Fanfic finalizada

Capítulo Único

Joguei a mochila surrada que peguei do armário de pela janela, que caiu em cima do gramado que ficava abaixo de minha janela.
— Você vai me avisar quando chegar lá? – indaga, controlando seu tom de voz. – Eu prometo que irei lá te ver assim que eu puder.
Sorri, abraçando-o pela última vez. Ele beijou minha bochecha, me apertando ainda mais entre seus braços.
Ao contrário de tudo que estava prescrito para um relacionamento entre irmãos, eu e nos dávamos bem até demais. Sempre fomos melhores amigos, mesmo com nossa diferença de idade. Brigávamos quando ele não me deixava ficar com algum de seus amigos da faculdade ou quando ele dava em cima de minhas poucas amigas.
é meu irmão mais velho. Temos uma diferença de seis anos, mas parecia que éramos gêmeos, já que ele não envelheceu tanto. Ele cursou sua faculdade de Engenharia Civil, morava em Washington DC e tinha uma vida perfeita, com uma namorada quase modelo e um apartamento espaçoso.
E eu? Bom, eu acabei de completar dezoito anos. Meus pais sonhavam que eu seguisse os passos de meu querido irmão ou que eu me tornasse uma grande advogada como meu pai era, mas aquilo era tudo que eu não queria.
Eu amava música. Amo, na verdade. Minha vida era dedicada à música e ser uma grande cantora num futuro próximo, mesmo que isso fosse contra tudo o que meus pais quisessem para mim.
Minha mãe acreditava que eu não teria algum futuro nessa área, enquanto meu pai acreditava que eu iria acabar fazendo coisas mais pesadas, como me prostituir ou virar traficante. Eram pensamentos retrocessos, escrotos e bastante depressivos, mas nada que não me fizesse desistir de meu grande sonho.
Foi, então, que eu descobri uma competição amadora na Califórnia. Não era grande coisa, mas me garantia um prêmio em dinheiro, o suficiente para me lançar no mercado musical e tentar me manter.
Estava descendo quando vejo o carro de , meu melhor amigo. Éramos companheiros de longo tempo, mesmo que fôssemos tão diferentes.
tinha uma planilha de toda a sua vida. Completou dezoito poucos dias antes de mim, estava com os dois pés em Yale para estudar Ciências Políticas e era totalmente metódico, entediante e monótono. Ele me apoiava em meu sonho, mas não queria ir junto comigo nessa loucura.
Bom, depois de longas semanas o convencendo, lá estávamos nós, saindo de Wisconsin e indo para Califórnia.
Quando peguei minha mochila, vejo Boris, meu Pitbull, dormindo em sua casinha. Ele levantou seu rosto, vindo até mim em seguida.
— Seja um bom garoto! vai cuidar de você. – falo, acariciando seu rosto, enquanto ele lambia minha mão.
Depois de alguns minutos, coloco a mochila em meu ombro, correndo pelo gramado para o carro de meu amigo, que me esperava impacientemente dentro do automóvel, um legítimo Escort XR3 que ele herdou de seu pai e estava tão bonito quanto um carro desse ano. cuidava daquele carro como se fosse um filho e eu zoava dele, enquanto ele dizia pela milésima vez que eu apenas tinha inveja dele ter um carro e eu não.
— Você está atrasando tudo! – ele diz, bufando e ligando o carro em seguida.
— Desculpe, . – falo, colocando a mochila no banco traseiro.
— Você só vai levar isso de roupa? – ele indaga assim que muda de marcha, virando o volante em seguida. – Você acha que irá sobreviver somente com isso de roupa?
— Acho, . Agora, podemos ir? Ou você vai me dar instruções? – indago, ouvindo meu amigo bufar em seguida. – Você trouxe mesmo o necessário?
— Colchonetes, barraca, repelentes... Sim, , eu trouxe! – ele diz, rolando os olhos em seguida.
E logo saímos da rua de nossas casas, e eu senti meu coração disparar. Aquilo era normal quando se fazia algo errado, não é?
— Não me diz que você está cogitando voltar pra casa com essa cara de assustada! – exclama, enquanto mexe no rádio do carro. – Você não ficou semanas me convencendo a atravessar o país pra você desistir assim, sem mais, nem menos.
— E se acontecer algo? Se meus pais colocarem a polícia na minha cola? – indago, ouvindo sua risada.
— Por mais que todos os adolescentes normais lancem vídeos no Youtube fazendo covers, você está indo atrás do que você acredita ser o pontapé da sua carreira, e eu acho isso bom. Mesmo que eu seja seu motorista por quase quatro dias. – ele diz, e logo segura minha mão, beijando a mesma em seguida. – Você não pode ficar pensando nisso, ok?
— Você está com fome? – indago, mudando de assunto e soltando nossas mãos. – Eu trouxe alguns pedaços de pizza da noite anterior. Não estão tão quentinhos, mas...
— Eu aceito. – ele diz, estendendo a mão. Eu entrego um pedaço para ele, pegando um para mim. – Você escolheu a música que vai cantar?
— Ah, não... – falo, colocando meus pés no painel. – Pensei em uma música atual, ou uma que representasse muito para mim.
