08. Hold Up

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único


Sábado – 17:26
Corria desesperada, me perdi das meninas, não posso acreditar nisso. Minha única tarefa nessa droga era ficar perto das meninas e falhei nisso, não posso ser pega, Tilly já havia sido pega, eu duvidava que Evangeline e fossem ser pegas, Robb não tentaria vencer a namorada e , bom ela estava determinada demais para ser pega, mas eu... Eu era fraca nisso eu não servia para isso, nem sei por que diabos eu aceitei vir pra esse campo idiota e passar esse sufoco!
Ouço vozes, acho que é Jay, droga! Se fosse o Carter seria fácil para mim ele não tentaria me pegar, ele seria o único, já que está disposto a ganhar isso tanto quanto , Robb é uma incógnita e , bom, é um desconhecido, mesmo que houvesse tido uma conexão, o que não houve é claro, ele ia querer ganhar esse jogo. Respiro aliviada, foi embora, estou atrás de uma árvore enorme, preciso sair daqui.
Recomeço a caminhada, eu realmente odeio esse lugar, cheio de mato e árvores, eu nunca acampei na minha vida e agora estou presa nessa droga de campo, podendo levar a porcaria de milhares de tiros de tinta que vão demorar horrores para sair, além de ainda ter chance de ficar presa e perder essa maldita aposta. Argh! Tudo isso é culpa de , por que, diabos, minha melhor amiga ficava com essa implicância com meu irmão? Sinto algo em minhas costas. Era uma arma, eu acabei me distraindo, eu perdi, falhei novamente, levanto as mãos me rendendo, quem será o sortudo: Jay o bobo, Carter o professor, Robb o certinho, o controlador... Não, não era nenhuma deles.
- Game over, baby! – disse o fotógrafo desconhecido que fez meu coração palpitar.
Se me dissessem há três dias eu estaria nesse campo de paintball numa competição idiota com meu irmão e seus amigos eu não acreditaria e agora eu havia sido pega, se bem que ser pega por não parecia ser uma coisa tão ruim.

XX-XX


Três dias atrás
Quinta feira – 21:44

Eu realmente odiava encontro às escuras.
Já estávamos nesse restaurante há uma hora e meia onde meu “parceiro” só falava sobre como era difícil ser um advogado, ou como seus clientes eram a elite da cidade ou qualquer coisa que fosse sobre ele, parecia rir de algo que o “parceiro” dela falava. Não posso criticar muito eu aceitei vir a esse encontro duplo primeiro porque me implorou segundo porque eu precisava sair um pouco, mas eu devia saber que isso ia acontecer nunca um encontro às cegas da certo... Nunca!
O rapaz ruivo a minha frente era bonito, bem vestido tinha um nome legal, Joshua, tinha um emprego, o que ele já deixou bem claro desde o primeiro momento da conversa “Eu sou Joshua, advogado de elite”, como se status fosse algo importante para mim, rá! Eu sou , filha mais nova da grande Dra. Charlote Elaena Robson e de Philipe , dono de uma das redes de hotel mais importantes do país, claro que eu não disse isso para o cara, eu tento ao máximo fugir do meu status de rica. Mas agora me arrependo, porque desde o momento em que eu disse que era professora de música, Joshua pareceu menos interessado na minha vida e monopolizou totalmente a conversa. O cara até tentou me convencer a pedir uma salada no lugar da massa! Como se eu estivesse fora do peso e fosse padrão em encontros a garota ter que pedir uma salada.
Suspiro, graças a Deus meu telefone vibra, sim, eu sei é feio você olhar uma mensagem no meio de um encontro, era meu irmão mais velho .
“Quer jantar amanhã à noite e depois ir a uma boate? Os caras vão! Pode convidar as meninas, por minha conta, inclusive ”.
Amanhã era aniversário dele, 29 anos, nossos pais depois de 30 anos de trabalho decidiram se aposentar, meu pai deixou a empresa nas mãos de Elaena, minha irmã mais velha, e . Meus pais foram fazer uma nova lua de mel ao redor do mundo, o que significava que não estariam aqui para comemorar, e Elaena estava em uma viagem de negócios no outro lado do país. Seria só eu e ele, então seria ótimo, e eu sempre nos demos muito bem, embora ele seja tão controlador que às vezes me deixa louca, já Elaena era difícil, eu a amava demais era impossível não amá-la, afinal, ela era perfeita. A filha perfeita, inteligente, doce, bonita, educada parece que ela nasceu perfeita isso me afetava mais do que eu gostava.
Tive que rir do “inclusive ” eu não conseguia entender como ele e A minha melhor amiga se detestavam tanto. E olha que eles convivem há anos, mas sempre foi assim, ela latia de um lado ele latia do outro e os anos passaram e nada mudava, percebo que se inclinou para ver a mensagem, ela franze as sobrancelhas, sei qual vai ser a resposta dela a isso, mas eu vim nesse encontro idiota com ela, e eu ia cobrar ter que passa essa uma hora e trinta e sete minutos nesse encontro horrível.
Depois da sobremesa, que o Joshua claramente queria que eu evitasse, um brownie gigante de chocolate meio amargo, se despediu, e o cara ainda veio com um daqueles papinhos só para fazer você ir ao apartamento dele “ainda esta cedo, podemos ir ao nosso apartamento beber alguma coisa”, negou veementemente dizendo que tinha um trabalho enorme para amanhã, afinal estamos em uma quinta feira à noite, entramos num táxi e finalmente fomos para casa.
- Até que foi legal. – minha melhor amiga diz, dou uma risada seca. – Você nem ao menos tentou. – ela fala irritada.
- O cara – começo. – praticamente disse que meu emprego é não fazer nada. – digo irritada, eu odeio que critiquem meu trabalho. – Além disso, ele parecia mais interessado em você. – falo e sei que é verdade, eu vi as olhadas que ele deu a minha melhor amiga. – Aposto que ele e o amigo estavam loucos pra fazer um ménage com você. – gargalha alto.
- O que posso fazer se sou irresistível. – diz fazendo beicinho. – Ele ganhou um sete.
desde que terminou com o namorado, um namoro que começou desde que ambos tinham 16 anos e duraram longos oito anos, tinham decidido que ia conhecer o máximo de caras que pudesse, não para transar, isso seria somente se conseguisse um bom nove na escala dela, então ela saia, conversava, se fosse uma conversa agradável e tivesse um segundo encontro, ela o beijaria e se as coisas fossem boas iam para os finalmente, um sete era uma nota razoável para um primeiro encontro.
- Mas você não vai sair com ele de novo. – digo. – Você me fez passar esse tempo todo nisso sendo infeliz e nem vai ligar para o cara. – a encaro muito irritada, isso faz parte da minha estratégia.
- Nem vem com essa. – ela diz. – Eu te conheço! Está tentando me convencer sem falar nada a ir amanhã nessa tal boate com seu irmão babaca. – diz fingindo indignação. – Não vai rolar!
- , – falo séria. – acho que precisaremos de uma votação.
- Votação? – ela diz e sua voz sai irritada. – até porque Evangeline, que namora um dos melhores amigos do seu irmão, e a Tilly, que aceita uma noitada de graça de qualquer pessoa. vão totalmente negar. – ela diz. – Elas podem ir com você!
- , você é minha melhor amiga desde o jardim de infância. – apelo. – te convidou!
- Ok. – ela diz. - Eu vou, mas se aparecer um cara eu te deixo lá e vou embora. – avisa.
- Eu amo tanto você. – falo a abraçando, ela ri.
Ao chegarmos ao nosso apartamento à primeira coisa que vemos é Tilly digitando algo em seu notebook, devia ser um trabalho muito importante, pois ela digitava com uma ferocidade admirável, já Evangeline estava na varanda cuidando das plantas. Morávamos no centro da cidade, o apartamento era meu, ganhei dos meus pais aos 15 anos, parecia ser uma tradição dos ’s, pois cada um de nós tinha um apartamento, ele era enorme, um tríplex, por isso assim que decidi sair de casa chamei para morar comigo, Evangeline veio logo depois que colocamos um anúncio para colegas de quarto, da mesma maneira Tilly, dividíamos as contas do apartamento e isso estava dando muito certo até hoje.
- Então fomos convidadas para o aniversário do seu irmão. – Evangeline diz, eu sempre me pergunto como ela consegue manter o tom de voz tão calmo.
Éramos muito diferentes umas das outras, não apenas na aparência, pois Eva e Tilly eram loiras enquanto eu e éramos morenas, mas em tudo: profissões, gostos, até mesmo no nosso modo de se comportar, era carismática e sensual, Tilly era descontraída e parecia muitas vezes meio desligada, eu me descreveria como insegura e Eva, bom, Eva era o mais próximo da perfeição. Na verdade, ela se parecia muito com minha irmã Elaena, entretanto sempre nos demos muito bem.
- Infelizmente. – fala – Eu não queria ir. – diz irritada. – Mas fui chantageada.
- Porque eu passei essa noite toda no pior encontro do mundo. – argumento.
- Eu não reclamo de sair de graça. – Tilly diz, saindo do notebook.– Aliás, quem sabe seu irmão se interessa por mim. – ela brinca.
- Ai que nojo. – fala. – até o Jay é um par melhor. – ela faz uma careta.
- Olha, , você pode até não gostar dele, – Tilly argumenta. – mas não pode negar que é maravilhoso.
- Céus, você não estão falando do meu irmão! – falo, tentando parece horrorizada.
- Concordo com a . – Eva fala rindo. – Se vocês falam isso do , imagina o que pensam do Robb.
- Se quer saber eu daria a minha vida aquele homem. – Tilly fala. – mas você já o enfeitiçou, além do mais, temos a regra.
- Bom saber disso. – Eva comenta divertida. – vou falar ao meu homem para ficar bem longe de você amanhã. Mas, continuando, – ela encara . – que chantagem foi essa? – ela me encara. – Foi tão ruim assim?
- Foi horrível. – conto todo o encontro para elas.
- Você realmente está devendo, . – Tilly fala rindo. – Eu, se fosse você, , tinha jogado a taça de vinho no cara.
- Ela nem tentou de verdade. – tenta argumentar.
- O cara falou mal do trabalho dela. – Tilly diz. – Eu odeio esse tipo de homem.
- Bom, eu concordo com Tilly. – Eva diz calma. – Vai ser divertido, ! Vamos poder dançar você pode até achar outro rapaz!
- Vocês são ridículas. – fala irritada. – eu vou dormir! – diz saindo da sala.
- Puxa vida. – Tilly começa. – Nunca entendi essa implicância toda entre eles.
- Nem eu. – digo olhando a escada.
- Eu vou falar com ela. – Eva diz séria, penso em segui-la. – Acho melhor eu ir sozinha. – me diz. – Falar sobre o seu irmão com você lá vai irritá-la mais ainda.
Concordo, pois sei que é verdade, quando se tratava de eu preferia ficar numa área neutra para ambos.
A verdade é que eu nunca entendi muito bem o motivo desse ódio todo de e , se bem que não deveria dizer ódio, afinal, eles conseguem conversar civilizadamente quando querem, mas sempre acabam brigando. O mais irônico disso tudo foi que foi quem achou um presente perfeito para .

