Capítulo Único
May observava a amiga andar de um lado para o outro. A cauda do vestido branco ia arrastando pelo chão enquanto mordia os próprios dedos, se esforçando para não roer as unhas.
A sala estava bem iluminada, com as lâmpadas amareladas deixando o ambiente ainda mais sofisticado. May se concentrou nos detalhes amarronzados no papel de parede enquanto continuava ansiosa.
— Você vai acabar furando o chão se não parar de andar em círculos sem parar.
olhou para a amiga, que estava sentada ainda encarando a parede.
— Cala a boca, May.
Com um suspiro, ela se levantou e caminhou na direção da amiga. Segurou nas mãos da mulher, olhando-a com carinho.
— O que está te deixando tão aflita?
Os olhos de se encheram de lágrimas. Ela respirou fundo, receosa de deixar alguma escapar e acabar borrando sua maquiagem.
— Eu e brigamos antes de ele me deixar aqui no salão.
Os lábios de May se pressionaram automaticamente, segurando a vontade de rir. Ela não estava surpresa por e terem discutido, só não acreditava que aquele seria o motivo para a amiga ficar tão nervosa.
— E quando você e meu irmão não discutem, não é mesmo?
encolheu os ombros e deu um sorriso amarelado, levemente envergonhada com a pergunta da amiga. Realmente, ela e viviam brigando por coisas bestas.
— Mas é o dia do nosso casamento, May. — Seus lábios formaram um bico manhoso, causando uma risada baixa na amiga.
— E vocês são e , o casal mais briguento que eu conheço.
As duas gargalharam sozinhas na sala.
Junto das profissionais que estavam arrumando a noiva, as outras madrinhas e as matriarcas de ambas as famílias – a mãe da e a mãe de e May – tinham saído da sala para que a melhor amiga pudesse tentar acalmar a noiva.
— Mas me diga — a mais nova voltou a falar, ainda segurando as mãos da noiva. — Por que vocês brigaram dessa vez?
— Não quero falar.
May piscou os olhos algumas vezes, desacreditada. Geralmente, gostava de jogar todos os cachorros em cima da cunhada por ela ser sua melhor amiga, e por isso May não entendia o porquê daquele mistério.
A mais velha soltou um suspiro ao notar a expressão de impaciência da amiga.
— Ok, talvez eu tenha surtado um pouco de ciúmes.
— Ué? Com quem?
pressionou os lábios, sentindo que May teria uma reação bem parecida com a do irmão.
— Descobri hoje que o chamou a Lia para o nosso casamento.
May abriu a boca em um “o” perfeito.
— Eu não estou acreditando nisso, .
— Você sabe que eu odeio aquela guria — a mulher fechou os olhos com força.
— A guria que é a melhor amiga dele desde a infância.
— E a primeira namorada — aumentou o tom de voz, expressando sua raiva.
May soltou as mãos da amiga, pressionando suas têmporas com os indicadores. Ela não conseguia acreditar que sua amiga estava surtando de ciúmes por conta de Lia mais uma vez.
— Vida, mas ele está literalmente casando contigo. Você quer que ele prove que te prefere como agora?
mexeu as pernas com o nervosismo. Seus braços estavam inquietos e seus ombros subiam e desciam como se ela tentasse fazer suas engrenagens funcionarem.
Ela sabia que era um ciúme besta. havia dito a mesma coisa que a irmã quando estavam discutindo mais cedo. só sentia medo de ser trocada pela ex de seu noivo.
— Amiga, você e vivem brigando sem parar e esquecem no dia seguinte, ficam agindo como se nada tivesse acontecido mesmo que a discussão de vocês tenha afetado outras pessoas em volta — May começou a falar novamente, olhando nos olhos de e tentando influenciá-la a encará-la de volta. — Caramba, cara, vocês são e , pelo amor de Deus. Discussão é o segundo nome de vocês.
A noiva deu uma risada por conta de toda a gesticulação da amiga.
— É… A gente é bem assim mesmo, não é? — deu um sorriso bobo.
— Sim. E mesmo que as coisas não sejam perfeitas, vocês continuam juntos porque se amam demais e, no fundo, sabem que é apenas implicância.
mordeu o lábio inferior enquanto encarava May. Sua vontade era de chorar, mas sabia que apanharia da amiga e das maquiadoras caso ela o fizesse.
— Francamente, eu não conheço um casal mais teimoso do que vocês.
May se surpreendeu ao sentir os braços de rodeando seu pescoço em um abraço apertado. Sorriu minimamente, retribuindo o carinho.
