07. People

Finalizada em: 06/12/2021.

Capítulo Único

Pelo horário das dez e dez da noite em uma sexta-feira, a chuva grossa caia do lado de fora da janela, sem trégua alguma.
havia saído para comprar coisas que faltavam em sua casa, estava irritado que sua manager havia se recusado sair para comprar as coisas que precisava, dizendo para que ele esperasse que aquela chuva parasse já que as reportagens diziam que ela seria uma das mais fortes que teriam no ano, incluindo, que por alguma razão ela estava ocorrendo em um dia de lua cheia.
“Gente supersticiosa não deveria existir” ele pensou enquanto abria seu guarda-chuva na porta do prédio em que morava.
Em sua mente, aquilo era apenas uma chuva qualquer, em um dia qualquer. Algumas quadras de caminhada não o mataria, assim como não mataria a sua manager, mas, ele não tinha o que fazer. Apenas bufou irritado e foi por conta própria.
A luz da lua iluminava o local e era praticamente a única luz presente nas ruas em meio aquela chuva. entrou na loja de conveniência com sua máscara e capuz postos, não queria ser incomodado por nenhum fã doido ou desocupado.
Pegou uma cesta e saiu recolhendo as coisas que queria da pequena loja, inclusive algumas garrafas de bebidas, definitivamente precisava delas naquela noite.

— São vinte e cinquenta — a caixa disse sem ao menos olhá-lo, o que aliviou um pouco o estresse.

Ele entregou o dinheiro e mais uma vez saiu da loja sem olhar nada mais do que a chuva à sua frente. Preparando-se para abrir seu guarda-chuva e deixar o local, sentiu um puxão em sua manga, o assustando por alguns segundos já que não havia visto mais ninguém ali.

— Você pode me ajudar? pode me emprestar seu guarda-chuva? Eu não tenho como ir embora nessa chuva, minha casa é longe desse bairro e se eu não chegar em menos de uma hora, meu pai ficaria furioso — uma pergunta veio da adolescente que apareceu ao seu lado usando uma capa de cor azul, ela parecia ter saído direto da chuva pois suas mãos estavam molhadas e alguns respingos estavam em suas roupas, mas sua capa estava intacta, seca como se nenhuma gota pudesse atingi-la.

Seus olhos eram perspicazes, ele sentiu um arrepio ao vê-los mas colocou sua postura arrogante e desvencilhou seu braço de suas mãos frias.

— Você deveria ter trazido o seu — ele disse com um tom nada receptivo — se molhar um pouco não vai te machucar.

Ela riu e sua risada pareceu subir por sua espinha.

— Eu sabia que essa seria sua resposta, — ela disse descendo seu capuz de sua cabeça com um sorriso presunçoso em seu rosto.
— O que? — ele perguntou confuso.

A garota então tirou o olhar dele e olhou a chuva que caía a sua frente, ainda com o sorriso em seus lábios ela foi para o meio da chuva e estalou seus dedos, fazendo com que a chuva paralisasse em seu lugar, o assustando.

— Pelo menos eu tentei te dar uma chance — ela deu de ombros — coisa que eu sequer deveria ter tentado já que as ordens do Imperador de jade foram precisas, mas você é um figurão da indústria, então um pouco de esforço não faria mal.

A cara dele ainda era de interrogação, mas algo o intrigava, dizia a ele que talvez ter saído de sua casa naquele dia não havia sido uma boa escolha.

— Três minutos para que a lua suba no ponto exato em que precisamos — ela sorriu — prepare-se , seu nome será apagado da história até que você encontre alguém que se lembre de seu nome.

não entendia nada, tudo era confuso e mais precisamente falando, ele achava que aquela garota era louca, mas ainda sim, seus instintos não deixavam que ele não duvidasse.

— Eu preciso ir — ele disse saindo de baixo do toldo que cobria ele da chuva antes que ela parasse.

Ele, um pouco atordoado, sequer lembrou de abrir seu guarda-chuva, o que foi algo que se arrependeu já que assim que ela viu ele pisar para fora da cobertura, fez com que a chuva tornasse a cair.

— Você não pode se esconder de mim, ! — ela disse rindo — você largou a tudo e a todos pela sua carreira, você se tornou frio, arrogante e pretensioso quando percebeu que ninguém mais lutaria pela sua antiga personalidade simplesmente por eles entenderem que você, não era mais você — ela caminhava logo atrás dele e apavorado pelas verdades que vinham de sua boca, ele apressava seus passos — você simplesmente não quis ouvir nenhum deles e agora eles também não te escutam, eles seguram suas vidas assim como você seguiu com a sua — riu parando no meio do caminho — ela seguiu em frente e isso te feriu mais do que qualquer coisa.

