Fanfic Finalizada

Capítulo Único

A perna de balançava impaciente embaixo da mesa chique do requintado restaurante Bavette's Bar & Boeuf na cidade de Chicago. Ela bebeu mais um gole de vinho e consultou seu relógio de pulso novamente, um lindo presente que recebeu do homem que estava aguardando há exatamente duas horas. A mulher bufou impaciente e olhou em volta, reparando que as poucas mesas que estavam ocupadas já começavam a se esvaziar, e nada de aparecer.
— A senhorita gostaria de pedir?
Um garçom simpático lhe perguntou pela terceira vez naquela noite. levantou os olhos para ele e, tentando não perder a paciência (já que a culpa não era dele), ela puxou o cardápio e deu uma rápida olhada.
— Eu quero um filé mignon tradicional com batatas ao murro amanteigadas — disse com um suspiro, largando o cardápio na mesa. Antes de o garçom se afastar, ela completou: — Para viagem, por gentileza.
— Sim, senhora.
observou com certa tristeza o homem se afastar com seu pedido anotado. A garrafa de vinho tinto que pediu exclusivamente para sua mesa ainda estava na metade, então decidiu que levaria com ela. Dando uma última verificada em seu celular, apenas para confirmar que não havia recebido mensagens ou ligações do namorado, ela se levantou para pagar por seu pedido e retirar o mesmo.
Ao entrar no táxi, refletiu sobre a palavra com a qual se referiu a em seus pensamentos. Namorado. Podia mesmo chamá-lo assim? Os dois não se viam há mais de um mês e mal se falaram durante esse período. Porém, a lembrança da última conversa que tiveram pessoalmente ainda martelava na mente da garota.

estava paralisada no sofá da sala do apartamento do seu até então namorado. As palavras “precisamos dar um tempo” a deixaram completamente sem reação.
— Um tempo? — Ela o questionou, encarando as próprias mãos. — Mas… mas por quê? O que eu fiz de errado?
— Você não fez nada de errado, meu amor. — Ele respondeu, indo até a cozinha para pegar um energético. — Sou eu o problema, eu preciso de espaço.
— Espaço? — Ela perguntou confusa quando ele voltou para a sala, sentando-se de frente para ele. Ela olhou em volta, conferindo o espaço enorme do apartamento onde ele morava sozinho. — Mais espaço que isso?
suspirou, balançando a cabeça em negação. Ele adorava , mas estava um tanto cansado daquela vida de compromisso. Queria poder ser mais livre, não ter que dar satisfação a ninguém, e com isso não era possível. Ainda assim, ela não era a culpada. Que culpa ela poderia ter por ele se sentir assim?
— Você sabe que não é isso que eu quis dizer. — Ele respondeu, inclinando-se para frente. — Eu preciso de liberdade, . Eu me sinto preso!
— Eu nunca te prendi, ! — Exclamou indignada. — Eu sempre te deixei livre! Faz uma semana que mal nos vemos!
não tinha mais justificativas para dar. Aquela era a sua resposta: ele precisava de espaço. Se aquilo não era o suficiente para , não havia muito o que pudesse fazer. Seu silêncio foi interpretado como um ponto final para a garota que, irritada e magoada, segurando firme sua bolsa como segurava suas lágrimas, levantou-se e marchou até a porta do apartamento, sem dizer nada.
— É só um tempo, ! — Ele gritou ainda sentado da sala.
— Ah, vá a merda, ! — Ela gritou de volta antes de bater a porta da casa dele.

A lembrança quase fez bater a porta do táxi como fez com a porta do apartamento do . Exatos um mês depois e ele havia lhe mandado uma mensagem dizendo que estava com saudades e queria vê-la novamente. É claro que a saudade era correspondida e lá foi para o restaurante favorito do casal, o mesmo em que ele a pedira em namoro. não apareceu.
Comendo a refeição à meia luz da bancada de sua cozinha, imaginou vários cenários diferentes que poderiam justificar a ausência de no jantar. A maioria envolvia ele morto.

