Fanfic finalizada

Love-time I


1969.
Estados Unidos da América – Bethel.

Era uma semana pura de comemoração, a formação de e , seu alistamento ter sido recusado e as futuras universidades, em sua tão sonhada universidade de medicina e com seu grande desejo de ser advogado. Aquele festival foi como uma maravilha para eles, não havia uma comemoração melhor que aquela.
Era o penúltimo dia do festival Woodstock, seria o melhor dia para eles, principalmente para , que havia criado coragem para dizer tudo que sentia pela a garota. e estavam sentados no campo do Woodstock, se hidratavam depois de dançarem debaixo daquele sol. Aquele festival não era apenas o melhor por ser o melhor, mas sim por comemorar a saída da sua rejeição para o exército.
— É o melhor festival de todos! – Disse , dançando na sua frente. – Não acha?
— Com certeza, está pronta para o próximo Woodstock? – Se levantou. Depois de admirá-la por um bom tempo.
— Sim, pode ter certeza que estarei aqui mais uma vez.
— Sabe , eu preciso te contar uma coisa. – Parou na frente dela.
— O que? Você está tão sério.
— Eu só não havia contado antes pois fiquei com receio de entrar para o exército. – Segurou a mão dela. – é aqui, no Woodstock que quero ter a melhor lembrança da minha vida. Desde que você se mudou para a nossa rua, que você foi toda meiga e carinhosa comigo e minha irmã, eu não consegui tirar você da minha cabeça. , você aceita namorar comigo?
— Isso é. – ficou olhando para ele, com um brilho no olhar, não havia como dizer não, muito menos negar que sentia a maior atração por ele, que era comparado ao penhasco. – Eu, , não tem como negar, eu sempre, sempre amei você.
Passou seus braços no pescoço do rapaz envolvendo em um beijo apaixonado. sempre amou , não podia esquecer daquele garoto que voltava com duas casquinhas de sorvetes na mão quando ela descarregava a caixa da mudança.
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Flashback, .
— Então aqui é o nosso mais novo lar. – Senhor disse ao virar a rua. – Vamos morar ali, onde o caminhão está parado.
— É muito lindo aqui, vamos ser tão felizes. – Disse a mulher.
— Também acho espero que a escola seja boa aqui e que tenha gente legal, não aguento mais mudar para escolas insuportáveis. – revirou os olhos.
— Não exagere filha, você vai gostar daqui.
— Acredite mãe, eu vou gostar daqui se a gente não tiver mais que mudar de casa. – Desceram do carro.
— Vem, vou descarregar o caminhão, vê se não fica com essa cara fechada o tempo todo, .
— Ai mãe.
Não ia discutir e estava cansada de ficar se mudando sempre, tudo por culpa do exército. sempre odiava os momentos que seu pai era promovido para outro quartel no Estados Unidos e ela e sua mãe eram obrigadas a se mudar para poder acompanhar o homem na próxima cidade; no fundo torcia para que não precisasse se mudar, mesmo a escola sendo uma das piores que ela já frequentou.
voltava para pegar mais uma caixa quando escutou uma garotinha rindo alto acompanhada de um garoto mais velho, ela olhou para o lado e viu o jovem carregando duas casquinhas de sorvete.
Ele era encantador, uma marca de machucado em cima da sobrancelha e a cara fechada ao vê-la fez a garota se render àquele encanto, mas focou em seus planos de começo de ano e conseguir uma boa vaga na escola vizinha, uma de suas amigas do jardim de infância e de vizinhança estudava lá.
Para o pior dos seus planos, não conseguiu a tão sonhada vaga na escola vizinha. Por outro lado, não imaginava que acabaria estudando junto de seu vizinho, , onde tudo começou.

