Capítulo Único
Centro Europeu de Operações Espaciais
Darmstadt, Alemanha.
Olhei para o relógio em meu pulso e vi que eram 5h00, suspirei. Ao entrar na sala de reuniões, onde nos encontrávamos pelo menos uma vez por dia, outros cientistas já estavam cochichando a respeito do porquê havíamos sido tirados abruptamente da cama naquele horário. Um alarme ecoava pelo centro e uma luz vermelha piscava nos corredores, dando a entender que algo sério ocorrera.
— O que será que está acontecendo, hein? — questionei Jensen, que estava ao meu lado. Ele deu de ombros, abraçando os braços.
A sala possuía um carpete cinza claro, dando um visual nada moderno ao local, as bancadas com computadores de última geração estavam espalhadas pela sala, alguns monitores maiores ficavam nas paredes, assim como um relógio enorme com números em vermelho para que chamassem a nossa atenção.
— Bom dia — o diretor de operações falou com um tom de voz calmo, em uníssono respondemos e notei-o olhar para as mãos, seu corpo se encontrava apoiado em uma das bancadas. — Não tem como eu ser simples ao explicar a vocês o que está acontecendo, então vou simplesmente falar, ok? — Ele passou os olhos por todos nós e eu senti minha garganta mais seca do que nunca. — Um asteroide está em rota de colisão com a Terra.
Houve um murmúrio. Logo tornou-se falações. E, segundos depois, conversas paralelas. Minhas mãos estavam suadas e eu tentava de todas as formas passá-las, sem sucesso, pela calça de moletom para secá-las. Olhei para Jensen ao meu lado e ele retribuiu o olhar confuso, o pânico instaurado em sua expressão.
— Sei que vocês têm questões, eu também — continuou a falar, após alguns segundos de silêncio, como se também digerisse toda situação. — Mas amanhã saberemos melhor a respeito. Cientistas estão vindo para cá. De todo o mundo e...
— Você diz rota de colisão, mas isso significa extinção em massa, certo? — Ouço Jensen questionar, firme.
— Ainda não sabemos o tamanho, a que velocidade se desloca e qual provavelmente será a área que irá atingir. A Nasa analisou as imagens dos seus satélites e, baseado em outros aspectos, puderam calcular a sua trajetória atual. — A pausa era necessária. O ar daquele lugar pesava toneladas naquele momento. — Eu não vou exigir que ninguém fique. Vocês podem ir embora agora mesmo, no entanto, se estão aqui, é porque são os melhores nas suas respectivas áreas e podem nos ajudar. E muito.
Respirei fundo, tentando fazer com que ar entrasse em meus pulmões e me deixasse tranquila diante daquele cenário. Voltei a apertar o centro da palma da minha mão e fechei os olhos escutando outros cientistas fazerem outras perguntas, que naquele momento foram completamente ignoradas pelo meu cérebro.
Fui levada ao dia da minha formatura na cidade de Arhus, na Dinamarca. O calor com um céu azul inimaginável. O cheiro da grama misturado com o colorido das plantas espalhadas pelo campus, todavia, o que fazia com que meu coração se sentisse afagado era o sorriso de . A forma como as palavras saiam perfeitamente de sua boca, como me tocava e me beijava. Cogitar não fazer mais isso fazia com que meu coração doesse.
— Você está bem? — Ouvi Jensen perguntar ao meu lado quando coloquei uma das mãos em meu peito.
— Acho que não. — Neguei com a cabeça e fiz uma careta rápida.
— O que acha de pegarmos as nossas coisas nos dormitórios? Aí podemos ir tomar café da manhã juntos. — Deu de ombros ao falar.
— O mundo vai acabar e você quer tomar café da manhã? — Algo como uma risada leve soou entre meus lábios.
— Com muito bacon, por favor. Que tal? Nos encontramos no estacionamento em 30 minutos.
— Feito — eu só concordei.
Quarenta minutos se passaram. Eu chequei em meu relógio. Nós estávamos sentados um de frente para o outro em um restaurante simples próximo ao trabalho, que abria 24 horas. O movimento era fraco. Um homem se encontrava sentado no balcão, deliciando-se com hamburguer e batata frita.
— Vou querer tudo que tiver direito no café da manhã, por favor — Jensen falou ao olhar para a garçonete parada próxima a nossa mesa. — E, ao invés de café, quero Coca-Cola.
Por cima do cardápio, percebi a mulher, que aparentava ter seus quarenta anos, arquear uma das sobrancelhas perfeitamente penteadas. Seus cabelos escuros estavam presos em um rabo de cavalo. Ela anotou no bloquinho em suas mãos.
— E a senhorita?
— O mesmo que o dele. Menos a Coca-Cola. Obrigada. — Sorri educadamente. Logo fomos deixados a sós e nossos olhares se encontraram. — Cacete! Você tem ideia disso?
— Acho que não temos ideia da magnitude que isso vai ser. — Jensen encostou-se no banco e soltou um suspiro. — Você pensa em ficar?
—N-n-não sei. — Neguei rapidamente com a cabeça, levando as mãos até o rosto e o tapando. — Caralho! Isso é muito grave, Jensen!
—Eu sei, ! É um asteroide — sussurrou a última palavra ao curvar-se em minha direção.
— Você vai ficar? — Afastei as mãos para olhá-lo.
— Não sei, sinceramente.
Nós dois ficamos em silêncio, ouvindo a TV que estava ligada no telejornal local alemão, e foi a minha vez de encostar na cadeira e suspirar. Milhões de coisas passavam pela minha cabeça e eu não tinha como colocar aqueles pensamentos em ordem.
Eu precisava de .
— Você vai contar pra ele? — Jensen pareceu ler meus pensamentos referentes a e, de início, não respondi, então ele continuou: — Acho que você deve contar, além de ser o que é um cara foda, ele é da área.
— O mestrado dele é em Física Nuclear.
— É Física, ! E ele é uma das pessoas mais inteligentes que já conheci.
Ficamos em silêncio novamente e ouvimos o rapaz que estava sentado na bancada com seu hamburguer às cinco e pouca da manhã questionando a garçonete se poderia lhe trazer mais batata frita.
— Estou pensando em como vou contar isso pra ele — falei do nada ao estralar um dos dedos.
— Sabe o que eu vou fazer? — me questionou e neguei. — Falar com o Clark só quando tiver certeza de tudo que está acontecendo. Hoje, quando chegar em casa, vou esquecer o que aconteceu. Amanhã, quando tivermos certeza de tudo, aí conto pra ele.
A ideia era tentadora, levando em consideração que estava em Copenhagen para visitar a mãe e terminar um curso de especialização na área dele há três meses. Nesse meio tempo, havíamos nos encontrado apenas duas vezes, e eu sentia falta dele em todos os segundos do dia. Estar com a mente ocupada trabalhando em Operações Espaciais ajudou no processo da cura ao passar as primeiras semanas sem ele.
————
Copenhagen, Dinamarca.
Após colocar meus óculos de armação preta, eu encarava aquela pequena caixa de veludo vermelha em uma das mãos, o tamanho era mínimo, mas o significado do gesto era gigantesco. Finalmente faria o que meu coração mandava há meses. Desde que chegara em Copenhagen para o curso e para visitar a minha mãe, não tinha dúvidas de que meu maior desejo era passar o resto da minha vida com .
Em um gesto rápido, guardei-a em um dos bolsos laterais da minha mochila, pensando em como faria o pedido. Eu não sabia. Não naquele momento. Ouvi passos no corredor e logo vi minha mãe abrir a porta com um sorriso no rosto e o barulho das chaves do carro em uma das mãos.
— Mãe! Eu disse que posso ir de táxi. Não quero te incomodar. — Coloquei uma das alças da mochila no ombro e a outra mala maior seria carregada e despachada.
— Qual é o problema? Mamãe quer te levar e passar mais um pouco de tempo com você, afinal, vai chegar naquela Alemanha e voltar quando? Só no Natal.
— Nós conversamos sobre isso, né? Venho te visitar assim que der, e outra, você pode me visitar também. Moramos em um apartamento que tem um quarto de hospedes.
— Assim que eu puder tirar uma folga lá no restaurante, prometo visitar vocês.
Me despedi de Brian, o novo labrador que minha mãe havia adotado há quatro meses. Fiz um carinho na cabeça dele, beijando-o logo depois e sentindo-o me lamber.
— Cuida da mamãe, ok? Você é o homem da casa, Bri. — O beijei novamente na cabeça e dessa vez o cachorro latiu.
Olhei no meu relógio de pulso e ainda faltavam 1 hora para que meu voo saísse de capital dinamarquesa em direção a Darmstadt, na Alemanha. Liguei o rádio do automóvel e me acomodei no banco de passageiro, mesmo depois de insistir persuasivamente para que dirigisse até o aeroporto, mas minha mãe negou.
— Eu coloquei o pote com os cookies favoritos da em cima da mesa, você pegou?
— Peguei! — Ri no instante em que ela parou o carro no local indicado para o desembarque. Feito isso, abri a porta e caminhei em passos rápidos até o porta-malas, tendo em vista que começava a nevar.
— Sabe que vou morrer de saudades, né?
Eu também iria. Desde os meus 15 anos, sempre fomos eu e minha mãe depois que papai morreu em um acidente de carro nos arredores da cidade, ao voltar de um trabalho, quando a neve caia forte. Com a mochila nas costas, a abracei fortemente, beijando-a, e ri quando seus cabelos loiros e compridos bateram em meu rosto.
— Assim que chegar te mando mensagem, tá bom? Eu te amo! — A beijei na testa.
— Tenho muito orgulho de você, sabia? — ela falou quando me acariciou no rosto, e eu concordei com a cabeça. — Eu sei que fui a pessoa que sempre disse coisas ridículas a respeito do seu trabalho, mas agora entendo e vejo o quanto você ama fazer o que faz. E isso me dá orgulho. Eu te criei pra ser assim.
