Fanfic finalizada.

Capítulo Único

’s POV

Eu me sentia o ser mais estúpido da galáxia. Como pude perder o controle daquela forma e arriscar tantos anos de amizade? Por mais que meus sentimentos gritassem o quanto eu amava aquela garota, ela era a minha melhor amiga, nós crescemos juntos e sonhar que poderia me corresponder era uma tremenda ilusão.
Não deveria ser nenhuma surpresa vê-la escorregar por meus dedos e se afastar de mim daquela maneira.

Naquele momento, eu não me importava em arriscar nossa amizade. Meus lábios estavam unidos aos de e nossas línguas se enroscavam em um beijo que de uma forma completamente clichê eu diria ser o melhor que eu já havia tido.
Apertei seu corpo contra o meu, em um abraço, enquanto um suspiro escapou de meus lábios ao sentir o gosto do rum na boca dela. Aquela combinação era deliciosa e até viciante. A boca de era viciante e com toda a certeza eu poderia continuar beijando aquela garota pelo resto da minha vida. Naquele momento, eu só queria não precisar soltá-la mais.
Minhas mãos desceram de forma sútil de sua cintura pela lateral de seus quadris e, de uma forma tímida, toquei sua bunda. Senti que sorriu entre o beijo e entendi aquilo como uma permissão, então eu a apalpei com mais intensidade, unindo ainda mais nossos corpos como se eu pudesse fundi-los ali mesmo, no meio daquela sala.
Senti meus cabelos serem puxados pela nuca e sugou meu lábio inferior, puxando-o entre os dentes e me fazendo encará-la quando afastou nossas bocas. Vi desejo estampado em seus olhos e com toda certeza os meus o refletiam, mas antes que eu pudesse tomar qualquer outra iniciativa, a expressão dela mudou para uma confusa e até um tanto assustada. levou uma de suas mãos aos lábios e quando fiz menção de dizer algo, senti uma de suas mãos tocar meu peito, me afastando por completo.
, me perdoa, mas eu não sei se posso fazer isso. Você é meu melhor amigo e... — fez uma careta porque com toda certeza eu deixei transparecer a decepção de ouvir aquelas palavras. — Eu estou confusa. Você me disse aquelas coisas sobre gostar de mim e eu preciso processar isso direito. Não devia ter te beijado, eu... — bufou. — Me desculpe mesmo. Acho que preciso de um tempo sozinha.
também não me deu tempo para falar qualquer coisa.
Não sei quanto tempo eu fiquei ali, parado ainda no meio da sala da casa dela, encarando o caminho que ela havia feito às pressas de volta ao seu quarto.
Se um buraco se abrisse ali no chão, eu me enfiaria e nunca mais sairia de lá.
Eu tinha estragado tudo.



***


Definitivamente, eu não esperava que o tempo para que ela processasse o que havia acontecido fosse tão longo. Já fazia dias que nós não nos falávamos e todas as vezes que me via no mesmo corredor que ela, desviava ou voltava para a direção de onde havia vindo.
Eu entendia o lado dela, de verdade, mas eu sentia uma dorzinha chata todas as vezes que aquilo acontecia. Ser rejeitado pela garota que eu amava e que também era minha melhor amiga era desesperador.
Com quem eu conversaria sobre o que estava acontecendo? era minha única amiga de verdade. Eu só conseguia confiar completamente nela e a cada dia que passava eu me via mais triste por pensar na possibilidade de ela querer mesmo ficar longe de mim.
Sem nem saber direito do que se tratava, minha mãe percebeu que as coisas estavam estranhas entre eu e . Ela até chegou a questionar sobre o ocorrido, mas eu não consegui lhe dizer uma palavra sequer. Precisei de muito controle para não me debulhar em lágrimas de tão frustrado que eu andava. Então minha mãe simplesmente me disse que não importava o que havia acontecido, se eu desse tempo ao tempo, tudo se ajeitaria. Eu confiei em suas palavras, mas me odiei dois dias depois por aquilo.
Juro que eu doaria todas as minhas revistas em quadrinhos se aquela atitude me poupasse do que eu vi ao entrar no maldito vestiário.
Mais uma vez, estava nos braços de Corey Cooper, agarrada a ele enquanto o garoto cheirava seus cabelos e descia uma das mãos por suas costas.
O olhar de Corey subiu até mim e percebeu a presença de mais alguém, se virando em minha direção e dilacerando meu coração em mil pedaços quando percebi o susto de alguém que havia sido pega em flagrante estampado no olhar dela.
“Estou vendo o seu tempo sozinha, ”.
Tive vontade de dizer aquelas palavras, mas eu sabia que não tinha direito. Eu não podia obrigá-la a corresponder meus sentimentos, então em vez de falar qualquer coisa, eu dei o fora dali.
Só percebi que corria quando cheguei diante da porta de minha casa com a respiração ofegante.


