09. Nostalgic

Postada em: 29/06/2017

Capítulo Único

- Aqui, pai. - chegou na sala carregando quatro livros de maneira desajeitada em seus braços.
estava sentado no chão, organizando os livros em caixas para a mudança que realizariam dentro de uma semana.
- Esses aqui são os últimos daquela estante. - ela disse ao soltá-los em cima das pernas do pai.
- Esses eram os livros preferidos da sua mãe. - comentou tirando a poeira dos cinco livros, um a um.
- Sério? - os olhos da menina brilharam.
Sua mãe havia falecido em um acidente de carro há dois anos, quando ela tinha apenas quatro anos de idade. Ela não se lembrava muito da mãe e adorava quando o pai contava alguma coisa sobre ela.
- Sim. Os livros do Nicholas Sparks eram capaz de deixar sua mãe em casa por um final de semana inteiro sem fazer nada além de ler. - ele se lembrou das vezes em que isso havia acontecido.
- Eles parecem todos iguais. - fez uma careta olhando as capas dos cinco livros no chão.
- Todos eles são histórias de amor entre um jovem rapaz e uma bela moça, por isso as capas se parecem.
- Se algum dia eu escrever um livro vai ter você e a mamãe na capa. - ela sorriu. - Qual desses ela gostava mais?
- A escolha. - ele pegou o livro e mostrou a ela. ainda não tinha aprendido a ler e escrever.
- É sobre o que? - ela pareceu curiosa.
- É sobre um jovem...
- Um jovem rapaz e uma bela moça, eu sei. - ela o interrompeu e ele fingiu estar ofendido.
- Não me interrompa, mocinha! - ele fez cócegas na filha. - É sobre uma moça que vai morar na casa ao lado e ela tem uma cadela e o rapaz é veterinário e tem um cachorro.
- Ahn... - ela não parecia mais interessada. - Ela não é uma princesa, né? - tinha um ar de desapontamento.
- Não, . Esse livro não é de princesa. - ele folheou o livro mostrando pra ela que não tinha nenhuma figura e encontrou uma foto.
pegou a foto e instantaneamente um sorriso discreto apareceu em seu rosto, ele se lembrava claramente do dia em que ela havia sido tirada.
- A mamãe! - também sorriu quando reconheceu a mãe na foto.
- Sim… - concordou com a cabeça.
- E você. - ela apontou para ele na foto. - Mas que carro estranho é esse? Parece velho.
- Esse carro era do seu avô e ele gostava muito dele, então nunca diga que é estranho ou velho perto dele, ok?
- É um segredo! - os olhos dela brilharam e ela colocou o indicador na boca. confirmou com a cabeça, sabendo que a filha adorava ter segredos com ele.
Para ela ter segredos com o pai significava que eles estariam sempre juntos compartilhando todas as coisas.
- Para onde vocês estavam indo? - se ajeitou no colo do pai e voltou a fitar a foto nas mãos dele.
- Estávamos indo para o Lago Nafooey, foi perto do natal, há oito anos atrás…