XX-XX


Sexta-feira – 21:37
Eu estava muito atrasada, ia me matar, ele era o rei da pontualidade, mas não tive culpa, me atrasei ao escolher uma roupa que fosse elegante e confortável para ir a um jantar e ir a uma boate optei por um conjunto branco de calça de cintura alta justíssima até o joelho que nas pontas tinha uma boca larga e uma blusa discreta no busto, mas que deixava uma parte da minha cintura livre com um lindo par de sapatos altos dourados. O restaurante que ele escolheu era ótimo, eu já havia jantado nele há alguns meses, antes dos nossos pais viajarem. Entrei apressada dizendo a recepcionista o nome do meu irmão ela me guiou até a mesa, e lá estava usando um terno caríssimo e tomando um vinho tão caro quanto, ele se levantou ao me ver sorriu amavelmente assim que cheguei me abraçou com força.
- Parabéns! – falo animada. – Desculpe o atraso!
- Obrigado. – ele diz. – Relaxe, eu já havia me programado para seu atraso, – ele ri. – vamos nos sentar, uma taça de vinho? – me pergunta.
- Claro. – respondo. – Isso é para você. – entrego para ele um embrulho ele sorri abrindo-o. – devo alertar que quem achou foi . – aviso, ele para de abrir e me olha.
- Devo me preocupar em ser uma bomba? – ele pergunta sério.
- Claro que não. – solto uma risada. – Ela achou por acaso e me indicou. – ele termina de abrir o embrulho e posso jurar que vi um brilho passar pelo seu olhar.
- Um Tucker Torpedo de 1948? – ele pergunta. – Eu adorei. – ele se levanta e me abraça novamente. – Devo agradecer a sua amiga. – fala.
era muito apaixonado por miniaturas de carros antigos, desde menino ele colecionava em seu apartamento, havia prateleiras de carros cobrindo o espaço. Acho que a paixão dele por carros era equivalente a minha paixão por sapatos. Fizemos nosso pedido, pensei em pedir massa, mas lembrei do encontro de ontem optei por algo mais leve.
- Então como foi seu encontro ontem? – me pergunta casualmente, o encaro. – O que foi?
- Não acredito que você está me vigiando. – falo irritada.
- o que? – ele pergunta ofendido. – Claro que não! Um conhecido nosso viu você e comentou comigo!
- Bom, foi péssimo. – digo e ele ri. – O que?
- Quando um encontro às escuras é bom para você? – questiona rindo. – Por que diabos você foi mesmo?
- pediu.
- Bela amiga você tem. – ele resmunga. – Já passou mais de um ano, ela ainda não superou?
- Se eu me lembro bem, você ficou um bom tempo mal quando a Heather terminou com você. – eu lembro a ele que suspira, Heather foi a única mulher que ele pensou em pedir em casamento, ele até comprou um anel, mas antes que ele fizesse o pedido ela terminou, eles queriam coisas diferentes, eu confesso que me senti aliviada, por mais que eles fossem um casal bonito, Heather parecia séria demais.
- Ok, você ganhou essa. – ele diz tomando um gole do vinho – só acho que ela devia superar isso.
- Eu não vou discutir isso com você. – Falo séria, ele me encara mais sério. – E você não tem nenhum encontro mais tarde? – tento mudar de assunto.
- Não, hoje é só você, suas amigas e os caras. – ele diz sério. – Pode até aparecer uma ou outra amiga, mas nada que atrapalhe nossa noite.
- Você vai ficar me vigiando a noite toda? – questiono, arqueando uma sobrancelha.
- Claro que não. – diz e ri. – Aliás, o irmão mais velho do Carter vai hoje.
- Não gostei desse tom. – falo. – Você não está tentando me jogar em cima de ninguém está?
- Claro que não, . – fala sem jeito. – Só comentei porque ele é novo no grupo e achei que você devesse saber, além do mais, ele não faz seu tipo.
- Ah e eu tenho um tipo? – pergunto, ele ri mais alto que antes.
- Sim. Você gosta de homens sérios e sensatos que não critiquem seu emprego. – Droga! Odeio o fato de ele me conhecer bem desse jeito.
- Vamos mudar de assunto. – falo desconcertada. – Não gosto de falar disso com você. Como foi seu dia?
- Bom. – ele claramente não gostou da mudança de assunto, respirou fundo. – Foi bom, papai e mamãe me ligaram às quatro da manhã. – ele ri ao dizer isso. – porque o horário em que eles estão é totalmente diferente do nosso, Elaena me ligou no café, estava indo se reunir com os futuros parceiros em um hotel em Cancun, confesso que fiquei com inveja, queria ter ido a Cancun e ficar lá no sol apenas tomando banho de piscina e bebendo. – olho feio para ele. – Ok, nós dois em Cancun. Fui trabalhar, tive duas reuniões insuportáveis na parte da manhã e almocei com o Robb. – Robb era o melhor amigo de eles se conheceram no jardim de infância, assim como e eu ele era a de , se escondia algo, Robb com certeza saberia. – Vou te contar algo, mas você tem que me prometer que não vai contar para ninguém. – ele me diz sério. – prometa.
- Ok, eu prometo. – falo levantando a mão em forma de juramento.
- Ele vai pedir Evangeline em casamento. – ele revela.
- O que? – pergunto chocada e começo a rir. – meu Deus! Não acredito que a Eva vai ser a primeira a casar! – digo feliz. – Caramba! Ele já comprou o anel?
- Já. – diz – Lembre-se você não pode contar para ninguém, nem mesmo . – ele diz. – Robb está planejando tudo, vai levá-la até o restaurante que a conheceu, pelo que me disse vai ser algo bem romântico!
- Ah que coisa maravilhosa! – digo. - Eu vou guardar segredo.
- Ótimo. – ele diz. – Tente disfarçar hoje à noite, Robb é muito bom em ler as pessoas e você é sempre um livro aberto.
- Achei seu comentário muito ofensivo. – digo fingindo está irritada.
Voltamos a falar sobre o dia dele, não acredito que Robb vai pedir Eva em casamento. Não estou tão surpresa também, eles são um daqueles casais perfeitos, Robb era muito humilde e tão tranquilo, e Eva era tão doce. Mas algo me preocupou... , não que ela não fosse gostar ela iria amar, mas ela ainda estava ferida com o término do namoro com Vincent, não posso culpá-la eles se conheceram desde os 10 anos e passaram a namorar aos 16, eu me lembro de ficar morrendo de ciúmes por não ter a minha melhor amiga comigo, dai oito anos depois ele termina por algo estúpido que a machuca pra caramba, algo que somente eu e ela sabemos. Ele foi um idiota, se ele a amasse de verdade ficaria com ela, independente de qualquer coisa, muitos casais superam isso e seguem em frente, argh. eu ainda estou com tanta raiva dele. sofreu muito passou meses triste, chorando, fingindo estar bem, então parece, finalmente, ficar bem de verdade, e a Eva vai casar, como eu disse antes, ela vai ficar feliz, mas vai sentir bem dentro dela um desagrado de não ser a primeira a se casar, isso é horrível? É. Mas eu tenho que trabalhar com todas as possibilidades para ajudar minha amiga.
Após o jantar, que insistiu em pagar sozinho mesmo sendo seu aniversário, fomos até o carro dele, onde o motorista, Carlos, aguardava, ele fora motorista dos nossos pais por 20 anos e agora dirigia para , o cumprimentei, perguntando como estavam suas netas, Lilly e Josie, ambas cursavam direito ele estava muito orgulhoso. A boate que escolheu ficava bem no centro de Nova York, por fora parecia algo bem clássico, tinha uma fila enorme de pessoas esperando para entrar e já conseguíamos ouvir a musica eletrônica bem alta, nos aproximamos de onde estavam os seguranças e nossa entrada foi permitida imediatamente.
- Nossa, você já é cliente vitalício? – pergunto e ri.
- Conheço o dono. – ele diz. – Ele já esteve hospedado em um dos nossos hotéis. – fala calmo.
Ele me guia pelas muitas pessoas que estão dançando se fosse definir esse lugar em uma palavra seria: brilhante. Havia muitas luzes piscando pelo lugar, era gigantesco muito maior que eu pensei, havia um bar enorme com vários atendentes as mesas ficavam em um semicírculo ao redor da pista de dança, o mais interessante era a parte de cima com diversas áreas privadas, me guiou a uma escada que aparentemente era pouco usada, já que havia um elevador paramos no primeiro andar e fomo em direção a uma das áreas Vips.
Os rapazes já estavam lá. Jay era o mais feliz, loiro de olhos azuis, tinha 29 anos, era um advogado muito bom e conhecido e embora fosse meio idiota, e agisse feito idiota, não se gabava muito. Meus olhos passam para Carter, ele era o mais baixos dos rapazes, cabelo castanho e liso, olhos negros... ele usava um óculos que poderia deixá-lo feio, mas fazia exatamente o contrário, dava a ele um ar bem inteligente e doce, pelo que soube, foi isso que conquistou a esposa dele, Mack. E por fim Robb, era ruivo de cabelos encaracoladose tinha músculos e todo um ar rústico o que combinava perfeitamente com sua profissão de engenheiro civil.
- Hey, aniversariante. – Jay fala abraçando . – Pequena . – ele me diz respeitosamente, aposto que é sempre muito claro em como se portar comigo e minhas amigas.
- Jay, você parece ótimo. – falo sorrindo. – Carter, – o cumprimento com dois beijos no rosto. – como vão as aulas, professor? E como Mack deixa você sair assim?
- Você parece ótima. – Carter diz rindo. – Mack está numa sessão de fotos em New Jersey, só volta amanhã. – completa. – Ela me deixou uma lista de coisas para não fazer hoje, e tenho certeza que vai interrogar você e as meninas assim que puder. – ele fala sério. – Minhas aulas estão ótimas e as suas?