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Eram oito da manhã quando a campainha ressoou alto pelo apartamento de . Ela esfregou os olhos e resmungou. Era sábado de manhã, depois de uma longa semana de trabalho e decepções, então ela gostaria de dormir até tarde e iria se permitir isso.
Mas a campainha insistiu em tocar. Irritada, ela vestiu seu roupão enquanto amaldiçoava baixinho quem quer que estivesse do outro lado da porta. Aos seus pés, Draco, seu gatinho branco como a neve, ronronava igualmente irritado. O horário do bichano acompanhava o horário da dona, então também estava em seus planos dormir até a hora que sua dona o acordasse para comer.
— É, eu sei, Draquinho, eu sei. — Ela sussurrou ao acariciar atrás de suas orelhas. — Pode continuar dormindo se quiser, deve ser apenas alguma entrega.
Mas o gato, sempre muito fiel, a acompanhou quarto afora. Pela forma como agiu, miando incomodado para a porta, parecia sentir que a pessoa do outro lado não iria agradar . Então, quando a mesma a abriu, não ficou tão surpresa em ver com a maior cara de arrependido e um buquê de rosas vermelhas na mão. Ela fechou a porta e se virou, tendo como destino a cozinha. , por sua vez, segurou a porta com o pé antes que a mesma se fechasse. Ele reprimiu a vontade de bufar irritado e tratou de colocar um sorriso ao finalmente fechar a porta e entrar no apartamento, seguindo até a cozinha. Draco subiu em um dos bancos na bancada e ficou encarando de forma irritada e protetora. O gato nunca gostou de e o sentimento era recíproco, mas tentava não encarar isso como um sinal.
— Eu fechei a porta por um motivo, .
— Bom dia para você também, .
A mulher despejou a água quente no pó de café e ignorou a fala do homem do outro lado do balcão. Também ignorou a vontade de jogar água quente nele, por mais que merecesse.
— Te trouxe flores. — Ele falou.
— Sou alérgica. — Ela retrucou ainda sem olhar para ele.
— Desde quando, !? — Irritou-se , largando o buquê no balcão. — Meu Deus, como você é difícil!
respirou fundo e se virou irritada. O homem, abusado como era, comia os biscoitos que ela havia feito na tarde anterior. De fato, ela havia feito para ele, pois esperava encontrá-lo no jantar e, naturalmente, levá-lo para casa. Naquele momento, ela o queria longe de seus biscoitos e, se possível, longe de sua cozinha.
— Você vai mesmo agir como se nada tivesse acontecido na noite passada?
— Mas nada aconteceu noite passada, eu não estava lá! — respondeu, falhando em segurar o riso. O olhar que lhe lançou o fez parar na mesma hora. — É brincadeira, ! Cadê seu senso de humor?
— Deixei ele no restaurante depois de passar duas horas te esperando, !
— Eu estou aqui para me desculpar, , mas você me recebeu atirando pedras em mim!
— Acredite, , se eu realmente quisesse te atirar pedras em você…
revirou os olhos e deu a volta na bancada, se aproximando da mulher. , por sua vez, se afastou alguns passos. O homem respeitou sua vontade, paralisando onde estava.
, durante esse um mês, eu refleti bastante. — Começou , buscando o olhar da namorada. — Eu entendo que não estava sendo um bom namorado e você não merece isso! Mas eu senti demais a sua falta e estou decidido a mudar.
— Mudar? — perguntou, rindo sem humor. — Como você disse da outra vez que terminamos? No fim, não mudou coisa alguma!
— Éramos jovens, , imaturos…
decidiu se aproximar novamente e, dessa vez, não se afastou. Ele a abraçou por trás e beijou seu pescoço carinhosamente, sabia que aquele era o ponto fraco da mulher. E ela não resistiu por muito tempo, fechou os olhos para se deliciar com o carinho que ele a fazia, inclinando a cabeça para que o caminho ficasse livre para o homem. Ele fez uma trilha de beijos até a orelha da mulher e sussurrou:
— Eu amo você, . Me dê mais uma chance, por favor.
abriu os olhos e, pensativa, demorou longos segundos antes de responder:
— Eu também te amo. — se virou para o homem e entrelaçou os braços no pescoço dele. — Mas essa é a última chance, . Estou falando sério.
— Farei valer a pena. — Ele respondeu sorrindo.
sentiu-se fraca por não resistir àquele sorriso, seus lábios refletiram o gesto. , sentindo-se vitorioso, a levantou o suficiente para que a garota se sentasse na bancada, lhe arrancando uma risada gostosa. Do chão, o gatinho branco miou alto, incomodado com a cena. Se pudesse falar, Draco diria que sua dona estava cometendo um grande erro em aceitá-lo de volta. Mas o universo parecia estar a favor do gato, já que interrompeu o beijo e olhou desconfiada para o homem.
— Você não disse por que não foi ontem.
— Ah, , esquece isso… — respondeu, voltando a beijar o pescoço de .
Ela realmente ia deixar o assunto para mais tarde, queria aproveitar o bom humor do homem que estava sendo carinhoso como há tempos não era. Mas sentiu algo vibrar repetidamente em sua perna. Ela o avisou, mas ele apenas tirou o celular do bolso e o colocou do lado dela. O celular parou de vibrar, mas a tela não parava de acender, uma mensagem atrás da outra. ousou dar uma espiada e reparou que eram todas da mesma pessoa. Da mesma mulher.
Ela o empurrou e agarrou o celular, descendo da bancada e indo apressada para a sala de estar com em seu encalço.
— “Adorei ontem a noite”, “vamos repetir o jantar”!? — Ela leu as mensagens enfurecida, fugindo de que tentava agarrar o celular de qualquer jeito. — “Será um prazer ser a sobremesa”!? , que porra é essa!?
— É brincadeira dela, ! Ela é só uma amiga!
— Não é o que parece! — Ela gritou em resposta, olhando novamente o celular. — Camille… Aquela Camille? A da faculdade?
desistiu de pegar o celular e suspirou, assumindo a derrota. preferia que ele continuasse tentando, continuasse negando, mas ele não o fez. A feição dele entregava que era culpado, nem ao menos tentou se defender. lhe devolveu o celular, sem se incomodar em verificar o resto das mensagens que a tal Camille continuava enviando.
— Desde quando?
— Na semana em que conversamos… Encontrei com ela em um bar, acabamos conversando e, bom…
Ele deixou a fala morrer, sem saber muito bem o que dizer a ela.
— Foi para isso que pediu “espaço”?
— Claro que não, , eu juro que…
— Sai da minha casa, .
, me escuta por um segun...
— Sai da minha casa! — Ela gritou, abrindo a porta. — Sai! Agora!
parou em frente à porta, tentou fazer sua melhor cara de cachorro arrependido. Mas Draco, o fiel gato de , mostrou os dentes para o homem, que lhe respondeu com uma careta.
, por favor…
— Chega, ! Eu estou cansada e essa foi a gota d’água! — Ela exclamou com irritação. — Nós nunca mais iremos voltar. Nunca!
bateu a porta e esperou alguns segundos na expectativa de que ele fosse bater na porta implorando para voltar. Ele não o fez.
A mulher escorou na porta e se deixou cair no chão, liberando as lágrimas que segurava desde a noite passada. Acariciando seu gato, ela soluçava enquanto refletia se havia feito a coisa certa. Concluiu, sem muito esforço, que sim, ela havia feito o certo e dessa vez cumpriria sua promessa: ela não iria voltar com .

