08. Whoever She Is



Última atualização: Julho de 2017

Capítulo Único


John abaixou o livro em suas mãos, colocando-o sobre a mesa redonda, ao lado de seu copo de café. Olhou por alguns instantes para o prédio do outro lado da rua, no qual pessoas entravam em intervalos de poucos minutos. Eram apenas quatro e meia, mas quem saía dos prédios comerciais próximos, já se encaminhavam para o bar, prontos para iniciar o happy hour.
O’callaghan tentava decidir se entrava no estabelecimento, ou dava meia volta e retornava para seu apartamento, apenas quinze minutos dali. O frio começava a aumentar, mas o sobretudo que usava era o suficiente para fazê-lo ignorar a baixa temperatura, embora esfregasse as mãos fez ou outra.
Esticou o pulso, olhando o rolex em seu braço esquerdo. Ainda tinha alguns minutos antes dela chegar para seu turno no bar.
John sentia-se horrível por continuar fazendo aquilo, mas não conseguia evitar, embora sempre que a visse se sentisse pior do que antes. Pelo menos em partes; gostava de saber que estava bem, feliz.
Mas sentia-se triste ao saber que aqueles sorrisos já não eram mais direcionados à ele, e que já não era mais a razão de suas risadas.
Prendeu a respiração quando a viu caminhando pela calçada, após descer do ônibus, uma quadra antes do bar. Ergueu o livro em frente ao seu rosto, cobrindo-o parcialmente.
parecia mais bonita aquele dia, o inverno sempre a favorecia.
Usava uma jeans preta e botas longas, que iam até seu joelho. Um casaco roxo, grosso, cachecol preto e uma touca da mesma cor. John mordeu o lábio baixando os olhos para a sacola ao seu lado, sem saber se deveria entregar o conteúdo da mesma.
Queria desejar-lhe um feliz aniversário, ao mesmo tempo que se entristecia por não passar o dia ao seu lado. Esperou-a entrar no bar, vendo-a retirar a touca, e mexer nos cabelos soltos, antes de passar pela porta.
Suspirou antes de levantar-se, pegando a sacola da GAP e seu café pela metade, colocou o livro grosso dentro da sacola, enquanto caminhava pela calçada, atravessando a rua em seguida. Virou o restante do conteúdo no copo em dois goles, logo jogando-o em uma lixeira próxima, antes de finalmente parar na entrada do bar. Olhou-se na vitrine da loja ao lado, certificando-se que estava apresentável, e então empurrou a porta de carvalho escuro, ouvindo a gritaria que estava dentro do lugar;
- Happy Birthday to you, dear !
A mulher estava parada próxima a bancada de bebidas, rindo abertamente para as pessoas, agradecendo assim que a música acabou.
Recebia alguns abraços calorosos e felicitações, quando John aproximou-se, sem jeito, tocando em seu ombro.
Pareceu que o tempo parou por alguns instantes, quando os olhos da mulher pararam sobre os seus, surpresa por encontrá-lo ali.
- Hm, feliz aniversário!
sorriu leve, abraçando-o apertado quando o ex-namorado curvou-se para parabenizá-la.
- Obrigada, Johno.
O’callaghan disfarçou o arrepio que sentiu em seu corpo, ao ouvi-la chamar seu apelido, tão próximo de sua orelha.
- Como está? - perguntou após afastarem-se, parecendo realmente interessada.
O homem deu de ombros, sorrindo de lado, enquanto sentava-se na banqueta próxima, vendo-a retirar a jaqueta e afastar-se momentaneamente, enquanto se trocava.
John sinalizou para Garrett, outro barman do local, e grande amigo de . Gostava dele, tinham ido em vários jogos de hóquei juntos, mas a amizade chegou ao fim assim que ele se separou de .
voltou segundos depois, prendendo os cabelos compridos, já usando seu avental preto e o crachá com seu nome, antes de entregar uma cerveja para o loiro.
- Tudo bem, sem grandes novidades… - tomou um gole, contente ao vê-la sorrir para ele.
- Escritório? - questionou curiosa, interessada em saber se O’callaghan tinha abandonado o trabalho que tanto detestava.
- O que mais seria, não é mesmo? - rolou os olhos, rindo baixo antes de focar sua visão na sacola ao lado, pegando-a instantes depois. - Feliz aniversário, !
sorriu animada e, novamente, surpresa, pegando a sacola com o símbolo da GAP e retirando um moletom com três cores de azul. Mordeu o lábio inferior, encarando-o por alguns instantes, antes de curvar-se sobre o balcão, abraçando-o desajeitadamente. Azul era sua cor favorita, e, mesmo depois de todos aqueles meses separados, ele se lembrou dela e de seus gostos.
- Obrigada, Jonho.

