08. Eu posso ser como você

Finalizada em: 26/04/2024

Capítulo Único


Passei meses remoendo a mesma cena, voltando para a mesma situação, visualizando as mesmas pessoas.
Pensei que com o tempo o sentimento passaria, que a dor da traição iria aliviar e que a raiva que eu escondia no peito desde então, também passaria, mas não foi o que aconteceu.
Uma parte de mim quebrou naquele dia junto com a confiança e o amor que eu tinha por . Eu estava tão apaixonada que o perdoei, que achei que podia perdoar. Tivemos uma briga feia, ele disse que pensou que tínhamos terminado e trouxe uma mulher para a nossa cama.
Voltei no outro dia para resolver as coisas, mas o que eu encontrei foi uma mulher desconhecida rebolando no colo do meu noivo enquanto ele gemia e sorria como se estivesse adorando.
Então seus olhos encontraram os meus e tudo mudou. gosta de lembrar que eu mudei, que em julho me tornei outra pessoa, mas não enxerga que ele fez isso.
Ele me quebrou, e depois de meses ignorando o vazio no meu peito, a raiva e a mágoa que eu sentia sempre que ele me beijava e me fazia lembrar que ele fez isso com outra mulher e na nossa cama, decidi que resolveria isso da melhor forma que eu podia: Devolvendo na mesma moeda.
Depois da nossa briga de hoje, saí irritada, determinada a não voltar sozinha. Minha cabeça estava acelerada e depois de alguns drinks no bar perto do meu apartamento, reuni a coragem que eu precisava para falar com alguém, mas nem precisei.
- Você tá com um olhar de louca no rosto, .
Olho para o lado, encontrando , o nosso vizinho. Nunca interagimos muito quando nos esbarramos no elevador ou quando saímos ao mesmo tempo, mas seu problema era com , não comigo.
- Talvez eu esteja me sentindo louca – dou um gole da minha caipirinha, doce e forte como eu gosto. – Eu estou me sentindo louca.
- A julgar pelos gritos que eu ouvi, acho que sei o motivo... – ele crispa os lábios, me avaliando.
Suspiro, contendo um grito de frustração. Eu odiava apartamentos pela falta de privacidade, mas pensar que ouviu não só essa, mas todas as nossas brigas, era torturante.
- Não quero falar sobre o meu relacionamento – corto rapidamente. – E a menos que você esteja interessado em voltar para casa comigo e me foder, não vou perder meu tempo jogando conversa.
Não costumo ser direta assim, mas também não costumo trair meu noivo ou ter transas casuais. Pelo choque nos olhos de , acho que ele também não esperava isso de mim, e acabo sorrindo.
- Uau – ele pisca, incrédulo. – Direta ao ponto.
- Não costumo ser assim – admito.
- E eu não disse que é algo ruim – retruca.
Algo brilha no fundo dos seus olhos escuros e um arrepio corre pela minha coluna. Faz tempo que senti um desejo forte assim por alguém e não sei se é a sede de vingança ou se é o álcool, mas quero .
- Você está interessado? – pergunto.
se aproxima mais de mim, me encurralando no balcão. Por ser bem mais alto que eu, ele segura meu queixo e ergue minha cabeça em sua direção. A barba por fazer arranha minha bochecha quando ele encosta o rosto no meu e sua boca roça no meu ouvido.
- Se eu estou interessado em te foder? – ele solta um riso rouco. – Porra, eu te comeria aqui mesmo, .
Estremeço contra ele e mil pensamentos rondam minha cabeça. Manuel disse que ia sair para espairecer, mas que voltava para gente conversar. Eu não queria estar lá quando ele chegasse, por isso vim beber, mas agora eu quero.
- Aqui, não. Vamos para minha casa.
Fechamos nossas comandas, pagamos e em cinco minutos estamos no elevador subindo para nosso andar. oferece a casa dele, mas nego e o puxo para meu apartamento. A boca dele encontra a minha assim que fecho a porta e ele me empurra contra a parede, amassando minha bunda entre suas mãos.
Solto um gemido alto quando ele desce a boca para meu pescoço e me livro dos saltos no caminho até o quarto. se afasta para tirar a camisa e eu desabotoo sua calça enquanto ele tira os sapatos, para então me ajudar com meu vestido. A peça se junta as outras roupas no chão e os olhos dele me escrutinam, admirando cada pedaço exposto de pele.
Sua boca fecha ao redor do meio seio, sua mão amassa o outro, e eu me esfrego em sua ereção, desesperada para senti-lo dentro de mim. belisca meus seios, morde, chupa, me tortura até que estou quase chorando por mais.
- Você tá tão molhada, não tá? – ele geme, afastando minha calcinha para o lado e passando o dedo na minha boceta.
Arfo, apertando as unhas em seus ombros e o ajudo a tirar minha calcinha. Caio de costas na cama e paira em cima de mim, deixando beijos pela minha barriga e minhas coxas até chegar na minha boceta.