Flashback on - ’s POV

- ? - abri a porta de casa surpreso, já que havíamos combinado de nos encontrarmos na manhã seguinte. - O que você está fazendo aqui?
- Te sequestrando. - ela respondeu divertida. - Pegue suas coisas e venha logo. - ela correu até o carro e só então eu notei que ela estava no Chevelle SS do pai dela.
Peguei rapidamente minha carteira, celular e chaves. Tranquei a porta e entrei do lado do passageiro.
- O seu pai sabe que você pegou o carro dele?
Eu sabia como o pai dela morria de ciúmes daquele conversível, era realmente uma relíquia de 1970. Sabia também que estava longe de ser uma motorista modelo, e por isso não me surpreendi quando a resposta dela foi “não”.
- É por culpa dele que não iremos passar o natal e ano novo juntos, nada mais justo ele me emprestar o carro para eu aproveitar um pouco com você. - deu de ombros mostrando que não estava preocupada.
- E para onde vamos? - tinha um espírito muito aventureiro, o oposto de mim.
- Isso é uma surpresa. - a gargalhada dela ao notar minha cara de quem não gostava de surpresas invadiu o carro. - Você vai gostar, mas, antes, feche os olhos.
- Mais surpresas? - fechei os olhos e ela mexeu na mochila.
- Pode abrir. - obedeci e vi que ela segurava um CD. - Feliz natal! - ela me roubou um beijo. - Agora vamos lá! - ela deu partida no carro antes mesmo que eu tivesse a chance de agradecer pelo presente.
- Um CD feito por Banks chamado “For when you miss me”. - li na capa que ela havia feito.
- Você sabe que vai morrer de saudade de mim, então pra ficar menos triste. - apesar de ter colocado óculos de sol eu podia ver ela me encarando.
- São só oito dias, aposto que é você quem vai morrer de saudade de mim. - ela mostrou língua e percebi que já estávamos em uma das estradas quase na saída de Galway.
O sol já estava abaixando e o céu tinha tons alaranjados, o vento forte fazia o cabelo dela voar e me peguei mais uma vez encantado com sua beleza.
- Nunca te disseram que é feio encarar?
- Nunca te disseram que quando você dirige se olha pra frente? - rebati e ela aumentou o volume do rádio ao reconhecer uma música que ela adorava do Descendents.
- Canta comigo, babe! - ela tirou uma das mãos do volante e cantou da maior altura que conseguiu.
Eu cantei junto, mas sem gritar, e quando o refrão acabou eu tirei o celular do bolso rapidamente e tirei uma foto nossa para registrar aquele momento feliz onde ela estava tão linda. Pôr do sol, cabelos ao vento, sorrisos, era uma foto para guardar para sempre.
Com mais cinco minutos dirigindo estacionou o carro. Eu já havia reconhecido o caminho, mas ela gostava tanto das surpresas que não comentei. Estávamos no Lago Nefooey, um dos lugares preferidos dela na cidade.
- Viu só, chegamos e o carro está inteiro. - abri a porta e desci do carro. Ela pegou um cobertor no banco de trás e saiu em seguida.
Nos sentamos no cobertor e assistimos o final do pôr do sol, realmente uma das imagens mais lindas daquele lago. Conversamos por um tempo e aproveitamos a companhia um do outro até começar a escurecer.

