Última atualização: 02/11/2017

Capítulo Único

Terminava de ajeitar sua gravata prata em frente ao grande espelho de bordas claras que tomava toda a parede do quarto. Arrumou o colarinho da camisa social e então pegou o colete preto em cima da cama, colocando-o com calma, abotoando os dois botões. Virou-se e andou até a cama, pegando o terno preto, impecavelmente liso, passando cada braço com cuidado para não fazer nada errado, tentando por tudo não amassá-lo.
Por fim voltou-se para o espelho, analisando milimetricamente cada pedaço de seus trajes, tendo certeza que nada estava fora do lugar.
Olhou para baixo vendo seus pés, que pareciam ainda maiores com aqueles sapatos sociais, suspirou um tanto frustrado, sabendo que não poderia fazer nada a respeito.
Levou as mãos aos cabelos, muito bem alinhados devido ao gel, nada estaria errado naquele dia.
Queria ter certeza que estaria o mais bem apresentável possível.
Olhou para suas mãos que, sem as luvas de sempre, pareciam maiores que o normal, o que faria com elas?
Colocou-as nos bolsos da calça, olhando-se no espelho para ver o resultado; despojado demais para o evento.
Cruzou os braços em frente ao peito, podendo ver os músculos marcados pelo terno; intimidador demais.
Colocou uma mão no bolso, fingindo segurar um copo com a outra, era uma boa postura em sua opinião.
Talvez fizesse isso mais tarde, durante a festa.
Toc toc.
Olhou-se uma última vez no espelho, antes de virar-se e andar até a porta, vendo Michael entrar pouco depois.
- Está bonitão, ein? – o alemão soltou ao analisar o amigo. sorriu acanhado.
Michael usava um terno preto e gravata verde clara, os cabelos um tanto bagunçados.
- Você também não está dos piores, huh? – deu de ombros vendo-o dar uma voltinha para que o noivo pudesse vê-lo melhor.
- Seremos as pessoas mais bem vestidas de hoje! – piscou sorridente – Todo mundo já está pronto, vamos?
respirou fundo, fechando os olhos por alguns segundos, antes de concordar com a cabeça e acompanhar o jogador para fora do quarto.

Flashback on

fechou os olhos com força, pedindo, implorando, por algum milagre.
Abriu os olhos quando o recepcionista chamou-o, não parecia muito feliz.
- Eu sinto muito, senhor. Realmente não temos nenhuma desistência para hoje!
Bufou impaciente, virando-se e andando para fora do restaurante, pouco se importando com as desculpas do rapaz.
Desceu o último degrau olhando para os lados, vendo-a poucos metros à frente, parada olhando o céu escuro.
Queria socar-se por ter deixado aquilo acontecer.
- Hm... Parece que eles estão lotados... – comentou em voz baixa, vendo-a virar-se em sua direção. Não parecia zangada ou aborrecida. – Sinto muito.
- Sem problemas, acontece!
- Podemos ir a outro restaurante.
negou com a cabeça;
- Acha mesmo que vai ter algum disponível hoje?
Suspirou olhando para o chão, sentia-se tão estúpido.
Por que não ligou mais cedo confirmando a reserva? Se encontrasse a recepcionista que não anotou seu nome quando ligou, quinze dias antes, a xingaria de todos os nomes possíveis.
O que ele faria agora?

não ria, gargalhava.
Sentia seu corpo inteiro relaxado, não se lembrava de ter rido tanto nos últimos meses.
Deixou a lata de refrigerante presa entre suas pernas, pegando o guardanapo e tentando limpar sua camisa manchada.
- ! – ouviu a voz da mulher que tocou sua mão esquerda, impedindo-o de derrubar o resto da comida no carro. – Me dá aqui antes que você jogue seu jantar no banco!
sorriu entregando-lhe o sanduíche, voltando a tentar limpar sua camisa suja com mostarda.
- Acho que perdi uma camisa... – comentou após alguns instantes.
fez careta.
- Não sei dizer, nunca sujei minhas roupas de mostarda... Não sei se mancha... - virou-se com um sorriso alargando-se em seus lábios. – O que...? NÃO!
O goleiro gargalhava enquanto a inglesa continuava com os olhos arregalados e a boca aberta.
- Desculpe, não resisti! – disse simplesmente, um biquinho se formando em seus lábios.
rolou os olhos, rindo leve.
Pegou o guardanapo da mão dele, entregando-lhe o sanduíche, enquanto limpava a bochecha.

