08. Summer Paradise

Finalizada em: 12/12/2018

Capítulo Único

atirou as chaves na mesinha de centro e se jogou no sofá da sala, sentindo tudo girar um pouco por causa da bebida. Ele havia esquecido de ligar o aquecedor antes de sair e por isso a sala estava congelando, então nem fez questão de tirar o paletó de imediato. Londres não dava folga nem mesmo na última semana de verão. Os últimos dias haviam sido invadidos por uma frente fria que deixou até as calçadas congeladas essa noite.
Ele encarou o teto escuro do apartamento e suspirou desgostoso ao se dar conta de que essa era a última semana do verão e ele não tinha feito nada além de trabalhar feito um louco. O máximo de diversão que havia tido tinha sido encher a cara no bar depois que saíam do escritório, mas ainda nem de longe tão legal como as férias de antes. Nada nem de longe tão legal quanto as férias de antes.
Tirou o celular do bolso do paletó e abriu no Facebook que hoje mais cedo havia notificado uma lembrança de três anos atrás. A primeira vez que foi olhar aquilo ele nem se tocou do que devia ser, mas quando o post carregou ele ficou com aquela imagem na cabeça o dia inteiro e provavelmente por isso que hoje tinha bebido mais que o normal.
Na foto, estava na Califórnia na última semana de verão e acompanhado por , e . Estavam assistindo o pôr-do-sol no píer de Santa Mônica e tinham ido parar lá depois do carro ficar sem gasolina no caminho para casa. Ele estava sentado no parapeito, entre suas pernas com aquele sorriso que o assombrava desde que se conheceram; e tinham dado uma pausa na briga do dia e um estava o mais longe possível do outro. lembrava que e ele estavam rindo por causa disso.
Fazia três anos desde o verão mais incrível da sua vida e agora ele se sentia vazio por estar sozinho em uma sexta à noite, bêbado e sem perspectiva alguma do final de semana melhorar. Iria jogar criket com o chefe e outros caras amanhã, jantar na casa do irmão no domingo. Esse era o programa para o último final de semana do verão.
Sendo que há três anos, seu último final de semana antes de voltar para a Inglaterra tinha sido incrível e marcado com dois amigos maravilhosos e a garota que ele nunca conseguiu tirar da cabeça por mais que tenha tentado. Só em lembrar de um sorriso idiota já brotava em seus lábios.
Então, bêbado, nostálgico e lembrando que iria mudar de emprego em um mês, fez a única coisa que lhe era cabível agora: Abriu a lista de contatos, buscou o nome que queria e discou, esperando que o número ainda fosse o mesmo.

já estava rindo com o vento que batia em seu rosto. Não era exatamente a pessoa mais resistente para bebida, ainda mais depois de uma festa na praia que começou bem cedo e que tinha um estoque de álcool que parecia não ter fim. Ela não se surpreendia. As festas de eram sempre assim e sua melhor amiga, , não deixava seu copo esvaziar.
Era a última semana de férias antes de voltar para New York onde cursava psicologia na Columbia e estava aproveitando o quanto podia. Tinha passado metade do verão de cama após pegar uma gripe terrível e só agora estava desfrutando de verdade das suas merecidas férias.
- VINTE E TRÊS! – chegou cambaleando e lhe entregou um copinho rosa. – Toma.
- Que isso? – perguntou, aproximando o copo para cheirar.
- Não sei, mas é o vinte três. O Fred que disse – riu, batendo o próprio copo no da amiga. – Anda, vira o vinte e três comigo.
Sem precisar de mais explicações, bateu o copinho no da amiga e entornou o líquido.
- Isso tem gosto de cheiro de gasolina, – fez uma careta assim que a bebida desceu.
- Pode até ser que seja – deu de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo. – O Jack tava falando algo sobre óleo de motor de barco antes de me dar bebida.
- Acho que a gente precisa comer – agarrou a mão dela, a arrastando para a cozinha.
- Não, não, não – se exaltou, parando no caminho. – O tá na cozinha.
revirou os olhos.
- Vocês brigaram de novo?
- Não, mas o Caleb também tá na cozinha – mordeu o lábio. – E eu transei com o Caleb ontem depois de beijar o , admitir que ainda tenho algum sentimento por ele e fugir. O descobriu, o Caleb também e os dois tão querendo falar comigo, mas eu tô me escondendo pela casa faz duas horas e nenhum me encontrou. Por que essas coisas acontecem comigo?
- Puta que pariu, ! Por que você não me conta mais as coisas? – reclamou. – E acontece porque você é uma idiota que não quer assumir nada com o .
- Aquele filho da puta vive cheio de gracinha com todo mundo, – se defendeu. – Não quero namorar alguém como ele.
- Mas já namorou e até onde sabemos, ele foi fiel!
- Não precisa lembrar que eu já namorei com ele – fez uma careta como se isso ofendesse. – E não traiu até onde sabemos, né?! Do jeito que ele é...
- Eu espero que você tome no cu por ficar com tanta frescura, – suspirou. Estava bêbada demais pra essa conversa. – Ele só falta lamber seus pés de tanto que te ama e você continua nessa.
