Finalizada em: 12/06/2022

Capítulo Único

Me, you urin yeogil tteonaryeo hae
(Eu e você vamos embora daqui)
ppalli ollata maeumeun gateun gose
(Suba rapidamente, nossos corações estão no mesmo lugar)
gyeou geureon gomineun daeumbeonena hae
(Talvez se preocupe com coisas pequenas na próxima vez)
shigani bujokhajana so now we on our way
(Nosso tempo está acabando, então estamos indo)


não sabia quantas vezes já tinha rolado seus olhos com toda aquela cena que presenciava naquele meio de noite, enquanto algumas luzes coloridas passavam pelo seu corpo e alguns garçons rodeavam o lugar com a bandeja que seguravam cheia das bebidas mais caras que seus pais poderiam pagar para alguns convidados. Ela não queria nada daquilo, não queria festa, não queria aquela ridícula decoração requintada e caríssima que sua mãe achava extremamente necessária, nem mesmo todas aquelas pessoas rodeando e dançando por todo o lugar, demonstrando o quanto estavam completamente felizes e satisfeitas por estarem comendo às custas do seu dinheiro e por terem o que fazer em um sábado à noite.
Perca de tempo.
Era o que ela mais tinha pensado desde que a festa havia começado e até mesmo a música que ressoava por ali de forma alta e agitada a irritava de todas as formas possíveis, fazendo com que ela sentisse seu corpo queimar de forma enraivecida e furiosa. Haviam feito exatamente o contrário do que ela havia sugerido, do que ela queria, sequer haviam considerado sua opinião, ainda mais em seu aniversário.
Não estava acreditando naquilo. Ela não estava aproveitando, ela não queria aquilo. Nunca quis. E além de estar revoltada com tudo o que estava acontecendo, com a vontade de sair jogando tudo para o alto, seu amigo não havia aparecido. A única pessoa que seria capaz de tirá-la daquele lugar ou até mesmo de fazer companhia a ela, aturando tudo aquilo.
Ela não conseguia controlar a forma como se sentia, já que seu corpo tremia lentamente pela raiva que estava sentido e era impossível não deixar a cara de poucos amigos não ficar evidente.
Deixou os olhos caírem sobre seus pais, que caminhavam de forma lenta entre cada convidado que estava por ali, alguns sentados, outros de pé conversando entre si e alguns dançando pela pista de dança, exatamente da forma que ela não queria que estivesse acontecendo. Tudo tão excêntrico, inconveniente, desnecessário.
Ela queria tanto sair dali, era o que mais estava desejando. Não que não quisesse aproveitar seu aniversário, pelo contrário, era a data que ela mais queria aproveitar, mas não daquele jeito. Não rodeada de pessoas que mal conhecia, que não fazia questão de ter em sua vida e não com toda aquela ornamentação fútil que enfeitava todo o lugar.
Droga, onde é que estava?
— Você deveria aproveitar seu aniversário, querida.
ouviu a voz de sua mãe esfumaçar todos os pensamentos para longe e ela virou o rosto, podendo observar a feição satisfeita estampada no rosto da mais velha, que tinha uma taça de champagne em uma das mãos, que permanecia mais ao alto enquanto com a outra ajustava a caríssima roupa que trajava naquele momento. A garota a observou lentamente, percebendo o quão desnecessário tudo aquilo estava sendo, inclusive a expressão de contentamento que ela carregava em seu sorriso aberto.
— Como se eu realmente quisesse isso, mãe. — deu ênfase, arqueando uma das sobrancelhas para ela e bufou em seguida. — Pelo visto, vocês é que estão aproveitando.
— Já que nossa filha não utiliza do pequeno agrado que a oferecemos, devemos, no mínimo, fazer isso. — virou seu rosto em direção a , ainda mantendo o sorriso em seu rosto. queria revirar seus olhos mais uma vez. — E você podia ter colocado a roupa que lhe comprei.
— Eu agradeço, mas não. Você sabe que não gosto de nada caro desse jeito. — murmurou, cruzando seus braços. Não fez questão de virar seu rosto para sua mãe, esperando alguma reação ou até mesmo uma resposta, mas percebeu que não havia ninguém ao seu lado logo em seguida. Ela pôde soltar a respiração de forma vagarosa, sentindo seu corpo relaxar por alguns instantes, mas apenas momentaneamente, já que sentiu algo se remexer no bolso de sua calça de couro escura. Rapidamente levou as mãos em direção ao aparelho que guardava e avistou o nome de seu amigo brilhando no display.
