Finalizada

Capítulo Único

SAGA OUR KIDS
PARTE 3: THE RETOURN

— A mamãe voltou!
disse parada com uma pequena mala no batente da porta, olhando para a babá de , de cima a baixo, com uma expressão bem mal educada. A voz de entrou pelos ouvidos de e doeu lá no fundo da alma dele. Não sabia o que a ex mulher queria ali, mas depois de tantos anos longe, coisa boa que não era.
, quem é essa mulher? — Jiwon perguntou para a mulher que segurava sua irmã nos braços, escondido atrás da perna dela.
— Sou sua mamãe, não está me reconhecendo? — disse em um tom afetado demais para o gosto de e o garotinho se escondeu ainda mais.
— Eu não tenho uma mamãe, a que cuida de mim. — A voz dele começou a tremular e sabia que o pequeno ia chorar.
— Vem Jiwon, vamos subir, precisamos tirar nossos pijamas, o papai tem algumas coisas para conversar com a sua… — Olhou os olhos arregalados do menino, não queria forçar nada, embora aparentemente ela fosse mesmo a mãe deles, já tinha mostrado algumas fotos dela e a bicha era linda mesmo, pena que não valia nem um real furado.
— A amiga do papai! — disse, ajudando naquele momento que silabou um obrigada mudo enquanto levava as crianças para o andar de cima.
— Namorada nova? — disse entrando na casa, colocando a mala para dentro também e se jogando no sofá.
— Não é da sua conta. O que você quer aqui, que mala é essa? — se sentia enjoado, achou que ainda amava aquela mulher, mas vendo ali na sua frente, era como se tivesse vendo a pior assombração da vida, a ânsia podia ser pelo fato de estar um pouco doente ainda.
— Claro que é, afinal, eu voltei para a minha casa e para a minha família, então pode terminar o que quer que você tenha com ela, porque eu não vou aceitar uma amante dentro da minha própria casa. — O tom dela era de deboche, mas parecia que ela estava mesmo acreditando naquelas palavras. A cabeça de girou, ele não estava bem mesmo.
— Dentro da sua, o que? Você não tem vergonha na sua cara não? Eu não acredito nisso! — Ele estava andando de um lado para o outro, não era possível que aquele não era um pesadelo.
— Ué! Não foi você que abriu essa ação judicial contra mim, porque eu abandonei a minha família e meus filhos, pois bem, se eu voltar para a casa eu não vou precisar responder por nada disso, não é mesmo? — Ela era tão cínica que dava até ódio.
, você não tem mais direito de morar nessa casa, você mesma me enviou os papéis do divórcio e eu assinei, a única coisa que eu quero é que você participe da vida dos seus filhos e se não for capaz, pelo menos arque com as suas responsabilidades e pague a pensão, eles merecem viver uma vida confortável e a gente pode dar isso a eles. — Quando entrou com a ação contra a ex mulher, não tinha a intenção que ela voltasse para casa, até porque ele estava em outra vibe, curtindo , e sabia que ela o curtia também, embora nunca tivesse dito nada, ela cuidava dele como nenhuma outra pessoa no mundo fez e aquela não era a função dela, até porque, ela era a babá dos filhos dele e não dele efetivamente.
— Por sorte eu não tive tempo para entregar eles para os advogados. — puxou um envelope de papel pardo da grande bolsa que carregava e entregou para ele. — Então, oficialmente ainda tenho direitos sobre essa casa e todo o resto. — Colocou os pés em cima da mesinha de centro enquanto perdia a cor do rosto lendo que aqueles eram os papéis que ele assinou com tanta dificuldade tempos atrás, aquela era uma versão de que realmente nunca imaginou que conheceria, pensou que a versão que não dava a mínima para os filhos fosse definitivamente a pior de todas, mas aquela, que o fez sofrer com um divórcio e que nunca se deu o trabalho de efetivar, ou até mesmo estava mesmo procrastinando para que pudesse ter aquele tipo de coisa um dia.
— Não, você não pode, você…
— Parece que eu posso, amor! — Parecia mesmo um pesadelo. — Falando em poder, cadê aquela mulherzinha, precisamos que ela vá embora. — Se levantou do sofá e foi batendo os saltos pelos chão, indo na direção das escadas.
— Espera aí… — a segurou pelo braço para que parasse de andar. — Ela não é nada disso que você está pensando. — estava parada na ponta da escada, prestes a descer para pegar a mamadeira de Soeyon, mas parou quando ouviu o homem falar aquilo. — Ela não, nós não…
— Eu te ouvi perguntando se ela dormiu confortavelmente na sua cara e o Jiwon disse que a "" quem cuidava deles, eu posso parecer burra, mas eu não sou e eu já disse que não vou aceitar uma amante dentro dessa casa, afinal, a mamãe voltou e aquela piranha vai ter que procurar outro galinheiro para ciscar, infelizmente para ela é claro, o amor da sua vida está de volta e a gente sabe que você me ama né? E que só fez essa palhaçada de pedir pensão porque queria que eu voltasse para a casa, e aqui estou. — O sorriso dela era enorme e carregava uma maldade que era um pouco assustador.
— Eu não…
— Senhor , acho que Jiwon voltou a ter febre, ele não parece bem, não é melhor o senhor levar eles até o doutor Park? — interrompeu o papo dos dois, estava visivelmente estressado e meio perdido com aquilo.
— Mede a febre deles para mim, ? Eu vou trocar de roupas e pegar o carro. — A preocupação tomou conta de , já não bastava seus filhos doentes, ainda tinha aquela situação com a ex.
— Eu já não disse que essa piranha não pode mais ficar aqui, e que papo é esse de "senhor" é coisa de BDSM? Pelo amor de Deus, , tenha decência…
— Cala a boca, só cala a boca . — disse respirando fundo. — a é a minha babá, como você pode ser tão estúpida assim, você ouviu o que ela disse? Que o seu filho está com febre de novo? Porque ele estava com febre de madrugada, porque eles estão doentes! Ah, você não sabia, não é? Porque você não sabe nada sobre a vida daquelas crianças. Se você me dá licença, eu vou me vestir para levar meu filho ao médico. — Não podia deixar que continuasse com aqueles insultos a e precisava levar as crianças ao médico.