Os passos dele frearam no mesmo momento.

realizará sua missão agora — ela disse baixo olhando para o pequeno bracelete de jade que trazia.
— Eu não sei do que você está falando — ele disse se virando de frente para a garota que riu — não sei quem é você ou se é algum tipo de fã louca mas você não sabe nada sobre mim eu…
— Para ser sincera — ela disse colocando seu capuz mais uma vez — eu sei tudo sobre você desde que virou parte da minha missão de retornar ao meu cargo — mas ugh, não, imagina ser sua fã? só o departamento de distribuição de almas tem essa estranhice.
— Missão? Departamento de distribuição de almas? — ele perguntou confuso arrumando seus fios de cabelo que caiam sobre seus olhos por conta da chuva — de que merda você está falando.
— Hm — ela olhou para seu bracelete de jade sorrindo — está na hora, não tenho momento para explicar tudo.

Ela se aproximou dele enquanto ele recuava.

— Você tem 30 dias para encontrar alguém que se lembrará do seu nome, — ela sorriu se afastando dele, olhando para o céu onde a luz da lua parecia mais forte do que o normal — ou caso contrário, você será esquecido para sempre.

As últimas palavras foram como um sussurro em seu ouvido, fazendo com que ele piscasse e não a visse mais à sua frente.
O que havia acabado de acontecer? Era a única coisa que ele pensava.

***


Day 01

No primeiro dia, naquela manhã de quinta-feira, primeiro de dezembro, ele sentiu uma tontura absurdamente insuportável, se sentiu estranho ao ver que ninguém havia ligado ou mandado mensagem procurando por ele. A essa hora ele poderia afirmar que várias pessoas estariam atrás dele, mas ninguém ligou.

Então decidiu discar o número já decorado por ele, no meio do dia.

“Alo”


Ele ouviu e suspirou aliviado, sabendo que tudo da noite passada havia sido provavelmente um sonho doido que ele havia tido.

“Não tínhamos um ensaio hoje?”


Ele perguntou apenas para provocar a mulher, a manager, a única que havia aguentado por tanto tempo e que o tratava como filho rebelde.

“Acho que você discou algum número errado”


Seu coração estremeceu.

, para de brincadeira”


Ele disse eufórico.

“Como sabe meu nome? Não tenho esse número salvo, você está sobre cuidados da nossa empresa? É novo? Eu não recebi nenhum comunicado de que cuidaria de um artista novo”


A esse ponto ele já havia se levantado de sua cama, passado a camisa sobre seu pescoço a colocando em seu corpo.

“Você não pode…já vou!”


Ele ia completar sua frase mas ela do outro lado da linha o interrompeu respondendo outra pessoa que a chamava, uma voz bem conhecida por ele.

está no país?”


Ele disse sentindo sua pressão quase cair ao perguntar.

“Eu preciso ir, não sei quem você estava procurando mas espero que encontre”


A chamada foi desligada e o coração dele ainda estava acelerado, com ele parado no meio da sua sala de estar.

Day 05

— Você não pode entrar aqui sem uma credencial! — os seguranças disseram barrando a entrada do rapaz no prédio principal da empresa em que supostamente trabalhava. Ele tentava entrar desde que percebeu que aquilo realmente estava acontecendo, de que nada havia sido um sonho.
— Eu trabalho aqui e a mais de um ano — ele disse mostrando a credencial pela quinta vez apenas naquele dia.

Os seguranças deram risada e um deles se aproximou de .

— Escuta rapaz — ele disse colocando as mãos nos ombros dele — muitas pessoas querem trabalhar aqui, mas nem todos conseguem, você precisa parar de insistir em algo que não está funcionando.
— Eu não estou insistindo em nada que…
— Senhorita Faria? — ele escutou o sobrenome vindo da boca do segurança e congelou, não conseguiu se mover.
— Olá Armand — ela respondeu sorrindo — quanto tempo.
— Cuide dele — o homem disse para o outro segurança — O que a trás novamente ao país? Pensei que estava realizando grandes produções pelo mundo.
— De fato eu estava — ela disse brincando — mas tive que voltar para resolver algumas coisas e acabei aceitando uma oferta que me fará ficar por aqui por algum tempo.