Estavam parados em frente à porta do apartamento da repórter, ambos sem saber o que fazer antes de despedirem-se.
- Hm... Foi um ótimo primeiro encontro...
- Não precisa ser legal, foi horrível! – reclamou olhando para o chão, chateado.
sorriu para ele, tocando seu braço.
- Um; não gosto de comida francesa, fico até feliz de não ter dado certo. Dois; o cachorro quente estava ótimo. Três; você fica bonito quando está com vergonha! – piscou divertida, após enumerar.
rolou os olhos, um sorriso brincando no canto dos seus lábios finos.
- Sem comida francesa, me lembrarei disso na próxima. – passou a mão pelo pescoço, coçando-o levemente antes de voltar a encarar a outra. – Obrigado pela companhia hoje! - Obrigada pelo convite! – tirou as chaves na bolsa, colocando-as na porta, abrindo-a em seguida.
mordeu o lábio inferior quando virou-se para ele;
– Bom... Nos vemos seg...
Interrompeu-se ao sentir os dedos do goleiro em seu queixo, erguendo-o de leve, no momento seguinte em que seus olhares se encontraram, inclinou-se um pouco, encostando os lábios nos dela.
Era um toque mínimo, sem pressão alguma, mas fez algo dentro dele aquecer.
Colocou uma mão na cintura dela, puxando-a para mais perto, enquanto a outra estava em seu rosto, acariciando a bochecha gelada de .
Ela, por sua vez, colocou sua mão esquerda no pescoço dele, puxando-lhe os cabelos curtos, enquanto a outra estava sobre o ombro largo do arqueiro.

Sunday morning rain is falling
Steal some covers, share some skin

mexeu-se na cama, acordando com o barulho de chuva do lado de fora.
Espreguiçou-se enquanto abria os olhos azuis.
Demorou alguns instantes para reconhecer o local em que estava, sorrindo sozinho ao lembrar-se do que tinha acontecido.
Virou-se para o lado, vendo-a dormir, virada para ele.
Pode notar a maquiagem um tanto borrada em seu rosto, e algumas marcas roxas próximas ao seu pescoço, nos locais que ele lembrava-se vividamente de ter passado bons minutos entretido.
Um barulho estridente o assustou por um instante, até perceber que era o celular da inglesa que tocava. mexeu-se na cama, virando-se para o aparelho, tateando a cabeceira do móvel, sem abrir os olhos direito, antes de atender;
- Alô?
- !
- Jeff?
- Não precisa vir trabalhar hoje, ok? Vamos gravar só amanhã, mudaram a programação.
- Você me acordou pra dizer que eu posso ficar dormindo? É isso mesmo?
riu baixo, ouvindo-a resmungar sonolenta, antes de desligar o telefone, virando-se na cama. Encarou-a sorrindo, fez uma careta leve, levando as mãos ao rosto.
- Eu estou parecendo um panda, não?
- Nope, eles só tem manchas nos olhos, você tem um pouco mais do que isso… - apontou para as marcas roxas em seu pescoço, logo notando as bochechas dela avermelharem-se.
Sorriram sem graça por um instante, sem saber o que fazer em seguida.
sentia-se nervosa, sem saber o que esperar dele, poderia levantar e sair de sua casa, e segunda-feira fingir que nada tinha acontecido. Ela poderia ter sido apenas mais uma entre tantas, e tão rápido quanto tinha começado, eles poderiam “terminar”.
a olhava sorrindo calmo, e então levou a mão ao rosto dela, colocando alguns fios do cabelo bagunçado atrás de sua orelha, fechou os olhos, sorrindo para ele ao tempo que sentia o coração voltar a bater em ritmo normal.
- O que acha de um café-da-manhã?


