Última atualização: Fanfic Finalizada

And I don't know why but with you I'd dance
In a storm in my best dress
Fearless


A menina reconheceu o barulho da caminhonete de longe. estava acostumada a ouvir aquele som praticamente todos os dias, quando vinha deixar Nathan, seu irmão, em casa depois do treino. Mas hoje era diferente, hoje ele vinha buscá-la.

Não esperou nem que o menino tocasse a campainha para descer as escadas. Fechou a porta atrás de si e quase tropeçou nos degraus conforme descia. E quando corria para a porta, encontrou Nathan parado ao lado dela, fechando-a assim que ela abriu.

- O que foi agora, Nathan? – perguntou, fechando a cara.
- pode ser meu melhor amigo. – ele murmurou, olhando para o amigo pelo vidro da porta – Mas se ele fizer algo com você, é um cara morto.
- Tá bom, tá bom. Podemos acabar com essa ladainha de irmão mais velho logo? – falou, apressada. Nathan abriu a porta e ficou encarando com a expressão séria. – Mãe, pai, tô indo. – gritou, passando pela porta e esbarrando no irmão no caminho. A grama do lado de fora estava molhada e caia uma chuva fina, mas nada atrapalhava o humor da menina. Entrou no carro, sentando na frente, ao lado de , que sorriu quando a viu.
- Pronta? – o rapaz perguntou, vendo balançar a cabeça, afirmando.
- Nathan está nos espiando agora mesmo. – riu, olhando para a porta pelo canto dos olhos, enquanto colocava o cinto. – Ele fez alguma ameaças a você.
- Então vamos sair logo da vista dele. – falou, alargando o sorriso. Ele buzinou rapidamente, acenando para o amigo, antes de sair com o carro.

Conforme seguiam pela estrada, não conseguia desviar os olhos de . Talvez ela fosse capaz de dizer cada simples detalhe que tinha em seu rosto, mesmo de olhos fechados: o contorno de seu queixo; o formato do seu nariz; a pequena ruga que surgia em sua testa, quando ele estava concentrado; o jeito que seus lábios continuavam num leve sorriso, mesmo quando estava sério. sentiu o olhar da menina sobre ele e virou os olhos na direção dela por alguns segundos.

- O que foi? – perguntou, vendo morder o lábio inferior, reprimindo um sorriso.
- Nada, só estou te olhando. – respondeu e mentiu. Ela não estava apenas o olhando. Estava admirando, gravando o rosto de rapaz em sua mente... além de estar se apaixonando perdidamente.
- Para de me olhar assim. – falou, com as bochechas ficando vermelhas, rindo em seguida. Ele passou a mão pelo cabelo, balançando levemente os fios e ficando, ainda mais, charmoso.
- Tá bom, tá bom... – a menina disse, virando o rosto para o lado e encarando a vista. O dia estava feio, com o céu fechado e parecendo que choveria muito a qualquer momento. Mas, pra ela, ainda parecia como um dia perfeito.


Sentaram-se frente a frente no restaurante, com batendo os pés, nervosamente, no chão embaixo da mesa. olhava o cardápio de forma distraída, esperando que alguém viesse atendê-los. Era engraçado fazer qualquer coisa nessa cidade, porque sempre, sempre, conheceriam todas as pessoas que também estavam no local.

- Espero que seus pais saibam que está aqui, . – Janet falou, em tom de brincadeira, se aproximando da mesa para atender o jovem casal. Ela era amiga de Vivian, a mãe de , dos tempos de escola. A menina sabia que não tinha como ter privacidade em nenhum lugar dessa cidade. – Como posso ajudar vocês hoje?

Enquanto bebia o seu milkshake de chocolate, tentava pensar no que falar ou perguntar para , porque ela sentia como se conhecesse tudo sobre ele. Afinal, conhecê-lo desde pequena tinha prós, mas também tinha os contras. E ela temia ficar sem saber sobre o que falar, coisa que era novidade pra ela.