— Que seja, contanto que você tire os pés do meu painel. – ele diz, empurrando minhas pernas para baixo, me fazendo bufar. – Eu o lavei todinho. Você não pode simplesmente fazer isso.
— Eu deveria ter encontrado outra pessoa para fazer isso. – falo, apoiando minha cabeça no vidro em seguida.
— Claro, todos seus amigos iriam com você para a Califórnia no meio da noite e perto do fim do ano letivo. – fala.
— Você sabe que sim. – falo, dando de ombros em seguida.
— Você não os chama porque sabe que eles não iriam numa loucura com você, nem se fosse para ir numa festa. – fala, me fazendo gargalhar. – Admite que nós sempre seremos uma dupla.
— Eu preciso falar mesmo?! – falo e ele gargalha. – Eu posso dormir? Ou você quer que eu fique de companhia?
— Pode dormir. – ele fala, sorrindo em seguida. – Quando pararmos, eu irei avisar a você.
Concordei, colocando o banco mais para trás, encolhendo meu corpo no banco e me cobrindo com um casaco que eu trouxe na mochila.
(...)

Onze chamadas perdidas. Três eram de , minha melhor amiga, que ainda estava Wisconsin sem alguma noticia minha. Duas eram de , que me enviou uma mensagem, dizendo que mamãe e papai estavam malucos atrás de mim. E seis eram de mamãe, que não deixou nenhuma mensagem na caixa postal.
Ok, eu estava entrando em pânico. Apoiei meu corpo na pia do banheiro do posto de gasolina, encarando a tela de meu celular. A bateria estava cheia, já que eu não poderia usá-lo, pois eu não sabia quanto tempo levaria para chegar num local seguro.
Saio do banheiro com o rosto molhado pela água gelada da pia. estava conversando com um frentista, e eu fui direto para a loja de conveniência. Eu precisava de alguma comida, ou poderia desmaiar ali mesmo.
Estávamos na Interstate, perto de Iowa, quando resolvemos fazer a nossa primeira parada. Precisávamos ir ao banheiro, e pediu para comprar comida, já que toda nossa pizza foi embora durante o café da manhã, enquanto eu dirigia por algum tempo para que ele pudesse descansar.
Peguei alguns pacotes de Lays e Doritos, além de uma garrafa de refrigerante. Caminhei em direção ao caixa, esperando na fila até a minha vez, o que não levou muito tempo.
— Ah, você está aqui! – ouço a voz de falar ao meu lado. – Bem que o frentista disse que viu você passando para cá.
— Minha mãe me ligou. – falo e ele para na minha frente com seus olhos arregalados. – Seis vezes.
— Acha que ela vai fazer algo? – ele indaga.
— Eu sinceramente não sei. – falo, e ele me abraça rapidamente. – O que você está fazendo?
— As pessoas fazem isso para passar conforto uma para as outras, . – ele fala, acariciando meus cabelos durante nosso contato físico no mínimo constrangedor. – Eu estou com você, e também, mesmo que ele não esteja presente. Ok?
— Ok. – falo e me desvencilho dele, olhando em seus olhos cobertos pelos óculos de grau. – O que acha de irmos comer algo num restaurante de verdade?
— Não podemos gastar todo o dinheiro. – fala, abraçando-me pelos meus ombros.
Aquilo estava sendo constrangedor. E eu sentia algo inexplicável dentro de mim, que insistia em querer ficar mais tempo ali, nos braços magricelos de meu melhor amigo. E, por dentro, mesmo que minimamente, eu precisava saber se era recíproco.
Finalizamos nossas compras, indo para o carro. iria dirigir, iríamos para um restaurante ali perto e, depois, pararíamos para dormir num hotel beira de estrada.
Enquanto ele dirigia, eu fiquei no banco de trás, treinando para cantar alguma música, mas seus olhares nada discretos e um sorriso de canto sempre me chamavam mais a atenção do que a letra e melodia da música.
— Eu estava desacostumado a ver e ouvir você cantar. – ele fala, e vejo suas bochechas ficarem avermelhadas. – Continua...
— Presta atenção na estrada. – falo, indo para o banco da frente em seguida. – , você acha que eu vou ganhar?
— Se eu fosse jurado, eu escolheria você. – ele fala, sorrindo para mim em seguida, deixando meu coração levemente acelerado.
— O público poderá escolher depois. – falo e ele arregala os olhos.
— Então votarei em você um milhão de vezes. – ele fala, me fazendo gargalhar além de, é claro, sentir as bochechas esquentarem.
Como ele conseguia isso, eu não sabia. Mas eu gostava.
Chegamos a um restaurante poucos minutos depois, e o mesmo estava bastante cheio, o que nos fez sentar no balcão. Havia um enorme grupo de motoqueiros por ali, que conversavam entre si e, de vez em quando, assediavam algumas das garçonetes.
Estava terminando minhas fritas, quando ouço uma bandeja virar, e uma garçonete no chão. Do lado, um grupo de motoqueiros gargalhava, soltando palavras em tom pejorativo, inferiorizando a mulher, que se segurava para não chorar.
! – ouço exclamar quando me levanto, caminhando em direção a funcionária, que tentava não se cortar com os pedaços de vidro do copo que carregava.
— Vocês não têm um pouco de noção? – indago, sentindo todos os olhares deles sobre mim.