- Eu já tô tomando no cu, amiga – deixou os ombros caírem. – Mas prefiro tomar tequila, então vamos procurar.
estava prestes a começar a xingar a melhor amiga por todo esse comportamento, mas as duas foram interceptadas por , que chegou afobado e com um sorriso enorme que desmanchou assim que ele bateu os olhos em .
- Droga – resmungou.
- Telefone pra você – murmurou, entregando o celular para , mas ainda encarando a garota ao lado dela. – Posso falar com você?
- Não – a loira negou, já virando pra correr.
- Quem é? – ficou confusa, mas não estava prestando atenção nela.
- Só pega! – impaciente, entregou o celular para ela antes de sair correndo. – VOLTA AQUI, !
Ela encarou o caminho que o amigo tinha feito correndo atrás da ex-namorada e depois encarou o celular brevemente antes de colocá-lo no ouvido, nem verificando quem era.
- Alô?
Ouve um momento de silêncio do outro lado da linha e ela até pensou que haviam desligado, mas podia ouvir a respiração de quem quer que fosse, então esperou.
- Eu reconheço voz de bêbado mesmo a milhas de distância – a pessoa finalmente falou. – O quanto você já bebeu, ?
- Eu não sei. Nunca acho que bebi o suficiente – respondeu. – Mas posso saber quem é?
- Faz realmente tanto tempo assim que nos falamos pra você não reconhecer minha voz?
franziu o cenho, tentando lembrar de onde conhecia a voz, mas a música alta e a bebida mexendo com seus sentidos não colaboraram para o reconhecimento.
- Como você já notou, eu bebi um pouco demais, então não é nada pessoal, mas não tô reconhecendo – confessou, caminhando para um lugar mais reservado onde pudesse escutar melhor. – E eu tô bem curiosa, então agradeceria se me desse uma luz.
- Vou te dar uma dica então – pelo tom de voz, ela sabia que ele estava sorrindo. – O que você acha de champanhe com pipoca?
- Champanhe com pipoca? Isso lá é... – começou a retrucar, no entanto, sua voz falhou quando sua memória lhe levou até três anos atrás.
- Lembrou?! – apesar do tom leve, havia um quê de receio que passou despercebido por ela.
- – murmurou quase automaticamente.
- Touché – admitiu.
Houve uma longa e silenciosa pausa onde os dois não sabiam o que falar, em especial já que a última coisa que esperava era receber essa ligação. Ela não esperava mesmo, pelo menos não agora. Havia esperado há dois anos.
- Eu tentei ligar direto pra você, mas aquele número pareceu desativado – quem quebrou o silêncio foi .
- Eu troquei de número quando fui pra New York – ela explicou, recuperando lentamente a postura.
- O me contou – ele disse.
- Eu mesma poderia ter contado, sabe? – retrucou e já encolheu os ombros, prevendo o que viria a seguir. – Se você não tivesse parado de falar comigo, claro.
- Eu sei que eu fui um babaca por ter parado o contato depois dos primeiros meses – admitiu.
- Foi mesmo – concordou rapidamente. – Um grande filho da puta.
- Eu mereço.
- Claro que merece, ! – continuou. – Você me deixou aqui apaixonada, voltou para Londres e continuou agindo como a gente era aqui, daí do nada você mudou de ideia e resolveu que eu não merecia nem ter o “Feliz natal” respondido.
- Não foi fácil pra mim também, – se defendeu. – Eu fui embora apaixonado e sem a menor ideia de como ficariam as coisas.
- Eu também não sabia e nem por isso resolvi parar de falar com você DO NADA! – enfatizou o final, gritando um pouquinho e atraindo olhares em sua direção.
, do outro lado da linha e praticamente do outro lado do mundo, suspirou.
- Eu não acho que essa seja uma conversa pra se ter por telefone – ele finalmente falou.
- Vai querer fazer Skype agora? – soltou um riso irônico.
- Não – negou. – Eu quero voltar aí.
Ela arregalou os olhos, se jogando contra o corrimão mais próximo para se segurar, pois não confiava em suas pernas no momento.
- Como é?
Ele soltou um risinho meio bêbado, imaginando a cara dela nesse exato mesmo.
- Eu tô no final das férias e não fiz nada, . Eu sei que não sou mais o garoto que acabou de entrar na faculdade como eu era da última vez que te vi, mas... – balançou a cabeça, não conseguindo conter o sorriso. – Mas eu ainda lembro de cada pôr do sol, cada palavra que você disse, cada coisa que a gente viveu e de como a gente nunca quis dizer adeus. Eu lembro de tudo e isso me atormenta sempre porque eu nunca queria ter ido embora. Toda mulher que passou por minha vida nunca conseguiu superar a lembrança do que a gente teve.
fez uma leve pausa apenas para tomar fôlego antes de continuar.
- Então se você me disser para voltar, que apesar da merda que eu fiz em não manter mais contato, você ainda se importar... Eu vou estar aí num piscar de olhos.
se orgulhava por sempre saber o que falar, mas aparentemente quando se tratava de ela perdia essa habilidade. Já sabia disso pelas inúmeras vezes que ele a deixou sem palavras antes, no entanto o tempo havia feito ela esquecer esse detalhe.