Flashback off

- Pai, esse é o lago que você me mostrou quando voltamos da casa da vovó? - olhou para cima e o pai confirmou com um aceno. - E o CD que a mamãe te deu é aquele que você nunca tira do carro? - ele confirmou novamente.
- Você está muito espertinha hoje. - apertou de leve o nariz da filha e ela fez uma careta.
- Eu sou sempre esperta, papai. Sou a melhor na escola. - tinha orgulho de dizer isso, mesmo que significasse ter os desenhos mais coloridos da sala.
- Eu sei, sua professora me contou.
- Será que na escola nova eu ainda vou ser a melhor? - segurou as mãozinhas da filha e ela olhou no fundo dos olhos dele.
- , ser a melhor não é o mais importante. O mais importante é você se esforçar e fazer o seu melhor, não só na escola, mas em tudo.
- Mas eu quero ser a melhor. - a firmeza em sua voz fez rir. levantou do colo do pai e foi para o quarto dela. - Vou terminar de separar minhas bonecas para a doação. - avisou.
parou no meio do caminho e se virou para o pai. Vendo que ele não havia percebido que ela ainda estava ali, ela o chamou.
- Pai… - levantou a cabeça assim que fechou mais uma caixa e caminhou até a filha, vendo que ela tinha uma expressão diferente no rosto.
- O que foi, filha? Quer ajuda com os seus brinquedos? - ela negou com a cabeça.
- Não é isso… - a criança olhou para baixo mostrando-se sem graça e, como isso não era comum, ficou em alerta.
- O que foi então? - se abaixou para ficar da altura dela e ela voltou a olhá-lo.
- Você sente falta da mamãe todos os dias?
Não havia nada além de curiosidade no tom que ela usara, no entanto, sabia muito bem como aquela pergunta podia ser traiçoeira. Se ele ao menos soubesse o que se passava na cabeça de sua filha, ele poderia formular uma resposta melhor, mas ela continuava encarando-o com os olhos atentos esperando por uma resposta.
- Sim, eu sinto, . - estava pensando em como explicar seus pensamentos, mas não foi necessário.
- É por isso que você escuta o CD todos os dias? Para matar a saudade dela? - ele escondeu o suspiro de alívio que sentiu, era bem mais simples do que ele tinha imaginado.
- Não exatamente…
- Mas você acabou de dizer que sente falta dela todos os dias. - piscou repetidamente, mostrando que não fazia sentido para ela.
- Eu realmente escuto o CD no carro quase todos os dias, mas eu já fazia isso mesmo antes do acidente da sua mãe. Acontece que ela gravou um CD muito bom e quando não encontro nenhuma música boa no rádio eu o coloco. Acabo cantando todas as músicas e algumas memórias me vêm à cabeça sim. Eu sinto saudade, mas agora é um sentimento bom, lembro das coisas boas que a gente viveu juntos.
- Ah… - ainda parecia não ter dito o que queria e lhe deu o tempo que ela precisava.
Apesar de ter somente seis anos de idade, a garotinha tinha uma bagagem emocional muito forte. A psicóloga dizia que tinha a ver com tudo que ela presenciou no acidente, mesmo não tendo muita consciência disso na época. tinha certa dificuldade de demonstrar ou expressar sentimentos mais profundos, ela tentava estar sempre certa e sempre feliz.
- Você tem medo de esquecer da mamãe quando a gente estiver na casa nova? - direcionou seu olhar para as próprias mãozinhas que ela apertava uma na outra.
- Tenho. - mentiu. - Você também tem? - assentiu timidamente com a cabeça.
- Às vezes parece que eu nem lembro da mamãe de verdade, e isso me deixa triste. - ele ficou em pé novamente, pegou a filha no colo e caminhou com ela até o quarto dela.
- Infelizmente nossa memória não consegue guardar tudo tão bem, mas ainda existirão lembranças e, independente de onde morarmos, você ainda vai ter as fotos dela, nós vamos ter os livros, os filmes, os CDs.
- E você ainda vai me contar histórias sobre ela? Sobre vocês? - parecia animada novamente.
- Sempre que você quiser, meu anjo. - ele beijou o topo da cabeça dela e ela retribuiu com um beijo em sua bochecha.
O pai a colocou de volta no chão e ela o empurrou para fora do quarto.
- Você está me expulsando? - fez um tom falsamente indignado.
- Você tem que terminar de separar as suas coisas e eu vou separar as minhas. - explicou como uma pessoa muito madura.
- Tudo bem então. Aproveita e vai pensando onde vamos jantar hoje.
- Pizza! - ela gritou feliz com os braços para cima e ele riu.
- , nós já comemos pizza ontem e antes de ontem. - negou com a cabeça.
- E daí? - a criança deu de ombros, mostrando que não via problema algum.
- E daí que existe um limite de besteiras que a gente pode comer por semana. - ela cruzou os braços e fez um biquinho na esperança de dobrar o pai como muitas vezes já havia feito.
- Nada de tentar me convencer, nós vamos comer uma coisa diferente hoje.
- Batata frita? Sanduíche? - o pai riu ao ver que a filha não fazia ideia do que era uma refeição saudável, e a culpa disso era dele.
- Ok, acho melhor você cuidar dos seus brinquedos e eu penso na janta.
concordou porque no fundo sabia que, se não fosse alguma das coisas que ela tinha sugerido, seria cachorro quente e de qualquer forma ela estaria satisfeita.