Subiu como um raio para seu quarto e vestiu alguma coisa o mais rápido que pode, também não estava se sentindo bem e aquele turbilhão de emoções não ajudava a saber se era só estresse ou se também não estava bem. Saiu do quarto de deu de cara com , estava com a bolsa deles pendurada nos ombros, Soyeon em um braço e Jiwon em outro, o menino choramingava um pouco e estava agarrado ao corpo da mulher.

— 38.5-C°, e a Soyeon não tá com febre não, mas está com uma diarréia estranha. — disse assim que avistou que estava com a camiseta do lado errado e as bochechas estão rosadas que ela podia jurar que ele estava com febre outra vez.
— Vamos, no caminho eu ligo para o médico avisando que estamos indo lá. — disse se aproximando.
eu não acho que...
— Por Favor, , não me deixe, eu sei que aconteceu muita coisa e que provavelmente você ouviu a falando alguma besteira, porque a acústica dessa casa é uma grande bosta, mas eu preciso de você, não só agora porque eu não sei se consigo dirigir até o hospital, mas todos os dias, você é a única que consegue salvar a minha vida e cuidar dos meus filhos melhor que eu e nem eu e nem eles vamos conseguir ficar sem você…
, não é hora para essa conversa, eu ainda trabalho para você, até que você me mande embora ou sei lá, mas eu ia dizer que eu não acho que deveria sair com a camisa ao contrário, as pessoas podem te internar na ala psiquiátrica. — Se permitiu rir um pouco, também estava com muita coisa na cabeça, mas como sempre, estava priorizando quem devia ser prioridade: às crianças.
— Ai meu Deus! — disse dando uma risadinha aliviada, virou a camisa no corpo e pegou Soyeon e a bolsa dela, pelo jeito que Jiwon estava agarrado em , não se arriscaria em tentar forçar uma barra. — Vamos!