***


’s POV

Meu chão desabou quando vi a mágoa nos olhos dele. Por mais que tivesse tentado disfarçar e nenhuma palavra tivesse saído de sua boca, eu o conhecia bem demais para saber que me ver ali com Corey depois do que aconteceu entre nós havia lhe machucado.
Eu queria morrer por fazer meu melhor amigo se sentir daquela maneira e na verdade ele tinha entendido toda a situação de forma errada.
— Estamos bem, não é? — torci a boca, me voltando para Corey, que assentiu e me encarou de um jeito que teria me feito amolecer se eu não estivesse tão preocupada com .
— Não sei se consigo deixar de ficar contigo, — tentou me persuadir, mas eu o afastei.
— Então aprenda, Cooper. Tenho certeza de que não vai ser tão difícil assim — me afastei dele e saí daquele vestiário.
Tentei encontrar o menor sinal de no campus, mas no fundo eu sabia que ele não estaria mais ali e algo me fez travar quando pensei em ir até sua casa.
Eu estava confusa demais desde aquela noite do baile. Não podia mentir e dizer que nunca havia notado que meu melhor amigo me encarava de um jeito diferente, mas gostava de dizer para mim mesma que era apenas coisa da minha cabeça.
Quando eu tinha meus doze anos de idade, tive uma paixonite aguda por , mas ele nunca desconfiou. Não sei o que faria se ele tivesse descoberto meu diário na época porque corações com nossos nomes predominavam nas páginas. Acho que eu só consegui superar quando Corey veio estudar na mesma escola que a gente, alguns anos depois.
Me senti completamente nas nuvens na primeira vez que Corey me chamou para sair. Era como se meu príncipe encantado tivesse aparecido e ele havia sido o primeiro cara que eu beijei. No dia seguinte, o príncipe virou um sapo, já que ele agiu como se eu fosse louca e nada tivesse acontecido.
Dizem que o pior cego é aquele que não quer enxergar e eu não poderia concordar mais. A paixão por Corey Cooper me cegou por muito tempo, de um jeito que até me fez deixá-lo dançar a macarena no meu coração.
Toda vez que eu me sentia despedaçada, estava lá, com aquele sorriso um tanto arteiro, um mundo de palavras doces e os melhores abraços que alguém poderia querer. Eu me sentia tão segura nos braços dele, tão em paz que poderia ficar agarrada a ele para sempre.
Não conseguia acreditar que eu havia estragado tudo.
Imaginar minha vida sem ele já me fazia querer chorar.
Quando cheguei ao meu quarto, acabei não resistindo e disquei o número de . Chamou várias vezes e ele não me atendeu. Tentei ligar mais e nada de resposta dele.
nunca deixava de me atender e aquilo só provava para mim que eu realmente havia o magoado.
Eu era a pior amiga do universo.