- Minha mãe comentou que o grupo de teatro vai fazer uma versão do filme “Across the Universe”. Você conseguiu algum papel legal? – perguntou, tentando quebrar o gelo. A verdade é que ele também estava nervoso, afinal era a primeira vez que eles estavam sozinhos e num encontro. E por mais que já estivessem acostumados com a presença um do outro, dessa vez tinha um significado completamente diferente.
- As audições são na próxima semana, na verdade. – a menina começou a responder, deixando o copo em cima da mesa. – Eu vou fazer o teste para o papel da Lucy, mas não sei...
- Para com isso, todo mundo sabe que você é a melhor atriz daquele grupo, é óbvio que o papel principal vai ser seu.
- Meu problema é cantar, eu não sou boa nisso.
- Eu não acredito muito, mas posso te ajudar, se quiser. Sei onde minha mãe guarda a chave do auditório da escola, a gente pode ir até lá e você me mostra o que preparou. Juro que serei sincero. – sugeriu, vendo a menina arregalar os olhos, imaginando os dois invadindo a escola num sábado a tarde.
- Será que não vai ter problema se nós encontrarem lá hoje?
- Não vou mentir, talvez tenha, mas estou disposto a correr esse risco por você. Quer dizer, pra te ajudar. – o rapaz se embaralhou com as palavras, fazendo sorrir de lado, enquanto sentia o rosto esquentar. – No pior das hipóteses, ela faz o treinador obrigar todos os caras do time a fazer parte da peça, mas não é nada que eu já não seria obrigado a fazer de qualquer forma. – deu de ombros, mostrando que pouco importava pra ele se tivesse alguma consequência ajudá-la.
- Ok, então. – a menina repetiu seu gesto, movendo os ombros. – Um pouco de emoção não faz mal a ninguém.


ficou de pé no centro do palco, enquanto estava mexia nos controles. Ele acendeu algumas luzes e depois conseguiu achar o interruptor dos holofotes do palco, ligando exatamente o que iluminava a menina. Descendo apressado, ele se sentou na primeira fileira, olhando para com um sorriso de expectativa nos lábios.

- Meu nome é Moore e eu vou apresentar a música “If I Fell”, dos Beatles, para o papel de Lucy. – a menina falou, agindo como se fosse uma audição real. – Não ria! – ela o alertou e afirmou com a cabeça, usando uma das mãos para cobrir a boca. Pegando o celular, ela colocou a instrumental da música para tocar. Dava pra ver as mãos de tremendo e a sua respiração acelerar, mas ela tentava se controlar o máximo que podia.

If I fell in love with you
Would you promise to be true
And help me understand?


assistia a tudo com os olhos brilhando e não conseguiu evitar que um sorriso escapasse. Se ajeitou na cadeira, tentando ficar mais confortável, mas quando percebeu, estava sentado bem na ponta, com o corpo inclinado para frente, como se quisesse ficar mais perto de . A verdade é que ele queria estar lá ao lado dela, segurando sua mão, tocando o seu rosto... beijando seus lábios.

If I give my heart to you
I must be sure
From the very start that you
Would love me more than her


sentia os olhos de sobre ela, mas tentava se manter calma e continuar cantando, mas sua voz tremia tanto quanto o seu corpo todo. Só que não era por puro nervosismo, era uma mistura com ansiedade, excitação, desejo, loucura... sentimentos que só aquele rapaz conseguia fazê-la sentir. E se sentia extremamente exposta, entregue e vulnerável naquela posição, onde podia ver o poder que exercia sobre ela. mas no final das contas, ela percebeu que gostava. Provavelmente todo esse misto de insegurança e desejo era uma combinação explosiva, sim. Só que ela adorava correr esse risco.

'Cause I couldn't stand the pain
And I would be sad if our new love
Was in vain


Antes que pudesse perceber, tinha levantado e estava caminhando na direção de no palco. A menina estava com os olhos fechados e não percebeu sua aproximação inicial, só que a partir do momento em que ela os abriu, eles mantiveram seus olhares presos um ao outro. A energia que eles compartilhavam naquele instante era intensa, como se fosse invulnerável, invencível, inquebrável. Pelo menos essa era a exata forma que os dois se sentiam, como se uma força estranha e poderosa os unisse. E foi ela que levou até em cima daquele palco.

So I hope you see
That I would love to love you
And that she will cry
When she learns we are two


O rapaz segurou a mão da menina, entrelaçando seus dedos. A as batidas aceleradas de seu coração, se confundiam com a melodia da música e o som suave da voz de . Ela tentava, e na maioria das vezes não conseguia, continuar cantando, mas cada movimento que fazia e que o deixava ainda mais próximo dela, fazia com que sua voz falhasse por uma fração de segundos. De forma que ao chegar na última frase da música, já tinha uma de suas mãos em volta da cintura de e ela sentia a respiração do rapaz bater suavemente contra o seu rosto.