— Agora eu vou chamar as maquiadoras e elas vão terminar sua produção — voltou a falar assim que se desvencilhou do abraço. — E você vai entrar naquele casamento com o sorriso mais lindo e apaixonado do mundo, porque você está se casando com o amor da sua vida.
apenas concordou com a cabeça, ainda tonta com as palavras da amiga.
나와 같이 days and years (ah)
Loving you for days and years (ah)
지금같이 days and years (ah)
Loving you for days and years (ah)
Comigo por dias e anos
Te amando por dias e anos
Como agora, dias e anos
Te amando por dias e anos
sentia suas mãos suando enquanto seus olhos estavam fixados na porta da igreja.
Haeun, a sobrinha de , apareceu no fundo do corredor, segurando um cesto cheio de pétalas brancas. Ela tinha um sorriso meigo no rosto e ia jogando, de pouco em pouco, as flores no chão.
apareceu estonteante logo atrás, acompanhada pelo pai.
O sangue de passou a borbulhar com a ansiedade tomando conta de si. Ela estava linda. O vestido era branco todo detalhado com renda e a cauda era enorme. O véu também, todo trabalhado e delicado, cobrindo o rosto da mulher, que sorria.
O coração de ambos parecia bater fortes e unidos, mesmo que eles não pudessem escutar o coração do outro.
logo estava a sua frente, e se dirigiu até ela, estendendo a mão para que ela pudesse segurar.
Ambos tentaram se concentrar no que o padre dizia, mas estavam nervosos demais. O dia deles havia chegado depois de tanto tempo.
— E agora, o noivo lerá seus votos — o padre anunciou e curvou as sobrancelhas, estranhando.
Eles haviam combinado de não lerem suas juras de amor, uma vez que a mulher odiava escrever textos e não se sentiria confortável em compartilhar detalhadamente sobre seus sentimentos. Apenas precisava saber sobre eles, não todos os convidados do casamento.
— Você deve estar com um ponto de interrogação enorme em sua mente agora, já que combinamos que não teríamos os votos publicamente — ele riu enquanto segurava o microfone com força. — Não fique brava comigo, por favor, mas eu decidi ler uma pequena carta.
já sentia os olhos lacrimejarem.
— Eu poderia escrever diversas músicas para você, mas nenhuma conseguiria compactuar toda a sua beleza — ele lia o papel em sua outra mão, revezando seu olhar entre a carta e os olhos da amada. — Poderia escrever outros milhares tentando contar sobre tudo o que sinto quando estou perto de você, mas ainda não aprendi a colocar uma explosão de sentimentos em palavras bonitas.
Uma lágrima escorreu.
— Não é uma relação fácil. O casal mais briguento que eu já vi está se casando neste exato momento e o garanhão aqui está tremendo mais que vara bamba só de pensar que, em questão de minutos, você deixará de ser minha namorada e noiva para esposa.
Ele se perdeu por alguns segundos ao encará-la chorando. Seu coração palpitou.
— O amor não é o único sentimento que compartilhamos, e isso é nítido. Eu estarei ao seu lado para todo o sempre. Eu cuidarei de você durante dias e anos.
guardou o papel dentro do bolso da calça, já não querendo se prender para o que havia escrito anteriormente. poderia ler aquilo com mais calma depois.
— Você está tão bonita — seus olhos lacrimejaram e ele esticou a mão na direção da mulher. — Sempre que quiser, segure na minha mão que eu lhe farei voar. Para onde você quiser ir.
Ela o fez, já chorando.
— Muitas coisas ainda vão acontecer com a gente, mas estaremos juntos nessa — ele apertou a mão dela com um sorriso no rosto. — Sou grato a você por me aceitar e por estar comigo. Eu te amo agora, e te amarei durante todos os meus dias e anos, até o dia em que o Sol não nasça mais.
Palmas começaram a ser ouvidas de fundo, mas não conseguia prestar atenção em mais nada senão nos olhos de cravados nos seus.
O rapaz se posicionou ao seu lado novamente e a mulher precisou se segurar muito para não o beijar antes da hora.
— , você aceita como sua legítima esposa, prometendo ser fiel, amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe? — o padre se dirigiu ao noivo.
— Eu aceito.
— , você aceita como seu legítimo marido, prometendo ser fiel, amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe?
— Aceito!
— Então, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
deu um sorriso aberto antes de se aproximar da mulher e juntar seus lábios em um beijo rápido, logo escutando palmas ainda mais altas.
Se afastou levemente.
— Achei que você fosse ficar brava comigo por não ter te avisado sobre meus pequenos planos.
revirou os olhos, dando mais um sorriso.