- Pare de monopolizar a garota. – Robb diz, se metendo. – , – ele beija meu rosto. – minha namorada – ele enfatiza bem a palavra “namorada” me deixando sem jeito, droga! – já mandou mensagem, ela e as meninas estão vindo.
- Ah, ótimo. – digo. – Assim logo vocês param de me dar atenção e focam em beber e caçar mulheres. – digo fazendo bico.
- Jamais faríamos isso. – diz sério.
- Bom, diga por você. – Jay rebate. – Acabei de ver a mulher da minha vida passar bem ali. – ele diz, indicando o corredor.
- Você diz isso toda vez que saímos – Carter comenta. – e nunca dura mais de uma noite.
- Não tenho culpa se no final da noite ela não é a mulher da minha vida. – ele se defende. – Nem todo mundo acha o amor da vida numa noite só, senhor professor.
- Meu Deus, vocês são tão dramáticos. – digo rindo. Logo uma garçonete ruiva vem nos atender, peço um cosmo para começar, os rapazes estão bebendo cerveja.
- Então, – Robb senta ao meu lado enquanto os rapazes falam sobre futebol. – seu irmão te contou? – me pergunta tomando um gole da cerveja.
- Contou o que? – me faço de confusa.
- Meu Deus, , ele te contou, – ele ri. – eu sabia que ele ia te contar. O que acha disso? – Eu o encaro seriamente, parece que me fazer de boba não funcionaria com Robb.
- É um grande passo. – digo. – Estou muito feliz por vocês.
- Sei que é bem repentino, – ele diz. – mas eu sei que Eva é a mulher certa pra mim, estou preparado para largar essa vida de solteiro e ganhar uma esposa.
- Você é tão certinho, Robb. – digo rindo.
- Você também. – ele diz. – Nós somos muito parecidos, . – diz sério. – E hoje vamos ter que nos concentrar bastante com e .
- Nem me fale. – suspirou cansada. –Eu não entendo, nós dois nos damos muito bem, por que diabos é tão difícil para eles? – Robb dá um meio sorriso.
- Você é tão desligada. – ele comenta. – Bem, isso não é da minha conta, só vamos tentar impedir deles se matarem hoje à noite. Além do mais, amanhã temos um grande desafio.
- Vocês vão para um campo de paintball novamente? – ele assente, todo ano no aniversário de eles vão para um campo fechado no meio do nada simplesmente para darem tiros um nos outros, se me lembro bem, essa tradição existe desde os 15 anos de . – Isso é tão chato!
- O que é tão chato? – pergunta.
- Essa tradição idiota de paintball. – digo a ele que me olha feio. – O que?
- Melhor que ficar um dia inteiro num SPA. – ele rebate.
- Não quer começar uma guerra... – falo estreitando os olhos.
- Até porque você está em desvantagem. – Jay diz rindo.
- Bom, não estou mais. – digo, vendo minhas amigas chegarem.
Eva estava lindíssima com um vestido preto bastante comportado indo quase ate o joelho, ela usava uma meia calça grossa também preta e sapato da mesma cor com alguns detalhes prateados, fez um coque solto e uma maquiagem escura nos olhos. Tilly veio mais moleca, com uma saia xadrez de cintura alta solta nas pontas, uma blusa de manga comprida, ela uma meia calça fina preta e outra mais grossa da cor vinho que ia até o joelho, combinando com o sapato preto e branco com um lacinho fofo, Já optou por uma blusa curta com gola alta e saia longa com um corte que ia até a coxa esquerda, ambas as peças negras.
- Olá, rapazes. – Eva diz sorrindo, nem havia percebido que Robb já tinha levantado para cumprimentar a futura noiva eles deram um selinho. – Desculpem o atraso. – ela diz indo até . – Parabéns. – ela o abraça.
- Obrigado. – meu irmão diz sorrindo. – Vocês não estão atrasadas. – ele diz. – A festa mal começou, Tilly. – ele abraça minha amiga com delicadeza.
- Parabéns – a loira diz alegre. – e muito obrigada pelo convite!
- Não foi nada. – ele responde então encara . – . – ele diz sério.
- . – ela diz da mesma forma a encaro e ela suspira. – Feliz aniversário. – diz meio a contra gosto. – Satisfeita? – me pergunta.
- Quanto mau humor. – meu irmão comenta sentando ao lado de Carter. – Você realmente espera encontrar um cara com esse rosto fechado?
- Meu bem, consigo qualquer um que eu quiser. – ela diz jogando o cabelo negro para trás. – você, por outro lado... – ela senta ao meu lado. – vou querer um Sex On the Beach.
- Wow. – Jay comenta. – Já vai começar assim?
- Por que? São vocês que estão bebendo essas cervejinhas. – ela responde.
- Sem competições hoje. – Eva pede. – Toda vez que saímos juntos, vocês dois – ela indica e . – transformam isso em uma competição!
- Embora eu adore ver vocês dois brigando, – Tilly complementa. – quero uma noite sem essa briguinha boba!
- Eu estou tranqüilo. – se defende.
- Eu também. – fala firme. – Estão vendo?
- Beleza, – Carter diz sério. – vamos apenas nos divertir, então.
Começamos a papear sobre nossos empregos, eu, claramente, me sentia mais a vontade para falar com Carter, assim como eu ele era professor ,só que de literatura inglesa, ele era ótimo soube que seus alunos se dedicavam 110% nas aulas e que os índices de aprendizado haviam aumentado gradualmente desde que ele passou a lecionar na escola em que estudou. Eu tentava ao máximo prestar atenção em Carter, mas parecia que hoje decidiu me ferrar, ela conversava muito animada com Jay, isso era problema, Jay podia ser amigo de , mas ele era homem e parecia muito interessada em algo com ele hoje, ela queria me irritar, Eva havia notado, pois seus olhos azuis transbordavam ira o que era algo muito raro.
- Meninas, vamos ao toalete? – Eva pergunta muito doce.
- Vão vocês. – diz ao nos ver levantamos. – eu...
- Vamos todas nós. – Eva diz e sua voz saiu doce, porém com um toque de ameaça que somente Eva conseguia ter. – Por favor!
- Beleza, – Tilly fala. – voltamos já.
Antes de chegarmos à porta, posso jurar ter ouvido Jay perguntar por que mulheres iam ao banheiro juntas. A boate tinha um banheiro enorme nesse andar, todo marrom bem rústico, havia uma garota ajustando a maquiagem, Eva a esperou sair para começar a falar.
- O Jay, sério, ? – ela pergunta a minha melhor amiga. – Não vou permitir que você faça isso!
- Fazer o que? – ela pergunta inocente. – Estávamos só conversando. - Não estavam não. – eu falo. – Você estava prestes a se jogar em cima dele. Não te entendo, você sempre diz que o Jay é um babaca. Você não está tão carente desse jeito.
- Vocês estão exagerando. – ela diz irritada. – Não estava rolando absolutamente nada!
- Lembra-se do que conversamos hoje mais cedo? – Eva questiona, fico curiosa o que elas devem ter conversado? – Você disse que se comportaria.
- Escutem: eu agradeço a preocupação de vocês, mas não se metam na minha vida. – curta e grossa, como sempre.
- Eu já dormi com o Jay. – Tilly fala do nada todas olhamos para ela. – Bom, já que estamos falando dele achei melhor dizer logo!
- Como assim? – pergunta. – Quando foi isso?
- Há um ano, acho. – ela diz calma. – Eu tinha uma queda por ele. – confessa envergonhada, o que me assusta, Tilly nunca se envergonhava por nada.
- E por que nunca nos contou? – eu pergunto. – Ele seduziu você?
- Não! – ela fala horrorizada. – Eu tinha saído com um pessoal do trabalho, acabei esbarrando com ele, ficamos de papo e no final.
- Você acabou na cama dele. – observa. – Não acredito que você nunca contou isso pra gente!
- Eu fiquei sem jeito. – ela diz. – Olha, foi só sexo!
- Mas você disse que gostava dele. – digo e ela me olha. – Eu vou matá-lo!
- Não! – ela diz alto. – Prometemos nunca contar isso, seu irmão o mataria, pelo que Jay me disse, é muito claro com a aproximação deles conosco.
- Você superou? – Eva pergunta, ela havia ficado quieta até agora se bem a conheço ela estava digerindo isso para traçar um plano.
- Sim. – ela fala bem séria. – Eu percebi que eu não gostava dele, sentia uma atração e, bom, já passou.
- E agora? – pergunto. – A gente conta pros rapazes?
- Nem pensar. – Eva diz. – Não vamos estragar a noite. Tilly, se você guardar mais um segredo como esse eu te mato, entendeu?
- Sim, senhora. – ela diz. – Podemos voltar? Tô louca pra dançar!
. - Podem ir na frente. – eu falo. – Quero dar uma palavrinha com a .
- Tudo bem. – Eva diz. – Não demorem.
Assim que elas saíram, passou a se olhar no espelho, essa era uma das coisas que ela fazia quando ficava nervosa.
- Acho que vou te liberar para ir pra casa. – digo. – Você claramente não está confortável.
- Eu estou bem. – ela diz. – Vou me comportar. – diz séria. – Nunca pensei que a Tilly pudesse gostar do Jay. – diz e ri. – Sério!
- Não escolhemos de quem gostamos. – falo, ela me encara.
- Verdade. – diz séria.
- Isso ainda é pelo Vincent?
- Acho que sim. – ela responde. – Eu só me sinto sozinha. - diz baixo. – Quem vai querer um relacionamento comigo, ? Eu sou defeituosa. – diz séria. – Vi o olhar que o Robb deu pra Eva hoje, foi tão bonito e eu só me pergunto quando foi que o Vincent deixou de me olhar assim.
- Você vai superar. – falo. – Você não é defeituosa coisa nenhuma! Pare com isso! - Melhor voltarmos. – fala. – Se não a Eva vai comer nosso fígado. Eu vou me comportar.
Concordo, sabendo que vou ter que voltar a esse assunto com ela depois, vamos para a área VIP, todos parecem estar muito animados. senta ao lado de , me surpreendendo. Sento ao lado dela, me sinto observada, percebo que alguém que não estava ali antes me olhava. Era um par de olhos castanhos vivos.

