Ato I: A verdade não está lá fora, estava entre as malditas 4 paredes!
O clima geralmente aprazível, com seus agradáveis 30°C com a brisa fresca da primavera não estava fora do comum; não havia pistas, deslizes, vestígios ou qualquer indício que me preparasse para o grande baque! Os pássaros cantavam, as crianças brincavam alegremente em suas bicicletas, todos aproveitavam os calorosos raios solares. Alguns deitados em espreguiçadeiras à beira da piscina, outros em seus quintais observando as crianças em suas brincadeiras, outros cuidando de seus jardins ou então nos parques e praças espalhados pela cidade. Era apenas mais um dia agradável de primavera, apenas mais um que se sucedia após o outro, mas como eu queria que houvesse algo que denunciasse que não era um dia comum, que seria um dia terrível e excruciante, que me destruiria e me faria quase desidratar de tanto chorar…Oh como eu desejava que houvesse sinais, avisos, não havia nada, profissionais não cometem deslizes!
A entrada estava exatamente da mesma maneira que havia deixado quando saí na semana passada. Viagens para visitar a família desacompanhada não era incomum, ainda mais com minha mãe e irmã no hospital. O mesmo mal as acometeu, a genética responsável por levá-las àquele estado…Eu tentava vê-las o máximo que podia, uma doença rara, o tempo era algo instável, imprevisível, precisava continuar a trabalhar para mantê-las em boas e talentosas mãos. Naquele dia estava particularmente animada, diagnósticos positivos eram sempre um bom motivo para se comemorar.
Eu só não sabia que não tinha com quem comemorar e não haveria muito o que festejar… O caos parecia particularmente apegado à minha figura, como se houvesse orquestrado todas as desgraças que me aconteceriam, uma após a outra. Eu deixei as malas aos pés da escada, haviam sido muitas horas sentada em uma poltrona de avião, o cansaço acumulado com a falta de horas de sono reguladas…Tudo o que desejava era um banho e deitar ao lado de meu noivo, sentir seu cuidado e ouvir o que a banda e ele fizeram durante a minha ausência. Era uma mulher de gostos simples, não desejava mais do que podia ver, era realista e determinada na busca de minhas metas. Não haviam razões para o que encontrei, nunca houve, mas naquele momento em que toquei a maçaneta do nosso quarto, o metal estava morno, quase como se houvesse tocado algo recentemente.
O quarto de um músico sempre teria um isolamento acústico, talvez fosse por isso que não houvesse escutado som algum, caso contrário, o ruído da cama rangendo teria poupado a visão de meu noivo de costas para a porta, apoiado em seus joelhos e braços, de quatro, enquanto tinha sua bunda penetrada pelo membro do nosso guitarrista. As mãos tatuadas que guiavam a guitarra tão bem estalavam sobre as nádegas daquele que proferiu belas poesias, músicas que descreviam minhas manias e risos. Gritos vindos do fundo de sua garganta escapavam dos lábios que tocaram cada parte do meu corpo. Eu caí de joelhos, um baque surdo que anunciou a minha presença naquele ambiente. A raiva, dor, descrença, choque… Minhas mãos cobriam a boca para não gritar. Se eu as deixasse livres, seria comandada pelo turbilhão de emoções que banhavam meu ser. Não sabia do que poderia fazer. Me recusei a deixar cair uma lágrima. No chão, observei o frenesi em procurar panos que cobrissem a carne desnuda, as marcas do ato praticado, arranhões, chupões, mordidas… marcas que em minha mente viraram tatuagens gravadas como brasas.
"Eu queria vomitar! O nojo que sentia de mim mesma superava a raiva. A boca que tocou a minha incontáveis vezes esteve sobre o corpo do guitarrista da nossa banda. As mãos que me levaram ao céu guiaram o homem ao mesmo estado."
A entrada estava exatamente da mesma maneira que havia deixado quando saí na semana passada. Viagens para visitar a família desacompanhada não era incomum, ainda mais com minha mãe e irmã no hospital. O mesmo mal as acometeu, a genética responsável por levá-las àquele estado…Eu tentava vê-las o máximo que podia, uma doença rara, o tempo era algo instável, imprevisível, precisava continuar a trabalhar para mantê-las em boas e talentosas mãos. Naquele dia estava particularmente animada, diagnósticos positivos eram sempre um bom motivo para se comemorar.
Eu só não sabia que não tinha com quem comemorar e não haveria muito o que festejar… O caos parecia particularmente apegado à minha figura, como se houvesse orquestrado todas as desgraças que me aconteceriam, uma após a outra. Eu deixei as malas aos pés da escada, haviam sido muitas horas sentada em uma poltrona de avião, o cansaço acumulado com a falta de horas de sono reguladas…Tudo o que desejava era um banho e deitar ao lado de meu noivo, sentir seu cuidado e ouvir o que a banda e ele fizeram durante a minha ausência. Era uma mulher de gostos simples, não desejava mais do que podia ver, era realista e determinada na busca de minhas metas. Não haviam razões para o que encontrei, nunca houve, mas naquele momento em que toquei a maçaneta do nosso quarto, o metal estava morno, quase como se houvesse tocado algo recentemente.
O quarto de um músico sempre teria um isolamento acústico, talvez fosse por isso que não houvesse escutado som algum, caso contrário, o ruído da cama rangendo teria poupado a visão de meu noivo de costas para a porta, apoiado em seus joelhos e braços, de quatro, enquanto tinha sua bunda penetrada pelo membro do nosso guitarrista. As mãos tatuadas que guiavam a guitarra tão bem estalavam sobre as nádegas daquele que proferiu belas poesias, músicas que descreviam minhas manias e risos. Gritos vindos do fundo de sua garganta escapavam dos lábios que tocaram cada parte do meu corpo. Eu caí de joelhos, um baque surdo que anunciou a minha presença naquele ambiente. A raiva, dor, descrença, choque… Minhas mãos cobriam a boca para não gritar. Se eu as deixasse livres, seria comandada pelo turbilhão de emoções que banhavam meu ser. Não sabia do que poderia fazer. Me recusei a deixar cair uma lágrima. No chão, observei o frenesi em procurar panos que cobrissem a carne desnuda, as marcas do ato praticado, arranhões, chupões, mordidas… marcas que em minha mente viraram tatuagens gravadas como brasas.