De forma involuntária, soltou um resmungo pela ausência que sentia dele naquela festa e atendeu ao quarto toque, ouvindo um barulho alto ao fundo da ligação.
franziu o cenho.
? — perguntou. Pôde ouvir um silêncio rápido, mas, em seguida, a voz de seu amigo.
Parece que sua festa está bombando mesmo. — e aquela era a risada do rapaz. revirou os olhos mais uma vez. — Será que eu devo ir? Não sei se tenho alguma roupa apropriada.
— Você é um ridículo. Sabe que isso não tem nada a ver. — mencionou, quase em um resmungo alto por não gostar da forma como ele havia falado sobre. Não que estivesse mentindo, mas não era como se quisesse realmente fazer parte de todo aquele circo. — Por que não apareceu? Não aguento mais ter que ficar no meio disso.
Bom, digamos que eu estava planejando algo. — disse, soltando um pigarro. estreitou os olhos, caminhando em direção à parte superior do salão, onde pudesse ficar o mais longe possível de toda aquela encenação. Subiu os degraus vagarosamente, soltando um suspiro chegado ao chegar no topo. — E não é como se seus pais me quisessem aí.
Ela fez uma careta, mas soltou uma risadinha fraca em seguida. se lembrou bem de toda a implicância que seus pais tinham com desde o começo, quando ela o apresentou à sua família. Se lembrou perfeitamente de quando ele desceu do carro quando a deixou em casa, vestindo a jaqueta de couro que ele tanto gostava e que ela concordava que fazia parte do charme que o rapaz tinha, de quando ele bagunçou os cabelos escuros, fazendo sua mãe a olhá-la, como se perguntasse o que estava pensando da vida. A reação dos dois tinha sido engraçada, ainda mais a de seu pai quando soube que adorava mexer com alguns tipos de veículos, incluindo o que ele mais gostava, sua moto, mas que não tinha muita intenção em se especializar em alguma área naquele momento. Ela sabia bem que aquilo tiraria sua família do sério, até mesmo porque ele não era o tipo de cara com quem seus pais imaginavam que poderia ter algum vínculo de amizade. Nem mesmo desejavam que fossem daquele tipo.
Desde então, tem sido o cara que eles queriam que ela ficasse o mais longe possível. Mas claro que não faria aquilo, não mesmo.
Ela soltou um suspiro fraco e apoiou seus braços no parapeito de vidro, deixando o corpo descansar ali por alguns segundos, podendo ouvir a respiração de seu amigo do outro lado da linha.
— Eu não me importo mesmo com isso. Não me importa o que pensam. — deu de ombros, erguendo seu olhar para o céu escuro e estrelado daquela noite. Deixou seu olhar mirando o tom azulado que a paisagem estampava e se pegou pensando em como queria realmente estar aproveitando seu aniversário.
Isso eu já sei, . Mas se você pudesse fazer um pedido agora... Qual seria? — perguntou de forma curiosa. pressionou os lábios, inclinando a cabeça para o lado.
— Você sabe minha resposta. Eu sairia daqui o quanto antes. — soltou uma risadinha, fechando seus olhos brevemente. — Qual o motivo da pergunta?
Bom... Por que não olha para baixo? E quem sabe, assim, eu possa realizar seu desejo.
franziu o cenho com a resposta do rapaz, sentindo o corpo esquentar vagarosamente com a curiosidade que rodeava sua mente, mas assim que abaixou os olhos em direção ao térreo, onde os carros estavam estacionados próximos à rua, ela conseguiu avistar.
tinha a moto inclinada, sendo apoiada pelo próprio corpo enquanto uma mão apoiava o celular na lateral de seu rosto e a outra estava mais acima, sendo descansada em cima do capacete que ele também segurava. Não era como se nunca tivesse visto uma cena como aquela, mas naquela noite em especial o rapaz parecia estar diferente. Ele tinha um sorriso no rosto e era perceptível mesmo ela estando a uma distância considerável dele. Os cabelos estavam bagunçados como de costume, vestia uma jaqueta jeans com a blusa branca por baixo e se tornava completamente charmoso com aquela Trail.
sorriu. Ela sabia bem que ele tinha um charme único.
O rapaz ergueu uma das mãos, acenando para ela.
Você vai ficar aí? — questionou. Ela continuou o olhando, tentando digerir o que ele realmente estava querendo.
— Está falando sério? Você sabe que loucura vai ser quando eu sair por aquela porta? — apontou para baixo, em direção à enorme porta de vidro da recepção e riu, sendo acompanhada por ele.
