Common Denominator
Finalizada em: 29/06/2018

Capítulo Único

Fechei os olhos pela última vez antes de apagar todas as fotos que estavam na memória de meu celular, e assim eu definitivamente coloquei mais um fim em um relacionamento, mais um que não deu certo como era de se esperar.
Foram poucos meses, mas nem por isso deixou de ser vivido de maneira intensa, e agora parando para pensar, eu percebo o quão abusivo foi aquele relacionamento, tão abusivo que eu sinto como se um peso tivesse sido tirado de minhas costas, e pela primeira vez em dois meses eu posso respirar sem me preocupar se meu mais novo ex vai ou não se importar. Ele acabou com minha saúde mental e emocional, havia dias que eu não conseguia levantar da cama, e foi por causa desse relacionamento que minhas crises de ansiedade ficaram piores, quando ele demorava cinco minutos para me responder no WhatsApp, na minha cabeça se passavam um milhão de teorias nada boas como motivos para tanta demora, e quando eu me dava conta já não conseguia respirar e meu coração batia de maneira acelerada, eu sentia como se fosse sufocar.
Era um fato que eu tinha me livrado de algo que não me fazia bem, que me destruía aos poucos e me empurrava cada dia mais para o fundo do poço. E hoje, dias após nosso término, mesmo eu ainda sentindo a dor me corroer, eu sei que devo seguir em frente, principalmente agora que meu ex chama outra de namorada.
Respirei fundo quando li a notificação que dizia que todas as fotos tinham sido apagadas, logo após eu apaguei o contato, conversas no WhatsApp e a amizade no Facebook, era hora de seguir com a minha vida, seguir o baile, deixar o passado para trás e buscar um recomeço.

– Eu não acreditei quando você disse que vinha – Chloe me abraçou assim que abriu a porta do apartamento. – Você está linda, .
– Obrigada – sorri enquanto correspondia ao abraço de minha amiga. – Você também está linda.
Ela sorriu para mim assim que desfez o abraço e me puxou para dentro do apartamento, que estava do mesmo jeito desde a última vez que estive ali, há nove meses.
– Você não disse que eu vinha ou disse? – perguntei me sentando no sofá na sala de estar.
Chloe sentou ao meu lado e arqueou uma das sobrancelhas.
– Era para ter dito?
Balancei a cabeça negativamente, a última coisa que eu precisava naquele momento era ter que reencontrá-lo, eu precisava primeiramente viver o luto de mais um término antes de ter que enfrentar os fantasmas do passado.
– Eu não quero que ele saiba que estou aqui – meu olhar era de súplica, Chloe suspirou antes de assenti. – Eu preciso de um bom tempo longe de toda essa confusão que é minha vida amorosa, e principalmente, longe dessa loucura que é a minha relação com ele.
– Você sabe que a qualquer momento a mídia pode vazar fotos suas aqui, e bom, se isso acontecer vai ser difícil de esconder dele a sua estadia na cidade – Chloe me alertou, ela melhor que ninguém sabia que a mídia era minha inimiga quando o assunto era meu relacionamento conturbado com o astro da música. – Quando ele descobrir que você está em Los Angeles, o primeiro lugar que ele virá te procurar, será aqui.
– Eu sei – fechei os olhos por um breve segundo, antes de finalmente me levantar do sofá. – Vou para meu quarto.
Chloe assentiu.
Peguei minha mala e minha bolsa e segui pelo corredor até meu quarto, que permanecia do mesmo jeito que eu tinha deixado, eu segui até cômoda ao lado da cama e peguei o porta-retratos que estava ali. E eu sorri ao ver aquela foto, que me trazia tantas lembranças boas, tantos sentimentos bons, uma nostalgia.
Na verdade, ele só me trazia coisas boas, mesmo agora que não estamos mais juntos, mas eu não tive dúvidas de que vivi o melhores três anos de minha vida, entre trancos e barrancos, tapas e beijos, amor e ódio, mas um relacionamento que valeu cada sorriso, cada lágrima, cada segundo. Talvez seja por isso que eu ainda não tenha conseguido apagar esse sentimento que eu sei que está guardado em algum lugar de meu coração.
Deixei o objeto em seu devido lugar, e varri meu olhar pelo quarto, antes de entrar no banheiro para tomar um banho.

