Última atualização: 11/04/2018

Deixei o celular de lado após ler a mensagem dela, sorrindo sozinho, ansioso com o que aconteceria naquela noite. Estralei os dedos, apoiando os cotovelos na mesa de madeira do pequeno café; Brooklyn Roasting Company ficava na esquina da Washington Ave e a Flushing Ave, era um local pequeno e pouco movimentado aquele horário, e foi exatamente por isso que eu o escolhi.
Tinha estudado aquele local por dias, para ter certeza que era perfeito.
Eu sabia o horário que os funcionários trocavam de turno, sabia que Ryan levaria o lixo para fora em quinze minutos.
Eu sabia o ângulo exato que as câmeras de segurança filmavam, assim como sabia que a mesa em que estava, no canto esquerdo logo a frente do balcão, era um ponto cego. E, permanecendo de costas para o caixa, além de ter acesso a entrada do local e poder ver o movimento da rua pela vitrine, a câmera que ficava no teto, logo acima, só registrava meu boné preto, afinal, aquela câmera era apenas para garantir que nenhum funcionário roubaria alguns dólares. Mas na verdade nada daquilo fazia diferença, afinal as imagens não ficavam gravadas por mais de vinte e quatro horas, e aquilo era tudo o que eu precisava.
Retirei o óculos de grau que usava fingindo concentração ao limpá-los quando Katlyn, uma garçonete negra de cabelos volumosos, aproximou-se perguntando qual seria meu pedido;
- Estou esperando uma amiga, seria um pouco rude pedir antes dela chegar. - sorri de lado, não me virando mais de dois segundos para olhá-la, antes de tornar a passar o canto da camisa nas lentes. Katlyn sorriu por um instante, concordando e retirando-se para atender duas adolescentes barulhentas que estavam rindo a quase dez minutos, discutindo sobre Bryan e se ele iria ou não convidar uma das duas para o baile de inverno.
Eu não conhecia Bryan, mas em apenas dez minutos eu já sabia que ele tinha conseguido uma bolsa em três faculdades, por ser um aluno exemplar no Brooklyn Technical High School.
Estalei os lábios, olhando por sobre o ombro para as duas, ocupadas demais encarando seus celulares para notarem olhares grosseiros em suas direções. Tornei a olhar para a rua, antes de colocar meus óculos de grau, e foi então que eu a vi;
Usava uma camiseta branca e uma jaqueta preta de couro, jeans escuros e uma bota de cano curto também preta, junto com uma touca branca, cobrindo parte dos cabelos ruivos compridos, que caíam até próximo sua cintura.
Ela passou pelas portas de vidro, não demorando para me localizar, sorrindo animada em minha direção.
Levantei por um momento, cumprimentando-a com um beijo no rosto, ouvindo-a rir e dizer o quão era bom finalmente estar na minha presença, depois de tantos meses de conversa.

