Fanfic finalizada: 09/03/2021

Capítulo único

acordou naquela manhã com uma boa sensação no peito. Abriu a janela de seu quarto e deixou os raios de sol penetrarem sua pele, aquecendo-a. Olhar o mar sempre a acalmou, mas hoje o efeito foi ainda maior. Riu por estar leve, riu por ter acordado na hora que queria e não no momento que diziam que teria de acordar. Podia parecer coisa pequena, mas viver como outra pessoa gostaria que ela vivesse estava deixando morta por dentro. Queria sua liberdade e não sabia como trazê-la para si, mas sentia do fundo do seu coração que aquela vida não era a que deveria ter.
Hoje é o seu primeiro dia solteira e pasmem, ela não sofreu tanto como achou que sofreria. Durante sua relação se imaginava solteira e sofria muito só de pensar, mas aquele desejo a consumia, era latente dentro dela. Sabia que não queria mais aquilo e tudo o que o outro fazia a incomodava. E o conflito se instalava em sua mente todos os dias.
Caminhou até a cozinha, preparou seu café com calma e achou estranho não ter que preparar outro logo após o dela. O pão na chapa foi só pra ela. E por mais que ela estivesse gostando da nova liberdade, se desvencilhar dos hábitos anteriores poderia levar um tempo, dessa forma ainda lembraria daquele rapaz, porém entendia que iria se acostumar.

- Vai passar e ficar tudo bem. - Pensou consigo mesma.

Seguiu sua rotina matinal e tomou seu café da manhã olhando os stories do Instagram como se não houvesse amanhã. Coincidentemente era seu dia de folga no trabalho, então ela iria ser e fazer o que bem entendesse. Se deu conta que foi instalado em sua mente que ela não podia descansar. Precisava sempre fazer algo e, dentro de sua relação, quando era vista ociosa, ele sempre encontrava algo que ela pudesse fazer. Mesmo que com ele. Então hoje ela simplesmente não faria
nada! Apenas o que quisesse fazer! Pensou em criar uma lista dos nadas que iria fazer, mas optou por fazer o que desse na telha. Se desse vontade de fazer algo.

- Então , vai fazer o que agora? - Nada! - Riu consigo mesma e apoiou as pernas na cadeira de frente a sua na mesa da cozinha e continuou a tomar o seu café até o fim. Sem ninguém a interrompendo pedindo algo para o seu desjejum.

Continuou olhando suas redes sociais e postou uma foto de sua caneca de gatinhos. Dando-se conta que andava pela casa tentando sair. Foi até a janela da sala, abrindo uma brecha pra gatinha ir lá fora brincar sob o sol no quintal. Essa rotina ela não iria quebrar. Os ronrons em agradecimento depois do passeio matinal eram sagrados para , sua terapia nos dias ruins em seu relacionamento. Ah, se soubesse o bem que ela faz à sua tutora… Apesar de acreditar que sua gatinha sabia sim. Nos dias de choro, era quem a consolava e quase todas as noites “dormia de conchinha”. Quem diz que gato não gosta de carinho, teve um gato errado. Depois de colocar a gata para fora, ligou o som da sala em uma rádio aleatória, a música que gostava começou a tocar, então aumentou o volume e pôs-se a dançar.
Sentiu suas energias se renovaram e na metade da música ria igual criança sendo atacada por cocegas. A alegria que estava nela não pertencia a há tempos. Era sua libertação e, quanto mais pulava e dançava, mais se dava conta da liberdade que estava vivendo.
Após o almoço, dormiu como um bebê e acordou próximo ao final do dia, escolheu uma roupa confortável para vestir depois do banho de água quente. Ligou sua caixa de som instalada no banheiro, colocou uma música relaxante e ali debaixo do chuveiro deixou a água cair em seus cabelos. O movimento das águas massageava seu couro cabeludo, fechou os olhos e sentiu a água percorrer seu corpo aquecendo-a aos poucos, um sentimento de acolhimento lhe invadiu conforme a água descia pelo corpo. Ao lavar o cabelo, o cheiro do shampoo a levou a outro lugar, sua infância onde sua mãe lavava suas madeixas de forma suave, quando se deu conta, estava massageando a cabeça com os mesmos movimentos de sua mãe. Um largo sorriso formou-se em seus lábios, as ondas sonoras da música que ouvia a envolveu e dançava conforme o ritmo. Pôs-se a enxaguar o shampoo e em seguida ensaboou-se com esfoliante até seu corpo estar completamente massageado.
Saiu do box, secou-se, enrolou seu cabelo em uma toalha e hidratou seu corpo com o hidratante que ganhou de seu ex namorado, não iria parar de usá-lo, só porque era presente de ex, o cheiro era ótimo e fazia muito bem a sua pele. Entrou em seu quarto dessa vez, para cuidar de suas unhas e pintá-las de vermelho, uma cor que seu ex não gostava tanto assim e, para agradá-lo, não o usava e o esmalte estava quase chegando à validade. Ao terminar, olhou suas unhas pintadas e elogiou-se.