Flashback off

Já estavam todos sentados em seus devidos lugares, o goleiro respirou fundo antes de atravessar a igreja, sentindo sua respiração um tanto falha.
A senhora ao seu lado pegou em sua mão, sorrindo para ele, passando toda a confiança que podia para o filho.
ofereceu o braço esquerdo para a mãe, pronto para o próximo passo.
As portas da igreja se abriram e então mãe e filho caminharam juntos pelo carpete bordo, sorrindo para os convidados que estavam em pé para olhá-los.
Todos ali faziam parte da vida do casal de alguma forma, muitos deles estavam em alguns dos momentos mais importantes.
passou pelos companheiros de time, sorrindo para os amigos juntos de suas namoradas e esposas, acenando com a cabeça para eles e para os parentes que estavam nos demais bancos.
Parou em frente ao altar e inclinou-se para sua mãe dar-lhe um beijo na testa, como fazia quando ele era pequeno.
apertou a mão do padre e então se postou em seu lugar, esperando sua futura esposa.
Olhou para os convidados que, aos poucos, voltavam a conversar, ainda olhando-o vez ou outra.
encarou as duas primeiras filas do lado esquerdo, sorriu ao ver John e a esposa tentando acalmar os filhos pequenos que tentavam, de todas as formas, estragarem suas roupas sociais, muito incômodas para brincar.
Respirou fundo fechando os olhos por alguns instantes, a melodia da música calma chegando a seus ouvidos, depois do que lhe parecia uma eternidade.

Sentia-se nervoso, suas mãos tremiam e podia ouvir o coração batendo acelerado.
Era um passo importante em sua vida, tanto quanto o que tinha dado anos antes, quando assinou com o time de Londres.
Pensando rapidamente sobre tudo o que tinha acontecido em sua vida desde então, no final era tudo por causa do Chelsea;
Se não tivesse assinado com o Chelsea, não bateria o recorde de mais tempo sem levar gols na Premier League.
Se não tivesse assinado com o Chelsea, não seria escolhido um dos melhores goleiros do mundo.
Se não tivesse assinado com o Chelsea, não teria vencido a Premier League.
Se não tivesse assinado com o Chelsea, não teria vencido a Champions League.

Toda sua carreira profissional estava envolvida com o nome do time, os bons e maus momentos que tinha passado em campo e fora dele, tinham sido proporcionados, em maioria, por causa do clube.
E o maior de todos aconteceria naquela igreja em alguns minutos;
Se não tivesse assinado com o Chelsea, não teria conhecido .

Ouviu alguém chamar-lhe, o tirando de seu pequeno devaneio, virou-se para o padre, mas ele estava sorrindo, o olhar mais a frente.
sentiu o coração bater acelerado antes de girar nos calcanhares e olhar a entrada da igreja, vendo todos os convidados em pé, enquanto uma nova melodia começava a tocar no local.
Sorriu nervoso, sem saber o que fazer com as mãos, quando viu os padrinhos entrando pelo tapete vermelho.
Michael e a noiva, , seus padrinhos, entravam de braços dados, sorrindo para os convidados. O jogador com o ar despojado de sempre, enquanto a francesa claramente tentava não rir da situação toda.
Giovanna usava um vestido tomara-que-caia verde água, da mesma cor da gravata do noivo. Michael piscou ao passar por ele, postando-se em seu lugar, ao lado direito do goleiro.
Pouco depois Marco e ra entraram, o casal sorria daquele jeito fofo que sempre comentava, parecendo estar em um mundo só deles, mas que ao mesmo tempo, compartilhavam com o resto da humanidade.
ra usava um vestido azul claro, do mesmo modelo de , enquanto Marco usava seu terno preto com a gravata combinando com o vestido da esposa. Ambos sorriram para antes de se posicionarem do lado esquerdo, próximo ao local em que ficaria.
Agora sentia as mãos suarem levemente, a qualquer momento ela entraria por aquela porta, atravessaria o corredor vestida de branco e sorriria para ele.
Faltava pouco para ela estar ao seu lado e, juntos, dizerem sim.
Passou pouco mais de dois minutos, que na cabeça de pareciam horas intermináveis, e nada diferente aconteceu.
ainda não estava vindo até ele, de braços dados com o Sr. .
O que estaria acontecendo?
Por um momento seu coração bateu desesperado, considerando a possibilidade de ela ter desistido de tudo aquilo.