Eu tinha a conhecido em um aplicativo para encontros da última vez que estive em Brooklyn, há quase sete meses. Viajei para outras cidades devido ao meu trabalho durante este tempo, mas mantive contato com Anne Mary.
A mulher tinha um corpo ainda mais atraente pessoalmente do que em fotos, falava alto demais, tanto quanto as adolescentes da mesa ao lado, mas aquilo tinha sido bom durante os meses que se passaram; Anne tinha me contado tudo sobre sua vida em pouco tempo de conversa. Em menos de três semanas eu já sabia sobre todos seus relacionamentos, fossem pessoais, profissionais ou sexuais.
Tinha passado as últimas semanas ansioso por aquele encontro, mais do que me lembrava nos últimos anos. Eu sempre fui uma pessoa seletiva demais, e, infelizmente para a ruiva, algo nela tinha atraído minha atenção.
Anne sorria a falar, tagarelando por algum assunto que não me chamava atenção, mas balançava a cabeça e sorria vez ou outra, dando-lhe a falsa impressão de interesse. Inclinei-me sobre a mesa, apoiando o cotovelo direito na mesma, e a cabeça sobre minha mão, prestando atenção em cada detalhe de seu rosto; as sardas sobre suas bochechas e nariz, a boca carnuda com batom vermelho, os olhos verdes delineados, a forma como passava a língua pelos lábios vez ou outra, e o sorriso sempre presente em seu rosto fino.
Quando Katlyn retornou sorrindo simpática, Anne Mary pediu um café brasileiro que era anunciado como “Sweet, Melon, Soft & Nutty”, eu não fazia ideia se aquilo era uma propaganda real do produto, mas não me arrisquei e pedi um expresso puro.
Não demorou mais de dois minutos para a barista voltar trazendo duas canecas brancas com a logomarca do local em uma bandeja, deixando sobre nossa mesa, antes de tornar a se afastar;
- Você precisa parar de me olhar assim! - Anne pediu após tomar um gole de sua bebida. Arqueei a sobrancelha, inclinando a cabeça.
- Assim como?
- Desse jeito que você está fazendo… Parece que está me estudando…
- Você não faz ideia. - respondi simples, antes de tomar um gole de meu expresso.
A ruiva corou levemente, antes de deixar o olhar parar em minha mão esquerda, a qual, só agora, ela parecia notar a bandagem.
- O que aconteceu? - questionou curiosa.
- Um pequeno acidente enquanto cortava algumas coisas… - dei de ombros, olhando por breves segundos para o local; o corte profundo ainda incomodava vez ou outra, resultado de um descuido de três dias antes.
- Nossa, falando em cortes… - baixou o tom de voz, curvando-se para a frente - Você viu o noticiário?
- Não, o que aconteceu? Cheguei ontem, lembra? - sorri pequeno - Não estou muito familiarizado com as últimas novidades.
Anne Mary pareceu tremer, esfregando as mãos antes de balançar a cabeça;
- Encontraram o corpo de uma mulher totalmente mutilado, espalharam pedaços dela por dois quilômetros no Queens, imagina o quanto ela sofreu… Coitadinha! - fez uma careta, parecendo horrorizada com o simples pensamento.
- Meu deus! - disse com falsa surpresa, contendo o pequeno sorriso que queria escapar por meus lábios - Como isso aconteceu? Quando?
- Não deram muitas informações, mas parece que a perícia ainda não tem certeza, não encontraram todas as partes… Ainda não conseguiram identificá-la…
- Imagine o desespero da família dela… - neguei com pesar, suspirando triste.
Ficamos em silêncio por alguns instantes, terminando nossos cafés, minha mente vagando para a noite de terça-feira, na qual tinha encontrado com Tabitha;
Uma mulher próxima dos trinta que morava sozinha no Queens e achou segura a ideia de me convidar para sua casa ao invés de transarmos no carro que eu dirigia - um SUV preto roubado e com placa trocada. A noite tinha sido divertida, pelo menos para mim.
Tabitha era uma uma prostituta que encontrei na 39th St, próxima ao Calvary Cemetery, local pouco movimentado às terças-feiras. Era de se imaginar que uma mulher de salto alto, muita maquiagem e roupa curta, parada a duas quadras do cemitério, sozinha, em uma rua escura e vazia, além de estar evitando viaturas policiais, procurasse por alguma emoção, e foi aquilo que eu proporcionei.
Admitia, entretanto, que sua pré-disposição para BDSM tinha deixado as coisas mais animadas e fáceis. Tabitha demorou para entender o que estava acontecendo quando a amarrei em sua própria cama e a amordacei. Tinha sido divertido, embora o resultado atual fosse a NYPD ocupada procurando os restos do corpo de Tabitha McNewton nas lixeiras, na ridícula esperança de conseguir identificá-la, o que dificultava minha visita ao local de seu apartamento, para um remember. Eu queria a sensação de encarar seus olhos claros, desesperados, aquilo me deixava excitado, mas não poderia arriscar ser visto no Queens, quanto mais distância daquele lugar, melhor.
Suspirei satisfeito ao lembrando-me de que pelo menos tinha um vídeo em casa, dos minutos finais de Tabitha, pronto para revivê-lo mais algumas vezes antes de apagá-lo para sempre, embora a tentação de mostrá-lo para mais uma pessoa fosse grande;
Era uma pena que ela não estivesse em Nova York para apreciar aquelas imagens, tinha certeza do quão satisfeita ficaria ao ver o que tinha acontecido, mas sabia o quanto ela deveria estar se divertindo na América do Sul, e, sem imagens, tudo o que teríamos um para o outro era uma conversa cara-a-cara, tão excitante quanto vídeos ou fotos.
A simples ideia de me encontrar com ela em algumas semanas já era motivo para uma ereção. Depois de três meses separados, a trabalho, logo estaríamos juntos novamente.
Mas antes de encontrar com , eu tinha Anne Mary para me satisfazer, sorri de lado ao olhar em sua direção, reparando que ela encarava minha mão esquerda.
- Você é casado? - perguntou com a voz fraca, notando a marca da aliança em meu dedo anular, não era muito chamativa, mas estava ali, uma marca fina, um ou dois tons mais claro que o resto de minha pele.
Suspirei negando com um sorriso triste;
- Viúvo, acidente de carro. - notei o pequeno suspiro de alívio e pesar que Anne Mary deu, antes de estender a mão, cobrindo a minha.
- Você nunca me falou sobre isso, eu sinto muito.
- Já faz algum tempo, mas não é algo que eu goste de relembrar, ainda… - respirei fundo, fechando os olhos por um instante, antes de terminar com a voz sôfrega - dói.
- Você a amava muito não é? - sorriu sem graça, ainda segurando minha mão entre a sua. Concordei com um sorriso calmo.
- Nunca imaginei que estaria fazendo isso de novo, - inclinei-me em sua direção, quase sussurrando - um encontro. Parece errado, entende? - desabafei, engolindo em seco - Como se eu estivesse a traindo. - olhei para nossas mãos juntas por alguns instantes - Talvez não tenha sido uma boa ideia.
A ruiva segurou minha mão com força, negando com um pequeno sorriso.
- Eu sei que deve ser difícil para você, , mas precisa seguir em frente, você não está a traindo, nem ela nem sua memória…
Demorei para concordar com um aceno, fingindo estar pensativo sobre o assunto.
Puxei minha mão devagar, suspirando profundamente, antes de olhá-la, sorrindo pequeno.
- Tudo bem se dermos uma volta?
- É claro!