Chloe havia saído, ela era ótima em me deixar viver meu luto, e estava sendo ótima em esconder do cantor que eu estava há duas semanas na cidade, na verdade, se eu for parar pensar nem tinha como ela dizer alguma coisa, afinal ela mal me via no apartamento, era muito fácil fazer com que minha amiga não lembrasse de minha existência.
Eu evitava minhas redes sociais desde que cheguei a Los Angeles, tinha desinstalado todos os aplicativos para que eu não caísse em tentação, sendo assim a única maneira de me comunicar com minha família no Brasil, era da maneira que eu mais detestava: por ligação.
Terminei de falar com minha irmã mais velha no exato momento em que a campainha tocou, e por um breve momento eu pensei em deixar tocando até que a pessoa que estava do outro lado da porta fosse embora e me deixasse em paz, mas eu sabia que estava na hora de conversar com alguém pessoalmente além de Chloe, se bem que os nossos diálogos nessas duas semanas não poderiam ser chamados de conversas.
Nem olhei pelo olho mágico, apenas abrir a porta me surpreendendo com quem encontrei.
– Oi, – ele sorriu lindamente, mostrando os dentes perfeitamente alinhados e brancos. – Eu tinha que me certificar de que você realmente estava aqui.
No primeiro momento eu fiquei sem reação, mas eu sabia lidar muito bem com os sentimentos que viviam dentro de mim quando o assunto era Justin Bieber.
Foram três anos de relacionamento, muitas idas e vindas, que foram essenciais para o amadurecimento da nossa relação, com tantos términos eu nem me permitia sofrer mais achando que havia sido decepcionada, afinal nós tínhamos o costume de terminar e voltar semanas depois, apesar de que daquela vez tinha sido diferente, oito meses era tempo demais, e daquela vez eu realmente achei que não teria mais volta, que Justin e eu realmente tínhamos acabado, e juro que não senti nada. Meses depois quando me dei conta de que não tínhamos nos procurado, eu percebi que eu tinha guardado todo aquele sentimento em um lugar especial dentro do meu coração, e naquele momento eu percebi que eles haviam escapado e estavam fazendo uma bagunça na minha cabeça, se misturando com as lembranças de meu último relacionamento.
– Justin Bieber – eu dei meu melhor sorriso, vendo a tensão de seu rosto se dissipar ao perceber que eu tinha ficado feliz por vê-lo. – É muito bom te ver.
Dei espaço para que ele entrasse no apartamento, e assim ele fez, mas não antes de me surpreender com um abraço apertado e cheio de saudade.
Eu aproveitei o momento e deitei minha cabeça em seu peito e aspirei com vontade seu cheiro que eu não sentia há meses, senti uma alegria tomar conta de meu coração.
Justin tinha um poder sobre meu corpo, sobre meu coração, que quando eu senti seus braços em volta de mim, então eu pude sentir todos os meus problemas, mágoas e dor se esvaindo de meu ser e de minha cabeça.
Alguns minutos mais tarde, estávamos na cozinha do apartamento. Eu havia servido um copo com suco a Justin, e durante algum tempo nós apenas conversamos coisas aleatórias.
Tê-lo ali novamente depois de meses me trouxe um sentimento tão bom. Era um fato que Justin sempre foi a minha âncora, minha válvula de escape.
– Você está bem? – Justin me olhou com cautela, eu franzi a testa sem entender o motivo de sua pergunta depois de tanto tempo de conversa.
– Estou.
– Não, , você está bem mesmo? – Ele me observou por um breve segundo antes de prosseguir. – Quero saber sobre o que se passa dentro de você.
– Eu... – respirei fundo sentindo o nó em minha garganta voltar a incomodar, e aquele aperto no meu coração voltar a sufocar. – Eu estou um desastre por dentro. Eu não consigo arrumar minha vida, Justin, não consigo colocar minha cabeça no lugar.
, você precisa colocar isso para fora.
Antes de tudo, Justin era meu amigo e ele sempre estava presente em todos os momentos de minha vida, até para me ouvir falar do modo que eu sofria por um homem que não era ele.
– Ele era possessivo, não me deixava fazer nada e eu sabe, eu achava aquilo bom, eu me sentia perdida quando ele não reclamava das minhas saídas à noite ou das conversas que eu tinha com meus amigos homens – comecei a explicar, Justin apenas assentiu para que eu continuasse meu relato. – Ele tinha crises de ciúmes diárias, cada dia uma nova briga por um motivo banal. Eu estava tão cega que não via o que ele fazia comigo, tanto que sempre que ele errava, ele dava um jeito de reverter a história e colocar a culpa em mim e droga, eu me sentia muito culpada, tão culpada a ponto de pedir desculpas por algo que eu não tinha cometido. Eu me desculpava pelos erros dele.
Senti lágrimas começarem a se formar em meus olhos, e aquela angústia apenas crescer dentro de meu ser.