Senti meus olhos arderem, mas tentei segurar as lágrimas, no entanto, uma tímida escorreu pelo meu rosto, que foi limpo imediatamente por minha mãe enquanto sorriamos de leve um para o outro. Meu coração doía ao deixá-la.
— Assim que eu chegar em Darmstadt, te mando mensagem. — A beijei pela última vez no rosto, pegando a minha mala e saindo em direção a entrada do aeroporto, mas sem antes olhar para trás uma última vez e acenar.
Logo que a mala foi despachada, peguei com a companhia área o cartão de embarque e fui em direção ao portão mencionado no papel em passos lentos. O aeroporto estava com um movimento menor que o normal por conta da época do ano. Senti meu celular vibrar dentro do agasalho e me apressei para pegar o aparelho.
: Ei, gato. Vou te esperar no lugar de sempre, tá? Não acredito que vamos dormir abraçadinhos hoje. Te amo.
Sorri feito bobo com a mensagem. Aquela mulher mexia comigo de maneiras que não conseguia explicar. Me apressei em responder à mensagem e, alguns passos depois, cheguei no local do embarque que começaria em alguns minutos. Peguei um livro de ficção cientifica guardado em minha mochila e, enquanto não fosse anunciado o voo, adiantaria algumas páginas.
————
Darmstadt, Alemanha.
Quando a roda do avião tocou o solo, o contato das rodas fez com que eu me movesse na poltrona e abrisse os olhos de um jeito cansado para a janela ao meu lado. Notei o céu nublado e escutei um último recado do piloto.
“Boa tarde, passageiros. Acabamos de aterrissar em Darmstadt. A temperatura na cidade é de 3ºC com sensação térmica de -1ºC. Gostaríamos de agradecê-los pela escolha.”
Fui apressado, admito, mas aquele tempo sem deixava meu corpo à mercê de ações ma. Peguei a mochila no compartimento de bagagens e saí atras de uma família alemã, que falava alto sobre algo que eu não entendia. Esperei ansiosamente pela minha bagagem de mão na esteira e, logo que a vi, peguei e sai em passos rápidos em direção a porta de saída.
Estranhamente, ao sair pela porta e sentir o frio me abraçar, me senti em casa. Nunca imaginaria que alguns anos na Alemanha fariam com que eu mudasse de opinião, no entanto, sabia que aquilo tinha nome e sobrenome.
.
Dito e feito. Ela me esperava com as costas apoiada no nosso carro. Quando nossos olhares se encontraram, eu sabia que o arrepio intenso não era pelo frio. Apressei meus passos e larguei a mala de mão juntamente com a mochila, que tirei rapidamente das costas, ambas no chão e, quando dei por mim, nossos corpos estavam grudados e as pernas de envolviam minha cintura. Meu rosto estava na curva de seu pescoço e ela cheirava casa, aconchego, paz e tranquilidade.
Não resisti em beijá-la naquele local. Era incrível a atração que existia entre os nossos corpos. Ouvi arfar de leve e adentrar os dedos entre os meus cabelos, os puxando delicadamente.
— Eu senti tanto a sua falta, tanto. — procurou meus lábios. Ao virar o rosto em minha direção, os achou. Imediatamente, iniciamos um beijo intenso com as nossas línguas se tocando desesperadamente, ávidas por toque e afeto. Como se estivéssemos só nós dois ali naquele aeroporto.
— Vamos pra casa? — sussurrei quando partimos o beijo. — Por favor — implorei.
— Agora mesmo! — riu.
Todo percurso do aeroporto até a nossa casa foi feito um pouco mais lento do que o normal, pois pequenos flocos de neve começavam a cair do céu, dando significado àquele dia nublado e com a temperatura baixa.
— Pega só a sua mochila, ! — riu ao me ver sair do lado do motorista apressadamente e caminhar da mesma forma até a porta da residência, onde ela usava as chaves para destrancá-la. — Pra você mandar uma mensagem pra sua mãe. Tenho certeza de que prometeu mandar mensagem quando chegasse, né? — sorriu ao se apoiar na maçaneta, após abri-la.
— Como você me conhece tão bem? Que esquisito! — brinquei ao passar por ela, piscando marotamente e tateando à procura pelo celular que eu havia guardado ao aterrissar.
— Isso acontece quando você conhece alguém há algum tempo...digo, muito.
Digitei a mensagem tão rapidamente quando achei o celular que reli algumas vezes para ver se não havia escrito nenhum absurdo, mas estava tudo correto: “Oi, mãe. Acabei de chegar em casa. Foi tudo tranquilo. mandou um beijo. Te amo.”
— Falei pra minha mãe que você mandou um beijo — disse um pouco mais alto ao reparar que estava sozinho na sala.
— Ótimo. Obrigada. Saudades dela, aliás. — Ouvi a voz de um pouco mais longe.
Ao tirar os sapatos, caminhei pelo carpete do apartamento em passos ansiosos pelo corredor, virando à segunda porta e parando imediatamente ao ver a cena daquela mulher dos meus sonhos, da minha vida para sempre, de costas pra mim e abrindo o feixe do sutiã.
Engoli seco, tão seco que minha garganta doeu. A calça jeans que usava, instantaneamente, parecia ser uns cinco tamanhos a menos, tendo em vista o pico da minha excitação.
Porra.
Eu sabia o que tinha pensado ao vê-la daquela forma, mas um murmúrio deve ter saído entre meus lábios, pois aquela mulher virou-se para mim com o sorriso mais depravado em seus lábios. Seus cabelos caíam sobre os seios, ainda sim os mamilos duros eram vistos entre os fios. Salivei.
— Você não acha que está vestido demais?
Concordei. Eu concordava plenamente. O que ela pedisse, eu iria fazer. De forma atrapalhada, comecei a abrir os botões da calça jeans que me incomodava ao extremo, logo mexi as pernas para que ela caísse no chão e me deixasse livre.
Notei o olhar de passear pelo meu corpo e parar em minha cueca com a excitação tão evidente. Outras peças foram jogadas no chão e a vi se aproximar em passos lentos com o sorriso malicioso nos lábios.
— Amor. Faltou você tirar uma coisa só. Quer dizer, duas. — Molhou aqueles lábios que tive vontade de beijar imediatamente, mas me controlei, já que pensava no que havia dito. esticou uma das mãos até meu rosto e retirou meus óculos. — Melhor assim.
Senti-a passar ambos os braços em volta do meu pescoço, fazendo assim com que nossos corpos ficassem completamente grudados. Os mamilos duros de roçavam em minha pele, me provocando sensações que não sabia por quanto tempo iria aguentar. O rosto dela, tão próximo ao meu, não podia deixar de observar seus detalhes.
Lambi seus lábios, emendando um beijo intenso e cheio de desejo logo depois. Uma das minhas mãos que estava em sua cintura rapidamente correu até a nuca, a acariciando. Mordi seu lábio inferior, ouvindo a garota arfar, e sorri mesmo durante o beijo. Imediatamente minha boca estava em seu pescoço, beijando-a com a mesma vontade, o gosto da sua pele, seu cheiro, os sons e reações que seu corpo produzia faziam com que o meu a quisesse com mais ganância.
Um gemido mais alto escapou dos lábios de quando suguei com vontade seu mamilo enrijecido, uma de suas mãos correu até meus cabelos, os segurando com força, e podia sentir ao tocar a sua pele como estava arrepiada de excitação. Minhas mãos passearam pelo seu corpo, logo chegando na bunda e a apertando com força. Meu corpo estava igual ao dela, inteiramente arrepiado de tamanha que era minha excitação.
Não aguentando mais nenhum segundo, voltei a beijá-la nos lábios ao passo que a puxava para cima, fazendo com que suas pernas se entrelaçassem em minha cintura. Dessa forma, dei passos pequenos até a cama e a joguei sem cerimônia entre o edredom e alguns travesseiros.
— Já te disse que, quando estamos juntos, sinto que estou no topo do mundo? — indaguei com meu corpo sobre o dela. Naquele momento, vi seus olhos brilharem de um jeito que eu nunca notei antes. Senti que ela abria delicadamente as pernas para que me colocasse entre elas. — Promete que vamos ficar juntos pra sempre?
Seu corpo se arrepiou com a pergunta e, no mesmo segundo, seus olhos se marejaram. Fui para falar alguma coisa, mas ela levantou um pouco o tronco unindo nossos lábios em um selinho comportado.
— Você é realmente o romântico da relação — sussurrou quando nos separamos.
— Se eu não fosse, onde estaríamos agora? — sorri e ela correspondeu instantaneamente.
— Aqui. No mesmo lugar. Só que sem essas falas românticas lindas — riu de leve ao me acariciar no rosto, virei um pouco para beijá-la em uma das mãos conforme movia lentamente meu quadril e pude vê-la arfar com o contato das nossas intimidades. — Caralho, !
Meu desejo era provocá-la até não aguentar mais, todavia, as semanas que estávamos separados por quilômetros faziam com que aquela brilhante ideia fosse para o ralo ligeiramente. Não aguentava mais sentir pele com pele e não a sentir de fato do jeito que ansiávamos. Aquela cueca me incomodava desde que entrei no quarto e tirá-la foi um alívio, fiz o mesmo com a peça intima de e logo terminava de colocar a camisinha.
Dei uma bela olhada em seu corpo, que estava perfeitamente encaixado no meu, com as pernas em minha cintura. Com os joelhos apoiados na cama, passei as mãos pelas suas coxas, as apertando fortemente e mordendo o lábio com força, sentindo um arrepio intenso ao vê-la reproduzir o gesto. Subi pela lateral do corpo de , sentindo como a pele dela ficava arrepiada com aquele ato. Parei em seus seios, tocando os mamilos excitados com delicadeza e os segurando entre meus dedos. Um gemido escapou entre seus lábios.
— Pede — ordenei ao olhá-la nos olhos, que me devolveu o olhar no mesmo segundo com desejo, luxuria e tesão.