Cerca de meia hora depois, voltou para a sala carregando três bonecas, uma bola, um jogo de dominó e um ursinho de pelúcia. Passou por algumas caixas encarando o conteúdo das mesmas e enfim colocou tudo dentro de uma delas.
- Papai, já estou pronta para jantar. - ela avisou entrando no quarto dele, onde ele também fechava a última caixa.
- Que ótimo! Vamos então? - a garotinha acenou com a cabeça e saiu na frente enquanto o pai pegava a carteira, o celular e as chaves no colchão.
- ! – ela, que estava prestes a abrir a porta, se virou na direção do pai. - Por que você colocou esses brinquedos aqui nessa caixa? Não coube tudo na sua?
- Porque esses brinquedos são os que vão para outras crianças. - explicou como se fosse óbvio.
- Mas essa não é a caixa de doações, . Essa é uma das minhas caixas. - ele tirou os brinquedos de dentro e levou para outra.
- Eu achei que era. - ela se justificou. - Tem um casaco com um buraco aí dentro, tem cara de doação.
sabia que ela estava certa. Se ele não usaria, o correto seria doar para alguém que necessitava. Mas aquele casaco em especial o lembrava de muitos momentos com e ele ainda não estava preparado para deixar o item ir. Pegou a blusa de frio da caixa sem lembrar que a filha ainda o observava e inalou-a tentando sentir o perfume de .
- O que você está fazendo? - perguntou num tom divertido achando que o pai tinha enlouquecido de vez.
- Vendo se ainda tem o cheiro da sua mãe nela. - a criança estranhou, pois o casaco não era feminino.
- Essa blusa de frio era da mamãe? - ela perguntou com uma cara estranha.
- Não, era minha, mas sua mãe usou bastante ela. - ele explicou, se lembrando da primeira vez em que ela usara a blusa.
- Ah é? Eu não lembro disso.

