.

E ela levantou uma mãozinha, acenando para o telefone, e logo a ligação foi encerrada.
Envio uma mensagem para mamãe, mas ela prontamente me ignorou, e eu sabia que seria impossível arrancar informação de alguma outra pessoa.
E meu voo, que de péssimo foi para ótimo, voltou para a escala zero. E olha que não havia acontecido nem metade dele.


(...)



Quando eu saio do avião, pego minha mala, correndo por entre as pessoas para pegar um táxi e sair logo dali.


- Ei, você é , o ator! – o taxista exclama assim que entro em seu carro. – Pode tirar uma foto comigo?
- Claro. – falo, pousando para uma selfie. – Agora, por favor, vá para a Maternidade.

E ele concordou, dirigindo rapidamente. A corrida não deu nem trinta dólares, mas eu lhe dei o triplo, nervoso e ansioso por aquele momento.
Já passava das dez da noite aqui, e tudo estava quieto. Poucas pessoas na recepção, alguns funcionários do lado de fora, conversando ou fumando.
Estava indo falar com a recepcionista, quando avisto sentada numa das cadeiras, bebendo algo num copo que eu não soube identificar se era café ou água.

- Você finalmente chegou! – ela exclama, correndo em minha direção. – E está suado.
- Eu corri pelo aeroporto para pegar um táxi para vir o mais depressa possível. – falo e ela concorda, fazendo uma careta e endireitando meus cabelos. – Como estão?
- Ótimos. Essa criança é tão linda. – ela fala, sorrindo em seguida. – Parabéns, maninho.
- Obrigado. E tem como eu entrar agora? – indago e ela concorda, falando com a recepcionista.
- Me dá sua identidade. – fala, pegando minha carteira em meu bolso da calça jeans que eu usava.

Depois de alguns minutos, consigo o passe de acompanhante. Agradeço , indo para o elevador e apertando o botão do andar da maternidade.
Depois de alguns minutos, as portas se abrem, e eu saio do cubículo. Caminho depressa, encontrando o quarto de , que estava com o nome dela, somente. Ela havia pensado em tudo.
Abro a porta com calma, vendo a TV ligada num canal qualquer. A luz estava apagada, então a claridade vinha do eletrodoméstico.
Quando apareço em seu campo de visão, ela sorriu. Ela estava sentada dando de mamar para a criança, que era um tanto cabeluda. Fecho a porta cautelosamente, caminhando em direção à cama.

- Até que enfim você chegou. – ela sussurra, tocando minha mão com o polegar. – Eu preciso que vocês se conheçam.

Concordei, passando álcool em gel nas mãos e nos braços, sentando na pontinha da cama.

- , essa é a nossa pequena . – ela fala, sorrindo e esticando a garotinha em minha direção. – , esse é o seu papai, .

E eu sorri, quase rasgando meus lábios, de tamanha felicidade. Segurei a pequena em meu colo, que dormia, fazendo biquinho, como se estivesse sonhando estar mamando ainda. Sinto uma lágrima escorrer e eu rapidamente limpo com a manga da camiseta, passando meu polegar pelos cabelos dela.
Era uma menininha. A minha garotinha.

- Obrigado. – falo, olhando em seus olhos após longos minutos admirando aquela criancinha em meus braços. – E me perdoe por ser um dos caras mais imbecis do mundo todo. Eu não mereço ter uma mulher como você.
- E nem eu mereço ter você, , mas veja só, estamos juntos nessa. – ela fala, sorrindo e ajeitando os cabelos. – Agora, se me der licença, preciso dar um jeito em mim. Você não vai aguentar ficar me olhando por tanto tempo com essa cara.
- Pra mim, você continua sendo uma das pessoas mais lindas do mundo. Só perde para essa garotinha aqui. – falo, apontando com a cabeça para a pequena dorminhoca em meus braços.
- Sabia que iria acabar sendo sua segunda opção quando você a conhecesse. – fala, gargalhando em seguida.
- Você nunca será minha segunda opção. – falo, e ela se inclina, dando um beijo em minha bochecha. – Eu estou suado.
- Não me importo. Você continua sendo uma das pessoas mais lindas do mundo, também. – ela fala, sorrindo em seguida.

O que eu fiz para merecer na minha vida? O que eu fiz de bom grado para ter a mulher dos meus sonhos?
Eu não a merecia. Nem mesmo um por cento de tudo que ela é. E, mesmo assim, eu a tinha. Ela era minha, assim como eu era dela. E sempre seria.
Estava pensando, quando sinto aquele serzinho se mexer em meus braços. Arregalo os olhos, observando a pequena abrir seus olhinhos pequenos e olhar em minha direção.

- Ela acordou. – diz, acariciando o couro cabeludo de com um dos dedos. – Ei, pequena, esse bonitão aqui é o seu papai.
- Acho que precisamos fazer uma foto em família. – falo, sorrindo e pegando meu celular em meu bolso.
- Ah, ok. – ela fala, sorrindo e parando do outro lado, beijando a minha bochecha.

Tirei duas vezes, me certificando de que a foto havia ficado boa. E ela realmente estava.

- está louco atrás de noticias. – falo, guardando o celular no bolso.
- Como ele te liberou? – ela indaga, endireitando-se na cama.
- Ele não me liberou muito por vontade própria. Eu disse que, de um jeito ou de outro, eu estaria aqui. – falo, dando de ombros. – Ele pediu para que eu dissesse a ele o sexo assim que eu descobrisse. Mas a minha esposa prolongou todo um sofrimento e eu acabei de descobrir a cinco minutos.
- Você fala como se fosse um tipo de crime. – ela fala, rindo em seguida. – E você sabe que eu te amo, né?
- Eu também amo você. – falo, colocando no berço, parando ao lado de minha esposa. – Ficaremos juntos para sempre?
- Até você se enjoar de mim. – ela fala, olhando em meus olhos.
- Impossível. – falo, beijando seus lábios em seguida, matando toda a saudade que eu tinha daquilo.





Fim



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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