But things just get so crazy
Living life gets hard to do
And I would gladly hit the road
Get up and go if I knew
That someday it would lead me back to you

Flashback on

estacionou o carro enfrente ao prédio da namorada, que agradeceu sem olhá-lo e soltou o cinto, descendo em seguida.
O goleiro franziu o cenho, baixando o vidro e chamando-a antes que ela entrasse pela portaria. virou-se, respirando fundo, ele percebeu.
- O que aconteceu? – perguntou um tanto confuso - Achei que passaríamos a noite juntos...
- Estou cansada, nos falamos depois. – acenou com a mão andando para dentro do prédio com rapidez.
sentiu o celular vibrar no bolso da calça, assim que o pegou viu uma mensagem de Reus;
“Você está tão ferrado... Não queria estar no seu lugar, é um complô!”
Releu a mensagem sem entender o que o amigo queria dizer, perguntando-lhe em seguida e recebendo sua resposta;
“Serei um alemão morto se contar, mas se não quiser ser chutado é melhor conversar logo com ela...”
Mordeu a própria língua antes de rir, começando a entender o que aquilo significava, estacionou o carro em uma vaga próxima, encaminhando-se para o apartamento 402 minutos depois.

Sorriu assim que ela abriu a porta, mesmo que a loira não parecesse tão animada.
- Você vai mesmo me mandar para casa, sozinho, hoje? – perguntou fazendo biquinho. arqueou a sobrancelha.
- Posso ligar para seus amigos se preferir. – respondeu cruzando os braços. segurou a risada, dando um beijo rápido da bochecha da inglesa, antes de entrar no apartamento, sem convite. – , estou querendo tomar um banho! – reclamou ao vê-lo sentar-se em seu sofá.
- Isso é um convite? – levantou-se empolgado.
negou com a cabeça.
- Eu vou tomar banho. Você pode ir para sua casa.
- , você está sendo irracional. Nem mesmo sei por que você está brava comigo! Acho que tenho esse direito, não? Como posso me desculpar por algo sem nem saber o que eu fiz de errado? – questionou dando pequenos passos para perto dela, um leve sorriso nos lábios.
bufou frustrada, sentindo-se chateada.
- O que eu fiz de errado? Reparei que você está me evitando nas últimas horas, e ainda não entendi o motivo. Não se divertiu hoje? – perguntou cruzando os braços.
rolou os olhos, o andando até o corredor.
- Vou tomar banho, conversamos mais tarde!
- ! – disse sério, segurando seu braço. – Qual é o problema?
A inglesa respirou fundo antes de virar-se, aquilo poderia soar ridículo e achava que a qualquer momento começaria a rir, ou então pegaria suas coisas e iria embora, talvez pra não voltar mais.
- Que dia é hoje, ? - perguntou cruzando os braços.
- Nove de março! – respondeu rápido.
- E isso significa...?
- Que estamos namorando oficialmente há cinco anos. Cinco e meio se considerarmos aqueles primeiros seis meses...
- E o que fizemos hoje?
- Hm... – franziu o cenho – Eu treinei o dia todo antes de vir te buscar, e você trabalhou no jornal e no ChelseaTv antes de encontrar comigo. Não entendi a pergunta...
bufou, pisando forte, parecendo uma criança mimada.
- Cinco anos ! Me desculpe se soa egoísta da minha parte, mas imaginei que teríamos uma noite só nossa, levando em consideração que passamos o último mês sem nos ver direito, por causa do trabalho, mas o que você fez? Chamou todo mundo para ir ao restaurante! Você sabe que gosto deles, mas não deveria ser nossa noite?
O goleiro passou a mão pelos cabelos curtos, um suspiro saiu de seus lábios.
- , desculpe. Eu queria que tivesse sido uma noite só nossa, eu tinha planejado tudo, mas Michael ouviu e quis estar lá, depois Marco ficou sabendo, e não consegui dizer para eles não irem... Tinha planejado algo diferente, mas acabou saindo do meu controle, e depois reparei que você não parecia mais tão animada, achei que não seria uma boa ideia, então resolvi deixar para outra hora...
- Deixar o quê? - questionou confusa.
sorriu, pigarreando e retirando uma caixinha preta de veludo de dentro do bolso da jaqueta, ajoelhando-se em frente à jornalista.
abriu a boca ao ver o goleiro ajoelhado, puxando sua mão direita delicadamente. - Pode não ser da forma mais adequada, e diferente do que eu estava planejando fazer, mas… , aceita casar comigo?”