“Ela voltou” ela a única coisa que ele conseguia pensar com o som da voz da garota batendo em seus ouvidos depois de anos.

— Aposto que todos estão felizes com a sua volta — ele disse sorrindo — como está Brad?

Ela sorriu sem graça com a pergunta, sabia que a notícia não tinha circulado o suficiente.

— Espero que bem — ela soltou uma risadinha — não estamos mais juntos.
— Desculpe a pergunta indiscreta eu não…
— Sabia — ela completou a frase dele rindo — eu sei, não são muitos que sabem, então não tem muita importância, ainda somos bons amigos.
— Desculpe mais uma vez — ele disse sem graça — a senhorita veio visitar ?
— Acertou! — ela respondeu — na verdade vim visitar todos vocês, me disse que as coisas andam meio estranhas por aqui então resolvi trazer algumas coisinhas e esse, é o seu.

Ela disse entregando um copo de ice americano junto de uma embalagem com macarrons de cor verde para ele e o outro que se encontrava observando a cena sem realmente tirar do lugar.
Era assim que todos ficavam quando a conheciam, entendia, ele mesmo ficou assim quando ela entrou em sua vida.

— Você sempre tão cuidadosa — ele respondeu — muito obrigado.
— Sem problemas — ela disse sorrindo, observando curiosa o rapaz de costas para ela — Você também quer um? Tenho uma ordem sobrando por alguma razão e não conheço alguém que goste desse sabor.

Ela perguntou a ele sentiu o frio na espinha, ela também não o reconheceria? ele não iria saber lidar se ela não o reconhecesse. Tudo o que tiveram, todos os momentos bons que ela trouxe a sua vida assim como os momentos amargos que ele trouxe para a vida dela, ele não queria que ela tivesse esquecido, ele preferia que ela o odiasse do que o esquecesse.

— Ei garoto — Armand disse cutucando ele e o tirando de sua reflexão — ela está falando com você.

Ele se virou relutante, mas se virou em sua direção.

— Ice americano com mini tortas de morango — ela disse sorrindo estendendo para ele com um olhar estranho, era quase como se doesse ve-lô, mas ela sequer sabia quem ele era.

Aquele era o pedido favorito dele desde que eles se conheceram, talvez no fundo, ela se lembrasse.

— Você se lembra? — ele perguntou esperando que ela dissesse que sim.
— Huh? — ela perguntou confusa — nos conhecemos? — ele recebeu a resposta que não queria.
— A muito tempo — ele respondeu baixo — desculpa eu — ele gaguejou — eu preciso ir.

Day 08

Era o primeiro aniversário que passaria e a negação já havia tomado conta de si, então ele comprou algumas garrafas de qualquer bebida alcoólica forte que viu pela frente e decidiu que aproveitaria aquele estado de esquecimento, já que ninguém se lembrava dele, ele podia fazer o que quisesse, agir como quisesse.
Foi exatamente assim que acabou sendo preso no mesmo dia.

— Eu já disse que não fui eu — ele mentiu — se tivesse sido também, ninguém se lembraria, será esquecido junto com meu nome.

Ele passou duas horas no local, reclamando já que era a melhor coisa que sabia fazer.

— É ficamos sabendo — o policial disse abrindo a porta da cela — você ter sorte que alguém se importou o suficiente para vim explicar o seu mal entendido, que não se repita.
— Alguém veio por mim? — Ele se levantou de uma vez.

O policial com desdém balançou a cabeça positivamente.

— Ela veio e explicou que viu o que aconteceu é que na verdade quem chutou a lixeira foi o próprio funcionário e ela disse que te conhecia — os olhos dele se arregalaram, em oito dias não sabia de ninguém que o reconhecesse.
— Você sabe o nome dela? — ele perguntou, assustando o policial — você sabe onde ela está?
— Ela disse que se chamava…— ele pausou a fala para pensar — como ela disse que se chamava mesmo? ? Lily? La…
! — ele respondeu espontaneamente. — Isso! — o policial disse — sabia que era esse nome — ele riu para — ela deixou a delegacia tem uns cinco minutos.
— Droga! — ele saiu correndo da delegacia escutando o policial gritar por ele.

Procurou por todos os lados mas não a viu.
Ela se lembrava dele?