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Da mesma forma que os dois se aproximaram, com calma, tranquilidade, os dois seriam afastados, grosseiramente, sem sentimentos e eternamente.
— Achei que não ia aceitar. – a tinha em seus braços com um grande sorriso para ela.
— Eu me perguntava quando é que você teria coragem de me pedir em namoro. – Riu. – Você acha que eu nunca percebi suas olhadas para mim?
— Nunca consegui ser discreto, você tem planos? Não quero atrapalhar você, na verdade vou seguir eles.
— Depois da universidade? – Viu o homem concordar. – Não sei, pretendo fazer o que eu sentir o que devo fazer, quem sabe não vamos viajar, fique sabendo que Havana é um lugar muito bonito.
— Ou o Brasil quem sabe.
— Ah sim. – Disse sonhadora. – Você me conhece tão bem.
— Anos ao seu lado, se eu não soubesse nada, eu poderia ser considerado o pior cara que gosta de você.
— Concordo, mas mudando bruscamente de assunto, vamos aproveitar nosso penúltimo dia aqui. – Selou brevemente seus lábios.
— E amanhã vamos passar na universidade antes de vir ao Woodstock, é o ultimo dia para levar nossos documentos.
— Nem me lembre, .
O festival terminou tarde, a acompanhou até a porta da casa dos . Um sonho, tudo que havia acontecido aquela semana; estava nas nuvens, por noites passou a sonhar com aquele momento, mesmo que no fundo já havia planejado se declarar para o seu vizinho caso ele não fizesse isso antes.
— Eu passo aqui amanhã às oito horas, assim teremos tempo para poder se arrumar para o Woodstock.
— Ok, estarei pronta antes das oito. Até mais, amor. – Deu um beijo nele.
— Até mais. – Se afastou da casa da loira e rapidamente sentiu um aperto em seu coração, como se nunca mais fosse ver a moça, no que imediatamente voltou correndo para a porta branca e bateu esperando ela abrir.
— Aconteceu algo? – A moça questionou.
— Eu, eu não sei, mas por via das dúvidas. – Não quis comentar sobre a sensação. – Saiba que eu te amo muito, .
— Eu também te amo muito, .
Sorriu entre os beijos. O homem que agora sentia seu coração ainda mais apertado, se despediu de sua namorada. Entrou em seu quarto o torceu para que fosse só um pressentimento ruim, que fosse sempre o medo de perdê-la para sempre.
Do outro lado da rua, também não compreendeu muita coisa, ela o conhecia muito bem para saber que algo não estava certo, entretanto, só poderia questioná-lo amanhã, no trajeto para irem até a universidade.
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As nuvens carregadas, o som tumultuado vindo de fora. acordou assustada, pôde escutar sua mãe chorando no corredor dos quartos, levantou rapidamente sem se incomodar que estava com seu pijama, encontrou sua mãe sentada na escada, apertando contra seu peito o casaco surrado e predileto de seu pai.
— Mãe, o que aconteceu? – Os olhos arregalados e marejados tomaram conta de .
— Eu não sei, não sabemos direito, mas está tendo uma guerra, eles recrutaram todos, sem exceção. – Explicou entre lágrimas.
— Como? Mãe calma, você tem certeza?
— Tenho, eles vieram buscar seu pai, que já havia aposentado do exército.
Foi então que ela lembrou que sua mãe havia comentado que todos foram convocados e isso incluía . A garota se levantou e desceu as escadas, mesmo descalça e de pijama e foi até a porta dos . estava saindo com uma pequena mochila sobre o ombro, seus olhos vermelhos o entregavam, havia chorado enquanto se despedia de sua mãe.
! – Ela gritou. – , espere. Eles falaram para onde você vai?
— Não, mas já levaram o meu pai, ele foi junto do seu, eu sei que tudo estava mudando e começando para nós e o nosso namoro, mas, por favor, cuide da minha mãe nesse meio tempo.
— Eu não tenho forças. – Chorava. – Os dois homens da minha vida, eles levaram vocês dois, eu não tenho forças.
— Claro que tem , eu vou voltar para você, eu prometo.
a puxou pela cintura e a beijou apaixonadamente e com medo de nunca mais voltar, ele só queria viver com ela, ao lado dela, e nunca em sua vida servir ao exército.
— Eu tenho que ir, mas levo uma foto sua comigo. Se cuida , eu te amo. – Ela concordou com a cabeça.
— Você também, eu te amo.
Seria tão mais fácil se despedir dele para ir a faculdade mais longe, mas nunca imaginou que uma guerra iria atrapalhar seus planos, todos no geral. Depois de um tempo, e a senhora foram para a casa da garota, ficaram as três sentadas no sofá e esperando as horas passar com a televisão ligada no canal de reportagem.
Woodstock foi cancelado da pior forma possível, o último dia que era para ser único foi o pior de todos, estava acabada.
Dias incansáveis para as três mulheres. Era sempre revezando os afazeres com as notícias da guerra; A mãe de passa mais tempo com e a senhora e as notícias só pioraram, em uma das cartas, que enviou à sua esposa e filha juntamente com a carta de e , eles avisaram que as correspondências seriam cortadas e que as situações não estavam muito boas no campo de batalha.
— Agora, além de tirar nossos maridos, eles vão cortar as correspondências. – Disse .
— Eles não conseguem ficar em paz um segundo! Ficam lutam e fazendo essa merda de guerra.
— Vou subir para o meu quarto. – falou olhando para a carta.
“Minha querida ,
Eu não sei mais quando eu volto, eles haviam comentado que em abril já estaria protegendo a cidade, mas acho que não vai ser bem assim. Com isso cheguei a conclusão que não devíamos mais esperar, pelo menos queria ter o prazer de entregar esse anel de noivado. Espero que aceite ser minha noiva e me perdoe não fazer esse pedido pessoalmente, mas quando eu voltar iremos casar na igreja que você quiser, com a decoração que você quiser.
Eu queria tanto poder enviar minhas palavras através dos pássaros...
Eu prometo, eu volto para você ! Sempre serei seu, através dos séculos.
Com amor, .”