— Você é um bobo.
E selou os lábios novamente.
A sala estava bem iluminada, com as lâmpadas amareladas deixando o ambiente ainda mais sofisticado. May se concentrou nos detalhes amarronzados no papel de parede enquanto continuava ansiosa.
— Você vai acabar furando o chão se não parar de andar em círculos sem parar.
olhou para a amiga, que estava sentada ainda encarando a parede.
— Cala a boca, May.
Com um suspiro, ela se levantou e caminhou na direção da amiga. Segurou nas mãos da mulher, olhando-a com carinho.
— O que está te deixando tão aflita?
Os olhos de se encheram de lágrimas. Ela respirou fundo, receosa de deixar alguma escapar e acabar borrando sua maquiagem.
— Eu e brigamos antes de ele me deixar aqui no salão.
Os lábios de May se pressionaram automaticamente, segurando a vontade de rir. Ela não estava surpresa por e terem discutido, só não acreditava que aquele seria o motivo para a amiga ficar tão nervosa.
— E quando você e meu irmão não discutem, não é mesmo?
encolheu os ombros e deu um sorriso amarelado, levemente envergonhada com a pergunta da amiga. Realmente, ela e viviam brigando por coisas bestas.
— Mas é o dia do nosso casamento, May. — Seus lábios formaram um bico manhoso, causando uma risada baixa na amiga.
— E vocês são e , o casal mais briguento que eu conheço.
As duas gargalharam sozinhas na sala.
Junto das profissionais que estavam arrumando a noiva, as outras madrinhas e as matriarcas de ambas as famílias – a mãe da e a mãe de e May – tinham saído da sala para que a melhor amiga pudesse tentar acalmar a noiva.
— Mas me diga — a mais nova voltou a falar, ainda segurando as mãos da noiva. — Por que vocês brigaram dessa vez?
— Não quero falar.
May piscou os olhos algumas vezes, desacreditada. Geralmente, gostava de jogar todos os cachorros em cima da cunhada por ela ser sua melhor amiga, e por isso May não entendia o porquê daquele mistério.
A mais velha soltou um suspiro ao notar a expressão de impaciência da amiga.
— Ok, talvez eu tenha surtado um pouco de ciúmes.
— Ué? Com quem?
pressionou os lábios, sentindo que May teria uma reação bem parecida com a do irmão.
— Descobri hoje que o chamou a Lia para o nosso casamento.
May abriu a boca em um “o” perfeito.
— Eu não estou acreditando nisso, .
— Você sabe que eu odeio aquela guria — a mulher fechou os olhos com força.
— A guria que é a melhor amiga dele desde a infância.
— E a primeira namorada — aumentou o tom de voz, expressando sua raiva.
May soltou as mãos da amiga, pressionando suas têmporas com os indicadores. Ela não conseguia acreditar que sua amiga estava surtando de ciúmes por conta de Lia mais uma vez.
— Vida, mas ele está literalmente casando contigo. Você quer que ele prove que te prefere como agora?
mexeu as pernas com o nervosismo. Seus braços estavam inquietos e seus ombros subiam e desciam como se ela tentasse fazer suas engrenagens funcionarem.
Ela sabia que era um ciúme besta. havia dito a mesma coisa que a irmã quando estavam discutindo mais cedo. só sentia medo de ser trocada pela ex de seu noivo.
— Amiga, você e vivem brigando sem parar e esquecem no dia seguinte, ficam agindo como se nada tivesse acontecido mesmo que a discussão de vocês tenha afetado outras pessoas em volta — May começou a falar novamente, olhando nos olhos de e tentando influenciá-la a encará-la de volta. — Caramba, cara, vocês são e , pelo amor de Deus. Discussão é o segundo nome de vocês.
A noiva deu uma risada por conta de toda a gesticulação da amiga.
— É… A gente é bem assim mesmo, não é? — deu um sorriso bobo.
— Sim. E mesmo que as coisas não sejam perfeitas, vocês continuam juntos porque se amam demais e, no fundo, sabem que é apenas implicância.
mordeu o lábio inferior enquanto encarava May. Sua vontade era de chorar, mas sabia que apanharia da amiga e das maquiadoras caso ela o fizesse.
— Francamente, eu não conheço um casal mais teimoso do que vocês.
May se surpreendeu ao sentir os braços de rodeando seu pescoço em um abraço apertado. Sorriu minimamente, retribuindo o carinho.