E eles foram, desceram as escadas e deixaram falando alguma coisa que nem deram importância e claro, a negligência em pessoa não moveu um dedo para ir com eles até o hospital.
Felizmente eles só pegaram uma virose leve, estava na época de resfriado e com Jiwon iniciando na escolinha naquele ano, a mudança de hábito e o contato direto com outras crianças ajudou naquele quadro, graças a Deus o médico deles era o melhor pediatra do mundo, e enquanto eles faziam todos os exames necessários para a certeza que não era nada grave, acompanhados de , aproveitou para passar também em uma consulta, precisava saber quais remédios tomar para poder cuidar dos filhos e não piorar o quadro deles e nem passar para , que por sorte nunca ficava doente quando eles estavam. Ele precisava se recuperar logo, porque talvez a mulher precisasse de um tempo nas próximas semanas para se recuperar, era sempre assim, parecia que o vírus nela esperava todo mundo ficar bem - as crianças né? Porque aquela era a primeira vez que adoecia junto - e depois ela ficava ruinzinha, mesmo não contando para , ele sabia como aquelas coisas aconteciam.
Voltaram para casa, todos os doentes medicados, inclusive, as crianças estavam dormindo tranquilamente durante a viagem de volta, e com os remédios comprados, receitas para as dosagens e horários e o jantar, já que passaram quase o dia todo fora, era domingo e eles não iriam encontrar o mercado aberto para que cozinhassem alguma coisa, foram que era sem condições, ir em hospitais era cansativo demais, ainda mais com as crianças.