— Do que você está falando, criança? – um deles indaga, mexendo na barba gigante e asquerosa, que parecia nunca ter sido lavada.
— Vocês não podem ouvir um “não” que já partem para a humilhação? – indago, ajudando a garota a se levantar. – O que vocês estão fazendo é ridículo, e eu sinto pena das mães de vocês, que com toda certeza não os criaram para falar asneiras por aí.
— Quem você pensa que é? – um rapaz bem mais novo do que o primeiro indaga, retirando seus óculos escuros. Ele segura em meu braço, apertando seus dedos, e eu sabia que deixaria marca ali.
— Ela está comigo. – fala, e eu suspiro, olhando-o nos olhos. – E, por favor, solte-a.
— Oh, o namoradinho valentão vai ajudar! – ele fala, arrancando algumas gargalhadas pelo local. – Eu não tenho medo de você.
, não... – resmungo e ele nega, caminhando em minha direção.
— Eu já te pedi para soltar. – meu melhor amigo diz, antes de colocar seus óculos de grau no balcão.
Antes que eles pudessem fazer algo, dou um pisão no pé do nojento que me agarrava, além de chutar seu joelho, correndo para fora da lanchonete, não antes de deixar o dinheiro com a garçonete, que sorriu agradecida.
Entramos no carro e o mesmo não ligava, deixando tudo ainda pior. O grupo de motoqueiros se aproximava, e meu coração iria sair pela boca a qualquer segundo.
Depois de alguns segundos e dois toques no vidro ao meu lado, o carro liga, e arranca dali com tudo, dirigindo na velocidade acima da permitida.
— Será que eles virão atrás de nós? – indago, gargalhando em seguida.
— Eu espero que não. – ele fala, olhando em meus olhos depois. – Você quase nos meteu numa furada.
— Eu precisava fazer alguma coisa, . Aquilo estava me deixando nervosa. – falo, cruzando meus braços em seguida, fazendo o mais velho sorrir. – O que houve?
— Você machucou aquele cara, ! – ele exclama, me fazendo gargalhar. – Preciso de aulas de autodefesa. É sério!
— Eu posso te ajudar, antes de você ir para Yale. – falo e ele suspira. – O que foi?
— Está tudo passando tão rápido. Parece que ontem mesmo estávamos brincando no quintal. – ele fala, me fazendo rolar os olhos.
— Para com a sessão nostálgica. – falo, gargalhando em seguida.
Continuamos dirigindo por mais algumas horas, e logo estava de noite, quando encontramos um pequeno hotel de beira de estrada. Demos nossos nomes e pagamos uma parte da nossa hospedagem de uma noite, e fomos para o quarto, que ficava num dos primeiros andares.
— O que acha de irmos para a hidromassagem? – indago enquanto tiro meus tênis, pegando por chinelos em minha mochila.
— Será que podemos? – indaga e eu dou de ombros, prendendo meus cabelos e caminhando com ele para o lado de fora do quarto, puxando-o para descermos as escadas e caminharmos depressa até a hidromassagem, que estava vazia.
Quando chegamos, foi o primeiro a entrar, tirando sua camisa antes.
— Você não vai entrar? – ele indaga.
— Preciso que você feche seus olhos. – falo e ele rola os olhos. – É sério.
— Pra quê? – ele indaga, mexendo em seus cabelos novamente.
— Eu preciso tirar minha roupa, e não vou fazer com você me olhando. – falo, cruzando os braços em seguida. – É sério, ! Eu tenho vergonha.
— Ok, , o que você não me pede sorrindo que eu faço chorando? – ele indaga, me fazendo gargalhar ironicamente.
Ele tampou os olhos, e eu aproveito e retiro a roupa rapidamente, entrando na hidromassagem pouco tempo depois.
— Viu? Foi rápido. – falo e ele deu de ombros. – Você me espiou?
— Claro que não. – ele fala, fazendo uma careta, e eu sabia que ele estava mentindo.
— O que você achou do meu sutiã? – indago, sorrindo de lado.
— Roxo não é minha cor preferida. – ele fala, dando de ombros.
— Seu tarado! Como você sabia que eu estava usando roxo? – indago e ele arregala os olhos. – Você me espiou!
— Eu deduzi que você estivesse usando roxo. – ele fala, e eu jogo água em seu rosto.
— Você olhou, . – falo gargalhando. – Essa será a única vez que você verá num conjunto de lingerie.
Ficamos em silêncio por um longo tempo. Eu encostei a cabeça na borda da hidro, observando as estrelas brilharem no céu, enquanto aproveitava a água quente.
— O que será de nossas vidas depois de tudo isso? – indaga, quebrando o silêncio.
— Do quê, exatamente? – indago, olhando em seu rosto em seguida.
— De tudo isso. Da competição, da minha ida para Yale. – ele fala, e eu suspiro. – Iremos seguir rumos diferentes.
— É eu ainda tenho minha audição para Julliard. – falo, sorrindo de lado. – Eu não sei, .
— Eu gostaria de saber se eu ainda continuarei com você. – ele fala, e eu sinto meu coração disparar. – Se iremos continuar assim, unidos.