- Vem – foi o que ela conseguiu falar antes de desligar.

- Você deixou ele vir – arregalou os olhos.
- Eu não consegui dizer não! – choramingou, agarrando o travesseiro com força.
- Porque você não queria dizer não – sorriu, jogando uma pipoca na boca. – Vamos ser sinceras, . O único motivo de você não ter um namorado agora é porque ainda não conseguiu superar o .
- Claro que não! – retrucou imediatamente.
- Eu concordo com a .
As duas olharam para quando se pronunciou.
- Obrigada, mas você não conta – disse logo. – Sua opinião é comprometida por ser melhor amigo do .
- É verdade – concordou com a amiga.
- Mas eu sou melhor amigo da também! – ele se defendeu.
- Eu que sou a melhor amiga dela! – encarou . – O que ele tá fazendo aqui mesmo?
- Eu trouxe a pipoca – ele sorriu, apontando para o balde de pipoca. – Me senti no direito de ficar para comer os doces.
revirou os olhos quando ele pegou mais um fini e colocou na boca.
- Voltando ao assunto – voltou a encarar a melhor amiga. – Eu tô fodida.
- Você tá fodida – ela não tentou nem tranquilizar. – Pode voltar mais cedo para New York, né?
- É sempre uma opção – realmente cogitou.
- Mas você não quer – falou baixinho e mais uma vez recebeu olhares recriminadores em sua direção.
- Eu vou te botar lá fora com o Stark, apontou para as janelas, indicando o jardim onde seu cachorro não parava de latir, provavelmente para o gato da vizinha.
- Mais uma vez, odeio admitir, mas ele tá certo – fez uma careta. – Eu odeio concordar com ele.
encarou os dois e se jogou de cara no colchão, agarrando o travesseiro mais próximo. Sua cabeça parecia estar prestes a explodir e ela odiava isso. Se sentia como uma adolescente no auge do seu primeiro amor, mas era uma mulher de vinte e um anos com uma bagagem de amores que não deram certo, inclusive .
- Eu não sei o que eu quero – falou, a voz abafada pelo travesseiro. – Eu ainda tenho muita raiva por ele ter sumido sem explicação.
- É claro que tem – jogou as pernas em cima das costas dela. – E também não seguiu em frente porque ainda tem sentimentos por ele depois de tanto tempo. Por isso nenhum cara é suficiente pra você, até o Pietro.
Ela comprimiu os lábios, sabendo que a melhor amiga estava certa. Odiava , mas também gostava dele. Por mais que tivesse tentado seguir em frente, uma parte dela a impedia porque parecia errado e Pietro havia sido vítima da sua confusão. Ele era ótimo, era tudo e talvez ainda mais de tudo que ela sempre quis em um cara, mas no fim ele não era o .
- Isso se chama negócios inacabados – acrescentou. – Você precisa revê-lo para decidir o que sente por ele e deixá-lo ir.
As duas voltaram a olhar para .
- Minha mãe fala muito dessas coisas – ele deu de ombros, socando mais pipoca na boca.
- E mais uma vez, está certo – concordou, quase com um gosto amargo na boca por ter feito isso pela terceira vez em menos de dez minutos. – Você precisa encerrar seu ciclo com o . Ou não.
afastou as pernas de de cima dela e voltou a sentar na cama. Olhou de para e de para o celular. Eles estavam certos. Ela precisava ver uma última vez para pode seguir em frente.
- Eu não vou fugir – disse com confiança. – Essa história termina aqui.
não disse nada e muito menos. Ambos não acreditavam que aquilo terminaria, na verdade achavam o contrário. e estavam só começando.

tinha até esquecido como o calor da Califórnia era agradável no verão. O sol batia no seu rosto e a brisa fazia seu cabelo escuro assanhar, mas ele estava adorando enquanto dirigia o jeep alugado pelas estradas perto do mar em direção a casa de . Ele havia chegado há poucas horas e tinha apenas jogado as malas na casa do amigo antes de pegar um dos carros da garagem e sair. Ainda não fazia ideia do que fazer ou do que falar e pra ser sincero, nem de como tinha ido parar ali.
Só sabia que assim que falou para ele ir, abriu o site de passagens, comprou a primeira, parcelou o tanto que podia e enfiou umas roupas em uma mochila. O celular de tocou e ele abaixou o olhar para o aparelho, vendo o nome do melhor amigo na tela. Atendeu e botou no viva voz.
- E aí, .
- ! Recebi sua mensagem agora. Tá onde? Eu não fui te buscar no aeroporto porque tinha que resolver uns problemas.
- Estou indo me encontrar com a agora.
- Boa sorte, vai precisar – riu como quem sabe das coisas.
- Vai ser assim tão ruim? – fez uma careta desanimada.
- Provavelmente – foi sincero. – Mas não sei. Ela gosta de você. Usa seu charme e sua experiência de quem saiu dois meses com ela em um verão três anos atrás.
- Não tá ajudando, – suspirou. – Mas eu espero que ela me desculpe.