Flashback on - ’s POV

- Você tem certeza que tudo que você precisa está nessa malinha? - confirmei ao colocar uma única mala no porta-malas do meu carro.
- Nós só vamos passar três dias na casa de campo dos seus pais, não é? - ela deu de ombros. - Não preciso de mais que isso para três dias.
- E sua blusa de frio? Vai levar só essa aqui? - eu sabia que ela passaria frio.
- Babe, você está parecendo o meu pai falando assim. - respondeu com uma careta. - E nem está tão frio assim.
- Pegue outra blusa, . Não custa nada. Se você não usar, deixa ela no carro.
- Pare de se preocupar tanto! - ela colocou as mãos em meu rosto e apertou minhas bochechas. - Vai ter rugas logo. - rolei os olhos.
- Se você insiste, vamos então? - chequei meu celular e li a mensagem que meu amigo havia acabado de enviar. - Mark e Mia estão prontos. - ela concordou e entrou no carro em seguida.
Passamos na casa desse casal, que iria de carona conosco, e seguimos para a casa de outro casal de amigos. Com mais espaço no outro carro, eles foram os responsáveis por levar as comidas e as bebidas.
Cerca de uma hora depois chegamos às casas de campo e com alguns minutos chegamos à casa dos meus pais. Entramos e cada casal se ajeitou em um dos quartos. Levamos os mantimentos para a cozinha e durante o resto do dia nos divertimos no lago enquanto as meninas tomavam sol e conversavam. Quando o sol foi embora, a temperatura diminuiu rapidamente e decidimos que seria uma boa ideia fazermos algo como um luau.
Voltamos para dentro de casa, tomamos banho e nos arrumamos. Nos dividimos entre as tarefas de montar os hambúrgueres e arrumar um espaço do lado de fora para o nosso luau, o que incluía buscar algumas madeiras e gravetos para uma pequena e simbólica fogueira. preferiu cuidar da parte de fora do que preparar a comida e então saímos com Mark.
- Meu Deus, isso aqui está congelando! - esfregou os braços e se arrependeu instantaneamente de ter olhado em minha direção.
Eu tinha um sorriso maléfico no rosto e minha expressão dizia com todas as letras “eu avisei”.
- Quando você falou que ficava frio eu não imaginei que era no nível do Alaska. - ela riu ainda tentando se esquentar.
- Venha logo. - a puxei até voltarmos para dentro de casa e subi correndo para um dos quartos, deixando-a parada ao pé da escada.
Pouco tempo depois voltei com um moletom em mãos. Como era sempre muito frio lá, uma vez eu tinha decidido deixar algumas roupas guardadas e então havia me lembrado desse casaco.
- Você salvou minha vida! - ela vestiu e me deu um beijo rápido em agradecimento. - Agora vamos buscar as coisas da fogueira antes que o Mark venha reclamar. - foi a vez de ela me puxar para fora da casa.
Nós já havíamos levado uma boa quantidade de galhos depois de duas viagens, estávamos procurando mais alguns e sem prestar atenção tropeçou e se desequilibrou, ficando presa entre alguns galhos de uma árvore.
- Você está bem? - virei assim que ouvi o grito dela.
- Sim, só me desequilibrei. - suspirou contrariada. - E agora estou presa aqui. - ela tentava se soltar, mas algo estava prendendo-a ali.
- Pare de se mexer e me deixe ver. - pedi segurando-a no lugar e notando em seguida que ela estava presa pelo moletom. Soltei-a com cuidado para que não se arranhasse e logo ela saiu do lugar. - Era só o casaco preso em um galho. - confirmei e quando passou a mão pelo casaco ela sentiu um buraco que não estava ali antes.
- Ótimo! - ela disse com uma voz chateada. - Ainda estraguei seu casaco.
- Não tem problema, . - sorri e passei meu braço por seus ombros para que fizéssemos o caminho de volta até a casa. - O importante é que você não está mais congelando.
Ela passou o braço por minha cintura e me apertou ainda mais perto dela.
- Você não existe, sabia? - beijou minha bochecha e eu me sentia um sortudo por tê-la comigo.

