Fanfic Finalizada: 02/02/2018

Capítulo 1

12/05/2016

Manchester City está na semifinal da Premier League contra o Stoke City, o artilheiro da liga, , de volta aos gramados após uma contusão na panturrilha esquerda.
Ele vem mostrando o por que o time apostou todas as fixas nele, jogador habilidoso, vamos ver se mais uma vez ele será decisivo.
Apita o arbitro e começa o jogo.
– E o narrador gritara, dando início partida.
O jogo foi tenso para ambos os lados que buscavam insistentemente a vaga, mas nesse jogo o City se deu melhor vencendo por dois a um. Agora é esperar quem sairá do confronto ente Chelsea e Arsenal.
Marco está nos chamando ao lado do campo. Fala Marco
Marco: Estou aqui com , a vitória foi na raça mesmo.
: Já sabíamos que ia ser bastante difícil, mas nossa equipe fez um belo trabalho até aqui e mereceu a vitória.
Marco: Quem você espera que vá para final com vocês?
: Ambos os times também estão vindo de ótima campanha, o que vier irá nos dar trabalho.
Marco: Vou deixar você ir com seus colegas para o vestiário, bom descanso e obrigado.
: Até a final.
Marco: Esse foi a aposta do time na liga, agora eles vão comemorar e esperar o novo confronto.


– Ei . – Agüero me chamava.
– Fala cara. – Desviei minha atenção de meu armário.
– Vamos comemorar nossa vitória hoje no bar do hotel.
– Eu preciso ir para casa. – Falei.
– Vamos embora amanhã de manhã. – Disse.
– Hoje é aniversário da minha mãe combinei com meu pai de ir embora assim que a partida terminasse. – Coloquei meu uniforme na mala. – Quero fazer uma surpresa a ela, chamei já o carro para ir, nos vemos na final. – Bati em suas costas e saí. Meu pai e eu tínhamos combinado de fazer um aniversário para minha mãe e de surpresa eu apareceria após o jogo, ninguém além de mim e ele sabíamos. Os últimos anos não pude comparecer a nenhuma das festas organizadas para ela, já que sempre coincidia com algum jogo do time a longas distâncias. Quando cheguei na saída do estádio, o carro já estava me esperando, assim como alguns repórteres e fotógrafos.
– Que belo jogo de hoje hein?! – Comentou o motorista.
– Sim.
– Você poderia me dar um autógrafo? – Pediu, olhando para o banco de trás.
– Claro. – Peguei o papel e caneta estendido para mim. – Qual nome devo dedicar?
– Ethan, meu filho de sete anos te venera. – Falou.
– Aqui está. – Entreguei.
– Ele queria vir comigo, minha esposa achou o caminho meio longo então ele ficou em casa emburrado e isso vai alegrá-lo. – Todo percurso foi cansativo, Carl, o motorista em momento algum fez silencio, comentando sobre sua vida e tietando, procurei ser o mais simpático possível em respondê-lo, até que perto de um cruzamento seu celular toca em uma chamada de vídeo.
– Filho, o papai está dirigindo. – Falou assim que aceitou a chamada.
– O está com você agora? – O garotinho perguntou.
– Onde está sua mãe? – Perguntou para a criança.
– Posso falar com ele?
– Ele está cansado filho, mais deixou um autografo para você.
– A mamãe disse que não teria problema nenhum eu falar com ele.
– Ethan, com quem você está falando? – Perguntou a moça e deduzi ser a mãe da criança.
– Com o papai e o . – Respondeu.
– Você se importa em falar com meu filho? – Tirou uma mão do volante estendendo o celular. A cena seguinte aconteceu rapidamente, estendi minha mão para pegar o aparelho, um caminhão vinha completando o cruzamento e o motorista não tinha parado conforme a placa.
– Carl, o caminhão. – Avisei com o celular na mão. Ele tentou desviar, batendo a roda esquerda na roda do caminhão fazendo com que o carro se projetasse para o lado dando piruetas e depois rolasse para o acostamento, minha testa latejava e escorria algo quente e então apaguei.