E o que tem? Você vai ser a atração principal da noite. — deu de ombros, levando uma das mãos ao cabelo outra vez. continuou o olhando, ainda sem acreditar, e olhou para trás rapidamente, antes de voltar sua atenção novamente ao rapaz. — E aí, você vem?
A garota piscou algumas vezes, pensando no que iria fazer, mas sabia que não tinha outra saída, não era como se ela não quisesse mesmo sair daquele lugar. Mordiscou os lábios, balançando a cabeça em forma afirmativa e virou o corpo, descendo as escadas rapidamente.
Observou uma última vez a agitação em que o salão se encontrava, as luzes coloridas que impregnavam cada canto daquele lugar e a forma como as vozes se tornavam mais altas e irritantes à medida que ela caminhava em direção à saída do lugar, sem mesmo procurar seus pais com os olhos.
Ela não queria mesmo avisar sobre o que iria fazer.
Quando deu os últimos passos em direção aos degraus da saída, ouviu a voz de seu pai ecoando pelo pequeno hall, fazendo-a virar o rosto de forma breve. observou sua mãe caminhando logo atrás dele, com a expressão confusa em seu rosto.
? Onde você vai? — sua mãe questionou, ao parar ao lado do mais velho perto da porta. Ela desceu mais alguns degraus, sem sustentar seu olhar sobre os deles por muito tempo.
— Fazer o que eu deveria ter feito há muito tempo. Sair daqui. — respondeu, acenando rapidamente ao continuar andando em direção à moto de . O rapaz segurava uma risada contida. — Não se preocupem, estou em ótima companhia! Nos vemos depois!
E com isso, antes de subir na garupa do veículo, deixou um pequeno sorriso escapar quando viu seu pai caminhando rápido em sua direção. Não pensou duas vezes antes de pegar rapidamente o capacete que o rapaz havia levado para ela, o colocando na cabeça, e só conseguiu ouvir o ronco do motor da moto junto do vento de encontro a seu corpo ao saírem do lugar, apenas deixando a queixa frustrada de seus pais para trás.
só conseguia sentir o quanto precisava ter feito aquilo e agora ela podia ter certeza que seu aniversário estava apenas começando.

🎂

O frescor daquela noite não era nem de longe a melhor sensação que a garota estava sentindo naquele momento. Ela tinha seus olhos fechados brevemente, ainda sentindo o vento que emanava naquele horário refrescar seu corpo por completo e, com isso, o perfume de se envolvia com o vento, fazendo com que pudesse senti-lo impregnar suas narinas de forma gostosa, completamente agradável. Ela não fazia ideia de que perfume era aquele que ele tinha, mas tinha certeza que acabara se tornando um de seus preferidos por todas as vezes em que ela o sentia.
Enquanto o rapaz continuava a seguir pela avenida, os fazendo se aproximar do centro da cidade, ia puxando um assunto qualquer, até mesmo para fazer sua amiga rir um pouco e esquecer o ocorrido de cedo daquele dia. Sabia que não se importava muito com seu aniversário, gostava mais de aproveitar com seus amigos e sabia ainda mais que seus pais terem feito algo que ela detestava, havia sido o cúmulo para que a garota perdesse completamente o juízo. Conhecia sua família, sabia o quanto eles eram rigorosos e até certo ponto, controladores, mas conhecia ainda mais sua amiga e sabia o quanto ela fazia o possível para lidar com tudo aquilo.
Então, ao receber a ligação de desespero da garota perguntando se ele ao menos podia lhe fazer companhia, não precisou pensar muito para saber que deveria tomar alguma atitude para fazê-la feliz.
E, bom, naquele ponto, achou que realmente havia feito o certo. Ainda mais ao sentir com o rosto bem próximo do seu, sendo impedida de se aproximar mais por conta do capacete, e aquilo o fez sorrir um pouco mais, por vê-la contente daquela forma.
— Meu Deus, era isso o que eu queria. — ele pôde ouvir a voz da garota atrás de si, enquanto ela apontava em direção às ruas movimentadas de Seomyeon, onde haviam várias pessoas caminhando animadas, outras entrando em alguns bares e as demais conversando entre si ali mesmo. achava graça em cada detalhe que a garota percebia e mais graça ainda ao se lembrar que, mesmo tendo todas as oportunidades e qualquer coisa que quisesse por conta de sua família, ela não fazia a mínima questão de nada daquilo. Não fazia questão de seus privilégios, de tudo o que poderia ter se realmente quisesse. Ela era completamente simples, completamente ela e era isso que fazia com que sentisse vontade de querer mostrar muito mais para ela, tudo o que realmente merecia.