– Eu sempre soube que tinha algo errado com ele, mas eu não queria ver o que estava na minha frente, debaixo do meu nariz. Com um tempo ele começou a implicar até com minhas roupas – depois que a primeira lágrima escorreu por meu rosto, as outras seguiram o mesmo caminho. – Eu vivia de migalhas, ele me tratava um dia bem e outros dois mal, e eu aceitava aquilo numa boa. Me chamava de burra, de louca... Ele me fazia mal, mas quando ele fazia um único gesto de bondade pra mim, eu esquecia todas as grosserias dele. Uma simples mensagem de “bom dia, amor”, era o suficiente para ganhar o meu dia, e quando ele não mandava... Por Deus, eu faltava enlouquecer me perguntando o que eu tinha feito de errado no dia anterior para ele ter esquecido de mim, e eu não via que a culpa nunca era minha e sim dele, porque ele não quis mandar mensagem – baixei o olhar quando vi que os olhos de Justin estavam vermelhos. – Ele nunca assumia que estava errado, sempre era eu que via coisas onde não tinha e para ele nada do que ele fazia iria me atingir, porque eu deveria confiar nele, no que ele dizia e fazia, porque ele confiava em mim, desconfiando, mas confiava, era isso que ele dizia. Ele não me deixou fazer academia, e teve um surto dizendo que eu não podia estar no meio de um monte de machos. Quando eu saía, ele ficava bravo, mas ele deixava de ir me ver para ir em alguma festa com os amigos.
Respirei fundo antes de prosseguir.
– Dói minha alma, você não imagina como doeu saber que dois dias depois que nós terminamos, ele assumiu relacionamento sério com outra. E você acredita que foi eu quem terminou com ele? – dei uma risada amarga ao lembrar disso. – Ele me disse que estava com problemas em casa, me pediu desculpas e falou que ele não queria, mas tudo bem se eu quisesse me afastar dele. E ele não me deixou. Passou alguns dias, sempre eu quem procurava puxar assunto, e ele sendo frio, sendo seco dizendo que não queria me dizer o que estava acontecendo. Que eu precisava esperar que as coisas iam se resolver, que era para eu ter calma. Mas era só isso, ele nunca disse que queria terminar. Dias depois, nós tivemos uma briga, minha mãe me disse que viu ele com outra, você tem noção do tamanho do meu choque? Eu me senti um lixo, mas esperei até o dia seguinte para esclarecer as coisas. E sabe o que ele me disse? – eu ri novamente incrédula com aquilo que eu vivi e ouvi daquele homem. – Que a mamãe precisava de óculos, que ele não queria por perto uma pessoa que não confiava nele e por isso ele tinha dito para mim que queria se afastar, mas droga, ele nunca disse que queria se afastar de mim, só pedia para eu esperar ele resolver o problema na casa dele, mas o problema só ia se resolver quando ele terminasse com a menina lá e voltasse a me tratar como antes. E ele ainda teve coragem de dizer que tudo aquilo era culpa minha, que tudo havia acontecido por minha causa.
Meu coração doía de uma maneira sufocante, mas eu precisava pôr tudo aquilo para fora.
– Agora eu estou aqui, perdida, no fundo do poço, sem condições de seguir em frente e querendo morrer a cada segundo. Eu vi algo que eu achei que finalmente iria dar certo desmoronar na minha frente, de uma vez só, num dia ele me amava e no outro já não me queria mais por perto. Eu juro que pensei que tinha superado, mas aí eu o vi sabe, e tudo voltou, a dor que estava adormecida acordou, e agora dói como o inferno, principalmente porque ele está seguindo em frente com outra, e porque nem lembra mais de mim – Justin colocou a mão sobre a minha que estava sobre a bancada da cozinha quando viu minhas lágrimas começarem a cair de maneira descontrolada. – Eu nem sei como explicar o que estou sentindo, eu minto pra todo mundo dizendo que estou bem, mas eu não estou. Eu estou estilhaçada, quebrada, ferida, e eu estou destruída por dentro e sinto como se algo estivesse me sufocando, me matando aos poucos. Eu só queria acordar um dia e não lembrar de nada, queria que essa parte da minha vida simplesmente desaparecesse, que minha mente e meu coração apagassem todas as memórias e sentimentos que ele deixou.
Naquele momento eu já soluçava, e aquilo estava deixando Justin em pânico porque eu sei que tudo o que ele queria era poder me ajuda de alguma forma.
– E no mais ímpeto do meu ser, mesmo sabendo de tudo o que sei hoje, eu o queria de volta, simplesmente para que essa dor sumisse, porque ele, além do tempo, é o único que pode curar as feridas do meu coração. No fundo eu sei que sou uma idiota por ainda querer ele na minha vida, mas o que eu posso fazer se eu não consigo tirá-lo dela? – dei uma pausa na tentativa de me recuperar daquela crise de lembranças, mas era meio impossível ao que a dor estava mais intensa por eu estar finalmente pondo para fora tudo o que me corroeu nas últimas semanas. – A minha vida tá uma bagunça, eu estou uma zona e eu me pergunto diariamente por que eu ainda acordo para continuar vivendo e remoendo essa dor. E eu sei que eu vivi um relacionamento abusivo, mas eu me acostumei com a maneira que ele me tratava que chega a ser doentio o fato de eu sentir falta disso também.
Encerrei meu relato respirando fundo ao me dar conta que eu precisava daquele desabafo, precisava pôr para fora o que me corroía de maneira intensa cada vez que eu respirava.
, você é uma pessoa incrível para aceitar viver algo tão humilhante e doentio dessa maneira – Justin começou atraindo meu olhar que antes encarava as nossas mãos sobre a mesa. – Você merece algo melhor, algo que te faça bem e feliz o tempo inteiro e não por um dia na semana. Você não precisa dele para viver, esse término de vocês foi um livramento de alguém que só faria você sofrer. Você merece alguém que te trate da maneira que você merece, e te lembre todos os dias do quão extraordinária você é como pessoa. E , isso que você está sentindo vai passar, nós dois sabemos que nada é eterno, tudo tem seu tempo certo para iniciar e finalizar. Você só precisa ter paciência que isso vai chegar ao fim, e toda essa dor vai se dissipar. Você acredita em mim, não é?
– Eu sempre acreditei, dessa vez não seria diferente.