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A semana passou rápido demais para o gosto de . Ela viveu cada dia no automático, de forma monótona. Ignorou com sucesso (e muito esforço) as ligações e mensagens do insistente ex-namorado, mas no final do dia, acabava chorando até dormir. Quando se deu conta, o fim de semana chegou e com ele veio o compromisso de almoçar na casa de sua mãe como fazia todo domingo. Kris era a mulher mais independente e animada que já conheceu em toda a sua vida. Kris era uma inspiração para e ela a amava com todo o seu coração, mas quis xingá-la quando a mesma citou seu ex-namorado no meio da refeição.
— Você o encontrou onde!?
— No mercado. — Kris, com a boca cheia, repetiu a informação que já havia dado à filha. — O coitado estava desolado, .
— Coitado. — A garota repetiu em tom de desdém, revirando os olhos. — Ele me traiu, mãe.
— Vocês estavam dando um tempo…
— Não estávamos não! — Defendeu-se.
— Mas ele realmente parece arrependido, filha. Ele ainda te ama!
— É, ele faz questão de me dizer que ainda me ama todo santo dia. Mas ele não fazia isso antes, não é?
— As pessoas podem mudar.
— Não ele. — retrucou, desviando o olhar. — Não importa, eu sei que você o adora, mas nós não vamos voltar.
Como se soubesse que falavam dele, ligou para o celular da ex. desligou a ligação e continuou comendo como se nada tivesse acontecido. Sua mãe balançou a cabeça e no segundo seguinte, o celular dela tocou. Kris levantou a mão, mas a impediu, empurrando o celular da mãe para longe.
— Não ouse atender. — A mais nova falou, incomodada. — É falta de educação falar ao telefone enquanto almoça.
Kris a olhou feio, mas respeitou a vontade da filha. tratou de mudar de assunto, mas não conseguiu evitar dar uma olhada no celular de tempos em tempos, vendo chegar mais e mais mensagens de .