e John O’callaghan tinham se conhecido naquele mesmo bar, pouco mais de dois anos antes, num dia no qual o homem chegou estressado pelo trabalho, pensando em encher a cara e esquecer-se dos problemas.
Acabou sentando-se sozinho no balcão, sendo atendido pela nova barwoman do lugar, ainda em fase de experiência, a qual era extremamente simpática e acabou solidarizando-se com a situação deprimente do cliente, que saia de pouco em pouco para fumar, ou atender uma ligação do trabalho, xingando quem quer que fosse.
John não gostava de trabalhar na empresa do pai, mas era sua herança. Por ser o mais velho era sua obrigação seguir a carreira do pai, administrando
os negócios da família. era o oposto de John; não tinha uma família rica, nem o carro do ano, pegava ônibus ou metrô para ir aos lugares que precisava, e, no verão, usava sua bicicleta.
Enquanto John comprava suas roupas nas lojas mais caras da cidade, aproveitava as promoções da H&M ou Primark.
O’callaghan tinha seu próprio apartamento, em um bairro nobre, enquanto dividia o aluguel de um estúdio, com mais duas amigas.
Nem mesmo eles saberiam dizer como acabaram juntos, mas depois de fazê-la ficar até depois do horário trabalhando, já que era o único cliente que tinha restado, John ofereceu-se para acompanhá-la até seu prédio, várias quadras de distância.
Conversaram durante aqueles quarenta minutos como se fossem melhores amigos, rindo de piadas ridículas e compartilhando histórias que nem seus amigos conheciam.
Quando chegaram no prédio da mulher, John não quis afastar-se, não queria dizer boa noite, e não pensou duas vezes quando ela ofereceu-lhe uma xícara de chocolate quente, um dos melhores que já tinha tomado em sua vida. E nem mesmo notou quando, entre uma risada abafada e outra, já que as colegas da mulher dormiam, curvou-se em sua direção, encostando os lábios finos nos dela.

John voltou ao bar todos os dias durante três semanas, sempre a acompanhando até em casa, e parando para uma xícara de chocolate quente. Lembrava-se de como a mulher tinha ficado nervosa no jantar com seus pais, os quais não paravam de comentar sobre a ex-namorada de John, vinda de uma das famílias mais importantes da cidade, que foi praticamente abandonada no altar, embora o loiro nem mesmo tivesse cogitado um casamento.
Os pais nunca a trataram mal, durante aquele um ano e meio que estiveram juntos, mas sempre queriam mudá-la de alguma forma, fazendo questão de lembrar-lhe que o filho poderia conquistar uma namorada melhor. Com o mesmo status social.
não se incomodou nos primeiros meses, quando John aderiu a ideia de fazê-la parecer ainda melhor, para que seus pais a aceitassem.
Deu-lhe presentes caros e a levou para festas importantes, e estava tudo bem no começo. Mas a mudança visual não foi o suficiente para seus pais, a garota sabia se comportar num evento chique, mas os amigos da família, todos sabiam que a namorada de John era apenas uma garçonete.

O homem parou de importar-se com a opinião dos pais com o passar dos meses, eles não mudariam de ideia sobre , porque simplesmente não gostavam dela, independente do que ela fizesse, porque eles nunca seriam do mesmo nível.
John gostava dos amigos da namorada, e adorou os pais dela quando finalmente os conheceu; moravam no interior do estado em uma casa pequena, mas extremamente aconchegante.
John não se importava dela ser uma garçonete, principalmente porque sabia o quanto ela gostava do trabalho, diferente dele que odiava colocar sua gravata e ir para o escritório.
O’callaghan gostava da pessoa que era quando estava com a namorada, mas sabia que ela não gostava de quem era obrigada a ser para estar com ele em reuniões e festas sociais. Tentou, de várias formas, convencer os pais a pararem de jogá-lo naqueles eventos, ele odiava precisar rir para pessoas que ele não gostava, e sentia-se horrível por fazer o acompanhar, mas não era como se ele tivesse escolha. Os eventos só eram mais “aturáveis” quando ela estava ao seu lado.