[...]


– Só você para me fazer sair de casa.
Comentei quando Justin parou o carro em frente ao restaurante que costumávamos frequentar quando ainda estávamos juntos.
Fora ali que ele me pediu em namoro há quase quatro anos, não tínhamos nada planejado, apenas tínhamos saído para jantar e ele do nada após a sobremesa ficou me encarando por quase três minutos, depois sorriu e disse: “, você quer namorar comigo?”. Eu juro que fiquei estática por um bom tempo, chocada e imensamente feliz por ele finalmente ter me pedido em namoro, eu depois de me recuperar dei um sorriso e respondi: “Sim! Sim! Claro que sim!”. Desde aquele dia tínhamos feito daquele restaurante o nosso lugar e do dia primeiro de maio o nosso dia, mesmo com todo aquele vai e volta do nosso relacionamento, era naquela data que celebrávamos o nosso aniversário de namoro.
– Eu sei que você ama esse lugar – Justin sorriu após soltar o cinto de segurança, eu sorri também e balancei a cabeça negativamente antes de também soltar meu cinto. – Vamos lá?
Depois de respirar fundo, eu desci do carro e entrei ao lado de Justin no restaurante. Eu sabia que em menos de dez minutos aquele lugar estaria abarrotado de paparazzi, e que logo aquele almoço seria alvo de suposições de todo mundo.
Olhei para Justin com o canto dos olhos, e ele parecia totalmente despreocupado com a situação, então eu me permiti relaxar pelo menos por aquele momento.
Uma mesa estava reservada para nós na área externa com direito a vista para o mar, por incrível que pareça era a mesma mesa do dia em que Bieber me pediu em namoro.
O Geoffrey's é um restaurante que fica em Malibu e serve uma das melhores comidas caseiras da região, talvez fosse esse o motivo para que eu e Justin amássemos aquele lugar.
Após fazermos os nossos pedidos, Justin parou para me observar, ele sempre fazia aquilo e eu até tinha me acostumado, que apenas encarava-o de volta.
– Admirando a vista? – brinquei fazendo-o rir, mas não desviar o olhar. – Você nunca perde esse vício.
– Eu gosto de te admirar – deu de ombros ainda sorrindo. – Quando a gente namorava e você ia dormir lá em casa, eu gostava de te observar enquanto você dormia.
Eu sorri sem saber exatamente o que dizer, mas eu sabia que ele não esperava que eu dissesse alguma coisa, Justin só queria me deixar sem jeito, e ele tinha conseguido.
– Ainda bem que eu não acordei nenhuma dessas vezes, porque eu ia te socar a cara – dei meu melhor sorriso fazendo-o rir do comentário.
E ele ficou ali me encarando por mais alguns minutos totalmente em silêncio, até que nossos pratos chegaram, o garçom os colocou em nossa frente e logo saiu, nos deixando a sós novamente.
– Eu sinto sua falta – levantei o olhar de meu prato até encontrar os olhos castanhos de Justin. – Todos os dias, nos últimos oito meses.
– Você deveria ter esperado até o fim do almoço para me dizer isso.
Ele riu incrédulo.
– É impossível falar sério com você.
– Falei algo errado? – levantei as duas sobrancelhas, Bieber riu pelo nariz balançando a cabeça negativamente. – Bom, eu também senti tua falta, eu sinto ainda.
– Se você não tivesse começado a namorar, nós estaríamos juntos hoje – ele deu de ombros sorrindo tristemente. – Foi esse teu relacionamento que atrasou tudo.
– Nós tínhamos terminado, não tinha muito a se fazer.
– Você deveria ter me procurado.
– Você quem terminou comigo! – apontei o dedo na sua direção. – Você quem deveria mostrar-se arrependido.
– A errada era você!
Foi a vez dele mostrar o dedo acusatório.
– Eu te pedi um único dia e você surtou!
– Claro, você preferiu ir a uma festa que pegar um voo para ficar comigo aqui – resmungou, me fazendo rir. – Não ria!
– Cala boca!
– Em que momento isso virou uma briga?
Bieber arqueou uma das sobrancelhas, ele sempre fazia aquilo de propósito porque ele sabia que eu não sabia levantar apenas uma das sobrancelhas.
– Nós estamos brigando? – franzi a testa confusa, afinal eu não estava brigando com ninguém.
– Não estamos? – arqueou novamente a sobrancelha.
– Briga nós vamos ter quando eu raspar essa tua sobrancelha no meio da noite.
Olhei feio para ele que deu um sorriso sacana.
– Então quer dizer que você pretende passar a noite comigo?
– Filho da...
– Epa!
– Come a droga da sua comida e para de encher a minha paciência.
Justin riu, mas não disse nada por alguns minutos, porém ele logo voltou a fazer brincadeiras, muitas das vezes fazendo-me rir.
Eu me sentia leve, feliz e menos deprimida do que estive nas últimas semanas.
Eu amava todas as sensações boas que Justin trazia para o meu coração, ele era capaz de acalmar minha alma com um simples olhar, talvez esse fosse uns dos milhares de motivos para amá-lo.
– Gostei da música que você fez para mim – comentei sorrindo sacana deixando Justin sem jeito pela primeira vez no dia. – Achei uma bela indireta pós-término.
– Que música? – Justin fez-se de desentendido, mas eu vi sorriso escondido em seu rosto. – Não fiz música nenhuma para você.
– Me lembrou daquela vez que terminamos porque eu achava que você estava me traindo – comentei ainda sorrindo e vi Justin se encolher na cadeira. – Lembro que nós brigamos feio e você me ligou quase dois meses depois perguntando se nós podíamos pelo menos ser amigos.
– Você quis me matar – ele também sorriu lembrando do ocorrido. – Me mandou para inferno e logo depois perguntou se eu estava doido em pelo menos cogitar que você seria só amiga do homem que...
– Eu amo – o interrompi completando o que ele iria dizer de um modo que ele percebesse que eu ainda o amava. – Eu sei o que eu disse.
Justin não disse nada, mas eu vi no brilho de felicidade em seus olhos que ele havia entendido o duplo sentindo de minha frase.
Just a fraction of your love It fills the air, And I fall in love with you, All over again – cantarolou Bieber. – Essa é a música que eu ouço e lembro você.
– Sabe Deus para quem você fez essa música e agora diz que pensa em mim – fiz careta lembrando que conheci Justin muitos anos depois do lançamento de Common Denominator. Bieber me olhou de cara feia. – Quê?
– Eu me pergunto diariamente por que diabos eu amo uma mulher que é especialista em estragar o clima romântico – ele bateu na própria testa fazendo um drama completamente desnecessário.
Ao invés de eu falar algo fofo após Justin se declarar para mim pela décima vez nas últimas três horas, eu fiz totalmente ao contrário, eu explodi em risadas, fazendo Bieber ficar indignado.
– Tá vendo só? – apontou o dedo na minha direção com um sorriso debochado no rosto. – Você não me leva a sério, ou melhor, você não sabe lidar com declarações.
– Você deveria ter se ligado nisso há mais tempo – dei de ombros rindo da indignação dele. – Eu não sei ser fofa.
– Mas deveria tentar – deu um sorriso sem mostrar os dentes.
– Se eu fizer isso, vou perder minha essência – dei um sorriso malicioso, e Bieber riu pelo nariz. – Mas para que eu vou mudar? Você me ama do jeito que eu sou.
– Pior que amo – balançou a cabeça negativamente fazendo careta.
– Não disse que você me amava – dei uma risada, ele apenas revirou os olhos. – Como não me amar?
– Não tinha conhecido esse teu lado convencido.
– Está conhecendo agora, baby – pisquei com um único olho, e foi a vez de Justin explodir em risadas. – Não ria de mim.
– Acho que é hora da sobremesa – ele ainda ria da minha cara quando fez sinal para o garçom e pediu a sobremesa. – Onde você quer ir depois que saírmos daqui?
– Estamos em Malibu, seria legal dar uma volta na praia – respondi olhando para a praia que estava na minha frente.
– Não trouxe roupa para isso...
– A gente não precisa entrar na água...
– Qual a graça de ir na praia e não entrar na água? – arqueou uma sobrancelha, eu apenas revirei os olhos. – Não tem graça nenhuma.
– Você tem muito que aprender ainda, tipo, deixar de ser tão chato.
– Você me ama assim mesmo.
– Cala a boca, idiota – dei risada e ele dessa vez não se aguentou, riu junto comigo.