- Poderosa!!!

Quando concluiu seu autocuidado, ouviu um som em seu estômago. Era fome. Com preguiça de cozinhar novamente, abriu o aplicativo de entrega e comprou comida japonesa, um combo para duas pessoas, mas que ela comeria até não aguentar mais. Um refrigerante e uma sobremesa, fechou o pedido, realizou o pagamento e viu que seu pedido chegaria em quarenta minutos.

- Será que consigo esperar? Devia ter feito um miojo. - Riu consigo.

Abriu a geladeira e tentou escolher algo a fim de entreter seu estômago até a hora da entrega nada de atrativo, escolheu comer uma banana, sentou no sofá pra buscar na Netflix algo pra assistir.

- Eu levo mais tempo procurando algo pra ver, que assistindo…
Enfim selecionou uma série, e após dois episódios de 20 minutos que pra ela passou como dez cada um de tão bom, a campainha tocou, era seu jantar. Abriu a porta e deu de cara com o motoboy, aos seus olhos, lindo. O rapaz sorriu para ela, simpático. De repente também sorria ao pegar seu pedido e tocar a mão do menino. Parecendo uma adolescente, o corpo dela tremia, até parecia que nunca havia beijado e com ele seria o seu primeiro beijo.

- Eu esqueci o troco lá na moto, eu volto em um minutinho, senhora…
- Senhora não, amigo, eu sou bem jovem pra isso. - Tentou descontrair, mas na verdade era que odiava ser chamada de senhora e sempre corrigia as pessoas que a chamava assim.

Preparou a mesa e arrumou seu pedido no prato enquanto aguardava seu troco, o motoboy voltou com o dinheiro e junto um papelzinho. fingiu que não viu, mas pegou-o junto com o troco, fechou a porta após se despedir do carinha e a curiosidade de falou mais alto, nem conferiu o dinheiro, mas olhou o papel para saber o que estava escrito.

- Adorei o seu sorriso. Posso vê-lo outras vezes?

Abaixo da frase estava o número de telefone dele e não acreditava no que acabara de ler, pensou bem se devia ou não anotar o número do entregador. Mas ao ponderar melhor, deu-se conta que acabou de sair de um relacionamento no qual se sentia presa e sufocada, além de entender que estava em uma relação abusiva. Então guardou o papel em um cofrinho e achou melhor provar seu jantar e se o cardápio escolhido fosse muito bom, voltaria a comprar naquele restaurante e quem sabe ele veria seu sorriso outra vez.

Não queria apressar as coisas, estava disposta a viver sozinha por um tempo em sua própria companhia, sabia que precisava voltar a gostar de si, para depois gostar de alguém. Não ter ninguém pra dar satisfação era tudo o que ela precisava naquele momento. Queria acordar outras manhãs sem ninguém a acordando além de seu despertador. Iria saber como é viver consigo mesma, além disso, ainda precisaria lidar com suas feridas. Pois mesmo estando muito feliz e livre naquele dia, ela sabia que dias ruins de saudade e dependência emocional viriam, mas ela teria de ser forte, então nada melhor que ela mesma para se confortar e amar até estar pronta para uma próxima relação.




Fim.



Nota da autora: Missão dada é missão cumprida! E como foi bom escrever essa história, espero que tenham gostado, foi um desafio pra mim, não ter um casal, mas focar na principal e como ela pode ser feliz com ela mesma, acredite, a gente pode!!! Que vocês tenham gostado dessa história, e não esquece de deixar seu comentário aqui em baixo.. Beijos, até a próxima.




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