Finalizada em: 13/05/2021

Capítulo 1

I try and try and try to let you go
(Então eu tento e tento e tento deixar você ir...)
I tried but I know we can learn to make it work
(Eu tentei, mas sei que podemos descobrir como fazer isso funcionar)


tinha um dos braços apoiados naquele balcão do bar e aquela não era a primeira vez que fazia aquilo. Ele já sentia sua garganta anestesiada pela quantidade de bebida que havia passado por ela e sentia seu coração em pedaços, mais uma vez, em mais uma noite de desespero por tanto pensar nela.
A verdade de tudo aquilo era que não queria aceitar, muito menos entender o porquê de seu relacionamento não ter dado certo, de não terem conseguido irem adiante e terem aceitado a única coisa que ele realmente não queria. O término, o fim.
Ele se sentia tão fraco, tão impotente. Por que não fez mais pelos dois? Por que não insistiu da mesma forma que ela sempre fazia?
Por que deixou tudo chegar naquele ponto? Por quê?
Agora tudo o que lhe restava eram as lembranças e o sentimento de arrependimento que tomava seu coração por completo.
Respirou fundo, sentindo o famoso nó entrelaçar sua garganta e levou a mão livre no copo quase vazio, acabando de vez com o líquido amarelado que ali continha. Claro que não queria continuar daquela forma, muito menos se deixando deteriorar daquela maneira, mas ele não via outra saída. Ele precisava fazer algo para não lembrar dela tão nitidamente e pelo que podia constatar, a bebida já não estava resolvendo assim.
já tinha a fisionomia devastada, os olhos com enormes bolsas os apoiando, a barba por fazer, os cabelos um pouco maiores que de costume. Ele nunca pensou que poderia chegar naquele ponto.
Quando fechou seus olhos, o que desejou não ter feito naquele momento, uma lembrança invadiu sua mente com uma rapidez indesejável e ele soltou um murmúrio alto, se praguejando por estar daquela forma.
Ele ainda a amava tanto… E sua partida apenas fez com que o melhor que ele poderia ter, fosse levado embora, junto com ela.

O evento naquela noite havia atraído muitas pessoas, incluindo a mídia, alguns fotógrafos e jornalistas de revistas e sites famosos do momento. A banda esperava aquela movimentação, esperava toda a repercussão do novo álbum e queria poder estar tão satisfeito quanto seus amigos de banda que observava naquele momento. Ele queria poder ter aquele sorriso aberto de orgulho por ter alcançado algo que sempre queriam, mas não conseguia.
Não conseguia porque não tinha a pessoa que sempre costumava estar ao seu lado antes. não a tinha mais, não tinha seu apoio, sua admiração… Ele sabia que nunca mais a teria, mesmo sabendo que ela havia dito que precisava de um tempo para pensar em tudo...
Ele deixou seu olhar cair para baixo, focando o champanhe se movimentando dentro da taça em suas mãos e sentiu alguém se aproximar, mas não fez questão em levantar seu olhar para quem quer que fosse.
– Você não pode deixar isso transparecer, . – ouviu a voz de James invadir seus ouvidos e ergueu seu olhar, observando o amigo bebericando um pouco da bebida. – Sabe que estamos cercados e qualquer motivo para notícias será um prato cheio.
– Como se eu estivesse me importando com isso.
James deixou o olhar cair sobre o amigo por alguns segundos e soltou um suspiro pesado, se aproximando de .
– Eu sei que tem sido difícil. É impossível não perceber como ela completava sua melhor parte, . – colocou uma das mãos em seu ombro e ele observou a íris de James antes de dizer algo. Ele não queria continuar pensando sobre aquilo, não queria que alguém o lembrasse… Só... Se sentia perdido. – E sei que por mais que tenha sido complicado lidar com sua ausência, ainda há chances. Eu acredito em vocês dois, acredito ainda mais que há um jeito para que tudo volte a ser como antes.
– Eu queria muito poder acreditar nisso.
– Acredite. – balançou a cabeça, o incentivando. – Agora, pela sua banda, aproveite nossa noite, ok? Olha aonde chegamos, isso tudo é motivo de comemoração. E tenho certeza de que ela está torcendo por você, mesmo que não estejam mais juntos. – sorriu de canto, notando manear a cabeça levemente, levando um pouco da bebida à boca.
Ele não respondeu James, apenas se limitou a concordar levemente, bebericando a última gota do líquido antes de voltar para o centro do grupo com o restante dos amigos.
Esperava do fundo do seu coração que James estivesse certo e que realmente houvesse chances…