Foi em um desses eventos, no qual seus pais sutilmente jogaram-no para outra mulher, filha de um dos sócios da empresa, que desistiu de tudo aquilo.
Aquele não era seu lugar e aquelas pessoas não eram suas amigas.
Amava John, adorava tê-lo ao seu lado, mas sempre que precisava estar naquele mundo, sentia-se um ser insignificante. Nunca seria boa o suficiente para estar ali, porque para aquelas pessoas o que importava era apenas o dinheiro e um nome de respeito. não tinha nenhum deles, e provavelmente nunca teria.
Johno tentou fazê-la mudar de ideia, ficar ao seu lado; Não iria a mais nenhuma daquelas festas, não almoçaria com a família dele, qualquer coisa que ela quisesse ele faria.
Ele só precisava que ela estivesse com ele, que acordasse ao seu lado pela manhã, e o abraçasse durante as noites frias de inverno.
Mas a mulher sabia que não seria daquela forma, por mais que o namorado se esforçasse, por mais que ele quisesse, John nunca conseguiria se afastar de tudo aquilo.
Aquela era sua vida, seu mundo, e ela apenas não fazia parte dele.


Quando a mulher voltou, alguns minutos depois, tornou a conversar com o loiro, contando-lhe sobre sua vida nos últimos meses; nada muito fora do comum, embora uma de suas roommates estivesse se mudando, tinha conseguido um trabalho melhor em Nova York. também estava procurando um novo emprego, gostava de trabalhar no bar, mas queria mais da vida, trabalhar com sua área de interesse e, por isso, tinha enviado currículo para algumas galerias de arte da cidade.
A mulher parecia bem, mais focada em seu futuro do que antes, mas ainda feliz com o que fazia. Contou-lhe que foi chamada para uma entrevista no museu nacional, mas que não conseguiu o emprego, por pouco.
John gostava de como ela via o mundo, gostaria de ter a mesma positividade que ela, mas era um poço de negatividade na maior parte do tempo.
Lembrou-se da vez que foram assaltados, em uma viagem que fizeram no feriado. Levaram suas carteiras e seu carro, depois de terem os ameaçado por alguns minutos. John estava surtando, gritando aos quatro ventos, teve um ataque de pânico e sentou-se no meio-fio da calçada, logo a vendo fazer o mesmo, passando os braços pelo corpo do namorado; “Vai ficar tudo bem, amor” foi tudo o que ela disse, repetidamente, beijando-lhe a bochecha. E realmente ficou, como sempre ficava quando ela estava ao seu lado.

Passaram o restante da noite conversando sempre que ela tinha um momento livre do trabalho, contando as novidades, que não eram muitas, mas que gostaram de poder compartilhar da mesma forma.
No final do turno, próximo às três da manhã, ele se ofereceu para acompanhá-la, como fazia antigamente, recebendo um sorriso animado como resposta.
Caminharam juntos, de braços dados, rindo como nos velhos tempos, vestia seu moletom novo por baixo do casaco, ele reparou.
John sentiu o peito aquecer-se, ao saber que ela não estava saindo com ninguém, reacendendo a expectativa em seu peito, talvez…
Mas o talvez morreu antes mesmo dele ter a chance de dizer qualquer coisa, ao chegarem no prédio de , a mulher sorriu agradecendo pela companhia, mas não ofereceu a xícara de chocolate quente, e quando o loiro fez menção de aproximar-se para beijar-lhe, se afastou, negando com um aceno.
- Foi ótimo te ver hoje, John, mas…
- É só isso. - completou olhando para o lado, as mãos nos bolsos.
mordeu o lábio inferior, olhando-o por alguns instantes.
Seria idiota se dissesse que não sentia sua falta, que já tinha o esquecido, ainda chorava ao ver alguma foto dos dois juntos, ou lembrar-se de coisas que costumavam fazer quando namoravam, mas não queria passar pelos mesmos problemas de antes.
- Eu sinto sua falta, Johno. - soprou em um sussurro, sorrindo levemente quando ele tornou a encará-la - Mas é melhor assim, você sabe que as coisas não vão mudar. Você ainda é você e eu sou eu. - apertou-lhe a mão gelada, vendo-o suspirar, concordando com a cabeça. - Algumas coisas não mudam, você vai continuar sendo esse cara bonitão de gravata e terno, e eu vou continuar sendo garçonete até conseguir o trabalho que eu quero.
- E se eu mudasse…?
negou, mantendo o mesmo sorriso calmo e compreensível que tinha quando sabia que o homem estava falando coisas da boca pra fora;
- Você não pode mudar por minha causa, não é certo. Da mesma forma que eu não quis mudar por sua causa. Nós mudamos por nós mesmos, John, não pelos outros. Eu desejo, de verdade, que você mude o que precisar para ser feliz, mas por você mesmo, O’callaghan.
John assentiu com a cabeça, abrindo os braços quando ela se aproximou, retribuindo o abraço forte de despedida, apertando-lhe por alguns instantes, tentando tirar um pouco da saudade em seu peito, antes de beijar-lhe a bochecha, afastando-se.
- Tchau, .
- Tchau, O’callaghan.


Três anos depois.