Eu sorri ao encarar a imensidão azul à minha frente, era incrível como Malibu me trazia sensações tão boas, quando eu estava naquele lugar eu me sentia feliz, me sentia viva.
Justin sentou ao meu lado e me entregou uma garrafa com água, estávamos ali há quase duas horas e eu ainda não tinha intenção de ir embora. Passar aquele tempo como ele, mesmo que fosse somente naquele dia, estava sendo maravilhoso.
– Quando nós terminamos...
– Quando você terminou comigo – o interrompi fazendo revirar os olhos. – Não esqueça que o nosso término não foi algo que nós decidimos juntos, você tomou a decisão por nós dois.
Ele suspirou antes de recomeçar a falar.
– Quando eu terminei com você, juro que me arrependi de minha decisão no momento seguinte, e eu tentei retornar a ligação, mas seu celular já estava fora da área – ele deu ombros sorrindo triste. – Eu pensei: “droga, ela realmente levou a sério o que eu disse.” Eu confesso que tentei ligar apenas uma vez e depois desisti, peguei meu carro e dirigi até aqui, porque esse lugar é um dos que eu mais lembro de você. Lembro quando você me dizia que vinha pra cá quando sentia que ia enlouquecer, você se sentava na areia e ficava encarando o mar.
– O mais engraçado é que eu sinto pavor em olhar pra esse mar que parece não ter fim – eu sorri e vi ele fazer o mesmo. – Talvez seja isso que me conforte.
– O quê?
– O mar é imenso, você olha e não consegue ver seu final além desse horizonte, mas você sabe que há um final, que ele acaba em algum ponto, é a mesma coisa com a tristeza, os problemas e a dor – Justin me olhou com a testa franzida ainda não entendendo onde eu queria chegar. – A gente vive tudo isso, por mais que demore, por mais que pareça que nunca vai ter um fim, isso acaba, chega um momento que isso tudo chega ao seu final.

Justin parou o carro em frente ao prédio em que eu estava morando no momento, desligou o carro e ambos ficamos ali por longos minutos encarando a rua pouco movimentada que estava em nossa frente, até que Bieber quebrou o silêncio.
– Esse devia ser o momento em que eu te pedia para voltar comigo – eu desviei o olhar da rua para olhar o rapaz. – Mas eu não quero voltar a namorar você, .
Eu senti como se um buraco tivesse se aberto em meu peito, como se o chão embaixo de meus pés tivesse se abrindo e eu tivesse caindo em um abismo sem fim.
No fundo de meu coração eu pensei que ele fosse me pedir para voltar, que depois desse dia que passamos juntos, jurei que Justin me queria de volta, mas eu estava enganada, e isso doía mais que qualquer coisa, mais do que a paixão não correspondida por meu mais recente ex-namorado.
Eu assenti, e escondendo todos os sentimentos que estavam me corroendo por dentro, dei meu melhor sorriso antes de dizer:
– Tudo bem, eu não esperava que a gente fosse voltar mesmo.
Dei um beijo em seu rosto e saí do carro antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ao entrar no prédio ainda pude ver seu carro parado no acostamento, mas ele não desceu e veio atrás de mim, e eu tive certeza absoluta de que Justin e eu não teríamos mais volta. Quando eu cheguei na varanda do apartamento, vi que seu carro não estava mais ali.
Eu finalmente me permiti chorar por Bieber, oito meses depois de terminarmos eu chorei por me convencer que tinha perdido o homem de minha vida, porque mesmo depois de oito meses e outro relacionamento eu ainda tinha esperança de que nós dois nos reencontrássemos e voltássemos a ficar juntos, esperança essa que se dissipou no momento em que Justin me disse que não queria mais namorar comigo.
? – ouvi a voz de Chloe logo atrás de mim, eu nem me preocupei em enxugar as lágrimas quando me pus de frente para ela. – O que houve?
Sua voz revelava toda a sua preocupação comigo, eu abracei meu próprio corpo tentando aliviar minha dor.
– Chloe, por que eu não consigo dar certo com ninguém? – minhas palavras saíram esmagadas pelos soluços que escapavam de minha garganta. – Por que eu não sou capaz de manter um relacionamento? Por que eles sempre me deixam? Por que eu não sou boa o suficiente para eles?
Chloe não disse nada, apenas me abraçou e deixou com que eu chorasse em seu ombro.

– A pipoca queimou – Matt sentou ao meu lado no sofá da sala e colocou uma tigela com pipoca entre a gente. – Culpa sua, eu disse que não sabia fazer pipoca.
– Se você não sabe fazer pipoca ainda, não dá para casar com a Chloe – brinquei antes de encher minha boca com o alimento.
Matt revirou os olhos e riu pelo nariz.
– Ele me contou o que aconteceu – Matt comentou e o sorriso que estava em meu rosto se desfez no mesmo momento. – Eu não entendo vocês dois.
– Não tem muito para se entender, Matt – dei de ombros sem nem tirar os olhos da tv para encarar meu amigo. – A gente só não quer ficar juntos, é isso e ponto.
– Ele te ama.
– E eu o amo, mas nem sempre só amor é suficiente – respirei fundo e olhei para os olhos verdes de Matt. – Foi ele quem disse que não queria voltar a namorar comigo.
...
– Não, Matt, está tudo bem – dei um meio sorriso voltando a olhar a tv. – Já faz duas semanas, inteiramos nove meses de término, estou de boa, de verdade.
Matt não continuou com o assunto, e nós seguimos assistindo ao filme, o silêncio durou poucos minutos.
– Minha mãe disse que se você quiser seu antigo emprego está te esperando.
– Jura? – eu sorri animada com a possibilidade de voltar a trabalhar com a organização de casamentos, a Sra. Sullivan era uma das melhores no ramo e na época que morei na cidade, eu trabalhei como sua assistente. – Eu quero, nossa, vai ser ótimo, eu preciso de um meio para me manter aqui.
– Se bem que você nem precisa trabalhar para isso, aquela conta que Justin abriu para você está até a boca de dinheiro.
Matt fez questão de mencionar a conta milionária que Justin abriu para mim quando terminamos na primeira vez, eu sei que ele fez aquilo como um meio de se redimir por não ter enfrentado seus assessores para continuarmos juntos, a conta está lá, intacta e com a quantia apenas crescendo devido aos juros e aos depósitos constantes feitos por Justin.
– Aquele dinheiro é dele – revirei os olhos. – Ele não vai aceitar de volta, eu sei, então vai continuar lá.
– Você é tão difícil de lidar.
– Por isso sou sua melhor amiga – joguei uma pipoca nele que revidou jogando outra em mim. – Quando eu posso começar a trabalhar?
– Creio que na hora que você quiser.
Continuamos ali assistindo até que Chloe voltou da faculdade, e logo o casal decidiu que iria para uma festa com Matt e o castiçal, no caso eu, teria que ir junto.