- Você ainda não me contou qual loucura te fez decidir isso de última hora – lembrou da conversa que tinha tido com ele quando atendeu a ligação que o trouxe até aqui e antes de passar o telefone para .
- Uma lembrança do Facebook me deixou inspirado – contou resumidamente. – E eu vou trabalhar em New York mês que vem. Achei que agora a gente podia ter uma segunda chance ou uma primeira de verdade.
- Você falou para ela que tá se mudando pra lá? – sorriu. – Eu nem acredito que a gente vai morar perto de novo, cara. Quer dizer, no mesmo país já que eu estudo em New Jersey.
- Não, eu não contei – riu. – E eu também ainda não acredito. Foi uma puta sorte conseguir aquela vaga!
- Eu vou ter que desligar, . O problema que eu tenho pra resolver acabou de acordar – disse, um tanto risonho. – Te vejo em casa se eu sair vivo.
- O problema em questão é a ? – deduziu.
- Quando é que ela não é um problema pra mim? – suspirou pesadamente. – É ela sim. Enfim, boa sorte com a .
- Boa sorte com a – desejou antes que o amigo desligasse a chamada.
Deixando o celular de lado, focou a atenção na estrada. Sua cabeça estava trabalhando em mil coisas para falar quando a visse novamente e nenhuma parecia boa o suficiente. Também tentava prever a reação dela, mas sem muito sucesso. Havia se passado três anos desde que a viu pela primeira e última vez.
Quando avistou um parquinho perto da orla, o coração de acelerou. A casa dela ficava na próxima esquina e eles tinham combinado de se encontrar ali mesmo no parquinho. Na verdade, ele só perguntou onde poderia vê-la e teve uma resposta bem objetiva com o local. Diminuiu a velocidade do carro e parou assim que encontrou um lugar bom para estacionar.
Virou o retrovisor na sua direção para verificar como estava e se sentiu um idiota porque tinha feito o mesmo antes de sair correndo da casa de . O cabelo estava maior, consequência da falta de tempo – e da preguiça – de ir cortar. Uma barba ralinha, quase inexistente começava a surgir e os olhos castanhos estavam brilhando como ele não via há tempos. Relacionou isso a luz do sol que batia diretamente ali e não ao fato de que estava indo encontrar .
- Deixa de frescura, – murmurou para si mesmo antes de sair do carro.
O cheiro de mar o fez inspirar profundamente e até sorrir. Era como estar em casa. Mesmo depois de quase seis anos morando na Inglaterra, nunca se sentiu confortável lá. A Califórnia era sua casa mesmo que tivesse se mudado há anos e voltasse pra visitar quase nunca. Caminhou até o parquinho e procurou abrigo na sombra embaixo de um enorme coqueiro que deveria ser até mais velho que ele.
Apesar de estar tentando parecer calmo, ele não estava nem um pouco. Seu coração estava quase pulando pra fora do peito e suas palmas estavam suadas. Ele estava ansioso de um jeito quase adolescente. Era estranho como as pessoas marcavam as vidas umas das outras, pensou. Ele teve dois verões depois ela e nunca conseguiu esquecer de fato tudo que sentiu durante aquele tempo que esteve aqui. Em contrapartida, nesse meio tempo teve um namoro de quase um ano que não conseguiu fazer com que ele se sentisse daquele jeito. Do jeito que estava se sentindo agora de novo.
- Oi.
olhou para o lado e na mesma hora sentiu o coração ameaçar fugir do peito. Se desencostou da árvore e virou, ficando cara a cara com a garota que havia deixado três anos atrás. Claro que ela não era mais uma garota. tinha mudado. Seu cabelo estava mais curto, ela estava menos bronzeada do que lembrava e o corpo mais volumoso. Os olhos, por outro lado, não tinham mudado nadinha. Era o mesmo tom de castanho que ficava ainda mais claro quando o sol batia.
- Oi – ele respondeu baixinho.
deu alguns passos na direção dele e sorriu, abrindo os braços para receber um abraço, mas não foi exatamente o que ela fez. A mão dela cortou o ar até encontrar a bochecha direita do homem com um tapa ardido e barulhento. Ela não pensou muito antes de fazer isso e se arrependeu na mesma hora. Um pouco.
- Ai, meu Deus – soltou um gritinho. – Desculpa! Foi mais forte que eu.
Ele levou a mão até o local na sua bochecha que agora ardia e que provavelmente estaria vermelho e ergueu o olhar confuso para ela.
- Não era bem a recepção que eu esperava – resmungou, alisando a pele.
- Não pode dizer que não mereceu – retrucou, embora se sentisse culpada.
Ele suspirou.
- Não posso.
Houve um momento de silêncio onde os dois só se encararam antes que, do nada, assim como o tapa, abriu os braços e se jogou em cima dele em um abraço apertado. O odiava, era verdade. Mas como já estava cansada de ser lembrada por e , já tinha o amado e tinha sentido muito sua falta embora adorasse negar.
- Eu senti sua falta – murmurou, fechando os olhos para poder apreciar o abraço.
- Eu não – disse. – Nem um pouco.
Ele sorriu, apertando ainda mais os braços ao redor da cintura dela, pois suas palavras contradiziam suas ações.