Flashback off


estralou os dedos, começando a ficar nervoso com a demora, já tinha esperado oito anos para aquilo, por que estava demorando tanto afinal?
Foi então que ele ouviu a nova música começar a tocar, olhou para frente e as portas se abriram, e então ele a viu...
Os pequenos James e Filippa entraram carregando as alianças, com suas roupinhas sociais e os sorrisos idênticos, com dois dentes de leite faltando cada um. Os gêmeos loirinhos, primos de , davam alguns tchauzinhos, fazendo os convidados sorrirem para eles.
Logo atrás, começando a dar pequenos passos ritmados, Sr. estava com seu terno preto, sorridente. As rugas do senhor de cinquenta anos marcavam seu rosto alegre, embora, ao mesmo tempo, parecesse sempre desconfiado.
demorou bons dois anos para convencer o homem de que ele não era um jogador qualquer, que só queria sair com o maior número de mulheres que conseguisse.
E ao seu lado estava ...
sorria nervosa, olhando vez ou outra para os convidados, soltou o ar que, só então notou, estava preso em seus pulmões.
A mulher usava o vestido branco tomara-que-caia com desenhos em dourado, a grinalda não era tão grande, mas arrastava pelo corredor.
Os cabelos loiros estavam presos em um penteado elegante junto com um pequeno enfeite brilhante, que jamais conseguiria descrever de outra forma que não fosse usando a palavra bonito.
Parecia uma eternidade, mas não foram mais de dois minutos que ela levou para atravessar a igreja, e logo Sr. já apertava a mão de antes de soltar-se da filha, a qual tinha pequenas lágrimas nos cantos dos olhos.
Os dois sorriram ao se olharem, ambos parecendo nervosos com o que estavam prestes a fazer, embora soubessem que era o que mais desejavam no mundo.
O nervosismo dela se foi quando sentiu a mão grande e quente do goleiro cobrir a sua, os dois sentindo toda a confiança que precisavam, como sempre acontecia quando estavam juntos.