queria tanto poder voltar no tempo, dizer à que faria o que pudesse para não perdê-la, para não perder o que tinham e até mesmo, para que tudo o que tivessem conquistado valesse a pena e continuasse tendo o mesmo significado para os dois. Queria não ter agido como se não pensasse em suas atitudes, nem mesmo como se não pensasse no relacionamento dos dois.
Ele queria ter feito tanto…
O rapaz pediu uma última bebida, antes de virá-la por completo e deixar uma nota qualquer em cima da bancada, não pensando muito em sair dali o mais rápido possível. Já não estava em seu tino perfeito, nem mesmo gostaria de ser visto por algum paparazzi naquele ponto. Ele só queria entrar em seu carro e seguir de volta para seu apartamento, mesmo sabendo que não conseguiria fazer aquilo muito bem.
Puxou os óculos escuros do bolso do enorme sobretudo marfim e o colocou no rosto tentando disfarçar suas enormes olheiras e a feição desgastada que continha nos últimos dias. Ele odiava estar daquela forma, odiava ainda mais nutrir todos aqueles sentimentos, que ficavam nítidos em seu peito e o mais recente era o de arrependimento.
Retirou a chave do carro, acionando o alarme e rapidamente o adentrou, torcendo mentalmente para que ninguém o tivesse percebido por ali. Não queria nenhuma outra manchete ridícula a seu respeito, nem mesmo outra matéria especulando coisas sobre seu relacionamento.
não merecia nada daquilo, os dois não mereciam.
E como se não conseguisse pensar em muita coisa, arrancou com o carro em direção ao seu enorme apartamento, não demorando para chegar ao hall e logo bater à porta atrás de si.
O caminho havia sido silencioso, nem mesmo uma música, que ele tanto gostava de ouvir, havia colocado. Ele não sentia vontade de fazer muitas coisas, essa era a verdade e nem mesmo havia conseguido se relacionar com outras pessoas nos meses em que estava longe de .
Ele não conseguiria fazer aquilo sabendo que ainda a amava daquela forma.
Respirou fundo, encostando seu corpo na pesada porta atrás de si e soltou todo o seu ar, colocando as mãos em seu rosto. Não aguentava aquela sensação esmagadora, os sentimentos apertando seu peito gradativamente e não suportava ainda mais a falta que ela fazia. Não conseguia pensar em todos os momentos que estiveram juntos sem sentir os olhos marejarem pelas lembranças.
Ele não conseguia simplesmente ignorar, não conseguia nem mesmo tentar esquecer o que haviam tido. era tudo o que ele sempre desejou e havia a deixado escapar de suas mãos, tão rápido, em fração de segundos.
Como havia sido um tolo, era o que pensava.
Ele sentiu os olhos arderem levemente, talvez fosse o efeito da bebida que havia tomado, ou até mesmo o fato de estar um pouco mais sensível por aquilo, mas sabia bem que não era nem um, nem outro. Sabia que tudo era por ela, sabia que tudo era pela falta que ela fazia.
Não conseguia pensar nas noites em que se pegou sozinho, virado para o lado em sua cama encarando o espaço vazio que, há alguns meses, ela ocupava, nem mesmo o lado do guarda-roupa que ela guardava suas coisas tão bem arrumadas…
– Merda! – resmungou alto, se praguejando por pensar naquelas coisas. O rosto já se encontrava minimamente molhado pelas lágrimas que desciam por sentir toda aquela ausência e por saber que talvez, tudo realmente estivesse perdido de uma vez.
não suportaria conviver com aquilo sabendo que não havia feito nada e mesmo sabendo que gostaria de ser o seu espaço, como ela mesma havia dito em sua despedida, ele não poderia continuar com a dúvida martelando sua mente o dia inteiro, todos os dias e todas as noites.
Não. Ele precisava saber.
Com os dedos trêmulos, alcançou o bolso folgado do sobretudo e pegou seu celular, o virando e procurando pelo número de de forma desesperada. Ele precisava fazer algo, precisava fazê-la ser sua mais uma vez.
Pelo menos uma última vez…
Ouviu os toques insistentes ecoando por seu ouvido, o barulho que parecia não cessar nunca e fechou seus olhos, pedindo aos deuses para que fosse ouvido, para que ela atendesse.
O último toque ressoou pelo auto falante do celular e o rapaz sentiu o peito comprimir em um sentimento que nem soube explicar. Retirou o celular do ouvido e iria encarar o aparelho, não fosse pela voz que ouviu do outro lado da ligação.
? É você? – perguntou, em confusão.