- Eu disse que um dia eu voltaria.
se afastou na mesma hora como se tivesse acordado de um transe.
- Não importa agora – cruzou os braços, adquirindo uma pose defensiva. – Você passou dois anos ignorando tudo que rolou entre a gente e agora resolveu voltar e ainda mais com esse papo? O que mudou?
Ele já esperava isso, então deixou ela recuar sem objeções.
- Nada mudou e o problema é exatamente esse – abriu os braços, demonstrando toda a indignação que sentia com a situação. – Eu te conheci três anos atrás no melhor verão da minha vida. Eu me apaixonei mesmo não querendo porque eu segui a sua onda de que a vida real podia esperar e que nós devíamos aproveitar o momento. No final tive que ir embora e isso acabou comigo porque eu não fazia ideia do que fazer com o que eu tava sentindo. Todo mundo me falava pra te esquecer porque lance a distância era furada e eu tava tão perdido que decidi aceitar os conselhos deles já que eu mesmo não sabia o que fazer.
abriu a boca para falar alguma coisa, mas ergueu um dedo no ar, pedindo um minuto.
- Deixa eu terminar, por favor – pediu e em resposta, ela ficou quieta. – Eu sei que eu devia ter te dado uma explicação, mas achei que fosse ser mais fácil só parar de responder. Você ia ficar com raiva de mim e isso te ajudaria também. É, foi um pensamento idiota, mas como eu já disse, eu tava perdido! Cara, eu ia dormir lembrando das manhãs e das noites que a gente passou aqui e de como era bom acordar do seu lado quando eu escalava sua varanda no meio da noite quando seu pai já tinha ido dormir. Daí eu acordava e tava congelando sozinho em uma cama do outro lado do mundo e era horrível. O que eu quero dizer é que nada mudou porque te olhando aqui, na minha frente depois de todo esse tempo, eu ainda me sinto daquele jeito.
Ela crispou os lábios, sua cabeça girando e o coração acelerado com toda essa declaração que havia jogado em cima dela de primeira. Ele não devia ter falado isso. Não colaborava para o objetivo dela que era exclusivamente seguir em frente.
- Você não tem o direito de me dizer essas coisas – reclamou, erguendo o olhar para ele. – Não devia ter, pelo menos.
- Mas eu tô dizendo – ele foi se aproximando dela. – Porque eu peguei um voo de quase onze horas para cá, com uma passagem que vai me falir quando vier a fatura do cartão mês que vem e porque, infelizmente, eu sou meio romântico e acredito que existe um motivo para você ainda não ter esquecido o que rolou entre a gente e eu também não.
engoliu em seco a cada passo que ele dava para mais perto e ela sabia que devia recuar, mas não conseguia – não queria – sair do lugar.
- E que motivo seria esse? – perguntou.
- Porque você e eu estamos destinados a acontecer – umedeceu os lábios, encarando a boca dela quando estavam tão perto que suas respirações se misturavam. – Sabia que eu também ainda lembro do nosso primeiro beijo?
Na mente dela, uma sirene vermelha e alta começou a soar alertando que esse era o momento de recuar.
- Sério? – foi tudo que ela conseguiu falar, tentando ignorar o olhar dele em sua boca.
- Uhum – murmurou. – Lembro que eu não queria parar de te beijar e como eu me senti tão incrível quanto o John Bender quando a Claire aceitou sair com ele no final de Clube dos Cinco. E sabe de uma coisa?
Ela quis matá-lo. Mencionar Clube dos Cinco era sua fraqueza, poxa! E ele sabia disso porque ela o tinha feito assistir a esse filme também.
- Que coisa?
- Eu quero muito te beijar agora.
Antes que ele fizesse menção de beijá-la, já tinha tomado a iniciativa. Segurou o rosto dele entre as mãos e juntou sua boca na dele com tanta saudade e vontade que foi obrigada a suspirar contra seus lábios. só conseguiu sorrir quando seus braços arrodearam a cintura dela e puxaram-na com firmeza contra si. Saudade era com certeza a melhor palavra para definir o que estavam sentindo agora. Saudade do cheiro, do beijo, do calor.
Mesmo sabendo que não deveria beijá-lo e sim brigar, estapear e mandar ele se foder, não conseguiu. Infelizmente ela havia entendido cada palavra do que ele disse já que tinha ficado na mesma situação e em inúmeras vezes havia pensado em fazer o mesmo que ele tinha feito. só foi mais rápido que ela.
- Eu não posso lidar com isso agora – ela falou, interrompendo o beijo e recuando alguns passos. – Eu tô confusa. Você me deixa confusa!
- Isso é bom – sorriu.
- Não pra mim! – fez uma careta. – Eu não quero ficar confusa. Eu odeio me sentir confusa. Eu vou embora.
- Mas a gente nem conversou – foi a vez de fazer uma careta.
- Fica difícil de conversar com você enfiando sua língua na minha boca – cruzou os braços.
- Foi você que me beijou! – ele acusou.
- Mas você provocou – rebateu.
- E você caiu na tentação porque queria tanto quanto eu – jogou na cara dela, o que apenas a deixou mais irritada consigo mesma.