Can’t miss this chance to take you
And here’s my invitation


Andávamos lado-a-lado devagar pelas ruas, conversando sobre coisas banais, a lua brilhava no céu escuro e sem estrelas. O vento de outono bagunçava seus cabelos ruivos, mesmo que parte deles estivesse protegido pela touca que Anne Mary usava.
Sentia meu rosto esfriar pouco a pouco. Seguimos pela Washington Ave até cruzar Myrtle Ave, até chegarmos ao Fort Greene Park, o qual já se encontrava quase totalmente deserto, poucos postes iluminavam o lugar, mas mesmo assim entramos na estrada asfaltada, seguindo por entre as árvores, em direção ao playgroud. Tudo o que escutava era o pequeno salto batendo contra o chão e o barulho do vento nas folhas, era daquilo que eu gostava; o silêncio e a calmaria antes da tempestade.
A sensação de confiança que elas exalavam antes da luxúria e então do desespero, quando sabiam que não teriam para onde correr, quando tudo o que faziam era aceitar o inevitável; sua morte.
Sentamos em um dos bancos de madeira, olhando os balanços agitarem-se com o vento, as folhas das caírem espalhando-se pelo chão, enquanto estávamos em silêncio.
Contava em silêncio, esperando o momento certo de dar o próximo passo, tudo bem calculado para não cometer nenhum erro, mas foi Anne Mary que agiu primeiro;
- Você está bem?
- Sim, - concordei, olhando-a de lado - sinto muito, não estou sendo uma companhia muito agradável, não é?
Negou com um sorriso, seus olhos parando por poucos segundos em meus lábios, antes dela suspirar, ruborizando e olhando para baixo.
- Acho que perdi o jeito, - comecei em tom baixo, atraindo sua atenção - faz tempo que não tenho encontros, é por isso que prefiro conversar online, é difícil me conectar com alguém… Conversar com uma mulher como você… - arrumei meu óculos, tornando a desliza-lo pelo nariz, pigarreando baixo.
- Como eu…? - insistiu um tanto empolgada.
- Atraente… - respondi, olhando-a por poucos segundos, antes de tornar a olhar para frente.
Ouvi um riso baixo, antes de sua mão tocar minha coxa. Virei-me para encará-la, sorrindo sem graça em sua direção, e no instante seguinte ela inclinou-se para o meu lado, encostando seus lábios contra os meus.

Anne Mary não mais parecia a moça tímida com quem eu tinha conversado por meses, não que em algum momento ela tivesse me enganado. Eu sempre percebia suas indiretas, suas palavras de duplo sentido, e era por isso que me fazia passar por um cara sensível e quase inexperiente, como se não percebesse suas tentativas.
Como quando ela me mandou uma foto nua, dizendo que tinha sido na conversa errada, e minha resposta chegou após alguns instantes, informando que tudo bem, pois nem tinha aberto, e meu celular não baixava fotos automaticamente.
Eu sabia o que ela queria comigo desde a primeira semana de conversa, mas a ruiva não fazia ideia do que eu queria com ela.
Era quase uma pena, pois enquanto estava sentada em meu colo naquele banco, eu pude sentir o corpo voluptuoso que Anne Mary tinha, agora entre minhas mãos. Mas eu tinha um trabalho a fazer, uma missão a cumprir, e não seria a ruiva que me impediria de seguir em frente.
Existia apenas uma mulher que eu desejava e que nunca precisaria temer sua segurança, e sabia disso, tão bem quanto eu sabia que ela nunca seria capaz de me matar. Éramos parceiros, tínhamos prometido estar ao lado um do outro em todos os momentos importantes, tínhamos jurado à Deus que nos amaríamos até o fim, e tinha sido assim desde o começo, desde antes de fazermos aquela pequena cerimônia, apenas nós dois e um padre em uma igreja pequena em Las Vegas. Os nomes que usamos eram falsos, mas nossos votos eram reais, tão verdadeiros quanto nosso amor.
O mundo não poderia entender nossa relação, mas nunca precisamos que entendessem, nós dois sabemos o que significamos um para o outro, e mesmo que o sexo com outras pessoas fosse permitido, não era isso que nos definia como casal.
Não era uma simples relação carnal que nos importava, no final sempre acabávamos juntos e era isso que nos importava, porque nós dois sabíamos que o que nos deixava exitado não era o sexo em si, e sim o que viria depois.
A transa era apenas uma preliminar para o que aconteceria em seguida, e era isso o que nós queríamos. Era isso o que nos definia.