It's a hold up
(É um assalto)
Broke in out of nowhere
(Entrou do nada)
Showed up, unannounced
(Apareceu sem ser anunciado)
This heist got me skipping a heartbeat
(Este roubo me fez perder um batimento cardíaco)
I'm giving up
(Eu estou desistindo)


- Vocês demoraram. – Carter fala mais animado. – Deixem-me apresentar, esse é meu irmão, . – ele diz indicando o cara de olhos castanhos, ele levanta dando um beijo no rosto de . – Esta é a – ele diz. – e essa é . – ele fala. Então me olha nos olhos e, bom, que profundo. Ele dá uma lindo meio sorriso, mas ao contrário de um beijo no rosto ele beija minha mão direita, me sinto completamente vermelha, meu coração parecia tá palpitando muito mais que o normal.
- É um prazer. – ele fala sua voz é grossa e sai bastante animada.
- Você é sempre tão cavaleiro? – pergunta. – Ou é só com mulheres de cabelos castanhos? – minha amiga pisca para mim me deixando mais constrangida.
- Só com as bonitas – ele diz rindo.
- Bom, mantenha-se longe da minha irmã. – fala sério.
- Você é tão chato. – diz. – Como se fossemos bebês que precisam de babá. – ela diz irritada.
- Você claramente parecia está precisando de uma babá. – ele diz a ela que ri, o que me assusta, minha melhor amiga ri de algo que diz? Ele parece tão surpreso quanto eu. – O que é engraçado?
- Sua completa falta de senso. – ela diz. – Vamos jogar sinuca? – ela pergunta se levantando. – se você vencer, vou deixar você continuar achando que é minha babá. E se eu vencer você me paga a bebida mais cara desse lugar.
- Tudo bem. – ele diz levantando. – Se você vencer, pago duas bebidas. – ele diz sério.
Todos se levantam para ver o jogo, mas permaneço sentada, não queria ter que ir ver mais uma disputa deles, sem falar que era capaz da quebrar o taco na cabeça de quando ele a irritasse, fecho meus olhos e respiro fundo, tento não pensar no irmão de Carter, o lindo irmão de Carter, com olhos castanhos que beija a mão das pessoas.
- Hey, você está bem? – ouço uma voz falar.
- Tô ótima. – digo a . – Você não vai ver a partida? – pergunto.
- Algo me diz que aquilo não vai terminar bem. – ele diz rindo. – Eles são sempre assim?
- Desde crianças. – digo, ele dá um meio sorriso. – O que foi?
- Nada. – diz. – Então, , – ele diz. – Quem é você?
- Como assim? – pergunto confusa. – Sou a irmã do .
- Não. – ele fala. – Quem é você de verdade, sabe? Profissão, coisas que gosta de fazer, comida favorita essas coisas.
- Eu sou professora de música. – digo já esperando o desapontamento, mas ele me olhou curioso.
- Combina com você. – ele diz.
- Combina? – pergunto, essa é a primeira vez que ouço alguém dizer isso.
- Sim. – ele ri. – Você parece mesmo ter algo em sua volta suave, você toca o que? Eu chutaria piano por ser o mais tradicional, porém olhando suas mãos. – ele encara minhas mãos. – Acho que você toca algo com cordas violino ou violoncelo.
- Violoncelo. – digo. – Como você é tão observador?
- Sou fotógrafo, – ele diz. – observar as pessoas é o meu trabalho.
- Você não tem cara de fotógrafo. – digo a ele que da uma risada.
- Eu fotografo paisagens, viajo muito, na verdade, acabei de voltar de uma viagem de três meses na Austrália. Onde você leciona?
- Em uma fundação voltada para crianças carentes. – ele me encara, isso é um pouco desconfortável. – O que foi?
- Acho interessante você dar aulas de música. – diz. – Eu sempre admirei Carter por dar aulas, embora a profissão de professor não seja valorizada como deveria, você deve gostar muito do que faz.
- Sim, eu amo meu trabalho, muitas pessoas criticaram minha escolha, a maioria sempre achou que tocar violoncelo era só um hobby, meus pais tinham esse objetivo: cada filho toca algo. – comento. – No inicio, eu comecei para irritar minha irmã Elaena, ela tinha começado o violoncelo, mas se descobriu muito talentosa no piano, ela disse que eu não conseguiria, que deveria tentar o piano também, me esforcei muito até que percebi que gostava muito do violoncelo, então decidi que queria fazer isso o resto da minha vida. Não me vejo fazendo outra coisa se não isso.
- Sei como se sente. – ele diz e sua voz sai melancólica.
- Você tem fotos do seu trabalho? – pergunto tentando mudar de assunto.
- Tenho sim. – ele diz me mostrando algumas fotos no celular. – Acho que seria melhor você ver no meu estúdio, as fotos no papel são muito mais bonitas.
- Isso é um convite?
- Bom, – ele parece nervoso. – se quiser, eu não vou ficar muito tempo na cidade.
- Ah, então você é esse tipo de cara. – eu digo. – O que passa o maior tempo do mundo flertando e viajando.
- Não. – ele faz um sinal negativo. – Eu meio que vou fazer a viagem da minha vida, tem alguns lugares que eu sempre quis conhecer, vai ser uma viagem pessoal, você devia fazer isso. – eu arqueio as sobrancelhas e ele ri. – Nãoo comigo, estou dizendo que você parece estar procurando algo, talvez devesse viajar ou, sei lá, desculpe, quando fico nervoso acabo falando um monte de coisa sem nexo.
- Você está nervoso? – pergunto rindo. – Por quê?
- Talvez porque eu estou aqui conversando com uma bela garota de branco, – diz. – acredite não faço muito isso, nesse ponto Carter e eu somos parecidos. - ele completa e eu entendo. Carter é tímido, muito tímido, mas não parecia ser tímido, muito pelo contrário.
- Bom, se quer saber eu também estou meio nervosa. – falo. – Tive um péssimo encontro outro dia e estou chocada que não conhecia você, eu estive no casamento do Carter e não te vi.– eu notaria esses olhos em qualquer lugar, penso em dizer, mas me seguro, não posso fazer isso, seria estranho demais.
- Eu não fui. – ele diz envergonhado. – Estava no Japão, teve uma tempestade horrível, não consegui um vôo. – ele parece chateado. – Eu prezei muito minha carreira perdi grandes momentos da minha família ,vou recuperar isso esse mês e depois viajar.
- Essa viagem parece ser importante para você. – digo a ele.
- Eu amo as cores do mundo. – ele diz, me sinto confusa com o que ele diz, não faz muito sentido. – Tem algumas que ainda preciso ver, mas depois da minha viagem vou ficar na cidade.
- Isso parece bom.
- O que mais preciso saber sobre você, ? – o jeito que esse homem dizia meu nome soava tão... Sensual? Eu não sei, mas eu gostei de como soou.