Mordendo o lábio inferior do jeito mais sensual que conseguiu, moveu o quadril fazendo com que, levemente, nossas intimidades se tocassem. Ligeiramente curvei meu corpo em sua direção, me mantendo no meio das suas pernas, e deixei meu pau na entrada da sua boceta, ansiando pelos segundos seguintes.
— Me come!
Meu coração, que já batia de forma descompensada, ao ouvir aquelas palavras saindo da boca daquela mulher, foi parar na minha garganta. Não pensei duas vezes e deixei que meu pau simplesmente deslizasse pela sua entrada. Gememos juntos, com nossos olhares conectados, quando sentimos que estávamos definitivamente um no outro. correu uma das suas mãos até a minha nuca e segurou com firmeza entre meus cabelos no momento imediato em que iniciei os movimentos.
Eu a preenchia por completo e ela me recebia quente e úmida como se tivéssemos sido feitos de forma perfeita um para o outro naquele quesito. Entre os barulhos de choques constantes dos nossos corpos, ofegadas, gemidos, arfadas e palavras sem sentidos, rapidamente me sentei na cama e a puxei para o meu colo. Um gemido mais longo ecoou por seus lábios e aquilo fez com que, mesmo sentado, eu movesse meu quadril contra o dela, fazendo com que as sensações fossem ainda melhores.
— Caralho, eu não fazia ideia de como estava com saudade de você. Do seu corpo...
— Cala a boca...
Não tive tempo sequer de rir, minhas mãos grudaram ainda mais em sua cintura, a mantendo em movimento constante entre nossos gemidos e ofegadas. Um arrepio intenso me percorreu a espinha e sabia o que significava, minhas mãos correram pelo corpo de , sentindo seus pelos ouriçados e um sorriso maroto brotou entre meus lábios pensando em como nossos corpos estavam em sintonia.
Gemi alto quando ela iniciou movimentos rápidos com o quadril ao rebolar em meu colo. Involuntariamente, a segurei na cintura, mas a incentivei para que fosse mais rápido, visto que queríamos aquele orgasmo mais do que tudo naquele momento. Mantivemos nossos olhares conectados, nossas testas grudadas enquanto eu sentia meu pau ser apertado deliciosamente pela sua boceta e gemia com aquela sensação. A apertei com mais firmeza na cintura, sabendo que deixaria marcas, mas sabia que estávamos atingindo o ápice juntos.
— Deu pra entender como você estava com saudade. — A ouvi dizer no instante em que nos jogamos na cama, suados, ofegantes e com os batimentos cardíacos alterados. Ri do que ela dizia e me aproximei para um selinho comportado.
— Eu te amo — disse, olhando-a profundamente nos olhos.
— Eu te amo — sorriu.
————
A sensação que eu tinha era que vivia uma vida dupla. Desde o fatídico dia em meu trabalho que soube a respeito do asteroide, tudo mudou. Queria contar a . Sobre tudo, mas a verdade é que eu não sabia de nada, não ainda. Então, no dia em que ele voltou de Copenhagen, me esforcei para esquecer o que estava acontecendo e poderia vir a acontecer futuramente para me dedicar 100% nele. E foi o que aconteceu. Passamos boa parte do dia frio e nublado na cama. Apesar disso, era constantemente abarrotada de pensamentos referente ao que ouvira no trabalho.
— Você quer alguma coisa do supermercado?
Meu olhar estava perdido no lado de fora enquanto ele dirigia em direção ao meu trabalho. Minha mente borbulhava como seria receber a confirmação de que o fim de todos seria fatídico e eminente, em como eu iria contar a ele, como o mundo receberia a notícia e o quanto iríamos ou poderíamos ajudar.
— ? — esticou uma das mãos e tocou meu joelho, fazendo com que eu me sobressaísse. — Tudo bem?
— Tudo — menti. Tentei sorrir. — Desculpa, amor, eu estou com um pouco de dor de cabeça. — Aquela parte não era totalmente mentira, tendo em vista que minhas têmporas começavam a doer pela quantidade e a velocidade dos meus pensamentos.
— Há algo que eu possa fazer pra ajudar? — questionou ao entrelaçar nossos dedos e levar uma das minhas mãos até seus lábios para beijá-la, eu sorri verdadeiramente com aquele gesto.
— Tem um remédio na minha bolsa e eu tomo assim que chegar lá, obrigada. Você poderia comprar aquela nossa massa favorita? Me deu vontade de cozinhar hoje à noite.
— Massa favorita, check — falou de um jeito engraçado e ri, sentindo meu coração doer, não queria imaginar não viver mais isso. Ele soltou a minha mão para que pudesse dirigir de forma segura e virou a rua onde me deixaria.
No momento em que parou o carro, me virei para unir nossos lábios, de início, em um selinho demorado, que logo se transformou em um beijo intenso de despedida. Terminei o beijo com vários selinhos e um sorriso bobo nos lábios.
— Isso é muito meloso pra mim, mas vou sentir a sua falta hoje.
— Tem razão isso é muito meloso pra você — concordou ao me dar um beijinho na ponta do nariz, me fazendo sorrir.
— Te vejo mais tarde.
A temperatura baixa me abraçou no instante em que saí do automóvel, e vi sair em disparada logo depois de acenar pela última vez, mas eu não me importava, o que me esperava lá dentro era muito pior.
Passei por todas as áreas de segurança até entrar no prédio em que trabalhava com meu cartão de acesso. Deixei meus pertences nos armários dos funcionários e caminhei em passos ansiosos até a sala de reunião de ontem.
O encontro com cientistas de outros países teria sido interessante, se o motivo não fosse trágico. A reunião se iniciou minutos depois e tudo que vi, vivi e aprendi na área da Física não foram suficientes para me preparar para tudo que fora dito.
Nós estávamos fodidos.
O ar dentro daquela sala parecia pesar toneladas depois de tudo que o diretor de operações do Centro Europeu de Operações Espaciais onde trabalhávamos, somado ao diretor da NASA, nos apresentou.
Velocidade é uma grandeza importante na Física. É vetorial, que possui módulo, direção e sentido.
O dito cujo, era a forma que eu o chamava, tinha uma velocidade de 80 mil km/h e a NASA o classificou como NEO (em inglês Near Earth Objects), ou seja, objetivo próximo à Terra. Seu diâmetro era maior do que 5 quilômetros e isso já era necessário para que, no lugar que caísse, houvesse destruição.
— Eu não tenho o que dizer a vocês para que se sintam melhor — Ethan, nosso diretor de operações, falou cabisbaixo. — Mas a NASA decidiu vir para cá para que se chame menos atenção possível em torno disso. Não queremos alarmar o mundo. Queremos salvá-lo.
Tínhamos seis meses até que ele nos atingisse.
————
A caixinha com a aliança pulava em minha mão trêmula e eu tentava de todas as maneiras repassar o passo a passo que havia pensado durante todo o dia em relação ao pedido. Esperaria sair do banho. Ainda de toalha, a chamaria para se sentar ao meu lado na cama e falaria coisas bonitas que vinham do meu coração. Não poderia viver mais um dia sabendo que aquela mulher não seria minha para sempre. Que seríamos uma família.
Respirei fundo quando o barulho do chuveiro cessou e, no instante em que a porta abriu, pensei em começar a falar. Mas ao vê-la com os olhos vermelhos, como quem se debulhou em lágrimas, imediatamente me levantei, colocando a caixinha em meu bolso, e fui pra mais próximo dela.
— O que aconteceu? — investiguei cautelosamente. Ela negou com a cabeça, fazendo uma careta e parecendo que voltaria a chorar em segundos. Então a puxei por uma das mãos e me sentei na cama fazendo com que ela se sentasse em meu colo. — ! — Minhas mãos estavam em seu rosto e fiz com que me olhasse nos olhos. — Você pode me contar qualquer coisa — disse, por fim.
Ela fungou algumas vezes e senti meu coração dar algumas cambalhotas com o que poderia ter acontecido. Imaginei que a dor de cabeça que reclamou pela manhã era algo relacionado com uma futura TPM e sabia que aquele era um dos sintomas.
— Um asteroide está em rota de colisão com a Terra — falou em um fio de voz. Tive dificuldade para entendê-la, mas franzi o cenho com as suas palavras. — Ele é grande e tá vindo rápido. Se cair inteiro, é o nosso fim. Se ele cair em fragmentos...
Meu coração batia tão forte que eu o sentia em minha garganta. A puxei para que se acomodasse em meu corpo e a beijei no topo da cabeça em meio dos seus cabelos bagunçados. Minha primeira preocupação foi a minha mãe em Copenhagen, tive desejo de levantar naquele instante e pegar o telefone imediatamente.
— Já foi dito onde ele pode cair? Ou os fragmentos?
— No Norte do Oceano Indico, próximo à Índia. 70% do nosso planeta é coberto por água, então a probabilidade de cair em um dos Oceanos era realmente maior.
Eu tinha mais perguntas. Um milhão delas, mas se levantou tão bruscamente do meu colo que me esqueci por um instante o que estava acontecendo.
— , última pergunta: quanto tempo?
— 6 meses. — Seu tom de voz era baixíssimo.
Me levantei e a abracei com toda força que consegui reunir.
— O que acha de tomarmos um vinho? Sempre ajuda! — Abaixei o rosto para tentar olhá-la nos olhos.
— Estou precisando.
— Precisa também colocar uma roupa quente, então te ajudo.
Feliz por ter tirado mínimos risinhos dos lábios de , a puxei por uma das mãos e assim fomos até o armário para que encontrássemos um pijama.
A situação era a pior possível.
Na verdade, era indigerível.
Eu estava com meu olhar perdido enquanto a olhava colocar o pijama. Ela notou.
— Por que faz isso? — a ouvi indagar. Franzi o cenho sem entender. — Por que ficar?
—Você ainda pergunta? Além de eu te amar — molhei os lábios antes de voltar a falar —, você esteve comigo em um dos piores momentos da minha vida.
Nada precisava ser dito, mas resolvi falar.