Kiss it all goodbye


- Nós deveríamos ir para um lugar mais privado.
Apesar de a ruiva ter suspirado isso em meu ouvido eu sabia que não era comigo que ela falava. Era apenas uma adorável tentativa de convencer a si mesma que era uma garota sensata e prudente que nunca faria algo tão vil quanto transar com um desconhecido em um parque aberto.
Entretanto enquanto sua boquinha mentirosa falava para irmos embora, seus quadris tremulavam sobre os meus que abrigava suas pernas abertas sobre meu colo, procurando qualquer fricção que trouxesse algum alívio a sensação febril que tocava sua pele.
Deslizei uma mão por baixo de seu casaco afundando meus dedos na pele suas costas, apertando-a mais contra mim, a outra mão em sua nuca fingindo estar lutando para afastá-la de meus lábios para então sussurrar em um falso descontrole:
- Vamos pra minha casa.
Anne Mary concordou inebriada, a respiração pesada atingindo meu pescoço. Um sorriso bobo em minha direção e ela levantou-se trôpega ajeitando a blusa fora do lugar.
Levantei-me logo em seguida empurrando o óculos que escorregava do meu rosto.
Dei-lhe um sorriso confidente antes de segurar sua mão para irmos por um caminho qualquer do parque. Eu podia sentir no ar se movendo ao nosso redor o quanto ela ansiava por isso. O quanto ela desejava que eu a pegasse de jeito e desmontasse a sua fachada de ingenuidade. E eu faria isso, mas do meu jeito.
Meu pau latejava de antecipação, atiçado pelo conhecimento do que vinha logo a seguir. Não porque eu a foderia até ela gritar de prazer, não. A excitação crescente correndo em minhas veias, que fazia uma parte de mim resvalar dolorida contra o material da minha calça, vinha da certeza de que nessa noite eu me lavaria com seu sangue.
Puxei-a mais para perto quando passamos por um enorme carvalho escuro e grande o suficiente para nos esconder. A beijei descomedidamente, mordendo de leve seus lábios só para arrancar um suspiro deles, para distraí-la do fato de que estava levando-a para mais perto do tronco da árvore e longe da vista de qualquer transeunte que pudesse passar.
Empurrei suas costas contra o tronco sem qualquer delicadeza arrancando um gemido da mulher. Anne Mary me encarou por trás da nuvem de excitação em seus olhos, agarrando com firmeza a lapela de meu casaco puxando-me para mais um beijo.
- Não vou aguentar até em casa, eu preciso de você agora. - grunhi quando ela mordiscou meu pescoço tentando se mostrar desinibida. A mulher mal sabia o quão bem eu podia a ler.
- Alguém pode passar, .
- Eu estou disposto a correr o risco. Olha o que você faz comigo, Anne. - digo em um tom de desaprovação esfregando minha ereção contra o v de suas pernas - Você me deixa duro. Duro e sem bom senso, Anne Mary. Não é uma boa combinação para onde estamos porque me faz ter ideias tão… más.
- Como o que? - ela tentou soar confiante, embora sua voz parecesse quase líquida conforme ela derretia ao meu redor presa contra a árvore maciça. - O que você quer fazer comigo agora?
- Agora? Agora eu quero abaixar essa sua calça apertada que deixa essa sua bunda gostosa toda evidenciada pra mim, quero dar uma boa olhada nela pra ver se a sua câmera faz jus a ela.
Anne engasgou eufórica, talvez sem esperar que eu fosse jogar sua pequena mentira em sua cara. Seus olhos aumentaram e eu aproveitei para descer a mão e segurar sua nádega com força e então puxar sua coxa mais para cima ajeitando-a de um jeito que eu poderia me esfregar melhor contra sua boceta ainda por cima da calça.
- Oh, eu sei que você quis mandar aquela foto pra mim, ruivinha. - sussurrei como um segredo para ela, minha voz quase tão malvada quanto poderia.
Minha outra mão se ocupou em entrar por baixo de sua camisa e ir atrás de seus seios protegidos pelo sutiã de renda. Um mamilo intumescido cumprimentou a palma da minha mão quando o segurei firmemente, Anne gemeu baixo empurrando seu peito contra mim como se sua vida dependesse disso.
- Eu gostei que você mandou pra mim. Mas eu gosto mais de você assim, nas minhas mãos. Me diz o que você acha de eu te pegar por trás, bem aqui, com seu rostinho contra esse carvalho enquanto eu te fodo bem duro e rápido, huh? Você vai gostar se eu te foder até a letargia?
Ela estava em outro lugar dentro de seu cérebro, os olhos semicerrados me contavam isso, o gemido sôfrego também. Nenhum negação, contudo.
- Responda, Anne.
- Sim!
Uma risadinha cheia de humor sacudiu meu corpo e me ocupei em mordiscar seu ombro o mais suave possível, sem precisar me preocupar em deixar marcas. O corpo tremulo sob minhas mãos contando tudo que eu precisava saber.
Deixei ela esticar-se na ponta dos pés e me puxar contra seus lábios. Era uma mania irritante todos esses beijos e respirações profundas, quase como se ela quisesse me respirar para dentro dela, como se eu fosse fazer alguma diferença em sua vida. Talvez eu fizesse, afinal. Contudo não necessariamente em sua vida.
Seus dedos foram atrevidos desabotoando meu jeans com pressa e enfiando os dedos gelados para dentro. Um suspiro surpreso saiu de sua boca ao tocar toda a extenção do meu pau duro como pedra, possivelmente assumindo que ela havia me deixado daquela maneira por tão pouco. Pobre Anne, se ela ao menos soubesse…
Seus dedos correram por mim com pressão. Um murmuro escorreu por mim quando ela deslizou o polegar pela coroa do meu pau. Anne mordiscou meu lábio inferior orgulhosa de arrancar alguma reação e eu sorri contra sua boca, era minha vez.
Abri seu jeans apertado com urgência enrolando sua calça até os joelhos, levando sua calcinha junto para revelar o quão intencionada ela havia vindo. Nenhum fio de cabelo, só a pele molhada carente de atenção, confirmei ao esfregar a palma da minha mão contra sua boceta. A mulher gemeu e agarrou minha nuca com as unhas, desesperada que eu parasse.
- Mais. - murmurou.
Enterrei um dedo nela, sendo recebido pelo calor apertado e molhado. Anne rebolou contra minha mão sem qualquer vergonha e eu, tomando aquilo como um incentivo, enfiei o segundo dedo sentindo-a se agitar contra mim. A preparei por alguns minutos, movimentando os dedos e esfregando seu clitóris com o polegar. Parei quando ela me apertou com seus músculos, seu corpo contando que iria gozar. Retirei meus dedos e recebi o olhar mais sujo e decepcionado que já havia recebido. Não precisei de palavras, no entanto, apenas busquei o preservativo no bolso da calça sem me importar em parecer arrogante por tê-lo levado em primeiro lugar.
Sem mais palavras a virei, o rosto contra a madeira e a bunda empinada em minha direção. Apenas me lancei para dentro dela, arrancando um grito estrangulado da mulher. E então eu cumpri minha promessa: duro e rápido. Saindo dela por completo antes de a penetrar pesado, vez atrás da outra, arrancando suspiros da mulher. Ela gozou antes de mim, fiz questão de deixá-la ter essa regalia enquanto eu apertava os olhos e imaginava ali com suas mãos ao redor do meu pescoço, me chamando de cretino enquanto me cavalgava tomando tudo de mim. Gozei insatisfeito ao ouvir outra voz chamando meu nome, não .
Anne mole contra o carvalho, sua respiração pesada procurando por ar. Não lhe deixei pensar muito antes de enrolar minha mão em seu cabelo longo como se segurasse uma rédea bem firme contra a base de sua nuca. Ela resfolegou pelo aperto, mas não conseguiu fazer qualquer outro som quando choquei sua cabeça com força contra o tronco da árvore. Só escorregou até meus pés, o som de sua queda abafado pela grama, seu traseiro nu sob a luz do luar frio.
- Eu te disse que iria te foder até a letargia. - ri sozinho com minha ironia enquanto abotoava minha calça.
Levantei a roupa de Anne Mary e parei um segundo para observar com um sorriso sádico preso em meu rosto. A festa estava para começar.