I wanna run, run, run away
(Eu quero fugir, fugir, fugir).
In your getaway car, make a getaway
(Em seu carro de fuga, fazer uma fuga).


Conversamos sobre tudo desde nosso filme favorito até mesmo sobre o último livro que lemos, era tão fácil conversar com ele parecia ser uma pessoa tão leve, embora um tanto melancólica, talvez fosse, eu tenho estado tão focada no trabalho em fazer feliz que percebi que não tenho focado em mim. Tenho ido a encontros com minha melhor amiga, com caras que não são meu tipo e não ligam a mínima pra mim, tenho estado focada em manter uma vida perfeita ao meu modo que a ideia de fugir, de simplesmente pega um carro e fugir, soa tão aceitável.
- O que diabos vocês estão fazendo aqui sozinhos? – meu irmão surge atrapalhando a conversa.
- Vocês já terminaram? – pergunto, e percebo que já havia passado muito tempo desde que eles saíram.
- Como se conseguíssemos. – ele diz sentando exatamente no meio, me separando de , eu realmente odiava meu irmão às vezes. – Sua amiga tacou o taco em cima de mim.
- Porque você foi um idiota. – diz irritada. – Ainda assim, vou pedir aquela bebida.
- Mas vocês não me responderam... – diz me encarando.
- , – Eva me chama. – vamos pra pista de dança agora. – ela diz me puxando.
- Obrigada. – digo baixo ela me dá um sorriso, Eva era tão perceptiva.
If the weapon is your love
(Se a arma é o seu amor)
I've got my hands up
(Eu coloco minhas mãos ao alto)
If you're gonna take me down
(Se você vai me derrubar)
I surrender
(Eu me rendo)
I'll give you anything you want
(Vou te dar tudo o que quiser)
Just don't leave me alone
(Apenas não me deixe sozinha)
This is a hold up
(Isto é um assalto)
This is a hold up
(Isto é um assalto)


Fomos pro meio da pista dançar, eu não gostava muito de dançar me sentia meio deslocada, como se meus movimentos fossem completamente descoordenados dos demais, as meninas pareciam muito melhor nisso, embora Tilly pareça meio louca nesse aspecto, ela dançava algo de forma de robô o que fazia as pessoas a nossa volta rir, mas Eva, nossa, ela dançava tão bem e tão sensualmente, ela só não conseguia ser mais sensual que , que era observada por muitos homens que tentavam se aproximar.
- Você tem muitos admiradores. – falo alto ela ri.
- Você tem um bastante bonito, também. – ela diz indicando um canto e lá estava ele, , me olhando divertido. – Acho que alguém gostou muito de você. – diz divertida.
Fico vermelha, não estou acostumada a ser observada, muito pelo contrário, eu sempre me sinto tão invisível. Tilly nos arrasta de volta, cansadas demais para se mover, voltamos à área VIP, os meninos estão falando algo sobre amanhã, assim que sentamos, me certifiquei em sentar o mais longe possível de e de para evitar algo constrangedor.
- Que jogo é esse? – Tilly pergunta a eles, que explicam a tradição de aniversário. – Isso parece muito divertido.
- Não é pra ser divertido. – diz. – É para provar quem é o melhor.
- Claro que é. – se intromete. – Porque é muito difícil acerta alguém com uma arma de tinta.
- WOW. – Jay fala rindo. –É muito mais que isso.
- Bom, parece mais uma coisa relacionada ao ego masculino. – rebate, percebo que Eva e Robb trocam olhares, eles com certeza não vão se meter nisso, encaro ele parece estar se divertindo e Carter parece sério, não surpreso com mais uma discussão. – Graças a Deus, nós, mulheres, não temos isso.
- Vocês não conseguiriam sobreviver a isso. – rebate. – Simples assim. – todos ficam em silêncio.
- Você acha isso? – ela pergunta. – Eu acho que conseguimos ficar nesse campo de paintball e sem ser pegos por vocês.
- Isso é uma aposta? – pergunta.
- ... – Eva e eu chamamos juntas.
- É. – ela diz. – Aposto.
- Então ta. – meu irmão, que é tão inteligente e tão sério, se torna uma criança diante da minha melhor amiga, isso só pode ser sacanagem. – Se vocês ganharem, eu pago uma viagem a vocês pra onde quiserem, e se vocês perderem, o que é provável, vocês pagam uma viagem pra gente, o que acha?
- Acho que você assinou sua sentença. – ela diz. – Meninas, vamos embora.
- A gente não pode sentar e falar sobre essa idiotice? – pergunto a ela.
- Concordo com a . – Carter diz ajeitando os óculos. – Isso é ridículo.
- Ele – ela diz apontando . – é um idiota. Vocês estão com medo?
- Ok. – Eva diz se levantando. – Vamos pra casa. – ela olha triste para Robb, eu aposto que ela ia para apartamento dele. – Vamos considerar isso amanhã, respondemos pra vocês se isso vai acontecer ou não.
- Vou pedir para o Carlos levar vocês. – diz, ele parece mais calmo agora.
- Não. – Eva diz. – Pegaremos um Uber. – ela fala séria. – Mas obrigada.
Abraço meu irmão tão irritada por ele ser tão estúpido às vezes, me despeço dos meninos, deixando, estrategicamente, para o final, ele novamente me deixa vermelha ao beijar minha mão.
- Foi uma noite e tanto. – ele diz. – Espero que considerem ir amanhã. – ele fala sorrindo. – Foi um prazer. – ele diz, colocando um papel na minha mão, o que eu aposto ser o telefone dele. – Caso não nos vejamos amanhã.
Sorrio sem jeito e acompanho minhas amigas para a saída, ao chegar à rua percebo que estou aliviada por respirar um ar fresco, ainda são 3 horas da manhã, entramos no Uber que Eva pediu e vamos para casa em silêncio. Assim que chegamos em casa sentamos no sofá, tirando finalmente esses sapatos altos respiro fundo, olho para .
- Você e quando estão juntos parecem voltar a ter 10 anos de idade. – digo. – Que tipo de aposta foi essa?
- A,h qual é, – ela diz. – ele duvida da nossa capacidade. – ela está muito irritada. – Acho que vai ser uma atividade boa pra gente.
- Eu concordo. – e pela segunda vez na noite Tilly me surpreende, eu sei que ela odeia exercícios, imagina ir para um campo cheio de mato. – Acho que vai ser legal.
- Eu não tô acreditando nisso. – digo olhando para Eva, se empatássemos em votos poderíamos dar a causa como ganha, era uma regra nossa se metade de nós fosse contra significaria que nada valeria o risco.
- Vou votar a favor. – Eva diz mais para mim que para as outras. – Porque assim você vai poder ver de novo.
- Hã? – me faço de confusa.
- Eu vi você conversando com ele. – ela diz. – Você parecia tão relaxada, eu sei que você está com raiva agora, mas amanhã eu tenho um pressentimento que vai valer a pena.
- OBA! – diz. – Ótimo vamos dormir, então, amanhã acordaremos mais cedo para nos preparar, vou ver se consigo um mapa ou planta do lugar para traçarmos uma estratégia. Vou mandar mensagem para o .
- Ok, isso foi um pouco UAU. – Tilly diz. – você parece um general falando. - Eu aviso a . – Eva diz. – Você tende a ficar com raiva muito rápido para conversar com ele. Agora vão para cama!
Olho para minhas amigas sem acreditar que vão mesmo querer fazer isso, não é algo que gostamos de fazer e não acho que vamos conseguir vencer os rapazes em um campo que eles conhecem fazendo algo que eles fazem há anos, suspiro derrotada me jogando na cama para enfim descansar, mas antes de adormecer observo o papel que me deu, dou um sorriso meio nervosa parece uma coisa adolescente. Bom talvez não seja tão ruim jogar esse jogo.