— Bom, eu espero que sim. – falo, tentando controlar meus batimentos, ao mesmo tempo em que tentava não demonstrar meu nervosismo. – E, se você quiser, pode ir me visitar. Connecticut não fica tão distante assim. Pelo menos não de Nova York.
— Talvez eu te veja fazendo o que você quer. – ele fala, sorrindo em seguida. – Só me deixe na primeira fila.
— Eu posso te colocar nos bastidores. – falo, mandando uma piscadela para ele, que gargalhou. – E você?
— Talvez eu seja prefeito de Bayfield. – ele fala, dando de ombros. – Eu não sei.
— Tenho certeza que nossa cidade estará em boas mãos. – falo e ele sorriu, parando ao meu lado. – O que houve?
— Por que não esquecemos nosso futuro e pensamos no agora? – ele indaga, e logo sua mão toca a minha por baixo da água, e eu solto o ar mais pesado do que o normal.
Antes que ele pudesse fazer algo e eu também, ouço um barulho nas caixas de som espalhadas pelo local, e eu me afasto rapidamente, olhando em seus olhos por longos segundos, antes de me levantar e sair da hidro.
O que ele está fazendo comigo, afinal?
(...)

Era nosso terceiro dia na estrada. dormia ao meu lado, e eu tentava me concentrar na estrada, e esquecer o ocorrido da noite anterior. Ou o quase ocorrido.
Coloquei algumas músicas para tocar no rádio, cantando baixinho para não acordá-lo, pois sabia que ele estava cansado.
— Que horas são? – ele indaga com a voz rouca e eu sinto um arrepio percorrer todo meu corpo.
— Bom, já está de noite. Deve ser mais de nove horas. – falo e ele arregala os olhos.
— Você está dirigindo há bastante tempo. – ele fala, bocejando em seguida. – Eu posso dirigir pela noite.
— Precisamos descansar. E comer algo. – falo, ouvindo meu estômago roncar.
— Nós não almoçamos, né? Ou pelo menos aquilo não foi um almoço. – ele fala, esticando seus braços. – O que acha de pararmos num posto de gasolina e comermos algo na loja de conveniência.
— Você tem certeza? – indago e ele concorda.
Dirigi por mais algum tempo, e logo encontro um posto de gasolina, que estava funcionando. Estacionamos perto da loja, e eu fui para o lado de dentro do estabelecimento, enquanto verificava algumas coisas no carro e do lado de fora.
— Um frentista disse que podemos passar a noite aqui. – ele fala assim que se senta ao meu lado, segurando dois sanduíches para nós e uma garrafa de refrigerante. – O que você acha?
— Por mim, tudo bem. – falo, dando de ombros em seguida. – Você está de acordo?
— Claro! – ele fala, dando uma mordida em seu lanche. – ?
— O quê? – indago, olhando dentro de seus olhos em seguida.
— Você está me evitando. – ele fala, tocando minha mão por cima da mesa. – E, se for pelo que quase aconteceu ontem, não precisa se preocupar.
... – começo, suspirando em seguida. – Você sabe se tem algum banheiro aqui? Eu preciso de um banho.
— Precisamos ver com o frentista. – ele fala, dando de ombros em seguida.
... – começo a falar e ele se vira para mim, e eu caminho em sua direção, parando perto dele e dando um beijo perto de seus lábios. – Eu não estou te evitando.
Não sabia de onde vinha toda a coragem necessária para tal feito, mas eu sabia que necessitava fazer aquilo, mesmo que não soube exatamente o motivo.
Depois de verificar se havia ou não um chuveiro no posto e descobrir que existe, tomei um banho depressa, com medo de que entrassem naquele cubículo que se chamava banheiro e fizessem algo comigo.
Terminei, encontrando deitado no capô do carro, com o tronco sobre o vidro, olhando para cima, totalmente distraído de tudo ao seu redor, inclusive de que eu o observava.
Caminhei em sua direção, colocando a mala no banco do carona, deitando ao seu lado.
Não sei se foi por pura necessidade, mas segurei sua mão, continuando a olhar para o céu, enquanto, por reflexo, via um sorriso surgir em seu rosto.
— Já, já chegamos à Los Angeles. – ele fala, quebrando o silêncio de longos minutos.
— E depois de amanhã é a competição. – falo, ainda não virando para olhá-lo. – E se não der certo?
— Você é uma das melhores cantoras que eu já tive o prazer de conhecer. E eu sei que você é capaz de algo. – ele fala, entrelaçando nossos dedos em seguida. – E eu não falo isso por ser apenas seu melhor amigo. Eu conheço o seu talento, . E sei da magnitude dele. E falo com convicção de que você irá conseguir algo.
— Eu queria que eles estivessem aqui. – sussurro, brincando com a barra de minha camiseta. – Queria que eles me vissem fazendo o que eu realmente quero.
— Eles iriam querer vir, ? – indaga, e logo ele se aproxima ainda mais, me fazendo apoiar a cabeça em seu ombro. – Eu realmente quero que eles apareçam aqui, porque sei o quanto isso importa para você. Mas eu não quero que eles venham falar alguma coisa que vá te fazer sentir-se mal.
— Eles são uma verdadeira incógnita para mim. – falo e ele sorriu de lado. – E ? Será que ele vem?