— Eu vou colocar ela no berço, depois volto e pego a bolsa. — disse abrindo a porta e colocando a chave no aparador que ficava em cima do móvel na entrada. Tinha esquecido completamente que a ex mulher de estava lá, só percebeu porque quase tropeçou nas malas que estavam no meio da passagem.
olhou bem e as malas eram as malas dela, como ainda passava alguns dias da semana dormindo lá, porque às vezes ainda tinha que fazer horas extras e tudo mais, tinha as coisas dela lá, era mais prático e ela morou lá efetivamente por um tempo de toda forma, quando o chefe corria atrás daquela promoção que tinha atualmente. paralisou, não estava entendendo o que aquela mulher queria, mas mexer daquela forma nas coisas dela, era inaceitável, e ainda deixar jogado daquela maneira e de forma irresponsável na passagem, quando ela sabia que eles tinham saído com as crianças e voltariam com elas.
— O que é isso? — perguntou, parado na porta de entrada, que tinha deixado aberto para que ele conseguisse passar com Jiwon no colo e as sacolas com a comida.
— Eu não sei. — disse com um fio de voz, ela realmente odiava que mexessem nas coisas dela.
— Essas malas não são aquelas que compramos para a viagem de final de ano? — também não estava acreditando no que os olhos viam, e ele conhecia aquelas malas muito bem, tinha comprado elas nas cores preferidas da mulher e tinha uns desenhos de sozinhos por elas todas.
— São as tralhas dela mesmo! — disse, vindo da cozinha com uma taça de vinho na mão.
— Quem te deu permissão de mexer nas coisas da ? — estava extremamente irritado com aquilo e só conseguia pensar em não acordar às crianças, mesmo com aquele sentimento amargo na garganta, ela não conseguia não se preocupar com as crianças, ela amava aqueles pinguinhos de gente mais que tudo em sua vida.
— Eu não preciso de permissão para mexer nas coisas dentro da minha casa. — Ela falava alto, sem preocupação nenhuma se as crianças estavam ali, se estavam dormindo ou acordadas ou o que fosse. Quando ia falar alguma coisa, foi mais rápida e olhou para ele.
— Vamos levar as crianças, Senhor , depois a gente vê isso, o que acha? — Escondeu a voz embargada que fez até com que a ponta de seu nariz ficasse vermelho, mas não daria o braço a torcer de chorar na frente naquela mulher. — Cuidado para não tropeçar! — Ela disse ainda, depois de passar pelas malas e subir as escadas com a garotinha nos braços.
passou primeiro na cozinha, deixando as sacolas com a comida e logo em seguida subiu com o filho, no meio do caminho das escadas, descia enquanto ele subia então não conseguiram conversar sobre aquilo.
retirou as malas que estavam jogadas pelo chão, como se alguém tivesse as jogado escada abaixo, e percebeu também que elas estavam arranhadas por esse mesmo motivo. Colocou em um canto da sala e voltou até o carro para pegar as bolsas das crianças e todo o resto que estava no carro. Quando voltou, conseguia ouvir eles brigando pelo outro lado da porta.
— O que foi , ficou chateadinho porque eu estou invadindo seu espaço? Tá vendo como é gostoso ter alguém invadindo seu lugar e bagunçando tudo? — disse em um tom alto.
— Dá para você falar baixo? Eles estão dormindo! — chamou a atenção dela. — Você está desrespeitando a minha funcionária, que também é minha amiga, qual o seu problema? Isso tudo porque você achou ruim pagar pensão? Tá saindo muito caro isso viu, acho que não vale a pena. — disse exausto, sabia que ele estava exausto, quantas vezes ele não usou aquele tom de exaustão com ela para falar sobre o quanto o serviço estava sugando suas energias ou quando ficava cansado de sentir falta dos filhos, a vida daquele homem vinha sendo exaustiva, já tinha um tempo!
— Você não vai dar o que ela quer! — entrou na casa novamente, carregando as bolsas das crianças. — Ela quer que você retire a ação, que não a lembre que tem obrigações com essas crianças, tanto quanto você e eu não sei se você sabe, , mas alienação parental, mesmo que more com as crianças ainda é cabível de processo, então bonitinha, ou você vira a mãe que aquelas crianças merecem, com dignidade, amor e responsabilidade ou volta para a sua vidinha de luxo e passarela e paga a pensão deles como qualquer pessoa com decência, você pode até não pagar a pensão se quiser, mas eu não vou deixar que o desista dos direitos dos filhos dele, aquelas crianças merecem tudo o que tem direito, infelizmente eles já não tem uma mãe, mas eu, mesmo que não seja mais babá deles daqui para frente, vou garantir que eles tenham todas as coisas que merecem e que são deles de direito, como amiga e como advogada também! — Os olhos de brilhavam enquanto dizia aquelas palavras, sempre soube que ela estava se tornando uma excelente advogada, e pode sentir ali que era aquilo que ela devia mesmo fazer, tinha nascido para aquele tipo de coisa e para aquele tipo de segmento que resolveu se especializar, que era o Direito da Família, dentro do Direito Civil.
— Quem você pensa que é para falar assim comigo? — levantou a mão para acertar que estava parada em frente a ela.
— Você tem problema de concentração ou algo do tipo? — segurou a mão dela no ar. — Acho que o já te disse umas sete vezes que eu sou a babá dos filhos dele, que eu sou amiga pessoal da família dele, mas caso você ainda não tenha entendido, eu serei o seu pior pesadelo daqui em diante, você está mexendo com as crianças erradas. — Soltou o braço dela e continuou encarando, estava olhando tão profundamente nos olhos daquela mulher, que quase conseguia ver a alma dela. — E digo mais, se você encostar a mão em mim, eu te processo, imagina o escândalo que não vai ser, a grande modelo , além de abandonar os filhos, que eu aposto que ninguém sabe que você tem, ainda é agressora de funcionários, a mídia vai amar! — A aura de era outra mesmo, ela parecia tão poderosa, como se pudesse soltar lasers pelos olhos. Tinha ficado na dela mais cedo, porque não queria fazer uma cena na frente das crianças e porque elas estavam doentes, mas naquele momento elas estavam melhores e dormindo no andar de cima, podia mostrar para aquela mulher que o lugar dela não era mais ali, até porque, ela não tinha voltado pelos motivos certos.
— Você não teria coragem de expor o e as crianças desse jeito! — tinha pensado em tudo, sabia que em algum momento alguém podia ameaçar ela daquela maneira.
— Eu não preciso expôr ninguém mais além de você! Eu conheço as pessoas certas e se você quiser ferrar a vida de qualquer um deles, quando a sua estiver no limbo da mídia, já sabe que mais um processo vem né? E que a opinião pública quando envolve exposição de crianças tão pequenas é pesada. — também estava preparada para aquela situação, quando instruiu que entrasse com aquele pedido na justiça sabia que, pelo caráter dela de ter abandonado os filhos, poderia fazer um papelão daqueles, conhecia muita história como aquelas, das mães solo que frequentavam a ONG que ela trabalhou em apoio a essas mulheres que eram abandonadas pelos genitores. Muitas vezes quem abandonava o lar, fazia aquele papelão de "voltar" para casa e se isentar de pagar, mas ela estava blindada também com aquele tipo de situação, já tinha ajudado muitas pessoas e agora tinha o bônus do conhecimento jurídico.
— Em momento algum eu disse que voltei por causa dessa ação, eu tenho direito de ver e conviver com meus filhos e ainda somos casados, então…
— Eu espero que para o seu bem e o bem deles, isso seja verdade! Que aqui não seja só um SPA de férias e uma desculpa para se reaproximar e anular a ação ou coagir que ela seja retirada. — não estava para brincadeiras, iria mesmo vigiar aquela mulher e os atos dela. — Bom, como a "mamãe" está de volta, eu volto amanhã para ver se eles estão melhores e os levar para escola. Os turnos noturnos ficam com você, , já que aparentemente me despejou. — Apontou para as malas no canto. — então eu não vou mais precisar dormir aqui. Vou deixar as bolsas aqui e ir embora! Não esquece de tomar o remédio . Qualquer coisa me liga! — pegou as coisas dela depois de deixar as coisas das crianças por ali.

