Finalizada em: 15/04/2019

Prólogo

Vinda de uma família de classe média, de Las Vegas, Nevada, o sonho de , desde pequena, sempre foi ser cantora.
Oh! Pelos céus!
Quando estava cantando sentia seu corpo inteiro se inundar de uma paz... Os olhos fechavam, para se concentrar e sentir melhor, os ouvidos ficavam atentos, para cada tom e nota que ela teria que fazer, e seu coração se aquecia, aquele quentinho por dentro de quem sente que está fazendo a coisa certa.
Que geralmente vinha junto de um grande sorriso.
Sim, os sorrisos no canto da boca enquanto cantava eram a marca registrada dela; um dos pontos que encantava a todos.
Apesar disso, nunca havia tido aquela total confiança em si mesma, por isso, ela era eternamente grata a seus amigos que lhe incentivaram - e quase obrigaram-na - a se inscrever no The Voice. A garota foi chamada, mas, no dia, sua voz saiu completamente esganiçada pelo choro de nervoso. Pela primeira vez na vida, ela estava cantando para um público que - tirando seus pais e irmãos - nunca tinha visto na vida. E, claro, tinha simplesmente Usher, Blake, Shakira e Adam Levine ali.
Ela não passou, não no The Voice, mas Shakira tinha visto algo na menina e, ao fim do programa, procurou-a para conversar.
Pronto.
Naquele momento, após dividirem uma conversa e um dueto, tinha acabado de ser amadrinhada por Shakira.
- Eu demorei tempo mais que o suficiente para conseguir estar aqui, porque não tive pessoas que acreditaram em mim. Na verdade, falaram que eu nunca iria conseguir. Então é meu dever não deixar isso acontecer com outras pessoas. A loira sorriu. Agora, além de todos os seus amigos e familiares, você me tem aqui por você. Para qualquer coisa. – Foi o que Shakira disse, por fim, no fatídico dia.
No dia seguinte, estava na mesma gravadora da cantora, bailarina, filantropa, atriz - e todos os títulos que Shakira conseguia ter por ser aquela mulher incrível - para dar início a seu primeiro álbum.
Dia 23 de novembro de 2012.
Então todo dia 23 de novembro era para ser seu dia especial e feliz, independente de qualquer coisa, porque tinha sido o dia em que ela deu o seu passo ao estrelato.
E que estrelato!
Aos 23 anos, a mulher já colecionava: três Grammys, quatro BMI Awards, dois American Music Award’s, dois VMA’s, dois EMA’s, 10 Teen Choice Awards, nove Billboard Music Awards e um Oscar, por melhor canção original, por seus inúmeros sucessos musicais - reconhecidos internacionalmente. E, agora, um filme, um documentário sobre sua biografia.


01

23 de Novembro de 2018
Mas não naquele 23 de novembro. Naquele dia nada de seu sucesso, nenhuma de suas conquistas, parecia valer alguma coisa.
Tendo começado as gravações do documentário da mulher no início de novembro de 2018, a parte que falava sobre seu passado - entrevistando professores, vizinhos, família, amigos -, no dia 23 de novembro daquele ano iniciava-se uma outra parte das gravações… O backstage. Ensaios de coreografia, passagem de som, esporro da madrinha, aulas de canto, tours, momento da composição, momento família, os desesperos. Tudo.
E tudo estava perfeito. Até aquela mensagem chegar.
sentiu um grande peso ser depositado em seus ombros após aquela mensagem - e ligação. O ar já não chegava tão bem ao seu pulmão e, naquele instante, a cantora parecia dissociar, como se estivesse em terceira pessoa, apenas observando tudo aquilo acontecer. Porque era simplesmente cruel demais passar por aquilo em primeira pessoa, era horrível demais para não ser apenas uma história.
As câmeras não pararam de filmar, nem depois que a cantora e dançarina, tinha recebido uma mensagem de Brad, seu namorado, terminando o relacionamento de dois anos; ainda havia ligado para tentar entender aquilo, mas o ex agira em completa estupidez, gritando em seus ouvidos que a traíra por diversas vezes.
E ela sentira isso.
Poucas coisas chegavam ao seu entendimento. As câmeras ansiosas para captar sua reação e seus dançarinos, empregados e amigos, tentando impedir isso eram algumas dessas coisas.
- . – Ouviu um de seus dançarinos chamar seu nome enquanto a sacudia, mas ela, de verdade, não saberia dizer qual. – Ei, ei. – Levantou-lhe o queixo, fazendo-a ver que era . – Olha para mim. – Pediu, secando as lágrimas dela. – Você é melhor que isso. Não vale a pena ficar assim por um cara desses. – Balançou a cabeça como se aquela ideia fosse absurda. – Pelo amor de Deus, você tem 23 anos e estão fazendo um filme sobre a sua vida. Não o deixe roubar essa vitória e alegria de você, porque nós dois sabemos o quanto trabalhou duro para isso.
A cantora se levantou e passou as mãos pelo rosto, tentando se concentrar, após, com um leve sorriso, ela estendeu o indicador e falou:
- Um segundo. Já volto.
correu para o banheiro, jogou uma água no rosto, se olhou no espelho por alguns segundos e sorriu verdadeiramente. Ela tinha a melhor equipe do mundo, ela tinha a melhor madrinha do mundo, ela estava no topo do mundo.
Com o mesmo sorriso ela voltou à sala de dança e começou:
- Claire e Gustav, em posição. – Apontou. – Temos uma performance para apresentar em dois dias. – Bateu as mãos e os dançarinos sorriram, contentes por ela ter voltado ao eixo.

(...)


estava conversando com sua equipe no fim do dia quando estes começaram a marcar a ida ao clube dali a alguns minutos, em comemoração ao dia produtivo.
Mas ela não estava no pique para aquilo.
Ainda não entendia muito bem como as coisas tinham acontecido aquele dia, mas precisava de um tempo para si. Enquanto estava no meio de seus colegas e funcionários, trabalhando e fazendo o que amava, conseguia se distrair, mas, no momento, deitar em sua cama King Size e chorar suas pitangas parecia uma ótima ideia.
Estava conseguindo se esgueirar, sem ser vista até mesmo por Shakira - que não tinha tirado os olhos dela o dia inteiro -, quando ouviu seu apelido mais uma vez:
- . – Ela mordeu o lábio inferior, mas continuou andando, fingindo que não ouvira. , entretanto, correu até a mulher e deu um leve tapa em seu ombro. – Ficou surda? – Semicerrou os olhos para ela.
- Desculpa, estou meio aérea. – Deu um sorriso amarelo e ele assentiu.
- Não vai para o clube? – Ela negou, puxando a mochila, que antes estava pendurada por um ombro só, contra si como um escudo. – Mas estamos indo comemorar o seu sucesso.
- O nosso sucesso, . – Sorriu. – Eu não seria sem vocês.
- Okay. – Balançou a cabeça em concordância. – Então, por que você não está vindo para comemorar o nosso sucesso?
A cantora mordeu o lábio inferior e enrugou a testa, se perguntando se deveria falar aquilo ou não. E, como sempre, sua impulsividade resolveu que deveria, sim.
- Por que está sendo gentil comigo?
Foi a vez do homem de franzir o cenho.
- Como?
- Bom... Você não gosta de mim. – Explicou em um sussurro e ficou ainda mais confuso.
- De onde você tirou isso?

estava para a caça.
Sua mais nova aquisição, o dançarino , era a coisa mais sexy que ela já havia pousado seus olhos. O homem de um metro e 75, pele queimada pelo sol e abdômen trincado era um pecado com pernas. Até mesmo os poucos pelos que ele tinha no torso interessavam a cantora e ela nunca fora do tipo que curtisse tal.
Ela passara o dia inteiro a seu favor, mostrando o estúdio, ensaiando algumas músicas e conversando, esperando a hora certa para conseguir leva-lo para o seu prédio, alguns quilômetros dali.
- Você quer uma carona? – Perguntou ao novo dançarino, quando já estavam indo embora, mas ele negou.
- Não, obrigado. – Sorriu. – Moro bem pertinho.
- Eu também, mas sou sedentária. – Sentiu o olhar dele escorregar por todo seu corpo no mesmo instante.
- Não, você não é. – apresentou um sorriso de canto e ela acabou rindo.
- Não, não sou. Mas sou preguiçosa. – Riram juntos. – Não vai mesmo querer a carona? – Ele negou mais uma vez e se virou para fechar a mochila.
- Não, mas obrigado, de verdade, .
- Eu posso te oferecer uma carona para minha casa também. – Deu de ombros e mordeu o lábio inferior, mesmo sabendo que ele não iria ver.
retesou o corpo na mesma hora e se virou para ela devagar. Ele suspirou e coçou a nuca, antes de dizer:
- , desculpa, mas não vai rolar. Eu achei que estava entendendo errado, mas... – Ele fez um movimento com o dedo, que a dançarina e cantora assumiu ser sobre todos os
leves sinais que ela tinha dado durante o dia. – Eu não misturo prazer com profissional.
Antes que pudesse responder alguma coisa, ele já havia ido embora, deixando-a para trás.


