Finalizada.
             

 

 

                            

Capítulo Único

— E se a gente fez a coisa errada? — As lágrimas que escorriam pelo rosto de Namjoon fizeram meu coração doer, como nunca antes, era como se ele tivesse machucado uma parte dele e consequentemente eu uma minha.
— Essa não foi uma decisão impensada, meu amor, vocês sentiram que era o certo, o momento certo e o motivo certo, foram honestos com vocês em primeiro lugar e com seus fãs. — Eu disse o abraçando como se minha vida dependesse daquilo, daquele abraço e daquele afago.
— Eu sei, mas porque eu sinto como se fosse errado? — Ele se agarrou em mim, e não conseguia parar de fungar, e eu estava começando a embargar a minha voz.
— Você está com medo, assim como eles estão, porque um tempo sempre é assustador, eles tem medo de vocês não voltarem, de terem brigado ou de qualquer outra coisa relacionada ao grupo não existir mais, mas se vocês forem honestos uns com os outros e principalmente com os fãs, tudo vai ficar bem e o futuro vai ser como ele tem de ser. Por favor, não se sinta assim. — Fui sincera e embora também estivesse com medo, ele não precisava daquilo, não naquele momento, quem sabe eu falasse dos meus sentimentos quanto aquilo, em um futuro próximo.
— Você acha que eles vão nos perdoar? — Era realmente de partir o coração ver o homem que eu amo tão vulnerável daquela forma, talvez vulnerável não fosse a palavra certa, mas sensibilizado ou chateado.
— Vocês não fizeram nada que merecesse perdão, vocês foram e ainda vão continuar sendo, mesmo com esse tempo, os ídolos deles, porque eles não são só fãs da música que vocês fazem, eles são fãs das atitudes que vocês tomam e do que vocês significam para eles e para o mundo e vocês vão continuar sendo o que sempre foram, não vão? — Olhei dentro dos olhos dele, para que ele sentisse a segurança e a confiança na minha voz.
Os olhos dele estavam vermelhos e inchados, ele estava chorando e emocionado desde que começou a falar sobre o assunto no vídeo de aniversário do grupo, até ali, já no apartamento que dividimos na parte mais afastada de Seul. O tempo que escolheram tirar como grupo era justamente para aquilo, para coisas como aquelas, viver um amor de forma plena e sem muito medo de serem pegos a qualquer momento, de poderem viajar, Hobi mesmo estava de viagem marcada para participar de um festival grande em outro país e também lançar seu primeiro álbum solo. Jungkook tinha acabado de gravar uma collab com um de seus ídolos norte americano e cada um deles estava se preparando para viver um pouco a vida deles como bem entendessem.
— Os meninos já tem eventos marcados, né? Nossos fãs não vão ficar sem nenhum conteúdo, mas de toda forma, eu não sei, não sei se eles vão apoiar um a um da mesma forma, como grupo eu conseguia garantir que todos se sentissem amados, mas individualmente é mais difícil, eu não sei se estou conseguindo me expressar bem. — Um tom desesperado e preocupado tomou conta da voz e do semblante dele.
— Kim Namjoon, não tem como você controlar os sentimentos das pessoas, e nem prever o que vai acontecer, você não precisa abraçar o mundo com as mãos. — Fui sincera e segura enquanto dizia, queria mesmo que ele sentisse que infelizmente nenhum ser humano tinha aquele poder, que embora eles fossem sua família e a família uns dos outros, e quisessem se proteger sempre, existiam coisas que simplesmente não estão ao seu alcance.
— Eu sei, eu só… — Ele respirou
— Eu sei amor, eu sei, mas a gente pode tentar não pensar nisso. — Tentei um tom mais animado para tentar animar aquela carinha que eu tanto amo. — Que tal a gente fazer um Tour pelos museus do mundo?
Talvez eu estivesse tão animada quanto ele, nos conhecemos em uma das muitas visitas que fazíamos a museus e estávamos guardando essa aventura para nossa lua de mel - que era quando cogitamos que teríamos algum tempo livre e disponível para aquilo - mas já que ele estava com aquele tempo agora e o meu trabalho sempre foi muito flexível tanto que eu tinha me mudado para o país em que ele morava - porque namorar um idol sempre foi uma tarefa e fazer isso a distância não tinha a menor chance. - conseguiríamos adiantar esse nosso desejo.
— Você está falando sério? — Algo se iluminou nos olhos dele, e foi como oferecer um doce para uma criança.
— Sim e aí a gente pode aproveitar a nossa lua de Mel e visitar as praias da Grécia. — Sorri contente com a minha própria constatação, a Grécia era meu sonho, embora, tivesse concordado e ficado super feliz com a ideia de visitar alguns lugares da Europa em busca de museus em nossa lua de mel. Conseguiríamos fazer aquilo naquele momento se quisessemos.
— Você é muito espertinha, não é? — Ele abriu aquele sorriso que eu tanto amo, aquele que mostra seus dentes e as suas covinhas e somem com seus olhinhos, que viraram somente dois risquinhos pelo inchaço que tinha em seu rosto pelo choro anterior.
— Por isso que você namora comigo, não é mesmo? — Respondi no mesmo tom mais leve que estávamos conversando.
— Eu estou te namorando porque eu te amo, você sabe disso. — Usou aquele tom calmo e quente comigo, aquele que vinha não só com aquela sonoridade pacífica, mas cheia de sentimento, um sentimento que eu conseguia sentir quando o ouvia cantar - que era sua maior paixão, bem maior que eu - e falando aquelas coisas para mim.
— Eu também te amo, meu amor, vamos viver o agora, aproveitar que está tudo bem agora e a gente se preocupa com o futuro lá, quando for nosso presente, o que acha? — Fiz um carinho de leve na bochecha dele, que sorriu, dessa vez um sorriso sem dentes e só aquelas covinhas lindas expostas.
— Eu vou tentar, você me ajuda? — O tom sério dele e aquela carinha de pidão quase me fizeram desmanchar como gelatina no calor.
— Claro meu dengo, eu vou te fazer viver e aproveitar o agora.
Me aproximei dele, segurando seu rosto e iniciando um beijo cheio de carinho e amor, mostrando para ele que sim, eu estarei e estaria seu lado sempre e apesar de tudo, se ele não fosse famoso ou se seus fãs não os aceitassem de volta da mesma forma calorosa que faziam, eu o amaria do mesmo jeito, por que o amor não é sobre o que a pessoa tem e sim por quem a pessoa é e na minha visão ele sempre vai ser o homem mais lindo, sensível, cuidadoso e amoroso do mundo, embora seu amor seja demonstrado com atos e não com tantas palavras.
— Eu vou fazer uma lista — Ele disse pegando seu aparelho celular do bolso assim que nossos lábios se separaram. — Tem uns aqui que eu ainda não fui e vamos começar por eles, depois vamos para os Estados Unidos e depois para a Suíça e talvez para a França e tem uns na Alemanha que eu quero ver também…
Conforme ele ia citando os lugares os nomes apareciam como mágica na minha mente. Os primeiros nomes foram, Leeum, Samsung Museum of Art em Seul e algumas galerias em Busan, Daesan Art em Changwon. Já nos Estados Unidos, teríamos de passar com certeza no Los Angeles County Museum of Art (LACMA) e Museum of Fine Arts Boston, claro que a lista no país era maior, embora tivesse sido em um museu de lá que nos conhecemos, quando ele estava em uma turnê mundial e fizemos uma pequena tour juntos pelos museus do país então, talvez esses dois fossem insuficiente, porque sempre comentávamos deles. Quando citou a Europa minha mente foi direto para a Suíça, sempre fomos entusiastas em uma viagem mochilando a Europa para visitar os museus e certamente sempre que tocávamos nesse assunto, o primeiro destino sempre era a Suíça, mais precisamente no Messe Basel que sempre tinham exposições itinerárias, se tivéssemos alguma sorte neste plano de visita aos museus, conseguiríamos pegar a exposição sobre artistas coreanos que estava rolando por lá, no país ainda tinha o Kunstmuseum Basel que era o preferido dele e o Fondation Beyeler que era o meu, claro, pelas pesquisas que sempre fazemos juntos, isso é meio que um hobbie entre nós, pesquisar e fantasiar visitas a museus pelo mundo. Na Alemanha temos já um destino certo, uma vontade minha de tempos e que se transformou na mais nova dele que é o Vitra Design Museum de Frank Gehry, um lugar lindo, que enche não só os olhos, mas o meu currículo para o curso em design de artes que eu estou fazendo. Com a Ida de Taehyung a Paris em breve para a semana de moda e o desfile da Celine que ele foi convidado especial para assistir na primeira fila, poderíamos pegar uma carona no jatinho do Bogum, Lisa estaria lá também, já que o convite era para os três, e visitaremos alguns por lá também.

E foi assim que eu vi meu amor passar de um homem em frangalhos, triste e extremamente preso a ansiedade que o futuro traria, para o homem mais iluminado do mundo, competindo com o sol e até com todo o brilho existente na galáxia! Feliz e fazendo planos para aquilo que o conectava consigo. Apreciar a arte e se conectar com a mensagem que os artistas emanavam com seus trabalhos longínquos, sempre o inspirou a ser alguém melhor e fazer da sua arte algo tão imortal quanto as que ele via nos museus. E ele era para mim, como os museus eram para ele, minha fonte de inspiração, reflexão e meta. Kim Namjoon era a maior obra de arte que eu tive contato na vida e olha que ter sido museóloga por alguns anos me proporcionou contato com obras excepcionais e grandiosas, mas nada comparadas a esse homem, que agora sorria de orelha a orelha, anotando lugares e montando cronogramas.



FIM.



Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Como eu chorei com o video de aniversário desse ano dos meus meninos, sério, eu só queria entrar na tela e consolar o meu neném e assim essa fic surgiu, espero que gostem.
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.   



 

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