- Eu vou embora – repetiu, dessa vez com mais convicção e já dando as costas para pegar seu rumo.
- Espera! – correu até ela, puxando seu braço com delicadeza e fazendo com que virasse para ele. – Te vejo na minha festa hoje à noite, pelo menos?
- Que festa? – franziu o cenho. Não sabia de nada que rolaria hoje à noite.
- A que eu decidi que vou dar mais tarde – sorriu. – Na casa do .
- Eu não vou – se soltou dele e girou nos calcanhares, fazendo de novo o caminho até a sua casa.
- Te vejo às oito então – ignorou completamente o aviso dela.
- Eu não vou – repetiu sem nem virar para trás.
- Até lá! – e mais uma vez, a ignorou.
Dessa vez ficou sem resposta e só a observou ir embora. Quando ela dobrou a esquina e sumiu de vista, tirou o celular do bolso e ligou para o melhor amigo. levou alguns segundos para atender.
- E aí? – disse ao atender.
- Precisamos fazer uma festa hoje à noite.

- Eu não quero ir nessa festa – murmurou, olhando para .
- Claro que quer – sorriu com malícia. – Finge não querer porque é mais fácil.
- Mais fácil o quê? – quis saber.
- Negar que quer o também – olhou de soslaio para ela.
- Mas eu não quero! – se defendeu, mas o olhar que recebeu fez com ela suspirasse em derrotada. – Talvez eu queira.
- E qual é o problema? – cruzou os braços. – Tá, ele te magoou quando não manteve contato, mas releva, . Você mesma tava pensando em fazer o mesmo, ele só foi mais rápido.
Apertou os lábios um no outro, odiando admitir que a amiga estava certa.
- Mas apesar, olha só isso, ! – abriu os braços. – Ele voou milhas pra te ver de novo como ele prometeu que faria um dia. me disse que ele sempre perguntava de você. Eu não gosto desse lance de destino, odeio pensar que almas gêmeas existem e todo aquele negócio da linha vermelha do destino também, mas se eu acreditasse, diria com absoluta certeza de que você e o estão destinados. Não tem como não.
- Eu sou orgulhosa demais pra ceder assim – admitiu. Orgulho era provavelmente seu pior defeito.
- E eu já falei que você vai se foder por isso algum dia – relembrou, arqueando as sobrancelhas. – ! Se joga! Se joga nele, nos braços dele, no que vocês ainda podem ser... Eu sei que você quer.
- Ele vai voltar para Londres na terça, – deu de ombros, arrumando outro empecilho. – Vai ser a mesma coisa.
- Já conversou com ele por acaso? – parou na frente da amiga, sorrindo como quem sabe das coisas.
- Tentei... – falou, lembrando que a conversa tinha acabado em um beijo bastante perturbador.
- Então agora vai continuar a conversa! – decidida, voltou a andar e puxou a amiga consigo.
deixou ser arrastada, tentando calar a parte da sua mente que dizia que qualquer coisa com de novo era cilada. Mas ela queria tanto que chegava a lhe encher de raiva. Quantas vezes já tinha pegado o telefone querendo mandar mensagem para ele, bêbada às três da manhã? Quantas vezes o nome dele já tinha aparecido por um simples gatilho como um cheiro, um nome ou uma música que a faziam lembrar dele? Era irritante, mas infelizmente ela não tinha conseguido fazer sumir apesar das inúmeras tentativas no decorrer dos anos.
Algo continuava a prendendo nele e podia sim ser apenas ela se prendendo em uma lembrança de um sentimento bom como Pietro já havia falado, mas sabia que era algo mais.
Tinha que ser algo mais.

- Cara, tá ficando esquisito.
revirou os olhos para e deixou os binóculos de lado. Pegou o copo vermelho cheio de cerveja que havia abandonado há um tempinho e deu um gole, fazendo uma careta pela bebida ter esquentado.
- Será que elas não vão vir mesmo? – voltou a atenção para o melhor amigo.
- Vão. Fica tranquilo – sorriu com malícia. – não perde oportunidade de beber nem que para isso ela tenha que me ver. Com certeza vai arrastar a .
- Eu juro que ainda tento entender você e a , cara – coçou o queixo. – Me perdi depois do que rolou naquela festa da fraternidade dela.
- Não tem o que entender – olhou para baixo, soltando um riso amargo. – Eu que tenho que entender que não vai rolar mais.
- Nenhuma chance? – comprimiu os lábios, olhando em expectativa.
- Eu transei com a meia-irmã dela e quando ela descobrir, provavelmente vai me odiar – umedeceu os lábios, mantendo os olhos fixos na madeira do deck. – Vou perder a de vez e nem vou poder reclamar já que eu sabia o que tava fazendo quando fiz.
não entendia bem os problemas emocionais de , mas sabia que envolvia a traição do pai e os dois filhos bastardos dele, então realmente acreditava que ela iria odiar quando descobrisse. Só podia sentir muito pelo amigo já que conhecia o suficiente para saber que havia muitas coisas que ela perdoaria, mas o cara que ela ama – mesmo negando e de um jeito torto – transar com a meia-irmã não era uma delas.