E foi mesmo embora! ainda se sentia perdido sem aquela mulher em sua vida estava tão acostumado com a rotina e ter ela por perto, que não sabia como reagir e como os filhos reagiriam, mas precisava dar aquela segunda chance para , afinal ela era mãe deles, né?
O coração de também estava partido, sabia que aquela mudança seria difícil para as crianças, mas se aquela mulher queria recobrar a confiança dos filhos, precisava dar espaço para aquilo, para que aquelas crianças vivessem a experiência completa!
A audiência seria em poucas semanas, uma semana inteira com morando naquela casa, estava quase sufocando , a presença dela incomodava dele e ela não tinha carinho ou paciência com as crianças e os filhos não estavam felizes, ele tinha medo que se desse a louça em , ela os abandonasse outra vez, não queria que os filhos passassem por aquela experiência novamente, eram pequenos demais para carregar tantos traumas, mas também, não queria que eles crescessem sem amor ou com uma pessoa gritando constantemente com eles, não estavam acostumados com aquele tipo de tratamento.

👶👶👶


— Eu posso mandar ela embora? — perguntou, levando o copo de cerveja até os lábios. Os filhos tinham ido passar um tempo com os tios/padrinhos deles e estava de folga naquela noite.
— Você até pode, mas ela pode alegar para o Juiz que você está privando de ficar com os filhos. — também tomou um gole de sua bebida e suspirou derrotada.
— Mas ela visivelmente não quer estar ali e cuidar das crianças, ela não os trata bem e eu não consigo mais ver meus filhos passando por esse tipo de coisa. — estava chateado e com razão, só aparecia lá para dar o café da manhã para eles, levar e buscar na escola, mas o pouco tempo que passava em conjunto daquela mulher e das crianças a deixava enojada, mas também pela vasta experiência que tinha com situações como aquelas, sabia que um dia ela ia embora outra vez, mas se reclamassem muito ela ficaria só de pirraça.
— O problema maior é que ela não deu entrada no divórcio, ela ficou com os papéis assinados… — parou de falar, como se tivesse visto uma assombração. — Pera, os papéis do divórcio! Você ainda está com aqueles papais que ela te deu quando chegou, mostrando que não tinha dado ao advogado? — O humor dela tinha mudado drasticamente.
— Eu acho que sim, porque eu subi para me trocar e coloquei junto com os documentos das crianças, deve estar na pasta que a gente levou ao médico. Acho que ainda está no carro. Eu vou lá ver. — se levantou correndo e foi em direção ao carro, ver se o envelope estava junto da pasta de documentos dos filhos, não sabia o que tinha em mente, mas confiava naquela mulher de olhos fechados. Quando voltou, viu que ela estava anotando alguma coisa no guardanapo que estava sobre a mesa que dividiam naquele bar.
— Achou? — Sorriu para que balançava o envelope no ar. — Perfeito! Bora acabar de vez com esse casamento. — Nunca em toda a vida dele, nunca tinha visto a mulher tão empolgada.
— Aqui está! — Entregou para ela o envelope grosso com todos os documentos e coisas para o divórcio, incluindo nome e telefone do advogado responsável.
— Perfeito! — Leu por alto os documentos para saber que tudo estava lá e pegou o telefone celular e discou um número.
— O que você está fazendo? — perguntou curioso.
— Vamos ver se o advogado está na maracutaia dessa doida ou só é um lesado mesmo. — Ela tinha uma expressão diferente no rosto.
— Ok!