Ato II: Mentira tem perna curta
O silêncio sepulcral se instalou. O quarto, antes tão cheio de ruídos, parecia uma tumba. Eles esperavam meus gritos, a fúria, mas eu não daria um show, isso eles o fizeram, o espetáculo horrendo gravado até a minha morte, em minha mente. Fazia quanto tempo que eles estavam juntos? Quantas foram as viagens que tive de fazer sozinha para ficar nos quartos de hospitais cuidando da minha família e eles aproveitaram para se afundarem no prazer profano? Naquele silêncio, era quase como se eu pudesse ouvir meu coração despedaçado cair sobre o piso do quarto, como um milhão de fragmentos de cacos de vidros. Respirei fundo, limpei as mãos em minha calça, tentando me livrar do nojo, e me levantei, mantendo minha cabeça altiva. Inevitavelmente tive de quebrar o silêncio. Os amantes se acovardaram em seus silêncios, cobertos por lençóis e cobertas, usando as roupas que conseguiram pegar, desalinhados e esbaforidos, como se houvessem corrido uma maratona.
— De todas as maneiras que você poderia escolher para me ferir, você escolheu a mais covarde, Joseph.
— , não… — ele tentou dizer, mas se silenciou quando notou que não havia nada a se falar.
— Nenhum pedido de desculpas. Bem, você não tem muito a dizer quando sua noiva o pegou sendo violado pelo guitarrista. Espero que tenha gostado do ânus de Joseph, Travis, vocês podiam ter feito isso da maneira correta. — Respirei fundo, controlando cada célula do meu corpo. A ânsia de assassiná-los pela traição desmedida corroía cada nervo do meu corpo. — Eu não sei com o que estou mais surpresa. Por me deixar lidar sozinha com a minha família no hospital ou agirem nas minhas costas… Quantas foram as vezes que você se deitou com Travis em nossa cama, Joseph? Eu te pedi honestidade e fidelidade, apenas isso! — Controlei o volume da minha voz, que estava ficando cada vez mais alta a cada palavra proferida. Eu poderia não ter me jogado neles, mas cada uma das palavras exprimia a violência contida. Doía como o inferno aquela traição, eu me odiava por não ter notado antes, eu deveria saber! Eu tinha o direito de saber! — Alguém mais sabia sobre vocês dois?
Quando o silêncio foi minha única resposta, eu tive que afundar as unhas na palma da minha mão, eu precisava de algo para me manter sã. Eu não podia acreditar que nosso baixista e empresário se mantiveram em silêncio, compactuando com o segredo daqueles dois! Engoli em seco, desejando minhas baquetas para destruir a bateria que se encontrava no nosso porão/ mini estúdio. Eu precisava extravasar o que sentia, dar vazão aos sentimentos caóticos dentro de mim.
— Vocês encontrarão meus advogados. Cada ato tem suas consequências, lidem com cada uma delas — os alertei, antes de deixá-los ali.
Fechei a porta calmamente, me impressionava com a frieza com que estava lidando. Eu não conseguia acreditar no que havia visto, algo como o que havia acabado de presenciar nunca passara pela minha mente. Na noite anterior, Joseph tentou me consolar quanto ao estado grave da minha mãe e irmã. Eu não havia avisado que iria retornar essa manhã, ficaria apenas uma semana antes de viajar outra vez para perto delas, precisava pegar algumas peças e itens essenciais… Aquilo estava me matando! Apressei meus passos, atravessando o corredor rapidamente, precisava colocar a maior distância entre a casa e eu. Memórias vividas ali arruinadas em minutos. Não haviam se passado mais que quinze minutos em que estava em casa, se é que eu poderia chamar assim!
Descer as escadas correndo foi um reflexo. Quando o primeiro tropeço no terceiro degrau fez meu pé escorregar, eu só pedi aos céus para que eu não morresse. Toda a banda e os cúmplices que omitiram aquela traição deveriam ser penalizados!
— De todas as maneiras que você poderia escolher para me ferir, você escolheu a mais covarde, Joseph.
— , não… — ele tentou dizer, mas se silenciou quando notou que não havia nada a se falar.
— Nenhum pedido de desculpas. Bem, você não tem muito a dizer quando sua noiva o pegou sendo violado pelo guitarrista. Espero que tenha gostado do ânus de Joseph, Travis, vocês podiam ter feito isso da maneira correta. — Respirei fundo, controlando cada célula do meu corpo. A ânsia de assassiná-los pela traição desmedida corroía cada nervo do meu corpo. — Eu não sei com o que estou mais surpresa. Por me deixar lidar sozinha com a minha família no hospital ou agirem nas minhas costas… Quantas foram as vezes que você se deitou com Travis em nossa cama, Joseph? Eu te pedi honestidade e fidelidade, apenas isso! — Controlei o volume da minha voz, que estava ficando cada vez mais alta a cada palavra proferida. Eu poderia não ter me jogado neles, mas cada uma das palavras exprimia a violência contida. Doía como o inferno aquela traição, eu me odiava por não ter notado antes, eu deveria saber! Eu tinha o direito de saber! — Alguém mais sabia sobre vocês dois?
Quando o silêncio foi minha única resposta, eu tive que afundar as unhas na palma da minha mão, eu precisava de algo para me manter sã. Eu não podia acreditar que nosso baixista e empresário se mantiveram em silêncio, compactuando com o segredo daqueles dois! Engoli em seco, desejando minhas baquetas para destruir a bateria que se encontrava no nosso porão/ mini estúdio. Eu precisava extravasar o que sentia, dar vazão aos sentimentos caóticos dentro de mim.
— Vocês encontrarão meus advogados. Cada ato tem suas consequências, lidem com cada uma delas — os alertei, antes de deixá-los ali.
Fechei a porta calmamente, me impressionava com a frieza com que estava lidando. Eu não conseguia acreditar no que havia visto, algo como o que havia acabado de presenciar nunca passara pela minha mente. Na noite anterior, Joseph tentou me consolar quanto ao estado grave da minha mãe e irmã. Eu não havia avisado que iria retornar essa manhã, ficaria apenas uma semana antes de viajar outra vez para perto delas, precisava pegar algumas peças e itens essenciais… Aquilo estava me matando! Apressei meus passos, atravessando o corredor rapidamente, precisava colocar a maior distância entre a casa e eu. Memórias vividas ali arruinadas em minutos. Não haviam se passado mais que quinze minutos em que estava em casa, se é que eu poderia chamar assim!
Descer as escadas correndo foi um reflexo. Quando o primeiro tropeço no terceiro degrau fez meu pé escorregar, eu só pedi aos céus para que eu não morresse. Toda a banda e os cúmplices que omitiram aquela traição deveriam ser penalizados!
Ato III: Encontro caótico
O bip irritante indicava que meu coração estava batendo. A máquina que monitorava meus batimentos quase se tornou um desastre caso a infame e desacordada figura não houvesse chamado minha atenção. Se um olhar tivesse o poder de matar, Joseph teria encontrado a face da morte naquela maldita manhã ensolarada. Os raios solares escapavam entre as frestas da persiana.
— Enfermeira! — exclamei alto o suficiente, apenas para despertar o traidor. Eu não sabia onde estava a cabeça dele quando pensou que permanecer ali lhe garantiria um acordo menos tumultuoso.