Tonight should’ve never been
More alive

Encarei o corpo desfalecido por longos segundos, sabendo que meu trabalho estava apenas começando.
Quando você mata uma pessoa, quando você tira uma vida, nem todas as pessoas sabem como é o sentimento. A primeira vez que eu matei, não me arrependi, era alguém que merecia. Entretanto, por apenas um segundo, enquanto via o sangue quente escorrendo por sua garganta, senti algo dentro de mim, um pequeno aviso do maior pecado que estava cometendo em minha vida, e daquele momento em diante, eu sabia que nada poderia me fazer voltar atrás, depois daquele dia, eu estava condenado.

Desde pequeno fui educado a seguir os mandamentos de Deus, a honrar seu nome e não pecar. Não levantar falso testemunho, não desejar a mulher do outro, não pecar contra a castidade, não roubar, não matar. Antes de chegar aos 10 anos eu já tinha cometido muitos pecados, os quais seriam considerados leves pela minha idade e inocência, mas eu estava ciente de todos eles, sempre estive.
Da mesma forma que estive ciente que não apenas estava pecando, como corrompia outra pessoa, aos poucos levando-a para o mesmo caminho;
Eu tinha dezesseis anos na primeira vez que vi uma mulher nua.
Uma das professoras do orfanato em que tinha crescido, transando em uma sala vazia com o jardineiro. Senhorita Owen tinha uma expressão de puro prazer em seu rosto, os olhos fechados enquanto agarrava os ombros do homem mexicano, estava sentada na mesa dos professores, as pernas ao redor da cintura do jardineiro, enquanto ele metia com força contra ela, as calças caídas ao seus pés, segurando um dos seios fartos da professora, ao mesmo tempo em que beijava-lhe o pescoço.
Em todos aqueles anos eu tinha sido ensinado a não render-me aos pecados da carne, um dos mais graves que poderiam ser cometidos.
Até aquela tarde eu não tinha de fato imaginado uma mulher nua, já tão assombrado por todos os erros que tinha em minha vida, os quais não me arrependia.
Masturbava-me no banho sempre que necessário, não levando mais do que dois ou três minutos para gozar, sem saber o que imaginar para aqueles momentos, sem entender o motivo de tantos adolescentes parecerem tão interessados em sexo.
Foi só quando eu olhei para a garota ao meu lado, que tinha me encontrado espionando nossa professora, que me dei conta do que estava, de fato, vendo e fazendo.
tinha seus quinze anos recém-completos quando encontrou-me agachado no jardim, embaixo de uma moita, espiando pela janela baixa o casal transando.
Por um instante a garota pareceu chocada com o que via, principalmente ao notar meu estado deplorável; O jeans surrado com o botão aberto, deixando ainda mais visível o volume dentro da cueca branca. Lembro-me até hoje do suor escorrendo por minha nuca, e a respiração falha quando ela me encarou curiosa, arqueando a sobrancelha, então encarando o casal pela janela. virou as costas, afastando-se de mim o mais
rápido que pode, evitando-me por todo o dia.
A noite ela entrou em meu dormitório, silenciosa como sempre, chacoalhando-me até que eu acordasse e a seguisse para fora do quarto. Eu tinha certeza que ela me questionaria sobre minha atitude, mas, assim que entrei na sala, ela fechou a porta com chave, antes de virar-se em minha direção, encarava-me desconfiada por alguns instantes. Eu permaneci parado, esperando sua primeira pergunta, a qual nunca chegou.
Ao invés, beijou-me ansiosa, me apertando contra ela.
Afastei-me por breves instantes, confuso com sua atitude, nos conhecíamos há anos e sempre fomos próximos, desde o primeiro dia que ela tinha chego, a garota não largou do meu pé. Foram anos de companheirismo, mas apenas aquilo.
O beijo não tinha sido ruim, apenas inesperado.
- Eu sei o que você estava fazendo , - ela disse em voz baixa, fazendo-me corar no mesmo instante - eu quero que você faça aquilo comigo.
Demorei poucos instantes para entender que ela não estava brincando; abriu o robe fino que usava, mostrando-me seu corpo nu, antes de aproximar-se mais uma vez, esperando alguma resposta de minha parte enquanto me encarava, ficando na ponta dos pés para, de novo, encostar nossos lábios de forma sutil.
E naquela noite de outono, foi a primeira vez que realmente a levei pelo caminho de pecados que eu cometia, sem ao menos imaginar o que aconteceria anos mais tarde, quando nós dois tornássemos a nos encontrar, já fora do orfanato.

Se naquela época eu sequer imaginasse que transar com antes do casamento seria o menor dos nossos pecados, não teria passado noites em claro, imaginando que a estava levando para o inferno junto comigo.
Talvez estivesse, mas agora eu já não me preocupava com aquilo;
Céu e inferno.
Deus e o Diabo.
Nada daquilo me preocupava, era tudo abstrato, simbólico.
Para um rato, um gato pode ser comparado ao diabo.
Para Anne Mary, eu era o Demônio.
Amarrei seus pulsos e pernas, amordaçando sua boca com um lenço que tinha no bolso, comprado apenas para aquele momento, o qual seria usado apenas para ela.
A coloquei sobre os ombros, carregando-a para fora do parque, sem qualquer pressa, já tinha passado horas e horas analisando aquele local, ninguém mais passava por ali depois das dez da noite. Eu tinha todo o tempo que quisesse naquele lugar, desde que terminasse antes das seis e meia da manhã, horário que o guarda abria os portões.

(You’re so alive)


Anne Mary começou a mexer-se após muitos minutos, tentando mover os braços e pernas, pude notar sua respiração começando a acelerar quando percebeu estar presa.
Fiquei em silêncio, apenas assistindo suas tentativas inúteis de soltar-se das amarras que a prendiam naquele colchão sujo jogado ao chão.
A mulher mexia-se desesperada, puxando os braços enquanto tentava soltar seus pulsos, mas tudo o que conseguia era firmar ainda mais os nós. Tomei os últimos goles de minha lata de cerveja, antes de amassá-la e a deixar de lado.
Com o barulho do alumínio, a ruiva parou de se mexer, erguendo a cabeça minimamente, enquanto tentava entender o barulho que tinha escutado, e de onde vinha. Seu peito subia e descia com rapidez, ela finalmente estava entendendo que não estava apenas sozinha, mas também acompanhada. Talvez estivesse lembrando-se das últimas horas, tentando entender como tinha acabado nua, amarrada, amordaçada e vendada.
Respirei fundo, dando passos vagarosos em sua direção, enquanto colocava uma touca de lã preta na cabeça, não precisava de fios de cabelo espalhados pelo galpão, era sempre difícil de pegar todos.
Sentei-me ao seu lado no colchão fino, inclinando-me o suficiente para retirar a venda de seus olhos claros, vendo-os arregalados quando percebeu minha presença.
Confusa com os acontecimentos. Eu sorri de lado, calmo.
- Sua mãe nunca te ensinou a não confiar em pessoas que você conhece pela internet? - perguntei retoricamente, encarando-a antes do próximo passo - Se você gritar, vai se engasgar com o próprio sangue, porque eu vou cortar sua garganta, entendeu, ruivinha. Notei quando ela engoliu em s
eco, concordando com um aceno nervoso. Retirei sua mordaça, e então desci a mão por seu corpo, sua respiração acelerada, parecia ainda mais pesada conforme eu a tocava.
- P-Por que? - questionou com a voz fraca.
Dei de ombros, ainda encarando seu corpo, passando um dedo por seu mamilo esquerdo.
- Me deu vontade.
- … Por que eu?
Encarei-a por breves segundos, sorrindo baixo.
- Deveria se sentir honrada. Sabe o número de candidatas que eu tinha antes de escolhê-la? Você foi a grande vencedora, Anne Mary.
- Pensei que você gostasse de m…. Depois de todos esses meses, e tudo o que conversamos… - dizia com a voz falha, os olhos enchendo-se de lágrimas, o medo cada vez mais presente. - Depois de hoje…
Ri roucamente, negando com um aceno.
- Querida, não deveria ser tão ingênua. Se eu só quisesse uma noite de sexo, poderia pagar dez dólares por isso em qualquer esquina.
Ela arfou por um momento, abrindo a boca, sem coragem de dizer o que pensava.
- Conte-me. - pedi sorridente, ainda entretido brincando com seu mamilo eriçado.
- Sua mulher… Você… Foi você…?
- Se eu a matei? - completei sua pergunta. - Não, minha mulher está viva. Nos encontraremos em breve.
- Ela… Ela… Sabe?
- Óh sim. - passei a língua por meus lábios, descendo meu dedo por seu corpo. - Eu mostrei uma foto sua para ela, te achou bem ousada por mandar uma foto nua em poucos dias de conversa.
Anne Mary engoliu em seco mais uma vez, as lágrimas grossas escorrendo por seus olhos.
- Eu não vou contar… Por favor…
- Eu sei, querida. Você não vai contar mais nada depois de hoje. - sorri por um instante, tendo como resposta um grito histérico, pedindo por socorro. Fechei os olhos, respirando fundo, antes de tampar sua boca com minha mão direita, aproximando-me para sussurrar em seu ouvido. - Eu vou te dar mais um presentinho antes de começarmos, não se preocupe. - avisei antes de descer meus dedos até chegarem em sua vagina, mexendo em seu clitóris por alguns instantes. A ruiva mexeu-se, tentando fechar as pernas, mas segundos depois, conforme sentia meus toques, seu olhar desesperado, aos poucos, se transformou em desejoso, o prazer começava a assolá-la novamente, e, quando a penetrei com dois dedos, ao invés de tentar gritar, Anne Mary voltou a mexer-se no colchão, mas em prazer, gemendo contra minha mão. Após alguns minutos, quando o corpo da mulher tremeu e ela gozou, afastei-me, limpando minha mão em um pano que tinha deixado junto a uma bandeja com algumas outras ferramentas.
Isso era algo que eu sempre fazia por minhas vítimas, achava importante elas terem um último momento de prazer e calmaria, antes da minha diversão começar.
, mais de uma vez, comentou que achava ser uma forma de eu tentar me redimir um pouco com elas, amenizar meus pecados. Eu não discordava, mas também não concordava. Era apenas um hábito de muito tempo, o qual eu não conseguia mudar.
Encarei meu material por alguns instantes, enquanto a mulher continuava amolecida no colchão, talvez imaginando se aquilo não era apenas uma brincadeira de BDSM, não seria a primeira, e nem a última a imaginar aquilo. Infelizmente para Anne Mary, não era aquele o meu plano.

A mulher me olhou quando tornei a virar-me em sua direção, parecendo por um instante confusa, até focar sua atenção no objeto que eu segurava. Seus olhos arregalaram-se por mais uma vez, e ela tornou a gritar. Sorri tranquilo, negando com a cabeça.
- Anne, Anne, ninguém vai te escutar. Pode gritar o quanto quiser, querida. O único problema nisso,- avisei ao tornar a sentar-me ao seu lado - é que me dá dor de cabeça. E eu fico muito irritado quando isso me acontece. Tenho crises de enxaqueca, entende? - segurei sua mão amarrada, forçando-a a abrir os dedos, fechados em punho. - E quanto mais dor de cabeça eu tenho, mais irritado eu fico. E quanto mais você me irritar, pior será para você, boneca.
O gritou foi ainda mais estridente quando arranquei sua primeira unha, começando, aos poucos, a me divertir aquela noite.
Repeti a ação com todos os seus dedos da mão e dos pés, jogando as unhas em um pequeno saco plástico, o qual eu queimaria mais tarde. Peguei então o isqueiro, testando-o algumas vezes. Por ser mais demorado, virei-me para amordaçá-la mais uma vez, mas Anne Mary resolveu falar, a voz já fraca devido aos minutos em que gritou.
- Por que… Quantas vezes?
- Quantas vezes o quê? - esperei paciente ela reformular sua frase. Um tanto entediado com a demora. A mulher fechou os olhos por breves instantes, antes de tentar de novo, enrolando por alguns instantes com suas perguntas; “Por que você faz isso? Há quanto tempo? Você é bonito, poderia ter uma vida diferente! Eu não contaria para ninguém. Você e sua mulher, qual o nome dela?, vocês poderiam começar outra vida, talvez em outro país.” Respirei fundo, mantendo o sorriso nos lábios.
Anne Mary talvez já tivesse visto algum filme policial, alguma série sobre serial killers, estava tentando utilizar uma tática conhecida, não era a primeira a tentar me ganhar na conversa. Talvez até mesmo no sexo, mas não era algo que funcionava comigo. Eu não sentiria o remorso, eu não teria o peso na consciência ou o ideal de mudar para uma vida melhor junto de . Aquela era a nossa vida, a que tínhamos escolhido, e ambos estávamos felizes com ela.
- Querida, podemos passar horas e horas conversando, e nada vai mudar. No final eu vou te matar do mesmo jeito. Acredito que eu digo, você não é a primeira a tentar conversar e alcançar meu lado bom. Mas, antes de perdermos tempo com isso, você deveria saber uma coisa; chegou a sua hora, docinho, a última coisa que você vai ver hoje, não será um ser encapuzado, com uma foice. O que você verá, será eu banhando-me em seu sangue. - completei, antes de colocar a mordaça em sua boca, então levando o isqueiro em direção as suas digitais.


You’re not afraid to die
And I can see it in your eyes


A pior parte em matar alguém é o trabalho que você tem para fazê-lo.
Principalmente depois que a diversão passa.
Quando o corpo já está inerte, você não tem muitas opções, a não ser começar a trabalhar na limpeza do local e do corpo.
Amadores não sabem como fazê-lo bem feito, e por isso acabavam presos.
Depois de tantos anos, essa parte já não era mais difícil, apenas entediante e trabalhosa.
Carregar o corpo, cortá-lo, espalhá-lo pelos locais, embora nem sempre eu o esquartejasse, mesmo que fosse uma das coisas que eu mais gostava, dava sempre mais trabalho limpar o sangue da cena…
Era algo chato e cansativo e, na maioria das vezes, me fazia dormir por quase dois dias inteiros depois de terminar, mas era também necessário.
Eu sempre tinha tudo calculado, até os menores riscos e hipóteses;
Se algum morador de rua entrasse naquele depósito abandonado. Se o proprietário do local resolvesse reativá-lo. Se, por brincadeira, algum grupo de adolescente resolvesse invadi-lo.
Eu sempre tinha tudo bem pensado e planejado, insistia em dizer que eu era muito paranoico. Eu afirmava ser apenas precavido.
Não tinha a intenção de ir para cadeia e passar o resto da minha vida em um espaço pequeno convivendo com outros homens. E menos ainda intenção de morrer na cadeira elétrica ou algo do tipo.
era apenas a parte prática, pouco importando-se com o que aconteceria depois. Confiante demais em continuar escapando sem grandes problemas, nosso sistema era bom o suficiente para isso, mas eu sempre gostava de me garantir um pouco mais.
Gostava de ver os dois lados, imaginar o que poderia sair errado e pesar os prós e contras.
As melhores vítimas eram sempre as isoladas socialmente.
Pouco ou nenhum contato com família, vagando pelo mundo sem lugar ou emprego fixo.
não se importava com nada disso, era impulsiva demais.
Livrava-se do corpo, mas com o mínimo de esforço.
Não preocupava-se em passar horas limpando o local, simplesmente virava as costas e ia embora. Sabia que para ela era arriscado permanecer em países de primeiro mundo, era por suas atitudes desleixadas, as chances de encontrarem seu DNA era sempre mais alta, por isso vivia em países com um sistema duvidoso.
Brasil era um de seus favoritos, já tinha perdido as contas de quantas vezes ela tinha passado naquele país, ou na Argentina e Bolívia. Locais grandes, com opções variadas e um sistema precário. Mesmo que encontrassem seu DNA, não teriam com o que comparar.
O Brasil era um dos melhores locais do mundo para um serial killer, as chances de ser pego eram mínimas, desde que você tivesse o necessário para passear de cidade em cidade, ou apenas fosse esperto o suficiente para não ser visto com sua vítima, que poderia ser até mesmo do mesmo bairro.
Mas gostava de atenção, gostava de ser mimada.
Não saia com qualquer um, era exigente.
Os familiares de suas vítimas sempre acabavam procurando a polícia, na tentativa de descobrir o que tinha acontecido, mas minha mulher era inteligente e conseguia livrar-se sem problemas. As vezes ganhava uma página no jornal, mas isso só confirmava o quão despreparada era a polícia argentina, brasileira e boliviana; eles nunca sabiam o que acontecia, até o crime ser cometido.
também dificultava, pois adorava variar seus métodos, não tendo uma assinatura própria. Sua assinatura era a falta dela.
A minha, por outro lado, era sempre a mesma; minhas vítimas sempre sentiam, eu esperava até os últimos momentos para matá-las, gostava de ver o desespero, a falta de esperança e, o mais importante, o brilho sumir por seus olhos. Era aquele o momento que me satisfazia por completo, o medo que elas tinham da morte.

Por mais natural que fosse, o ser humano não gostava de pensar em seus últimos momentos, ainda mais quando jovens, acreditando que teriam anos e anos para viver. Infelizmente para uma pequena parcela deles, eu aparecia.
Era eu quem decidia quando seria seu último suspiro, e eu adorava meu trabalho.
Não fazia ideia de quando seria o meu momento, mas sabia que não iria ceder, que não iria fraquejar. Poderia ser nesse exato instante, enquanto esfrego o chão sujo desse depósito, retirando qualquer vestígio de sangue de Anne Mary ou DNA que possa ser encontrado, qualquer coisa que possa me colocar no radar da polícia. Se um guarda desavisado, fazendo apenas uma ronda de rotina, entrasse pelo galpão e me encontrasse, não teria muito o que eu poderia fazer. Poderia levar um tiro na cabeça e pronto.
Minha história estaria terminada, minha vida se encerraria neste galpão, no qual fiz minha última vítima, e eu nada poderia fazer sobre. Nem mesmo me despediria de .
Estaria apenas morto, jogado em algum cemitério municipal, em uma vala sem identificação. E tudo bem por mim.
Eu não tinha medo da morte, eu a abraçava como uma velha conhecida.
Estaria pronto para quando o momento chegasse, apenas esperava que pudesse sentir o sangue quente de outra pessoa em minhas mãos mais algumas vezes, antes que ela viesse me encontrar.

Paris, here we go


Deixei a revista de palavras cruzadas e a caneta esférica sobre o caixa, enquanto pedia por um pacote de Trident hortelã para o atendente, entregando a nota de dez dólares, aguardei o troco por alguns instantes, mas logo reparei na cara assustada do loiro, olhando para a pequena televisão de quatorze polegadas, próxima ao balcão.

BBC News

“A NYPD e a perícia, acabam de confirmar que o corpo carbonizado encontrado, desta vez no Brooklyn, é de uma mulher entre 26 e 30 anos, ainda não foi possível conseguir a identidade. No entanto, está claro que trata-se do mesmo assassino responsável pelo corpo encontrado no Queens.
Partes do corpo da vítima foram encontradas por um casal que corria no Fort Greene Park. A polícia pede para que todos mantenham a calma e tomem cuidado, principalmente as mulheres, ao saírem sozinhas à noite.
Segundo a perícia, é difícil revelar ao certo a hora da morte até o momento, mas pode-se confirmar que a vítima foi fortemente torturada, antes de ser esquartejada.
Aguardamos a declaração oficial do Chefe de Polícia, o qual já adiantou ter chamado a Unidade de Análise Comportamental, para averiguar a situação, pois acreditam se tratar de um assassino em série!”


Suspirei, negando com um aceno para o rapaz, antes de esticar a mão para pegar o dinheiro;
- Em que mundo estamos vivendo…
Ele apenas concordou, parecendo chocado ao ver algumas das imagens divulgadas, enquanto relembravam o caso de Tabitha, ainda sem solução, e sem qualquer sinal de identificação do corpo.
Sai da revistaria guardando as moedas no bolso, antes de abrir o plástico de proteção da pequena revista, sentando-me em um dos bancos em frente ao portão de embarque número 3. Tinha acabado de tirar a tampa da caneta, quando meu celular vibrou em meu bolso, notificando a nova mensagem recebida;

“Já estou no hotel!”


Sorri de lado, antes de responder com o horário do voo, sabendo que em menos de oito horas estaria chegando à Paris, para revê-la depois de tanto tempo separados, mal podendo conter a ansiedade de estar ao seu lado mais uma vez, principalmente ante a expectativa de tudo o que poderíamos fazer naquela que era conhecida como Cidade Luz. Aquilo seria tão empolgante quanto os dias que passamos em DC, Chicago, Baltimore, Toronto e tantas outras cidades. Oh, aquele mês seria inesquecível.

Everybody knows
There’s a party at the end of the world






FIM?



Nota da autora: Olha, eu não sei o que aconteceu aqui, mas tô assustada!
HB é a primeira parte de uma trilogia sobre esse casalzão aí que não perde as oportunidades de ceifar umas vidas de pessoas desavisadas, rsrs
A próxima (ainda sem nome), será sobre os dois em Paris! Imaginem o estrago que esse casal não vai fazer pela França!
Aproveito pra mandar um beijão para a Clementine, que deu um helpzão e fez um feat na cena restrita! QUE MULHER!
No mais é isso, nos vemos em breve!
xx
Reh






Outras Fanfics:
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A Life Inside Azkaban - Prólogo 2
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New Frontier/Especial
Uma Nova História II/Especial
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Bônus: Lay me Down
01. Nuestro Amor
01. Don't Come Down
02. Love and Drugs
06.Galway Girl
07.Ghost - Spin Off Backstage
07.Greedy
07.Hello Brooklyn
07.My Love
08. Sunday Morning
09. American Candy
09. Thinking of You
11. Dancing in the Dark
15. Ugly on the Inside


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