That be all I need
In darkness she is all I see


Flashback on

ficou alguns minutos caído no gramado, os olhos fechados, tentando focar em qualquer coisa que não fosse à dor lancinante que sentia no joelho, enquanto a equipe médica aproximava-se para atendê-lo.
Não conseguia conter as lágrimas de caírem, tentava respirar fundo e não mexer-se muito, por mais incômoda que a posição estivesse, porque sempre que fazia qualquer movimento sentia a dor mais intensa.
A ambulância chegou rápida ao hospital, e logo os médicos já estavam o atendendo, diziam coisas que ele não compreendia, nem tentava entender, porque a dor era mais forte do que o resto.
Em algum momento decidiram que ele seria levado para cirurgia, e depois do que lhe pareceram horas incontáveis, alguém tinha lhe dado um remédio para dor, de forma que sentia parte do corpo dormente.
Acordou já na cama do hospital, a primeira coisa que percebeu foi à perna quase completamente engessada, e logo o desespero tomou conta de si; era óbvio que tinha sido sério e ele perderia vários jogos, talvez a temporada inteira.
Fechou os olhos com força por alguns segundos, soltando o ar aos poucos em um exercício mental para manter-se calmo;
- Hey, você acordou! Como está se sentindo?
A voz suave de o fez virar-se, parecendo aliviado por tê-la ao seu lado.
- O que os médicos falaram? Quanto tempo? - foram suas primeiras perguntas, ignorando todo o resto do diálogo.
rolou os olhos, largando uma revista que lia no sofá cor creme, e andando até perto dele.
- Que bom que você está bem, , também estou ótima, obrigada. - ironizou, vendo-o bufar, um tanto impaciente.
-
- Eu sei, eu sei. - concordou, encostando-se na maca, passando a mão pelos cabelos curtos do goleiro.
- Quanto tempo?
Ela mordeu o lábio inferior por um instante, antes de responder em um sussurro;
- Oito meses.
- O que? Não! Eu não posso ficar assim oito meses, temos o final da Premier, a Champions… Não… Eu preciso…
- , eu sei. - apertou-lhe o braço quando ele começou a se agitar, como se fosse levantar e sair andando pelo hospital, para provar que estava bem - Eu sinto muito, mas agora você tem que pensar em se recuperar, seu lugar vai estar lá quando você estiver pronto.
O jogador negou nervoso, a respiração falha;
- Eles vão encontrar outro goleiro para o meu lugar, eu vou estar fora do time… Não tem como eles esperarem todo esse tempo, Deus…
- , - o chamou, juntando suas mãos - vai dar tudo certo, eu prometo.
O goleiro fechou os olhos de novo, sentindo a vontade de chorar o dominar, sabendo que sua carreira poderia estar arruinada, mas também sentiu o aperto forte em sua mão, e o correspondeu da mesma forma, sabendo que independente do que acontecesse nos próximos meses, estaria ali com ele, e naquele momento era tudo o que ele precisava; alguém para se apoiar e impedi-lo de cair, ou, agora que estava caído, alguém que o ajudasse a se reerguer, e era aquela pessoa.