— Oi, boa boa noite! Por favor, preciso falar com o Dr. Wong, ele está? — Estava em ligação com o escritório. — Aqui é a assistente da ! Preciso falar com ele urgentemente. — Sua voz era séria e profissional.
— Onde se meteu? Ela finalmente vai entregar os papéis do divórcio para seguirmos em frente ou vai cancelar? Cansei de esperar, talvez seja o ex dela que não quer assinar. — Ele chegou gritando ao telefone e conseguiu ouvir e sentir a insatisfação dele.
— Era sobre isso que eu queria conversar, ela finalmente vai mandar os papéis, acontece que ela está modelando em outra cidade, eu posso levar até seu escritório amanhã? — Não se abalou nem um pouco com o tom agressivo do homem. — Isso, o ex dela já assinou, e está tudo pronto, todas as partes concordam com tudo, isso, perfeito, pode deixar que eu falo. Tá bom, muito obrigada! Bom trabalho, tchau! — Virou o copo de cerveja em um gole só e sorriu!

— Vamos! Precisamos manter esses papéis seguros. — disse, guardando as coisas e puxando umas notas da carteira enquanto ele terminava a cerveja dele.
— Mas tá cedo! — fez um biquinho.
— Tem cerveja lá em casa, já tô chamando o motorista para pegar seu carro, a gente termina lá e aí amanhã cedo eu vou…
— Nós vamos! — Bateu a caneca na mesa, mais forte do que imaginava. — Aproveitar que meus filhos estão longe daquela mulher, e eu estou de folga e quero ficar longe dela também.
— Achei que ela era "o amor da sua vida" debochou da cara dele, vinha atazanando sua alma desde que chegou jurando de pé junto que ele ainda era apaixonado por ela, ele também achava, mas viu que não no momento em que ela se materializou na frente daquela porta na manhã de domingo, ele percebeu que outra pessoa estava agora em seu coração.
— Eu vou te demitir, . — Ele riu, pegando as coisas de cima da mesa e se levantando.
— Você não vive sem mim, ! — E ela não estava errada, ele já não se imaginava mesmo sem a mulher, além de ser o que era para seus filhos, ainda era alguém que ele confiava e conseguia se sentir cuidado e protegido ao mesmo tempo.