XX-XX


Sábado – 09:17
- Não acredito que estou acordada tão cedo. – Tilly reclama claramente com sono. – Agora eu me sinto arrependida por ter votado nisso.
- Tome um café bem forte. – diz dando a ela uma xícara. – Eu consegui uma planta do lugar!
- Eu já avisei ao – Eva diz. – e já achei roupas perfeitas para nós!
- Vocês dormiram? – pergunto por que parecem tão bem dispostas.
- Claro que sim. – Eva diz rindo. – Pensei numa estratégia. – ela diz para .
Elas passam a discutir planos de guerra como se fosse uma guerra mesmo, sei que Eva não está preocupada com Robb, mas com certeza e Jay iam jogar pesado, Carter não era muito bom nessas coisas, ele era distraído demais como eu, restava , Eva disse que eu poderia lidar com ele, que ele não seria um problema, mas eu não acreditava nisso, era fofo, mas aquilo valia uma viagem eu não o conhecia de verdade, então não poderia prever o que aconteceria. Após traçarmos um plano, no qual eu apenas ouvi, fomos nos preparar como se isso fosse ser realmente uma guerra.
Quando Eva estacionou o carro no campo de paintball acho que todas concordaram que aquela ia ser uma batalha muito difícil, com plantas ou não, ao encarar esse lugar penso em correr pra longe, era enorme e cheio de árvores e mato, tenho certeza que não vou gostar nem um pouco disso, que vou odiar cada minuto. Os rapazes nos encontraram na entrada, pareciam relaxados demais, é claro, eles conheciam aquilo. Um instrutor vem e nos mostra como usar as armas e da a cada uma de nós uma mochila preta com algumas coisas.
- Bom, – começa. – como temos um integrante a mais, caso uma de vocês for pega uma vez vamos deixar que escape e daremos 15 minutos para se esconder. – ele diz sério, percebo que quer refutar. – Sem discussão sobre isso. – diz sério. –Se perderem tem sinalizadores na mochila não se desesperem. – sinto que isso foi para mim. – É só mirarem pro céu e atirar, isso será considerado uma desistência automática, mas na hora não pensem nisso se sentirem mal o façam, e que vença o melhor grupo.
- Venham, meninas. – Eva nos chama. – Lembrem-se do plano, ok? fique perto de nós.

XX-XX


Hey, stranger
(Ei, estranho)
I'm addicted to the danger of the touch
(Estou viciada no perigo de um toque)
Now you're wanted
(Agora você está sendo desejado)
Better keep me as your hostage
(É melhor me manter como sua refém)
Tie me up
(Amarre-me )


Bom agora que refleti tudo o que aconteceu, percebo que essa aposta foi a coisa mais idiota que eu já vi na minha vida, começo a rir deixando surpreso, ouço um barulho de passos e me joga atrás de uma árvore me fazendo um sinal de silêncio com aos mãos, deve ser as meninas elas vieram me resgatar.
- Hey, . – era Jay, droga! – Achou alguém? – era meu fim.
- Não, cara. – ele diz. – pensei ter ouvido algo, mas era impressão vou continuar de olho.
- Ok. – ele diz. – Elas não podem ter ido muito longe. – diz sério.
- Eu sei. – diz sério, ouço passos e ele me olha. – Jay já foi.
- O que é isso? – pergunto a ele que me encara. – Vai me deixar ir?
- Claro que não, você é minha refém. – diz sério.
- Eu então não deveria estar amarrada, estranho? – pergunto levemente divertida.
- Não pensei que fosse dessas garotas que curtissem ser amarradas. – ele diz. – Você não vai fugir nem atirar em mim, achei que poderíamos, sei lá, conversar mais.
- Você sabe que isso é um jogo, não é mesmo? – Eu pergunto e ele ri.
- Eu já perdi esse jogo, . – fala.
- , com quem você esta falando? – era Jay de novo. – ?

I wanna run, run, run away
(Eu quero fugir, fugir, fugir)
In your getaway car, make a getaway
(Em seu carro de fuga, fazer uma fuga)


Tudo é muito rápido puxa a minha mão e corremos simples assim, Jay ficou sem reação por alguns segundos até que finalmente percebeu que seu companheiro o traiu e não pretendia me entregar como refém, ele correu atrás de nós, atirando com a arma de tinta as bolas passam próximos demais acertando as árvores a nossa volta sinto que algumas parariam em mim.

If the weapon is your love
(Se a arma é o seu amor)
I've got my hands up
(Eu coloco minhas mãos ao alto)
If you're gonna take me down
(Se você vai me derrubar)
I surrender
(Eu me rendo)
I'll give you anything you want
(Vou te dar tudo o que quiser)
Just don't leave me alone
(Apenas não me deixe sozinha)
This is a hold up
(Isto é um assalto)
This is a hold up
(Isto é um assalto)


me protegia nos jogamos numa espécie de vala coberta de folhas ficamos abaixados por um tempo, minha respiração está tão evidente provavelmente vai me denunciar, coloca a mão na minha boca delicadamente, ouvimos passos pesados provavelmente era Jay. Ficamos em silêncio uns minutos até que parece seguro suficiente então eu começo a rir.

Everybody get down
(Todo mundo, abaixem-se)
Get down on the floor, floor
(Deitem no chão, chão)
Everybody get down
(Todo mundo, abaixem-se)
Nobody gets hurt
(E ninguém se machuca)
OOh


- Do que você está rindo? – ele pergunta.
- Não acredito que você traiu seus amigos. – falo a ele. – Vocês não tem uma regra pra isso?
- Vocês, mulheres, se guiam muito por regras e manuais de como agir. – ele diz fazendo carranca. – Nós simplificamos, eu já disse eu perdi esse jogo.
- Isso vale uma viagem. – argumento. – Ah é, você já vai viajar não precisa disso.
- É eu vou viajar. – ele diz respirando fundo. – Eu não quero que fique com pena de mim nem nada. – o encaro confusa. – Essa viagem é importante porque provavelmente vai ser a minha última chance de enxergar, – ela faz uma pausa que parece durar uma eternidade. – descobri que tenho uma doença que está me fazendo perder a visão. – ele ri sem humor. – Desculpe por isso, – diz fazendo um sinal entre nós. – eu joguei sujo com você.
- Por que diz isso? – pergunto.
- Porque eu comecei algo com você, eu flertei e fiz a imagem de um cara legal que está 100% saudável, mas a verdade, é que em alguns meses eu vou ficar completamente cego.
- Agora faz sentido o que você disse sobre profissão... – comento, e sinto-me mal por ele imagina você nunca mais poder fazer o que você ama? Eu morreria eu ficaria louca.
- Não tem como reverter essa situação? – eu pergunto esperançosa. – Você é tão jovem, deve ter algum tratamento.
- Não. – ele diz sério. – Minha doença é irreversível, eu já pesquisei muito, meus pais também, vou para um centro de treinamento para cegos quando acontecer, eu já conheci o lugar é ótimo vou aprender a lidar com isso, vou ter até um cachorro, no inicio fiquei muito puto, pra caralho, – ele ri. – mas percebi que eu prezei a minha carreira por tanto tempo, conheci milhares de lugares, tirei as fotos mais lindas possíveis, dormir com mulheres exóticas, – ele me olha um pouco vermelho. – desculpe, – pede. – eu vivi o que podia, então decidi que tinha alguns lugares que eu queria conhecer, vou fazer isso, tirar fotos, escrever sobre isso, meu chefe disse que sou bom escritor, depois, quando acontecer, eu vou fazer isso: escrever. Não adianta ficar choramingando e desistir da minha vida, há coisas piores que ficar cego, não é mesmo? – me pergunta. – Você está chorando? – pergunta preocupado. – Se machucou?