- If I fell in love with you... - ela quase sussurrou, quase como uma promessa ou um pedido, já fechando os olhos e se preparando para sentir os lábios de junto aos seus.
- Quem está aí? – eles ouviram uma voz vindo do corredor. Era Frank, o zelador da escola. O mais velho caminhava a passos duros e lentos, em direção ao auditório.
- Droga. – falou, reprimindo um sorriso. – Vamos ter que correr! – anunciou, pegando novamente a mão de , a guiando para fora ao local, na direção do campo de futebol.

Os dois correram na direção da chuva que caia, rindo alto, enquanto pisavam nas pequenas poças que tinham ao longo da grama, e não pararam até chegar na parte coberta, logo abaixo das arquibancadas. Viram de longe, Frank chegar até o campo, brandando alguns palavrões e falando coisas do tipo “crianças insuportáveis”, antes de voltar para dentro e fechar a porta atrás de si. Eles se olharam que começaram a rir alto, de nervoso e por toda a situação.
- Você tá bem? – perguntou, vendo balançar a cabeça, afirmando.
- Tô. - Ela tentava parar de rir e puxava o ar pesadamente. A menina olhou para a chuva que caia e levantando uma das mãos, deixando que os pingos gelados refrescassem sua pele. Olhando rapidamente para o rapaz, ela voltou para a chuva, abrindo os braços e girando o corpo lentamente, como se tentasse aproveitar cada instante daquele momento. Voltando o olhar para o rapaz, ela estendeu uma das mãos em sua direção, como um convite. Que foi prontamente aceito, é claro.
- Você vai estragar seu vestido. – o rapaz comentou, se aproximando da menina, que já estava completamente molhada, com algumas gotas escorrendo de seu cabelo.
- Eu não me importo. – deu de ombros, segurando a mão de . Ele a puxou para mais perto, repetindo o que tinha feito no auditório, antes que fossem interrompidos. Só que agora não teria nada que pudesse atrapalhá-los. Era como se só existissem os dois naquela cidade, somente os dois em todo o mundo.

fez um carinho no rosto de , sentindo a menina relaxar em seus braços. Ela apoiou as mãos em seu pescoço e fechou os olhos, totalmente entregue, pronta e sem nenhum medo. Então quando seus lábios se tocaram pela primeira vez, sentiu como se estivesse pulando no desconhecido. Pulando de cabeça, sem medos ou receios. O rapaz aprofundou o beijo, apertando o abraço e sentindo o coração da menina bater bem junto ao seu.

sabia que já estava apaixonada. Talvez estivesse apaixonada desde a primeira vez que foi . Uma paixonite boba, dessas de criança. Mas ela também sabia que agora era diferente, não precisaria mais ficar trancada em seu quarto, imaginando como seria.
Como seria estar nos braços de .
Como seria sentir, finalmente, o gosto do seu beijo.
Como seria estar com ele.

Desde o início, ela tinha se jogado de cabeça, permitido sentir tudo o que viesse. Preparada para tudo de bom e também de ruim. Desde o início ela tinha aceitado e abraçado o que sentia, mesmo que não passasse de um sonho louco, de uma garotinha. Louco e completamente irreal. Mas não era mais só um sonho. Era real. Além de real, é de verdade. É perfeito, algo especial. É destemido.

And I don't know why but with you I'd dance
In a storm in my best dress
Fearless





Fim.



Nota da autora: Eu AMO essa música!
Desde o início eu quis fazer sobre ela, mas tinha muita dúvida sobre o que falar. E quando eu tive essa ideia, achei que pudesse funcionar. Olivia e Thomas, os nomes originais do ficstape, são os personagens de uma nova história que estou desenvolvendo e que espero que um dia veja a luz do dia. Então esse ficstape funciona como um pequeno prólogo, mas também como uma cena avulsa, que pode ser lida e entendida sozinha.
Torçam para que eu consiga motivação para tirar Dorothea do papel, porque eu gosto bastante da história!
Até a próxima.
Beijo grande da That.



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