***


Semanas se passaram e eu sequer havia visto na faculdade. Não sabia se ele não estava indo ou se tinha dado um jeito de não cruzar o mesmo caminho que eu, mas aquilo me deixava péssima. Eu precisava falar com ele, precisava vê-lo e preencher aquele vazio horrível que estava instalado no meu peito.
Em nenhum minuto sequer ele deixou de povoar meus pensamentos. Passei algumas noites em claro, ansiosa por uma mensagem que fosse dele, mas nunca vinha e quando eu conseguia finalmente dormir, lá estava nos meus sonhos e era como se tudo estivesse de volta ao normal.
Acordar depois disso era o inferno.
Meu coração doía muito e eu me sentia idiota por mais uma vez tentar ir até a casa dele. Todas as vezes que tentei, fui recebida com desculpas que só comprovavam que ele ainda não queria me ver.
O que eu faria sem ? Eu não podia viver sem ele.
— Desculpe, querida. O precisou ir até a biblioteca buscar um material para um trabalho — foi o que o senhor me disse, assim que abriu a porta e me cumprimentou.
— Ah, jura? — questionei, me sentindo murchar. Biblioteca às nove da noite? Não o .
— Pois é. Ele acabou de sair daqui. Mais um pouco e vocês se encontrariam — deu de ombros, mas eu sabia que mentia porque o desconforto era nítido em suas expressões.
— Tudo bem então. O senhor avisa que passei por aqui? — mordi a boca, segurando a vontade de chorar e mal esperei o pai de fechar a porta para me afastar.
Uma olhada mínima para trás me fez perceber a luz do quarto dele acesa.
Eu sabia que ele não estava fazendo aquilo para me castigar, não era assim. A decisão de se afastar de mim era o jeito dele de superar a mágoa.
Só que eu sentia que merecia ser punida mesmo.


***


Mais alguns dias se passaram e eu não conseguia fazer mais nada direito. Por algum tempo, eu fiquei questionando a mim mesma, tentando entender por que eu me sentia tão mal. Ninguém é obrigado a retribuir os sentimentos de alguém, não é?
Só que não era só um alguém. Ele era... o . O cara que estava ao meu lado desde sempre. Que me abraçava e desistia de qualquer coisa só para ficar comigo. Era ele que me apoiava, ria e me arrancava risadas quando eu só queria chorar. era meu porto seguro, meu abrigo na chuva e toda vez que o sorriso dele vinha aos meus pensamentos eu sentia o meu coração aquecer.
Eu só queria tê-lo por perto novamente, abraçá-lo, sentir seu cheiro e... O toque dos lábios dele nos meus.
Não tinha me dado conta do quanto era bom beijá-lo. Do quanto nós dois parecíamos o encaixe um do outro e de repente eu me senti a pessoa mais lerda da galáxia.
Eu havia perdido um tempo estúpido correndo atrás de Corey Cooper. Mesmo que ele não fosse um completo babaca, meu coração no fundo nunca havia pertencido ao meu melhor amigo.
Sempre havia sido de .
Num impulso, eu peguei meu celular e comecei a digitar febrilmente, não me dando nem tempo para raciocinar sobre aquilo ou eu perderia toda a coragem.


Eu preciso te dizer uma coisa, . Me encontre na arquibancada às 19hrs, por favor.
Sinto sua falta.
.


Não sei se fiz o certo em dizer que sentia falta dele, mas não consegui me refrear e apertei a tecla de enviar.