Matt estacionou o carro e ambos seguimos para o interior do local, era uma pista de Kart e pelo o que parecia a festa seria ali.
O casal me conduziu até o local onde os convidados estavam e eu me surpreendi ao ver tantos rostos conhecidos.
– me virei em direção a voz feminina que eu acabei de ouvir, voz esta que não era tão estranha para mim. – Que bom ver você.
Senti um baque quando identifiquei a dona da voz.
– Oi, Pattie – cumprimentei quase um minuto depois devido ao choque que ainda estava sentindo. – Bom te ver também.
– Fica à vontade, querida – a mulher sorriu antes de beijar meu rosto. – Justin está vindo.
– Ah, que bom – respondi meio sem jeito e querendo sumir daquele local.
Pattie saiu para conversar com outras pessoas, aquela foi minha deixa para ir atrás de Chloe e confrontá-la.
– Sua palhaça, que diabos eu estou fazendo aqui? – minha voz saía sussurrada, mas não deixava de ser irritada. – Por que você não me disse que era a comemoração do aniversário do Justin?
– Porque você não viria – Chloe deu de ombros fingindo demência e eu quis socar a cara dela. – , relaxa.
– Eu vou embora! – apontei com o polegar em direção a saída.
– Não, você não vai – a garota segurou meu pulso esquerdo impedindo com que eu me afastasse. – Justin acabou de voltar.
– Puta que pariu!
Foi o que eu disse antes de dar um jeito de ficar o mais invisível possível, coisa que foi impossível quando Justin falou com Pattie e ela apontou na minha direção.
– Justin parecia completamente surpreso ao me ver, mas não hesitou em me abraçar. – Pensei que você não fosse vim.
– Então você sabia que os dois iam dar um jeito de me arrastar para cá? – cruzei os braços demonstrando todo o meu descontentamento com a situação. – Foi uma péssima ideia.
– ele suspirou passando a mão nos cabelos incomodado com a situação. – Você não me deixou falar naquele dia.
– Você disse tudo numa única frase – dei de ombros fazendo pouco caso do assunto. – Achei que não tinha mais nada a ser dito.
– Você é tão difícil de lidar – Justin balançou a cabeça negativamente. – Vem, vamos sair daqui, a gente precisa de privacidade.
– Eu não...
, só vem – ele me puxou pela mão até que estivéssemos afastados do grupo de pessoas.
– Justin, eu não quero...
E bom, ele me beijou ali mesmo, num gesto nada romântico, sem ao menos dizer nada, só me beijou e eu não hesitei em corresponder, sentindo ele pôr os braços em volta de minha cintura. Entrelacei os meus braços em volta de seu pescoço, sentindo na minha carne as melhores sensações que o beijo dele podia me proporcionar.
Justin deu alguns selinhos antes de separar nossos lábios, mas manteve nossos corpos e testas ainda juntos.
– Será que você pode calar a boca? – ele pediu, apertando seus dedos contra a minha cintura.
Eu nem me dei ao trabalho de abrir os olhos.
– Você é um idiota!
Ele me deu outro beijo, mas dessa vez foi rápido.
– Justin, você não deveria ter me beijado.
– E você precisa ficar calada, – ele riu e dessa vez eu abri os olhos para encarar seus olhos castanhos tão próximos ao meu. – Será que você pode me deixar falar?
Respirei fundo e assenti.
– Eu amo você.
Fechei meus olhos e sorri ao ouvir aquelas palavras saírem de sua boca, e senti um calor correr por meu corpo.
– Eu não duvido de que você seja sim a mulher da minha vida, aquela com a qual eu desejo construir a minha família, aquela que me transformou em alguém melhor a cada dia sem ao menos se esforçar para isso, eu só queria ser alguém melhor para poder te merecer no final do dia. Eu te amo, e com você eu vivi os melhores momentos nos últimos anos, foi por você que eu não desisti de tudo, por você que eu não enlouqueci, e é você a única pessoa capaz de despertar o melhor de mim, porque quando estou ao seu lado, eu sinto que posso ser eu o tempo todo, eu não preciso fingir ser alguém que eu não sou quando estou com você – ele soltou a mão direita de meu corpo, mas ainda deixou o braço esquerdo em volta de mim. – Você conhece todos os meus defeitos e mesmo assim me manteve ao seu lado por tanto tempo, mesmo que eu não seja a melhor pessoa do mundo – ele respirou fundo antes de prosseguir. – Eu não brinquei quando disse que não queria voltar a te namorar...
Eu abri meus olhos rapidamente e logo tentei me afastar.
– Calma, deixa eu terminar – ele pediu apertando ainda mais seu braço esquerdo em minha volta. – Eu não quero ser seu namorado, , porque eu quero muito mais... Eu quero dividir minha vida com você, quero ser seu noivo e o mais rápido possível ser seu marido e passar o resto da minha vida ao teu lado.
Ele se afastou alguns centímetros e abriu uma caixinha vermelha, revelando um lindo anel de brilhante.
– Você quer casar comigo?
Eu revezei meu olhar do anel para os olhos de Justin e dei meu melhor sorriso ao responder.
– Sim, em todas as línguas – ele sorriu ao ouvir minha resposta. – Yes! Tá! Ja! Sí! Oui! SIIIIIIIIM!
Com as mãos trêmulas, Justin colocou o anel em meu dedo anelar direito e consumou o pedido com um beijo.
– Eu também amo você, Justin Bieber – disse assim que ele me abraçou.

