Finalizada em: 15/04/2017.

Capítulo Único

O barulho do motor estridente da moto parecia ser tranquilizante para meu cérebro. O racha começaria logo, eu estava emparelhada à vários carros esportivos, entre eles, o meu favorito era a Lamborghini Gallardo. Uma moça com roupas minúsculas fora para frente dos veículos, anunciando o começo do racha, e finalmente liberando minha bebê para correr. A velocidade fazia o vento bater contra meu rosto  desprotegido, já que o capacete era dispensável. Os outros carros pareciam longe demais, me dando permissão de fazer o famoso "grau". No final, sem nenhum imprevisto, acabei ganhando.
Minha vida parecia bem diferente, afinal, não era normal ser perseguida pela polícia vinte e quatro horas por dia, ou era? O problema era que os policiais estavam ficando espertos, colocando vigias espertos nas rodovias, radares a cada esquina, e agentes novos. Entre eles, , meu pior pesadelo. O cara era esperto, sabia minhas jogadas, parecia estar acostumado comigo. Apesar de ser grande o suficiente, não me metia medo. Com sua tatuagem tribal, seu músculos avantajados, e com aquele uniforme preto apertado, ele me jurava morte. Havia até boatos que ele tinha fotos minhas espalhadas no próprio escritório, apenas para marcar meu rosto em sua mente. Seria fofo, se não fosse aterrorizante. me stalkeava o tempo todo, apenas esperando o momento certo para dar o décimo bote, já que errara os nove primeiros. Mas o cara era insistente, sabia que tentaria novamente em breve.
  O problema de era sempre uma fraqueza; sua equipe despreparada, e eu usava isso ao meu favor, ameaçando cada um deles de morte. Enganavam-se aqueles que pensavam que eu era apenas uma corredora de rua; eu era bem pior.

Acabei crescendo naquele meio, uma vez que meu pai comandava o tráfico de Miami. Desde pequena fui ensinada ao negócio da família, sendo a única filha que meu suposto pai teve. Suposto por não ser meu pai biológico. Na verdade, ele tirou minha mãe (que era apenas uma striper miserável) dessa vida de stripper grávida e a colocou dentro de sua mansão, e quando nasci ele cuidou de mim como se fosse sua filha. Sendo estéril, eu era a coisa mais perto que ele tinha de "famílila". Enfim, aprendi coisas o suficiente para estampar jornais nacionais e internacionais como "A Mulher mais perigosa que o mundo já vira". Para muitos, um defeito; para mim, minha melhor qualidade.

Agora, com o rato do Estados Unidos, eu sou obrigada a tomar mais cuidado até quando vou até a padaria. Parecia ter um vigia em todos os lugares que eu ia, captando todos meus passos, esperando uma única falha acontecer; talvez, um dia que eu esqueça a arma, ou outro que eu não esteja esperando uma abordagem, entre tantas opções. Eu o vi em ação um dia desses, parecia tão civil, pacífico, bebericando um copo de uísque calmamente no bar menos frequentado da cidade. Lembro-me de ter ficado algum tempo o observando, assim como ele fazia comigo, pensando em quanto tempo ele fazia na academia. Eu sei que deveria me focar em como eliminar ele da jogada, todavia, com aqueles músculos, era impossível me concentrar em outra coisa além de como ficar igual ele. Voltando ao plano de , eu sabia que um dia dará certo, eu sei que ele é um cara esperto, e esse dia poderia ser hoje.

, vai ficar ai de bobeira, ou vai pegar sua grana logo?— um dos gângster responsáveis pela recompensa falou, mostrando o grande talão de dinheiro. Eu não fazia ideia do que fazer com aquele tanto de dinheiro, uma vez que eu tinha mais de milhões guardados no banco para emergência.— Foi uma ótima corrida. Se quiser fazer um after-party lá em casa, já sabe que está convidada.
—Hoje não dá.— dei de ombros.— Tenho uma pesquisa sobre um certo policial à fazer.

—Me diga o nome dele, quem sabe eu não posso te ajudar?— ele se ofereceu, dando uma piscadela em seguida.

—Agente , o novo agente que está me causando dor de cabeça ultimamente.

—Só dor de cabeça?— ele ri malicioso, e a vontade de socá-lo me parece tão convidativa.— Não tenho nada agora, mas eu posso conversar com alguns informantes que tenho aos redores da cidade, certeza que eles sabem alguma coisa.

—Ok, agora preciso ir. Dia cansativo, minhas pernas estão acabadas.— dei de ombros novamente, jogando meu cabelo, que insistia em atrapalhar minha visão, para trás.

Coloquei o capacete, ligando a moto em seguida. Novamente, o motor se fez meu melhor amigo. Dessa vez, eu dirigi tranquilamente, parando nos sinais, e até parando em uma lanchonete para gastar o dinheiro que acabara de ganhar. O resto da noite seria ainda mais cansativo que o dia, essa era minha única certeza.
Estacionei a moto frente ao hotel onde eu estava hospedada e tirei o capacete. Estava vivendo assim nos últimos meses, pulando de hotel em hotel, uma vez que minhas três mansões haviam sido descobertas e agora eram vigiadas vinte e quatro horas por dia. Adentrei o edifício e segui para o elevador, apertando o botão do vigésimo andar, onde se localizava a suíte luxuosa que eu havia alugado. Abri a porta e larguei as chaves e o capacete sobre mesa de centro, marchando em direção ao banheiro em seguida. Abri a torneira de água quente da banheira, retirei o par de botas de couro e comecei a me despir, enquanto esperava a banheira encher. Jogo os sais de banho sobre a água e passeio a mão levemente, para espalhar e provocar mais espuma, constatando que água estava na temperatura certa.
Finalmente ponho meus pés dentro d’água e me deito no recipiente oval. O contato da água cálida com a minha pele automaticamente fez com que meus músculos tensos, devido à adrenalina de uma hora atrás, relaxassem e eu sorri em deleite. Subitamente, o som abafado do toque do meu celular atinge meus ouvidos e eu me estico para alcança-lo no bolso de minha jaqueta jogada ao chão.

— Alô?
— Ei, ! Como vai minha corredora favorita? – ouço a voz masculina do outro lado.

— Ainda linda, rica, poderosa, e mais rápida que você! – respondi em deboche.

— Ouch! Essa doeu!

— Diga logo o que quer, Drake!

— Tenho um trabalho para você.

— Hum, agora está falando a minha língua! – respondi, sorrindo. – De quanto estamos falando?

— Dez barras de ouro, 24K cada. Topa? 

— É claro que eu topo, porra! – digo, animada, já imaginando a próxima mansão que eu iria comprar.

— Beleza, vou te mandar o endereço, esteja lá às dez em ponto, nem um minuto a mais. E tenha cuidado, ouvi dizer que aquele agente está na sua cola. Ele é perigoso.

— E eu sou mais ainda! Desde quando algum homem me intimida, Drake? Sei muito bem me cuidar!

— Eu sei! Só estou dizendo para ser cautelosa. Se ele descobrir o plano, a gente vai dançar!

— Não se preocupe, sei o que estou fazendo. Aquelas barras serão nossas! – falei, sorrindo vitoriosa.

— Essa é minha garota! – o homem disse, animado. – Agora tenho que ir. Preciso revisar o plano ainda e avisar os outros. Não se esqueça, dez horas em ponto.

— Ok, não vou me atrasar! – rebati, impaciente. – Tchau, Drake!

Encerrei a ligação e coloquei o celular sobre a bancada da pia. Terminei meu banho e me enrolei no roupão macio, seguindo de volta para o quarto. Caminhei até minhas malas – eu sempre as deixava prontas para o caso de precisar de uma fuga de última hora – e peguei um conjunto de lingerie preta, vestindo em seguida. Andei até a cama, me acomodando entre os lençóis, e liguei o notebook sobre meu colo.
Vou até a barra de pesquisa e digito do meu pesadelo. Uma página repleta de notícias envolvendo o seu nome. Em sua maioria, no título dizia: “Agente da DSS captura mais um criminoso”, e os bandidos eram de diversos os lugares do continente: Estados Unidos, México, Argentina, Paraguai, Brasil... Eu conhecia muitos daqueles nomes por causa do meu pai, alguns deles eram seus aliados, amigos, ou até inimigos.  Não vou mentir, o cara era bom, muito bom. O que me fez pensar no que mais ele também seria. Na notícia mais recente havia uma foto antiga minha, de uns dois anos atrás, e um relato dele dizendo que me pegaria. Uma árrea em particular do meu corpo latejou ao ler aquelas palavras e não pude evitar imaginar uma cena em que envolvia eu, o agente e algemas, mas não tinha nada a ver com uma prisão. Meu pai sempre dizia que eu sou atraída pelo perigo e fascinada pelo proibido; sempre fui o tipo de pessoa que adorava brincar com fogo, mas nunca tinha medo de se queimar.  Reuni todas as informações que achei importante em uma pasta e guardei no pendrive. Desliguei o aparelho e me aprontei para dormir, já pensando em toda adrenalina que iria enfrentar no dia seguinte.

O dia passou mais rápido do que deveria. Fiquei o dia inteiro preparando minha moto, colocando gasolina, trocando os pneus, troquei a placa, entre outros ajustes. Eu não queria passar vergonha na frente de várias pessoas. Quando tudo estava certo com minha bebê, eu apenas deitei no sofá, pensando no meu pior inimigo. Ultimamente eu estava pensando muito nele, o que já era de se esperar, uma vez que eu tinha que saber qualquer passou que ele daria. A noite, nove e trinta mais exatamente, eu dirigia até o local combinado. Um arrepio tomava conta de meu corpo, era sempre assim quando eu tinha que correr, ou seja, quase todos os dias da semana.
A rua estava cheia, várias meninas estavam inconstadas nos carros de luxo, enquanto os motoristas ostentavam vaginas e dinheiros. Avistei Drake de longe, com algumas loiras grudadas nele, rebolando bem onde deveria ter uma genital, e que eu tinha certeza que tinha. Assim que eu consegui me aproximar ainda montada na moto, Drake mandou que se afastassem.

—Chegou adiantada, qual o milagre?— zombou ele, enquanto eu apenas olhei ao redor, procurando meu oponente.

—Quem é o louco que vai correr contra mim?— perguntei, descendo finalmente da moto.

—Aquele cara ali. Um famoso magnata que se fodeu na mão de um dia desses, agora ele quer perder ainda mais para você, isso se você ganhar.— sorriu irônico, e eu apenas o acompanhei.

—Como ele se fodeu na mão do ?— não consegui conter o sorriso malicioso, que pareceu brotar sozinho.

—Não desse jeito, safada. apreendeu a casa que ele costumava guardar o dinheiro, e levou vários cúmplices com ele. Inclusive perguntou de você, queria saber onde você estava, segundo um dos cúmplices.

—O que responderam?

—Apenas disseram que você estava na cidade. Afinal, nem eu sei muita coisa sobre você.— uma mulher se aproximou de nós. A reconheci por Rita, uma velha amiga minha, que bateu um papo breve comigo. Avisou que a corrida começaria em segundos e me mandou para o local indicado.

Dessa vez decidi correr sem capacete, pronta para sentir o vento bater contra meu rosto junto com a adrenalina. Nos preparamos, acelerando para mostrar o barulho que toda a platéia gostava. Uma amiga de Rita anunciou a corrida, assim me deixando brilhar novamente. A rota era cheia de curvas, e felizmente as ruas estavam fechadas. Eu não queria cometer um acidente e acabar em um caixão. Algumas curvas eram mais fechadas, outras mais abertas, e eu me xinguei por não ter vindo mais cedo decorar o caminho. Estávamos emparelhados, seu carro era potente, quase me deixando no chinelo quando tinha alguma rua estreita. O problema de seu carro era que estava derrapando, o que fazia as curvas ficarem menos acentuadas possíveis. No final, perto da linha de chegada, ganhei por segundos.
A grande mutidão me parabenizava, frizando o quão boa eu era no "volante". Até mesmo o perdedor me elogiou, dizendo que aquilo era apenas um treinamento para o que estava por vir. Vi Drake se aproximar quando todo mundo se afastou, com um papel em mãos.
—Foi uma boa corrida, . Não me decepcionou.

—Fazer o que, mamãe me criou assim.— dei de ombros, dando um abraço de brother nele.— O que está segurando?
—O nome de alguns comparsas de LittleField, o playboy que você acabou de vencer. Ele me pediu para que te falasse algumas coisas, mas tem que ser em particular.

Seguimos para um beco escuro, com apenas alguns noias fumando drogas. O cheiro era horrível, e por pouco eu não passava mau. Não era certeza, entretanto, vi os drogados nos olhando como se fóssemos transar ali mesmo. Drake pediu para que nos dessem licença, e eles foram fumar em outro lugar.
—LittleField tem coisa grande para você. Isso ultrapassa até as barras de ouro que ele te daria agora.

—Fala logo, homem. Tô ficando curiosa.

—Ele quer que você pegue aquele agente folgado.— revirei os olhos, pronta para retrucar.— Eu vou te ajudar, não fará tudo sozinha.

—Quanto ele vai me dar?

—O preço de duas mansões em Dubai. É coisa grande.— fingi ponderar alguns segundos após dar de ombros. Acabei aceitando, sabendo que aquilo seria excitante.

A única luz que me iluminava era a do poste acima de mim. Minha Lamborghini Aventador estava estacionada na esquina da base principal da DSS, eu estava encostada no capô dela, esperando sair da base. Vi um corpo grande sair pela porta da frente, colocando algumas pastas dentro do carro que mais parecia uma caminhonete enorme. Ele usava uma calça apertada no estilo exército, que marcava até demais sua perna grossa, uma camisa preta, que mostrava os grandes músculos peitorais, e uma bota. Simplesmente delicioso, daquele tipo que se der em cima de você, no segundo seguinte você estaria transando com ele.
Acho que permaneci tempo demais o observando, porque, quando me dei conta, ele me olhava de volta. Mesmo de longe, eu sentia seu olhar me penetrando invasivamente. Continuamos muito tempo assim; apenas invadindo um ao outro, como se aquilo tivesse alguma informação útil para usarmos mais tarde. Ainda o encarando, abri a porta de meu carro esportivo, e, antes de entrar e acelerar, dei uma piscadela para ele. Não demorou para que chegássemos na avenida, me perseguia sem parar, e eu estava gostando disso. Olhei rapidamente para a rua que eu estava prestes a entrar, vendo várias viaturas fechando a rua. Quem aquele idiota metido a Hulk achava que era? Fechar o meu caminho?

—Golpe baixo, !— gritei, desviando das viaturas.

O som dos motores parecia tomar conta de meu ouvido, sabendo que seu carro estava se emparelhando ao meu. Olhei para cima, vendo apenas o grande braço de meu oponente. Sorri comigo mesma, virando a última esquina para que chegássemos ao local combinado. Coloquei meu carro de frente para o dele, o encarando novamente, enquanto ele saía furiosamente. abre a porta de minha Lamborghini, me arrancando de lá abruptamente.

—Oh, quem você acha que você é?— perguntei, incrédula, puxando meu braço de volta.

—Você está presa, mocinha!— seu tom transbordava perigo, fúria, todo sentimento relacionado à ódio.

—Eu te chamei aqui para um desafio justo, sem trapaças ou algo do tipo.— gesticulei, tentando manter a calma. estava tão perto que o ar que soltava batia levemente contra mim, ele estava parecendo um búfalo bufando assim.

—Eu não quero saber. Estou aqui para apreender uma moça que vem dando mais trabalho do que deveria para o mundo inteiro.— falou continuando com a expressão fechada, parecendo arrancar todos os pedaços de meu corpo. É muito sadomasoquismo querer que ele fizesse isso com minhas roupas?

—Se você ganhar, te deixo me levar, prender, fazer o que quiser comigo. Se eu ganhar, ai a gente resolve nossos problemas em outro lugar. Seis sinais.

—Como assim "a gente resolve em outro lugar"? Você acha que eu tenho relações sexuais com qualquer mimadinha metida a gângster que me aparece?
—Sinceramente —colo finalmente nossos corpos—, eu acho isso sim. Ah, , vamos lá, quem está querendo enganar?— minhas mãos foram rapidamente para o lugar desejado: sua virilha ainda coberta.— Acho que toda essa obsessão que o senhor tem por mim é apenas tesão reprimido.— sorri sapeca, ainda colada nele. 

—Seis sinais parece o suficiente para mim.— ele fala, como se eu não estivesse o acariciando por cima das roupas. Aliás, meus ombros ficavam pouco abaixo de seu peitoral, e isso só ajudava a me sentir uma formiga perto dele.

Sem mais delongas, voltei para o meu carro que nunca pareceu tão intacto. Mandei uma rápida mensagem para Drake, avisando meu novo plano, e pedindo para ele mandar Rita largar nossa corrida. Assim que a loira apareceu, o motor de meu carro berrou, avisando que estávamos felizes de ver ela ali.

—Vejamos se não é o casal não-casal mais fofo que eu já vi.— riu irônica.— Só temos lugar para um vencedor aqui, eu espero que vocês consigam ganhar essa merda e parar de birrinha um com o outro. , pronto?— pergunta, ao invés de ouvir o som do motor, apenas o vi assentir, apertando a mão no volante.— , preparada?— contrário dele, meu motor ronca alto, provando que a máquina era potente.— Vai!

Meu carro sai na frente, logo ocupando a rua de mão única. Alguns carros passavam e quase batiam, mas eu era experiente o suficiente para saber desviar, o avesso de , que parecia destruir todo carro que passava por ele. Seus defeitos era trocar de marcha muito cedo, até causando derrapamento nas ruas. O primeiro sinal havia chegado, e com ele meu sorriso vitorioso. Eu não levaria essa até o fim, por mais que queresse ganhar. O segundo e o terceiro foram seguidos do primeiro, em linha reta, e estavam vermelhos. No quarto, ele consegue me passar, dando uma leve piscadela. Sua ultrapassagem não dura muito, uma vez que o turbo de meu carro é ativado, e eu passo na frente, desviando de mais dois carros e vendo bater nos dois, sua sorte era o carro ter uma boa estabilidade. Quinto, e eu continuo ganhando. Quando, em um lapso rápido de tempo, eu desvio o caminho. Por ali havia um acostamento que dava de frente para uma praia linda, e geralmente vazia. Desço da Lamborghini, parando de frente para o grande mar, admirando a paisagem. , mesmo sem entender, para ao meu lado, encostando-se também.

—Eu sei porque você parou, eu parei pelo mesmo motivo.— comecei. Se era para o distrair, que fosse direito. Com a minha melhor cara de inocência, continuei:— Eu não queria que ganhasse, sabia que você me prenderia, e dali eu seria obrigada a viver em um lugar imundo, você sabe que aquele não é lugar meu, não sabe?— fiz uma carinha triste, encostando-me em seu ombro. Mesmo sem entender nada, não me deteve.— Eu tenho medo do que você pode fazer, . Eu sei que você pode me prender, mas eu não quero ser presa. A não ser que for na sua cama, ai eu posso me voluntariar.

—O que você está falando, menina?

—Primeiro, para de me chamar de menina, homem!— adverti, quase retomando minha pose de origem. O que, claro, seria um erro.— Eu quero dizer que, porra, eu acho que estou apaixonada por você. , me ouça...

—Está ouvindo isso?— atentou-se ao som do alarme.

—Isso o que? Eu só consigo ouvir você.— sorri fraco, tentando o prender novamente. Em menos de alguns segundos, várias viaturas passavam pela gente, continuava sem entender nada. O homem me olha com a famosa cara de ódio, como se eu fosse uma aberração.— Soaram os alarmes da Interpool?

—Deve ser o som de seu coração batendo por mim.— fala sarcástico, me largando ali sozinha. 

Rindo de meu feito, entrei na Lamborghini. Liguei para Drake, dizendo que tínhamos que comemorar no melhor estilo. Hoje foi o fatídico dia que , o agente da DSS que estava causando prejuízo à todos que não fossem civis nem policiais, caiu no famoso conto.



Adentrei a base principal da DSS e o lugar estava o caos. Pessoas correndo de um lado para o outro, telefones tocando, coisas quebradas pelo chão. Parecia que um furacão havia passado por ali.
— Que diabos aconteceu aqui? – gritei.

— O que aconteceu!? – Bill, diretor do departamento e meu chefe, disse furioso enquanto andava em minha direção. – Quer saber o que aconteceu? Onde você estava, porra?

— Eu estive atrás da

— Ótimo! Que maravilha! Bom, enquanto você brincava de gato e rato com essa bandidinha, os amiguinhos dela invadiram a nossa base e libertaram todos os prisioneiros, e não pude fazer nada porque o líder da minha equipe simplesmente estava incomunicável! 

— Aquela... – dou um soco sobre a mesa a minha frente, furioso.

Então esse era o plano dela? Me distrair?
— Vou dar um jeito nisso, não se preocupe.

— Eu acho bom mesmo, porque se aqueles prisioneiros não estiverem de volta em suas celas em vinte e quatro horas, alguém vai pagar e é melhor você rezar para que não seja você! – o chefe disse e saiu pisando firme, furioso.

Sentei em minha mesa, descansei a cabeça sobre as mãos e respirei fundo, tentando me controlar para não descontar minha raiva em qualquer objeto da sala.
Aquela mulher havia me feito de otário. Eu acreditei que ela quisesse algo comigo, mas tudo não passava de um plano para me enganar.
Percebi um pedaço de papel branco a mostra no meu bolso e o arranquei imediatamente dali. Era um bilhete. Um bilhete que continha um número, junto às palavras “me ligue”. E eu sabia exatamente de quem era.



Os alto-falantes estouravam, tocando músicas de rap recheadas de palavrões. Carros luxuosos e turbinados espalhados por todos os lados. Mulheres rebolando para chamar a atenção masculina, que por sua vez lançavam notas de cem dólares sobre os corpos delas, enquanto ostentavam cordões de ouro e bebidas caras.
Era mais uma das festas que eu costumava frequentar, mas dessa vez estávamos do outro lado do mundo, em Dubai, para comemorar o sucesso do último trabalho. Eu estava deitada em uma espreguiçadeira à beira da enorme piscina, bebericando uma taça de champanhe.
Apesar de minha conta bancária ter triplicado e não precisar mais me preocupar em viver fugindo da polícia, eu ainda sentia que minha missão não estava completa e algo estava faltando, ou melhor, alguém.
Como em um passe de mágica, meu celular começou a tocar. Era um número desconhecido. Sorri e rapidamente não perdi tempo em atender.
— Você demorou mais do que eu espera. – disse em meio ao sorriso.

— Você me enganou! – a voz grossa e furiosa de disse do outro lado da linha. – Me fez acreditar que sentia algo por mim para me distrair e seus amiguinhos me roubarem!

— Ei, calma aí! Eu só estava fazendo o meu trabalho! E o que eu disse não era totalmente mentira! – falei, me forçando a conter a risada.

— Eu vou te encontrar, , e quando fizer, você vai se arrepender amargamente de ter brincado comigo!

Seria masoquismo demais eu dizer que eu estava totalmente excitada e imaginando aquela voz sussurrando todo tipo de safadeza no meu ouvido enquanto me fodia intensamente? 

— Por que não resolvemos isso como dois adultos? Eu estou em Dubai e...

— Eu sei onde você está e por isso vim para cá. Por que acha que demorei tanto? São 16hs de viagem!

Não para quem veio de jatinho particular como eu, pensei.
— Ótimo, então a gente pode marcar algum lugar para se encontrar – sugeri.

— Por que você não me diz onde está para que eu possa acabar com essa festinha ridícula?

— Não sou estúpida, . Tem um lugar ótimo que eu conheço, serve para conversar e outras coisas também... – Não pude conter o tom de malícia na voz. – Vou lhe enviar o endereço. Estarei lá em uma hora, nada menos que isso.

— Tudo bem. Posso cuidar dos seus amiguinhos depois. – percebi o tom de divertimento em sua.

— Nos vemos em uma hora, , não morra de saudades! – provoquei, desligando antes que pudesse ouvir sua resposta.

Levantei da cadeira segui para dentro da casa, não me importei em avisar ninguém que eu estava de saída, porque provavelmente não notariam minha ausência, já que estavam ocupados demais aproveitando a festa sem se importar com a presença alheia, bebendo, dançando ou se esfregando com alguém, como era o caso de Drake. E por falar no diabo, assim que coloquei meus pés dentro da mansão, ouvi sua voz chamar por meu nome. Virei-me para atender.
— Ei, onde pensa que vai? A festa só está começando, e nossa anfitriã não pode simplesmente sair assim!

— Tenho uns assuntos pendentes a resolver. – respondi. 

— Você vai atrás daquele cara, né? 

— Vou fodê-lo do jeito certo! – sorri safada.

— Cuidado para não se apaixonar! – ele brinca.

— Diga isso a ele! Ou por acaso esqueceu quem tem o poder nessa porra? Aliás, guarde um pouco de energia para mim, para mais tarde. – dei uma piscadela em sua direção e voltei para dei uma piscadela em sua direção e voltei para dentro da casa.

Adentrei o deslumbrante hotel, usando o vestido vermelho com fenda lateral que exibia grande parte da minha coxa esquerda. Eu o havia separado especialmente para aquele dia, junto ao conjunto de lingerie da mesma cor.
Avisto sentado em um dos bancos rente ao bar. Seu corpo curvado sobre a bancada, fazendo com que os músculos de seus braços se apertassem contra a camisa. Eu simplesmente não conseguia parar de imagina-los ao meu redor, me abraçando e apertando contra si enquanto nossos corpos suados se enchiam de prazer. Decidi acabar com minha tortura mental e me aproximei.
— Oi, grandão! – cumprimentei com um sorriso. 

O homem se virou, me encarando com a expressão nada feliz, se levantou abruptamente em minha direção, coloquei minhas mão sobre seu peito, mesmo sabendo que minha força era incomparável com a dele e mesmo se eu quisesse não poderia impedi-lo de fazer qualquer coisa comigo – e eu realmente não queria.
— Calminha aí! Você não quer que todo mundo pense que é do tipo violento com mulher, não é? 

olhou em volta e baixou a guarda quando percebeu que algumas pessoas olhavam em nossa direção.
— Vamos conversar em outro lugar... em particular. – Sorri.

O homem cedeu e deixou que eu o conduzisse até o elevador e em seguida à suíte que eu havia reservado mais cedo. Entramos no quarto e me joguei tranquilamente sobre a cama, e retirei os sapatos, como se não houvesse um homem do tamanho de um armário me encarando furiosamente naquele exato momento.
— Me diz porque veio até aqui, . – pedi.

— Você fodeu com a porra do meu trabalho! – grita.

— Na verdade, eu o deixei mais interessante. Agora você tem muitos mais criminosos para correr atrás, deveria me agradecer. – debochei. 

— Vou agradecer te colocando em uma solitária por tanto tempo que vai esquecer como é a luz do Sol! – ele vociferou
Soltei uma risada e me levantei, caminhando em sua direção. Circulei seu corpo, passando as mãos sobre seus braços musculosos.  
— Então me diz, , se você quer tanto me prender, por que não trouxe sua tão temida equipe? Por que veio até aqui se encontrar comigo? Por que não está me impedindo de te tocar? – esperei ele responder, mas sua resposta não veio. Alisei seu peito e depois subi até o pescoço, trazendo-o para mais perto.  – Você sabe que quer isso tanto quanto eu e nem ao menos tenta negar. 

Prendi o lóbulo de sua orelha entre os dente e ele soltou um grunhido em aprovação.
— E já que nenhum dos dois ganhou a corrida... Acho que ambos merecemos ganhar o prêmio. 

Me afastei e me olhou com o cenho franzido. Sorri maliciosa e retirei o vestido, largando-o no chão. Peguei a algema que estava em seu cinto e comecei a rodar entre os dedos.
— Eu quero que você me prenda, . Quero que me mostre exatamente como você me prenderia. 

O homem sorri, me fazendo retribuir, me vira abruptamente de costas para si e junta meus braços na frente de meu corpo, prendendo meus pulsos com uma só mão e sinto o metal frio contra minha pele. afasta meu cabelo da nuca e pude sentir sua respiração em meu pescoço.

— Você não deveria ter me pedido isso, menina. – ele avisa e sinto seus lábios percorrem meu pescoço, onde distribui beijos e chupadas por toda a sua extensão.

Não demorou e meu sutiã já estava em pedaços no chão do quarto e ele apertava vigorosamente meu seio esquerdo. Com sua mão livre, ele adentrou minha calcinha, estimulando meu clitóris, enquanto gemidos de aprovação escapavam por entre meus lábios. 

me guiou até a cama e empurrou meu corpo sobre ela, fazendo com que eu ficasse de quatro para ele e com os braços esticados para frente. Doía um pouco ficar com os braços presos daquela forma, mas tudo que estava acontecendo me deixava tão extasiada que eu estava pouco me fodendo para a dor. Ele arrancou a última peça que cobria o meu corpo e senti seus dedos separarem meus grandes lábios e em seguida sua língua lambeu toda a minha boceta. Agarrei o lençol com força e gemi alto quando seus lábios começaram a fazer sucção sobre meu clitóris. Os gemidos ficavam cada vez mais altos quando seus dedos me penetraram, fazendo movimento de vai e vem.
Meu corpo inteiro parecia pegar fogo e se contorcia como nunca, meu coração parecia que iria sair pela boca a qualquer momento. Minhas pernas estavam bambar e o nó em meu ventre se apertava cada vez mais.
... – murmurei.

Em pouco segundos um gemido alto saiu por minha garganta e meus músculos relaxaram, avisando que eu havia chegado ao orgasmo.
Caí deitada sobre a cama com o corpo ainda em espasmos e a respiração acelerada, mas com um sorriso no rosto. se sentou ao meu lado, rindo da minha reação.
Quando minha respiração voltou ao normal, se sentei de joelhos sobre a cama e me virei paro o homem.
— Agora é minha vez. Pode me soltar?

— Não. Quero ver o que consegue fazer mesmo estando presa. – ele disse, pretensioso. – Eu avisei que você iria se arrepender de ter brincado comigo.

Empurrei-o sobre a cama e aceitei o desafio. Quem já me viu pilotando uma moto, não imagina quão boa também posso ser pilotando um homem.   me ajudou se livrando das próprias roupas e vestindo a camisinha. Não precisei estimula-lo, seu pau grande e grosso estava completamente duro. Sentei com gosto em seu colo e comecei a subir, descer e rebolar.  Suas mãos grandes e fortes agarraram minha bunda, me auxiliando nos movimentos, e eu arranhava seu peito com minhas unhas.
Contraí minhas paredes vaginais ao redor do seu pau como um estímulo, que funcionou muito bem, pois soltou um grunhido e desferiu um tapa em minha bunda.
Não imaginava que esse tipo de coisa fosse que excitar tanto.
Levei meus dedos até o clitóris para incitar o meu segundo orgasmo, e quanto mais prazer eu sentia, mais rápido eu cavalgando sobre o colo.
Não demorou até que toda aquela sensação de êxtase tomasse o meu corpo novamente, mas não parei de me mexer até sentir seu líquido ser liberado.
Joguei meu corpo suado e cansado sobre a cama, completamente satisfeita.
virou meu rosto para si e grudou seus lábios aos meus. Só então me dei conta de que não havíamos nos beijado até aquele momento. Seu beijo era intenso e apaixonado, que eu fiz questão de retribuir. E então um estalo veio em minha mente: Eu havia conseguido? Eu fiz o agente mais foda da DSS se apaixonar por mim?
Sorri como não fazia há tempos. A sensação era ainda melhor do que eu imaginava.
não disse nada, apenas retirou as algemas dos meus pulsos, envolveu meu corpo com um de seus braços, me puxou para perto e fechou os olhos. Esperei alguns minutos, para me certificar de que ele havia dormido e retirei seu braço de me cintura, me levantei, tentando não fazer barulho, coloquei a calcinha – que por algum milagre ainda estava inteira – e o vestido, ajeitei meus cabelos e calcei os sapatos. Me preparei para sair do quarto, porém percebi um bloquinho de papel sobre o criado mudo e uma ideia me veio à cabeça. Peguei uma caneta também largada ali e escrevi:

Você é o cara, mas eu tenho o poder. Nunca se esqueça disso. Xxx

Com um sorriso estampado no rosto, finalmente deixei o quarto, me sentindo mais poderosa do que nunca.



FIM



Nota da autora: (Pizzle) Gente do céu, que fic foi essa? Eu amei escrever as minhas partes, ler as da Effy. E, por mais que ela esteja sendo entregue no prazo estourando, eu amei tudo nela. Por mim, Pizzle Hobbs, teria uma continuação. Tem que ver com a Effy, agora é só vocês pedirem com jeitinho que a gente pode fazer uma continuação marota hahahahaha. A ponto de curiosidade, a fic foi escrita com o Luke Hobbs, do Velozes e Furiosos, e esses dias estreiou o 8 e eu fiquei de cara. Filme maravilhoso é assim mesmo. Mas deixamos interativo porque eu sei que vocês gostam de outros gostosos por ai. Vou parar de enrolar e passar a bola para a Effy, beijocas <3 até a próxima, meus amores.
(Effy) Essa foi uma fic bem diferente do que eu costumo escrever, mas amei essa nova experiência. Amo demais essa música, esse álbum e as Misturinhas ♡ Pra quem não conhece, dê uma chance a esse grupo empoderado. Enfim, espero que tenham gostado, e não se esqueçam de deixar um comentário dizendo o que achou. Quem sabe não temos uma continuação, hein? Tudo depende de vocês! Beijinhos e até a próxima ♡


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