Mais tarde na casa dos
Por .
– Matthew saia logo dessa televisão e venha comemorar o aniversário de sua mãe. – O mais velho da família gritava da cozinha.
– Pai, já estamos há cinco horas comemorando esse aniversário e nada de partir o bolo. – Resmungou o garoto de quinze anos.
– Eu vou me juntar ao pentelho lá na sala. – A irmã mais velha disse, se levantando.
– Mudamos então o aniversário para sala? – Perguntei.
– Se não vencemos, nos juntamos a eles. – Judith, minha sogra respondeu a contragosto de meu sogro.
– Emma, quer parar de brigar pelo controle com seu irmão? Nossos filhos estão vendo isso. – O marido dela falava.
– Eu não quero assistir esse canal babaca de esportes.
– Deixe seu irmão em paz. – Joe ordenou.
– Estou cansada desse canal. – Cruzou os braços.
– Vamos comer o bolo ou não?
– Já disse que não.
– Mãe, podemos comer o seu bolo? – Matthew perguntava passando a mão na barriga.
– Vamos parar de bobeira e comer logo esse bolo. – Seguiu em direção a cozinha para pegá-lo.
– Matt, eu já disse para esperar. – Pediu o patriarca da família.
Interrompemos a programação local para dar uma má noticia para o time do Manchester, familiares e ao fã do clube. Após a partida, o jogador seguia para casa em um carro alugado para casa de seus pais segundo fontes e no cruzamento da Street 234 o carro colidiu com um caminhão que vinha no sentido principal, o veículo com os passageiros foi encontrado a quinhentos metros do local. O motorista foi tirado consciente do veiculo e ambos foram levados para o hospital local.
Então com um barulho de algo caindo no chão e um grito de Judith, todos nós ali saímos do transe estático que nos encontrávamos, ele estava vindo para casa, para o aniversário de sua mãe, agora tudo fazia sentido como o senhor Joe queria atrasar a comemoração, mais quem havia se atrasado era ele.
– Preciso ver meu filho. – Saiu correndo em direção às escadas.
– Eu vou atrás dela. – Joe saiu correndo. Fiquei na sala com os irmãos de , Emma ainda encarava a televisão em uma espécie de absorção do que estava acontecendo, eu só conseguia ficar paralisada ali enquanto as lágrimas rolavam. Enquanto as crianças brincavam no carpete alheias de tudo a sua volta.



Capítulo 2

O que eu me lembro daquele jogo? Lembro quase nada, apenas o que me contaram ou o que assisti pela televisão. Logo após o carro parar de capotar e eu desmaiar fiquei em coma por três meses, passei por quatro cirurgias. Manchester tinha perdido a final para o Chelsea e então com uma enxurrada de noticias ruins eu fui atingido, eu havia ficado tetraplégico mesmo depois de todas aquelas cirurgias tentando reverter o caso. Todos os dias que eu fiquei internado naquele hospital alguns amigos e familiares me visitavam. Jornais anunciavam minha saída do coma e lamentavam minha situação que me impedia de voltar aos gramados. Quando enfim recebi alta, minha casa ficava cercada de repórteres e paparazzi. E então tudo ficou desgastante para mim, sair de casa para fisioterapia, os dias se passando e nada de progresso, o medo de nunca mais voltar a andar, a pisar em um gramado e correr por toda sua extensão e de não poder ser o namorado que merecia.
, se anime e saia desse canto. – Agüero se aproximou com sua namorada.
– Como posso me animar em um lugar que não gostaria de estar? – Falei
– Só tenta, por favor. – Falou se dando por vencido.
– E onde está? – Karen perguntou.
– Foi buscar bebidas. – Respondi. – Não sei para quê esse evento.
– O clube queria comemorar sua melhora, cara.
– Com todas essas pessoas? – Perguntei. – Elas só me olham com pena.
– Não olhe agora, mas Ivanović está vindo aí. – Avisou.
– Como está aí em baixo grande . – Riu de sua própria piada sem graça.
– Idiota como sempre. – Comentei.
– Não estou vendo , terminaram? – Perguntou.
– Não, apenas foi ao bar.
– Só bebendo mesmo para aguentar sua cara de bunda.
– Quando é que você vai ter maturidade? – Perguntou Agüero, saindo com sua namorada em direção a pista de dança.
– Se importa de sua namorada dançar comigo, já que com você ela não poderá? – Falou.
– Qual é a sua? – Perguntei. – Eu até entendo uma certa rivalidade dentro do campo mais isso chega a ser ridículo.
– Vamos ser francos, . – Começou. – O meu time foi campeão da liga e você pode ter sido o artilheiro dessa temporada mais na próxima alguém tirará isso e você não poderá fazer nada.
– Vá se foder. – Segurei nas rodas da cadeira.
– Está aí uma coisa que você também não irá conseguir. – Bebeu o resto de sua bebida. – Você já perdeu tudo para mim e também a perderá. – Olhou na direção de .
– Ela nunca me trocaria por um porco como você. – Falei.
– Pergunte a ela quem foi seu ombro amigo enquanto você estava naquela cama imóvel. – Sorriu por me deixar sem respostas. – Eu sou melhor que você e não demora para sua namorada perceber isso. – Olhou caminhando em nossa direção. – Você só irá a atrapalhar, sentado nessa cadeira, o que vai oferecer a ela? – Debochou. – Vão ter uma família? Como? Se nem dançar com ela hoje você irá. – Suas palavras eram cortantes.
– Ei meninos. – Ela deu meio sorriso.
– Como vai a mulher mais bonita dessa festa? – Beijou sua mão. – Quer dançar? – Perguntou.
– Não, obrigada. – Falou ficando ao meu lado.
, não se importaria, não é mesmo? – Me encarou.
– Eu não sou boa com dança, agradeço o convite. – Falou desviando o assunto, logo em seguida ele saiu. – Está tudo bem? – Me perguntou.
– Está sim. – Falei.
– Se você apertar mais esse copo ele vai estourar. – Comentou.
– Eu quero ir para casa. – Destravei a cadeira.
– Eu vou com você. – Falou segurando na cadeira.
– Eu consigo me mover. – Falei seco. – Quero ficar sozinho.