Seis meses depois...
Eu parei na entrada do salão de festas e observei por alguns segundos o local onde estavam as pessoas que fizeram parte de toda a minha vida até aquele momento. Eu olhei para Justin, que estava ao meu lado, nossas mãos estavam entrelaçadas, e assim como eu, Bieber observava o local com um sorriso feliz no rosto. Desviei o olhar para minha mão esquerda onde a aliança de ouro cintilava mostrando o meu mais novo estado civil: casada. Agora eu não era mais , era Bieber.
Após o nosso breve momento de reflexão entramos de vez no local onde fomos aplaudidos por nossos convidados que celebravam junto com a gente a felicidade de finalmente estarmos casados.
Justin e eu decidimos dedicar um pouco de tempo aos nossos amigos, sendo assim tivemos que nos afastar por algum tempo.
– Oi – me aproximei da mesa onde estavam meus amigos mais próximos do Brasil e meu ex-namorado. – Rafael Medeiros!
Eu definitivamente estava surpresa, afinal eu não fazia ideia do que Rafael, que me deixou por uma fulana aí, estava fazendo no meu casamento.
– ele levantou e beijou minha bochecha. – Eu ficaria feliz em saber que era o seu casamento.
– Te garanto que nem convidado você foi, então não tinha o porquê você saber – respirei fundo antes de me virar de frente para Liz.
, você está linda! – Liz, minha irmã e melhor amiga do meu ex levantou para me abraçar. – Não estranha o fato dele estar aqui – sussurrou em meu ouvido para que só eu pudesse ouvir o que ela dizia. – Eu só queria que ele soubesse que você nunca precisou dele e que agora está muito melhor que ele.
– Obrigada, eu acho – eu ri apertando minha irmã em um abraço.
– Um minuto da atenção de vocês, por gentileza – Justin estava no palco improvisado que ficava num ponto privilegiado do salão de festas. Ele estava sentado em um banquinho, com seu violão em mãos e um microfone daqueles que ficam no rosto. – Bom, eu não sou muito bom em declarações, mas eu sou bom cantando, então... , amor, essa música não foi feita para você, mas ela diz exatamente tudo o que eu sinto por você.

Just a fraction of your love
(Só uma fração do seu amor)
It fills the air,
(Preenche o ar,)
And I fall in love with you,
(E eu me apaixono por você,)
All over again,
(Novamente,)
Ooh,
(Ooh,)
You're the light that faced the sun,
(Você é a luz que enfrentou o sol,)
In my world,
(No meu mundo,)
I'd face a thousand years of pain
(Eu enfrentaria mil anos de sofrimento)
For my girl.
(Pela minha garota)

Eu ri simplesmente porque ele sabia o que eu achava sobre aquela música, não que eu realmente me importasse se ele a fez para alguma garota do passado, o que importava era que ele lembrava de mim quando ouvia ela.

Out of all the things in life,
(De todas as coisas na vida,)
That I could fear,
(Que eu poderia temer,)
The only thing that would hurt me,
(A única coisa que poderia me machucar,)
Is if you weren't here,
(Seria se você não estivesse aqui,)
Woah
(Woah)
I don't want to go back
(Eu não quero voltar)
To just being one half of the equation
(Para ser apenas metade de uma equação)
You understand what I'm sayin'?
(Você entende o que estou dizendo?)

– Por que você está rindo? – Liz perguntou ao meu lado, sem ainda entender por que eu e Justin ríamos.
– Nada, fica quieta.

Girl with out you I'm lost
(Garota sem você estou perdido)
Can't face this focus at heart
(Não posso enfrentar este foco no coração)
Between me and love
(Entre mim e o amor)
You're the common denominator, oh, oh, ohh, oh
(Você é o denominador comum, oh, oh, ohh, oh)
You're the common denominator, oh, oh, ohh, oh
(Você é o denominador comum, oh, oh, ohh, oh)

Um coro feito pelos amigos mais próximos de Justin ajudaram-no a cantar o refrão, deixando tudo ainda mais belo.

Before your love was low
(Antes do seu amor estava baixo)
Now you're just my height
(Agora você está na minha altura)
We chase the game that would put
(Temos que persegui o jogo)
My cot in the side
(Que deixa meu berço de lado)
Broken heart rise up to say
(Coração partido se apresenta para dizer que)
Love is alive
(O amor está vivo)
You and I would stand
(Você e eu vamos permanecer)
To be multiplied, yeah
(Para sermos multiplicados, yeah)

Senti o exato momento em que uma lágrima de alegria e emoção escorreu por minha face, e eu não estava nenhum pouco preocupada com a maquiagem que poderia borrar.

Out of all the things in life,
(De todas as coisas na vida,)
That I could fear,
(Que eu poderia temer,)
Yeah
(Yeah)
The only thing that would hurt me,
(A única coisa que poderia me machucar,)
Is if you weren't here,
(Seria se você não estivesse aqui)
Yeah
(Yeah)

Fechei meus olhos sendo abarrotada por um milhão de pensamentos, sentindo todas as lembranças que vivi com Justin virem de uma só vez.

I don't want to go back
(Eu não quero voltar)
To just being one half of the equation
(Para ser apenas metade de uma equação)
You understand what I'm sayin'?
(Você entende o que estou dizendo?)
Girl with out you I'm lost
(Garota sem você estou perdido)
Can't face this focus at heart
(Não posso enfrentar este foco no coração)
Between me and love
(Entre mim e o amor)
You're the common denominator, oh, oh, ohh, oh
(Você é o denominador comum, oh, oh, ohh, oh)
You're the common denominator, oh, oh, ohh, oh
(Você é o denominador comum, oh, oh, ohh, oh)

Justin deixou o violão em cima do banco em que estava sentado assim que se levantou. Ele desceu do pequeno palco e começou a caminhar em minha direção.

I can't imagine a life
(Eu não consigo imaginar uma vida)
Without your touch,
(Sem o seu toque,)
Every kiss that you give,
(Cada beijo que você dá,)
It gives me heart,
(Me dá coração,)
And to all the heart it can,
(E todo coração que puder,)
Jealous females hate it,
(Mulheres odeiam ciúmes,)
I'ma hold it down for you,
(Vou me segurar por você)
Você, woah, oh woah,
(Você, woah oh woah,)
You’re the common denominator, oh, yeah, woahh,
(Denominador comum, oh, yeah, woahh)

Quando ele estava a menos de um metro de distância de mim, eu pude ver o quanto seus olhos estavam vermelhos e eu sabia que ele estava se segurando para não desabar em lágrimas, diferente de mim que fungava baixinho ao lado de minha irmã.

I don't wanna to go back
(Eu não quero voltar)
I don't wanna to go back,
(Eu não quero voltar,)
To just being one half of the equation,
(Para se apenas metade de uma equação, woah woah yeah,)
You understand what I'm sayin'?
(Você entende o que estou dizendo?)
Girl with out you I'm lost
(Garota sem você estou perdido)
Can't face this focus at heart
(Não posso enfrentar este foco no coração)
Between me and love
(Entre mim e o amor)

Ele me puxou e nós começamos a dançar, eu não era muito boa naquilo, mas ele me guiava e ignorava as vezes em que eu pisava em seu pé.

You’re the common denominator oh, oh, ohh, oh,
(Você é o denominador comum oh, oh, ohh, oh)
You’re the common denominator oh, oh, ohh, oh
(Você é o denominador comum oh, oh, ohh, oh)

Ele me rodou uma última vez antes de me abraçar e cantar a última parte da música.

Just a fraction of your love fills the air
(Apenas uma fração do seu amor preenche o ar)
And I'd fall in love with you all over again yeah
(E eu me apaixono por você novamente)

– Eu amo você – Bieber afastou o microfone e selou nossos lábios no exato momento em que o salão explodiu em aplausos.
Ele me deu um último selinho antes de me abraçar mais uma vez.
– Acho que agora é minha vez – me referi ao que tínhamos preparado de homenagens para aquele dia.
Dei um selinho em Justin e me dirigi ao palco onde me foi entregue um microfone.
Eu respirei fundo algumas vezes antes de finalmente conseguir falar.
– Olá, eu agradeço muito pela presença de cada um de vocês, é muito importante ter vocês ao meu lado compartilhando mais esse momento, mais essa alegria. Eu sei que muitos de vocês sequer imaginavam que eu namorava o Justin, creio que foi um choque quando alguns de meus amigos receberam um convite para esse casamento – ouvi um murmurinho de algumas pessoas concordando com o que eu havia dito. – Enfim, o Justin é o homem da minha vida, eu acho que agora eu posso dizer, afinal é ao lado dele que irei passar o resto da minha vida. Nós estamos nessa caminhada há cinco anos, apesar de namorarmos apenas há quatro. Vivemos uma história cheia de altos e baixos, decepções, tristezas, lágrimas e mais um montão de coisas que ficaram minúsculas diante de todas as inúmeras alegrias e de todos os sorrisos que eu dei pelo simples fato de você existir.
Respirei fundo novamente quando senti um nó se formar em minha garganta, eu não poderia chorar antes de terminar meu discurso.
– Durantes esses anos, nós terminamos tantas vezes que sinceramente eu já perdi a conta – algumas pessoas riram junto comigo. – Nós nos perdemos tantas vezes um do outro, mas quando menos esperávamos sempre nos reencontrávamos, Deus sempre quis que estivéssemos juntos, e é por ele que estamos aqui hoje – minha voz começou a ficar embargada, e eu sabia que em pouco tempo eu voltaria a chorar. – Outras pessoas estiveram em nossos caminhos, e eu posso dizer que eu gostei de outras pessoas, me interessei por outros estilos, me apaixonei por outros sorrisos. Por mais que eu tenha me deixado levar por outras pessoas, no final do dia eu sempre escolhi você e tem sido assim desde o dia em que eu percebi que te amava, porque ninguém me fez sentir o que você me faz com um simples olhar, ninguém na minha vida é como você é, ninguém é tão bom para mim além de você, Justin.
Olhei brevemente para Rafael e vi o quão sério ele estava ouvindo as minhas palavras, diferente do resto dos convidados que sorriam emocionados.
– Eu já te odiei tanto por um espaço de tempo em que eu não podia sequer ouvir teu nome, mas depois de tudo, eu relembrei todos os motivos que me fizeram te amar e que mantém esse amor vivo e crescendo dentro de mim – vi Justin sorrir sem se preocupar com as lágrimas que ele deixava cair. – Foi você que muitas vezes me tirou do fundo do poço, que com apenas uma palavra foi capaz de me fazer rever toda a minha vida e buscar novamente o meu propósito, e foi você quem me manteve forte nos últimos cinco anos e quem me dá coragem para enfrentar cada novo amanhecer.
E eu chorei, lembrando de todas as vezes que Justin me ajudou com meu problema de ansiedade, e talvez fosse por ele que eu não tenha migrado para um caso mais grave como a depressão.
Ele também chorava baixinho para que seus soluços não atrapalhassem meu discurso.
– E por mais que eu me perca de você novamente, por mais um milhão de vezes, eu te reencontrarei por mais um trilhão porque eu posso dizer com todas as letras que eu te amarei até o fim dos meus dias – minha voz saiu trêmula por conta do choro, e eu antes de concluir meu discurso procurei me acalmar. – No final de tudo, sempre vai ser você: a minha escolha, meu caminho, meu destino e inteiramente o dono do meu coração!




Fim.



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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