— Agora eu vou chamar as maquiadoras e elas vão terminar sua produção — voltou a falar assim que se desvencilhou do abraço. — E você vai entrar naquele casamento com o sorriso mais lindo e apaixonado do mundo, porque você está se casando com o amor da sua vida.
apenas concordou com a cabeça, ainda tonta com as palavras da amiga.
Loving you for days and years (ah)
지금같이 days and years (ah)
Loving you for days and years (ah)
Comigo por dias e anos
Te amando por dias e anos
Como agora, dias e anos
Te amando por dias e anos
sentia suas mãos suando enquanto seus olhos estavam fixados na porta da igreja.
Haeun, a sobrinha de , apareceu no fundo do corredor, segurando um cesto cheio de pétalas brancas. Ela tinha um sorriso meigo no rosto e ia jogando, de pouco em pouco, as flores no chão.
apareceu estonteante logo atrás, acompanhada pelo pai.
O sangue de passou a borbulhar com a ansiedade tomando conta de si. Ela estava linda. O vestido era branco todo detalhado com renda e a cauda era enorme. O véu também, todo trabalhado e delicado, cobrindo o rosto da mulher, que sorria.
O coração de ambos parecia bater fortes e unidos, mesmo que eles não pudessem escutar o coração do outro.
logo estava a sua frente, e se dirigiu até ela, estendendo a mão para que ela pudesse segurar.
Ambos tentaram se concentrar no que o padre dizia, mas estavam nervosos demais. O dia deles havia chegado depois de tanto tempo.
— E agora, o noivo lerá seus votos — o padre anunciou e curvou as sobrancelhas, estranhando.
Eles haviam combinado de não lerem suas juras de amor, uma vez que a mulher odiava escrever textos e não se sentiria confortável em compartilhar detalhadamente sobre seus sentimentos. Apenas precisava saber sobre eles, não todos os convidados do casamento.
— Você deve estar com um ponto de interrogação enorme em sua mente agora, já que combinamos que não teríamos os votos publicamente — ele riu enquanto segurava o microfone com força. — Não fique brava comigo, por favor, mas eu decidi ler uma pequena carta.
já sentia os olhos lacrimejarem.
— Eu poderia escrever diversas músicas para você, mas nenhuma conseguiria compactuar toda a sua beleza — ele lia o papel em sua outra mão, revezando seu olhar entre a carta e os olhos da amada. — Poderia escrever outros milhares tentando contar sobre tudo o que sinto quando estou perto de você, mas ainda não aprendi a colocar uma explosão de sentimentos em palavras bonitas.
Uma lágrima escorreu.
— Não é uma relação fácil. O casal mais briguento que eu já vi está se casando neste exato momento e o garanhão aqui está tremendo mais que vara bamba só de pensar que, em questão de minutos, você deixará de ser minha namorada e noiva para esposa.
Ele se perdeu por alguns segundos ao encará-la chorando. Seu coração palpitou.
— O amor não é o único sentimento que compartilhamos, e isso é nítido. Eu estarei ao seu lado para todo o sempre. Eu cuidarei de você durante dias e anos.
guardou o papel dentro do bolso da calça, já não querendo se prender para o que havia escrito anteriormente. poderia ler aquilo com mais calma depois.
— Você está tão bonita — seus olhos lacrimejaram e ele esticou a mão na direção da mulher. — Sempre que quiser, segure na minha mão que eu lhe farei voar. Para onde você quiser ir.
Ela o fez, já chorando.
— Muitas coisas ainda vão acontecer com a gente, mas estaremos juntos nessa — ele apertou a mão dela com um sorriso no rosto. — Sou grato a você por me aceitar e por estar comigo. Eu te amo agora, e te amarei durante todos os meus dias e anos, até o dia em que o Sol não nasça mais.
Palmas começaram a ser ouvidas de fundo, mas não conseguia prestar atenção em mais nada senão nos olhos de cravados nos seus.
O rapaz se posicionou ao seu lado novamente e a mulher precisou se segurar muito para não o beijar antes da hora.
— , você aceita como sua legítima esposa, prometendo ser fiel, amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe? — o padre se dirigiu ao noivo.
— Eu aceito.
— , você aceita como seu legítimo marido, prometendo ser fiel, amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias das suas vidas, até que a morte os separe?
— Aceito!
— Então, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
deu um sorriso aberto antes de se aproximar da mulher e juntar seus lábios em um beijo rápido, logo escutando palmas ainda mais altas.
Se afastou levemente.
— Achei que você fosse ficar brava comigo por não ter te avisado sobre meus pequenos planos.
revirou os olhos, dando mais um sorriso.
— Você é um bobo.
E selou os lábios novamente.