O rapaz olhou para o display do aparelho, como se não estivesse acreditando que ela realmente houvesse atendido e o colocou novamente na orelha, pronto para dizer tudo o que o sufocava.
. – reafirmou, pressionando os lábios. – Não desligue, por favor. Eu tenho muito para te falar. – engoliu em seco, passando uma das mãos pelos cabelos, em nervosismo. – Eu não sei como tem sido para você esses últimos meses, nem mesmo sei como você está, pois respeitei seu pedido desde quando você… Você sabe. – murmurou, como se estivesse falando tudo em frente a sua amada. – Eu queria muito continuar respeitando sua decisão e seu pedido, . Eu tentei todos esses meses ficar afastado, te manter longe, te dar o seu espaço, mas… Eu não consigo suportar mais sua ausência. – àquele ponto, o rapaz já sentia o queixo trêmulo e o nó voltar a se formar em sua garganta. Pôde ouvir um suspiro do outro lado. – Sei que vai parecer loucura e me desculpa por isso, desculpe ter quebrado a promessa que fiz em te dar seu tempo, mas … Você não vai se decidir? Eu tenho te esperado todas as noites, sinto sua falta em todos os cantos desse apartamento e eu realmente tentei te deixar ir, mas não aguento mais, preciso de você, … – murmurou seu apelido, quase em tom de súplica e conseguia ouvir sua amada fungar do outro lado. Ele não acreditava no que estava fazendo, mas sabia que não aguentaria por muito tempo. – Você sempre foi a minha melhor parte, então por favor… Continue sendo…
… – disse, depois do silêncio que se instalou entre os dois por meio da chamada e o rapaz passou a mão livre pelos olhos, limpando os resquício de lágrima que estavam por ali. – Você não precisa me deixar ir, para lugar nenhum. Eu sei que foi difícil conciliar tudo, a fama, a banda, nosso relacionamento… Eu tomei uma atitude impulsiva, achei que nada seria como antes já que não estávamos nos vendo, nem ao menos nos falando direito… Agi de forma egoísta por te sentir longe algumas vezes. Mas… – respirou fundo, fazendo com que sentisse seu coração apertar dentro do peito com sua pausa. Ele se sentia tão aliviado por ouvi-la dizer tudo o que ele mais queria, havia sido tudo. – Acho que podemos descobrir como fazer isso funcionar.
– Mesmo? – perguntou, quase em um murmúrio pela voz fraca. – Eu tenho certeza de que podemos, , se você quiser…
O rapaz pôde ouvir um barulho desconhecido do outro lado, quase como se houvesse trânsito ou até mesmo algumas chaves chacoalhando. Resolveu por não se questionar, as vezes estivesse fazendo algo.
– Sim, , e acho que podemos começar matando toda a saudade que acumulamos nesses meses longe um do outro. – mencionou, deixando uma risadinha leve escapar do outro lado da ligação. sentiu o corpo aliviar por finalmente ouvir a risada dela depois de tanto tempo e por sentir que agora, finalmente, eles poderiam fazer certo.
– Eu realmente queria muito isso agora, babe. Você não faz ideia.
– Então por que não abre a porta? – questionou.
O rapaz franziu o cenho, só então deixando a ficha cair sobre o que ela estava falando. Não pensou duas vezes antes de apoiar o corpo em suas mãos, se levantando do chão da sala de estar e abriu a porta com uma rapidez inimaginável, podendo ver sua amada, tão linda, tão esperançosa, o olhando com um sorriso aberto enorme no rosto. não sabia o quanto havia sentido falta de , só percebeu quando a olhou parada em sua frente, esperando por alguma reação do rapaz.
– Você não pode ser real... – murmurou, se aproximando da mulher. Ela sorriu mais uma vez e aproximou o rosto do dele, beijando a ponta de seu nariz, descendo para os lábios do rapaz, o beijando com toda a saudade que estava sentindo.
– E agora, é real o suficiente? – perguntou ao parar o beijo.
Com isso, não conseguiu cogitar outra ideia sem ser a de puxar a garota pela cintura, para dentro de seu apartamento e fechar a porta atrás de si, completamente louco de saudade dela. Ele soube naquele momento que não deviam ter ficado longe um do outro, nem por um momento, nem por alguns segundos. era o amor da sua vida, assim como para ela, também era.
E sempre havia sido.




Fim.



Nota da autora: Oi, meu amores! Esse ficstape saiu de um surto e espero do fundo do coração que vocês gostem, ficou pequenininho, mas gostei bastante! Claro que não iria ter como deixar nosso principal sofrer por tanto tempo assim, não é? hahahah Beijão <3

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