Era uma carta de despedida, sabia que ele não iria voltar e aquilo partiu seu coração, queria pensar que estava errada e imaginado o pior, mas era um pouco complicado. Tudo era complicado a partir daquele dia.
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Duas da madrugada.
Campo de tiro.

A fronteira do país estava em chamas, a agitação era maior do que em filmes que assistiu. Ninguém nunca pensou nas crianças que perderam seus pais, ninguém ali, que fez aquela maldita guerra acontecer nunca nem sequer sentiu amor.
Todos os soldados foram para o lado leste, foi um deles. Ele desligou seu rádio, colocou a foto da mulher dos seus sonhos dentro do capacete depois de beijar a mesma e fazer uma oração, ele queria voltar para ela logo.
Em meio aos tiros, o homem parou atrás da pedra e carregou sua arma, tirou seu capacete, queria olhar para aquele sorriso dono de seu coração e alma, não via a hora de voltar para casa, para os braços de sua amada.
Colocou de volta o capacete e foi para a linha de frente. Aquela maldita linha de frente que o fez voltar rapidamente para Bethel.
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estudava em sua escrivaninha, pelo menos tentava, quando olhou pela janela e percebeu alguns carros do exército estava na frente da casa dos . Deixou as coisas como estavam e desceu, procurando sua mãe.
— Te achei.
— Ai , que susto. – A mulher colocou a mão sob o peito. – O que aconteceu?
— Estão na casa dos . – Estava toda alegre. – Vamos lá, mãe!
— E seu pai? Eu não vi, mas nem sei quem está lá.
Não via problema algum em ir ver sua mãe primeiro, na verdade era o que ele devia fazer com toda a certeza. caminhou rapidamente para a casa dos com sua mãe em seu encalço, e, quando entrou na casa – depois de bater é claro, ela viu a senhora chorando nos braços de seu marido e logo concluiu.
— Querida. – A mulher falou ao olhar para ela. – Venha aqui meu amor, preciso ser sincera com você.
— Eu já posso imaginar. – Segurei a mão da senhora. – Ele não volta mais, não é?
— Não. – O homem disse. – Aqui, estava com ele. – entregou a foto dela. – Você sempre foi o motivo dele querer voltar para casa.
— Mas tiraram ele de mim.
— Vamos para casa filha.
— Não, eu quero ficar um pouco no quarto dele.
. Esse era o nome escrito no verso da foto, a menina deixou em cima da cama sua foto, abriu o closet dele e pegou o casaco favorito dele; Ah o perfume, era como se ele estivesse ali, abraçando ela como se nada tivesse acontecido. Era voltar no tempo, quando eles se abraçaram pela primeira vez, quando ela adormeceu no calor dos braços dele pela primeira vez. Se pudesse, voltaria atrás e mudaria tudo, passaria mais tempo com ele.
— Tínhamos tantos sonhos, tantos planos. – Chorava apertando o casaco contra si.
. – A irmã de entrou no quarto. – .
A abraçou. As duas choraram tanto, não precisavam dizer nada, se entendiam perfeitamente.
— Ele te entregou pelo menos? O anel de noivado?
— Sim. – Mostrou. – Colocou dentro da carta e me pediu em casamento, acho que no fundo sempre fomos casados.
— O amor de vocês sempre foi eterno, de vidas passadas.
— Ele me disse isso, na carta. – Suspirou. – Você veio pegar algo dele?
— Sim, mas pode escolher primeiro.
— Te espero lá fora no corredor.
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Era tão difícil, seguir a vida sabendo que nunca mais iria ouvir a sua voz, que não ia ver o sorriso dele. Praticamente, todo mês ela ia até a lápide, trocava as flores, limpava e ia embora.
— Havia tantas coisas que eu queria te dizer, , queria que você fizesse aquela pergunta aqui para mim. – Estava em frente a lápide. – Eu sempre te amei, acredite nisso, se desse eu pegaria uma escada só para ir ao céu te reencontrar. Até mais meu amor.
continuou frequentando sua faculdade, concluiu tudo sem o – porém nunca mais voltou ao cemitério, nem mesmo quando um ente querido se foi, Bethel sempre foi o pior obstáculo para a garota. casou e não teve filhos, ter filhos foi um único plano que teve com , mesmo ele não sabendo.


Love-Time II


2020.
Brasil – Copacabana.

Rio quarenta graus. Aquele calor era de acabar com qualquer um que andasse pela calçada, não se sabe se era pior na rua ou dentro do escritório, estava no pior escritório que poderia estar, seu ar condicionado estava quebrado, o ventilador não dava conta e aquela vista para o mar só dava mais tentação para ela. Tudo que desejava era poder ficar ali, deitada debaixo do guarda sol e com uma água de coco e uma boa música no fone.
. – Seu chefe entrou. – Está com tudo pronto?
— Sim, todos os processos já foram encaminhados para a Dora, precisa de mais alguma coisa?
— Preciso, passe no RH. – “Pronto, fui demitida.” Ela pensou. – Pegue as papeladas e depois venha até meu escritório.
— Certo.
A mulher desligou o computador e foi até o RH, claramente com o coração na mão. Porém pensou, por que não mudar? Por que não voltar para sua cidade natal e viver lá? Onde não passaria tanto calor igual no Rio.
. – O homem a chamou e ela caminhou devagar até a mesinha. – É sua carta de demissão, está tudo explicado e o senhor Castro, pediu para que você passasse no escritório dele. Boa sorte.
— Obrigada. Que ótimo. – Havia saído do RH. – Agora mais do que nunca não terei condição nenhuma de ir ao Coachella. Senhor? – colocou a cabeça para dentro.
, agradeço por ter vindo até aqui, eu gostaria de dizer o real motivo da sua demissão.
— Certo, estou todos a ouvidos.
— Iremos fechar a agência de advocacia, nesses últimos anos tivemos poucos clientes e não tivemos como pagar todos vocês, tivemos que escolher bem aqueles que seriam demitidos adequadamente e outros que ficaram irregulares.
— Meu Deus, eu não esperava por isso, eu estou sem o que dizer.
— Eu também , nunca imaginei que a agência Prado ficaria assim também, mas é isso, espero que entenda e você está com todos os teus direitos.
— Agradeço, senhor Prado, espero que você consiga levantar sua agência de novo, e que você e seu filho consigam fazer tudo.
— Muito obrigada, , ele continuará em São Paulo, talvez eu tente por lá. Se nos reerguermos novamente, poderemos contar com você?
— É claro. – Colocou um sorriso no rosto. – Pode ligar que eu retorno, aqui sempre foi um dos melhores lugares que eu já trabalhei.
— Agradeço pela colaboração e compreensão, desejo um grande sucesso para você.
Então a situação explicava tudo, principalmente a falta do ar-condicionado. pegou as coisas do seu escritório e saiu da agência. Aquele lugar foi a quarta agência de advocacia que ela trabalhou e o único que tratava ela por igual, o lugar ia fazer falta para ela.
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— Enfim praia, e só preciso de sombra e água de coco. – Sentou na cadeira de praia.
aproveitava seu tempo e a folga de poder curtir o verão na cidade que lhe abrigou com tanto amor e carinho, eram suas últimas semanas ela estava pronta para voltar para casa, nem ia avisar seus familiares, nem os amigos, iria fazer uma surpresa e torcia que sua mudança fosse em dia de sol.
Um mês se passou e ela já tinha acertado todas as papeladas para voltar a sua casa, em sua cidade natal e a casa no Rio já estava para alugar, assim teria uma renda, e colocado tudo no carro. Seria uma viagem longa e cansativa, mas não se incomodaria com o tempo de viagem, só apenas com sua pequena Ivy, sempre parava para ela dar uma voltinha, mesmo que fosse na coleira, o que era estranho.
Ivy era a gata mais linda que adotou. Os olhos verdes e o pelo cinza era a coisa mais amável que ela tinha salvo num dia chuvoso.
— Enfim em casa, Ivy. – Sentou no sofá e logo a gatinha pulou ao lado dela. – Será que você vai gostar? Eu prometo arrumar tudo para você, antigamente eu não tinha nenhum anjinho comigo. – Ouviu a gatinha miar. – Vem, vou colocar comida para você. Enquanto come, eu tomo banho, por favor não brinque com as caixas. – Riu.
Aquela sexta, quente e do jeito que queria para se mudar; Depois de um banho ela só teria que se programar para o Coachella e descansar com uma gata em cima dos seus cabelos.
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estava na casa de sua mãe, em um sábado de família, todos comemorando a volta da mulher. Como uma verdadeira família italiana, sua mãe, senhora fez o preparo do almoço com todos na cozinha. A conversa alta, o som da rolha sendo retirada da garrafa de vinho eram uma canção para Ari. Sentia tanta falta daqueles momentos.
— E você vai no Coachella? – Disse sua mãe.
— Como todos os anos. – Sorriu.
— Acho melhor você ficar. – Disse sua tia.
— Lá não é lugar para uma advogada bem renomada como você.
— Como? – Falou depois de se engasgar com a água. – Por que não seria um bom lugar para mim, tia?
— Ai, você é jovem, bonita, tem um bom nome no mercado e você precisa ter sua família.
— Desculpa tia, com toda educação que mamãe me deu. – Sua mãe a olhava. – Mas quando eu fiz a faculdade eu não sabia que precisava ficar sem me divertir, e mamãe me ensinou muito bem que eu sou minha própria felicidade e quem sabe eu não encontro alguém lá?
— Eu a criei sozinha e nem por isso sou infeliz. – A mãe falou.
— Viu. – riu.
— Vocês são todas erradas. – E se retirou da cozinha balançando a cabeça.
— Isso é falta de brinquedo. – Sua avó falou e fez todos rirem. – Eu disse para ela ser feliz da forma que podia e não viver a custas de um homem, mas não me ouviu.
— Ai vó, você não existe.
— Vai sim minha neta, só não bebe muito viu, beba com moderação.
— Pode deixar, eu vou voltar para casa sóbria. – Ria ainda.
As mulheres da família eram bem difíceis de compreender; algumas eram mais associáveis a “novas regras do mundo”, outras tentavam se adequar e tinham aquelas como a tia de , mas aquilo não ia atrapalhar o almoço de família, logo estavam todos sentados em volta da mesa, com um belo prato de macarronada e taças de vinhos para se deliciarem.
— Vó, preciso que alguém fique com a Ivy.
— Pode deixar ela comigo, ela toma leite?
— Não mais.
— Mas vou dar do mesmo jeito, tadinha da gatinha, .
— Vó, pode dar leite, vai, eu não vou dizer não para a senhora.
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já não sabia mais que dia era, se perdeu nos dias do festival. Era como se estivesse conectada com aquele festival, era como se já tivesse vivido aquele momento. Então era isso? podia sentir coisas que nunca imaginou sentir, em um festival que sempre foi, porém, por que naquele? Por que naquele momento? Nada de diferente havia acontecido, apenas a música que a Lana cantava.
E lá do outro lado do grande campo verde, um grupo de amigos andava tranquilamente cantando a música de Lana, quando um deles esbarrou em , foi como se eles tivessem viajado para 1969, em Woodstock. Não se reconheceram, mas sentiram a forte ligação.
A troca de olhar foi iminente e permanente, era como estar no Coachella e do nada era Woodstock na mente dos dois. Um choque passou pelo o corpo de cada um, aproximando ambos.
— Oi. – Ele disse tímido.
— Oi.
— Sou .
— Prazer, . Nós nos conhecemos?
— Acho que não, mas se não se incomodar, posso ficar aqui e quem sabe, nos conhecemos mais.
— Claro. – Estava hipnotizada. – Você vem amanhã? No último dia do evento?
— Venho, podemos nos encontrar onde?
— Entrada leste?
— Pode ser.
— Hey , você não vem?
— Não, depois nós nos encontramos.
Foi um encontro estranho é claro, mas não podiam negar que àquelas horas – até o fim do festival, eles tiveram muitos assuntos para conversar, até mesmo os mais banais.
No dia seguinte do festival, e o último, eles se encontraram na entrada leste. não ficou com seus amigos, preferia ficar na companhia da garota que conheceu no dia anterior, a mesma que fez seu coração balançar.
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— Hei pequena, eu vou sair, mas prometo voltar logo. – Disse para sua gatinha, e recebeu um miado de volta. – Divertia-se pela casa.
Não precisava dizer com que ela estava saindo, claramente era com , os dois haviam trocado seus números e conversado por uma semana todinha; Ela iria em um bar, em São Paulo, e de lá andar pela a cidade da garoa.
— E então, como você está?
— Bem, tive que deixar minha gatinha do lado de dentro da casa.
— Não tem tela? Pedi duas cervejas.
— Eu ainda não tive tempo de fazer isso. Agradeço, está um calor hoje.
— Por nada, se quiser posso ajudar, assim você não paga a mão de obra.
— Hm, eu agradeço.
— Com licença. – A garçonete colocou as bebidas na mesa.
— Agradecida. Então eu. Perdão. – Seu celular começou a tocar, também aproveitou e respondeu a mensagem que havia recebido. – Certo, certo, sem problemas eu estou indo para ai. – Houve uma pausa. – Não atrapalhou não, daqui dez minutos eu chego, imagina, obrigada por lembrar-se de mim.
— Eu tenho que ir. – Ele falou disparado. – Preciso resolver uma coisa no meu escritório. – Ele era médico.
— Sem problemas, eu também tenho que ir, recebi uma proposta irrecusável. – Sorriu alegre.
— Boa sorte para você, espero que dê tudo certo.
— Obrigada . – Se abraçaram. – Até mais, precisamos finalizar esse encontro.
— Pode ter certeza que eu remarco. – Deu um beijo no rosto.
foi para seu carro e fez o mesmo, ambos pegaram caminhos diferentes afinal ambos não iriam para o mesmo lugar. E a proposta, se sentiu nas nuvens, senhor Prado havia se lembrado dela e isso era muito importante, ainda mais com ele, que conhecia muito bem as palavras do homem.
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havia chegado em seu escritório médico, ele era pediatra, e trabalhava junto de sua irmã, era uma pequena clínica médica da família Montez, onde também a mãe deles trabalhava, apenas seu pai que não era do mesmo ramo.
— Desculpa a demora pai, estava em um encontro.
— Nós que pedimos desculpa, filho. – Sua mãe falou.
— Aconteceu algo?
— Papai conseguiu alguém para finalizar nosso time. – Sua irmã riu.
— Depois de dois anos procurando?
— Essa moça é incrível logo ela chega, a garota do seu encontro era legal?
— Lucas. – Sua esposa o advertiu, fazendo as “crianças” rirem.
— Tudo bem mãe, ela é incrível, a conheci no Coachella.
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demorou uma hora para chegar do edifício. Aquelas ruas não eram mais as mesmas que se recordava, estava tudo mudado, fora que passar anos no Rio fez algumas coisas serem deletadas de sua memória.
— Com licença. – Disse no balcão. – Eu tenho uma hora marcada com o senhor Prado.
— Seu nome, por favor.
.
A recepcionista mexeu rapidamente no computador e entregou o cartão de visitante para ela e passou o andar. Arrumou seu cabelo no espelho do elevador e foi até o escritório de Prado, depois que a recepcionista do local a atendeu, ela bateu na porta e esperou ter a autorização para entrar.
— Oi, desculpa a demora eu, .
, não achei que era aqui sua proposta.
— Ela era seu encontro? – Sua irmã questionou.
— É. – Respondeu acanhado.
— Bom, ela é a advogada que eu queria e ainda quero contratar para o nosso escritório, afinal como estamos crescendo, ou melhor vocês, eu queria contrata uma advogada em quem eu confiasse.
— Aceita, né? – a olhava.
— Sim, eu aceito.
Dizem que quando um casal é para ficar junto, não importa o que aconteça, não importa a década, eles sempre ficaram juntos. Mesmo se fosse em Woodstock ou em Coachella, o festival ligaria eles independentemente de onde eles estivessem.




Fim.



Nota da autora: : Da onde tirei vidas passadas nessa musica? Nem eu sei kkkk, deve ter sido o evento Woodstock e Coachella, mas eu amei fazer.
Amei fazer parte do ficstape todo kkkkkk, e ajudar a entrar, pois Lana merece s2.
Espero que tenham gostado, o final é em aberto, mas acho que vocês já devem imaginar que sim os PPS ficam juntos.
Realmente espero que tenham gostado da fanfic ❤
“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka.



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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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