If the weapon is your love
(Se a arma é o seu amor)
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(Eu coloco minhas mãos ao alto)
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(Se você vai me derrubar)
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(Eu me rendo)
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(Vou te dar tudo o que quiser)
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(Apenas não me deixe sozinha)
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(Isto é um assalto)
This is a hold up
(Isto é um assalto)


- Eu – começo a falar com a voz embargada, estou chorando, sou tão emocional, você falou algo muito bonito, – digo por fim. – você realmente sabe conquistar uma mulher. Primeiro ajuda ela a fugir e leva um tiro pra ela e fala coisas muito bonitas. – então aproximo meus lábios do dele selando-os ele parece surpreso inicialmente, mas logo coloca as mãos no meu rosto e me beija de verdade como se deve, sua língua invade a minha boca desesperada parecemos famintos desesperados por mais. – Se você estiver mentindo sobre isso, – digo ao nos separarmos. – vou te matar.
- Tenho certeza que vai. – ele diz me olhando diretamente nos olhos. – eu realmente perdi esse jogo, – reafirma ele. – no momento em que você entrou naquela sala VIP eu soube que não ia conseguir. – ele diz.– Pode ser piegas pra cacete dizer isso agora, e, caralho, soa realmente muito clichê, eu sei que vou passar pouco tempo na cidade e vou ficar cego, mas eu gostaria que você saísse comigo, você pode até me chutar depois que eu ficar cego eu não vou me importar, só vamos com calma.
- Vou adorar sair com você, . – digo dando outro beijo nele.
- Hum-hum. – nos assustamos ao ouvir uma voz conhecida, era Carter ele nos olhava com um meio sorriso. – Estamos procurando vocês há horas. – diz sério, nos levantamos, ele me ajuda a subir de volta. – Soube que você nos traiu. – diz a .
- Perdi esse jogo ontem a noite, cara. – ele diz alegre.
- Quem ganhou? – pergunto.
- Ninguém. – ele fala. – estava “perseguindo” . – diz fazendo aspas. – Ela acabou caindo e torceu o pé ele foi com ela para o hospital, o pessoal estava procurando vocês.
- Ela se machucou mais que isso? – pergunto preocupada.
- Não, parecia ser só o tornozelo, mandou mensagem dizendo o hospital que foram. – Carter nos olha. – Então devo comentar isso? – pergunta para nós dois. – Relaxem. – ele ri. – Bom, eu sugiro cuidado aos dois.
- Estamos bem. – eu digo, e vejo as meninas de longe elas correm em minha direção.
- Ah, meu Deus, , – Eva diz preocupada. – onde você estava?
- Ficamos escondidos. – eu digo. – Nem percebemos que tinha acabado. Carter contou da alguma novidade?
- me ligou, ela está sendo atendida. – Robb diz sério. – Acho que devemos ir pra casa todos nós. – completa. – vai levar .
- Tudo bem. – Tilly diz. – Nunca mais farei isso, eu quase morri. – diz frustrada.
- Vou dirigindo. – Eva beija Robb. – Te ligo daqui a pouco.
- Então, – diz parando a minha frente. – caso queira sair você tem o meu número. – ele respira fundo. – Caso não queira, foi um prazer conhecer você . – diz beijando minha mão.

If the weapon is your love
(Se a arma é o seu amor)
I've got my hands up
(Eu coloco minhas mãos ao alto)
If you're gonna take me down
(Se você vai me derrubar)
I surrender
(Eu me rendo)
I'll give you anything you want
(Vou te dar tudo o que quiser)
Just don't leave me alone
(Apenas não me deixe sozinha)
This is a hold up
(Isto é um assalto)
This is a hold up
(Isto é um assalto)


- Me dê seu celular – digo a ele, que me entrega eu coloco meu número nele. – Aqui está meu número, – me aproximo beijando-o no rosto. – me liga. – pisco e corro para o carro das minhas amigas.
Antes de partirmos posso ver sorrindo alegremente, Carter colocando os braços no irmão, Jay completamente confuso e Robb sério, me sento no banco da frente ao lado de Eva e sinto meu celular vibrar com uma mensagem.

“Apenas checando
- J.”


Dou um sorriso que não passa imperceptível por Eva, que me dá um sorriso.
- Eu disse que sentia que algo bom ia acontecer. – ela diz rindo.
- Bem, tá no hospital. – digo ela ri.
- Acredite, , eu sempre, sempre, estou certa sobre as coisas. – ela diz me encarando.
Não havia como questionar isso, mas acho que ela não se referia apenas a mim.