Ele acelerou um pouco mais a moto, podendo ouvir um gritinho animado de seguido de uma risadinha nasalada e as mãos da garota seguiram em direção à sua cintura, segurando sua blusa de forma firme.
— O que você quer fazer essa noite? Temos várias opções. — virou o rosto um pouco para o lado, para que ela ouvisse melhor e voltou a olhar para frente. soltou um resmungo fraco, pensando no que faria primeiro e voltou a observar o centro que passava rápido a seu redor, todas as luzes coloridas, as músicas que tocavam por ali... Era fascinante.
Deixou um sorrisinho fraco escapar ao ver a moto passando em frente a um dos pubs mais visitados daquele lugar.
— Acho que podemos começar pelo Pub Crawl. O que me diz?
Disse, sabendo qual seria a reação de seu amigo e, em seguida, conseguiu ouvir a gargalhada alta de , sendo seguida pela cabeça sendo balançada em afirmação.
— É você quem manda hoje, gata.
E com isso, desacelerou a moto, fazendo a volta em direção ao pub no centro do bairro de Seomyeon. sentia cada pedacinho de seu corpo vibrar em ansiedade e animação por finalmente estar fazendo o que queria desde o começo, ainda mais em uma das melhores companhias que poderia ter.
se aproximou do local, estacionando na vaga livre que havia encontrado e assim que tirou a chave da ignição, antes de descer da moto, olhou para trás, podendo ver os olhos brilhantes que a amiga tinha naquele momento.
— Como você se sente, ?
— Eu não sei nem te explicar. Você não faz ideia de como eu realmente queria isso. — voltou a olhar para ele, que balançou a cabeça assentindo, vendo o quão feliz ela estava. — Obrigada por ter me tirado daquele lugar.
— Não precisa nem agradecer. Acho que eu também não aguentaria por muito tempo. — fez uma pequena careta, soltando uma risadinha ao ver descer do veículo, tirando o capacete em seguida. Observou também quando ela deixou o cabelo cair sobre seus ombros e engoliu em seco, notando apenas naquele momento como ela estava linda. Ainda na mesma posição, o rapaz deixou o olhar cair sobre ela mais uma vez antes de descer da moto como e notou que ela trajava o jeans escuro, a blusa curta e o casaco também preto por cima, fazendo com que ele engolisse em seco mais uma vez.
Sabia que a garota tinha algo que não o deixava quieto, nem mesmo sem notá-la, mas vê-la daquele jeito... Caramba. sabia que era demais para ele.
Ele balançou a cabeça levemente e de forma imperceptível, tentando espantar para longe todos os pensamentos sobre ela e terminou de ajeitar o veículo, assim como os capacetes de forma segura. Quando terminou, colocou uma das mãos no bolso enquanto com a outra ajeitava seus cabelos, deixando-os bagunçados como sempre, e parou ao lado da amiga, que olhava admirada para todo o lugar.
— Você parece uma criança que nunca viu o centro da cidade e é a primeira vez. — a empurrou de leve pelos ombros e o olhou, sorrindo de canto. — E está mais feliz do que nunca.
— Isso graças a você! — abriu os braços, em forma de agradecimento e se jogou em cima de , que a pegou rapidamente, sentindo o corpo da garota de encontro ao seu em um abraço desajeitado. Os dois soltaram uma gargalhada animada e ela logo se ajeitou, olhando para a pequena fila que se encontrava próxima à porta de entrada do bar.
— Vamos? — perguntou, juntando suas mãos. O rapaz se aproximou mais uma vez, passando seus braços ao redor dos ombros dela e a olhou.
— Seu desejo é uma ordem.

A sensação que a garota sentiu ao colocar os pés dentro daquele lugar foi indescritivelmente surreal. Ela não sabia que misto de emoções era aquela, se era ansiedade, curiosidade, felicidade... Não fazia ideia. Só sabia que aproveitaria o máximo que pudesse de cada momento daquela noite.
ainda tinha seus braços ao redor do corpo da garota, olhando todo o lugar assim como ela fazia e achando incrível como o espaço estava lotado e como a música estava tão alta a ponto de nem ouvirem qualquer conversa que tinha por ali.
olhou para ele, sorridente, e voltou a olhar todo o lugar, tentando gravar cada detalhe que conseguia. Mesmo um pouco escuro e com as luzes coloridas, o lugar ainda parecia aconchegante a ponto de ficarem ali por um pouco mais de tempo. Observou alguns jogos espalhados pelo salão, a mesa de sinuca, algumas poltronas espalhadas e o bar posicionado em um canto mais afastado.