Garrett foi o primeiro a levantar-se, erguendo a longneck antes de iniciar o brinde;
- Feliz vinte e oito para uma das melhores pessoas que eu conheço, e que eu amo tanto: !
A mulher levantou-se de seu lugar, apontando para si mesma e fazendo caras e bocas, enquanto os amigos gritavam animados, iniciando um happy birthday to you, que logo foi acompanhado por um violão, quando o cantor contratado pelo bar subiu ao palco, para iniciar os covers da noite.
Assim que a música terminou, virou-se para o palco, ao ouvir o homem desejar-lhe felicidades, sem nem mesmo saber quem era a aniversariante, sem conseguir vê-la com a pouca iluminação do lugar em que ela sentava.
Olhou-o surpresa, demorando alguns segundos para confirmar suas suspeitas, o rosto era familiar, assim como a voz rouca; John O’callaghan estava no palco com um violão, iniciando a introdução de As Long as You Love Me.
A mulher sentou-se, completamente alheia a conversa dos amigos, encarando o loiro, com os cabelos compridos, uma barba mal feita, jeans rasgado e uma camiseta branca. John parecia tão à vontade naquela banqueta, mais calmo e feliz do que ela o tinha visto em mais de um ano de convivência, os olhos fechados enquanto tocava.
- O que foi? - Garrett perguntou, tocando-lhe o ombro, olhou-o assustada, estranhando a situação inteira. Negou com a cabeça, abanando a mão no ar poucos segundos depois, tomando um gole de sua bebida, antes de voltar a olhar para o palco.
Tentou distrair-se com os amigos, conversando e rindo, vez ou outra deixando seu olhar vagar pelo ex-namorado, que ainda não parecia ter notado sua presença.

John parou de tocar por alguns instantes, tomando um gole de água, enquanto a garçonete vinha entregar-lhe alguns pedidos de música, solicitados pelos clientes. Nada muito fora do comum. Preparava-se para começar Wonderwall, afinando seu violão e olhando ao redor, para os grupos animados naquela sexta-feira, relaxando depois do trabalho. Reconheceu alguns rostos de outras semanas em que tocou naquele bar, no canto direito, um grupo particularmente grande comemorava, usando chapéus de aniversário infantis, enquanto bebiam e conversavam. Encarou por alguns instantes uma mulher de cabelos compridos, que usava uma tiara de princesa, assumindo que era a aniversariante para quem tinha cantado parabéns mais cedo.
A mulher virou-se após alguns instantes, olhando diretamente para o palco.
A luz não era das melhores, mas John notou quando o rosto da mulher ficou vermelho, e ela sorriu envergonhada para o homem. Franziu o cenho por alguns instantes, demorando mais tempo do que se orgulhava para realmente notar quem estava lá.
Sorriu de volta, um tanto surpreso, principalmente ao notar que tinha esquecido que era aniversário dela, pela primeira vez, depois de cinco anos, John estava, finalmente, tirando-a de sua cabeça aos poucos, e justamente agora ela aparecia em sua frente.
Piscou de lado, antes de pigarrear em direção ao microfone;
- Eu vou dar uma pequena pausa nos pedidos da noite, para cantar uma música minha, não é tão boa quanto Wonderwall, mas espero que vocês gostem. - Olhou rapidamente para a mulher, que continuava sorrindo em sua direção, curvando-se levemente sobre a mesa, apoiando os cotovelos na mesma, e cruzando as mãos, prestando atenção na letra;

I thought I had my girl but she ran away
My car got stolen and I'm gonna be late
For work this week, make that the fourth day straight
But I'm fine with it

I thought I had it all but I gave it away
I quit that old job now I'm doing okay
Those material things they can't get in my way
Cause I'm over it

But wherever she may be
She could be money, cars, fear of the dark
Your best friends are just strangers in bars
Whoever she is, whoever she may be
One thing's for sure, you don't have to worry

Quando John terminou de cantar após alguns minutos, sendo aplaudido mais do que esperava, e ouvindo alguns gritos animados do público. Demorou alguns instantes para olhar na direção da mesa da aniversariante da noite, e quando o fez não conseguiu localizá-la, seu lugar estava vago, mas os amigos pareciam animados aplaudindo-o.
Virou-se, pronto para descer do palco, e então notou a mulher parada, os braços cruzados e um sorriso pequenos nos lábios, feliz por vê-lo ali.

- Feliz aniversário, !

FIM



Nota da autora: VOCÊS JÁ OUVIRAM A PALAVRA DE JOHN O'CALLAGHAN HOJE? Não? Miga, corre!
xx

Fanfics:
Backstage
Keeping Up with Harry Morris
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The Black's Family Story / Prólogo de UNH
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