— Provavelmente. Eu não sei como ele não veio atrás de você. – fala, me fazendo gargalhar. – E não sei como ele aceitou que você viesse comigo.
— Ele não te considera uma ameaça. – falo, dando de ombros.
— Ah, quer dizer que eu não sou uma ameaça para o seu irmão? – ele indaga, ficando por cima de mim, colocando os óculos na lataria. – E pra você? Eu sou?
— Não?! – falo, olhando em seus olhos por longos segundos.
deu um sorriso, e uma de suas mãos tocaram minha cintura, enquanto a outra estava do lado da minha cabeça.
Ele não cortou nossa troca de olhares, e tampouco eu. Eu já respirava pela boca, afetada demais para falar algo ou pensar. Eu só queria que ele fizesse algo, eu realmente queria.
Antes que ele pudesse se aproximar ainda mais, ouvimos o barulho de um carro se aproximando, afastando nossos rostos. Suspirei enquanto bufava de raiva, jogando-se ao meu lado, voltando a encarar o céu estrelado.
— Eu acho que vou dormir. – falo, sentando em seguida. – Vai ficar aí?
Ele concordou, e eu desço do capô, abrindo a porta do carro e entrando no mesmo, cobrindo-me com o casaco que me emprestou para a viagem.
Duas coisas me incomodavam o bastante para não me deixar dormir: 1— a luz do poste do outro lado da estrada, que iluminava totalmente o carro, deixando uma claridade horrível; 2— os sentimentos confusos que aconteciam em meu interior em relação ao meu melhor amigo, que ainda permanecia deitado do lado de fora do carro, não tão preocupado quanto eu. Pelo menos era o que eu pensava.
Consegui pegar no sono após entrar no carro, colocando alguma coisa para que pudesse tampar um pouco a claridade em meu rosto.
— E você? – indago enquanto ele ajeita sua jaqueta preta em frente ao meu lado do vidro.
— Eu vou ficar bem. – ele fala, beijando minha testa em seguida. – Agora, descansa. Você precisa de uma boa noite de sono.
Concordei, sorrindo e fechando os olhos, pegando no sono novamente.
(...)

She’s eighteen and a beauty Queen. She makes the boys feel so weak. canta a letra da música do The Maine, nossa banda favorita. – It’s all for her or not at all. She’ll pick you up just to watch you fall.
Acordamos no dia seguinte com ainda mais disposição. Já havia passado da hora do almoço, e estávamos bem mais perto da entrada de Los Angeles.
— Até que você não canta tão mal, . – falo, arrancando uma gargalhada irônica do rapaz ao meu lado. – Poderíamos fazer uma boa dupla.
— Dispenso, . Meus únicos fãs são: meu shampoo, meu sabonete, meu condicionador e minha loção pós barba. – ele fala, me fazendo rir. – Você foi uma exceção.
— Oh, então assim que chegarmos a casa, eu irei montar um fã-clube. – falo e ele gargalha, negando com a cabeça. – E seus pais? Como eles reagiram?
— Mamãe pirou quando eu disse o que iria fazer. Meu pai me apoiou, e deu dinheiro para a gasolina. – ele fala, dando de ombros em seguida. – Ele disse que era tudo pelo fim do meu ensino médio.
— Você tem noção de que, daqui a alguns dias, é o nosso baile de formatura? – indago, colocando as mãos nas têmporas, as massageando. – É insano!
— Sim, e você tem companhia, certo? – ele indaga.
— Não. Dispensei todos. Eu iria sozinha. – falo e ele suspira. – E você?
— Vou com você. – fala e eu gargalhei. – Acha que eu estou brincando?
— Não. Eu sei que não. – falo, sentindo minhas bochechas quentes. – E você acha que eu quero?
— Você aceita ir ao baile comigo? – ele indaga, e eu ri fraco antes de concordar com a cabeça.
Ficamos em silêncio, até que avisto o letreiro da entrada de Los Angeles, e sinto meu coração acelerado. me olhou, dando um sorriso, antes que eu pudesse relaxar no banco onde eu me encontrava.
— Você sabe onde fica tudo, certo? – ele indaga enquanto dirigia pela cidade dos meus sonhos. – Onde vai ser tudo.
— Eu sei. – falo e ele concorda. – O que acha de comermos algo? Eu preciso avisar a !
— Tudo bem, nós vamos parar numa lanchonete qualquer. – ele fala, e eu sorri animadamente.
Dirigimos por alguns minutos, até acharmos uma lanchonete. Entramos, e nos sentamos numa mesa encostada na parede do fundo, totalmente distante de todos ali.
Peguei meu celular na bolsa. Por sorte, o mesmo não descarregou, ou então eu estaria encrencada.
Procurei na lista de chamada o número de , e logo achei, ligando para ele.
— Você quer me matar do coração, ? Eu quase morri sem noticias suas!
— Ei, se acalma! – falo, gargalhando em seguida.
— Não vejo graça nenhuma nisso. Como você está? Aconteceu alguma coisa? está com você, não está?
— Estamos bem, e não aconteceu nada, relaxa. – falo, bufando em seguida. – Só liguei para avisar que eu finalmente cheguei.
— Irei pegar um voo daqui a pouco e chego aí.
— Mamãe e papai estão bem? – indago após alguns segundos em silêncio.