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Duas semanas se passaram e quando chegou sexta à noite, finalizava mais uma semana cansativa e monótona. Contudo, não ficaria em casa como nas últimas semanas. Seu vestido longo e preto com brilhantes e seu salto alto da mesma cor lhe acompanhariam para a festa de gala anual no Museu de Arte Contemporânea de Chicago. se sentia linda, gostosa, mas algo ainda a incomodava. Ela e estavam empolgados para essa festa, eles adoravam o museu e aquele era o primeiro ano que tinham sido convidados.
De repente, um pensamento lhe atingiu e fez seu estômago embrulhar. estaria lá? A possibilidade não lhe agradou em nada. Uma coisa era conseguir ignorar as ligações e as mensagens; se necessário, poderia bloqueá-lo e finalmente ter paz. Mas ver pessoalmente seria um desafio que ela não queria enfrentar agora, pois não se achava forte o suficiente para tal coisa.
Independente disso, ela já estava pronta e decidiu que iria mesmo assim. O museu era enorme, como ela pôde confirmar ao entrar no enorme prédio já lotado de pessoas. As chances de encontrar o ex eram mínimas, quase zero. Então tentou relaxar e aproveitar a festa, se enturmar com alguns conhecidos e beber o champanhe caro que estavam servindo, sem ter as preocupações lhe incomodando.
E tudo estava dando certo e indo muito bem, até um cara começar a lhe encarar em uma das vezes que foi até o bar para pedir uma água – o champanhe já mexia com seus sentidos, então achou melhor parar. O homem não tirava os olhos dela e se surpreendeu ao perceber que estava gostando da sensação de ser desejada. Seus olhos retribuíram o olhar do homem até ele ter coragem suficiente de se aproximar dela e lhe oferecer uma bebida. Ela balançou a garrafa de água e fez uma careta.
— Eu agradeço, mas estou apenas na água agora — disse aos risos. — Eu tenho a sensação de que já te vi em algum lugar.
— Talvez por toda a cidade? — Respondeu o homem, dando um sorriso largo e sedutor. ergueu as sobrancelhas; ela ainda não fazia ideia. — Sou James Oliver, modelo internacional…
deu um sorriso amarelo, ainda não fazia ideia. Mas isso não abalou James, ele apenas achou graça e continuou sorrindo.
— Sou o novo rosto da Calvin Klein.
— Ah, sim! Agora te reconheci! — exclamou com falsa animação, mentindo descarente, pois ela não prestava nenhuma atenção em campanhas de loja de roupa. — Sou , não sou modelo, mas trabalho com eventos, então convivo com muitos.
Ao ver rindo nervosamente, James não soube dizer se era piada ou não, então apenas deu uma risada sem graça antes de beber seu whisky. Novamente, não deixou isso lhe abalar. O modelo começou a puxar assunto sobre o mundo da moda e não parou mais de falar. Educada como era, se esforçou para prestar atenção no que o homem falava, dando risada no momento certo e assentindo quando achava apropriado, mas não podia negar que a conversa estava um tanto chata. James podia ser muito bonzinho e, com certeza, muito bonito, mas era igualmente e drasticamente superficial. Seu ego ocupava todo o espaço e isso estava quase fazendo ir embora.
Porém, uma olhada para o lado e ela o encontrou. a encarava um tanto decepcionado, seu olhar tristonho mudava dela para James e lhe questionava em silêncio o que estava acontecendo.
não devia mais satisfação a ele. Estava exausta de ainda carregá-lo em sua vida, mesmo não querendo mais, mesmo tendo terminado o relacionamento, ainda estava sempre ali. Ela precisava acabar com isso.
— Quer dançar? — Ela perguntou para James Oliver, provavelmente interrompendo a fala dele que ela já não prestava atenção há algum tempo.
— Ahm… claro.