Flashback off

O jogador pegou a aliança entregue por James e segurou a mão esquerda da mulher a sua frente, sorrindo daquela forma tranquila e tímida, começou a passar o anel pelo dedo dela, enquanto recitava seus votos;
- , há poucos meses você me disse que, mesmo depois de tanto tempo juntos, você ainda não conseguia me entender cem por cento. Disse que eu continuo parecendo tão misterioso e sério quanto da primeira vez que nos vimos, mas eu te digo uma coisa; Tenha certeza que eu não sou mais aquele cara que você conheceu, posso não saber demonstrar tão bem quanto você, ou a maioria das pessoas que estão aqui essa noite, mas pode ter certeza de que eu sou uma pessoa muito melhor do que era antes de te conhecer. E se eu não fosse você não estaria aqui agora, e seu pai não me deixaria me aproximar de você! – sorriram um para o outro, ouvindo todos os convidados comentarem tal frase de forma brincalhona – Não sou a melhor pessoa do mundo para me expressar, e você sabe bem disso, mas sempre tenha uma certeza na sua vida; eu te amo e prometo sempre cuidar de você, e fazer todo o possível para nada no mundo te machucar. Eu te amo mesmo quando, muitas vezes, você me tranca para fora de casa sem eu nem saber o que fiz. - arqueou a sobrancelha, vendo-a rir culpada - Eu te amo mesmo quando você diz que me posicionei mal em algum jogo, ou que sai errado com a bola. Eu te amo mesmo com você me dizendo que não posso estar certo o tempo todo, e, bem, você tem razão. Também tem razão quando diz que eu penso demais antes de fazer algo... Mas eu não precisei pensar quando te vi no Stamford Bridge, quase seis anos atrás... No momento em que você sorriu entregando aquele copo de cappuccino eu soube que era você que eu queria ao meu lado e que eu seria muito burro se te perdesse. Eu te amo, e te agradeço por você me tornar uma pessoa melhor a cada dia que passamos juntos. , eu te amo e, se minhas palavras não forem suficientes, eu te prometo achar formas de demonstrar isso a cada dia que você acordar ao meu lado.
Ao terminar de colocar o anel de ouro, curvou-se, levando o dorso da mão esquerda da inglesa aos seus lábios, depositando um leve beijo ali.
Soube que tinha dito a coisa certa ao notar as lágrimas que escorriam pelo rosto da mulher, que precisou fungar várias vezes para se controlar.
respirou fundo, levando a mão direita ao rosto, tentando secar as lágrimas, antes de virar-se para Fillipa, pegando a aliança de e, então, sorrir para ele, olhando aquele mar azul que sempre a acalmava.
- Sinceramente? Achei que o Chelsea só me daria um emprego, e já pensava que isso era bom o suficiente para mim, mas um dia resolveram contratar mais um goleiro, não é? – deu de ombros, fazendo pouco caso, o jogador riu, fazendo uma careta leve – Não vou dizer que foi amor à primeira vista, que me apaixonei pelo goleiro que em poucas semanas virou titular absoluto, porque não foi assim que aconteceu. – sorriu com a voz embargada, fungando vez ou outra – Sempre soube que futebol era uma das coisas mais lindas do mundo, me deu um emprego, me fez conhecer várias pessoas incríveis, mas, principalmente, me deu você! Eu não me apaixonei pelo jogador, mas me apaixono cada dia mais pelo fora dos gramados, pelo homem que você se transformou ao passar dos anos. - respirou fundo, fechando os olhos por um instante, antes de continuar - Eu nunca imaginaria que um dia casaria com um jogador, ainda mais um que não fosse David Beckham... – segurou a gargalhando, encarando o chão por um segundo. – Na verdade eu já não sei o que dizer, porque sempre que estou com você eu me perco em pensamentos e começo a falar rápido demais, e você continua sendo fofo e olhando com esses olhos azuis lindos que me passam milhares de impressões ao mesmo tempo, e eu, definitivamente, não me importo de passar mais 50 anos olhando pra eles tentando descobrir o que você pensa... Não preciso que você me prove nada , você sempre faz muito mais do que isso sem nem se esforçar... Eu te amo mais do que eu consigo explicar, e muito mais do que você imagina! , você não é só o melhor goleiro do mundo, você é a melhor pessoa que eu tive a felicidade de conhecer e eu espero poder te fazer tão feliz quanto você me faz a cada dia!

I'm calling out to you
Singing someday it will bring me back to you


Ambos continuaram sorrindo e se olhando, sem importar-se com o resto das palavras proferidas pelo padre ao seu lado, nem com os convidados, nem com nada.
Eram apenas os dois naquele momento, e não precisavam mais de nenhuma palavra para expressar o que sentiam, era visível em seus olhares.
Era quase palpável o sentimento de um para o outro, e a felicidade estampada em suas faces.
podia ser a pessoa mais tímida e reservada daquela igreja, mas não pensou duas vezes antes de inclinar-se e beijar a sua esposa com toda a vontade que estava dentro de si.




FIM.



Nota da autora: Cheguei pra encerrar esse ciclo fofinho de shorts entre a jornalista e o goleiro do CHelsea!
SÓ LAMENTO SE VOCÊ NÃO TORCE PARA O MAIOR DE LONDRES, rsrs
E pra quem não sabe, escrevi com o meu maior amor platônico, ele mesmo, melhor goleiro e melhor pessoa do mundo, PODE ENTRAR PETR CECH!
Que homem minhas amigas, que homem! MAS NÃO OLHA MUITO, porque esse homão é casadíssimo e tem uma família maravilhosa! Porém eu fico aqui suspirando mesmo assim, rsrs
Se você não viu as duas primeiras partes, você encontra nos ficstapes do RBD e Adele, os links tão na listinha ali embaixo!
Até a próxima,
xx






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