Fanfic finalizada.

Capítulo Único

abriu os olhos mais uma vez frustrado ao olhar o vazio que seu quarto emanava. Ele pensou tê-la visto assim que abriu seus olhos, sorrindo de longe, o observando, mas sabia que não passava de algo que sua mente criara porque segundos depois já não estava mais ali.

Mais uma vez, havia sonhado com ela e sequer se recordava de seu rosto. O sentimento era a única coisa que ficava presa em sua mente. Era como uma cena em reverso assim que ele despertava.

“Fique” era sempre a última palavra que ele dizia a ela antes de acordar, afinal, ele sentia que o único acordar era ele, consequentemente, deixando aquela curiosa figura de um amor preso em sonhos, sozinha, no mais profundo de seu consciente.

Aquilo não era saudável, mas era como um vício, difícil de ser tirado de si, por isso, as diversas noites em claro trabalhando no novo álbum eram como tortura, mas também alívio.

Há algumas semanas ela já não aparecia. Às vezes isso acontecia e ele quase nunca sabia o que fazer quando acordava. Sentia realmente falta de alguém que sequer lembrava do rosto, apenas de suas mãos delicadas e a estranha marca de nascença em seu punho, “o mapa do mundo em versão reduzida”, como ela mesma sempre dizia.

— Temos uma música nova! — disse, saindo do quarto com o computador em mãos.
— Você ficou a noite toda acordado de novo, ? — disse, se levantando do sofá.
— O quê? — ele disse, olhando para o mais velho. — Não, eu dormi algumas horas, mas eu tive esse sonho. — Ele não quis entrar em detalhes. — Enfim, eu tive esse sonho em que eu estava nessa praia e alguém cantarolou essa melodia que acabou me dando uma ideia para essa música.
— Meu Deus — exclamou. — Você sonhou com ela de novo.
— Do que vocês estão falando? — perguntou confuso.
— Eu não sei do que ele está falando — desconversou. — Vocês querem ouvir a música ou não?

sabia que ter conversado sobre a sua loucura de sonhar com alguém que não conhecia era algo que ia incomodar, ou melhor, que seria trazido à tona em breve por , que sabia de tudo, mas, ainda assim, tentava o máximo evitar.

— Você sonhou com ela outra vez — disse mais baixo, assim que se sentou ao seu lado no sofá.
— Será que você pode parar com isso? — ele sussurrou de volta, dando uma cotovelada leve no amigo, que riu.

“Was it a dream?
I think I saw you
When I open my eyes
The room's empty again
I gently cast a spell
My heart beats louder than ever
We're always in this moment
Together, wherever, yeah
(Wherever, yeah)”



escutou as primeiras palavras daquela canção que passou toda a noite ajustando arranjos e escrevendo a letra. Era óbvio que faltava um pouco das pessoas que havia pensado em colocar na canção, mas, ainda sim, aquela música era 100% ele e seu coração chegava a acelerar pensado no sonho que teve na noite passada, ou melhor, na meia hora que pregou os olhos. As mãos dela livremente pelo ar, seus pés descalços que brincavam com a areia da praia em que estavam e seu vestido amarelado com pequenas flores vermelhas foram o que marcaram sua mente dessa vez, mas não era apenas isso, ela cantarolava uma melodia desconhecida, ele chegou a lhe perguntar que música era aquela, mas ela apenas sorriu, desaparecendo não muito tempo depois. Era verdade que aquela não havia sido a primeira vez que escrevia canções com ela em sua mente, mas aquela em si era única. Falava sobre tudo e mais um pouco de ambas as partes. Falava de como ele queria que ela apenas ficasse ali sempre, em todos seus sonhos, e que não apenas desaparecesse de repente.

“I think it's a blessing to repeat
I don’t know what I’m thinking either
Can’t I be able to see you?
I put my hands together silently
Tomorrow doesn't change
Like a madman, I keep sayin'
Wherever you are
I know you always stay”


Sim, seus sonhos não eram constantes, por mais que ele quisesse e quase implorasse, não a via todos os dias, e às vezes apenas por frações de segundos, o que lhe incomodava.

— Tudo bem, ? — perguntou, vendo o mais novo aéreo.
— Uh? Sim — ele respondeu.
— A música terminou e você ficou perdido por aí, olhando para o nada — disse, rindo. — Você precisa descansar mais, cara.
— Vou tirar um cochilo assim que terminar algumas coisas no arranjo — ele disse, fechando o computador. — O que acharam?
— Ótima! — o mais velho respondeu e concordou. — Podemos acrescentar um rap aqui e um vocal a mais ali e acho que seria uma ótima faixa para nosso álbum. Só precisamos mostrar para os outros e decidir em grupo.
— Certo! — ele disse, se levantando. — Vou arrumar algumas coisas nela e descansar um pouco. Quando todos estiverem em casa, me avisem, por favor.

não demorou muito para pegar no sono. Logo olhou ao seu redor e viu que se encontrava em uma ponte de cor vermelha, com uma das vistas mais belas e assustadoras à sua frente.

— Assustado com a profundidade? — Sua voz surgiu ao seu lado.
— Saber o quão imensas são as coisas ao meu redor me dá um certo medo — respondeu, observando o pôr do sol que surgia à sua frente. — Elas me mostram o quão sou pequeno e que talvez seja difícil te encontrar lá fora.

A risada dela amenizou sua melancolia ao dizer aquelas palavras.

— Você precisa me escutar quando eu digo que se tivermos que nos encontrar lá fora — disse, se virando de costas para o pôr do sol, observando o lado oposto da ponte —, nós iremos!
— Você acredita mesmo nisso? — ele perguntou, olhando diretamente nos olhos, enquanto se debruçava sobre o enorme braço de aço da ponte.

Ela não respondeu, tinha essa mania às vezes e aquilo o deixava preocupado, afinal, e se ela realmente fosse apenas fruto dos delírios de um subconsciente cansado?

— Onde estamos, afinal? — ele perguntou curioso pela estética do sonho. — Isso não parece com os habituais cenários em que estamos. Se cansou da praia?

— Estamos em São Francisco! — ela respondeu, rindo. — Acho que dessa vez você entrou em um de meus sonhos, porque eu estive aqui pela tarde e acho que fiquei encantada demais com a ponte.
— O que faz em São Francisco? — ele perguntou curioso.
— Viagem repentina — ela disse, sorrindo. — Mas vou passar apenas essa noite e depois estou indo a uma grande conferência em New York.
— Eu não sabia que podia entrar em seus sonhos — ele disse, mas não obteve uma resposta. Ela já não estava mais ali e o cenário havia mudado. Agora estava na entrada da empresa em que trabalhava, sem nada de especial acontecendo.

Minutos depois, vendo pessoas entrando e saindo pela porta da empresa, ele acordou.

— Você fala dormindo — disse, rindo e olhando para a cara do amigo, que franziu o cenho ouvindo aquilo. — Não se preocupa, não é nada a nível entendível — o amigo disse, rindo. — Vem, estão todos na sala esperando por você.


Três meses depois


Ela havia desaparecido depois daquela noite em que se viram no sonho da ponte de São Francisco. não sabia se se sentia decepcionado, se todas as noites antes de dormir pedia para que ela aparecesse mesmo que por alguns segundos, ou se se sentia aliviado. O lançamento do álbum novo estava marcado para aquele mesmo mês, então ele conseguiu se distrair o suficiente, afinal, seriam entrevistas, shows, entre outras coisas que ocupariam seu tempo e mente.

— A conferência internacional acontecerá em dois minutos! — um dos staffs disse, se aproximando deles com seus microfones personalizados em mãos. — Não se esqueçam de que terão que escolher alguns repórteres para responderem perguntas.
— Certo! — respondeu.

Todos os membros do grupo subiram ao palco, sendo recebidos com ondas de luzes das fotos que eram tiradas pelos fotógrafos das revistas, jornais e canais de televisão que se encontravam ali presentes na conferência internacional do mais novo álbum que seria lançado.

Em um momento exato da conferência, todos deveriam receber perguntas vindas dos repórteres ali presentes, então, de forma organizada, disse para os que tinham perguntas erguerem suas mãos e cada um dos membros presentes escolheria um repórter para que respondesse a pergunta dele.

— Agora é com você, ! — disse , passando a vez para , que já sabia qual dos repórteres escolheria.
— KBS! — ele disse, apontando educadamente ao repórter mais velho, sentado na primeira fileira em direção ao mais novo.
— Olá, meu nome é Yoon Yeo Jin e a minha pergunta seria sobre qual a maior expectativa de vocês para o lançamento do álbum? — o senhor perguntou imediatamente.
— Obrigado pela pergunta! — disse, sorrindo. — Na minha opinião, acho que são principalmente as reações de nossos fãs. Sempre são extraordinárias, além de que todo o álbum tem um pouco de nós, particularmente pelo fato de que todas as faixas têm um tipo de foco diferente.

Assim que terminou de responder sua pergunta, foi a vez de se concentrar no público à frente para que pudesse escolher alguém. Ele correu os olhos por cada uma das fileiras ali. Na última delas, pôde ver um braço menor do que os outros ali que se destacavam. As unhas avermelhadas chamavam sua atenção, mas ele foi completamente atraído pela marca que parecia brilhar naquele pulso. Conhecia muito bem aquela marca.

— Última fileira, com a marca de mapa do mundo em versão reduzida — disse, chamando atenção para a pessoa que estava quase escondida no fundo da sala, revelando então o rosto que nunca se lembrava depois que abria seus olhos quando acordava.

Ela sorriu. Ele não sabia se havia sido pelo mesmo motivo que seu coração havia acelerado, mas, ainda assim, tentou se concentrar na pergunta que ela se preparava para fazer.

, da revista Elle — ela disse. — Minha pergunta é sobre qual é a faixa favorita do álbum e por quê?
— Uma boa pergunta — ele disse, rindo. — Na verdade, eu gosto de todas, porque cada uma delas foi desenvolvida com muito cuidado.
— Mas, ainda assim, ele tem uma favorita! — disse, provocando o amigo.
— Sim, eu tenho uma favorita! — ele disse sem graça. — Stay na realidade teve um processo um pouco mais especial para mim.

não falaria com todas as palavras que aquela canção era sobre ela, mas ele sabia com certeza que a explicação faria com que ela entendesse do que se tratava.

— Na realidade, a ideia dela veio de um sonho curioso que eu tive uns meses atrás — ele disse, sorrindo. — A música saiu em menos de um dia e todos os membros aprovaram. Nós acrescentamos algumas coisas antes de finalizá-la, mas ela foi, curiosamente, fácil de ser escrita e produzida.

— Obrigada! — ela respondeu tranquila.

Perguntas e mais perguntas foram feitas e eles podiam escolher mais uma pessoa para fazer a última pergunta antes de encerrarem a conferência.

, da revista Elle — disse, surpreendendo a todos por guardar o nome da garota com tanta facilidade.
— Eu fiquei realmente curiosa sobre o significado da canção Stay. Será que você poderia nos explicar um pouco melhor sobre o que ela se trata? — ela perguntou, sorrindo.
— Stay fala sobre um amor que transcende as barreiras físicas — ele começou dizendo. — Existe uma parte da música em específico, a parte do nosso líder aqui — ele disse, apontando educadamente a —, que ele fala sobre não ser o fim do mundo, que a ligação de ambos seria tão forte que, mesmo que o mundo acabasse, eles poderiam se encontrar em sonhos.

Flashback


— E se nos encontrarmos lá fora? — ela disse, enquanto ele dedilhava sua marca no pulso.

Estavam de frente para um enorme mar, sentados em uma praia em algum canto do mundo que haviam inventado. De frente para eles, o sol alaranjado iluminava o céu, fazendo com que a cena ficasse ainda mais terna.

— Eu a reconheceria! — ele disse, focado no carinho.
— Mas você sequer lembrará do meu rosto assim que acordar — ela respondeu.
— Mas eu me lembrarei do mapa do mundo em versão reduzida — ele disse, rindo. — Se me encontrar um dia, me mostre e eu saberei quem você é.
— Você podia escrever uma música sobre isso! — ela disse, rindo.
— Eu poderia escrever uma música sobre isso — ele afirmou. — Eu vou escrever uma música sobre isso, sobre nós.

A garota então se levantou e cantarolou uma melodia desconhecida enquanto brincava com a água e a areia à sua frente.

— Faça isso e eu saberei que você se lembrará — ela respondeu, sorrindo, desaparecendo em seguida.

Flashback Off


— Eu encontrei você — ele disse baixo, para si mesmo, enquanto os olhos se mantiveram na garota que sorria para ele no fundo da sala.

“The cold wind blows
I take your hand, I feel your breath
Once I close my eyes
We'll always be together”


FIM



Nota da autora: Mais um ficstape e mais uma fic com o Maknae de ouro, que na minha concepção acredita nesse tipo de conexão tanto quanto eu! Hahaha. Enfim, um agradecimento especial para minha amiga Biba, que me ajudou com o surto desse plot e depois com a minha dificuldade de concentração nela com esse monte de coisas que saíram por esse mês. Obrigada, maravilhosa! Prometo que a próxima fic vai ser sua e do Nam hahhaha.

Espero que tenham gostado, não esqueçam de me dizer o que acharam na caixinha de comentários <3.

Xoxo Caleonis.

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