***


Eu cheguei à arquibancada perto das 18hrs, de tão ansiosa que estava. Assisti um dos treinos e quis socar Corey quando ele tentou mais uma vez se aproximar de mim.
Incrível que ele não se importava mais que os outros nos vissem.
Consegui me livrar dele e quando faltavam cinco minutos para as sete eu sentia que meu coração saltaria pela boca a cada segundo. Na verdade, ele estava mesmo por um fio, já que eu o sentia trancando minha garganta.
Quando vi meu relógio marcar sete horas em ponto, senti um calafrio. não era de se atrasar, muito pelo contrário, mas talvez fosse apenas neura da minha cabeça.
Sete e cinco, sete e quinze... Sete e meia.
Nada dele.
Meu estômago afundou e eu encarei o visor do celular, onde eu havia deixado minha mensagem aberta porque me certificava a cada minuto de que realmente havia enviado a mensagem a ele.
Por fim, tive que aceitar a verdade. não viria. Eu havia o perdido mesmo.
Um suspiro alto ecoou de meus lábios, então eles tremeram e eu escondi meu rosto entre as mãos, deixando que o choro preso escapasse. Meu peito sacudiu um pouquinho e eu não sabia se conseguiria sair daquela arquibancada e encarar a minha vida dali para frente.
Tarde demais eu tinha percebido que o cara dos meus sonhos estava ao meu lado o tempo todo.
Eu precisava ser forte. Erguer minha cabeça e ao menos me arrastar até em casa, então eu me levantei e ao me virar para sair dali acabei levando o melhor susto da minha vida.
caminhava na minha direção.
Por uns segundos, eu achei que estivesse sonhando, mas então ele se adiantou, fazendo uma careta ao me ver chorando.
, você está bem? — questionou, como se não tivéssemos passado aquele tempo todo sem nos falar.
— Eu... — abri a boca para lhe responder, então engoli em seco e puxei novamente a coragem para falar tudo que eu queria que ele soubesse. — Eu sinto muito, , pela maneira que as coisas aconteceram desde aquela noite.
...
— Não devia ter fugido de você. Na verdade, eu não devia ter fugido de muitas coisas por achar que acabaria com a nossa amizade. Por muito tempo eu menti para mim mesma e realmente acreditei que o jeito que você sempre fez eu me sentir tinha a ver com o laço que a gente criou desde pequeno. É ridículo pensar que só te perdendo eu consegui perceber que sempre foi você, .
Desviei meu olhar dele, porque não conseguia mais sustentá-lo. O medo de ele estar ferido demais para me perdoar me deixava insegura.
, olha para mim — pediu, fazendo com que eu voltasse a encará-lo. — Eu não sei o que dizer.
— Você não precisa dizer nada, . Eu o chamei até aqui porque eu quero que você saiba que eu amo você. Não como amiga, eu sou apaixonada por você desde os doze anos de idade — ri ao confessar a última parte.
Por alguns segundos, ele ficou apenas me olhando, como se tentasse decifrar onde estava a pegadinha. Quando percebeu que não havia nenhuma, um sorriso iluminou suas feições.
— Você não faz ideia do quanto eu sonhei em ouvir isso. Só que eu nunca achei que fosse acontecer, principalmente aquele dia em que te vi com o Corey.
Soltei um suspiro.
— Aquele dia você entendeu tudo errado, . Eu terminei tudo com Corey. Percebi que ele não passava de uma ilusão porque ele não me fazia sentir metade das coisas que sinto quando estou com você.
— Você está falando sério, ? — me questionou, dando uns dois passos em minha direção.
— Pare de duvidar de mim, . Sabe o meu coração? Hoje eu também vim aqui para entregá-lo para você. Daqui para frente, é você quem decide o que vai fazer com ele se você aceitá-lo — me senti tensa com o peso daquilo, mas tudo foi embora quando aquele lindo sorriso voltou a iluminar o rosto dele.
— Vou aceitar seu coração com uma única condição. Se você ficar com o meu também.
Parecia que mil fogos de artifício explodiam em meu peito.
— Eu amo você, .
— E eu amo você, .
De repente, eu voltei a sentir as mãos firmes dele na minha cintura e sem hesitar eu mesma colei meus lábios nos seus.
Na primeira vez que beijei , senti que as coisas tinham se encaixado e aquilo me deixou confusa. Naquele momento, eu não tinha mais dúvida de nada porque eu não poderia querer outro alguém para me completar tão bem quanto ele.
Nós ficamos ali, nos beijando e aproveitando a companhia um do outro até as luzes do campo se apagarem e nos colocarem para correr.
Aquele foi o começo de uma vida onde e já não eram mais apenas melhores amigos.
Nós éramos o amor da vida um do outro.




FIM



Nota da autora: Meu coração ficou bem quentinho com esse final. Vocês sentiram o mesmo? Comentem ali embaixo para eu saber.
Caso queiram conhecer mais histórias minhas me sigam no Instagram e entrem no meu grupo do face.
Até a próxima.
Ste.





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