"A raiva não era nada se comparada a fúria ao encontrá-lo na poltrona do quarto me esperando acordar!"
— , sem escândalos por favor. — A voz rouca por causa do sono não conseguiu transparecer o desespero em seus olhos. — Seu acidente já causou tumultos o suficiente para a banda.
Eu tentei não rir. A gargalhada que escapou da minha boca trouxe duas enfermeiras esbaforidas para o quarto. Eu segurava meu abdômen, que doía diante à graça em suas palavras. Sequei meus olhos, acabei deixando cair algumas lágrimas de tanto rir, e gesticulei para as enfermeiras se aproximarem.
— Vocês poderiam me emprestar um telefone? — Sorri agradavelmente para elas, antes de dizer as palavras que causariam desespero em Joseph. — Eu preciso ligar para um advogado. Peguei meu noivo, aquele ali, na cama com o guitarrista da nossa banda e olha aonde fui acabar.
Joseph até tentou se mover em direção à cama, mas uma das enfermeiras o segurou, o levando para fora do quarto. Eu sabia que a notícia acabaria em algum tabloide de fofoca, minha estadia no hospital seria deixada de lado pelo escândalo que abalaria todos os nossos fãs. Eu os faria lidar com as consequências de seus atos. Joseph e Travis poderiam ter sidos honestos, Joseph me devia a sinceridade em ter me dito como se sentia a respeito de nosso guitarrista antes que eles se envolvessem, antes dele me pedir em casamento… Me sentia usada, um disfarce. Honestidade, era tudo o que eu queria, mas tive o oposto!
Com o telefone em minhas mãos, um velho número gravado com uma linda lembrança, eu começaria minha vida do zero. Recomeços não eram os mais fáceis e com o caos que parecia especialmente apegado a mim… É, o futuro seria uma bagunça, mas eu faria eles reconhecerem que existem consequências em cada ato tomado.
"Uma mulher traída é o pior inimigo que se pode enfrentar. Eles experimentariam o preço disso!"
— Enfermeira! — exclamei alto o suficiente, apenas para despertar o traidor. Eu não sabia onde estava a cabeça dele quando pensou que permanecer ali lhe garantiria um acordo menos tumultuoso.
— , sem escândalos por favor. — A voz rouca por causa do sono não conseguiu transparecer o desespero em seus olhos. — Seu acidente já causou tumultos o suficiente para a banda.
Eu tentei não rir. A gargalhada que escapou da minha boca trouxe duas enfermeiras esbaforidas para o quarto. Eu segurava meu abdômen, que doía diante à graça em suas palavras. Sequei meus olhos, acabei deixando cair algumas lágrimas de tanto rir, e gesticulei para as enfermeiras se aproximarem.
— Vocês poderiam me emprestar um telefone? — Sorri agradavelmente para elas, antes de dizer as palavras que causariam desespero em Joseph. — Eu preciso ligar para um advogado. Peguei meu noivo, aquele ali, na cama com o guitarrista da nossa banda e olha aonde fui acabar.
Joseph até tentou se mover em direção à cama, mas uma das enfermeiras o segurou, o levando para fora do quarto. Eu sabia que a notícia acabaria em algum tabloide de fofoca, minha estadia no hospital seria deixada de lado pelo escândalo que abalaria todos os nossos fãs. Eu os faria lidar com as consequências de seus atos. Joseph e Travis poderiam ter sidos honestos, Joseph me devia a sinceridade em ter me dito como se sentia a respeito de nosso guitarrista antes que eles se envolvessem, antes dele me pedir em casamento… Me sentia usada, um disfarce. Honestidade, era tudo o que eu queria, mas tive o oposto!
Com o telefone em minhas mãos, um velho número gravado com uma linda lembrança, eu começaria minha vida do zero. Recomeços não eram os mais fáceis e com o caos que parecia especialmente apegado a mim… É, o futuro seria uma bagunça, mas eu faria eles reconhecerem que existem consequências em cada ato tomado.
Ato IV: A calmaria sempre vem depois da tempestade?
me abraçou como se os anos não houvessem passado. Tudo o que segurava até aquele instante jorrou para fora, eu desmoronei e ele me amparou. Eu lhe contei cada mínima coisa, eu só não imaginei que ele fosse me ouvir tão atentamente. Aos poucos, fomos nos atualizando enquanto passava por exames apenas para verificar se havia ficado com alguma sequela após a queda da escada. Sair do hospital fora a parte mais difícil. As notícias sobre Joseph, Travis e toda Foulders espalharam como fogo em palha seca. contratou uma empresa de segurança para auxiliar a minha saída do hospital. Gritos disformes vindo da multidão se fundiam em ecos. Era como se parte de mim houvesse se perdido após a decepção. Encarar a multidão de fãs não era fora do comum, mas, naquele instante, enquanto havia os que acreditavam em mim e outros que me acusavam de estar inventando tudo, parecia irreal.
"Pessoas podiam ser tão volúveis assim?"
Tabloides, revistas, programas de entretenimento… Não havia paz, não havia descanso. Paparazzi, promotores, minha vida havia se tornado um reality show. Um amigo de infância, meu primeiro amor, um amigo valioso, afastado por conta da vida agitada da música, quão clichê isso podia ser? era exatamente o suporte que eu estava precisando. Ele me encontrou naquele hospital, sua figura havia envelhecido bem, eu não sabia que sentia falta dele até vê-lo. Agora ali eu estava, enfrentando aqueles em quem confiei cegamente, perante um juiz. Havia aberto inúmeros processos contra eles. A banda carregava o nome que eu registrei, boa parte das músicas foram compostas por mim, participava da banda ativamente como a baterista oficial, mas, nos últimos meses, tive de alternar com um substituto por conta do avanço da doença da minha mãe e irmã.
"Família vinha em primeiro lugar, sempre!"
Desculpas como a minha ausência eram facilmente rebatidas. Era uma causa perdida eles lutarem contra. Após derrotas consecutivas, o empresário da banda tomou a iniciativa de propor um acordo. me representou, eu queria vê-los o menos possível. Todas as minhas roupas e pertences foram retirados da casa em que vivia com Joseph e a casa seria vendida. Como ela estava em meu nome, a banda teria de procurar outro lugar para ensaiar e criar… Um novo nome, um novo lugar, recomeços nem sempre são confortáveis, mas eles sobreviveriam.
Quanto a mim, me abriguei em uma casa longe do centro da cidade. Era monitorada por paparazzi quando saía do tribunal, mas eles logo se perdiam nas ruelas e avenidas antes de enfim chegar à casinha em que estava vivendo. Cada momento, quando estava sozinha, com apenas meus pensamentos, questionava toda a minha relação com Joseph. Eu tentei encontrar evidências de sua traição, mas não importava o quanto me torturasse, não havia nada… Eu tentava sobreviver, resolver tudo o que precisava antes de dar adeus a cidade e ficar com minhas meninas, aquelas que precisavam de mim e eu estava desesperada pelos abraços delas!