Aquele lugar realmente era incrível.
— Eu vou pegar uma bebida. Você quer? — disse alto, precisando se aproximar do rosto da garota para que ela pudesse entender e virou no mesmo momento para olhá-lo. Os dois se olharam bem de pertinho, fazendo uma leve tensão pairar entre eles.
— Quero sim. Não vou recusar nada. — soltou uma risadinha, piscando para ele.
Era claro que ela estava falando da bebida, pensou ainda a olhando e deixou um pequeno sorriso transparecer. Assentiu e olhou ao seu redor antes de seguir em direção ao bar. Pediu licença a algumas pessoas em seu caminho e, ao se aproximar do balcão, apoiou seus braços, abaixando a cabeça quase como se estivesse precisando respirar fundo com tudo aquilo. virou o rosto para o lado, podendo avistar ao longe se animando aos poucos com a música que tocava e deixou os olhos focarem nela por algum tempo, depois de pedir a bebida para os dois. Se pegou pensando em como queria mostrar a ela como realmente se preocupava, como queria ser mais do que apenas o amigo que ela poderia contar a qualquer momento e como queria muito não deixar que toda a questão de sua família impactasse alguma coisa. Não que ele estivesse mesmo se importando com aquilo, mas por que as coisas não poderiam ser mais fáceis? Por que não com eles?
era exatamente a pessoa que ele imaginava ter em sua vida e que realmente queria ter, mas droga... Por que ele tinha que se sentir daquela forma justamente por ela?
Só voltou a sua realidade quando sentiu o barman colocando as bebidas ao seu lado e o agradeceu, às pegando para retornar ao lugar em que ela estava, mas estreitou os olhos ao não conseguir localizá-la por ali. Virou o rosto para os lados, procurando por ela, mas não havia sinal. Começaria a achar estranho, não fosse por seu olhar parar no topo da escadaria, onde o olhava de forma chamativa e sorriu em seguida, o chamando ao acenar a cabeça para o segundo andar.
rapidamente caminhou até o lugar desviando de algumas pessoas, e assim que colocou os pés no último degrau, pôde avistar o céu aberto e estrelado que estampava a paisagem da varanda no segundo andar do bar. Claro que o rapaz já havia o visitado algumas vezes, mas naquela noite algo parecia estar diferente e não era como de costume. Ele pôde observar próxima ao parapeito, recostada ali com algumas pessoas perto dela e ele sorriu, notando o quão satisfeita ela parecia estar.
Ele se aproximou, parando ao seu lado, e baixou o olhar, direcionando a bebida para ela. A música alta ainda tocava por ali e algumas pessoas dançavam animadas.
— Esse lugar tem uma vista incrível. — a garota comentou, tomando um gole da bebida e fazendo uma pequena careta em seguida. — Aish!
soltou uma risadinha, dando um gole assim como ela.
— Vá com calma, . Ainda tem muito para aproveitar. — mencionou, ao vê-la tomar mais um gole da bebida. Ela sorriu abertamente, deixando os olhos mais fechados e balançou a cabeça, achando graça na fala de seu amigo.
— Eu gosto muito daqui, apesar de quase não frequentar muito por conta de meus pais. — rolou os olhos, virando o corpo de frente para a multidão de pessoas e encostou seus braços para trás. Ele permaneceu de frente para ela. — Não gosto desse controle. Eu me sinto presa, não tenho liberdade e só sin–
. — a interrompeu, balançando sua cabeça. o olhou, curiosa. — Não vamos falar disso agora. Você precisa se divertir. É seu aniversário, viva um pouco. — deu uma piscadela, tomando o restante da bebida em seu copo. Ele também fez uma careta assim como ela, que sorriu. — Deixe esses assuntos de canto por essa noite... E aí, quem sabe, amanhã você possa focar neles de novo. — afirmou, pegando o copo vazio da mão de sua amiga e o colocou na mesa ao lado, parando em frente a ela novamente. sorriu ao ver o amigo próximo daquela forma. — Mas, por hoje... Ah, , por hoje, seremos só nós dois.
E assim que disse, segurou as mãos da garota, a puxando para o meio da pista de dança que havia no meio do terraço, fazendo com que um sorriso esperto estampasse o rosto dela. Uma música mais agitada havia começado a tocar, assim como as luzes brancas e coloridas que sacudiam de um lado para o outro entre todos os que ali estavam, fazendo todo aquele flash invadir a visão dos dois. não sabia descrever como se sentia naquele momento, em como toda aquela emoção e todo o sentimento tomava conta de cada canto de seu corpo ao olhar nos olhos de à medida em que dançava junto dele.
O rapaz também se sentia da mesma forma. Sentir a garota tão perto de si era mais do que ele poderia pedir, mais do que imaginava que poderia acontecer. Acompanhou cada movimento que ela fazia, com suas mãos, com o corpo, a forma agitada e leve como ela se entregava a cada batida, levando suas mãos em direção aos cabelos escuros. Os observou balançando conforme ela se mexia e se juntou a ela com toda aquela dança que tentava acompanhar. Quando abriu seus olhos e notou bem pertinho de si, deixou o olhar pousar sobre o dele, sentindo seu corpo arrepiar só com aquele contato que estavam tendo, frente a frente. Ele continuava a olhar, como se seu corpo estivesse sendo puxado ainda mais para o dela e como se a vontade de puxá-la para si aumentasse ainda mais, à medida em que o olhar começara a ficar mais intenso.
Nenhum dos dois entendia bem o que estava acontecendo ali, mas a verdade era que não queriam entender. Não queriam mesmo. Não queriam ter que lidar com todo o misto de sentimento que invadia o peito de cada um, nem mesmo com o que iria acontecer depois.
Quase que de forma involuntária, o rapaz deixou o rosto se aproximar, sentindo-o esquentar um pouco pela proximidade, mas sentia e queria aquilo como nunca quis antes. E sentia exatamente a mesma euforia que ele.
Por alguns segundos, os dois sentiram o coração quase explodir dentro do peito, mas a mudança brusca na batida da música fez com que eles levassem um pequeno susto, e piscou algumas vezes com aquele momento.
pressionou seus lábios, sentindo suas bochechas tomarem um tom avermelhado, e desviou seu olhar do dele, sentindo algumas pessoas passarem pelos dois logo após.
— Eu... Você... Eu vou pegar mais bebida, você quer? — disse rápido, levando uma das mãos nos cabelos de forma nervosa.
Eu quero sim! Claro, quero sim... — a garota respondeu, engolindo em seco e sorriu de canto, o vendo assentir com a cabeça e sair rapidamente entre as pessoas que estavam por ali, fazendo abaixar o rosto, batendo de leve em sua testa pelo que quase aconteceu. Ela pressionou seus lábios, não contendo um sorriso bobo que começara a se formar em seu rosto por saber que não havia sido tão incômodo como achou que seria e que sim, queria o mesmo que ela.
não tinha dúvidas.

🎂

Durante toda aquela noite, aqueles sentimentos que eles não faziam ideia e nem mesmo haviam pensado que poderiam existir em ambos, vieram à tona com toda a força e toda a vontade que eles sentiam que poderiam cometer uma loucura a qualquer momento. já sentia toda a ânsia de ficar perto da garota aflorar em cada poro de seu corpo, conseguia sentir que não aguentaria segurar o impulso de beijá-la por muito tempo e céus... Como ele queria muito aquilo. Claro que não fazia ideia de que sua vontade ficaria tão intensa como no momento em que olhou nos olhos escuros de conectados aos seus e sentiu como se tudo aquilo fosse novo, tudo tão recente e não conseguia nem explicar como todo aquele sentimento era bom.
E ela não podia mesmo discordar.
Algo estava diferente. Talvez era a forma como eles tiveram aquela inexplicável conexão, em como se sentiu uma criança por sentir todas aquelas borboletas em seu estômago ou até mesmo por sentir seu coração palpitar ao ficar tão próxima do rapaz do jeito que ficou. Não que ela nunca tivesse deixado seus olhos caírem pelo rapaz alguma vez, mas nunca havia parado para pensar que realmente pudessem ter alguma coisa. Não havia parado para pensar se aquilo poderia mesmo acontecer.
Mas naquela hora, o vendo tão pertinho, quase sentindo a respiração dele em seu rosto, teve certeza de que ela queria mais do que nunca experimentar o gosto que os lábios macios deviam ter.
Eles ficaram a maior parte da noite com aqueles pensamentos rodeando suas mentes, com as dúvidas e as incertezas se deveriam tomar alguma atitude, se deveriam dar um passo a mais e fazer com que todas aquelas sensações se tornassem mais evidentes ainda, mas, da mesma forma, não queriam deixar que o que havia acontecido interferisse no momento que eles poderiam ter juntos até que aquela noite acabasse. Eles não pensariam mais do que poderia ter sido, nem mesmo se deveriam fazer mais alguma coisa.
Só continuariam a aproveitar, os dois juntos.
E foi exatamente o que fizeram.
Depois de permanecerem um bom tempo no pub se divertindo e dançando, e bebendo de forma moderada pelos dois, já que não poderia fazer aquilo da mesma forma, eles pegaram a avenida mais uma vez, tentando visitar cada pedacinho e cada lugar do centro de Busan. Já haviam perdido as contas de quantas gargalhadas haviam dado só pela diversão que estavam tendo, nem mesmo das piadas e dos pequenos flertes que davam entre si. se segurava a todo momento em que a olhava nos olhos, sabendo que por um pouco mais a seguraria pela nuca, deixando um beijo completamente sedento em seus lábios.
O que era todo aquele efeito? O que era todo aquele sentimento?
Ele sentia como se seu peito fosse explodir. E ela só conseguia se sentir da mesma forma.
segurou um pouco mais forte na cintura do rapaz, enquanto ele ainda dirigia para longe do centro naquele momento. Ela ainda conseguia sentir o cheirinho de seu perfume, sentia o calor do corpo do rapaz a envolvendo aos poucos e, com isso, deixou seu corpo se recostar um pouco mais no dele, ficando confortável ali. tinha um sorriso contido nos lábios ao acelerar a moto um pouco mais, observando o dia clarear aos poucos enquanto as mãos da garota estavam dentro do bolso de sua jaqueta e seus braços seguravam um pouco mais ao redor de seu corpo.
Ela não poderia deixar aquele dia acabar daquele jeito, sem ao menos fazer com que acontecesse o que deveria ter acontecido naquela boate, naquele bar.
O rapaz virou a cabeça um pouco para o lado, para que o ouvisse melhor.
— Eu tenho um lugar para te levar. — comentou, mais alto. Ela o olhou por alguns segundos e balançou a cabeça, assentindo. — Espero que não se importe e que realmente não tenha hora para voltar.
— Não me importo mesmo, mas... — deixou a cabeça cair para o lado tentando vê-lo melhor, curiosa. — Posso saber onde?
soltou uma risadinha fraca, negando.
— Você vai ver quando chegarmos. Agora, é melhor se segurar um pouco mais.
E dito isso, acelerou a moto em uma velocidade mais alta, fazendo com que o cabelo da garota esvoaçasse em suas costas e o vento gelado daquela manhã que começara a aparecer, com o Sol escondido entre as nuvens, fosse se encontro a seu corpo. deixou que alguns pensamentos retornassem à sua mente naquele momento, se lembrando bem de que sempre fora uma parte importante de sua vida, mesmo com toda a implicância ridícula por parte de seus pais e toda a diferença financeira e de classe social que eles carregavam. Para ela, não importava nem um pouco, desde que estivesse junto a e ele dela, como sempre estiveram.
E aquilo bastava.
Ele havia feito tanto por ela, mesmo ouvindo o monte, mesmo sabendo de todo o pré-julgamento que receberia, o rapaz não ousou dar um passo atrás e continuou ali. Nem mesmo pensou em desistir da amizade que eles tinham, muito menos de deixá-la na mão em algum momento.
sorriu. Ela sabia que não poderia pedir por mais e aquela noite era prova daquilo, de que ele sempre esteve ali por ela.
A garota se sentia satisfeita àquela noite, sentiu que tinha feito tudo o que desejava e que sim, agora seu aniversário estava completo e ela havia aproveitado de todas as formas. Ela não tinha nem como agradecer, havia feito tudo naquela noite.
Ela só não esperava que ele ainda a levaria para outro lugar e nem mesmo acreditou quando viu toda aquela água clara no horizonte, quando a maresia começou a tocar sua pele quase que em uma carícia e até mesmo quando ouviu as gaivotas voando no céu sobre os dois.
a tinha levado à praia. E, meu Deus, como ela amava o mar.
— Eu não acredito que você me trouxe aqui.
Murmurou ao senti-lo desacelerando aos poucos ao se aproximar do acostamento que dava para a orla da praia, e assim que estacionaram ali, rapidamente retirou o capacete, podendo sentir a maresia mais uma vez tocar seu rosto. Não tinha sensação melhor.