👶👶👶


— Eu acho que gosto de você! — disse do nada, enquanto faziam o caminho reverso da viagem que fizeram mais cedo para encontrar o escritório do advogado que contratou para o divórcio.
— Você me ama, o que seria da sua vida sem mim? — estava feliz, e achou que disse aquilo por estar também, em breve teria de ir embora de uma vez por todas. — Não , você não está entendendo, eu estou apaixonado por você! — estava cansado de esconder aquele sentimentos.
— Eu sou muito apaixonante mesmo, inteligente, bonita, competente, quem não se apaixonaria? — Entrou na onda, achando que era alguma brincadeira.
— Não , eu sei que você é tudo isso e muito mais, mas eu gosto, gosto de você, sabe, tipo Angelina e Brad…
— Eles se separaram porque ele era um escroto. — Ela interrompeu.
— Hmm péssimo exemplo então… Deixa eu ver, Gisele e Tom?
— Separados…
— Shak…
— Nem termine, que eu tenho horror a Piques. Homem, você não consome nenhum tipo de entretenimento? Fofoca de artistas? Twitter? — Ela riu muito, sabia que tinha alma de tiozão, embora fossem da mesma geração, com uns poucos anos de diferença, mas não que vivia como um senhor de 80 anos, mesmo.
— Meu Deus! O que aconteceu com os artistas? — Ele estava horrorizado que conseguiu errar todos os casais que foram referência um dia.
— Melhor a gente não entrar nesse assunto. — Ela riu.
— Eu gosto de você como meu pai gosta da minha mãe! Pronto, casal que dá certo! Sabe como Jongsuk gosta da Iu…
— Agora sim, casais de sucesso… Pera! Você não pode gostar de mim assim! — sentiu o estômago gelar, não que não se sentisse da mesma forma, mas se negou por tanto tempo que aquilo era impossível que passou a acreditar naquilo.
— Eu sei que não é o ideal e eu posso ter confundido as coisas, mas não é, eu não consigo não me sentir assim, e eu precisava te dizer, sabe, não precisa me corresponder nem nada do tipo e eu não quero que as coisas mudem, meu Deus eu nem devia ter falado nada, não vai embora por favor? — Ele parecia um pouco desesperado.
— É errado, não é? Somos empregada e patrão e…
— Eu não te considero minha empregada, você é minha parceira, você é quem eu mais confio, eu confio a vida dos meus filhos a você mulher, acho que passamos da fase de patrão e empregada, e outra, ninguém paga nossas contas, mas se você me vê só como patrão, tudo bem também, por favor, não ache que isso é assédio, pode esquecer o que eu disse, por favor? — Não queria deixar a mulher desconfortável, odiaria estragar tudo só por causa daquele sentimento besta.
— O que a sua família acharia disso? — perguntou meio perdida, não sabia o que fazer ou como se sentir.
— Eles te amam e minha mãe pergunta dia sim e dia não quando vamos nos casar. — Ele deu uma risadinha, porque era verdade. — Na verdade as pessoas da minha família nos vem como dois adultos que cuidam bem de duas crianças, acho que as pessoas não te enxergam como a minha babá, você está ajudando a moldar o caráter daquelas crianças, eles tem manias e jeitinhos seus que me deixam fascinado, tudo o que você faz me deixa fascinado na verdade, você é forte, sonhadora, batalhadora, altruísta, simpática, educada, seu humor é meio quebrado, mas a gente lida muito bem com isso, além de ser linda, o que nem precisamos entrar em detalhes. — Deu mais uma risadinha, embora estivesse nervoso.
— Você acha que daríamos certo? — Ela olhou para o rosto dele, que, embora estivesse falando aquelas coisas para ela, ainda seguia firme com os olhos na estrada.
— Só se você quiser, se você se sentir atraída, ou sei lá, se o sentimento for recíproco. E você? — Ele estava curioso, e estava com medo que ela estivesse se sentindo obrigada a ficar com ele. — Saiba que você não tem obrigação nenhuma de corresponder meus sentimentos, se achar que eu tô viajando, a gente continua nossa amizade e a parceria que temos com as crianças, elas não têm nada a ver com o emocionado do pai delas e…
— Eu também gosto de você , mas venho negando esse sentimento há tanto tempo, que eu nem sei mais se tenho o direito de sentir e ser retribuída, sabe, às más línguas irão falar que estou com você porque você paga meu salário que eu eu tô me aproveitando de você. — todas as inseguranças e receios quanto aos próprios sentimentos.
— Às más línguas já pensam que a gente tá junto mesmo. Deixem que digam, que pensem, que falem! Não precisa ter medo , acho que o que temos é lindo, é genuíno, é natural e quem ver problema nisso é porque nunca teve amor e conexão na vida. — encontrou uma rua mais calma e estacionou.
— Eu já ouço uns burburinhos mesmo, acho que foi isso que fez com que eu guardasse esses sentimentos para mim. — sentiu o toque macio dos dedos dele em seu rosto.
— Se te deixar desconfortável, a gente não faz nada. — O tom dele era baixo e compreensível.
— Eu não sei se vou ficar incomodada, eu me sendo muito confortável quando estou com você, acho que consigo superar alguns comentários maldosos. — Se inclinou para perto dele, sentindo o cheiro do perfume que ela tinha dado para ele de presente de aniversário.
— Dessa vez eu vou ser feliz! — Ele sussurrou e quando estavam prestes a se beijar, se afastou de repente. — O que foi?
— A gente não pode fazer isso agora! — Estava frustrada, ele conhecia aquela expressão como ninguém.
— O que? Porque? A gente se gosta e tudo mais que acabamos de conversar. — Ele sabia que tinha algo errado ainda na mente dela.
— Não podemos colocar o carro na frente dos bois, se começarmos um romance agora, pode usar isso a seu favor e sei lá inventar alguma coisa mirabolante e acabar com todo o processo da guarda total que incluiu naquele processo, porque para acabar com a sua felicidade era capaz dela querer a guarda compartilhada e ainda querer que você pague uma pensão para ela. — Desespero era o que a mulher estava sentindo, sabia que um dia seus sentimentos acabariam com tudo.
— Calma ! — pegou nas mãos dela que tremiam. — Tá tudo bem! Vamos priorizar as crianças agora e até o processo do divórcio finalizar a gente continua como está, e se depois ainda sim quisermos ficar juntos, a gente fica! Não se sinta assim, por favor!