— Eu me lembro até hoje de como estava o ar naquele dia. Pesado. Tenso. Frio. Era frio, mas ao mesmo tempo triste. E, no meio do enterro do meu pai, quando você — engoli tentando abafar o ardor dos meus olhos — pegou na minha mão, o Sol penetrou no meio daquelas nuvens pesadas. E depois daquele frio, daquela chuva, veio você. Meu Sol.
De pé, ela me olhava falar com os olhos marejados e as bochechas com lágrimas.
— Você é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, minha linda — a chamei daquela forma, vendo-a sorrir. — E vocês vão dar um jeito. Vocês são, ah, o que mesmo? Gênios.
— Eu não sei se consigo. — Ela sentou-se no meu colo e passei meus braços ao redor da sua cintura.
— Você consegue, . Sabe por quê? Eu acredito em você. — A beijei na ponta do nariz quando se virou para me olhar. — Agora, nós vamos tomar aquele vinho, ver uns episódios aleatórios de Jane The Virgin e dormir agarradinho. O que acha?
— Não há lista de afazeres mais perfeita do que essa.
————
Eu tinha certeza de uma coisa: os próximos meses seriam os mais difíceis da minha vida, e não estava errada. O Plano A da Nasa, juntamente com outros órgãos de estudos espaciais, era reunir um grupo notável de astronautas, de diversos países, que voasse a bordo de um foguete e explodisse uma bomba de alta potência no asteroide.
Dois meses foram necessários para que a equipe fosse montada e treinada. Nesse meio tempo, nós cientistas fazíamos cálculos atrás de cálculos para ter certeza de que o plano daria certo.
Um mês se passou e faltava uma semana para o lançamento quando a notícia do asteroide vazou mundialmente. Com as redes sociais e as altas tecnologias, o assunto dominou a internet e os jornais, não se falava de outra coisa. No entanto, a brilhante ideia da Nasa de ter vindo a Darmstadt, estava surgindo efeito, tendo em vista que não faziam ideia de que o lançamento do foguete seria feito na cidade.
— Fiz os últimos cálculos, você poderia dar uma olhada? — perguntei a Toshiko, o cientista japonês, que chegou com a trupe que veio dos Estados Unidos há meses. Como éramos da mesma área, sempre estávamos juntos e acabamos nos tornando amigos. — Tóquio? — o chamei pelo apelido que eu havia lhe dado.
— Vou ter que começar a te chamar de Dinamarca? — Ele me olhou com a sobrancelha arqueada e sorri.
— Eu já disse que não vou me importar. — Entreguei a prancheta a ele.
— Hum, então feito. Deixe-me ver.
Seus olhos passaram pelo papel rapidamente enquanto murmurava alguns números e equações, e perdi meu olhar no local onde nos encontrávamos. O Centro Europeu de Operações Espaciais nesses últimos meses havia construído um enorme galpão ao lado do seu complexo para que o manejo, montagem e a finalização do foguete fosse ali. Longe de tudo e de todos.
Dezenas de pessoas trabalhavam naquele local, então, durante todo o dia, noite e madrugada, o movimento era grande. Naquele momento, me encontrava próxima a ele, ele que levaria nossos astronautas para o espaço com o intuito de nos salvar do fim. Era impressionante. Sempre que estava ali, me sentia, de certa forma, melancólica.
— Está perfeitamente correto — sorriu brevemente ao me devolver a prancheta. — Está ansiosa com o lançamento?
— Sim. Você não?
— Nah, eu já vi alguns lá nos Estados Unidos.
— E como é?
— Se tratando de um evento que pode mudar o futuro do planeta, devo dizer que o da próxima semana vai ser emocionante.
— Nós temos que estar aqui, né?
Pensei em , em como gostaria de estar com ele.
— Provavelmente vamos estar aqui. E você como astrofísica vai ter que ficar em comunicação com os astronautas a respeito de tudo que eles vão ver lá em cima.
Meu coração sempre disparava com as responsabilidades, mas, no decorrer dos meses, fui aprendendo aos poucos a lidar com tudo aquilo. Meus cálculos eram sempre supervisionados por Toshiko, e me sentia mais confiante quando estávamos juntos, ao passo que me passava toda a sua experiencia, mesmo tendo a idade parecida.
O dia tão esperado por todos chegou com o Sol dando as caras em Darmstadt, parecia que o clima estava tentando fazer uma despedida bonita aos astronautas com o céu azul acima das nossas cabeças.
O lançamento ocorreu ao meio-dia e ponto. A contagem regressiva feita pelo diretor de operações parecia acompanhar a batida do meu coração. Não pude sair, não pude ver , mas estava com pessoas que se tornaram minha segunda família naqueles últimos meses.
Certo tempo depois, boas semanas, era madrugada na Alemanha e continuávamos trabalhando intensamente, mantendo o contato com os astronautas e os guiando na missão no espaço. Corpos celestes são todo e qualquer astro que se encontra no espaço sideral, e com a minha experiencia, tinha que mantê-los informados se algum pudesse ser prejudicial à missão.
Mas isso não aconteceu.
Tudo deu certo.
Certo. Certo era uma palavra pequena, mas que significava muito. Certo era sinônimo de correto. E correto nos trazia a sensação de que tudo ficaria bem, depois desses meses cansativos, tudo ficaria finalmente bem.
A bomba explodiu precisamente no meio do asteroide. Da forma que havíamos calculado. Fazendo com que o dito cujo se partisse em pedaços que não eram prejudiciais à vida na Terra. Eles se dissipariam ao passar por uma de nossas camadas. Ninguém seria atingido. Nem mesmo por fragmentos.
Eu não fazia ideia que reação teria ao receber a notícia que tudo tinha dado certo. Que fizera parte da equipe que ajudou a salvar o mundo. Tudo aquilo era ainda muito surreal. Quando o astronauta chefe deu o sinal positivo, o local onde estava com meus colegas explodiu em gritaria ensurdecedora. Minhas bochechas tomadas por lágrimas e meus olhos produzindo outras. Olhei para o meu lado e vi Toshiko com um sorriso tão grande, desde que ele chegara nunca tinha visto aquele sorriso.
— Conseguimos, Dinamarca.
Após abraçá-lo e fazer o mesmo com outras pessoas, peguei meu celular e saí para o corredor onde o barulho podia ser ouvido, mas era um pouco menor. Apertei trêmula o botão para que a chamada rápida se concretizasse e encostei meu corpo na parede, sentindo todos os meus músculos doerem. Há dias trabalhava sem parar e sem vê-lo.
O mundo sabia do asteroide, no entanto não tinha ideia do plano. A Falcon foi colocada no espaço sob o olhar de poucas pessoas e voltaria da mesma forma, contudo algo seria diferente.
O planeta estava salvo.
A ligação estava quase caindo quando ele atendeu rouco e senti meu coração pular. Minha boca ficou seca e lágrimas e mais lágrimas brotavam em meus olhos.
— Nós conseguimos — sussurrei com a voz fina, sentindo meu corpo se arrepiar.
— Eu tô indo aí. — Desligou.
— ? Cacete! — Olhei para o aparelho em minhas mãos.
— Dinamarca? — Escutei uma voz e vi Toshiko parado na porta. — Falando sozinha? — riu ao se aproximar.
— Não. Tendo que lidar com um namorado que faz as coisas do nada. — O olhei. — Feliz?
— Tenho vontade de dançar de tanta felicidade, e olha que nem sei dançar.
— Algumas mexidas já são um começo. — Mexi meu quadril de um lado e pro outro, ele riu, mas fez o mesmo, ainda rindo.
— Vou sentir saudade.
— Eu também. Promete me ligar? Nem que seja às vezes.
— Nos falaremos por mensagens sempre.
— Já é ótimo pra mim, Tóquio — ri ao pronunciar seu apelido.
Minutos depois, uma mensagem de avisando que se encontrava do outro lado do portão fez com que eu pegasse minhas coisas desesperadamente e saísse para o exterior do complexo. Uma fina chuva caía, minha respiração ofegante e quente se transformava em fumaça próxima ao meu rosto, mas eu não ligava ao correr descabelada em direção ao portão.
— Tommy abre o portão, por favor — pedi aos berros, antes de me aproximar. Dito e feito, o portão pintado em azul escuro de correr abriu rapidamente e eu passei por ele como um borrão, me jogando em , que me esperava próximo ao carro com os faróis acesos.
Uni nossos lábios em um beijo tão intenso que chegou a doer. Nossas línguas se tocaram, explorando a boca um do outro como se fosse a primeira vez. Minhas mãos se firmaram entre seus fios, os puxando, e ele manteve as mãos em minha cintura enquanto a apertava. Quando nos separamos, ficamos nos olhando por breves segundos e umedeci os lábios.
— Casa comigo — ele falou ofegante.
Meu coração estava na garganta e o sentia bater fortemente. Mantinha uma das minhas mãos em seu ombro, mantendo meu corpo no colo de .
Do casaco, retirou uma caixinha pequena, e ofeguei. Fui colocada no chão e imediatamente minhas mãos taparam meus lábios em choque com o que acontecia.
— Quero passar o resto da minha vida com você, . E vamos viver muito ainda. E ser felizes.
— ... — Minha voz quase não saiu.
— Eu te amo. Eu te amo demais, minha linda.
Mordi o lábio inferior deixando que lágrimas escorressem pelas minhas bochechas. Meneei a cabeça positivamente e estiquei uma das mãos trêmulas.
— Aceito passar o resto da minha vida com você. Eu te amo!
O colocar do anel fez com que meu coração explodisse dentro do meu peito de felicidade, eu nunca havia me sentido daquela forma. Unimos nossos lábios em um selinho comportado.
— Com você sempre no topo do mundo — murmurei depois de observar a aliança em meu dedo e usar algo que ele costumava falar para mim.
— No topo do mundo — acrescentou.
Darmstadt, Alemanha.