Tabloides, revistas, programas de entretenimento… Não havia paz, não havia descanso. Paparazzi, promotores, minha vida havia se tornado um reality show. Um amigo de infância, meu primeiro amor, um amigo valioso, afastado por conta da vida agitada da música, quão clichê isso podia ser? era exatamente o suporte que eu estava precisando. Ele me encontrou naquele hospital, sua figura havia envelhecido bem, eu não sabia que sentia falta dele até vê-lo. Agora ali eu estava, enfrentando aqueles em quem confiei cegamente, perante um juiz. Havia aberto inúmeros processos contra eles. A banda carregava o nome que eu registrei, boa parte das músicas foram compostas por mim, participava da banda ativamente como a baterista oficial, mas, nos últimos meses, tive de alternar com um substituto por conta do avanço da doença da minha mãe e irmã.
Desculpas como a minha ausência eram facilmente rebatidas. Era uma causa perdida eles lutarem contra. Após derrotas consecutivas, o empresário da banda tomou a iniciativa de propor um acordo. me representou, eu queria vê-los o menos possível. Todas as minhas roupas e pertences foram retirados da casa em que vivia com Joseph e a casa seria vendida. Como ela estava em meu nome, a banda teria de procurar outro lugar para ensaiar e criar… Um novo nome, um novo lugar, recomeços nem sempre são confortáveis, mas eles sobreviveriam.
Quanto a mim, me abriguei em uma casa longe do centro da cidade. Era monitorada por paparazzi quando saía do tribunal, mas eles logo se perdiam nas ruelas e avenidas antes de enfim chegar à casinha em que estava vivendo. Cada momento, quando estava sozinha, com apenas meus pensamentos, questionava toda a minha relação com Joseph. Eu tentei encontrar evidências de sua traição, mas não importava o quanto me torturasse, não havia nada… Eu tentava sobreviver, resolver tudo o que precisava antes de dar adeus a cidade e ficar com minhas meninas, aquelas que precisavam de mim e eu estava desesperada pelos abraços delas!
Ato V: Respirar parece tão fácil, até que se torne impossível
O dia estava nublado, nada incomum após uma semana ensolarada. As plantas precisavam da água da chuva para regar o solo e devolver a umidade ao ar. Eu tive uma semana boa após o caos na cidade a quilômetros dali. me ligava todos os dias, ele estava tentando manter o laço fraterno e eu agradecia por isso. Naquele momento eu ainda não sabia, mas precisaria de todo o suporte que ele poderia me oferecer.
Diferente do primeiro grande impacto, aquele havia dado sinais sutis que aconteceria. A morte sempre dava esperanças antes de arrancar brutalmente as pessoas de nossa vida. Eu deveria ter me atentado aos sinais, mas pior que uma verdade diante dos nossos olhos é a negação ferrenha. O ditado bem dizia: o pior cego é aquele que finge não ver!
Minha mãe e irmã haviam apresentado alguma melhora em seus estados. Nossa pequena família estava em êxtase. Meus avós, pais de minha mãe, já eram pessoas de idade avançada. Meu pai faleceu em um acidente de trabalho, filho único e órfão. Meus avós maternos eram tudo o que minha mãe, irmã e eu possuíamos. Por isso, o tempo que passava no hospital era valioso, eu me dedicava a eles com afinco. Isso de certa maneira me mantinha distraída, o que era um ponto positivo com o desastre em meu relacionamento.
No entanto, eu havia me esquecido de dois ditados importantes: a desgraça sempre procura companhia e antes que a pessoa morra, ela tem o que os médicos chamam de saúde da morte. Pacientes extremamente doentes apresentam uma melhora que gera esperança e animosidade, não demora muito para que eles então piorem e morram… Eu não sabia que perderia tudo o que tinha, até acordar com o som alarmante dos dois aparelhos apitando, eram os aparelhos que monitoravam minha mãe e irmã.
Médicos, enfermeiros, o caos de jalecos e uniformes, o desespero, novamente a dor, mas ainda mais intensa… eu estava perdendo tudo diante dos meus olhos! A impotência banhando cada célula, o desespero me impulsionando a fazer algo, qualquer coisa!
"Eu não queria perdê-las!"
Fechei meus olhos para tirar uma soneca rápida de tarde, apenas o suficiente para me manter a noite acordada. As enfermeiras haviam passado no quarto para verificá-las, minha mãe e irmã estavam cansadas após a bateria dos últimos exames para checar como o novo tratamento estava se saindo. Eu gostava de observá-las dormindo durante a noite, me proporcionava uma sensação de que se algo acontecesse, eu poderia agir rapidamente.
Respirar, algo que o corpo fazia com tamanha facilidade, agora era insuportável… Eu acompanhei em prantos o anúncio da hora da morte das duas. A pele fria quando me despedi com um beijo em cada bochecha das duas, o cheiro de hospital, se tornaram meu pesadelo até que se tornaram minha condenação após o velório de ambas, quando igualmente, duplamente mais doloroso, meus avós tiveram de ser hospitalizados pela intensa tristeza que sentiam após a morte de minha mãe e irmã.
Eu não sabia como estava me mantendo em pé, colocar sorrisos em meus lábios ao encarar as duas figuras já idosas, tentando diverti-los e os animarem… Eu vivia naquele hospital, sentia um buraco gigantesco crescendo e crescendo dentro de mim. Saber o final não amenizava a dor. Eu recebi o aviso dos médicos, eles sabiam quem eu era e o que já estava enfrentando.
"Quantas vezes um ser humano poderia se reerguer?"
Eu teria que descobrir as respostas sozinha. Menos de uma semana após minha mãe e irmã morrerem, meus avós as seguiram. Diante às quatro lápides, eu chorei feito uma criança. Eu não me lembrava de quanto tempo fazia que não chorava daquela maneira… eu precisava encontrar uma nova maneira de viver, mas a vida já nos avisa que nada vem fácil e aqueles golpes estavam doendo mais do que um dia alguém ousou dizer.
— Vocês me deixaram sozinha, o que farei agora?
Solucei, minha voz mal podia ser ouvida, mas as vezes, depois de um grande golpe, podemos ser confortados. Sem dizer uma palavra, uma figura extremamente familiar me puxou para os seus braços e me manteve neles enquanto cada gota de água em meu corpo era despejada pelos meus olhos. Suas mãos afagavam minhas costas… Ele não diria palavras vazias, nada poderia aplacar aquele vazio dentro de mim, ele sabia tão bem quanto eu. Afinal, ele me conhecia melhor que ninguém, alguns anos não mudariam a essência de alguém tão facilmente e eu agradecia aos céus por ter ao menos ele naquele momento tão aterrador!