— Eles estão bravos, mas tudo irá se resolver.
— Você consegue convencê-los a vir? – indago, percebendo os olhos arregalados de em minha direção. – Isso é importante demais.
— Posso tentar, maninha, mas não posso te prometer nada. Você sabe como eles são.
— É eu sei. Só de você tentar já ajuda muito. – falo, segurando a vontade de chorar.
— Não chora, tá? Não importa o que aconteça você é a minha campeã. E eu sempre vou te apoiar nessa vida.
— Eu amo você. – sussurro, sentindo uma lágrima cair em seguida. – Preciso desligar. Você vem mesmo?
— Não perderei isso por nada nesse mundo!
Gargalhei, mandando um beijo para ele e encerrando a ligação. me encarava em silêncio.
— Você quer falar algo? – ele indaga, ajeitando os óculos em seu rosto.
— Estou com fome. – falo e ele gargalhou, se levantando e indo até o balcão, deixando-me sozinha.
Respondi as mensagens incessantes de , falando para ela meu verdadeiro paradeiro no momento, enquanto tentava não ligar para mamãe ou papai, que deveriam estar subindo pelas paredes nesse exato momento.
Depois de longos minutos, volta para a mesa, sentando-se ao meu lado dessa vez, passando seu braço por cima de meus ombros, puxando-me para mais perto de seu corpo quentinho.
— Você já decidiu sua música? – ele indaga, brincando com um pacote de açúcar que estava em cima da mesa.
— Ainda não. – falo, suspirando em seguida. – Mas, até amanhã, eu já decidi.
Nossos pedidos chegaram momentos depois, e eu agradeço a garçonete, que sorriu maternalmente para mim, antes de sair de perto.
— Você pediu um X-Burger para mim? – indago enquanto olho para o sanduíche na minha frente. – Com fritas?
— O seu preferido. – ele fala enquanto coloca o canudo no meu copo de suco.
— Está tentando me conquistar pelo estômago? – indago enquanto coloco um pedaço de batata na boca.
— Está funcionando? – ele indaga, me fazendo rir. – Levarei isso como uma resposta positiva.
Neguei com a cabeça, batendo em seu braço.
Ficamos o restante do almoço rindo de algumas coisas que falávamos, e, por mais ansiosa que eu estivesse, estava me ajudando a parar de pensar nisso.
Eu dirigi para um hotel pequeno que havia encontrado pela internet. Quando chego, estaciono o carro, acordando , que havia cochilado logo após entrar no carro. Entramos no prédio, que não parecia ser de péssima qualidade, mas seria o suficiente para dois jovens sem dinheiro passar uma noite.
Entramos no quarto e ficamos sentados numa das camas de solteiro, conversando até que anoitecesse e ficássemos com fome.
— Tem biscoito na minha mochila. – falo enquanto ele se levanta.
— Acha que podemos comer? – ele indaga, pegando o pacote grande de Doritos.
— Por que não poderíamos? – indago e ele dá de ombros, vindo em minha direção em seguida.
Ficamos ali, comendo e conversando, tentando não sujar os lençóis com as evidências de nosso pequeno “delito”. Quando foi para o banheiro colocar seu pijama, senti falta de ar novamente, além de ouvir meu coração batendo fortemente.
— Você está bem? – ele indaga quando sai do banheiro, abrindo as janelas. – , por favor, não passa mal.
— E se nada der certo? – indago, sentindo minha voz sair com dificuldade. – Eu quero desistir.
— Depois de estarmos aqui? – ele indaga, sentando-se ao meu lado. – , você me fez atravessar o país num carro e com quinhentos dólares em busca de seu sonho. Eu vim, eu precisava te apoiar. Eu só não quero que desista, ok?
— Pra você falar, é fácil, . – falo, retomando a minha respiração. – Eu vou me acalmar.
Ele se levantou, pegando uma garrafinha d’água no frigobar, me entregando em seguida. Sorri agradecida, dando um longo gole no liquido, que descia com dificuldade em minha garganta.
— Você quer que eu faça mais alguma coisa? – ele indaga e eu nego, deitando em minha cama. Ele se deitou na dele, apagando a luz do quarto. – Boa noite.
Fiquei paralisada apenas encarando o teto. Faltavam poucas horas para realizar o que eu vim fazer, mas tudo que eu queria, naquele momento, era fugir. E, mesmo que fosse uma péssima opção, ela parecia ser a mais fácil.
Levantei da cama, deitando na cama de , que tomou um susto.
— Eu posso ficar com você? – indago e ele concordou, cobrindo a nós dois com a manta dele e puxando-me pela cintura, aproximando nossos corpos. Ele apoiou sua cabeça em meu ombro, e eu toquei seus cabelos, afagando por algum tempo, até conseguir finalmente pegar no sono.
(...)

’s POV

Eu estava em frente ao palco, no meio da multidão que não parava de crescer. Aquela competição deveria ser bem famosa por aqui.
Eu olhava para o celular pela milionésima vez naqueles últimos dez minutos desde que foi para os bastidores. Não havia mensagem dela, tampouco de , avisando que havia chegado para poder assistir a apresentação da irmã.
