Última atualização: 07/01/2021

Capítulo Único

acordou com a luz do sol entrando pela janela. Levou a mão até o rosto, na tentativa de ofuscar os raios e continuar dormindo, mas um detalhe fez com que ela abrisse os olhos assustada: com exceção dela, a cama estava vazia.
Sentiu o coração disparar por uma fração de segundos, até que ouviu o barulho da água caindo do chuveiro. A porta do banheiro estava apenas encostada e podia até mesmo ver a fumaça da água quente invadindo o quarto pela fresta. As batidas do coração, antes aceleradas, diminuíram automaticamente.
Ergueu a mão direita para que pudesse admirar o anel de ouro que brilhava no dedo anelar, mas o que lhe chamou mais a atenção foi a pedra de diamante que refletia a luz do sol. já nem se lembrava de como era usar aquilo, quão bem ela ficava usando o adorno dourado.
Lembrava-se do dia que o ganhou, da surpresa em encontrar o rapaz ajoelhado na sua frente…

…Estavam em um quarto de hotel infinitamente maior que o necessário para acomodar duas pessoas, o qual proporcionava uma vista privilegiada para o mar. surpreendeu a garota com a escolha do local onde passariam as melhores férias de suas vidas, afinal de contas, ele costumava ser uma pessoa relativamente minimalista, sem se importar muito com grandes lugares, móveis luxuosos ou vistas deslumbrantes. Mas acabou descobrindo, eventualmente, que surpreendê-la sempre foi o objetivo dele.
E ele conseguiu.
— O que é isso? — ela perguntou sem entender.
Estava sentada na cama que compartilhou várias das aventuras do casal nos últimos dias, tentando entender como voltar para as malas todas as peças de roupas que tirara de lá. Eles não haviam feito tantas compras assim, afinal.
, por outro lado, já tinha fechado a sua bagagem na noite anterior, sempre muitíssimo organizado, e sem demonstrar qualquer problema com o zíper da sua mala.
Mas os problemas com as bagagens foram logo esquecidos quando encontrou o amado com um sorriso de lado, um sorriso esperto, satisfeito consigo mesmo, ajoelhado na sua frente.
?
— Fiquei preocupado em não conseguir segurar a ansiedade e acabar falando antes da hora, mas aqui estamos nós.
continuava não entendendo o que estava acontecendo.
Primeiro, não entendia por que estava ajoelhado na sua frente quando ela tinha uma bagunça enorme para resolver; segundo, o que ele acabara de falar era impossível, já que era a pessoa mais centrada e menos ansiosa que conhecia. Além disso, se havia alguém que sabia guardar um bom segredo, essa pessoa era ele.
— Então… Do que você está falando?
O sorriso dele aumentou.
… Você é a pessoa mais distraída que eu conheço. — ele deu uma risadinha.
E então ela viu.
Ela viu uma caixinha que, até então, não tinha reparado. Aquela caixinha sempre esteve entre os dedos dele?
— E é por isso que eu te amo. — abriu a caixinha que segurava. E de dentro dela… — Quer se casar comigo?

Infelizmente usou a aliança por pouco tempo.
Não porque deixou de gostar da enorme pedra sobre o dedo, mas porque... Bem… foi embora. E não porque ele quis, mas porque ele não teve escolha.
sabia disso. Sabia que as decisões que ele tomou estavam fora do seu controle, e ela não o culpava pelos anos em que ficou ausente, afinal, não existia a possibilidade de se recusar uma carta convocatória do exército uma vez que esta chegava na porta de casa…

— ...Está tudo bem, isso não é definitivo. O alistamento não é definitivo. — ele disse, insistindo em manter uma conversa positiva enquanto não conseguia falar nada. — Nós não precisamos termin…
não teve coragem de finalizar aquela frase.
— Vamos apenas adiar o casamento.
O jeito dele sempre tentar procurar pelo lado positivo de tudo, contornar as situações de modo a deixá-las menos desconfortáveis, era uma das características mais marcantes de . E amava o fato de que o noivo não pensava, nem por um segundo, em acabar com tudo o que eles tinham.
?
Ela olhou para ele. Não tinha percebido que estava encarando a porta do apartamento que dividiam desde que ele entrara por ela carregando o envelope branco com o emblema do exército desenhado no canto superior direito, grande, colorido, chamativo. Impossível de não ser reconhecido.
— O que me diz? — ele insistiu.