Gemo alto quando ele começa a me chupar, sugando meu clítoris, girando a língua, me fodendo com a boca. Me contorço no colchão, o prazer dominando meu corpo, me fazendo chamar seu nome como se fosse o único que eu conhecesse.
Sexo com já foi assim um dia, mas perdemos isso quando ele me traiu. Eu me perdi quando ele me traiu, mas sinto que estou prestes a pegar o controle da situação de novo.
gira a língua uma última vez e eu me desfaço, gozando na boca dele enquanto meu quadril salta do colchão, meus gemidos preenchendo o quarto, os dele acompanhando os meus.
- Sabia que eu já te ouvi gemendo assim, ? – morde minha coxa.
- É?! – pisco os olhos para ele, me sentindo tonta enquanto me recupero do orgasmo. – E você gostou?
- Eu desejei que fosse eu – ele admite, me surpreendendo.
- Agora é você – sorrio.
Me ajoelho na cama e pego uma camisinha na gaveta. Empurro até que ele está de costas no colchão e puxo sua boxer para baixo, liberando seu pau. Ele é grosso e grande, e quero tanto sentar nele que não demoro em desenrolar a camisinha por sua extensão.
As mãos dele vão para a minha cintura quando me posiciono em seu colo e seguro a base do seu pau com a mão. Desço lentamente, sendo preenchida aos poucos enquanto nós dois gememos. Seus olhos estão em chamas e sei que os meus também.
Quando minha bunda encosta em suas coxas, começo a me mover, descendo e subindo em um ritmo rápido, fundo, que faz o barulho ecoar no quarto como nossos gemidos. Me inclino para perto dele e abocanha um dos meus seios, me fazendo revirar os olhos de prazer.
Meu corpo parece estar pegando fogo, mas a euforia que eu sinto tem muito mais a ver comigo do que com o sexo. Eu estava prestes a sumir, sufocada com as minhas próprias emoções e o conflito que a traição de me causou, mas agora eu sei exatamente o que eu quero.
ergue o quadril contra o meu, suas mãos apertam minha bunda e eu continuo rebolando, gemendo e arfando até que sinto o orgasmo me atingir forte e avassalador. continua a estocar, buscando o próprio prazer até que ele goza, gemendo contra a minha boca e estremecendo sob meu corpo.
Eu esperava sentir culpa ou nojo de mim mesma, mas não é o que eu sinto.
Nem mesmo quando olho para cima e encontro na porta do quarto. Sou invadida por uma sensação de deja vu gigante, mas dessa vez não sou a vítima. Dessa vez, estou quase sorrindo.
- Mas que porra é essa? – berra.
não parece muito preocupado também, mas saio de cima dele e ele procura a calça, sem se preocupar em pegar as outras peças de roupa.
- Sem escândalo, , olha a hora – resmungo, apontando para o relógio em seu pulso.
Coloco um vestido por cima da minha nudez e entro no caminho de quando ele tenta avançar em .
- Seu problema é comigo – falo, empurrando ele na parede. – Obrigada por hoje, .
Ele me lança um olhar interrogativo, mas abro um sorriso para ele, indicando que podia ir. não me dá medo e nem vai me machucar. É um traidor, mas não é agressivo.
Encaro os olhos azuis do meu ex-noivo, lembrando do quanto já o amei, mas agora não sinto nada.
- Na nossa cama, ? – ele me olha enojado, como se tivesse o direito. – Que porra você tava pensando? Por que você fez isso? Vingança?
Não sinto raiva, nem culpa, absolutamente nada. Olho para ele e só consigo enxergar o homem que acabou com tudo que nós tivemos.
- Eu fiz porque queria – digo, calma. – Pode chamar de vingança se preferir, mas eu fiz porque podia e porque ele me queria.
se afasta de mim e balança a cabeça, respirando fundo para se controlar.
- Pensei que tínhamos superado isso, ! Você me perdoou!
- E esse foi o meu erro! – admito. – Eu te perdoei, pedi desculpas por não ter sido clara o suficiente naquele dia, mas você nunca me pediu perdão! Você inventou desculpas, disse que precisava, que queria se sentir feliz por um momento de novo e eu só aceitei...
Solto uma risada ensandecida e o encaro com raiva.
- Então eu quis ser feliz também – o sorriso cruel continua nos meus lábios.
- Eu pensei que você fosse melhor que isso, – ele me olha com nojo, mas não dou a mínima.
- Acho que descobri que posso ser como você – rebato, sentindo minha pele pinicar com a agitação que sinto nas veias. – Se não ficou claro, estamos acabados. Você pode vir buscar suas coisas depois, mas agora quero você fora do meu apartamento.
O apartamento era meu quando começamos a namorar, assim como tudo aqui. se mudou para cá apenas com suas coisas e sairia daqui só com elas.
Ele não tenta lutar, nem retruca, apenas me encara por mais um minuto, talvez percebendo tudo que ele tirou de nós meses atrás.
Quando ele vai embora e a porta fecha, é impossível não sorrir.
Talvez fosse vingança no final de tudo.




FIM



Nota da autora: Espero que gostem e não deixem de falar o que acharam! Beijos.



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