A mulher mexeu os ombros desconfortavelmente.
- Desde aquele dia você não fala comigo direito e só me chama de . – riu.
- Você assumiu que não gosto de você porque não aceitei ir para sua casa? – fez careta.
Sendo pronunciado, assim em voz alta, aquilo parecia estúpido, talvez até infantil.
- Eu gosto de você. – Mostrou o sorriso que fazia as pernas da cantora bambearem. – Se não gostasse não teria continuado trabalhando com você. Na verdade, foi exatamente por isso que eu não aceitei o seu convite. – Deu de ombros. – Era a minha grande chance e eu não podia estragar isso. – arqueou as sobrancelhas.
- E estragaria por...?
- Porque você parecia legal, mas não era certeza. As coisas podiam dar errado, você me mandaria embora e aí adeus carreira profissional como dançarino.
- Eu não sou uma megera.
- Agora eu sei que não. – Riu e passou o braço pelos ombros dela. – Então, você vai com a gente? – Apontou para trás e, mesmo que não estivesse totalmente animada, ela deu um leve sorriso enquanto assentia.
Ainda com o braço envolto aos ombros da cantora, a empurrou de volta aos amigos, que discutiam quem seria o motorista da vez. Depois de alguma gritaria e discussão, Claire aceitou seu destino como não-bêbada da vez e a galera, finalmente, se encaminhou ao bar.
Se achava Shakira preocupada, era porque nunca tinha reparado em . De cinco em cinco segundos, o dançarino lhe sacudia e lhe chamava para dançar; sempre olhando-a e fazendo questão de incluí-la em qualquer conversa, o que fê-la perceber que, se até estava tão próximo assim, ela realmente deveria estar péssima.
Já estava na sua quinta caipirinha, seguida de dois chopps, quando começou a, verdadeiramente, prestar atenção na conversa que rolava na mesa. Johnny contava uma de suas piadas sobre pontinhos, Claire reclamava sobre não ter homens de atitude em Los Angeles, sendo acompanhada por Amy, e Gustav disputava com Shakira quem conseguia beber mais em menos tempo.
já tinha pedido mais três chopps e uma caipirinha quando ouviu Johnny dizer:
- Vocês estão perdendo para a . – Tacou uma bolinha de papel no meio de Gustav e Shakira. – A mulher é uma esponja. – Apontou os copos perto da cantora e ela riu, dando de ombros em seguida.
- Não tenho culpa se vocês são lentos. – Respondeu já enrolando a língua e fazendo os amigos rirem.
- Não tem cu se vocês são lento. – Shakira imitou a fala enrolada da mais nova e esta lhe deu dedo do meio.
- Cala a boca, Isabel! – Apontou para ela.
- Boca, Isabel! – Foi a vez de Gustav.
Desgostosa pela implicância, se virou para e, depois de belisca-lo por estar rindo, sussurrou:
- Eu aceito aquela dança agora. – Pediu com um bico e ele assentiu, ainda rindo.
se levantou e estendeu a mão para a chefe, que aceitou de bom grado se levantando também. Ao ver a cena, Johnny disparou:
- Aonde vocês vão?
- Dançar. – que respondeu.
- Dançar... Sei. – Shakira mostrou um sorriso maldoso.
- No sé lo que hice para merecerte. – reclamou e a outra cantora riu.
- Una cosa muy buena, mi amor.
A mais nova revirou os olhos para a madrinha e deu as costas, indo dançar com .
Na terceira música, sob o pretexto de ter bebido além da conta, passou os braços ao redor do pescoço do homem e juntou seus narizes. riu, enquanto deixava uma de suas mãos entrar por baixo da blusa da mulher, o que fê-la se aproximar o suficiente para encostar seus lábios, mas ele se afastou.
- O que foi agora? – A cantora perguntou inconformada e o dançarino riu, acariciando as costas dela por baixo da blusa.
- Você está bêbada e acabou de levar um pé na bunda. Eu não vou ser seu prêmio de consolo. – Deu de ombros e ela revirou os olhos.
- Sempre tem um problema. Acho que você simplesmente não me acha boa o suficiente para o seu corpo malhado e gostoso. – Se afastou dele, reclamando como uma criança.
riu mais uma vez, sabendo que a chefe se arrependeria daquelas palavras quando estivesse sóbria o suficiente, e a puxou para perto de novo, enlaçando o braço na cintura dela.
- Você é gostosa o suficiente, . – Sussurrou contra o ouvido dela e depois deu um beijo em seu pescoço.
sentiu um calor subir por todo o seu corpo enquanto seus poros se eriçavam. Em um ato de pura luxúria, ela se viu tombando a cabeça para deixar o caminho livre para , se apertando contra ele e o puxando, pelos cabelos, de volta a seu pescoço.
Ela podia dizer com 50 porcento de certeza que ele a ignoraria, mas os outros 50 é que estavam certos. escorregou a mão para a bunda dela e apertou com vontade, fazendo-a esfregar o quadril contra o dele, gemeu e sentiu a respiração falhar, principalmente após os leves beijos que ele depositou abaixo de sua orelha.
- Mais que o suficiente. – Ele voltou a falar, fazendo-a se lembrar de como aquilo tinha começado. – Mas eu não sou o tipo de cara que se aproveita de uma mulher bêbada. – Ela bufou.
Segurando o queixo de com uma das mãos e o olhando atentamente, rebateu:
- Você acabou de se aproveitar. – Semicerrou os olhos.
O homem riu mais uma vez e assentiu, voltando suas mãos para a cintura dela.
- Foi errado. – Mordeu o lábio inferior e ela negou veemente.
- Não foi!
- Vamos voltar para a mesa. – Enlaçou a mão na dela e se virou, levando-os de volta aos amigos, onde ele não faria uma besteira.

(...)


Antes mesmo de abrir os olhos, sabia que iria se arrepender por aquilo, sua cabeça pesava uma tonelada, seu corpo doía e seu estômago estava entre querer comer e colocar tudo para fora.
Mesmo assim ela abriu.
Abriu e os arregalou completamente, em choque. Aquela não era sua casa. Sentou na cama que estava, reparando que ainda vestia a mesma coisa que a noite anterior e levou as mãos à cabeça, tentando lembrar o que tinha acontecido.
.
Ela estava na casa de . Tinha certeza disso. Se esforçasse a vista o suficiente veria pela janela o prédio da gravadora.
Acabara de colocar os pés para fora da cama quando a porta se abriu e seu dançarino passou por ela.
- Bom dia, . – Sorriu de lado. – Ou, melhor, boa tarde.
- Por que estou na sua casa? – Esfregou o rosto, tentando se manter acordada.
- Você insistiu muito para isso. – Deu um sorriso sacana e ela arqueou uma das sobrancelhas. – Estou falando sério. – Riu. – Como você estava trêbada e eu não iria te deixar ir para casa sozinha, realizei seu desejo e você pôde dormir na minha cama agarradinha comigo. – Piscou. – Bom, na verdade não. Eu dormi no sofá.
- Triste. – Riram juntos. – Ai, meu Deus! – Ela escondeu o rosto com as mãos, se lembrando da noite.
- Eu falei que você se arrependeria. – tentou prender o riso.
- Shiu! – Pôs o dedo em riste para ele. – Seu banheiro? – Levantou. – Preciso de um banho.
Ele apontou para a porta no canto esquerdo do quarto e ela se encaminhou até lá. Por poucos metros. Em segundos, a cantora estava de volta ao lado da cama com a face assustada.
- Meu carro, . Cadê meu carro? – Ele deu uma bela gargalhada.
- Está na minha garagem, . Fica tranquila. Vai tomar seu banho que eu vou pegar roupa para você.
- No car... – Começou, mas ele a interrompeu.
- Eu sei que no carro tem roupa.
apenas assentiu e sorriu, murmurando um: "obrigada" quando o viu sair do quarto.
Refez seu caminho ao banheiro e decidiu deixar a porta destrancada, já que voltaria com uma muda de roupas. Tirou a calça legging preta e a blusa, também preta, que, com certeza, já deveriam estar limpas, porque seu suor as tinha lavado completamente, e, finalmente, entrou no chuveiro.
Sua vontade era tomar um banho bem quentinho e relaxar os músculos, mas sabia que precisava de uma água bem gelada para acordar logo. E sofreu por isso.
Ao sair do chuveiro, se surpreendeu ao encontrar suas roupas limpinhas já em cima da pia junto de uma toalha, pois nem tinha se dado conta que estivera ali.
Se arrumou do melhor jeito que conseguia, juntou suas coisas e caminhou para onde ela acreditava ser a sala.
, sentado na bancada da cozinha americana, sorriu quando viu a mulher aparecer na sala agarrada as roupas antigas.
- Novinha em folha. – Brincou e ela assentiu.
- Obrigada. – Pediu, novamente, com um sorriso. – Obrigada por ontem no estúdio, no clube e por ter cuidado de mim.
abanou a mão como se não fosse nada demais.
- Sem problemas.
- Agora... – Mordeu o lábio inferior. – Eu preciso ir. Minhas chaves e meu carro, por favor. – Estendeu uma das mãos e o homem prontamente negou.
- Eu não confio que você está apta para dirigir.
- Mas eu estou.
- Você acabou de acordar e está de ressaca.
- , eu preciso ir para casa.
- Então eu te levo. – Deu de ombros.
- E como vai voltar?
- De Uber.
- Você vai gastar dinheiro por causa da sua teimosia? – Perguntou inconformada, mas foi ignorada.
desceu da bancada e encostou o quadril nela para, com os braços cruzados, dizer:
- Você vai querer ir para casa ou não? Porque eu sei onde estão suas chaves, já você... – A cantora bufou.
- Ok, mas eu pago seu Uber de volta.
- Feito. – Sorriu e caminhou para perto dela.
O dançarino parou a centímetros de distância, podia sentir a respiração dele em sua pele e segurou um soluço quando ele se inclinou em sua direção.
Logo em seguida escutou o tilintar das chaves. Que descansavam na mesa atrás de si.
Indignada, ela bufou mais uma vez e passou por ele com um esbarrão, andando pesado e batendo o pé feito uma criança.
- Vamos ou não? – Perguntou depois que já tinha aberto a porta do apartamento, apontando para fora, e se deparou com o sorriso convencido junto de um olhar brincalhão que ele ostentava.
Os dois se encaminharam ao estacionamento do prédio - não tinha carro, então não tinha problema colocar o da cantora por lá - e logo já estavam no carro, ganhando as ruas. Em menos de 15 minutos, já estacionava o carro na garagem da mulher.
Ela o agradeceu mais uma vez.
Mesmo a contragosto. Tinha certeza que poderia dirigir sozinha para casa.
gostava de dirigir sozinha, pois esse era um dos poucos momentos em que conseguia pensar. Pensar em sua vida, em novas músicas, planos para a carreira, o que responderia nas entrevistas, onde tiraria férias, como lidaria com seu mais novo troféu... O de corna e burra.
Talvez, no fim das contas, não fosse bom ficar sozinha e pensar. Mas uma hora ela precisaria lidar com aquilo.
Só quando tocou seu ombro que a cantora se deu conta que estava, desde que chegaram, sentada no banco do carona, perdida em seus pensamentos. Ela lhe deu um leve sorriso e saltou do carro, arrancando as chaves da mão dele e travando o carro em seguida.
- Você está bem? – perguntou com a voz mansa e ela rapidamente balançou a cabeça.
- Estou. Não se preocupe.
- O que estava pensando? – sentiu a preocupação na voz dele e procurou seus olhos para encontra-los totalmente focados em si.
- Que não estou bêbada agora. – Sussurrou, fazendo-o abrir um sorriso que misturava a incredulidade e a satisfação de ouvir aquilo.


02

17 de Fevereiro de 2019
soltou uma leve risada quando as pernas de envolveram seu quadril.
Tinham acabado de ensaiar com o resto da equipe e ela, agora, se encontrava sentada sobre a mesa a de som do estúdio enquanto comia uma salada - completamente forçada por Shakira, que se preocupava com a mais nova só comer besteiras - com as pernas ao redor do dançarino, claro.
Ele escorregou as mãos pelas coxas torneadas dela e se inclinou para beijar seu pescoço.
Mesmo contra tudo que seu cérebro gritava, foi. Ele serviu de estepe quando a cantora foi horrivelmente largada pelo ex, embarcando num affair que todos os seus amigos diziam que não ia dar certo e, felizmente, não se arrependia.
- A gente precisa parar com isso. – Murmurou contra a nuca dela e sorriu quando ela se arrepiou.
- Isso o que? – Perguntou risonha e ele apertou suas coxas.
largou a salada que comia na mesa e se inclinou um pouco para trás, para conseguir enxergar o homem.
- Você quer oficializar? – Mordeu o lábio inferior, olhando-o nos olhos, mas enrugou a testa.
Eles não tinham começado do jeito convencional.
Longe disso.
tinha se aproveitado - no melhor significado da palavra - de para esquecer Brad. Ele sabia disso e aceitou. E ela também sabia que ele não gostava muito de como começou, mas acreditava que ele gostava de como estava indo, por isso, sentiu um pedaço de si quebrar antes de fazer a próxima pergunta.
- Quer terminar? – O dançarino voltou a rir.
- Não, . Na verdade, eu não tinha pensado em nenhuma possibilidade. – A mulher cruzou os braços.
- O que você quer então, ? – Ele deu de ombros. – Você me deixa confusa.
- Você também me deixa. – Rebateu rindo.
mordeu o lábio inferior, olhando cada traço do rosto dele, sempre estava rindo quando estavam juntos. E ela não estava muito longe disso.
- Odeio você. – Sussurrou antes de envolve-lo, também, com os braços e grudar suas bocas.
imediatamente correspondeu. Suas mãos invadiram a parte do corpo que a regata dela cobria, apertando-a pela cintura e grudando seus corpos o máximo que conseguia. gemeu quando seus quadris roçaram e levou suas mãos para arrancar a camisa dele.
- E se alguém entrar? – cortou o beijo para perguntar, mas não estava para conversa.
Raspando os dentes pelo pescoço dele e aventurando sua mão para dentro da calça de moletom, ela respondeu:
- Vai ter que sair. – Tomou a boca dele de novo.
A garganta de soltou um sôfrego gemido quando a mão da cantora chegou ao seu pau.
Merda.
Ela sabia tocá-lo como ninguém. E ele adorava quando ela o fazia o olhando nos olhos. Mesmo que não pudesse sustentar aquilo por muito tempo, visto que seus olhos pesavam com a onda de prazer que vinha junto.
Ajudou-a empurrar o restante de sua roupa para fora de seu corpo e escondeu a cabeça na curva do pescoço dela, apenas sentindo-a descer e subir, lentamente, a mão em seu membro. A outra mão da cantora serviu para puxá-lo pelo queixo e fazê-lo olhar em seus olhos novamente, ela sustentava um sorriso terrivelmente diabólico e aproveitou para beijá-la novamente.
O beijo foi interrompido apenas por falta de ar, mas não se importava, aquilo dava espaço aos gemidos gostosos que o parceiro soltava e lhe incentivavam a continuar aquela maravilhosa tortura.
Sentiu as mãos dele apertarem sua cintura com força ao passo que sua respiração ficava mais pesada e soube que era a hora de parar. Eles já se conheciam e se decifravam sem precisar de palavras. Pesarosamente, ela soltou seu membro e subiu arrastando as unhas por seu abdômen.
a puxou para um beijo apaixonado e embolou uma das mãos nos cabelos dela, enquanto a outra servia para tirar o short de lycra que ela usava nos ensaios. A boca dele se arrastou até seu pescoço e logo chegou ao ouvido, sussurrando:
- Amo você. – Arrastou um dedo pelo clitóris dela, fazendo-a soltar um gemido alto.
Oh, sim! Aquilo era comum. E, ainda assim, não conseguia se acostumar, seu coração saltava toda vez.
Com um sorriso, se concentrando em olhá-lo nos olhos e deixar de lado a os dedos que pressionavam o ponto certo em si, ela juntou suas bocas mais uma vez e retribuiu:
- Eu. – Um selinho. – Amo. – Outro. – Você. – Sugou o lábio inferior dele.
A cantora se livrou da blusa e do top e aproveitou para acariciar seus seios enquanto o dançarino continuava com o polegar em seu clitóris. Soltou um gemido mais longo quando ele lhe deu uma beliscada e riu em seguida, sabia que não gostava quando ela se tocava sem sua permissão, mas adorava o castigo que vinha por isso.
Com as testas grudadas, ela voltou a masturba-lo e implorou:
- Chega. – Fez um bico que ele beijou.
- O que você quer? – perguntou, se afastando para olhá-la, e chupou o polegar que antes acariciava a boceta dela, o que fê-la arrepiar.
- Você. – Juntou as mãos no pescoço dele e o trouxe para perto novamente. – Todo. – Roçou seus lábios. – Em mim. – Suspirou por fim enquanto sentia esfregar o pau em sua entrada sem realmente colocá-lo.
Ele sabia que ela ficaria impaciente. E ela ficou. Quando a tentou mais uma vez, ela apertou as coxas ao redor dele, fazendo-o invadi-la.
Imediatamente eles procuraram pela boca do outro para conter a vontade de gritar pela sensação que era estarem conectados. estocou na cantora incessantemente, obrigando-se a ficar de olhos abertos e receber suas reações da melhor forma.
parecia um quadro. Uma pintura feita por alguém muito renomado. Ele murmurou que a amava mais uma vez, fazendo-a sorrir em meio aos gemidos e, pouco depois, chegaram juntos ao ápice.
deixou um chupão no pescoço dela enquanto ela acariciava seus cabelos.
- Vai ficar a marca. – Ela miou, se aconchegando a ele.
- É a intenção. – Riu e foi acompanhado por ela.
se entortou um pouco para olhar a mulher deitada em seu ombro, com os olhos quase fechados.
- Por que achou que eu queria terminar? – Foi a vez dela de dar os ombros.
- Se não queria assumir... – Sussurrou como uma criança e ele riu, gostava dessa inocência que ela tinha.
- Só nunca falamos sobre isso. Não achei que você queria.
- Eu quero. – Sussurrou mais uma vez e ele sorriu.
- Só fazem três meses. – Lembrou e ela mexeu os ombros mais uma vez.
- A mim parecem três anos.
- Três anos é a quantidade de tempo que nos conhecemos.
- A mim parece uma vida. – Voltou a falar e riu, fazendo-o gargalhar. – Você não quer?
- Quero. Só não quero que caiam em cima de você ou falem besteira sobre a gente.
- Não vou ligar.
- Claro que vai. Você sempre liga. – Riram juntos.
- Mas você vai me ajudar a não ligar. – Passou as mãos pelos lábios dele carinhosamente.
assentiu e segurou sua mão, beijando seus dedos depois.
- Vou. – Sorriu do jeito que fazia a cantora esquecer o próprio nome.

***


- Então... – Fallon começou e a cantora riu, já sabendo o que viria.
Desde que tinha contado aos familiares e amigos, no fim do mês anterior, sobre seu relacionamento com , eles não tinham se escondido mais. Nunca anunciaram o namoro ou se beijaram em público, mas qualquer um via que os dois andavam muito mais juntos do que o comum.
Ela já sabia que quando fosse ao The Tonight Show, Jimmy perguntaria sobre isso e, talvez, por esse motivo ela não tinha confirmado nada anteriormente. Gostava muito de Jimmy e adoraria dar uma exclusiva para ele.
- Eu tenho que perguntar porque fui ameaçado por todos os seus fãs. – Declarou. – E, também, porque estou curioso. – Riram juntos. – está namorando? – riu antes de balançar a cabeça em afirmação. – está namorando seu dançarino ? – A cantora assentiu novamente. – E agora você vai me explicar como começou isso ou vai ficar somente rindo e balançando a cabeça? – Perguntou fazendo-a rir mais.
- Eu vou explicar. – Tomou um gole d’água. – Não sei bem quando começou o namoro, não estipulamos data. Ele me ajudou muito depois do meu término com Brad e as coisas só foram acontecendo. – Deu de ombros. – Acho que vocês vão entender um pouco quando o filme lançar, porque estávamos gravando na hora. – Revelou. – Eles até perguntaram se eu queria cortar aquilo, mesmo dando autorização para gravar tudo, mas eu preferi deixar. É bom para as pessoas verem que a nossa vida não é só glamour. – Explicou. – Somos muito felizes na TV, mas, por trás das câmeras, sofremos como qualquer um. A vida de ninguém é perfeita. – Jimmy balançou a cabeça em concordância.
- E como foi a reação dos outros dançarinos? E da sua madrinha, né... – Riram mais uma vez.
- Eles fizeram questão de deixar claro que não éramos exatamente discretos.
- Por exemplo transando no estúdio de dança. – Jimmy brincou, mas deixou o queixo cair quando ela gargalhou enquanto afirmava. – Você não fazia isso, , você é uma bebê. – Fingiu um choro.
- Oh meu Deus! – Ela secou algumas lágrimas no canto dos olhos pelo tanto que havia rido. – E a Isabel falou que o Milan jamais me perdoaria.
- E ele perdoou? – afirmou com a cabeça.
- Mas disse ao que não era mais amigo dele. – Jimmy riu.
- Ele é adorável.
- Ele é.
- E seus pais?
- Minha mãe está completamente apaixonada, ela acha o o cara mais incrível e lindo do mundo. E eu não tenho como discordar dela. – Balançou os ombros. – E meu pai o ameaçou.
- Ele é policial, certo? – confirmou.
- Agora é detetive, mas sim. Johnny, meu outro dançarino, também ameaçou .
- Oh, nossa, agora estamos realmente seguros. – Jimmy debochou, já que Johnny era o cara mais pacifista que ele conhecia.


03

15 de Agosto de 2019
gargalhou dos comentários que recebera na foto de sem camisa em seu Instagram, estava matando o tempo enquanto uma de suas dançarinas não chegava para a apresentação da nova música.
- Amy vai demorar mais quantos anos? – perguntou quando Claire entrou no estúdio.
- Está terminando de se trocar.
- Cheguei, cheguei. – Amy gritou ao entrar, fazendo todos reclamarem.
- Aleluia. – Gustav levou as mãos ao alto.
- Não acredito que vou ter que te demitir, Amy. – cruzou os braços e a dançarina gargalhou.
- Como se você conseguisse viver sem mim, . Põe a música.
colocou a música para tocar enquanto ela e os dançarinos se aqueciam. Eles já conheciam a música, pois precisavam saber a letra para ter uma coreografia que se encaixasse de verdade, mas sempre ouviam a música juntos no estúdio antes de começar a pensar na coreografia, às vezes já tentando encaixar algo em suas cabeças.
Quando a música acabou, Amy foi a primeira a se pronunciar:
- Já sei o início!
- Manda ver. – mostrou o estúdio.
- Pensei em começarmos esse início batendo palma... – Começou, mas Claire a interrompeu.
- Não. O início não tem instrumento, vai atrapalhar.
mordeu o lábio inferior quando as duas olharam para ela, pedindo um intermédio.
- Acho que concordo com a Claire, mas termina de falar o pensamento. – Incentivou.
- Nos espalharíamos no palco e... – Mostrou o resto do que tinha pensado por meio da dança. – Até o get up and dance. – assentiu.
- Ok. Gostei do início tirando a parte das palmas.
- A gente pode começar já se espalhando no palco enquanto você canta a parte sem instrumento. – sugeriu. – Depois a parte das palmas ao invés da dança de agora. – Apontou para Amy. – Porque acho que ela se encaixaria melhor com a parte do refrão.
- Concordo com o . – Johnny levantou a mão, como se estivesse no jardim de infância.
- Mas a parte do fun, fun, fun precisa ser no requebrado. – Gustav comentou e todos assentiram.
- Assim como a parte do daddy. – Claire complementou.
- No que eu pensei do daddy só quem vai conseguir fazer decentemente é a . – Virou balançando a bunda e os amigos riram.
- Beleza, vamos fazer esse começo. – bateu palmas e colocou a música para tocar.
Ensaiaram o começo por cerca de 10 vezes até decidir que não gostava totalmente daquilo, fazendo-os parar.
- Quando o refrão repete... – Mordeu o lábio inferior. – Precisa ser outra coisa, vai ficar muito igual.
- E ela, como sempre, querendo complicar. – reclamou sendo seguido pelo resto.
- Vocês que gostam de molezinha. – Acusou rindo. – Segundo refrão desse início vai ser nessa pegada.
Se pôs de lado e rebolou lentamente até o chão, depois, com um pulo, voltou a ficar de frente e jogou o corpo levemente para trás enquanto andava na mesma direção e jogava o cabelo de um lado para o outro com as mãos.
- Gostei. – Amy sorriu. – Não é nada difícil, mas dá um tchan.
Voltaram a ensaiar com a nova parte para o segundo refrão e, após, continuaram para o resto da música. Uma ideia de um aqui, outra ideia ali e, no fim do dia, a coreografia estava montada.
se jogou no chão, suado e cansado, e se jogou por cima dele.
- Quer me matar? – Reclamou, jogando-a para o lado e se pondo por cima dela que riu.
- Às vezes.
- A reciproca é verdadeira. – Sorriu e deu um selinho nela.
- Oh, casal! – Gustav gritou, mesmo que estivesse há um metro de distância. – Vamos parar, por favor. Ninguém é obrigado.
- A porta da rua é serventia da casa, meu amigo. – respondeu, fazendo a namorada rir.
- A gente não ia para o happy hour hoje? – Claire perguntou e confirmou enquanto expulsava o namorado de cima de si.
- Então vamos logo tomar um banho, né. – Johnny mandou batendo palmas como a chefe fazia.

(...)

sorriu ao ver a namorada na pista de dança com Amy e Claire.
Ela adorava aquilo. Adorava dançar e adorava a atenção que ganhava ao fazê-lo.
Atenção merecida porque, mesmo parecendo impossível, ficava ainda mais sexy e maravilhosa enquanto dançava. Como sempre, parecia uma bela obra de arte. Na verdade, nem os mais aclamados artistas teriam conseguido transmitir a sensação de ver aquela mulher dançando ou cantando, tinha certeza disso.
Ela soltou uma risada depois de Claire falar alguma coisa em seu ouvido e continuou balançando o corpo, sendo seguida pelas amigas.
- Qual foi, sexy daddy. – Gustav bateu em sua nuca. – Presta atenção nos teus amigos. – Reclamou.
- Parece uma mulher ciumenta. – Johnny zoou e riu. – Aliás, você é mesmo a inspiração da nova música? – assentiu.
- Conversaram sobre filhos? – Gustav pareceu chocado e assentiu de novo. – Ela não está grávida, né? – Se desesperou fazendo os amigos rirem.
- Ainda não.
- Mas vai ser logo? – Foi a vez de Johnny.
- Não sei. – Deu de ombros. – Só estávamos conversando sobre o futuro, ela largou que eu seria o pai dos filhos dela e pulou da cama para escrever a música. – Riu.
- Típico. – Gustav falou e os outros concordaram. – Ficou boa.
- Ficou ótima. – Johnny rebateu.
- O que eu posso fazer? Eu a incentivo da melhor forma. – Mostrou um sorriso malicioso e os colegas fizeram careta.
- Para com isso. – Johnny pediu. – A é tipo... Sei lá. Ela só é muito ela. – Falou como se explicasse tudo.
E explicava.
tinha uma inocência quase infantil. Amava ajudar as pessoas, era carinhosa com todos a sua volta e super respeitosa com sua equipe, nunca tinha dado ataques de estrelismo ou qualquer merda desse tipo, então era fácil coloca-la em uma redoma de adoração.
Mas sabia que ela não era isso. Ela conseguia, sim, ser inocente ao ponto de as pessoas precisarem criar uma barreira ao redor dela para protege-la do que fosse, mas também era forte, independente e poderosa. E era isso que ele amava nela. Como ela conseguia ser várias em uma só, de um jeito completamente único.
- Ele dando aquele sorriso. – Gustav cutucou Johnny e apontou para o amigo que tinha voltado a olhar a namorada na pista de dança.
- Muito apaixonado. – Johnny zombou e tacou uma bolinha de papel, feita de guardanapo, nele.
- Muito. – Gustav ajudou, tacando uma nova bolinha.
- Vocês precisam arrumar uma namorada. Dois pela-saco. – Tacou as bolinhas de volta nos amigos e voltou a namorá-la com os olhos.
Com um sorriso, acompanhou a dança leve e feliz. Até ela reparar que estava sendo observada e mudar o sorriso descontraído para um totalmente libidinoso enquanto o chamava com o dedo.
E é óbvio que ele atendeu. Deixou os amigos para trás e caminhou até a cantora dançante rapidamente, ouvindo resmungos das amigas.
Os dois dançaram colados até sentirem as pernas bambearem e o suor escorrer pelo pescoço e, claro, trocando muitos beijos.
Também, claro, sob os protestos dos amigos.
Por fim, se despediram e foram para o apartamento do dançarino, já que era o mais próximo do clube.


04

23 de Dezembro de 2019
sorriu ao ver e seu pai apostando dinheiro no jogo de damas. Felizmente o namorado e seu velho tinham se dado muito bem, Billy chegava a chamar de filho, coisa que nunca tinha feito com seus namorados anteriores.
Pela primeira vez, estavam passando o Natal juntos, como namorados, na casa dos pais dela, e pegou o celular para registrar o momento. Abriu o Instagram, fez um boomerang do pai e do namorado gritando um com o outro e postou com a legenda: “O clima está esquentando por aqui 😂❤”.
Estava completamente ansiosa, os pais de chegariam somente no dia 25 e Shakira, junta da família, Johnny, Gustav e Amy no dia 27. Claire, infelizmente, não conseguiria se juntar a eles, pois estava viajando para França com a família.
As notificações dos amigos respondendo logo começaram a chegar, mas foi outro tipo de notificação que pegou sua atenção na barra do celular.
Sentindo seu coração querendo sair pela boca, ela se embrulhou no casaco, pegou as chaves do carro e, gritando que já voltava, saiu de casa.

(...)

bateu à porta do banheiro da suíte mais uma vez. Completamente preocupado.
Há uma hora, a namorada havia saído de casa feito um furacão e, há 40 minutos, ela havia voltado, também feito um furacão, e se trancado no banheiro, sem falar com ninguém.
Darla, sua sogra, é quem tinha reparado a mudança no comportamento da mulher, tentou falar com ela em vão, pois a cantora falou que estava apenas tomando um banho e pensando em uma música. Todos sabiam que não. não se isolava desse jeito quando ia compor.
Ele não conseguia entender e, depois de tentar mais uma vez, escutou o trinco da porta, o que o fez abri-la no mesmo instante.
- O que ho... – Parou de falar ao ver os olhos inchados da namorada.
Mais preocupado que antes, se jogou de joelhos no chão de frente para a mulher sentada no vaso e implorou:
- Babe, fala comigo. O que está acontecendo? – Acariciou o rosto marcado pelas lágrimas.
A cantora se esticou para pegar algo na pia e entregou para ele, com a voz embargada e o nariz já entupido, explicou:
- O aplicativo me notificou que estava atrasada. Os dois deram positivos. – Fungou e voltou a chorar. – Sou uma estúpida mesmo.
olhou para os testes de farmácia, marcas diferentes, mas ambos sinalizando que ele e sua namorada não eram mais apenas dois. Colocou os testes no chão e procurou pelos olhos nublados da mulher enquanto fazia um carinho no joelho dela.
- Desculpa. – Ela pediu em meio as lágrimas e ele prontamente negou, limpando o rosto dela em seguida.
beijou sua testa, as pálpebras, bochechas, nariz e lábios.
- Por que você está chorando? – Sussurrou com a testa grudada na dela. – Você disse que não sabia o que me dar de Natal, agora me dá esse presente maravilhoso e fica como se fosse algo ruim? – Perguntou como se aquilo fosse um absurdo.
chorou mais ainda e se tacou em cima dele, agarrando-o pelo pescoço e escondendo o rosto em seu peito.
- Eu amo você. – Beijou a testa dela mais uma vez. – Amo cada pedacinho. Até esse bobo que achou que eu poderia não gostar de uma notícia tão mágica feito essa. – Continuou falando enquanto acariciava seus cabelos para acalmá-la. – O que eu mais quero é ter uma família com você.
- A recíproca é verdadeira. – murmurou brincando com a gola da camisa dele.
riu e assentiu:
- Eu sei que é.

***

- Claire, está me ouvindo direitinho? – perguntou para a dançarina do outro lado da tela do notebook.
- Estou e não aguento mais. Conta logo que raio de novidade é esse. – Reclamou fazendo todos rirem.
- Ela não muda. – Gustav implicou e Claire mostrou o dedo do meio para a câmera.
- Ei, tem crianças aqui. – Shakira repreendeu.
- Desculpa, Isabel. Agora, fala logo, .
- Bom... – começou, mexendo as mãos nervosamente. – Vocês já sabem que o é o meu sexy daddy. – Riu e os outros a acompanharam. – Mas o que vocês não sabem é que ele passou de possível sexy daddy para sexy daddy 2020 confirmadíssimo. – Mordeu o lábio inferior e fechou os olhos.
- Você tá gravida? – Claire gritou do outro lado da tela e ela balançou a cabeça em afirmação, ainda de olhos fechados. – Ah! Caralho! Shakira, Isabel tampe os ouvidos das crianças porque eu vou xingar muito nessa buceta. – Continuou a gritar e foi acompanhada pelos outros.
Pais, sogros e amigos se levantaram para abraçar e parabenizar a cantora e o dançarino. E é claro que os, agora, vovós já aproveitaram para dar alguns conselhos e dicas.
Passada a histeria, Suzan, mãe de , foi a primeira a perguntar:
- Quando descobriu?
- Dia 24. – Riu ao lembrar seu desespero.
- Por isso estava estranha? – Foi a vez de Darla e a filha afirmou com um balançar de cabeça.
- Eu fiquei chocada. – Contou e deixou algumas lágrimas escaparem. – Mas agora estou feliz. Principalmente porque vocês estão felizes. – beijou a têmpora da namorada com um sorriso.
Se já era emotiva e supersensível com as coisas ao seu redor, agora, com certeza, isso se multiplicaria por mil. E ele sabia que sofreria com isso.
- É claro que estamos felizes. – Amy bateu palmas.
- Sim. – Gustav concordou. – A gente vê o quanto vocês se amam e sabemos que um mascotinho será pura alegria.
- Ai, queria tanto estar aí. – Claire murmurou com um bico.
- Está no meu coração, mon amour. – sorriu para a amiga através da câmera.
- Estou muito nova para ser avó. – Shakira soltou com um bico. – Vai ter de segurá-lo na barriga por mais alguns anos. – Apontou para a afilhada fingindo uma faceta desdenhosa, fazendo a mesa rir.
- Tia Bibi vai ter neném? – Sasha perguntou um pouco confuso e o pai confirmou.
O garotinho chamava de Bibi desde que aprendera a falar, já que sempre vira as pessoas a chamando de bebê.
- Vai me ajudar a cuidar dele? – sorriu para o garoto e ele assentiu freneticamente. – E você, Milan? – Semicerrou os olhos para o mais velho.
- Claro. Eu só não falo mesmo é com o . – Balançou os ombros e fez todos gargalharem.
- Você precisa superar isso, Milan. – brincou.
- Você roubou minha namorada, vacilão. – Apontou, fingindo estar realmente chateado.


05

8 de Março de 2020
- Estou prestes a colapsar. – murmurou dentro da limusine e o namorado riu. – Não ria. Estou falando sério. Posso parir a qualquer momento. – Dramatizou e ele riu mais uma vez.
- Não pode, não, porque ainda vai fazer quatro meses. – Avisou divertido e a cantora abanou a mão em desdém.
A primeira pessoa que encontraram ao descer da limusine foi Shakira e a olhou com pavor, como quem pede socorro.
- Qué pasa, mi amor? – Shakira segurou o rosto da mais nova e deu uma leve soprada, tentando acalmá-la.
- Ela falou que ia parir e estou realmente começando a acreditar nisso. – sussurrou.
- Es el Oscar, la presentación y el bebé. No sé si me doy cuenta. – Revelou à madrinha, nervosa.
- Pero por supuesto. – Shakira confirmou e a mais nova assentiu.
olhou da namorada para Shakira sem mais conseguir entender o que falavam. Ele tinha um espanhol muito básico para aquilo.
- Podemos voltar a falar inglês? – pediu com uma careta e as duas confirmaram.
O dançarino conseguia compreender um pouco do desespero da namorada. faria uma apresentação durante o segmento que homenageia as grandes estrelas que haviam falecido no passado ano, logo depois de anunciar, no tapete vermelho, sua gravidez e pouco antes de descobrir se o filme sobre a sua vida e carreira ganharia, ou não, o Melhor Documentário.
Ele se aproximou para beijar sua testa e murmurou:
- Fica calma. Estou aqui. Te amo. – Ela balançou a cabeça positivamente.
- Obrigada. Eu também te amo. – Sorriu.
entrelaçou os dedos aos do namorado e caminhou em direção ao tapete vermelho.
O vestido midi preto, com um belo decote em V, mangas três quartos e uma saia plissada e rodada, era bem simples comparado a muitos outros por ali, mas a cantora se sentia mais bela do que nunca. Talvez fosse a gravidez.
Por causa da gravidez não quis nada que revelasse seu status atual, assim como não queria nada que o escondesse por inteiro.
Continuou a andar com o namorado até chegar na parte das fotos. Eram tantos flashes que até poderia fazer um drama sobre ficar cega, se não estivesse nervosa demais para tal. deu mais um beijo em sua testa e ela, finalmente, virou de lado, forçando a vestido para baixo com a mão e mostrando o maior sorriso que conseguia.
Os flashes explodiram com ainda mais força, fazendo-a rir e, de repente, todo seu nervosismo foi embora. Ela estava infinitamente feliz. Seu último álbum tinha sido um sucesso, um documentário sobre sua vida tinha sido indicado ao Oscar e, como cereja do bolo, seria mãe de um lindo menino, fruto do seu amor com o melhor namorado que poderia ter.
Os dois voltaram a caminhar, passaram por todo tapete vermelho e sentaram em seus lugares reservados. Na primeira fileira.
sentiu um quentinho dentro de si, totalmente extasiada, e deitou a cabeça no ombro do namorado, no aguardo da cerimônia começar.
Na metade da cerimônia, ela se retirou para ir ao backstage se preparar para o tributo. E, por fim, ela afirmava com todas as suas forças que fora a apresentação mais linda que já fizera. Foi terrivelmente abraçada e elogiada nos bastidores e enquanto voltava ao seu lugar.
E sentiu que estava ganhando a categoria mais importante do Oscar quando ouviu Zachary Levi e Djimon Hounsou anunciarem:
- E o Oscar de Melhor Documentário vai para... – Zachary fingiu bater tambores antes de continuarem: – : What happened in Vegas should leave Vegas.
virou o pescoço para o parceiro de forma tão rápida que, por um momento, achou que fosse algum conto de terror; o dançarino riu logo depois e murmurou:
- Eu disse que você ia ganhar o mundo.
lhe deu um casto beijo antes de levantar para ir ao palco junto das outras pessoas que tornaram aquele sonho possível. Ela abraçou todos eles, apertando-se especialmente à Shakira que tinha sido parte muito importante do filme e de sua jornada até este.
- Eu nem tenho o que dizer. – Ela secou as lágrimas quando alcançou o microfone. – Estava em uma mistura de confiança com desilusão e agora... – Suspirou, jogando as mãos como se não entendesse nada, e a plateia riu. – Parece um sonho. Vou acordar daqui a cinco minutos e estarei na minha cama, agarrada a um balde porque os enjoos estão demais. – Fez o público rir novamente. – Eu só tenho a agradecer. A todos que me apoiaram até aqui, aos meus fãs, ao Mark que decidiu começar esse documentário, ao Fred que apoiou toda essa loucura, aos meus dançarinos que estão sempre comigo, a todas, todas, todas as pessoas que fizeram isso possível, até mesmo o senhor Jon, faxineiro que aturava minhas bagunças no camarim. – Sorriu e foi acompanhada por todos. – Mas em especial à minha madrinha. – Apontou a loira ao seu lado. – Eu tenho certeza que não estaria aqui agora se não fosse pelo apoio, amor e carinho dela. Muito obrigada. – Jogou um beijo para uma das câmeras.

(...)

se encaminhou para a área das entrevistas ao fim da cerimônia. Todos queriam falar com ela e ela estava feliz por isso, queria retribuir todo aquele amor e apoio.
Conversou com alguns canais, tabloides, jornais, rádios e blogs, cansada, mas com um sorriso no rosto. Até finalmente parar em um dos repórteres do TMZ. Ela tinha algum receio com eles, não negava, entretanto não iria trata-los diferentemente do restante com quem havia falado.
Charlie, a repórter da vez, sorriu para a cantora e começou:
- , os olhos estão todos em você hoje. Do início ao fim. – assentiu. – Muitas notícias boas e revelações, mas algumas pessoas não deixaram de comentar sobre o seu vestido e sobre como ele é simples. – viu o movimento que o câmera fez para mostrar seu look por completo. – Principalmente depois que seu documentário foi anunciado como vencedor. O que você tem a dizer sobre isso? – Apontou o microfone na direção da cantora.
- O que eu tenho a dizer é que sou cantora, não modelo ou estilista. – Riu consigo mesma. – Venho às premiações para cantar e, se possível, ganhar os prêmios. Não mostrar roupa. – Deu de ombros.
- Até agora tem funcionado. – Charlie continuou, sem perder a deixa.
- Se tem!
Charlie fez mais algumas perguntas e liberou a cantora que, finalmente, pôs seu corpinho na limusine de volta à sua casa.

(...)

- Que dia! – comentou, ajudando-a tirar o vestido.
- Nem me fala. – Se virou assim que o vestido caiu aos seus pés, com um sorriso. – Você fica lindo de terno. – Ajudou-o a tirar a peça também e terminou por ficar apenas com a calça social.
- Fico melhor sem ele. – Piscou sem vergonha e ela gargalhou concordando.
se abaixou um pouco para beijar a ponta do nariz dela, a mulher se aninhou em seu peito logo depois e bocejou.
- Estou com sono.
- Eu sei. – Fez um cafuné nela. – Só mais uma coisa. – Pediu e ela se afastou para o olhar.
- O que? – Coçou os olhos e bocejou mais uma vez, o fazendo rir.
O dançarino tirou a caixinha de veludo do bolso da calça, abriu rapidamente e entregou na mão dela:
- Casa comigo?
- Você realmente quer que eu coloque nosso filho para fora hoje. – Sussurrou com a voz embargada e o agarrou pelos cabelos para beijá-lo.
Os dois estavam sorrindo quando o beijo terminou e foi o primeiro a voltar a falar:
- Acho que isso foi um sim. – Tomou a caixa da mão dela para pôr o anel em seu dedo.
- Foi um com certeza. – Declarou sorrindo enquanto observava o anel deslizar em seu anelar.


Epílogo

20 de Setembro de 2024
Sem receio, deixou as lágrimas rolarem, em meio ao sorriso, ao ver a noiva caminhar pelo tapete vermelho da igreja em sua direção. Demorou, mas finalmente estava acontecendo. Fungou, ainda com um sorriso no rosto, e passou a mão para secar algumas lágrimas ao ver o riso dela, que se controlava para não chorar também.
havia lhe ameaçado... Segundo a cantora, ele tinha de chorar. Fosse de felicidade, fosse de arrependimento. Tinha levado tempo demais e ela queria o casamento.
E ele o fez. Sempre fazia tudo para vê-la feliz, mas, nesse caso, era completamente espontâneo e sincero. seria oficialmente sua esposa e não se continha de felicidade e amor.
Mais alguns passos e Billy entregava a mulher em suas mãos. passou a mão em seu rosto no mesmo instante, murmurando sobre como ele era bobo e deixando uma única lágrima escapar.
- Eu amo você. – Ele confessou, sem conseguir tirar o sorriso do rosto.
- Eu também amo você. – A cantora retribuiu e então caminharam para de frente ao Reverendo.
O Reverendo Washington começou um breve sermão sobre duas vidas que se uniriam e sobre o enlace matrimonial. Falou sobre o amor, sobre como as pessoas devem testemunhar essas pequenas coisas que na verdade são gigantes e fez a igreja rir com a mini-palestra sobre as brigas e dificuldade de se pôr no lugar do outro.
- Eu trouxe aqui dois óculos. – Washington os levantou. – O vermelho era para ser da , porque a mulher tende a ser mais apaixonada, mostra mais isso. – Explicou. – Mas, como vimos aqui, o sentimental dessa relação é o . – Entregou o óculos a ele, fazendo todos rirem. – O verde vai ser da nossa querida . – Entregou. – Pode colocar. – Avisou e eles obedeceram. – , como você está enxergando o mundo nesse momento?
- Vermelho. – O dançarino respondeu rindo.
- Tudo vermelho, não é? – O noivo assentiu. – E você, ?
- Verde. – Riu também e Washington acenou positivamente.
- Se o virar para você e tentar te convencer que o mundo é vermelho, você vai acreditar? – Ela negou. – Não. Eu sei. Porque o mundo é...?
- Verde. – respondeu.
- E você, , se a tentar te convencer que o mundo é verde, você acredita? – assentiu.
- Eu acredito em tudo que ela fala. – Fez todos rirem mais uma vez.
- acabando com a minha dinâmica. – Washington fingiu estar com raiva. – Você não vai acreditar. – O Reverendo afirmou. – Eu sei que não. Principalmente durante uma discussão, porque é nesse momento que vai enxergar tudo vermelho, assim como ela vai enxergar tudo verde. – Olhou de um para o outro. – Mas como pode ser mudada essa perspectiva? – Continuou seu sermão. – Quando um de vocês tiver a disposição de tentar enxergar como o outro. E se houver uma troca de óculos... – Indicou para que os noivos trocassem e eles o fizeram. – Vão poder entender que o mundo não é só verde. E também não é só rosa. E o que eu tenho a dizer a vocês é que um casamento bem-sucedido é um casamento construído em uma base sempre disposta a enxergar a ótica do outro. Jesus, para os que acreditam, – Fez questão de explicar, já que a noiva havia explicitado que tinha amigos de todos os tipos. – Passou uma sexta-feira da paixão de muito sofrimento, mas teve um domingo de glória. Não há domingo de glória em um casamento, se não estivermos dispostos a passar pela sexta-feira da paixão.
- É verdade. – sussurrou enquanto secava uma lágrima.
- Esse é um exercício que temos de fazer, colocando o outro em primeiro lugar, aprendendo a hora de escutar, falar e sacrificar para honrar a aliança que está sendo oficializada aqui. Amém?
- Amém! – A igreja inteira respondeu.
- Agora chegou a hora da verdade. – O Reverendo brincou, fazendo, mais uma vez, os convidados e noivos rirem.
Os noivos viraram de frente para o outro e Washington continuou:
- , você promete ser fiel à , amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, até que a morte os separe?
- Prometo. – respondeu com um sorriso, segurando a mão da noiva.
- , você promete ser a fiel ao , amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, até que a morte os separe?
- Prometo. – Sorriu também.
- E agora nós vamos ouvir as palavras deles. O estava me perguntando se eu iria fazer todas as perguntas ou se iria deixa-lo abrir o coração e mostrar, mais ainda, o quanto ele é apaixonado por essa noiva. – Apontou e o dançarino riu envergonhado. – , fica à vontade.
- , chegou o grande dia e nada vai atrapalhar a expectativa que montamos para esse dia. Para mim, hoje é, exclusivamente, o dia que estamos celebrando o nosso amor, com ou sem todas essas pessoas, decoração e roupas... O importante é ter você comigo, mas confesso que, indo contra tudo que acredito, você está ainda mais deslumbrante e linda hoje. E tenho certeza que ficará ainda mais linda amanhã e mais e mais depois de amanhã. – Sorriu e a cantora secou algumas lágrimas com o lencinho que o Reverendo havia lhe emprestado. – Você é o que faz a minha vida mais feliz e completa e, agora, não temo mais nada, pois sei que, juntos, podemos conquistar o mundo. Te quero ao meu lado para sempre, sendo minha chefe, namorada, amiga e agora esposa. Te amo. – Finalizou ouvindo os burburinhos dos convidados, que o fez rir.
- Pode aplaudir que foi bonito. – Washington permitiu e a igreja o fez enquanto ria. – Sua vez. – Deu a deixa para a mulher.
- E chegamos aqui... – Sorriu já com a voz embargada e começando a derramar as lágrimas que tanto tinha lutado para conter. – Só nós sabemos o quanto foi difícil, mas, juntos, conseguimos. , com você, aprendo todo dia, o seu amor me toma e me encanta. Só quem te conhece, vai entender as minhas palavras... É tanta bondade no coração que às vezes até irrita. – Riu e foi acompanhada pelos amigos. – De vez em quando me perguntam o motivo de ter decidido viver com você tão de repente, porque sabemos que foi rápido. – Sorriu e ele assentiu. – E o que eu nunca respondi, mas hoje respondo é que tive pressa de ser mais feliz ainda ao seu lado. Foi Deus quem te trouxe até mim, para me ajudar nos momentos que achei que não tinha mais saída. O seu amor me traz paz, segurança, carinho... E isso só pode vir do céu, porque só Ele para fazer algo tão perfeito assim. Você me transborda e eu te amo. – Finalizou se acabando em lágrimas e se jogou para abraça-la, sendo ovacionados pela igreja.
- Que coisa linda! – Washington comemorou, emocionado como todos. – Vocês podem aplaudir mais forte. – Avisou à igreja. – Uau! As alianças, por favor.
O casal chorou ainda mais ao virar e ver o pequeno Dante, a maior prova de seu amor, caminhando, em um terninho, com as alianças. Ele correu, preocupado, ao ver os pais chorarem, fazendo-os rir por tal. O garotinho era super apegado a eles.
Depois de abraçar os pais, Dante entregou as alianças ao Reverendo e foi se sentar com a abuela Shakira.
Washington orou pelas alianças e pelo casamento e entregou uma delas nas mãos de , fazendo-o repetir os votos para só então coloca-la no dedo da cantora. Fez o mesmo com depois. E completou:
- Sei que estão ansiosos para essa parte. – Semicerrou os olhos para os noivos. – está me olhando aqui feito um condenado. – Contou para a igreja. – Louco para beijar essa noiva. – Riu. – Chegou sua hora, filho. Pelos poderes investidos a mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode caprichar! – Piscou para o homem que riu e se afundou nos braços da esposa.
Deram apenas um selinho demorado e se apertaram em um abraço como nunca, fazendo os convidados vibrarem.
Foram interrompidos pelos bracinhos de seu filho que se juntaram para abraça-los também. o pegou no colo, enchendo sua bochecha de beijos e causando a risada da criança e a sua própria.

(...)

A mais nova senhora estava cansada, seus pés estavam moídos e ela não via a hora de tirar aquele vestido. A festa tinha sido ótima, o casamento tinha sido lindo, mas tudo que a cantora precisava era de sua cama.
Claro que o marido fez questão de atender seu pedido e eles tinham fugido da festa, deixando o filho para trás, em direção ao hotel onde passariam a noite de núpcias - que, com certeza, seria trocada por uma noite de sono.
Como sempre, ele ajudou-a a se desfazer do vestido e suspirou pesadamente ao ver a lingerie que o aguardava por baixo da peça.
- Deveríamos ter saído da festa mais cedo, porque eu não tenho forças nem para arrancar isso de você. – Se jogou na cama pesaroso e ela riu.
- Arranca quando acordarmos. – Se juntou a ele.
começou a fazer cafuné na esposa sem parar de sorrir. Ela era definitivamente a coisa mais linda que ele já havia posto seus olhos.
- Eu deveria agradecer ao Brad. – Confessou.
- Você é louco. – Riu.
- Imagina se ele não tivesse sido um babaca e agora você não fosse minha. – Dramatizou com a mão no peito como se aquela fosse uma ideia dolorosa demais, o que causou o riso dela mais uma vez.
- Nunca foi uma possibilidade. – Sussurrou roçando seus lábios. – Eu fui sua desde o momento em que me deu um fora no seu primeiro dia, sexy daddy. – Gargalharam e o apelido a fez lembrar de algo. – Acha que Dante vai ficar muito bolado porque o deixamos para trás? – Prendeu o riso e o marido fingiu pensar.
- Não, claro não. – Agiu como se não fosse uma possibilidade enquanto levantava.
Caminhou até a pequena mala deles e alcançou um vestido para esposa.
- Vamos busca-lo logo, ele já deve estar arquitetando um plano de vingança.
- Por que fomos inventar de ter um segundo filho? – mordeu o lábio inferior quando abriu a porta e ele se virou para ela no mesmo instante.
- Um segundo filho? – Arregalou os olhos.
- Você não queria outro? – Deu de ombros com um sorriso contido.
bateu a porta e correu até ela, sentindo toda sua energia voltar de repente enquanto tirava seu vestido, beijando-a sem parar.
- Dante vai ter que esperar. – Murmurou grudando suas bocas mais uma vez.




Fim.



Nota da autora: Às vezes eu sou como o Simba, acho que posso olhar o perigo e rir da cara dele, daí ele me lembra que não e eu tomo no ânus para aprender o que é bom para tosse... Gente, demorou, mas saiu. Com muito suor e choro e Carter me apoiando e falando que sou a melhor escritora e amiga do mundo. Espero que vocês gostem, pois foi escrito na base do ódio e se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que tudo na base do ódio sai melhor. Beijuuuus <3.

Nota da beta: Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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