- ... – abriu a boca para falar, mas foi interrompido antes disso.
- Sua garota chegou. Aproveita pra reconquistar ela ou vai ser só três mil libras e onze horas de viagem gastos à toa – bateu no ombro dele antes de abrir o sorriso arteiro de costume e sair em direção a cozinha.
Ele se sentiu meio mal por ter saído assim, mas foi só bater os olhos em que sua atenção mudou total de foco. Ela ficava linda de branco.
- Eu sei que você só tem olhos para minha amiga, mas eu mereço um abraço – ouviu reclamar e riu, abrindo os braços para ela.
- Eu senti falta desse seu jeito direto que eu não encontrei em mais ninguém – confessou, beijando a cabeça da loira quando ela o abraçou.
- Eu senti sua falta também, – se inclinou para beijar a bochecha dele. – Minha amiga ficou muito melancólica depois de você. É bom que você dê um chá de pau para ver se ela se recupera.
, que estava mais atrás, aproveitou para chutar a bunda da melhor amiga.
- Vai se foder, – resmungou.
- Outch! – fez uma careta de dor e mostrou o dedo do meio. – Mas quanto a parte do foder, pretendo. Tchauzinho, lovebirds.
Com um aceno e ainda alisando a bunda, saiu correndo em direção a porta da frente da casa. olhou para e arriscou um sorriso que foi retribuído, para sua surpresa.
- Olá, .
- Oi, – continuou a sorrir. – Você veio.
- Eu vim – retorceu os lábios. – Não por vontade própria.
- Não?! E quem te obrigou?
- Alguns neurônios pouco inteligentes e emotivos demais me fizeram vir.
O sorriso dele ampliou.
- Entendo... – mordeu o canto da boca. – Será que eu posso te roubar, então?
Ela o olhou como se estivesse com dúvidas.
- Seria pouco educado fugir da festa que eu acabei de chegar – apontou para a casa.
- Mas ninguém te viu ainda – se aproximou mais dela como se estivesse conspirando com algo. – A regra dos 5 segundos se aplica aqui?
- O anfitrião da festa pode ficar irritado por um intruso estar tentando roubar as convidadas dele – retrucou, se segurando para não sorrir.
- Eu acho que ele vai relevar – riu, estendendo a mão para ela. – E não são todas. É só você mesmo.
Encarou a mão estendida e levou alguns poucos segundos antes de colocar a sua por cima da dele.
- Eu acho que a regra dos 5 segundos pode se aplicar a isso – respondeu.
expandiu ainda mais o sorriso e puxou as mãos entrelaçadas dos dois, beijando o torso da dela. lutou contra um sorriso ao notar como a mão dele era quentinha e ainda encaixava a dela tão bem.
- Então vamos antes que seja tarde.
Ele guiou o caminho até as escadas do deck que acabava na areia da praia e ambos deixaram os sapatos no último degrau antes de continuarem.
- Então, onde estamos indo? – perguntou.
- Só vamos andar – deu de ombros, virando o rosto para encará-la. – Você tem três anos para me atualizar sobre o que aconteceu.
- E o que você quer saber? Tem que ser específico ou eu não saberei falar.
- Me conta como tá sua vida em New York – pediu, lembrando que as expectativas dela estavam altas na última vez que se viram.
- Bom... – parou para pensar em como começar. – New York é incrível. A Columbia é maravilhosa e eu ainda não enjoei de me jogar na grama verdinha de lá todo dia depois da aula e ficar contemplando o quanto eu sou sortuda por estar lá.
sorriu, pensando que era bem a cara dela fazer isso.
- E eu divido quarto com uma garota bem legal, o que é ótimo já que algumas amigas estão com umas colegas de quarto horríveis. Sinto falta da Califórnia de vez em quando, especialmente do meu pai, da e do . É difícil quando eu venho pra cá e tenho que me despedir do meu pai quando vou voltar – ela sorriu meio triste, já pensando que isso aconteceria na quarta-feira. – Ele não quis casar de novo depois que minha mãe morreu e às vezes eu me preocupo se ele é muito sozinho.
- Eu tenho certeza que seu pai fica bem, – apertou mais a mão dela, fazendo ambos perceberem agora que ainda estavam de mãos dadas. Nenhum fez questão de afastar.
- Eu sei que fica – mordiscou o canto da boca. – Só não queria que ele ficasse só.
- Quem sabe um dia ele não conhece uma coroa legal quando estiver pronto? – sugeriu, fazendo ela soltar um riso baixo.
- Estarei na torcida – cruzou os dedos, ainda risonha.
- Mas tá sendo tudo aquilo que você sonhou? – ele foi mais direto.
- Sim! – respondeu sem nem hesitar. – Bem mais até.
- Então eu estou muito feliz por você, sorriu verdadeiramente.
- Eu perguntaria o que você andou fazendo por Londres, mas eu não quero saber – ela retrucou, apertando os lábios para não sorrir. – Não quero saber de nada que você fez nos três anos que me ignorou.
riu com gosto.
- É justo – admitiu. – Eu também não queria saber sobre os seus três anos. Tava com medo de você mencionar um namorado idiota te esperando lá.
- Um namorado idiota? – arqueou as sobrancelhas.
- Um namorado idiota – repetiu. – Você tem um namorado idiota?
- O que você iria fazer se eu tivesse? – rebateu a pergunta.
- Provavelmente voltaria para festa e beberia quantidades absurdas de álcool para depois te fazer uma serenata que faria você desistir do seu namorado idiota e me dar uma outra chance – disse, e se conhecendo, sabia que faria aquilo sim.
- Ai, meu Deus – ela caiu na risada. – Eu posso dizer que tenho um namorado idiota só pra te ver fazendo isso?
- Seria crueldade demais com o meu coração, – franziu o cenho, levando a mão desocupada até o peito.
- Seria? – bateu o dedo no queixo, sorrindo enviesada. – Mas não, eu não tenho um namorado.
Ele se esforçou para não sorrir demais, porém falhou.
- Ótimo – murmurou.
- Mas por que você perguntou se não queria perguntar? – ela questionou com curiosidade.
- Porque eu precisava entrar no assunto de New York – sorriu. – Eu deduzo que você conhece o Rockfeller Center. Estou certo?
- Conheço, claro – assentiu. – Por quê?
- Porque no mês que vem eu vou começar a trabalhar em um escritório lá, e bom, é consideravelmente mais perto de você do que Londres. Daí, como você disse que não tem um namorado idiota, eu adoraria te levar para sair e compensar os três anos que eu fui babaca – finalmente contou, prestando atenção na reação dela. – Seria uma boa para eu poder conhecer a estudante de psicologia que você se tornou. Te deixo usar Freud contra mim.
parou de andar na mesma hora e ficou apenas o encarando enquanto processava a informação.
- Você vai morar em New York? – perguntou só para ter certeza.
- Midtown West 605, 42 street, no Sky para ser mais específico.
Ela continuou sem saber o que falar, apenas o encarando em choque.
- Eu esperava algum tipo de reação... – coçou a nuca. – Boa ou ruim.
- É muita coisa pra processar – umedeceu os lábios, se recompondo. – Você aparecendo de novo e agora se mudando para New York... Eu não sei o que você espera que eu faça.
- Nada! – se antecipou em dizer. – Não quero te pressionar, nem nada. Eu vim porque eu queria te ver e eu tô indo para lá trabalhar.
- Você precisa entender que tudo isso é muito desconcertante – suspirou, fixando os olhos no dele. – Eu pensei que eu tinha superado esse capítulo da minha vida, que no caso é você. Pensei que isso ia ficar só como um romancezinho de verão adolescente. Mas agora você tá aqui e meu coração tá batendo super rápido por saber que você vai morar perto de mim e eu estou muito feliz mesmo não querendo.
sorriu, tomando a liberdade de aproximar mais dela.
- Eu acredito que nosso capítulo só tá começando, – murmurou, apertando mais os dedos nos dela. – Que agora a gente pode ter uma chance real porque nós dois sabemos que nós não tínhamos como ter dado certo antes.
- Eu não acredito nessas coisas – sussurrou, sentindo seu corpo inclinar para mais perto dele.
- Tudo bem – soltou a mão dela e a puxou para perto pela cintura. – Eu acredito por nós dois.
- Você vai precisar me levar em muitos encontros, tá? – avisou, fazendo ele sorrir. – Em restaurantes caros que eu nem gosto.
- Eu vou te levar naqueles restaurantes com vinhos caros que a gente não sabe nem pronunciar – prometeu. – E depois a gente volta pra casa e se pega muito no meio de um filme.
- Não. Eu não vou transar com você até depois do décimo encontro – afirmou.
- A gente resolve isso depois – abaixou o rosto, encostando a testa na dela. – Agora eu quero te beijar.
- Eu quero te bater – resmungou, mas seus olhos já haviam fechado.
- Eu acho que me beijar é mais produtivo – roçou os lábios nos dela. – Você pode me bater durante um desses encontros que a gente vai ter.
- Eu vou.
- Então agora eu vou te beijar para fazer os tapas valerem a pena depois.
E finalmente a beijou, apertando-a tanto contra si que poderiam ter se fundido se fosse possível. Era uma sensação estranha para os dois. Mesmo depois do tempo longe ainda parecia que eram os mesmos jovens que se beijaram pela primeira vez naquele mesmo lugar três anos atrás mesmo que não lembrassem mais.
Mas talvez fosse como pai dela adorava falar: A distância e o tempo só são capazes de afastar os corpos uns dos outros, mas o sentimento não. Esse fica escondido até uma fagulha voltar para reacender.
E com esse encontro, agora estavam queimando.





FIM!



Nota da autora: OLÁ! Para quem não sabe, essa história foi feita como uma continuação da minha outra fic do Ficstape do Ed Sheeran, 11. How Would You Feel. Não é necessário ler a outra para entender essa, mas se alguém tiver curiosidade, o link vai estar aqui. Foi complicado escrever esse mês por estar cheia de trabalhos para fazer, então precisei correr com a história. Mas espero que vocês tenham gostado mesmo assim. Não deixem de falar o que acharam. Beijos!





Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.


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