Epilogo
Três meses depois


- Eu nunca senti tanto frio na minha vida. – me diz, ela deve estar mesmo com muito frio, pois está com um casaco grosso e touca. – quer me matar de hipotermia.
- Mas foi tão bonito quanto imaginava?
- Foi lindo. – minha melhor amiga diz. – Mas vamos falar de você senhorita aniversariante!
- Sua vida está mais emocionante que a minha. – digo para ela. – Você que está há meses viajando por um monte de países.
- quer ver o máximo que puder antes de ficar completamente cego. – ela explica. – Mas não mude de assunto, você devia ter aceitado que as meninas ficassem ai com você!
Olho para a imagem da minha amiga na tela e dou um sorriso, mesmo estando longe sempre se preocupando comigo. Eu confesso que podia ter dito as meninas para ficarem, mas não podia fazer isso, os pais de Tilly moravam no interior ela quase nunca tinha oportunidade de vê-los só porque era meu aniversário, e Eva, bem, ela estava na casa de Robb com a família dele, a família dele era muito grande e conservadora, era aniversário de alguma avó o que indicava a presença de toda a família e Eva, como futura esposa de Robb, tinha que está lá. E ao lembrar que Eva estava noiva senti um amargor e a lembrança de um encontro com o passado voltou a minha mente.
- Encontrei Vincent ontem. – confesso a , seu olhar é triste. – Ele estava com a esposa. – falo. – Namoramos por oito anos, , e ele nunca me pediu em casamento ai em dois anos ele casa com uma loira peituda! E ainda tem um filho, eu me senti mal eu... – percebo que estou chorando de novo.
- Sinto muito, – minha amiga diz. – ele é um idiota, , você não pode ficar triste por isso, não hoje! Você deveria sair pra algum lugar! Talvez eu devesse ligar pra Eva. – ela argumenta.
- Não! Eu vou ficar bem. – digo sem muita certeza. – Vou trabalhar no projeto Mason ele vai me manter ocupada por.– digo mais firme, mas o rosto de continua triste. – É sério, vou ficar bem.
- Oi, , – aparece na câmera. – feliz aniversário!
- Obrigada. – digo sorrindo. – me disse que você queria matá-la de frio!
- Bom, eu a esquentei bastante, não sei do que ela está reclamando. – percebo que ficou muito vermelha e gargalho. – Grandes planos para hoje?
- Muito trabalho e talvez eu faça uma maratona de Game Of Thrones, – digo, mas ele não ri como pensei que aconteceria. – relaxe, !
- Entendo. – ele diz olhando .
- Vou desligar. – digo aos dois. – Voltar ao trabalho, ligo mais tarde, se divirtam. – desligo o Skype.
Suspiro, eu sei o que parece, eles estão preocupados comigo, eu entendo, mas não quero atrapalhar a viagem deles. Quando disse que a convidou para viajar, confesso que achei que ela não iria, afinal, parecia estar fixa aqui, mas então eu vi nos olhos dela que ela queria ir, mas do que tudo eu disse a ela “Vai, não perde esse cara”, claro que o fato de estar perdendo a visão pesou muito, mas eu sempre soube que ela queria conhecer lugares, só precisava de um empurrão.
Tento focar no projeto Mason, uma mansão enorme que a dona quer totalmente alegre e divertida, cheio de cores, algo quente. Embora eu tenha detestado a mulher, pelo gosto excêntrico, tenho que admitir, ela é corajosa. Redecorar uma casa inteira contra a família do marido requer coragem, o que ela tinha de sobra, tinha que tentar inserir dourado em quase tudo, pensar no local para móveis estava trabalhando há dias nesse projeto.
Sinto que perdi a noção do tempo, pois já é noite eu nem comi nada, estou faminta, se Eva soubesse disso me mataria, ela era tão controladora. queria que eu tivesse companhia, mas essa casa era tão cheia sempre, as meninas falavam tanto, não que eu não gostasse eu amava todas, mas em dias como hoje eu apreciava mais o silêncio, precisava ficar melancólica e ficar assim com a presença das meninas era quase impossível. Vou à cozinha, acho que tem um empadão de ontem na geladeira.
- Não tem nada melhor para jantar, não?
Grito assustada, eu conheço essa voz, claro que conheço, mas o que diabos faz na minha casa em um sábado a noite? Ele está vestindo algo bem civil e longe dos ternos que ele usa durante a semana toda, eu sempre esqueço que ele tem uma chave daqui para emergências, mas ele sempre usa a campainha.
- Que desgraça, , – falo irritada. – quer me matar do coração? O que você quer aqui?
- Não precisa ficar tão irritada. – ele diz sério. – Vim te levar pra jantar.
- Me levar pra jantar? – dou uma risada. – Você caiu da cama e bateu a cabeça?
- Não seja tão dramática, – ele responde. – anda, vai se vestir.
- Me dê um motivo para eu aceitar esse convite.
- Bom isso não é um convite, é um ultimato. – ele diz. – E eu não vou sair daqui até você aceitar. Então a não ser que me queira aqui por mais tempo, sugiro que você vá colocar uma roupa bonita.
Eu o odiava, ele é tão controlador, metido, arrogante ele é tudo o que eu abomino, respirei fundo e fui até meu quarto, eu vou matar a quando ela voltar, aposto que ela ligou para ele, o que o fez ter pena de mim, eu odiava que sentissem pena de mim, sei me cuidar muito bem, faço isso desde cedo, quando meus pais se divorciaram e eu tive que passar meses de um lado pro outro em uma briga pela minha guarda. Pego um vestido simples, não ia ficar me arrumando para sair com não mesmo, mas hoje é meu aniversário, droga! Não posso ir a algum lugar de qualquer jeito.
Optei por um vestido vermelho com um decote maravilhoso que Eva tinha me dado de presente no ano passado, eu não gostava muito dele pelo decote, mas que se dane, queria me levar pra sair? Eu ia dar a ele um motivo pra se arrepender amargamente por isso. Coloquei uma maquiagem escura, saltos bem altos e voltei à sala, ele estava vendo TV pacientemente, quem não conhecesse diria que ele era perfeito, mas era só ele abrir a boca que o encanto acabava.
- Então, – falo alto, ela me encara. Essa era outra coisa que odiava nele, a capacidade de esconder exatamente o que pensava. – algum problema?
- Não. – ele diz calmo. – Podemos ir?
- Claro. – digo apontando a porta, descemos o elevador em silêncio assim que chegamos à garagem, que eu nem sei como ele tem uma vaga, percebo que o motorista particular não está aqui, o que me surpreende. raramente saia sem ele. – Ué, sem motorista?
- Hoje é aniversario de casamento de Carlos. – ele diz. – Dei folga a ele essa semana.
- Estou surpresa por você ter um coração, – digo, ele bufa, irritado. – mas quer dizer que você não vai beber?
- Prefiro fazer isso sóbrio. – ele diz baixo.
Olho para ele irritada, então era isso, passar algumas horas comigo era tão ruim a ponto dele preferir ficar sóbrio e provavelmente insuportável.
Bato a porta do carro mais forte do que deveria e coloco o cinto, ele liga o rádio e dirige, foi um caminho silencioso, atravessamos a cidade rapidamente indo em direção ao porto, ele para o carro em frente a um navio enorme, ele gentilmente abre a porta para mim e entrega a chave ao manobrista, não vamos ao navio, mas sim a um restaurante em frente ao porto, algo me diz que a vista no andar de cima deve ser linda. Somos guiados até uma mesa ela é bem na janela eu posso ver as luzes da cidade o céu estrelado é realmente a coisa mais linda do mundo.
- A vista é ótima. – digo a ele. – Você tem uma mania de conhecer lugares assim, não é mesmo?
- O que você quer dizer? – ele parece confuso.
- Que você vai para todos os lugares possíveis, – digo. – boates, restaurantes...
- Bom, eu nunca estive aqui.– ele diz, um garçom nos traz o cardápio. – Quer um vinho? – faço que sim com a cabeça, ele fala um nome em francês de algum vinho que eu não faço ideia do que seja e pede um refrigerante, então era isso ele realmente não ia beber.
- Bom, parece que eu vou ter que ser a bêbada da noite. – digo, mas ele não parece estar prestando atenção está encarando um homem no bar. – Um conhecido?
- Bom, ele esta olhando para você. – ele me diz. – Isso não é muito elegante. - Bem, eu me sinto bem com isso. – digo me virando para olhar o homem era loiro cabelo comprido, bem o meu tipo. – Será que me arrisco a ir pedir o número dele?
- Você esta brincando? – ele me pergunta.
- Claro que estou, , – digo a ele. – você é tão sem graça.
O garçom volta com o vinho, viro a taça de uma vez só, e encho novamente eu não iria facilitar para ele.
- Então desde quando você faz caridade? – pergunto.
- Você não vai facilitar, não é mesmo? – ele responde com outra pergunta. – Talvez eu devesse pedir para tirarem essa garrafa daqui.
- E qual seria a graça? – pergunto. – Posso fazer um brinde? Ao meu aniversário que foi ótimo! – digo irônica. – Sem minhas amigas, sem o Vincent, sem filhos, sem ser casada. – o rosto dele permanecia sério. – Por que você é tão sério?
- Nós somos o que somos, . – ele fala. – Você não precisa do Vincent pra ser feliz, ou ser casada, você pode viver sua vida sem isso, você trabalha duro isso não significar alguma coisa?
- Eu passei oito anos com ele. – digo tentando parecer irritada, mas a voz que saiu da minha boca foi frágil eu me odeio por isso. – Não, isso não é pelos oito anos, nunca foi, eu só me sinto traída, ele me abandonou ,você não entenderia ,eu nem deveria falar disso com você.
- Lembra-se da Heather? – ele pergunta, claro que lembro, ela era uma advogada loira de pernas lindíssimas. – Sabe o motivo de terminarmos? – ele pergunta. – Ela trabalhava muito, prezava a carreira dela acima de tudo, objetivos diferentes, eu acho. Encontrei com ela outro dia, ela se casou – ele diz rindo .– com outro advogado e tem um cachorro, eu cheguei a comprar um anel de noivado. – ele faz um sinal negativo com a cabeça. – Todo mundo passa por isso.
- Não posso ter filhos. – digo de uma vez só e ao dizer sinto que saiu um peso de mim, eu só falei isso em voz alta umas três vezes, sempre que tratamos do assunto é por sinais ou coisas no ar. Olho nos olhos dele para saber se vai ter alguma piada, mas seu olhar continua fixo.
- Há mais de um modo de se ter filhos. – ele diz. – Eu sei que não é a mesma coisa que uma gestação, mas acredito que quando um casal quer ter um filho você pode amar qualquer criança sendo sua ou não. Vincent é um idiota, , ele deveria saber disso. Isso não é culpa sua.
Sinto uma vontade de chorar, todos me disseram isso que não era culpa minha, eu sei que não é culpa minha, respiro fundo e peço para mudar de assunto ele faz um sim com a cabeça e me fala sobre algo que Jay contou, ele está namorando uma barman, o que me deixa meio chocada, até mesmo o Jay conseguiu uma namorada. Falamos sobre tudo: a empresa, nossos pais, talvez tenha sido a conversa mais longa que tivemos juntos sem uma tentativa de assassinato ou provocações e eu gostei, gostei muito. Ele me levou de volta, mas não entrou na garagem parou em frente ao portão.
- Bom, – eu começo. – obrigada pela noite. – digo.
- Não foi como eu imaginei. – ele diz.
- Nisso eu concordo. – digo. – vou dizer a que cumpriu sua missão direito. – ele parece confuso.
- Não fiz isso por ela. – ele diz – a última vez que falei com ela foi ontem de manhã, – ele parece respirar fundo. – isso está em ebulição há muito tempo, não é? – olho para frente e respiro fundo como ele, sinto o ar mais pesado no carro.
- Acho que sim. – finalmente digo .– O que você quer fazer?
- Eu não tenho certeza. – ele diz. – Na verdade, achei que você fosse ficar bêbada para conseguir fugir dessa conversa de novo. Robb me diz isso há meses, me disse algo assim antes de viajar, acredito que Eva tenha conversado com você. A verdade é que estamos há anos lutando contra isso, mas, quer saber? Que se foda, cansei disso. O que me diz?
- Eu posso confiar em você? – pergunto.– Depois do que contei hoje...
- Posso lidar com isso, – ele diz. – podemos lidar com isso, – corrige. – podemos ir devagar, que tal amanhã eu voltar aqui e irmos ao cinema? – ele pergunta.
- Você poderia subir. – eu digo a ele que sorri.
- Não hoje, não ainda. – diz sério.
- Me pegue às seis. – digo abrindo a porta do carro, mas antes que eu possa sair do carro sinto me puxar de volta.
- Isso é pra você. – ele diz me entregando uma caixa de veludo azul. – Feliz aniversário, .
Encaro aqueles olhos escuros e sérios eu tento fugir disso há muito tempo e agora olhando para ele aqui, eu percebo que ele também tem lutado contra isso há tanto tempo quanto eu, tenho medo disso, sempre tive medo, mas eu não quero mais ter medo, ele tem razão, isso está em ebulição há muito tempo e estou cansada desse jogo, eu me rendo.

If the weapon is your love
(Se a arma é o seu amor)
I've got my hands up
(Eu coloco minhas mãos ao alto)
If the weapon is your love
(Se a arma é o seu amor)
I've got my hands up
(Eu coloco minhas mãos ao alto)


FIM



Nota da autora: Então pessoas! Muito obrigada a todos que leram eu sei que o final não ficou exatamente como devem ter esperado, porém desde o primeiro momento em que eu projetei a história eu queria que ela acabasse exatamente assim. To muito feliz por ter conseguido escrever a tempo e conseguir mandar porque eu realmente sou muito insegura. Obrigada de novo e quem sabe até a próxima, Beijos x.x

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