— Boa noite, senhoras e senhores. – O locutor e apresentador fala no microfone, fazendo todos ao meu redor gritarem e baterem palmas. – Eu sou o seu apresentador de sempre, e vocês já devem saber o meu nome, certo?
As pessoas gritam algum nome que eu não soube distinguir, batendo palmas loucamente.
— Vocês já sabem como funciona certo? Cada participante terá direito a cantar duas músicas, sejam covers ou autorais. O primeiro voto será dos jurados, e o segundo será de toda a platéia. Será que teremos um favorito nessa noite? – o homem indaga, sorrindo em seguida. – Para isso, vocês precisam entrar no Facebook do evento. Assim que começar a segunda parte, será disponibilizada uma enquete, onde vocês poderão votar naquele que mais os agradou nessa noite. Estão preparados?
Por sorte, era organizado em ordem alfabética, o que fazia com que não fosse logo a primeira.
! – ouço alguém exclamar e, quando olho, vejo , ele estava abraçado a sua namorada. – Ela ainda não cantou né?
— Não. É por ordem alfabética. – falo e ele suspirou aliviado.
— Essa é Tessa, minha namorada. Tessa, esse é , o vizinho apaixonado pela minha irmã. – fala, me fazendo gargalhar ironicamente. – Eu trouxe mais alguém.
— Quem? – indago, me virando para trás, vendo os pais de , junto de , melhor amiga da minha vizinha. A mais nova sorriu para mim, acenando em seguida.
Eu queria começar a explicar, mas eu sabia que não seria poupado, ainda mais pelo Sr. , que iria me dar um belo de um sermão. Cumprimentei os mais velhos com um aceno de cabeça, virando para frente para poder observar os shows que antecederiam o de .
— Bom, ela vem de Bayfield, Wisconsin, e é sua primeira vez em palcos. Ela tem apenas dezoito anos recém completados, e atravessou o país em busca de seu sonho, junto de seu melhor amigo. – o apresentador fala, me fazendo sorrir, apertando minhas próprias mãos. – Com vocês, a novata .
E logo todos começam a bater palmas e a gritar, me fazendo comemorar junto. Por um momento, cogitei ouvir a risada de , mas eu preferia ignorar.
Logo sobe no palco. Ela estava com um vestido amarelo florido e uma jaqueta jeans por cima, além de seu inseparável violão. Ela olhou para mim, e eu sorri para ela, levantando meu polegar positivamente.
Percebo que seu olhar trava um pouco atrás de mim, e sei que ela está olhando para seus pais. , antes distante, parou ao meu lado, acenando para a minha melhor amiga.
— Eu vou cantar Hallelujah, de Leonard Cohen. – ela fala no microfone, e logo dá o primeiro acorde.
(Dê play nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=wbF5FiijpkU)
Eu não sabia se eu era realmente um idiota, ou se estava ainda mais linda naquele palco, com aquela luz a iluminando, e ela cantando com aquela voz que eu tanto gostava.
— Depois fala que não está apaixonado. – fala, dando tapinhas em meu ombro.
Todos ao nosso redor começaram a cantar o que fez a garota sorrir durante alguns segundos da música.
Logo ela finaliza, e é ovacionada por toda a platéia. Eu não ouvi as notas dos jurados, mas sabia que era boa o suficiente para que ela ficasse em uma boa colocação.
Mais algumas pessoas cantaram, e o apresentador retorna ao palco, assim como todos os outros concorrentes.
— Bom como vocês sabem, apenas seis pessoas de dezoito ficam para a próxima fase, que é a final. – ele fala, segurando um envelope de tom vinho na mão esquerda. – Os que irão para a próxima sessão...
E ele começa a dizer os três primeiros nomes, me fazendo roer duas das minhas unhas.
. – ele fala, e eu suspiro aliviado, abraçando e sua família, ouvindo os gritos de comemoração da platéia.
Logo ele anunciou os nomes que faltavam, e deu a oportunidade de que os eliminados fizessem um pequeno discurso, enquanto os concorrentes iriam se arrumar para a próxima apresentação.
será a terceira. – fala ao voltar dos bastidores para ver , enquanto eu permanecia nervoso na multidão. – Ela disse que vai cantar uma música para você.
— Para mim? – indago, sentindo meu coração acelerado. A garota assentiu, sorrindo de lado em seguida.
Enquanto não subia no palco, eu tentava não pirar internamente com aquela noticia. Qual seria a música? E por que uma para mim?
— Com vocês, a garota que arrasou cantando Hallelujah: . – o apresentador fala, fazendo todos ao redor aplaudirem, além de gritarem e assobiarem.
Ela subiu no palco. Olhou-me por alguns segundos, antes de sorrir e abaixar a cabeça, olhando para as cordas de seu violão, dando o primeiro acorde.
(Coloque esse vídeo para tocar: https://www.youtube.com/watch?v=CLgf_0hHAq0)
Enquanto ela cantava, eu pensava em todos esses dias que passamos juntos. A confusão na lanchonete; quando quase nos beijamos na hidromassagem; quando quase a beijei no carro, no posto de gasolina; quando ela quase me deu um beijo nos lábios num desses dias.
Eu queria guardar tudo aquilo. Eu realmente queria. E, de alguma maneira, eu sabia que conseguiria.