Não foi fácil. Apesar de ele ter feito questão de gastar a maioria das suas ligações com , ainda assim, não foi fácil.
O período em que ficaram longe foi preenchido pela saudade, uma saudade tão grande que chegou a se questionar, várias vezes, se não seria melhor simplesmente terminarem tudo o que tinham, apenas para se verem livres de obrigações que tinham um com o outro. Seria mais fácil continuar a tocar a vida sem se preocupar com o noivo no exército, da mesma forma que , provavelmente, se sentiria mais leve em ir para suas missões sabendo que não havia ninguém esperando por ele do lado de fora.
Mas nos poucos momentos em que se encontravam, durante as férias que ele conseguia tirar, nos dias que passavam juntos, as dúvidas, o questionamos sobre se aquilo era certo, simplesmente desapareciam. Porque sim, estarem juntos era certo. e … Aquilo era o certo.
E então as brigas que eles tinham eram simplesmente esquecidas e as ideias insanas de terminarem não passavam disso, de ideias insanas.
Eles tiveram muitas oportunidades de desistirem, era verdade, mas ver o amado sair do banho usando nada mais que uma calça de moletom surrada, caída na cintura, enquanto secava os cabelos com a toalha, dava à a certeza de que desistir nunca tinha sido uma opção, não de verdade.
Ao perceber que estava sendo observado, parou de passar a toalha nos fios molhados e sorriu.
— Bom dia.
Ela sorriu de volta.
— Bom dia.
Ele deixou a toalha em cima de uma cadeira e foi até a cama, juntar-se à noiva.
— Acho que não me lembrava da sensação que é acordar e te ver assim que abro os olhos.
O sorriso dela aumentou. Gostava quando era romântico e, para a sua sorte, o noivo não poupava momentos de romantismo quando estavam juntos.
Ele se sentou, deixando as costas apoiadas no encosto da cama, recebendo nos seus braços, a qual logo tratou de apoiar a cabeça no seu peito. Ela levou uma das mãos até o local, sentindo os músculos que o amado havia ganhado nos últimos anos em que ficou no exército.
— O alistamento fez bem para você. — ela disse dando uma mordidinha na pele desnuda do rapaz.
Ele riu divertido.
— Está brincando? Eu ganhei todas as batalhas, ah… — reclamou quando cravou as unhas no ombro dele.
— Hum… Então você é um vitorioso. — ela falou em tom de brincadeira.
Ele riu de novo. Há quanto tempo não se sentia assim? Leve, sem preocupações, apenas livre para curtir o momento, sem precisar pensar no amanhã?
A verdade era que e passaram por muitas coisas. A maioria delas, apenas eles tinham conhecimento. Seus amigos e familiares imaginaram que o casal estaria passando por dificuldades no relacionamento, mas nunca chegou ao conhecimento de ninguém as diversas vezes que e pensaram em desistir de tudo.
Vê-la ali, nos seus braços, depois de dois anos de altos e baixos, apenas lhe dava a certeza de que a decisão que tomaram, a decisão de continuarem acreditando neles mesmos, foi a decisão certa.
— Então agora sabemos que valeu a pena. — ele comentou.
sorriu.
Esperar por ele valeu a pena. Ser a motivação de , a motivação para que ele cumprisse, dia após dia, o seu período militar, valeu a pena.
— Precisamos comemorar a sua dispensa!
Ele ergueu as sobrancelhas.
— Pensei que desde a noite passada já estivéssemos comemorando.
E como se para corroborar com o que estava dizendo, esticou o braço até o balde de gelo ao lado da cama. De dentro dele, tirou a garrafa de champagne que, agora, estava vazia.
franziu a testa.
— Acabou de novo? Acho que estamos com um problema.
jogou o corpo para trás, rindo divertido, leve.
Quem poderia imaginar, anos atrás, que o seu maior problema com seria a falta de bebida alcóolica no quarto? Especialmente quando chegaram a discutir se deveriam adiar de forma indefinida a data do casamento ou, simplesmente, cancelar o evento?
, me promete uma coisa?
Ela o abraçou mais forte, esperando que ele continuasse.
— Até o dia que eu morrer, você poderia ser o amor da minha vida?
sentiu os olhos arderem, mas engoliu o choro, não se permitindo derramar uma só lágrima naquele momento. Ela já tinha chorado demais por outros motivos, motivos que ela não queria se lembrar agora, mas que, ela sabia, seriam lembranças que fariam parte da sua vida para sempre.
Ela e cresceram e amadureceram juntos, tornando-se melhores versões de si mesmos. Erraram e aprenderam juntos, mudaram e seguiram caminhando lado a lado até chegarem aonde estavam. Ela sabia que a parte mais difícil já havia passado e, por isso, independentemente do que viesse pela frente, ela e o rapaz enfrentariam juntos, o que quer que acontecesse.
Então sim, estava disposta a ficar com ele pelo resto da sua vida, queria continuar sendo o amor de até o seu último dia, porque tinha certeza de que ele sempre estaria no seu coração, sendo parte essencial de quem ela era.
— Só se você prometer ser o amor da minha vida também, para sempre.
— Eu prometo. — ele respondeu sem pestanejar.
— E nunca mais deixar faltar bebida alcoólica enquanto estivermos morando juntos!
Ele jogou a cabeça para trás, divertindo-se com a noiva.
— O seu pedido é uma ordem.
— Então me puxe para mais perto, me abrace forte, e me sirva mais uma bebida, porque o meu amor finalmente voltou para mim e eu quero celebrar isso.
Com um sorriso de lado, abaixou a cabeça e beijou os lábios da mulher, abraçando-a fortemente, apenas para, em seguida, levantar-se para abrir mais uma garrafa de champagne, a terceira desde que ele voltara para casa. Afinal de contas, eles estavam felizes e tinham como objetivo deixar todos os problemas para trás, todos mesmos, sem exceção… Bem, talvez, não todos, já que aquela garrafa de bebida era a última do estoque particular de .
Mas eles deixariam para pensar nisso mais tarde, até porque, depois de tudo o que passaram, ter um ou outro problema com champagne não parecia ser tão ruim assim.




Fim.



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COLLABS:
Snowed In Yerin’s First Xmas



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