— Eu estarei aqui, com você, até quando não precisar mais de mim.
Diferente do primeiro grande impacto, aquele havia dado sinais sutis que aconteceria. A morte sempre dava esperanças antes de arrancar brutalmente as pessoas de nossa vida. Eu deveria ter me atentado aos sinais, mas pior que uma verdade diante dos nossos olhos é a negação ferrenha. O ditado bem dizia: o pior cego é aquele que finge não ver!
Minha mãe e irmã haviam apresentado alguma melhora em seus estados. Nossa pequena família estava em êxtase. Meus avós, pais de minha mãe, já eram pessoas de idade avançada. Meu pai faleceu em um acidente de trabalho, filho único e órfão. Meus avós maternos eram tudo o que minha mãe, irmã e eu possuíamos. Por isso, o tempo que passava no hospital era valioso, eu me dedicava a eles com afinco. Isso de certa maneira me mantinha distraída, o que era um ponto positivo com o desastre em meu relacionamento.
No entanto, eu havia me esquecido de dois ditados importantes: a desgraça sempre procura companhia e antes que a pessoa morra, ela tem o que os médicos chamam de saúde da morte. Pacientes extremamente doentes apresentam uma melhora que gera esperança e animosidade, não demora muito para que eles então piorem e morram… Eu não sabia que perderia tudo o que tinha, até acordar com o som alarmante dos dois aparelhos apitando, eram os aparelhos que monitoravam minha mãe e irmã.
Médicos, enfermeiros, o caos de jalecos e uniformes, o desespero, novamente a dor, mas ainda mais intensa… eu estava perdendo tudo diante dos meus olhos! A impotência banhando cada célula, o desespero me impulsionando a fazer algo, qualquer coisa!
Fechei meus olhos para tirar uma soneca rápida de tarde, apenas o suficiente para me manter a noite acordada. As enfermeiras haviam passado no quarto para verificá-las, minha mãe e irmã estavam cansadas após a bateria dos últimos exames para checar como o novo tratamento estava se saindo. Eu gostava de observá-las dormindo durante a noite, me proporcionava uma sensação de que se algo acontecesse, eu poderia agir rapidamente.
Respirar, algo que o corpo fazia com tamanha facilidade, agora era insuportável… Eu acompanhei em prantos o anúncio da hora da morte das duas. A pele fria quando me despedi com um beijo em cada bochecha das duas, o cheiro de hospital, se tornaram meu pesadelo até que se tornaram minha condenação após o velório de ambas, quando igualmente, duplamente mais doloroso, meus avós tiveram de ser hospitalizados pela intensa tristeza que sentiam após a morte de minha mãe e irmã.
Eu não sabia como estava me mantendo em pé, colocar sorrisos em meus lábios ao encarar as duas figuras já idosas, tentando diverti-los e os animarem… Eu vivia naquele hospital, sentia um buraco gigantesco crescendo e crescendo dentro de mim. Saber o final não amenizava a dor. Eu recebi o aviso dos médicos, eles sabiam quem eu era e o que já estava enfrentando.
Eu teria que descobrir as respostas sozinha. Menos de uma semana após minha mãe e irmã morrerem, meus avós as seguiram. Diante às quatro lápides, eu chorei feito uma criança. Eu não me lembrava de quanto tempo fazia que não chorava daquela maneira… eu precisava encontrar uma nova maneira de viver, mas a vida já nos avisa que nada vem fácil e aqueles golpes estavam doendo mais do que um dia alguém ousou dizer.
— Vocês me deixaram sozinha, o que farei agora?
Solucei, minha voz mal podia ser ouvida, mas as vezes, depois de um grande golpe, podemos ser confortados. Sem dizer uma palavra, uma figura extremamente familiar me puxou para os seus braços e me manteve neles enquanto cada gota de água em meu corpo era despejada pelos meus olhos. Suas mãos afagavam minhas costas… Ele não diria palavras vazias, nada poderia aplacar aquele vazio dentro de mim, ele sabia tão bem quanto eu. Afinal, ele me conhecia melhor que ninguém, alguns anos não mudariam a essência de alguém tão facilmente e eu agradecia aos céus por ter ao menos ele naquele momento tão aterrador!
— Eu estarei aqui, com você, até quando não precisar mais de mim.
Ato VI: Espadas são forjadas no fogo e corações são fortalecidos na dor
Minha terceira mudança no ano. Um apartamento de um advogado solteiro, cheio de trabalho, com pilhas de pastas em seu escritório bagunçado, horários apertados e péssimo na cozinha. Conhecer esse lado mais pessoal de meu amigo de infância me trouxe alguma vivacidade, ainda perdida, sem saber por onde recomeçar, o que fazer após tudo o que havia acontecido, encontrei conforto no lar bagunçado de . Cuidar da casa me fez sentir útil, eu gostava de observá-lo concentrado em suas inúmeras leituras, embora ele separasse algum tempo para mim todos os dias. Seus olhos atentos sempre me investigavam, conferindo se eu estava realmente bem. , um advogado com uma reputação em crescimento, eu sentia orgulho por ele ter seguido exatamente o que queria. A nossa separação fora exatamente pelo quanto nossos sonhos eram completamente opostos… Ele era centrado, eu tinha minha cabeça nas nuvens. era quieto, eu não conseguia ficar em silêncio. Ele se movia com base em razões lógicas, eu era impulsiva. Ele era uma pessoa que seguia rotina, eu me movia conforme minhas vontades. Ele despertava assim que o sol nascia, eu acordava na metade do dia. Ele era uma pessoa reservada, eu gostava de interagir com outras pessoas, embora naquela fase em que estava a minha vida estivesse evitando qualquer interação além de .
"Completamente opostos! Se eu pudesse nomear , ele era como a terra, firme e estável, enquanto eu era o vento, instável, pertencendo a todos os lugares, mas ao mesmo tempo a nenhum."
Enquanto divagava, observava as estrelas da sacada, sentada num tapete, o qual foi tirado da cozinha para a área externa. A manta envolvia meu corpo, enquanto apoiava minhas costas contra as portas de vidro. A noite não estava fria, mas a brisa gelada tornava preferível ter algo para evitar o choque entre a temperatura quente do corpo e ela. O silêncio da madrugada era extremamente confortável, embora meus pensamentos soassem extremamente altos. Eu sentia falta de tocar, eu sentia falta da música… viver sem isso era tão sufocante! Havia perdido tudo o que era importante para mim, uma após a outra, e encarava o abismo. Motivações, alegrias… como eu poderia me reerguer outra vez?
— , o que é preciso para te ver sorrir outra vez? — me perguntou, do outro lado da porta. De algum modo, poderia dizer que ele estava sentado da mesma maneira que eu. Eu sorri fracamente enquanto fechava os olhos. Ainda tinha ele, nada estava completamente perdido, eu só precisava encontrar forças para me reerguer.