Quando ela terminou de tocar, ela me manda uma piscadela, e eu retribuo, além de dar uma gargalhada e acenar para ela, que acenou e saiu do palco, não podendo ver a multidão enlouquecida que berrava seu nome.
Um DJ colocou uma música qualquer para tocar, e logo todo mundo pôde votar em seu candidato favorito. Os votos estavam de alguma maneira, secretos, o que impossibilitava de alguém saber quem realmente iria vencer. E aquilo me deixava ainda mais ansioso.
— Boa noite, pessoal. Preparados para o resultado? – o apresentador indaga, fazendo todos delirarem em seus lugares. – Ok, as votações foram encerradas, os votos foram computados e, daqui a pouco, estarei recebendo o resultado.
Todos os jurados entram, ficando de pé ao lado do homem. Um rapaz correu para lhe entregar o envelope, e o homem agradeceu, abrindo o mesmo em seguida.
— Essa foi a nossa competição mais acirrada da história. – ele fala, sorrindo em seguida. – Iremos começar com o sexto lugar.
Agarrei a mão de , pouco me importando se tínhamos um grau de proximidade para tal feito.
Ele diz o nome, e eu suspiro aliviado quando não escuto o nome de minha melhor amiga, que teve a mesma reação. Ele anunciou o quinto lugar, e o prêmio que ele receberia, assim como o quarto.
— Ficaram somente três. Os três maiores vencedores. – o apresentador fala. – Todos aqui já são campeões, independente do resultado.
Um dos jurados fala algo em seu ouvido, o fazendo rir, e voltar sua atenção para o pedaço de papel em sua mão.
Ele anunciou o terceiro lugar, e, mais uma vez, senti um alivio ao não ouvir o nome de , que se segurava para não chorar no palco.
— O primeiro lugar... – ele fala, pulando o segundo, e eu agarro , que roia suas próprias unhas. – !
Eu comecei a gritar, assim como todos ao nosso redor. A garota, no palco, não soube como reagir, e começou a chorar, pegando o enorme cheque das mãos de uma assistente de palco, correndo para a nossa direção.
— Eu consegui! – ela exclama, antes de soltar o cheque e me abraçar, e eu a agarro, tirando-a do chão. – Graças a você.
— Não, foi você. Eu somente fui seu motorista. – falo e ela bufa, beijando minha bochecha. – Estou orgulhoso de você.
Ela sorriu, e eu beijei sua testa, soltando-a, e ela logo foi em direção ao irmão, que a abraçou ainda mais forte do que eu.
— Eu te trouxe algumas surpresas. – fala, apontando para os pais da garota, que estavam apenas observando.
— Eu sei o que irão falar e...
E logo ela foi interrompida pela mãe, que a abraçou. Logo o Sr. entrou no abraço, puxando , formando um abraço em família, esmagando entre eles.
— Eu não quero brigar com você. – Sra. fala, beijando a testa da garota. – Você foi incrível, e nós percebemos que você nasceu para isso.
— E a faculdade de Direito? – a garota indaga, sorrindo largamente.
— Pode esquecer. – Sr. fala, beijando a bochecha da filha. – Você vai fazer o que quiser. Iremos ouvir vocês mais vezes.
— Oh, tão lindo o momento em família. – fala, arrancando algumas risadas. – Será que está na hora de contar que eu quebrei as xícaras do casamento de vocês?
— Eu não acredito que você fez isso! – Sra. exclama, batendo no braço do filho, me fazendo rir.
— Eu pensei que seria um momento sem brigas e que vocês nos ouviriam mais vezes. – ele fala, escondendo-se atrás da namorada.
— Aquele era meu jogo preferido de xícaras, ! Você realmente vai pagar muito caro por isso. – a mãe de diz.
— Ah, como eu sentia falta disso. – fala, rindo em seguida. – Podemos ir comer? Estou com fome.
— O que vocês comeram durante esses dias? – indaga enquanto caminhamos para fora do teatro onde foi a competição.
— Dois dias hambúrguer, outros comemos Doritos e Coca-Cola. – diz, abraçando-me de lado.
— Vocês precisam de uma comida de verdade. Por isso você parece abatida. – Sra. fala, acariciando o rosto da filha.
Quando saímos, tirou algumas fotos, além de dar algumas entrevistas para sites e rádios locais.
— Você está ficando famosa. – falo quando ela se aproxima de mim, já que o pessoal estava mais a frente.
— Será que você ainda aceita ir ao baile com uma pessoa famosa? – ela indaga, sorrindo em seguida.
— Posso perguntar ao meu empresário. – falo e ela gargalhou. – Ele deixou.
— Que horas? – ela indaga, entrelaçando nossos dedos. – Só para ver se essa pessoa famosa estará disponível nesse horário.
— Ela pode decidir, estarei à disposição. – falo e ela riu. – Agora, podemos ir logo? Estou morrendo de fome!
— Vamos, seu morto de fome! – ela fala, puxando-me pela mão para irmos para perto de sua família.
E foi assim que terminou: ganhou a competição, seus pais a perdoaram, e eu ganhei a melhor companhia possível para o baile.
O que mais eu poderia querer?




Continua...



Nota da autora: Sem nota.





Outras Fanfics:
SE NÃO HOUVER, APAGUE

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus