09. Nobody Like You

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Entrei no quarto da e respirei fundo, chamando sua atenção pra mim. Ela me olhou sem entender e soltou um risinho
─ O que aconteceu, menina? Eu que me casei e você... ─ ela parou de falar quando percebeu as lágrimas que escorriam pela minha bochecha ─ O que houve, ? ─ perguntou séria, me segurando pelos ombros.
─ Eu estraguei tudo que eu já não tinha com o ─ sentei numa cadeira que havia no quarto e ela me acompanhou. apenas segurou minha mão e me olhou triste, em silêncio.

19 de junho de 2013

Estava esperando minha amiga há 10 minutos. Marcamos de nos encontrar ali para que eu conhecesse alguns amigos do seu namorado. Ela insistia que eu devia sair mais e eu concordei depois de uma semana bem cheia. A vi entrar no pub de mãos dadas com , seu namorado, rindo com um grupo formado por mais quatro caras e duas garotas.
! ─ anunciou sorrindo antes de me apresentar ao grupo
─ Desculpe a demora, estava vendo se nossos amigos da faculdade iriam vir também, mas não me confirmaram nada.
─ Tudo bem, o que importa é que estão aqui agora.
Na verdade, não importou. No início estava bem divertido, todos numa roda, conversando sobre qualquer coisa e tomando alguns drinks, rindo. Tudo okay. Mas aos poucos estávamos nos dividindo, até o ponto em que eu estava sozinha perto do bar. e estavam aproveitando a pista de dança e a presença um do outro da melhor forma, as duas garotas namoravam, cada uma, um cara do grupo, dos dois rapazes que sobraram, um estava tentando cantar uma garota e o outro eu simplesmente havia perdido de vista.
Tomei dois drinks aleatórios para ver se eu me animava de alguma forma, mas aquele lugar estava cada vez mais entediante. Estava prestando atenção em alguns casais dançando quando ouvi um “Ei” perto de mm e tomei um pequeno susto.
─ Desculpe ─ e então eu tinha achado o que eu havia perdido de vista. Ele soltou uma risadinha baixa ─ , certo? Será que poderia avisar ao que eu to indo?
─ Claro, mas não acho que o goste muito da ideia de você ir tão cedo..., hun? ─ ele assentiu ─ Eu também quis ir embora mais cedo e a não gostou muito da ideia. Também está achando isso aqui um saco? – Estendi meu braço que segurava o copo com a bebida e ele entendeu o que eu quis dizer, brindando e sorrindo.
─ Completamente entediante. ─ tomou um gole da sua bebida e ficamos em silêncio por alguns segundos
─ Sabe o que pode dar certo? Nós sairmos juntos. Nossos amigos vão pensar que estamos juntos e não vão nos impedir de ir embora. ─ sugeri
─ Ei, isso pode dar certo ─ ele largou sua bebida no balcão e estendeu a mão pra que eu segurasse. ─ Acho que devemos avisar aos pombinhos que estamos indo.
Eu não pude conter o riso e segui com ele até onde e estavam. A cara que eles fizeram quando nos viram juntos foi um tanto quanto engraçada, mas nós mantemos a pose e avisamos que estávamos saindo.
─ Vocês? Tipo, juntos? ─ perguntou sem acreditar, mas com um sorriso. Apenas assentimos e sorrimos um pro outro, de um jeito idiota que poderia até nos entregar, mas eles já estavam altinhos demais pra perceber. ─ Você vai voltar pra casa ainda hoje?
─ Sim! Sim, claro. Bom, acredito que você que não. De qualquer modo, estamos indo.
─ Divirtam-se crianças ─ deu uma piscadela e rolou os olhos, dando as costas pra ele.
Não conseguimos prender o riso depois que nos afastamos deles.
─ Eu, sinceramente achei que fosse um pouquinho mais difícil ─ Admiti, já sentindo o vento de fora do pub bater contra os meus cabelos.
─ Na verdade seria se eles estivessem mais sóbrios ─ concordei e ficamos em silêncio. Eu não sabia o que dizer era para eu me despedir e ir pra casa simplesmente? demonstrou também não saber, enfiando as mãos nos bolsos. ─ Hhun, quais os seus planos pra agora?
─ A minha casa. Foi um dia cansativo e eu vim pra me distrair, pena que acabou sendo meio entediante.
─ Hey, mas a noite não acabou ainda. Se você quiser, podemos ir para algum lugar, não sei.
─ Eu não sei se quero perder mais tempo em um pub ou bar, na verdade.
─ Certo ─ suspirou, parecendo pensativo e como se tivesse uma ideia, olhou as horas no celular ─ Você toma café, ?

Estávamos caminhando há uns minutos em direção a cafeteria que o havia me chamado pra ir. Boa parte do caminho, estávamos em silêncio, ouvindo o som do vento forte contra nossos ouvidos e sentindo o mesmo bater frio sobre nossas peles. era alto, cabelos relativamente grandes, sorriso de canto e olhos claros. Vestia uma calça Jeans e uma camisa social Florida. Trocávamos olhares e às vezes sorrisos, que me deixavam desconcertada de um jeitinho bom e especial. Quanto mais andávamos mais eu podia reconhecer o local em que passávamos, o que era estranho.
─ Qual o nome do café que estamos indo? ─ perguntei, despertando sua atenção para mim
─ The Cupp's. Por quê?
─ Eu sabia. Tomo café lá todos os dias. Ah, olha, eu trabalho ali, naquela rua ─ apontei para o prédio em que eu trabalho. Já estávamos na calçada na cafeteria.
─ Eu nunca te vi por aqui. Em que horário trabalha? ─ segurou a porta do estabelecimento pra mim.
─ De manhã, eu faço faculdade no turno da tarde.
─ Deve ser por isso. Mas com o que trabalha?
─ Trabalho como recepcionista, mas faço faculdade de Medicina. ─ fomos até o balcão, fizemos nossos respectivos pedidos e sentamos em uma mesa em seguida.
─ Wow, Medicina! ─ eu ri
─ E Você?
─ Faço faculdade de administração, mas meu amor é a fotografia.
─ Fotografia é algo incrível.
─ Sim, apesar de muitas pessoas não seguirem com a profissão por medo do mercado de trabalho e outras coisas. Às vezes me acho meio estúpido por não vê-la só como hobbie.
─ Estúpido? Estúpido seria eu fazendo fotografia. Digo, eu tenho uma grande admiração, mas eu amo a anatomia humana e tudo mais. Você não é estúpido por fazer o que ama. Aliás, fotografia parece ser bem a sua cara.
─ Você diz tudo isso por que foi com a minha cara. ─ eu gargalhei da forma como ele falou
─ Na verdade, está mesmo escrito na tua testa.
─ Medicina também parece ser a escolha certa pra você.
─ Tá escrito na minha testa?
─ Na verdade, nas suas ações. ─ ele deu um sorriso como quem me admirava, e eu tive que rir.
Nossos cafés logo chegaram, e com eles novos assuntos. Éramos as pessoas mais empolgadas naquele lugar e já eram quase 22:00 da noite. Eu sabia que eu tinha que ir, que estava cansada e precisava trabalhar de manhã, mas eu não queria deixá-lo. A conversa fluía tão natural, era fácil conversar com ele, mas eu realmente tinha que ir.
─ Certo, eu adoraria passar a noite inteira conversando contigo, mas eu tenho que ir ─ peguei minha bolsa, meu copo com o restinho do meu café e me levantei.
─ Já? Eu posso te pagar mais uns dez cafés, se for pra você ficar. ─ ele segurou uma das minhas mãos, e nós rimos. ─ Podemos tomar café aqui antes de ir pro seu trabalho.
─ Que? O meu turno começa por volta das sete horas, .
─ Tudo bem, 6:30 nos encontramos aqui pra dar tempo você ir pro seu trabalho e eu pra faculdade.
─ Você tá brincando
─ Nem um pouco ─ riu, se levantando ainda com sua mão segurando a minha.

E então, as 6:30 lá estava ele com as mãos enfiadas nos bolsos, me esperando na porta do local. Eu nem acreditei que ele realmente estivesse ali e demorei a assimilar a forma calorosa com que fui recebida em seus braços.
─ Bom dia! ─ anunciou alegre, abrindo a porta para mim. Rolei os olhos, sorrindo
─ Não acredito que tá aqui as 6:30 ─ afirmei
─ Estaria às 4 horas pra tomar café contigo e conversar.
─ Uh, essa foi bem bonita ─ apertei sua bochecha e ele fez careta, mas depois sorriu
─ Fico feliz que realmente tenha vindo.

Desde então, nos encontrarmos no The Cupp's às 06h30min já era rotina. Mas no primeiro final de semana depois que nos conhecemos, fomos a praia com os nossos amigos. Eu não podia tomar banho de mar, então apenas fiquei sentada na areia observando a movimentação. passou boa parte do seu tempo comigo, fazendo piada e me distraindo. Conversa vai conversa vem, eu nem sei como chegamos ao ponto da conversa em que já estávamos tão próximos que foi difícil não beijá-lo. Fiz um carinho na sua nuca e ri, juntando meus lábios aos seus depois de alguns beijos num simples selinho. Ele enfiou a cara no meu pescoço, fazendo-me cosquinhas e dando um beijo ali em seguida. Nossos amigos faziam comentários e brincadeiras, mas nada era tão importante quanto estar tão confortável enquanto ele me abraçava.



─ Certo, por que não me diz com calma o que aconteceu? ─ falou, vendo que eu já estava mais calma
─ Nós estávamos conversando e nos beijamos, foi idiota, sabe? Não era pra ter acontecido. Mas se fosse só isso a gente podia fingir que nada aconteceu, o problema é que a namorada dele nos viu e pareceu bem triste com o .
─ Meu Deus. Eu sabia que você não tinha superado o . E bom, nem ele você.
─ Não, olha, foi algo estranho. Eu amo o , mas não era sentimento que a gente sentia ali, sabe? Era...diferente.
─ Eu achei que você ia ficar um pouco feliz. Digo, não pelo beijo, mas pela chance de vocês ficarem juntos de novo. ─ falou como se fosse óbvio, e depois do que eu passei desde que ele foi embora, com relação a sentimentos, até eu achei que a possibilidade de tê-lo de novo fosse me agradar.
─ Não parece certo.

Alguns minutos antes

Estava andando e admirando a decoração da festa, decoração essa que eu mesma tinha ajudado a produzir, quando o vi mais na frente conversando com alguns amigos. Meu coração bateu um pouco mais rápido. Seu cabelo estava consideravelmente maior desde a última vez que o vi, mas poucas coisas tinham mudado fisicamente.
estava do lado de uma moça e eu nem tinha dado tanta importância a isso, exceto quando ele apoiou seu braço ao redor de sua cintura e lhe deu um selinho. Meu coração agora batia com o dobro da velocidade e estava apertadinho, ver ali com outra garota era no mínimo estranho.
Tentei desviar da rodinha, mas ouvi alguém me chamar.
! Quanto tempo! ─ disse alto, provavelmente tinha bebido mais do que devia.
─ Nos vimos há pouco tempo, .
─ Já parece uma eternidade! ─ riu sozinho. ─ Viu quem tá aqui? O . Aposto que estava morrendo de saudades dele. Você sabia que ele tá namorando essa moça ai do lado dele? ─ falou como se me contasse um segredo, mas sua intenção de ser discreto não teve sucesso.
─ Acho que alguém já bebeu demais, né? ─ a namorada do , que também estava na roda disse, puxando ele e sussurrando um pedido de desculpas.
─ Bom, é muito bom ver você de novo, ─ dei o meu melhor sorriso para os dois.
─ Digo o mesmo, . Essa é a Emily.
─ É um prazer ─ ela disse e eu apertei sua mão.

Houve um breve silêncio, até a tal Emily sair alegando ir ao banheiro e pegar algum drink depois. Eu e aproveitamos para conversar um pouco mais à vontade sobre a vida, afinal, não nos víamos há sete meses e nos falamos pouco ao telefone nesse tempo. Sentamos na mesa que tinha perto de onde estávamos e começamos a conversar sobre nossas respectivas faculdades, ─ claro, espero que fique tudo bem entre vocês. ─ ele acenou com a cabeça, dando um sorrisinho triste e me deixou ali sozinha.
Sobre o relacionamento do e da que agora tinha se casado. Estávamos rindo de uma lembrança que tivemos e quando nos olhamos por alguns segundos fixamente, nossos lábios de uniram num beijo simples, que não durou muito
─ Isso não deveria estar acontecendo, .
─ Não deveria mesmo ─ a voz de Emily ecoou baixinho, mas alto o suficiente para que eu e ouvíssemos. Ela saiu rapidamente
─ Me desculpe ─ sussurrei.
─ Não é só culpa sua, nós nos beijamos, é nossa culpa ─ ele suspirou, passando a mão no cabelo. ─ Eu vou falar com ela, certo?


─ Quem me garante que você não tá dizendo isso só porque viu que o foi atrás da namorada dele e você acha que não tem mais chance?
─ Eu sei que eu menti várias vezes sobre estar bem ou sobre ter superado o que eu tive com ele, mas pela primeira vez eu to falando sério.
─ Você tem certeza que não ta querendo se enganar?
─ Poxa, , eu tenho sim. Eu só quero que fique tudo bem entre a gente. Se você não quiser acreditar, tudo bem por que eu sei.
─ Eu acredito em você.

20 de janeiro de 2015

Respirei totalmente aliviada depois de um dia um tanto quanto cheio no trabalho e na faculdade, finalmente estava em casa. Como se não bastasse, estava no caminho quando começou a chover, o que me deixou bem molhada e com frio, me fazendo ter arrepios constantemente. A diferente temperatura do meu apartamento me abraçou quando eu entrei.
─ Hey.
Vi sair da cozinha, jogando um pano de prato no ombro e cruzando os braços.
─ Hey ─ me aproximei, dando-lhe um selinho.
─ Parece que alguém tomou banho de chuva ─ passou a mão no meu cabelo molhado.
─ Parece que esse alguém precisa de um banho de verdade.
Ele riu e me acompanhou até o quarto. Larguei minha mochila na cama e entrei no banheiro, ouvindo perguntar como tinha sido o meu dia e falando também sobre o seu. Sai do banheiro vestida com um short e uma camiseta grande qualquer, penteando o meu cabelo e vendo ele tagarelar sobre uma aula engraçada que teve mais cedo. Sentei ao seu lado na cama, observando a forma como ele tirava o cabelo do rosto e gesticulava sem parar. A história não era tão interessante quanto reparar em alguns dos seus detalhes.
Voltamos para a cozinha e tinha feito alguns hambúrgueres e comprado milk-shakes.
─ Olha só, você teve bastante trabalho com o jantar hoje, hun? Algum motivo especial? ─ perguntei, pegando nossos copos e levando ao balcão enquanto trazia nossos pratos.
─ Na verdade, sim, mas podemos terminar de comer primeiro.
─ É algo bom? Pode dizer, , eu to curiosa agora. ─ ele suspirou e deu um sorrisinho em seguida.
─ Eu consegui a bolsa pra estudar fotografia.
─ Ah Meu Deus, ─ me joguei nos braços, imensamente feliz com a notícia, mas ouvindo baixinho as batidas do meu coração me lembrarem o que aquilo significava para nós. Senti seus braços apertarem um pouco mais a minha cintura e sua respiração ficar mais forte no meu pescoço ─ isso é incrível.
Trocamos alguns sorrisos quando saímos do abraço e nos sentamos nos nossos lugares, sem saber mais o que dizer, apenas nos olhando em silêncio. Silêncio esse que era barulhento demais, que dava espaço para que as batidas dos nossos corações parecerem mais altas e significava demais.
─ Acho que temos bastante pra conversar ─ a voz de rompeu o silêncio.
─ Não, não agora. Isso é algo feliz, não vamos estragar isso. Nós dois sabemos o que vai acontecer com a gente, não tem muito o que discutir.

Suspirei e sorri, aproximando meu rosto do seu. Passei o polegar em sua bochecha e senti seu nariz tocar o meu antes de nos beijarmos. Suas mãos desceram da minha cintura para a cadeira, puxando ela para mais perto da sua. Trocamos alguns beijos e algumas palavras de sincero carinho, sentindo a saudade pesar nas nossas costas.
Por uma semana eu consegui evitar o assunto entre mim e , mas quanto mais contávamos para as pessoas, mais eu percebia que eu nunca conseguiria dizer adeus. Tentei várias vezes chegar em casa e conversar com ele, mas eu simplesmente não conseguia. O clima ficava cada dia um pouco mais estranho, passava muito mais tempo em silêncio que o comum ─ às vezes de um jeito bom, quando ficávamos simplesmente abraçados, fazendo carinho e ouvindo nossas respirações. Só que um dia nós íamos ter essa conversa, e eu provavelmente ainda não tinha entendido isso quando ele me fez falar sobre.
─ Acho que já adiamos demais essa conversa, , eu vou embora em uma semana e você me ignorou ou desconversou em todas as minhas tentativas de falar sobre isso.─ estávamos na cozinha, eu lavava a louça e enxugava.
─ Eu não sei o que te dizer a respeito. É o seu sonho, nós vamos terminar quando você for e seguir.
─ É realmente assim tão simples pra você?
─ Não deveria ser?
─ Não.
─ Mas é. É o seu sonho, o seu amor. Eu só nunca me senti tão dividida entre a alegria e a tristeza. Eu to muito feliz por essa nova fase, mas dói não estar nela, não importa o que eu faça.
─ Eu amo você.
─ Eu sei, eu também amo você, mas não são coisas que se comparam, sabe? Eu nunca vou encontrar alguém como você, mas eu não quero que fique por mim. ─ larguei os copos de qualquer jeito na pia e enxuguei as lágrimas que insistiam em correr pelo meu rosto, depois de enxugar as mãos. fez o mesmo e me abraçou, fazendo carinho com sua mão em meu cabelo.
─ Ouve ─ segurou o meu rosto entre suas mãos ─ eu amo você, okay? Não importa que rumo nossas vidas vão levar. Eu sempre vou amar você. Não importa se vai ser da mesma forma, mas eu sempre vou amar você.

Eu nem consegui dizer nada depois daquelas palavras, então nós simplesmente nos beijamos e deixamos que o sentimento guiasse o resto da nossa noite e dos nossos últimos dias juntos. Uma semana e três dias depois que conversamos sobre nós, pegou um avião para o lugar que o permitiria fazer o que ele mais ama da maneira mais incrível. Foi uma despedida até mais fácil do que eu pensei que seria, nós estávamos apenas felizes e foi com esse pensamento que eu sai de lá. Eu tentaria continuar sendo feliz.


3 de agosto

─ Meu Deus! Vocês vão casar!
─ Dá pra acreditar, ? Digo, é um grande passo, mas eu sinto que com o isso vai dar certo.
─ Ela não é um amor, ? E é minha noiva agora. ─ disse, abraçando por trás.
─ Vocês são uns amores, eu to tão feliz.
─ Você é a única que sabe disso, nós vamos sair amanhã e contar pro resto do pessoal, certo?
─ Certo, mas...eu posso contar pro ? Ele ta tão longe e é tão nosso amigo.
─ Claro, afinal ele vai ser o padrinho e eu estou obrigando ele a vir.
Cheguei em casa mais tarde tão empolgada pela notícia que a primeira coisa que fiz depois que entrei foi pegar o celular e ligar para o . No terceiro toque ele atendeu, com uma voz mais sonolenta que o comum.
─ Acordei você? Achei que fosse um pouco cedo pra você estar dormindo.
─ Aqui na Inglaterra são três da madrugada, .
─ Droga, eu esqueci completamente do fuso horário ─ fiz careta, tirando os sapatos e os jogando de qualquer jeito. Pude ouvi uma voz feminina dizer “quem é, ?” no fundo e meu coração apertou. ─ Eu to te atrapalhando, ?
─ Não! Não, . Pode falar ─ ouvi uma movimentação e deduzi que ele estivesse mudando de cômodo
─ Tem alguém ai contigo e são três da madrugada, eu posso te ligar depois.
─ Ta tudo bem, ok? Pra você ligar a essa hora deve ser algo importante.
e estão noivos. Eu era a única que sabia e pedi pra contar pra ti.
─ Isso é incrível! Fico muito feliz por eles.
─ Você vai ser o padrinho.
─ Era o mínimo que eu poderia ser, de qualquer modo ─ brincou, mas eu já não estava vendo graça nas coisas.
─ Era isso, vou desligar, não queria te atrapalhar. Boa noite .
─ Boa noite, .

E no exato minuto em que desliguei a ligação, eu chorei. Chorei por que eu não havia realmente pensado que esse dia ia chegar assim. Ela, seja lá quem ela for, estava dormindo no quarto dele e eu estava do outro lado do oceano me afogando em lágrimas porque eu sentia que eu nem mais tinha uma vida descente desde que ele se foi. Nada mais tinha um valor especial. Durante os dois anos que ficamos, e eu tínhamos tido os momentos mais idiotas e incríveis na presença um do outro. Como quando íamos para a praia a noite ficar sentados na areia rindo e tomando cerveja até o sol nascer. Eu mal saia de casa para fazer algo que não fosse estudar ou trabalhar, minha vida tinha se tornado monótona. Minha vontade de chorar só cresceu quando lembrei que teria que aturar os meus amigos amanhã. Seria uma longa noite.

No outro dia, vesti uma camisa folgada qualquer, arrumada o suficiente pra estar em um ambiente social, coloquei uma calça jeans preta e o meu all star. passou no meu apartamento por volta das 20:30 para me dar carona para o pub que íamos. Quando chegamos lá, nossos amigos já estavam em uma mesa. Ela sentou-se ao lado do e ao lado de , um dos meus melhores amigos também.
─ Tem tido notícias do , ? E você está bem? Não nos vimos desde que vocês terminaram. Sei que foi um termino difícil.
─ Eu to bem, já faz seis meses, afinal. Não tenho falado muito com o , mas sei que ele está bem.
─ Tipo, bem mesmo? Sabemos o quanto vocês se gostavam.
─ Por que é tão difícil entender que eu to bem? Eu to ótima. ─ levantei da mesa e dei meu melhor sorriso sarcástico. ─ Vou pegar uma bebida.
veio atrás de mim, preocupada por causa da forma que eu sai.
─ O que aconteceu quando você ligou pro ontem?
─ Não aconteceu nada, .
─ Claro que aconteceu. E você sabe que pode me contar.
─ Ele dormiu com alguém ontem e eu achei que eu estivesse pronta pra isso, mas eu não estava. Digo, faz seis meses! É obvio que ele estaria com alguém e eu to aqui sofrendo por essa bobagem.
─ Não é bobagem ─ me entregou a bebida ─ vocês terminaram com um sentimento ainda existente. É compreensível.
─ Parece estar sendo bem fácil pra ele.
─ Você só precisa de mais tempo pra aceitar e se acostumar com tudo. Você vai seguir em frente também. ─ ela apontou pra um cara que estava na nossa frente, nos olhando e eu ri. ─ Não custa tentar, hun?


24 de dezembro

Natal era uma das datas comemorativas que eu mais gostava. Esse ano eu tinha considerado ir passar com os meus pais milhões de vezes desde que eu soube que o iria vir passar o Natal aqui, mas e me impediram porque seria nosso primeiro realmente juntos e eles iriam fazer a comemoração no apartamento deles. Então eu decidi ficar. Iria visitar os meus pais no outro dia e passaria o dia com eles lá.
havia chegado no meio da tarde e estava na sala ajudando com a decoração. Tínhamos nos falado pouco, não sabíamos como agir.
─ Achei que você tivesse dito que o superou ─ chegou na cozinha, colocando algumas coisas na mesa. ─ Pode me ajudar?
─ Claro ─ assenti. ─ É que não parece que não vejo ele a um tempo.
─ Porque ele continua o mesmo. Assim como o que você sente por ele.
Rolei os olhos e ela riu. Quando a noite chegou, foi inevitável falar com ele. tinha pedido que eu fosse pegar mais petiscos na cozinha e se ofereceu para me ajudar com as bandejas. Merda, .
─ Eu vou levar essa e você pega aquela, certo? ─ disse, apontando o lugar onde a badeja estava.
─ Você ta linda ─ ele sussurrou enquanto caminhávamos de volta para a sala. Deixei as bandejas na mesa do centro e o olhei com as sobrancelhas arqueadas. ─ O que? É tão errado o que eu disse?
─ Você também está muito bem hoje.
─ Será que a gente pode conversar melhor em algum lugar mais calmo?
─ Acho que sei onde podemos ir.
Puxei pela mão até a escadaria que tinha para o terraço. Eu ia, às vezes, ao apartamento da só para ficar vendo a paisagem ali de cima e aquele era definitivamente um lugar que eu gostaria de levá-lo.
─ Meu lugar favorito nesse apartamento.
─ É realmente lindo aqui ─ sentamos no chão e ficamos em silêncio. ─ Como vão as coisas por aqui?
─ Tudo em seu perfeito estado de equilíbrio, por mais conturbado que seja. ─ ele riu.
─ Eu senti saudades daqui e de você.
─ Olha, eu vou ter que dizer que as coisas ficaram mais calmas desde que você viajou.
─ Ei! ─ ele me deu um empurrãozinho com o ombro.
─ Eu não disse que era algo bom ─ sorri triste e senti seus braços me enlaçarem.
─ Sabe? O céu daqui não pode ser o mesmo que o da Inglaterra. Aqui as estrelas brilham mais.
─ A poesia está nos olhos de quem vê. ─ olhei pra ele e ele respirou fundo.
─ Se nós tivéssemos brigado tudo isso seria mais fácil?
─ Se nós tivéssemos brigado tudo isso seria mais difícil?
Ele me olhou no fundo dos olhos e nós ficamos assim por alguns segundos. Sua mão tocou minha bochecha e se posicionou na minha nuca, puxando um pouco mais meu rosto pra si. Eu queria tê-lo de novo. Queria tê-lo mais uma vez porque todos os meus poros gritavam por ele
─ Eu acho melhor pararmos antes que isso aqui se torne algo maior ─ disse, abaixando meu rosto.
─ O que há de tão ruim em irmos a adiante? ─ ele abaixou um pouco o rosto pra que pudesse ainda me olhar nos olhos.
─ Você vai embora em dois dias.
─ Mas nós temos o agora ─ disse como se precisasse disso tanto quanto eu. Ele se ajeitou de forma que ficou de frente pra mim e me deixou entre suas pernas, segurando meu rosto. ─ E nós dois queremos viver esse agora.
Eu o encarei e nós nos beijamos de novo. Eu não podia lutar contra o que eu sentia por ele e mesmo depois de tantos meses era inevitável me entregar pra ele. E entre carícias e beijos nós passamos a noite juntos de todas as formas. Porque não importava nada, só o que sentíamos um pelo outro.


─ Você já ouviu aquela história de que você deve deixar ir e se voltar é porque é seu? E se o voltou pra você?
─ Não, , ele não voltou pra mim. Acho que o universo foi bem claro quanto a isso quando a namorada dele nos viu.
─ Ou ele quis dizer exatamente o contrário do que você ta pensando.
─ Eu não acho que seja.
─ Olha, eu preciso trocar de roupa, okay? Vai ficar tudo bem seja lá o que acontecer.

E foi o que eu coloquei na cabeça durante o resto da noite. Fui pra o meu quarto um pouco mais cedo e não vi durante o resto da noite. Estávamos todos hospedados num mesmo hotel e iríamos amanhã para nossas respectivas casas.
No outro dia, levantei cedo e peguei minhas coisas, fiz chek-out e fiquei esperando meu táxi perto da recepção. Ouvi a voz de se aproximar e olhei pra ele. Emily estava rindo ao seu lado e de alguma forma eu me senti aliviada por saber que eles tinham se entendido. Ela saiu pra fazer algo e estava em pé perto da porta do hotel. Resolvi ir até ele.
─ Hey ─ disse, chamando sua atenção.
─ Hey, .
─ Então, conversou com ela? Parece estar tudo bem entre vocês.
─ Sim, falei a verdade pra ela. Não foi nada mais que um beijo.
─ E foi o que significou pra você?
─ Foi o que aconteceu, não foi? Eu gosto muito da Emily, . Eu fui sincero com ela sobre o que houve e ela só disse que precisava ficar zangada porque esse era o direito dela. Conversamos no outro dia e estamos bem agora.
─ Eu fico realmente feliz por isso. Tava me sentindo péssima achando que tinha estragado o que vocês tinham. Sabe o que eu tava pensando? Depois que nos beijamos eu lembrei do que você me disse quando discutimos sobre a sua viagem. Eu sempre vou te amar, , não da mesma maneira, mas sempre vou te amar. Quando nos beijamos eu vivi essa frase. Eu precisei te deixar pra entender e agora eu sinto que simplesmente posso seguir em frente.
─ A dúvida é o que nos prende no mesmo lugar na maioria das vezes. E acho que depois disso nós dois temos certeza do certo pra nós.
─ Daqui a 10 anos o certo pode mudar, sabe? Eu nunca vou encontrar alguém como você, mas isso não quer dizer que eu não vá encontrar alguém, assim como você encontrou. ─ apontei Emily com a cabeça e pude ver ela vindo na nossa direção e sorriu.
─ Hey ─ Emily disse um pouco sem graça e eu respondi.
─ Eu vou fazer o chek-out, licença ─ disse e nós ficamos um pouco desconfortáveis sozinhas.
─ Me desculpe mesmo pelo que aconteceu.
─ Tudo bem, , de verdade. Foi um choque, mas nos resolvemos e, se não se importa, não é legal ficar lembrando que o seu namorado beijou outra pessoa noite passada.
─ Desculpe por isso também, então ─ sorri e ela deu ombros, sorrindo também.

não demorou a voltar e o táxi deles chegou antes que o meu. Me despedi deles com um abraço e cada vez eu sentia paz por finalmente ter tudo resolvido. Ajudei eles com as malas e acenei até que o táxi fosse embora.
Eu nunca encontraria ninguém como o , mas eu encontraria alguém e finalmente eu sentia que podia me encontrar.


FIM



Nota da autora: Sem nota.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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