— Bom, precisávamos fechar com chave de ouro. Achei que seria o lugar perfeito. — o rapaz sorriu, também retirando seu capacete e desligando a moto ao descer o veículo. balançou a cabeça arduamente, completamente animada com o que ele havia feito.
— É o lugar perfeito, . De verdade, eu não sei nem o que dizer. — disse, um pouco mais baixinho.
— Não precisa dizer nada. — ele se aproximou, lentamente e passou um dos braços ao redor do corpo delicado de , podendo senti-lo aliviar no mesmo instante. Ela sorriu pela milésima vez com tudo o que ele havia feito por ela, pressionando os lábios. — Só admire toda a paisagem, como um presente de aniversário, já que não pude te dar algum...
Ela o olhou rapidamente, franzindo o cenho. Não acreditava que ele estava dizendo algo assim.
— Você não me deu? Olha o que você fez por mim essa noite, . — sorriu abertamente, olhando nos olhos do rapaz. — Você me tirou daquela festa cafona e desnecessária, me levou ao centro de Busan, nós dançamos, nos divertimos e agora estamos na praia! Você me trouxe à praia! Ainda não estou acreditando... — disse, levando uma das mãos à boca, achando tudo surreal. Foi impossível que ele não soltasse uma risadinha, achando toda sua reação adorável, ainda mais por vê-la tão admirada por algo tão simples. — Eu não poderia pedir por algo melhor até agora.
Ela ainda tinha os olhos focados no mar não tão longe dos dois. Parecia estar tão imersa em seus pensamentos, e , vendo toda aquela cena, toda a emoção que ela conseguia sentir, não conseguiu pensar duas vezes para fazer o que tanto estava querendo. Em um momento, ele tinha seus olhos pousados nela; em outro, suas mãos alcançaram a nuca de , a virando para si, e no instante seguinte, seus lábios se encontravam em um beijo morno, calmo, completamente desejado. sentia seu coração bater a mil dentro do peito pela atitude do rapaz, mas só conseguiu pensar em uma única coisa: levar suas mãos até o rosto de , o segurando, sentindo a intensidade do beijo aumentar um pouco mais.
Ele desceu suas mãos levemente em direção à cintura dela, a apertando levemente enquanto ainda sentiam toda aquela combinação de sentimentos eufóricos e excitantes tomarem conta de cada parte de seus corpos.
Tudo era surreal, absurdo demais para que pudessem acreditar, mas não queriam pensar naquilo agora, era cedo demais para que se preocupassem com algo.
tinha seus olhos fechados e assim que deu um selinho nos lábios da garota mais uma vez, ele a olhou, quase se achando um bobo por se sentir daquela forma só por estar com ela.
Deixou um sorriso tomar conta de seu rosto, a vendo sorrir da mesma forma, e retirou os fios teimosos de seus cabelos que íam em direção ao seu rosto pelo vento da praia naquele instante.
continuou o olhando.
— Espero que tenha aproveitado seu aniversário da forma que queria. — mordiscou os lábios, vagando seu olhar dos olhos escuros da garota para seus lábios, querendo beijá-la mais uma vez.
A verdade era que queria muito mais do que apenas beijá-la, queria tocá-la, queria mostrá-la tudo o que poderia fazê-la sentir, de todas as formas. Ele só precisava de uma brecha, só precisava que ela dissesse que queria da mesma forma que ele.
— Pode ter certeza que, sim. Eu estou aproveitando exatamente do jeito que eu queria.
E com um sorriso sapeca e esperto, completamente cheio de segundas e até terceiras intenções, levou sua mão em direção à nuca do rapaz, o puxando para um beijo fervoroso e agitado logo em seguida, o mostrando o quanto ela estava querendo tudo exatamente como ele também queria.
E mostrando também que aquela comemoração em especial estava apenas começando.

piryo eopseo no more sign, yeah
(Não preciso de mais sinais, sim)
nega eodie itteon I can find ya
(Onde você estiver, posso te encontrar)
It’s gonna be alright
(Vai ficar tudo bem)
soneul mattae make a wish
(Junte as mãos, faça um pedido)





FIM.



Nota da autora: Oi, babes! Tudo bem com vocês? Para começar, eu adoraria ver o surto de vocês lendo esse ficstape, ainda mais se for com o Mark, porque sim, eu surtei muito escrevendo hahahah Não me matem! E espero que vocês gostem muito! Ah! Se você está ansiando por uma continuação, ela se encontra em 04. Volcano e já vou avisando que é completamente restrita! hihi <3



Nota da beta: Make a wish, viu? Ai, ai..
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