Day 14

— Você aqui outra vez? — Armand disse para .
— Eu preciso falar com a — Armand arqueou as sobrancelhas com o apelido — digo, com a senhorita Faria.
— Ela está ocupada — ele deu as costas ao mais novo.
— Você nem sequer levantou um dedo para checar se podíamos conversar — ele disse eufórico com a situação — eu preciso conversar com ela, é importante.
— Ela tem mais o que fazer garoto — Armand respondeu voltando a checar os papéis em sua prancheta — Você sabe o quanto de trabalho aquela garota tem? Você sabe o quanto ela se esforça desde que entrou para essa empresa? Você deveria pensar bem antes de ficar atrás das pessoas, elas…
— Está tudo bem, Armand! — disse se aproximando e tocando seu ombro com delicadeza — ele provavelmente precisa da minha ajuda com alguma coisa, eu sei me cuidar — ela riu — ou você esqueceu que eu e a somos experts em wushu por pura falta do que fazer quando éramos mais novas?
— Certo! — ele disse suspirando — mas eu estou de olho.

Ele se afastou deixando os dois a sós.

— Você queria falar comigo? — ela perguntou.
— A mesma ordem de antes de nos separarmos, você me tirou da cela temporária no dia do meu aniversário, você lembra de mim? — ele perguntou de uma vez.

Sem rodeios ou medo, ele foi direto ao assunto sabendo que aquele momento era importante para ele.

— Eu deveria? — ela disse relutante.

A verdade era que sua mente se esforçava sempre que o via para se lembrar o porquê de tamanha tristeza que seu coração sentia quando o via, ela se esforçava porque também sentia que deveria lembrar dele, mas não conseguia. Seu nome parecia estar na ponta de sua língua, mas ela nunca conseguia pronunciá-lo.
Ela queria se lembrar.
A resposta dela foi tão decepcionante que sua expressão estremeceu no mesmo momento.

— Eu preferia que você continuasse me odiando como antes, pelo menos eu sabia que você se lembrava dos bons momentos que tivemos e de como eu acabei com todos eles — ele respondeu dando as costas para ela, saindo da recepção do prédio.

Ao observar o sol que iluminava o céu, ele suspirou alto e pensou sobre o porque aquilo estava acontecendo justo com ele. Ele ainda não havia aprendido a lição de que o mundo com ou sem ele continuaria.

Day 20

— Tem esse cara — disse se sentando sobre sua cama sendo acompanhada da amiga — parece que em todos os lugares que eu vou, eu o encontro.
— Meu Deus, você tem um stalker? Você deveria avisar a agência — disse tirando sua concentração da unha que pintava.
— Não acho bem que essa seja a situação — disse rindo — quero dizer, não que ele apareça normal mas nós tivemos uma breve conversa outro dia — comentou — ele me perguntou se eu me lembrava dele, disse que tivemos momentos bons juntos e que preferia que eu o odiasse ao invés de esquecê-lo.
— Como você não acha isso esquisito, ? — ela disse arqueando as sobrancelhas — o cara tem um relacionamento platônico com você na cabeça.
— A verdade é que — ela suspirou — vai parecer estranho mas, eu acho que o conheço?
— Como? — a amiga pergunta curiosa.
— Desde a primeira vez que eu o vi, meu coração sentiu uma tristeza muito forte — ela respondeu — e eu venho tendo esses sonhos estranhos que mais parecem memórias onde eu e ele tivemos momentos super felizes, assim como momentos super estressantes.
— Você está me dizendo que isso é…
— Não estou dizendo nada — disse rapidamente — eu só acho esquisito e talvez possa ter visto muito “como se fosse a primeira vez” — ela disse rindo — só por via das dúvidas, eu por acaso não sofri um acidente e me esqueço dele todos os dias não né?
— Óbvio que não, ! — a amiga disse revirando os olhos.
— Certo! — ela riu sem graça — eu só acho estranho, eu realmente sinto algo diferente nele, como se nos conhecêssemos a anos.

Day 24

— Você precisa me explicar porque toda vez que eu te vejo, sinto que nós conhecemos — no meio do programa que, por acaso assistia de longe, puxou ele pela mando o direcionando a uma sala vazia.
— Do que você está falando? — ele perguntou confuso.

Se havia dado por vencido, se ela não podia lembrar de seu nome tantas vezes citado por sua voz de forma emocional, então ninguém mais o faria e por isso não persistiu. Sabia que o dano que havia feito anteriormente as pessoas que amava havia sido algo que o fazia merecer aquela situação.