o puxou para a pista de dança, chegando perigosamente perto de seu ex. Olhando-o em desafio, a mulher dançou sensualmente com o modelo que, por sua vez, estava adorando o que estava vendo. Ousando um pouco, ele levou as mãos até a cintura da mulher e a puxou para mais perto. Contudo, não queria ir tão longe assim. Ela tirou as mãos dele de seu corpo de forma educada e continuou dançando a uma distância segura. Mas o homem insistiu, dessa vez sussurrava em seu ouvido como ela era gostosa. A forma como fazia isso lhe causava arrepios por todo o corpo, mas James apenas lhe deixava enojada.
Estava prestes a afastá-lo novamente quando sentiu que ele se afastou sozinho, ou assim pensou.
Tudo aconteceu muito rápido. estava ao seu lado e agarrava a gola do paletó de James, exclamando para ele se afastar de . James se soltou e xingou , ameaçando se aproximar de de novo. Foi então que , impaciente e pedindo novamente para que ele se afastasse da sua ex, lhe deu um soco na face. se afastou, assustada, e viu James revidar com um soco em .
Todos na festa pararam para ver o que acontecia. Enquanto os dois trocavam socos, vários seguranças se aproximaram para separar a briga. Ainda atordoada com o que estava acontecendo, seguiu o segurança que arrastava para longe. Como ele estava ferido e sangrando, eles o levaram para os fundos do salão do museu, onde ficava a cozinha.
pediu gelo e toalha para um funcionário e, pacientemente, limpou os machucados do ex-namorado e colocou gelo onde um enorme hematoma estava se formando. estava com aquele olhar de cachorro abandonado e não conseguiu negar que aquilo mexeu com ela.
— Me desculpa — disse com o tom de voz baixo, quase sussurrando. — Eu estraguei tudo.
— Estragou sim. — Ela falou com dureza. — Mas obrigada por me defender.
— Sempre. — O homem respondeu, dando um sorriso torto que o fez reclamar com a dor.
o observou com atenção, tentando deixar de lado toda a raiva que sentiu por ele nas últimas semanas. Seu coração amoleceu, mas não da forma como amolecia antes. Naquele momento, percebeu que sempre teria muito carinho por , mas não conseguiria continuar com ele da forma como ele queria. sempre estaria em sua vida, mas não seria como antes.
, — ela começou a falar, procurando as palavras certas para não magoá-lo. — Eu preciso que você entenda que eu te adoro.
— Mas… — disse ele, parecendo saber exatamente o que ela ia dizer.
— Mas nós não vamos voltar. — Ela continuou, olhando-o nos olhos. — Não vamos voltar, nunca, nunca mesmo. E sei que isso é doloroso de ouvir, acredite, também é doloroso dizer… Só que nós dois… simplesmente não funcionamos mais como namorados. Você entende, não é?
encarou as próprias mãos e sorriu. Por mais que ainda a amasse muito, ele compreendia perfeitamente o que queria dizer. Ele não era um bom namorado, eles não funcionavam mais como um casal há muito tempo. Não tinha como ir para frente daquele jeito. Mas não queria ficar longe dela, ainda era a pessoa mais incrível que já conheceu em toda a sua vida. Era doloroso demais imaginar seus dias sem ela, da forma como fosse.
Inclinando-se um pouco, depositou um beijo na bochecha da mulher e sorriu.
— Eu entendo. — Ele disse com sinceridade. — Mas me prometa uma coisa?
— Se eu puder cumprir… — ela respondeu.
— Por favor, não suma da minha vida.
retribuiu o sorriso e assentiu. Ela também não conseguiria viver sem na sua vida.
— Está bem. — Ela respondeu. — Mas precisarei de um tempo. Aliás, precisarei de espaço.
— Justo. — respondeu rindo.
Os dois permaneceram rindo enquanto ainda cuidava dos machucados do ex.
Cumprindo sua promessa, lhe deu tempo e espaço que também foram necessários para ele. Quando voltaram a se falar, e tornaram-se melhores amigos, convivendo da melhor forma possível. Mesmo assim, eles nunca mais voltaram a namorar. Nunca.




FIM



Nota da autora: Oi, meu amores! Muito obrigada por terem lido essa shortfic, espero de coração que tenham gostado. Não esqueçam de comentar o que acharam ♥️
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.



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