— Eu não poderia ter pedido alguém melhor como amigo, — o respondi calmamente, me virei e encarei sua figura através do vidro. — Você tem sido paciente, me dado todo o espaço que eu preciso… Eu sou grata por tudo o que já está fazendo por mim, não há nada que desejo além do que já possuo.
— Você não tem escrito mais, eu não te vejo tocar… , eu me sinto impotente — confessou, seus olhos possuíam uma preocupação sincera.
— Eu preciso me encontrar outra vez . — Me levantei e abri a porta, oferecendo minha mão. Meu amigo me olhou levemente confuso pela minha atitude. Em vez de segurá-la, me puxou para perto dele, me abraçando.
— Apenas me diga o que precisa, farei o que tiver ao meu alcance para vê-la sorrir mesmo que isso a leve para longe de mim outra vez. — Os sentimentos profundos escaparam em suas honestas e genuínas palavras. Ele me mantinha longe de seus olhos, era como se temesse que eu visse algo… um segredo, um sentimento, algo mantido a sete chaves em seu coração.
— Eu não o quero longe de mim, . — Apertei meus braços em volta de sua cintura, afundando minha cabeça em seu peito enquanto ouvia seus batimentos acelerados.
— Eu sou um homem simples, , eu não pertenço ao mesmo mundo que o seu. — Sua voz soava baixa, mas ele transmitia cada pensamento não dito em seu timbre, os braços firmes me deixando o mais perto que a física permitia, em atos e gestos, a singular personalidade de era o que me fazia o admirar tanto.
Enquanto divagava, observava as estrelas da sacada, sentada num tapete, o qual foi tirado da cozinha para a área externa. A manta envolvia meu corpo, enquanto apoiava minhas costas contra as portas de vidro. A noite não estava fria, mas a brisa gelada tornava preferível ter algo para evitar o choque entre a temperatura quente do corpo e ela. O silêncio da madrugada era extremamente confortável, embora meus pensamentos soassem extremamente altos. Eu sentia falta de tocar, eu sentia falta da música… viver sem isso era tão sufocante! Havia perdido tudo o que era importante para mim, uma após a outra, e encarava o abismo. Motivações, alegrias… como eu poderia me reerguer outra vez?
— , o que é preciso para te ver sorrir outra vez? — me perguntou, do outro lado da porta. De algum modo, poderia dizer que ele estava sentado da mesma maneira que eu. Eu sorri fracamente enquanto fechava os olhos. Ainda tinha ele, nada estava completamente perdido, eu só precisava encontrar forças para me reerguer.
— Eu não poderia ter pedido alguém melhor como amigo, — o respondi calmamente, me virei e encarei sua figura através do vidro. — Você tem sido paciente, me dado todo o espaço que eu preciso… Eu sou grata por tudo o que já está fazendo por mim, não há nada que desejo além do que já possuo.
— Você não tem escrito mais, eu não te vejo tocar… , eu me sinto impotente — confessou, seus olhos possuíam uma preocupação sincera.
— Eu preciso me encontrar outra vez . — Me levantei e abri a porta, oferecendo minha mão. Meu amigo me olhou levemente confuso pela minha atitude. Em vez de segurá-la, me puxou para perto dele, me abraçando.
— Apenas me diga o que precisa, farei o que tiver ao meu alcance para vê-la sorrir mesmo que isso a leve para longe de mim outra vez. — Os sentimentos profundos escaparam em suas honestas e genuínas palavras. Ele me mantinha longe de seus olhos, era como se temesse que eu visse algo… um segredo, um sentimento, algo mantido a sete chaves em seu coração.
— Eu não o quero longe de mim, . — Apertei meus braços em volta de sua cintura, afundando minha cabeça em seu peito enquanto ouvia seus batimentos acelerados.
— Eu sou um homem simples, , eu não pertenço ao mesmo mundo que o seu. — Sua voz soava baixa, mas ele transmitia cada pensamento não dito em seu timbre, os braços firmes me deixando o mais perto que a física permitia, em atos e gestos, a singular personalidade de era o que me fazia o admirar tanto.
Ato VII: A realidade é dura, mas justa
Mesmo trabalhando como advogado, ele ainda se mantinha fiel aos seus princípios… meu amigo de infância, meu primeiro amor, o homem que veio ao meu resgate quando o mundo que conhecia desmoronou. Eu não o merecia, era precioso demais! Por mais que lutasse contra a sua constatação, ele estava correto… éramos opostos demais para permanecermos unidos por um longo tempo. Aspirei o perfume dele, fechando meus olhos com força, não havia me sobrado mais lágrimas após tantas tragédias. Com os olhos secos, me mantive agarrada fortemente à sua figura, temendo o instante em que nos separássemos. Uma vez distanciados, o espaço entre nós apenas aumentaria até que não pudéssemos mais ver um ao outro.
— Eu não quero te perder também, . — A voz abafada por seu peito, olhares que segredavam as partes mais frágeis que existiam em mim a ele.
— Você não irá, . — Ele beijou o topo de meus cabelos, afagando calmamente, seus dedos entremearam-se entre os fios. — Eu sempre estarei em seu coração. Momentos em que passamos juntos são partes minhas vivas em você.
estava agindo como fazia quando éramos apenas pirralhos, crianças cheias de sonhos, ansiosos pelo amanhã, que prometiam um dia exaustivo de aventuras e artimanhas… ele não era o maior fã de pegadinhas, mas, com alguma insistência, o convenci inúmeras vezes.
— Eu preciso da música, mas eu não posso viver sem você também. — Me coloquei na ponta dos meus pés, segurando a face dele, o forçando a olhar diretamente em meus olhos. — Eu não quero partir.
— É preciso, você só conseguirá seguir em frente quando der vazão aos sentimentos reprimidos em seu peito. — me ergueu com facilidade, nos movendo para o sofá, onde se colocou à minha frente no chão. — Eu não quero que você tenha que fazer uma escolha. Se tiver de escolher entre ficar ou partir para seguir no mundo da música… escolha a música, . Escrever, compor e tocar é quem você é. Não existe razão em abandonar uma parte tão importante de si mesma!
— Mas… — Ele cobriu minha boca com seu indicador, balançando a cabeça negativamente.
— Fique o tempo que precisar em minha casa, você sempre encontrará um lar nesse lugar, mas não fuja mais de quem é… — Ele levou minha mão direita sobre seu peito. — Ele ainda bate por você. Vê-la sofrer me faz sofrer, me sinto de mãos atadas. Sua felicidade é a minha felicidade, mesmo que isso signifique que você não estará ao meu lado. Tudo o que importa é você, , seu sorriso, suas gargalhadas. Eu quero vê-la brilhar outra vez, irradiando essa força e determinação que estão guardadas apenas esperando o momento certo. — se aproximou e beijou minha fronte, seus lábios macios e calorosos deixando algo casto e tão significativo.