23/10/2016

Dois meses, sessenta dias, oito semanas e meia, mil quatrocentos e quarenta horas depois daquela festa, esse mesmo tempo que eu evitava ver . A final Ivanović estava certo, que futuro eu daria a ela, sentado em uma cadeira de rodas, eu não poderia a levar para sair, dançar na chuva. Eu só a machucaria assim, ela era nova, tinha tantas oportunidades boas em sua vida e alguém que a poderia amá-la inteiramente. E eu, eu tinha dois por cento de chances de voltar a andar, parecia uma piada, eu sei. Há exatamente duas semanas desisti de ir à fisioterapia, eu teria que aceitar a minha nova realidade.
– Assistindo esse jogo novamente? – Perguntou minha mãe
– Não entendo como não fomos campeões, estávamos tão bons. – Falei em um fio de voz.
– Não era para ser, . – Sentou-se ao meu lado. – Vão ter outras chances.
– Eu não vou, mãe. – Suspirei. – Estou preso à essa cadeira como um inútil. – Segurei minha própria mão.
– Um passo de cada vez meu filho. – Me abraçou. – Não desista de ir à sua sessão de fisioterapia, insista nesses dois por cento. – Apenas fiquei em silêncio. – A propósito, ligou querendo falar com você.
– Eu não quero falar com ela. – Mordi os lábios. – Eu não quero magoá-la, não mais.
– Ela já está a caminho. – Avisou. – Vou descer e esperá-la. – Me deixou ali fechado naquele quarto.

Por
estava magoado com alguma coisa, disso eu tinha certeza, poderia ser algo que aquele jogador tinha falado na festa. Eu só não entendia o motivo de ele se afastar de mim, me evitar quando eu ia na sua casa. Judith tinha me ligado e avisado que ele tinha parado com suas sessões para voltar a andar e me pediu que eu fosse até a casa dela falar com ele e aqui estava eu, pedindo mais uma vez para falar com ele.
, quer parar de correr de mim. – Pedi com a testa escorada na porta de seu quarto.
– Vai embora. ¬– Gritou.
– Eu não vou embora enquanto você não abrir essa porta e me ouvir. – Respondi. – Você está me dando um milhão de razões para te deixar, está me dando um milhão de razões para desistir de nós, mas eu não vou. – Falei, girando a maçaneta e constatando que a porta só estava escorada. – Eu não vou por que sei que toda vez que eu olho em seus olhos vejo o amor preso aí dentro. – Me aproximei. – Então me deixe ficar aqui com você.
– Eu não posso te oferecer nada preso nessa cadeira. – Exclamou. – Não posso andar do seu lado, te pegar no colo, dançar e nem ao menos poderei brincar com nossos filhos, se é que vamos ter. – Falava rapidamente.
– Ele te disse isso não foi?! – Perguntei mesmo sabendo a resposta.
– Eu mal consigo brincar com meus sobrinhos, até eles sabem que eu não posso brincar. – Bufou.
– O que ele te disse? – Perguntei
– Ele tem toda razão. – Disse abatido. – Eu só posso te oferecer uma cadeira para empurrar.
– Não, ele não tem. –Afirmei. – Quem ele pensa que é para te falar isso? Um babaca preconceituoso que não sabe nada a respeito das pessoas que passam por isso.
– Tenho menos de três por cento de chances de voltar a andar, algo quase impossível, não quero dar esperanças à minha mãe, a você e desapontá-las.
– Você sabe que não ficará assim para sempre, temos chances, insista nisso. – Ajoelhei ao seu lado. – Enquanto houver chances vamos tentar, mais tarde esses dois por centos viram quatro, oito e quando você perceber estará próximo, não desista.
– E se eu não conseguir e continuar sendo esse inútil que precisa sempre de alguém que faça as coisas por mim? – Falou.
– Mesmo que não dê em nada essa tentativa eu vou sempre estar aqui, eu não me importo com isso. – Falei firme. – Eu te amo , o que tenho que fazer para que você entenda? – Perguntei. – Eu conheço muitas pessoas que conseguem fazer muitas coisas, serem independentes, não dê ouvidos a esses babacas que querem desmerecer as pessoas por suas condições, todas elas têm um motivo ou uma missão aqui. Nunca deixe ninguém te dizer que não pode fazer algo até você tentar. – Segurei seu rosto.
– Você é maravilhosa. – Me abraçou.
– Não me peça para ir embora quando eu só preciso de uma boa razão para ficar, diga que você será essa ela. – Falei em seu ouvido.
– Eu te amo, .
– Eu te amo, . – O beijei em seguida.

Eu tenho cem milhões de razões para ir embora
Mas querido, eu só preciso de uma boa, uma boa
Diz que você será aquela razão boa, boa
Querido, eu só preciso de uma boa razão para ficar






Fim



Nota da autora: Sem nota.



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