Flashback off

- Depois disso sempre que sua mãe sentia frio, mais ou menos na mesma época do ano, ela pedia esse casaco emprestado. - pegou o casaco e repetiu o que o pai havia feito, não percebendo cheiro nenhum. - Ela dizia que nenhum casaco dela era tão aconchegante e tão quentinho como esse e eu nem usava mais.
- Eu coloquei uma boneca que a mamãe me deu para doar, é errado? - ela encarou o pai com a expressão um pouco assustada.
- Claro que não, filha. O papai devia fazer o mesmo, mas quem sabe na próxima doação. - concordou com a cabeça.
- Podemos comer? Estou com muita fome. - a garota colocou as duas mãozinhas na barriga.
- Podemos sim.
Eles saíram de casa e como já tinha colocado algumas coisas da mudança no carro, optou por irem ao Rocket, já que ficava a duas quadras dali. Rocket era um lugar pequeno especializado em fast food que não tinha cara de fast food. gostava de lá porque algumas noites tinham karaokê e ela se divertia bastante vendo as pessoas cantando, além de que sempre ganhava um sorvete de sobremesa.
Não era noite de karaokê, mas as músicas tinham agradado tanto quanto a comida. havia comido um cachorro quente e ele um hambúrguer com batatas. Depois que ela terminou o sorvete, percebeu o quanto os últimos dias de empacotamento tinham deixado os dois cansados, pagou a conta e logo retornaram para casa.
- Pai, a tia chega amanhã? - ele tinha acompanhado a filha até o quarto e pegava um pijama para ela quando ouviu a pergunta.
- Sim. Ela conseguiu uma caminhonete emprestada e vai nos ajudar a levar nossas coisas para Bray. - ela assentiu e pegou o pijama das mãos do pai.
- E nós conseguimos embalar tudo? - foi a vez de ele assentir.
- Agora vai tomar seu banho porque já está na hora de dormir.
Ele aproveitou para fazer o mesmo. Quando saiu do quarto não ouviu barulho de chuveiro, deduziu que ela já estava pronta para dormir. Foi até a cozinha e encheu dois copos de água, como fazia toda noite. Entrou no quarto dela e sentou na beirada da cama, onde ela já estava deitada, mas não estava dormindo. Colocou um dos copos ao lado da cama.
- Boa noite, filha. Sonhe com os anjos. - beijou a testa dela e observou enquanto ela fechou os olhos, sonolenta.
- Boa noite, pai. - se levantou e ajeitou as cobertas, caminhou com o outro copo de água na mão e quando estava prestes a apagar a luz ela o chamou. - Pai…
Ele deu alguns passos em direção à cama e esperou o que ela tinha a dizer.
- Você já desejou nunca ter conhecido a mamãe? - ele com certeza não esperava uma pergunta dessas a essa hora da noite.
De onde ela tirava essas coisas? Só tinha seis anos!
- Ou que você pudesse esquecer que ela existiu?
- Claro que não, ! - ele não fazia ideia de onde ela queria chegar com aquelas perguntas. - Se não tivesse conhecido a sua mãe eu não teria você e eu nem consigo imaginar uma vida sem você.
- Mas você sente saudade dela e agora nós estamos nos mudando… - ele a interrompeu.
- Sim, eu sinto saudade dela, sinto saudade dos bons momentos que passamos juntos, da risada dela e tem dias que eu realmente não gosto de sentir tudo isso, mas isso é parte da minha história. A vida seria mais fácil se nada disso tivesse acontecido? Com certeza. Mas essa é a nossa vida e eu não a trocaria por nada. - ela se sentou na cama e o abraçou. Ele beijou o topo da cabeça dela novamente. - Nós só vamos nos mudar porque eu recebi uma proposta boa de trabalho. - ele explicou. - Agora pare de pensar essas coisas e vamos dormir, porque amanhã nosso dia será longo.

No outro dia, chegou bem cedo, arrumaram tudo e ao trancar a casa sentiu-se como num livro, onde um capítulo acaba e outro começa. Ele acompanhava pelo retrovisor Galway ficando cada vez menor e em pouco tempo pode ver a entrada de Bray. Ao aceitar aquele emprego e tomar a decisão de se mudar, não fazia ideia do que o futuro reservava para ele e , mas ele não imaginava o quanto sua vida ia mudar...



FIM



Nota da autora: Olá! Espero que tenham se encantado com essa fofura de criança, porque eu estou apaixonada por ela! hahahaha
Brincadeiras a parte, eu gostei muito de ter escrito essa fic, principalmente porque ela vai funcionar como o início de uma longfic que vem por aí!
Quero agradecer em especial a Ju, por ter tido a paciência e boa vontade de fazer todas as capas do ficstape e a Anny rainha que aceitou betar tudo! Vocês são as melhores! <3
Se gostaram dessa, confiram as outras fics desse ficstape maravilhoso! E caso queiram acompanhar minhas outras fics ou ficar de olho na continuação, é só fazer parte do grupo do facebook.
Ficstape TOFTT


Nota da Beta: Ahhh se você não tivesse dito que essa fic é só o início de uma long já ia surtar contigo Lari, porque não acredito que acabou tão rápido. Mas já amei essa criança, curiosa igualzinha a mim hahaha Adorei e quero saber tudo sobre essa estória na long; E foi um prazer betar essa fic e todas desse lindo ficstape, nem precisa agradecer. Quero só ver todo mundo comentando aqui embaixo e lendo todas as fics também eim. Xx-A

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

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