"Essa era a verdadeira face do amor. Ser capaz de abdicar de algo em prol pela felicidade do outro."
— Você é precioso demais. — O puxei e o abracei com força. Nada era melhor do que o calor de seus braços ao meu redor… eu não queria estragar o momento com um avanço mais intenso ou ainda me aventurar em algo que poderia o ferir. O coração de era inestimável!
— Se você ao menos pudesse se ver através do meu olhar… — ele sussurrou em meu ouvido. Havia um carinho afável em sua fala que me deixou corada, mas sorrindo tranquilamente.
O amanhã poderia trazer mudanças, novos desafios, mas enquanto o manto estrelado predominasse, permaneceria nos braços de , ouvindo a sinfonia tranquila de seus batimentos e trocando algumas confidências que a noite parecia encorajar até os mais fracos dos covardes… A realidade tão era fácil de se engolir, mas de modo algum desistiria, não quando eu tinha algo mais me esperando ao final da trajetória!
— Eu não quero te perder também, . — A voz abafada por seu peito, olhares que segredavam as partes mais frágeis que existiam em mim a ele.
— Você não irá, . — Ele beijou o topo de meus cabelos, afagando calmamente, seus dedos entremearam-se entre os fios. — Eu sempre estarei em seu coração. Momentos em que passamos juntos são partes minhas vivas em você.
estava agindo como fazia quando éramos apenas pirralhos, crianças cheias de sonhos, ansiosos pelo amanhã, que prometiam um dia exaustivo de aventuras e artimanhas… ele não era o maior fã de pegadinhas, mas, com alguma insistência, o convenci inúmeras vezes.
— Eu preciso da música, mas eu não posso viver sem você também. — Me coloquei na ponta dos meus pés, segurando a face dele, o forçando a olhar diretamente em meus olhos. — Eu não quero partir.
— É preciso, você só conseguirá seguir em frente quando der vazão aos sentimentos reprimidos em seu peito. — me ergueu com facilidade, nos movendo para o sofá, onde se colocou à minha frente no chão. — Eu não quero que você tenha que fazer uma escolha. Se tiver de escolher entre ficar ou partir para seguir no mundo da música… escolha a música, . Escrever, compor e tocar é quem você é. Não existe razão em abandonar uma parte tão importante de si mesma!
— Mas… — Ele cobriu minha boca com seu indicador, balançando a cabeça negativamente.
— Fique o tempo que precisar em minha casa, você sempre encontrará um lar nesse lugar, mas não fuja mais de quem é… — Ele levou minha mão direita sobre seu peito. — Ele ainda bate por você. Vê-la sofrer me faz sofrer, me sinto de mãos atadas. Sua felicidade é a minha felicidade, mesmo que isso signifique que você não estará ao meu lado. Tudo o que importa é você, , seu sorriso, suas gargalhadas. Eu quero vê-la brilhar outra vez, irradiando essa força e determinação que estão guardadas apenas esperando o momento certo. — se aproximou e beijou minha fronte, seus lábios macios e calorosos deixando algo casto e tão significativo.
— Você é precioso demais. — O puxei e o abracei com força. Nada era melhor do que o calor de seus braços ao meu redor… eu não queria estragar o momento com um avanço mais intenso ou ainda me aventurar em algo que poderia o ferir. O coração de era inestimável!
— Se você ao menos pudesse se ver através do meu olhar… — ele sussurrou em meu ouvido. Havia um carinho afável em sua fala que me deixou corada, mas sorrindo tranquilamente.
O amanhã poderia trazer mudanças, novos desafios, mas enquanto o manto estrelado predominasse, permaneceria nos braços de , ouvindo a sinfonia tranquila de seus batimentos e trocando algumas confidências que a noite parecia encorajar até os mais fracos dos covardes… A realidade tão era fácil de se engolir, mas de modo algum desistiria, não quando eu tinha algo mais me esperando ao final da trajetória!
Ato VIII: Ícones são passageiros, embora haja as exceções
— Senhoras e Senhores, os vencedores desse ano é uma banda que surgiu recentemente, recebam os Vipers!
Eu observei a multidão do alto da minha bateria. Faces tão conhecidas quanto desconhecidas. Toda a trajetória até aquele momento fora árdua. Me reinventar, encontrar integrantes para criar uma nova banda… Recomeços não são os mais fáceis. Meu adorável melhor amigo me incentivou a voltar a tocar. Aos poucos, eu mergulhei na música. Eu não havia notado o quanto havia sentido falta das banquetas, do reverberar ao tocar com tudo o que tinha os pratos… a bateria era uma extensão do meu corpo, eu precisava dela tanto quanto precisava dos meus pulmões para respirar. Em algum momento, eu tive que deixar outra vez para trás, meu melhor amigo, meu primeiro amor e meu salvador.
Um ano inteiro me movendo pelas ruas, bares, comércios, praças do país, procurando talentos negligenciados, músicos que não desistiam por nada, mesmo que isso lhes causasse problemas financeiros… Eu estava atrás das pessoas certas, eu queria encontrar pessoas que não desperdiçariam seus sonhos, que persistiriam mesmo com tantos obstáculos. Em um ano, eu formei uma nova banda, em seis meses lançamos nossa primeira faixa juntos, emplacando um sucesso atrás do outro. Não fora uma surpresa a Vipers estar vencendo aquela categoria do Grammy, agora éramos um ícone, um exemplo, uma tendência, e mesmo diante de tantos holofotes, dando o meu melhor naquela bateria, meu coração implorava para voltar para casa… um lar, uma pessoa, a minha pessoa!
— , nos dê uma palavra.
— , o que você tem a declarar sobre as palavras de seu ex noivo?
— , mesmo sendo a baterista, como consegue liderar toda banda?
— !
— !
— !
— Isso tá ao vivo? — questionei a um dos inúmeros repórteres. O vi balançando a cabeça afirmativamente, segurei o microfone e olhei diretamente para a câmera. — Eu sei que você deve estar jogado naquele sofá, em volta de uma pilha de roupa e outra de documentos. Eu estou indo para casa, deixe a porta aberta e me espere, porque não vou te deixar partir uma terceira vez na minha vida, meu amor! — Entreguei o microfone antes de adentrar o táxi. Eu já havia avisado toda a banda que não ficaria para as comemorações, precisava dos braços do meu verdadeiro amor, o homem que sempre esteve ao meu lado quando precisei, aquele que conhecia cada mísera parte minha… A vida nos proporcionou duas chances, a terceira eu criaria, não estava disposta a deixá-lo fora das minhas conquistas, eu queria compartilhar os bons e maus momentos com ele.