Olhei para o relógio em meu pulso e vi que eram 5h00, suspirei. Ao entrar na sala de reuniões, onde nos encontrávamos pelo menos uma vez por dia, outros cientistas já estavam cochichando a respeito do porquê havíamos sido tirados abruptamente da cama naquele horário. Um alarme ecoava pelo centro e uma luz vermelha piscava nos corredores, dando a entender que algo sério ocorrera.
— O que será que está acontecendo, hein? — questionei Jensen, que estava ao meu lado. Ele deu de ombros, abraçando os braços.
A sala possuía um carpete cinza claro, dando um visual nada moderno ao local, as bancadas com computadores de última geração estavam espalhadas pela sala, alguns monitores maiores ficavam nas paredes, assim como um relógio enorme com números em vermelho para que chamassem a nossa atenção.
— Bom dia — o diretor de operações falou com um tom de voz calmo, em uníssono respondemos e notei-o olhar para as mãos, seu corpo se encontrava apoiado em uma das bancadas. — Não tem como eu ser simples ao explicar a vocês o que está acontecendo, então vou simplesmente falar, ok? — Ele passou os olhos por todos nós e eu senti minha garganta mais seca do que nunca. — Um asteroide está em rota de colisão com a Terra.
Houve um murmúrio. Logo tornou-se falações. E, segundos depois, conversas paralelas. Minhas mãos estavam suadas e eu tentava de todas as formas passá-las, sem sucesso, pela calça de moletom para secá-las. Olhei para Jensen ao meu lado e ele retribuiu o olhar confuso, o pânico instaurado em sua expressão.
— Sei que vocês têm questões, eu também — continuou a falar, após alguns segundos de silêncio, como se também digerisse toda situação. — Mas amanhã saberemos melhor a respeito. Cientistas estão vindo para cá. De todo o mundo e...
— Você diz rota de colisão, mas isso significa extinção em massa, certo? — Ouço Jensen questionar, firme.
— Ainda não sabemos o tamanho, a que velocidade se desloca e qual provavelmente será a área que irá atingir. A Nasa analisou as imagens dos seus satélites e, baseado em outros aspectos, puderam calcular a sua trajetória atual. — A pausa era necessária. O ar daquele lugar pesava toneladas naquele momento. — Eu não vou exigir que ninguém fique. Vocês podem ir embora agora mesmo, no entanto, se estão aqui, é porque são os melhores nas suas respectivas áreas e podem nos ajudar. E muito.
Respirei fundo, tentando fazer com que ar entrasse em meus pulmões e me deixasse tranquila diante daquele cenário. Voltei a apertar o centro da palma da minha mão e fechei os olhos escutando outros cientistas fazerem outras perguntas, que naquele momento foram completamente ignoradas pelo meu cérebro.
Fui levada ao dia da minha formatura na cidade de Arhus, na Dinamarca. O calor com um céu azul inimaginável. O cheiro da grama misturado com o colorido das plantas espalhadas pelo campus, todavia, o que fazia com que meu coração se sentisse afagado era o sorriso de . A forma como as palavras saiam perfeitamente de sua boca, como me tocava e me beijava. Cogitar não fazer mais isso fazia com que meu coração doesse.
— Você está bem? — Ouvi Jensen perguntar ao meu lado quando coloquei uma das mãos em meu peito.
— Acho que não. — Neguei com a cabeça e fiz uma careta rápida.
— O que acha de pegarmos as nossas coisas nos dormitórios? Aí podemos ir tomar café da manhã juntos. — Deu de ombros ao falar.
— O mundo vai acabar e você quer tomar café da manhã? — Algo como uma risada leve soou entre meus lábios.
— Com muito bacon, por favor. Que tal? Nos encontramos no estacionamento em 30 minutos.
— Feito — eu só concordei.
Quarenta minutos se passaram. Eu chequei em meu relógio. Nós estávamos sentados um de frente para o outro em um restaurante simples próximo ao trabalho, que abria 24 horas. O movimento era fraco. Um homem se encontrava sentado no balcão, deliciando-se com hamburguer e batata frita.
— Vou querer tudo que tiver direito no café da manhã, por favor — Jensen falou ao olhar para a garçonete parada próxima a nossa mesa. — E, ao invés de café, quero Coca-Cola.
Por cima do cardápio, percebi a mulher, que aparentava ter seus quarenta anos, arquear uma das sobrancelhas perfeitamente penteadas. Seus cabelos escuros estavam presos em um rabo de cavalo. Ela anotou no bloquinho em suas mãos.
— E a senhorita?
— O mesmo que o dele. Menos a Coca-Cola. Obrigada. — Sorri educadamente. Logo fomos deixados a sós e nossos olhares se encontraram. — Cacete! Você tem ideia disso?
— Acho que não temos ideia da magnitude que isso vai ser. — Jensen encostou-se no banco e soltou um suspiro. — Você pensa em ficar?
—N-n-não sei. — Neguei rapidamente com a cabeça, levando as mãos até o rosto e o tapando. — Caralho! Isso é muito grave, Jensen!
—Eu sei, ! É um asteroide — sussurrou a última palavra ao curvar-se em minha direção.
— Você vai ficar? — Afastei as mãos para olhá-lo.
— Não sei, sinceramente.
Nós dois ficamos em silêncio, ouvindo a TV que estava ligada no telejornal local alemão, e foi a minha vez de encostar na cadeira e suspirar. Milhões de coisas passavam pela minha cabeça e eu não tinha como colocar aqueles pensamentos em ordem.
Eu precisava de .
— Você vai contar pra ele? — Jensen pareceu ler meus pensamentos referentes a e, de início, não respondi, então ele continuou: — Acho que você deve contar, além de ser o que é um cara foda, ele é da área.
— O mestrado dele é em Física Nuclear.
— É Física, ! E ele é uma das pessoas mais inteligentes que já conheci.
Ficamos em silêncio novamente e ouvimos o rapaz que estava sentado na bancada com seu hamburguer às cinco e pouca da manhã questionando a garçonete se poderia lhe trazer mais batata frita.
— Estou pensando em como vou contar isso pra ele — falei do nada ao estralar um dos dedos.
— Sabe o que eu vou fazer? — me questionou e neguei. — Falar com o Clark só quando tiver certeza de tudo que está acontecendo. Hoje, quando chegar em casa, vou esquecer o que aconteceu. Amanhã, quando tivermos certeza de tudo, aí conto pra ele.
A ideia era tentadora, levando em consideração que estava em Copenhagen para visitar a mãe e terminar um curso de especialização na área dele há três meses. Nesse meio tempo, havíamos nos encontrado apenas duas vezes, e eu sentia falta dele em todos os segundos do dia. Estar com a mente ocupada trabalhando em Operações Espaciais ajudou no processo da cura ao passar as primeiras semanas sem ele.
Copenhagen, Dinamarca.
Após colocar meus óculos de armação preta, eu encarava aquela pequena caixa de veludo vermelha em uma das mãos, o tamanho era mínimo, mas o significado do gesto era gigantesco. Finalmente faria o que meu coração mandava há meses. Desde que chegara em Copenhagen para o curso e para visitar a minha mãe, não tinha dúvidas de que meu maior desejo era passar o resto da minha vida com .
Em um gesto rápido, guardei-a em um dos bolsos laterais da minha mochila, pensando em como faria o pedido. Eu não sabia. Não naquele momento. Ouvi passos no corredor e logo vi minha mãe abrir a porta com um sorriso no rosto e o barulho das chaves do carro em uma das mãos.
— Mãe! Eu disse que posso ir de táxi. Não quero te incomodar. — Coloquei uma das alças da mochila no ombro e a outra mala maior seria carregada e despachada.
— Qual é o problema? Mamãe quer te levar e passar mais um pouco de tempo com você, afinal, vai chegar naquela Alemanha e voltar quando? Só no Natal.
— Nós conversamos sobre isso, né? Venho te visitar assim que der, e outra, você pode me visitar também. Moramos em um apartamento que tem um quarto de hospedes.
— Assim que eu puder tirar uma folga lá no restaurante, prometo visitar vocês.
Me despedi de Brian, o novo labrador que minha mãe havia adotado há quatro meses. Fiz um carinho na cabeça dele, beijando-o logo depois e sentindo-o me lamber.
— Cuida da mamãe, ok? Você é o homem da casa, Bri. — O beijei novamente na cabeça e dessa vez o cachorro latiu.
Olhei no meu relógio de pulso e ainda faltavam 1 hora para que meu voo saísse de capital dinamarquesa em direção a Darmstadt, na Alemanha. Liguei o rádio do automóvel e me acomodei no banco de passageiro, mesmo depois de insistir persuasivamente para que dirigisse até o aeroporto, mas minha mãe negou.
— Eu coloquei o pote com os cookies favoritos da em cima da mesa, você pegou?
— Peguei! — Ri no instante em que ela parou o carro no local indicado para o desembarque. Feito isso, abri a porta e caminhei em passos rápidos até o porta-malas, tendo em vista que começava a nevar.
— Sabe que vou morrer de saudades, né?
Eu também iria. Desde os meus 15 anos, sempre fomos eu e minha mãe depois que papai morreu em um acidente de carro nos arredores da cidade, ao voltar de um trabalho, quando a neve caia forte. Com a mochila nas costas, a abracei fortemente, beijando-a, e ri quando seus cabelos loiros e compridos bateram em meu rosto.
— Assim que chegar te mando mensagem, tá bom? Eu te amo! — A beijei na testa.
— Tenho muito orgulho de você, sabia? — ela falou quando me acariciou no rosto, e eu concordei com a cabeça. — Eu sei que fui a pessoa que sempre disse coisas ridículas a respeito do seu trabalho, mas agora entendo e vejo o quanto você ama fazer o que faz. E isso me dá orgulho. Eu te criei pra ser assim.
Senti meus olhos arderem, mas tentei segurar as lágrimas, no entanto, uma tímida escorreu pelo meu rosto, que foi limpo imediatamente por minha mãe enquanto sorriamos de leve um para o outro. Meu coração doía ao deixá-la.
— Assim que eu chegar em Darmstadt, te mando mensagem. — A beijei pela última vez no rosto, pegando a minha mala e saindo em direção a entrada do aeroporto, mas sem antes olhar para trás uma última vez e acenar.
Logo que a mala foi despachada, peguei com a companhia área o cartão de embarque e fui em direção ao portão mencionado no papel em passos lentos. O aeroporto estava com um movimento menor que o normal por conta da época do ano. Senti meu celular vibrar dentro do agasalho e me apressei para pegar o aparelho.
: Ei, gato. Vou te esperar no lugar de sempre, tá? Não acredito que vamos dormir abraçadinhos hoje. Te amo.
Sorri feito bobo com a mensagem. Aquela mulher mexia comigo de maneiras que não conseguia explicar. Me apressei em responder à mensagem e, alguns passos depois, cheguei no local do embarque que começaria em alguns minutos. Peguei um livro de ficção cientifica guardado em minha mochila e, enquanto não fosse anunciado o voo, adiantaria algumas páginas.
Darmstadt, Alemanha.
Quando a roda do avião tocou o solo, o contato das rodas fez com que eu me movesse na poltrona e abrisse os olhos de um jeito cansado para a janela ao meu lado. Notei o céu nublado e escutei um último recado do piloto.
“Boa tarde, passageiros. Acabamos de aterrissar em Darmstadt. A temperatura na cidade é de 3ºC com sensação térmica de -1ºC. Gostaríamos de agradecê-los pela escolha.”
Fui apressado, admito, mas aquele tempo sem deixava meu corpo à mercê de ações ma. Peguei a mochila no compartimento de bagagens e saí atras de uma família alemã, que falava alto sobre algo que eu não entendia. Esperei ansiosamente pela minha bagagem de mão na esteira e, logo que a vi, peguei e sai em passos rápidos em direção a porta de saída.
Estranhamente, ao sair pela porta e sentir o frio me abraçar, me senti em casa. Nunca imaginaria que alguns anos na Alemanha fariam com que eu mudasse de opinião, no entanto, sabia que aquilo tinha nome e sobrenome.
.
Dito e feito. Ela me esperava com as costas apoiada no nosso carro. Quando nossos olhares se encontraram, eu sabia que o arrepio intenso não era pelo frio. Apressei meus passos e larguei a mala de mão juntamente com a mochila, que tirei rapidamente das costas, ambas no chão e, quando dei por mim, nossos corpos estavam grudados e as pernas de envolviam minha cintura. Meu rosto estava na curva de seu pescoço e ela cheirava casa, aconchego, paz e tranquilidade.
Não resisti em beijá-la naquele local. Era incrível a atração que existia entre os nossos corpos. Ouvi arfar de leve e adentrar os dedos entre os meus cabelos, os puxando delicadamente.
— Eu senti tanto a sua falta, tanto. — procurou meus lábios. Ao virar o rosto em minha direção, os achou. Imediatamente, iniciamos um beijo intenso com as nossas línguas se tocando desesperadamente, ávidas por toque e afeto. Como se estivéssemos só nós dois ali naquele aeroporto.
— Vamos pra casa? — sussurrei quando partimos o beijo. — Por favor — implorei.
— Agora mesmo! — riu.
Todo percurso do aeroporto até a nossa casa foi feito um pouco mais lento do que o normal, pois pequenos flocos de neve começavam a cair do céu, dando significado àquele dia nublado e com a temperatura baixa.
— Pega só a sua mochila, ! — riu ao me ver sair do lado do motorista apressadamente e caminhar da mesma forma até a porta da residência, onde ela usava as chaves para destrancá-la. — Pra você mandar uma mensagem pra sua mãe. Tenho certeza de que prometeu mandar mensagem quando chegasse, né? — sorriu ao se apoiar na maçaneta, após abri-la.
— Como você me conhece tão bem? Que esquisito! — brinquei ao passar por ela, piscando marotamente e tateando à procura pelo celular que eu havia guardado ao aterrissar.
— Isso acontece quando você conhece alguém há algum tempo...digo, muito.
Digitei a mensagem tão rapidamente quando achei o celular que reli algumas vezes para ver se não havia escrito nenhum absurdo, mas estava tudo correto: “Oi, mãe. Acabei de chegar em casa. Foi tudo tranquilo. mandou um beijo. Te amo.”
— Falei pra minha mãe que você mandou um beijo — disse um pouco mais alto ao reparar que estava sozinho na sala.
— Ótimo. Obrigada. Saudades dela, aliás. — Ouvi a voz de um pouco mais longe.
Ao tirar os sapatos, caminhei pelo carpete do apartamento em passos ansiosos pelo corredor, virando à segunda porta e parando imediatamente ao ver a cena daquela mulher dos meus sonhos, da minha vida para sempre, de costas pra mim e abrindo o feixe do sutiã.
Engoli seco, tão seco que minha garganta doeu. A calça jeans que usava, instantaneamente, parecia ser uns cinco tamanhos a menos, tendo em vista o pico da minha excitação.
Porra.
Eu sabia o que tinha pensado ao vê-la daquela forma, mas um murmúrio deve ter saído entre meus lábios, pois aquela mulher virou-se para mim com o sorriso mais depravado em seus lábios. Seus cabelos caíam sobre os seios, ainda sim os mamilos duros eram vistos entre os fios. Salivei.
— Você não acha que está vestido demais?
Concordei. Eu concordava plenamente. O que ela pedisse, eu iria fazer. De forma atrapalhada, comecei a abrir os botões da calça jeans que me incomodava ao extremo, logo mexi as pernas para que ela caísse no chão e me deixasse livre.
Notei o olhar de passear pelo meu corpo e parar em minha cueca com a excitação tão evidente. Outras peças foram jogadas no chão e a vi se aproximar em passos lentos com o sorriso malicioso nos lábios.
— Amor. Faltou você tirar uma coisa só. Quer dizer, duas. — Molhou aqueles lábios que tive vontade de beijar imediatamente, mas me controlei, já que pensava no que havia dito. esticou uma das mãos até meu rosto e retirou meus óculos. — Melhor assim.
Senti-a passar ambos os braços em volta do meu pescoço, fazendo assim com que nossos corpos ficassem completamente grudados. Os mamilos duros de roçavam em minha pele, me provocando sensações que não sabia por quanto tempo iria aguentar. O rosto dela, tão próximo ao meu, não podia deixar de observar seus detalhes.
Lambi seus lábios, emendando um beijo intenso e cheio de desejo logo depois. Uma das minhas mãos que estava em sua cintura rapidamente correu até a nuca, a acariciando. Mordi seu lábio inferior, ouvindo a garota arfar, e sorri mesmo durante o beijo. Imediatamente minha boca estava em seu pescoço, beijando-a com a mesma vontade, o gosto da sua pele, seu cheiro, os sons e reações que seu corpo produzia faziam com que o meu a quisesse com mais ganância.
Um gemido mais alto escapou dos lábios de quando suguei com vontade seu mamilo enrijecido, uma de suas mãos correu até meus cabelos, os segurando com força, e podia sentir ao tocar a sua pele como estava arrepiada de excitação. Minhas mãos passearam pelo seu corpo, logo chegando na bunda e a apertando com força. Meu corpo estava igual ao dela, inteiramente arrepiado de tamanha que era minha excitação.
Não aguentando mais nenhum segundo, voltei a beijá-la nos lábios ao passo que a puxava para cima, fazendo com que suas pernas se entrelaçassem em minha cintura. Dessa forma, dei passos pequenos até a cama e a joguei sem cerimônia entre o edredom e alguns travesseiros.
— Já te disse que, quando estamos juntos, sinto que estou no topo do mundo? — indaguei com meu corpo sobre o dela. Naquele momento, vi seus olhos brilharem de um jeito que eu nunca notei antes. Senti que ela abria delicadamente as pernas para que me colocasse entre elas. — Promete que vamos ficar juntos pra sempre?
Seu corpo se arrepiou com a pergunta e, no mesmo segundo, seus olhos se marejaram. Fui para falar alguma coisa, mas ela levantou um pouco o tronco unindo nossos lábios em um selinho comportado.
— Você é realmente o romântico da relação — sussurrou quando nos separamos.
— Se eu não fosse, onde estaríamos agora? — sorri e ela correspondeu instantaneamente.
— Aqui. No mesmo lugar. Só que sem essas falas românticas lindas — riu de leve ao me acariciar no rosto, virei um pouco para beijá-la em uma das mãos conforme movia lentamente meu quadril e pude vê-la arfar com o contato das nossas intimidades. — Caralho, !
Meu desejo era provocá-la até não aguentar mais, todavia, as semanas que estávamos separados por quilômetros faziam com que aquela brilhante ideia fosse para o ralo ligeiramente. Não aguentava mais sentir pele com pele e não a sentir de fato do jeito que ansiávamos. Aquela cueca me incomodava desde que entrei no quarto e tirá-la foi um alívio, fiz o mesmo com a peça intima de e logo terminava de colocar a camisinha.
Dei uma bela olhada em seu corpo, que estava perfeitamente encaixado no meu, com as pernas em minha cintura. Com os joelhos apoiados na cama, passei as mãos pelas suas coxas, as apertando fortemente e mordendo o lábio com força, sentindo um arrepio intenso ao vê-la reproduzir o gesto. Subi pela lateral do corpo de , sentindo como a pele dela ficava arrepiada com aquele ato. Parei em seus seios, tocando os mamilos excitados com delicadeza e os segurando entre meus dedos. Um gemido escapou entre seus lábios.
— Pede — ordenei ao olhá-la nos olhos, que me devolveu o olhar no mesmo segundo com desejo, luxuria e tesão.
Mordendo o lábio inferior do jeito mais sensual que conseguiu, moveu o quadril fazendo com que, levemente, nossas intimidades se tocassem. Ligeiramente curvei meu corpo em sua direção, me mantendo no meio das suas pernas, e deixei meu pau na entrada da sua boceta, ansiando pelos segundos seguintes.
— Me come!
Meu coração, que já batia de forma descompensada, ao ouvir aquelas palavras saindo da boca daquela mulher, foi parar na minha garganta. Não pensei duas vezes e deixei que meu pau simplesmente deslizasse pela sua entrada. Gememos juntos, com nossos olhares conectados, quando sentimos que estávamos definitivamente um no outro. correu uma das suas mãos até a minha nuca e segurou com firmeza entre meus cabelos no momento imediato em que iniciei os movimentos.
Eu a preenchia por completo e ela me recebia quente e úmida como se tivéssemos sido feitos de forma perfeita um para o outro naquele quesito. Entre os barulhos de choques constantes dos nossos corpos, ofegadas, gemidos, arfadas e palavras sem sentidos, rapidamente me sentei na cama e a puxei para o meu colo. Um gemido mais longo ecoou por seus lábios e aquilo fez com que, mesmo sentado, eu movesse meu quadril contra o dela, fazendo com que as sensações fossem ainda melhores.
— Caralho, eu não fazia ideia de como estava com saudade de você. Do seu corpo...
— Cala a boca...
Não tive tempo sequer de rir, minhas mãos grudaram ainda mais em sua cintura, a mantendo em movimento constante entre nossos gemidos e ofegadas. Um arrepio intenso me percorreu a espinha e sabia o que significava, minhas mãos correram pelo corpo de , sentindo seus pelos ouriçados e um sorriso maroto brotou entre meus lábios pensando em como nossos corpos estavam em sintonia.
Gemi alto quando ela iniciou movimentos rápidos com o quadril ao rebolar em meu colo. Involuntariamente, a segurei na cintura, mas a incentivei para que fosse mais rápido, visto que queríamos aquele orgasmo mais do que tudo naquele momento. Mantivemos nossos olhares conectados, nossas testas grudadas enquanto eu sentia meu pau ser apertado deliciosamente pela sua boceta e gemia com aquela sensação. A apertei com mais firmeza na cintura, sabendo que deixaria marcas, mas sabia que estávamos atingindo o ápice juntos.
— Deu pra entender como você estava com saudade. — A ouvi dizer no instante em que nos jogamos na cama, suados, ofegantes e com os batimentos cardíacos alterados. Ri do que ela dizia e me aproximei para um selinho comportado.
— Eu te amo — disse, olhando-a profundamente nos olhos.
— Eu te amo — sorriu.
A sensação que eu tinha era que vivia uma vida dupla. Desde o fatídico dia em meu trabalho que soube a respeito do asteroide, tudo mudou. Queria contar a . Sobre tudo, mas a verdade é que eu não sabia de nada, não ainda. Então, no dia em que ele voltou de Copenhagen, me esforcei para esquecer o que estava acontecendo e poderia vir a acontecer futuramente para me dedicar 100% nele. E foi o que aconteceu. Passamos boa parte do dia frio e nublado na cama. Apesar disso, era constantemente abarrotada de pensamentos referente ao que ouvira no trabalho.
— Você quer alguma coisa do supermercado?
Meu olhar estava perdido no lado de fora enquanto ele dirigia em direção ao meu trabalho. Minha mente borbulhava como seria receber a confirmação de que o fim de todos seria fatídico e eminente, em como eu iria contar a ele, como o mundo receberia a notícia e o quanto iríamos ou poderíamos ajudar.
— ? — esticou uma das mãos e tocou meu joelho, fazendo com que eu me sobressaísse. — Tudo bem?
— Tudo — menti. Tentei sorrir. — Desculpa, amor, eu estou com um pouco de dor de cabeça. — Aquela parte não era totalmente mentira, tendo em vista que minhas têmporas começavam a doer pela quantidade e a velocidade dos meus pensamentos.
— Há algo que eu possa fazer pra ajudar? — questionou ao entrelaçar nossos dedos e levar uma das minhas mãos até seus lábios para beijá-la, eu sorri verdadeiramente com aquele gesto.
— Tem um remédio na minha bolsa e eu tomo assim que chegar lá, obrigada. Você poderia comprar aquela nossa massa favorita? Me deu vontade de cozinhar hoje à noite.
— Massa favorita, check — falou de um jeito engraçado e ri, sentindo meu coração doer, não queria imaginar não viver mais isso. Ele soltou a minha mão para que pudesse dirigir de forma segura e virou a rua onde me deixaria.
No momento em que parou o carro, me virei para unir nossos lábios, de início, em um selinho demorado, que logo se transformou em um beijo intenso de despedida. Terminei o beijo com vários selinhos e um sorriso bobo nos lábios.
— Isso é muito meloso pra mim, mas vou sentir a sua falta hoje.
— Tem razão isso é muito meloso pra você — concordou ao me dar um beijinho na ponta do nariz, me fazendo sorrir.
— Te vejo mais tarde.
A temperatura baixa me abraçou no instante em que saí do automóvel, e vi sair em disparada logo depois de acenar pela última vez, mas eu não me importava, o que me esperava lá dentro era muito pior.
Passei por todas as áreas de segurança até entrar no prédio em que trabalhava com meu cartão de acesso. Deixei meus pertences nos armários dos funcionários e caminhei em passos ansiosos até a sala de reunião de ontem.
O encontro com cientistas de outros países teria sido interessante, se o motivo não fosse trágico. A reunião se iniciou minutos depois e tudo que vi, vivi e aprendi na área da Física não foram suficientes para me preparar para tudo que fora dito.
Nós estávamos fodidos.
O ar dentro daquela sala parecia pesar toneladas depois de tudo que o diretor de operações do Centro Europeu de Operações Espaciais onde trabalhávamos, somado ao diretor da NASA, nos apresentou.
Velocidade é uma grandeza importante na Física. É vetorial, que possui módulo, direção e sentido.
O dito cujo, era a forma que eu o chamava, tinha uma velocidade de 80 mil km/h e a NASA o classificou como NEO (em inglês Near Earth Objects), ou seja, objetivo próximo à Terra. Seu diâmetro era maior do que 5 quilômetros e isso já era necessário para que, no lugar que caísse, houvesse destruição.
— Eu não tenho o que dizer a vocês para que se sintam melhor — Ethan, nosso diretor de operações, falou cabisbaixo. — Mas a NASA decidiu vir para cá para que se chame menos atenção possível em torno disso. Não queremos alarmar o mundo. Queremos salvá-lo.
Tínhamos seis meses até que ele nos atingisse.
A caixinha com a aliança pulava em minha mão trêmula e eu tentava de todas as maneiras repassar o passo a passo que havia pensado durante todo o dia em relação ao pedido. Esperaria sair do banho. Ainda de toalha, a chamaria para se sentar ao meu lado na cama e falaria coisas bonitas que vinham do meu coração. Não poderia viver mais um dia sabendo que aquela mulher não seria minha para sempre. Que seríamos uma família.
Respirei fundo quando o barulho do chuveiro cessou e, no instante em que a porta abriu, pensei em começar a falar. Mas ao vê-la com os olhos vermelhos, como quem se debulhou em lágrimas, imediatamente me levantei, colocando a caixinha em meu bolso, e fui pra mais próximo dela.
— O que aconteceu? — investiguei cautelosamente. Ela negou com a cabeça, fazendo uma careta e parecendo que voltaria a chorar em segundos. Então a puxei por uma das mãos e me sentei na cama fazendo com que ela se sentasse em meu colo. — ! — Minhas mãos estavam em seu rosto e fiz com que me olhasse nos olhos. — Você pode me contar qualquer coisa — disse, por fim.
Ela fungou algumas vezes e senti meu coração dar algumas cambalhotas com o que poderia ter acontecido. Imaginei que a dor de cabeça que reclamou pela manhã era algo relacionado com uma futura TPM e sabia que aquele era um dos sintomas.
— Um asteroide está em rota de colisão com a Terra — falou em um fio de voz. Tive dificuldade para entendê-la, mas franzi o cenho com as suas palavras. — Ele é grande e tá vindo rápido. Se cair inteiro, é o nosso fim. Se ele cair em fragmentos...
Meu coração batia tão forte que eu o sentia em minha garganta. A puxei para que se acomodasse em meu corpo e a beijei no topo da cabeça em meio dos seus cabelos bagunçados. Minha primeira preocupação foi a minha mãe em Copenhagen, tive desejo de levantar naquele instante e pegar o telefone imediatamente.
— Já foi dito onde ele pode cair? Ou os fragmentos?
— No Norte do Oceano Indico, próximo à Índia. 70% do nosso planeta é coberto por água, então a probabilidade de cair em um dos Oceanos era realmente maior.
Eu tinha mais perguntas. Um milhão delas, mas se levantou tão bruscamente do meu colo que me esqueci por um instante o que estava acontecendo.
— , última pergunta: quanto tempo?
— 6 meses. — Seu tom de voz era baixíssimo.
Me levantei e a abracei com toda força que consegui reunir.
— O que acha de tomarmos um vinho? Sempre ajuda! — Abaixei o rosto para tentar olhá-la nos olhos.
— Estou precisando.
— Precisa também colocar uma roupa quente, então te ajudo.
Feliz por ter tirado mínimos risinhos dos lábios de , a puxei por uma das mãos e assim fomos até o armário para que encontrássemos um pijama.
A situação era a pior possível.
Na verdade, era indigerível.
Eu estava com meu olhar perdido enquanto a olhava colocar o pijama. Ela notou.
— Por que faz isso? — a ouvi indagar. Franzi o cenho sem entender. — Por que ficar?
—Você ainda pergunta? Além de eu te amar — molhei os lábios antes de voltar a falar —, você esteve comigo em um dos piores momentos da minha vida.
Nada precisava ser dito, mas resolvi falar.
— Eu me lembro até hoje de como estava o ar naquele dia. Pesado. Tenso. Frio. Era frio, mas ao mesmo tempo triste. E, no meio do enterro do meu pai, quando você — engoli tentando abafar o ardor dos meus olhos — pegou na minha mão, o Sol penetrou no meio daquelas nuvens pesadas. E depois daquele frio, daquela chuva, veio você. Meu Sol.
De pé, ela me olhava falar com os olhos marejados e as bochechas com lágrimas.
— Você é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, minha linda — a chamei daquela forma, vendo-a sorrir. — E vocês vão dar um jeito. Vocês são, ah, o que mesmo? Gênios.
— Eu não sei se consigo. — Ela sentou-se no meu colo e passei meus braços ao redor da sua cintura.
— Você consegue, . Sabe por quê? Eu acredito em você. — A beijei na ponta do nariz quando se virou para me olhar. — Agora, nós vamos tomar aquele vinho, ver uns episódios aleatórios de Jane The Virgin e dormir agarradinho. O que acha?
— Não há lista de afazeres mais perfeita do que essa.
Eu tinha certeza de uma coisa: os próximos meses seriam os mais difíceis da minha vida, e não estava errada. O Plano A da Nasa, juntamente com outros órgãos de estudos espaciais, era reunir um grupo notável de astronautas, de diversos países, que voasse a bordo de um foguete e explodisse uma bomba de alta potência no asteroide.
Dois meses foram necessários para que a equipe fosse montada e treinada. Nesse meio tempo, nós cientistas fazíamos cálculos atrás de cálculos para ter certeza de que o plano daria certo.
Um mês se passou e faltava uma semana para o lançamento quando a notícia do asteroide vazou mundialmente. Com as redes sociais e as altas tecnologias, o assunto dominou a internet e os jornais, não se falava de outra coisa. No entanto, a brilhante ideia da Nasa de ter vindo a Darmstadt, estava surgindo efeito, tendo em vista que não faziam ideia de que o lançamento do foguete seria feito na cidade.
— Fiz os últimos cálculos, você poderia dar uma olhada? — perguntei a Toshiko, o cientista japonês, que chegou com a trupe que veio dos Estados Unidos há meses. Como éramos da mesma área, sempre estávamos juntos e acabamos nos tornando amigos. — Tóquio? — o chamei pelo apelido que eu havia lhe dado.
— Vou ter que começar a te chamar de Dinamarca? — Ele me olhou com a sobrancelha arqueada e sorri.
— Eu já disse que não vou me importar. — Entreguei a prancheta a ele.
— Hum, então feito. Deixe-me ver.
Seus olhos passaram pelo papel rapidamente enquanto murmurava alguns números e equações, e perdi meu olhar no local onde nos encontrávamos. O Centro Europeu de Operações Espaciais nesses últimos meses havia construído um enorme galpão ao lado do seu complexo para que o manejo, montagem e a finalização do foguete fosse ali. Longe de tudo e de todos.
Dezenas de pessoas trabalhavam naquele local, então, durante todo o dia, noite e madrugada, o movimento era grande. Naquele momento, me encontrava próxima a ele, ele que levaria nossos astronautas para o espaço com o intuito de nos salvar do fim. Era impressionante. Sempre que estava ali, me sentia, de certa forma, melancólica.
— Está perfeitamente correto — sorriu brevemente ao me devolver a prancheta. — Está ansiosa com o lançamento?
— Sim. Você não?
— Nah, eu já vi alguns lá nos Estados Unidos.
— E como é?
— Se tratando de um evento que pode mudar o futuro do planeta, devo dizer que o da próxima semana vai ser emocionante.
— Nós temos que estar aqui, né?
Pensei em , em como gostaria de estar com ele.
— Provavelmente vamos estar aqui. E você como astrofísica vai ter que ficar em comunicação com os astronautas a respeito de tudo que eles vão ver lá em cima.
Meu coração sempre disparava com as responsabilidades, mas, no decorrer dos meses, fui aprendendo aos poucos a lidar com tudo aquilo. Meus cálculos eram sempre supervisionados por Toshiko, e me sentia mais confiante quando estávamos juntos, ao passo que me passava toda a sua experiencia, mesmo tendo a idade parecida.
O dia tão esperado por todos chegou com o Sol dando as caras em Darmstadt, parecia que o clima estava tentando fazer uma despedida bonita aos astronautas com o céu azul acima das nossas cabeças.
O lançamento ocorreu ao meio-dia e ponto. A contagem regressiva feita pelo diretor de operações parecia acompanhar a batida do meu coração. Não pude sair, não pude ver , mas estava com pessoas que se tornaram minha segunda família naqueles últimos meses.
Certo tempo depois, boas semanas, era madrugada na Alemanha e continuávamos trabalhando intensamente, mantendo o contato com os astronautas e os guiando na missão no espaço. Corpos celestes são todo e qualquer astro que se encontra no espaço sideral, e com a minha experiencia, tinha que mantê-los informados se algum pudesse ser prejudicial à missão.
Mas isso não aconteceu.
Tudo deu certo.
Certo. Certo era uma palavra pequena, mas que significava muito. Certo era sinônimo de correto. E correto nos trazia a sensação de que tudo ficaria bem, depois desses meses cansativos, tudo ficaria finalmente bem.
A bomba explodiu precisamente no meio do asteroide. Da forma que havíamos calculado. Fazendo com que o dito cujo se partisse em pedaços que não eram prejudiciais à vida na Terra. Eles se dissipariam ao passar por uma de nossas camadas. Ninguém seria atingido. Nem mesmo por fragmentos.
Eu não fazia ideia que reação teria ao receber a notícia que tudo tinha dado certo. Que fizera parte da equipe que ajudou a salvar o mundo. Tudo aquilo era ainda muito surreal. Quando o astronauta chefe deu o sinal positivo, o local onde estava com meus colegas explodiu em gritaria ensurdecedora. Minhas bochechas tomadas por lágrimas e meus olhos produzindo outras. Olhei para o meu lado e vi Toshiko com um sorriso tão grande, desde que ele chegara nunca tinha visto aquele sorriso.
— Conseguimos, Dinamarca.
Após abraçá-lo e fazer o mesmo com outras pessoas, peguei meu celular e saí para o corredor onde o barulho podia ser ouvido, mas era um pouco menor. Apertei trêmula o botão para que a chamada rápida se concretizasse e encostei meu corpo na parede, sentindo todos os meus músculos doerem. Há dias trabalhava sem parar e sem vê-lo.
O mundo sabia do asteroide, no entanto não tinha ideia do plano. A Falcon foi colocada no espaço sob o olhar de poucas pessoas e voltaria da mesma forma, contudo algo seria diferente.
O planeta estava salvo.
A ligação estava quase caindo quando ele atendeu rouco e senti meu coração pular. Minha boca ficou seca e lágrimas e mais lágrimas brotavam em meus olhos.
— Nós conseguimos — sussurrei com a voz fina, sentindo meu corpo se arrepiar.
— Eu tô indo aí. — Desligou.
— ? Cacete! — Olhei para o aparelho em minhas mãos.
— Dinamarca? — Escutei uma voz e vi Toshiko parado na porta. — Falando sozinha? — riu ao se aproximar.
— Não. Tendo que lidar com um namorado que faz as coisas do nada. — O olhei. — Feliz?
— Tenho vontade de dançar de tanta felicidade, e olha que nem sei dançar.
— Algumas mexidas já são um começo. — Mexi meu quadril de um lado e pro outro, ele riu, mas fez o mesmo, ainda rindo.
— Vou sentir saudade.
— Eu também. Promete me ligar? Nem que seja às vezes.
— Nos falaremos por mensagens sempre.
— Já é ótimo pra mim, Tóquio — ri ao pronunciar seu apelido.
Minutos depois, uma mensagem de avisando que se encontrava do outro lado do portão fez com que eu pegasse minhas coisas desesperadamente e saísse para o exterior do complexo. Uma fina chuva caía, minha respiração ofegante e quente se transformava em fumaça próxima ao meu rosto, mas eu não ligava ao correr descabelada em direção ao portão.
— Tommy abre o portão, por favor — pedi aos berros, antes de me aproximar. Dito e feito, o portão pintado em azul escuro de correr abriu rapidamente e eu passei por ele como um borrão, me jogando em , que me esperava próximo ao carro com os faróis acesos.
Uni nossos lábios em um beijo tão intenso que chegou a doer. Nossas línguas se tocaram, explorando a boca um do outro como se fosse a primeira vez. Minhas mãos se firmaram entre seus fios, os puxando, e ele manteve as mãos em minha cintura enquanto a apertava. Quando nos separamos, ficamos nos olhando por breves segundos e umedeci os lábios.
— Casa comigo — ele falou ofegante.
Meu coração estava na garganta e o sentia bater fortemente. Mantinha uma das minhas mãos em seu ombro, mantendo meu corpo no colo de .
Do casaco, retirou uma caixinha pequena, e ofeguei. Fui colocada no chão e imediatamente minhas mãos taparam meus lábios em choque com o que acontecia.
— Quero passar o resto da minha vida com você, . E vamos viver muito ainda. E ser felizes.
— ... — Minha voz quase não saiu.
— Eu te amo. Eu te amo demais, minha linda.
Mordi o lábio inferior deixando que lágrimas escorressem pelas minhas bochechas. Meneei a cabeça positivamente e estiquei uma das mãos trêmulas.
— Aceito passar o resto da minha vida com você. Eu te amo!
O colocar do anel fez com que meu coração explodisse dentro do meu peito de felicidade, eu nunca havia me sentido daquela forma. Unimos nossos lábios em um selinho comportado.
— Com você sempre no topo do mundo — murmurei depois de observar a aliança em meu dedo e usar algo que ele costumava falar para mim.
— No topo do mundo — acrescentou.
FIM
Nota da autora: Sem nota.
Nota da beta: Que história linda (e quente também hahahah)! Amei esse casal e fiquei super feliz por descobrir que era uma continuação, porque já vou querer a primeira ficstape com eles. Parabéns pela história! <3
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Nota da beta: Que história linda (e quente também hahahah)! Amei esse casal e fiquei super feliz por descobrir que era uma continuação, porque já vou querer a primeira ficstape com eles. Parabéns pela história! <3
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