👶👶👶


se acalmou, e durante aqueles três meses que esperaram ok do ministério público e a homologação do divórcio, não tiveram nenhum envolvimento romântico, embora a sintonia e parceria tivesse crescido exponencialmente. Dava para sentir a cumplicidade e como eles se entendiam e conseguiam resolver os conflitos.
ficou morando na casa de até que a primeira audiência de pensão saísse e ela pudesse alegar que ainda eram legalmente casados - o que de fato realmente ainda eram - e que não tinha abandonado o lar, tinha vencido aquele primeiro round, mas assim que o divórcio saiu legalmente, deu entrada mais uma vez no pedido de pensão, dessa vez os advogados dele pediram a visita de um assistente social para que ficasse claro - porque tinha sido alegado na audiência anterior que ela só tinha voltado por interesse naquela audiência, mas ela era ardilosa e conseguiu levar as pessoas no gogó e carinha de boa moça - que ela não morava mais naquela casa. Com o novo pedido e as novas "provas" contra ela, estava mais otimista e dessa vez, não ia deixar que ela entrasse naquela casa nem para ver os filhos, que por sorte - e falta de qualquer tipo de carinho dela - não se apegaram e até estavam mais confortáveis depois que ela foi embora!

— De novo essa palhaçada de pensão, você não escutou o juiz dizendo que eu não tinha obrigação nenhuma? — tinha voltado, já estava com a intimação da segunda audiência de pensão em mãos, na porta da casa de falando muito alto.
— Dessa vez você não tem nenhuma carta na manga, meu anjo! — disse sorrindo enquanto aparecia na porta com uma fralda de pano pendurada nos ombros.
— Minhas malas estão lá no carro, estou pronta para passar mais uma temporada aqui na minha casa e…
— Aqui não é mais a sua casa. — disse sem energia, estava odiando a atenção que ela estava chamando.
— Você disse isso da outra vez e olha onde estamos não é mesmo? — se sentia muito tranquila, tinha certeza que ganharia de novo.
— Só que dessa eu tenho dois motivos para te dizer com tanta propriedade isso! A primeira é porque eu não quero, eu sou mais feliz sem você aqui! Eu estou bem sem você na minha vida e segundo porque esse documento aqui. — esticou a cópia da certidão de casamento com a averbação. — E eu tenho todos os documentos que você me deu a guarda total, porque não tem tempo para os seus filhos e a separação de bens também já foi realizada como combinado naquela época e é isso! — dizia enquanto ela olhava o documento com perplexa, talvez fosse alguma pegadinha ou algo do tipo, ela não tinha enviado os documentos para o advogado.
— Manda um beijo para o Dr. Wong, ele é super legal! — disse antes de fechar a porta na cara da mulher.
— Isso não vai ficar assim , você vai me pagar.
— Quer ser processada por ameaça também? — disse da fresta da janela da frente. — Ou prefere a mídia? — Aquilo fez com que parasse de gritar na porta da casa do ex marido, ela sabia que tinha muito mais a perder do que aquele valor que teria de pagar de pensão das crianças.

Era aquilo, os dois esperaram que, não por amor ou consideração aos filhos, mas pela reputação, ela não aparecesse mais na vida deles, não tão cedo pelo menos.

— Quem quer comer sobremesa? — voltou para a cozinha, onde estava jantando com , enquanto as crianças dormiam, quando foram interrompidos por aquela visita inesperada.




FIM



Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? CARALHO EU NUNCA ODIEI TANTO UMA PERSONAGEM COMO EU ODEIO A SEULGI PQP! MULHER ESCROTA DO CARALHO. Desculpem, me exaltei, mas caras não tem como!!! Outra coisa: PISA MAIS SUNHEEEEEEEE, TE AMO MULHER ENTENDA HAHAHAHAGA!Espero que gostem! não esqueçam de comentar <3.
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.   



 

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