EXTRA EXTRA, SEU JORNAL E ATUALIZAÇÕES SOBRE A BANDA DO MOMENTO:
Quem será o misterioso amante da baterista do Vipers?! (Clique no link abaixo e descubra o que testemunhas e amigos próximos tem a dizer.)
Baterista do Vipers abandona as comemorações do Grammy e vai atrás do misterioso amante. (Novas confirmações sobre o evento e a saída repentina da estrela da noite!)
.
.
.
— Então você pegou um avião. — me recebeu em seus braços assim que saí pela porta do elevador. Seus óculos na ponta do nariz, cabelos bagunçados, ele estava irrestivelmente lindo!
— É o melhor transporte. Quem diria que cada maldito segundo para chegar aqui seria uma tortura. — Sorri, beijando os lábios dele, algo saudoso, libertador, amoroso.
— Eu também senti sua falta, — sussurrou em meus ouvidos antes de me erguer em seus braços, nos levando para dentro do apartamento.
A noite havia se despedido, o dia ainda estava dando as boas-vindas, e eu iniciaríamos mais um novo capítulo em nossas vidas. Eu não o deixaria partir uma terceira vez, eu viveria cada maldito dia como se fosse o último e o faria feliz! Eu teria a certeza de que aquele doce e amoroso sorriso não se apagaria dos lábios de .
Eu me casaria com aquele homem, lhe daria tudo o que merecia, nossas crianças seriam lindas, mas naquela manhã eu apenas me afogaria em seu amor, daria um tempo a ele para processar minhas palavras, mas não desperdiçaria mais nenhuma chance.
Ícones podiam surgir, outros poderiam ser destruídos por boatos, mas aqueles que persistissem experimentariam o verdadeiro gosto do sucesso! (Fonte: Rolling Velvet Songs).
Eu observei a multidão do alto da minha bateria. Faces tão conhecidas quanto desconhecidas. Toda a trajetória até aquele momento fora árdua. Me reinventar, encontrar integrantes para criar uma nova banda… Recomeços não são os mais fáceis. Meu adorável melhor amigo me incentivou a voltar a tocar. Aos poucos, eu mergulhei na música. Eu não havia notado o quanto havia sentido falta das banquetas, do reverberar ao tocar com tudo o que tinha os pratos… a bateria era uma extensão do meu corpo, eu precisava dela tanto quanto precisava dos meus pulmões para respirar. Em algum momento, eu tive que deixar outra vez para trás, meu melhor amigo, meu primeiro amor e meu salvador.
Um ano inteiro me movendo pelas ruas, bares, comércios, praças do país, procurando talentos negligenciados, músicos que não desistiam por nada, mesmo que isso lhes causasse problemas financeiros… Eu estava atrás das pessoas certas, eu queria encontrar pessoas que não desperdiçariam seus sonhos, que persistiriam mesmo com tantos obstáculos. Em um ano, eu formei uma nova banda, em seis meses lançamos nossa primeira faixa juntos, emplacando um sucesso atrás do outro. Não fora uma surpresa a Vipers estar vencendo aquela categoria do Grammy, agora éramos um ícone, um exemplo, uma tendência, e mesmo diante de tantos holofotes, dando o meu melhor naquela bateria, meu coração implorava para voltar para casa… um lar, uma pessoa, a minha pessoa!
— , nos dê uma palavra.
— , o que você tem a declarar sobre as palavras de seu ex noivo?
— , mesmo sendo a baterista, como consegue liderar toda banda?
— !
— !
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— Isso tá ao vivo? — questionei a um dos inúmeros repórteres. O vi balançando a cabeça afirmativamente, segurei o microfone e olhei diretamente para a câmera. — Eu sei que você deve estar jogado naquele sofá, em volta de uma pilha de roupa e outra de documentos. Eu estou indo para casa, deixe a porta aberta e me espere, porque não vou te deixar partir uma terceira vez na minha vida, meu amor! — Entreguei o microfone antes de adentrar o táxi. Eu já havia avisado toda a banda que não ficaria para as comemorações, precisava dos braços do meu verdadeiro amor, o homem que sempre esteve ao meu lado quando precisei, aquele que conhecia cada mísera parte minha… A vida nos proporcionou duas chances, a terceira eu criaria, não estava disposta a deixá-lo fora das minhas conquistas, eu queria compartilhar os bons e maus momentos com ele.
EXTRA EXTRA, SEU JORNAL E ATUALIZAÇÕES SOBRE A BANDA DO MOMENTO:
Quem será o misterioso amante da baterista do Vipers?! (Clique no link abaixo e descubra o que testemunhas e amigos próximos tem a dizer.)
Baterista do Vipers abandona as comemorações do Grammy e vai atrás do misterioso amante. (Novas confirmações sobre o evento e a saída repentina da estrela da noite!)
.
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— Então você pegou um avião. — me recebeu em seus braços assim que saí pela porta do elevador. Seus óculos na ponta do nariz, cabelos bagunçados, ele estava irrestivelmente lindo!
— É o melhor transporte. Quem diria que cada maldito segundo para chegar aqui seria uma tortura. — Sorri, beijando os lábios dele, algo saudoso, libertador, amoroso.
— Eu também senti sua falta, — sussurrou em meus ouvidos antes de me erguer em seus braços, nos levando para dentro do apartamento.
A noite havia se despedido, o dia ainda estava dando as boas-vindas, e eu iniciaríamos mais um novo capítulo em nossas vidas. Eu não o deixaria partir uma terceira vez, eu viveria cada maldito dia como se fosse o último e o faria feliz! Eu teria a certeza de que aquele doce e amoroso sorriso não se apagaria dos lábios de .
Eu me casaria com aquele homem, lhe daria tudo o que merecia, nossas crianças seriam lindas, mas naquela manhã eu apenas me afogaria em seu amor, daria um tempo a ele para processar minhas palavras, mas não desperdiçaria mais nenhuma chance.
Ícones podiam surgir, outros poderiam ser destruídos por boatos, mas aqueles que persistissem experimentariam o verdadeiro gosto do sucesso! (Fonte: Rolling Velvet Songs).
FIM
Nota da autora: Enfim, mais uma faixa terminada. Espero que tenham gostado tanto dela quanto eu amei escrevê-la. Não esqueçam de me dizer o que acharam nos comentários, nos vemos no próximo ficstape!
O ódio e nojo da protagonista é direcionado à traição do noivo dela e não pela sexualidade ali abordada. Todo tipo de amor é válido se houver transparência e honestidade.
Nomes de revistas, sites e bandas fictícios, qualquer semelhança com a vida real foi mera coincidência.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
O ódio e nojo da protagonista é direcionado à traição do noivo dela e não pela sexualidade ali abordada. Todo tipo de amor é válido se houver transparência e honestidade.
Nomes de revistas, sites e bandas fictícios, qualquer semelhança com a vida real foi mera coincidência.