— Eu me lembro de você — ela diz de repente, Congelando em seu lugar, sem saber como reagir — que dizer, eu não lembro diretamente, mas, meu coração sim, essa sensação esquisita e as memórias estranhas em meus sonhos me dizem algo. O que está acontecendo e porque eu não consigo saber quem você é?
— É uma longa história — ele disse se encostando na parede fria atrás de si.
— Eu tenho tempo — ela respondeu se sentando e fazendo com que ele suspirasse.
— Certo, mas não diga que não avisei — ele respondeu.

Com o pouco tempo , por já não ser mais quem seu nome representava, teve seu nome apagado até mesmo de sua própria memória, então teve que explicar, mas nunca pode dizer seu nome a ela, para que ela o dissesse ou se lembrasse de uma vez.

Day 30

— Eu não consigo — a garota choramingava observando o relógio, sua cabeça doía de tanto que ela havia pensado e escrito no papel possíveis nomes.
— Está tudo bem — ele disse — eu disse que você não precisava fazer isso, eu acho que me esquecer te faz ser mais feliz e que definitivamente faz com que você viva bem, era puro egoísmo da minha parte dizer que preferia que você me odiasse do que me esquecesse quando obviamente você é mais feliz sem mim.
— O que nós tivemos? — ela perguntou vendo que o relógio marcava dez para meia noite dando-se por vencida — você me disse o que aconteceu e porque todos se esqueceram de você, mas, você nunca me disse sobre o que tivemos e porque aparentemente eu tinha tanto rancor de você.
— Nós hm…— ele hesitou em dizer, pensando sobre como contaria a ela.
— Pode me dizer, sem medo — ela sorriu segurando suas mãos.

Nos últimos dias, haviam passado o tempo que lhe restavam juntos, tentando de tudo para se lembrarem. Tempo que ele não havia tido com ela desde que ele havia começado com sua carreira, ele sentia falta dela, mas também podia ver o quanto ela seria mais feliz se apenas não se lembrasse dele.

— Nós tivemos um passado e eu te magoei muito — ele respondeu — acho que é o suficiente para você saber que eu prefiro que você me esqueça do que se lembre. Você tem a , você tem a você mesma e a todas as pessoas que te apoiam, eu sempre tive apenas você e fiz questão de não dar valor a isso, você merece muito mais do que eu te dei em troca.

O relógio indicava as onze e cinquenta e nove e o aperto em seu peito aumentava.

— Cafe beans — ela disse olhando a sacola atrás da cabeça dele, sobre a mesa. Ele a olhou confusa, seguindo seu olhar — gatos, você é alérgico a gatos.
— Não, por favor, — ele disse fechando os olhos — não se lembre.
— Sua cor favorita é o branco e por isso você mesmo sendo alérgico quis ir a um café de gatos — ela fungou já que sentia o efeito do choro — porque tinha uma gatinha branca que te olhava todos os dias na volta da escola, essa — ela soluçou alto — foi a primeira vez que nos encontramos, estávamos no ensino médio.
— ele tentou mais uma vez.
— Seu nome é Sungho…— o relógio bateu mostrando a meia noite e ele colocou o dedo indicador com cuidado nos lábios da garota a impedindo de continuar.
— Você está melhor sem mim, pela manhã já não se lembrará de mais nada — ele sorriu triste pois desejava vê-la sorrindo mais uma vez e a única coisa que obteve foi suas lágrimas — eu prometo que tudo vai ficar bem.
— Não sem você — ela disse — não ficou antes e não vai ficar agora.
— Vai sim — ele sorriu — porque você não se lembrará.

Então, fez o que tinha que fazer.
Ele a beijou.
A beijou apaixonadamente como não havia feito por anos, enxugou suas lágrimas e sorriu, ao menos isso pode fazer antes de realmente deixar sua vida para trás.
Ele merecia qualquer tipo de punição que receberia, afinal, , e seus outros amigos, conhecidos e familiares eram preciosos demais para que ele os tratasse da forma que o fez.

, seu nome é — ela disse triste já não sentindo o toque dele.

Ele havia desaparecido.




FIM



Nota da autora: Não, não é o final! Hahahaha eu terminei ela aqui porque eu juro que tenho planos que já estão a caminho por tanto, NÃO ME XINGUEM. Essa fic tem uma continuação já saindo do forno possivelmente no próximo ficstape do BTS então espero que vocês tenham gostado até aqui.
Me digam, o que vocês acham que vai acontecer?

Obrigado por terem lido!!! Xoxo Caleonis



Nota da Scripter: Como assim terminou dessa forma, sra. CALEONIS?!?!?!??!?! Mds...
Hai! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus