Finalizada em: 09/02/2018

Capítulo Único


“1,2,3 e...”
Ouvi Daisy dizer antes do buquê cair em minhas mãos sem eu estar de fato “brigando” por ele. Eu não pretendia me casar, pelo menos não pelos próximos cinco anos. Ou talvez nunca. Toda aquela história de planejar um futuro ao lado de alguém, ter filhos, dividir um lar e todas as outras coisas que vem no pacote quando você enlaça a sua vida à de alguém, nunca fez parte de mim. E não que eu seja uma pessoa insensível, é só que não acho que algum dia irei estar preparada para levar uma vida a dois. Mas, como diz minha mãe: nunca diga nunca.
Sorri para Daisy que batia palminhas animadas. Ela sempre diz que um dia eu irei me apaixonar por alguém que vai me fazer mudar de ideia, mas na real? Acho bem difícil. Apesar das inúmeras tentativas dela e de Bryan de me apresentarem algum amigo, mas nem preciso dizer que nenhuma deu certo, né?
Sob os protestos raivosos das convidadas ali presentes, atravessei o salão até o bar, precisava de uma bebida forte antes de me acabar na pista de dança. Queria curtir cada segundinho daquela festa em comemoração a felicidade dos meus amigos.
- , você deveria ter deixado eu pegar o buquê! – ouvi alguém dizer atrás de mim. Virei, me deparando com Dianna fazendo bico.
- Estou achando que sua irmã fez de propósito. – ela riu, ficando ao meu lado.
- Eu poderia ter convencido Henry de que o buquê cair em minhas mãos era um sinal da vida para que a gente marcasse logo a data do nosso casamento. – Dianna bufou. Ela e Henry estavam noivos a três anos, mas ainda não tinham marcado a data do casamento, pois segundo Henry, ele precisava primeiro ter uma vida estável para enfim começar os preparativos, mas Dianna estava impaciente. Talvez Henry nem quisesse ter se comprometido naquela época, mas Dianna fez muita pressão para que ele a pedisse em casamento. Era quase como uma competição com Daisy para ver quem casava primeiro. Eu ri do desespero da minha amiga e a abracei de lado tentando confortá-la.
- Eu te dou meu buquê se você quiser. –ela me lançou um olhar furioso e cruzou os braços de forma infantil. Parecia uma criança fazendo birra por não ganhar o brinquedo favorito.
- Mas aí não tem graça !
- Dianna, olha só – a puxei para sentar no pequeno bar dentro do salão de festas e pedi por duas doses de uísque – Henry tem razão quando ele fala que precisa ter uma vida estável pra casar com você. Ele acabou de se formar e conseguiu um bom emprego, mas ele precisa se consolidar e você já está prestes a seguir no mesmo caminho, certo?
Ela assentiu parecendo pensar melhor naquela questão. Então virou o copo de uísque de uma vez na boca e fez careta.
- Pensando por esse ângulo, talvez você tenha razão. – ela abriu um pequeno sorriso e olhou em volta procurando por alguém. No mesmo instante vi Daisy vindo em nossa direção acompanhada de , melhor amigo e padrinho de Bryan. e eu mantínhamos uma amizade virtual que já durava um ano e só nos vimos uma vez quando ele veio com a Britanny, sua ex-namorada passar alguns dias.Foram inúmeras as tentativas de Daisy para que ficássemos juntos e então começamos a manter contato pelas redes sociais e quando vimos já estávamos mantendo contato quase que diário pelo telefone. era especial para mim, sim e além de tudo, um homem íntegro e extremamente carinhoso. Mas eu não tinha a pretensão de me jogar em um relacionamento agora, eu tinha o espírito livre e pensava em formar uma família.
- Eu não sei como você e não assumiram um relacionamento ainda, deixa de ser boba e agarra esse boy. Vou procurar meu noivo! – Dianna saiu apressada acenando para Daisy que sorria largamente. Encarei meus próprios pés entediada.
- , querida! – ela me abraçou – e eu estávamos te procurando.
Meu amigo me encarou fixamente e sorriu. Não poderia negar que ele era muito bonito, mas eu prometi a mim mesma que não me apaixonaria e quer saber? Estava dando certo.
- Estava esperando ter um tempo pra mim, já que ele está muito requisitado hoje. –falei. Ele se aproximou e me deu um beijo na bochecha e Daisy piscou para mim. Eu sabia muito bem o que se passava ali, naquela cabecinha.
- Estou aqui pra você agora, . – ele piscou maroto.
- Aceita um drink? – perguntei e ele assentiu.
- Vejo que minha presença nem é mais necessária aqui, não é mesmo? –cretina! Eu conhecia muito bem as intenções da minha melhor amiga, mas eu entrei na dela, afinal não custaria me divertir um pouco.
- Acho que você tem um marido pra cuidar Daisy e ele está bem ali procurando por você! – apontei para onde Bryan estava olhando de um lado para outro. Acenou para nós e sorriu, chamando a mulher para lá.
- Vocês vão ficar bem? – ela sorriu cínica e eu queria mostrar o dedo do meio para ela, mas apenas assenti.
- Com toda a certeza! – respondeu dando uma olhada em mim e Daisy não conseguiu disfarçar a sua alegria por enfim estarmos juntos. Ela era uma figura mesmo!
Daisy me deu um beijo na bochecha e acenou para antes de virar e ir até onde Bryan estava conversando com alguns convidados. sentou ao meu lado no bar e virou sua atenção para mim.
- Então, o que você estava bebendo? – perguntou fitando o copo.
- Uísque. – respondi e ele arqueou a sobrancelha.
- Você e seu apreço por bebidas fortes. -um barman se aproximou de nós e eu balancei o copo para ele a fim de outra dose de uísque.
- E você? – o encarei e ele sorriu. Eu quis dizer a ele que era muito injusto ele ter aquele sorriso bonito, eu estava em total desvantagem.
- Prefiro um drink com pouco álcool, aliás, eles servem um de morango que é muito bom. Quer provar?
- Adoraria!

(...)


Depois de alguns drinks em meio a conversa sobre universidade, trabalho, família, planos pro futuro e muitas outras coisas, e eu decidimos nos juntar a Daisy e Bryan na pista de dança. Confesso que já estávamos um pouco alterados por conta da grande quantidade de álcool circulando em nosso sangue e eu tive uma certa dificuldade em me manter de pé.
- Opa. – tropecei nos meus próprios pés e segurou forte em minha cintura. Olhei para ele sem graça e sorri em agradecimento. Toda aquela aproximação fez com que eu sentisse um frio esquisito na barriga como uma adolescente boba. era um cara muito atraente e isso eu não poderia negar, o que fazia com que quase todas as mulheres da festa o olhassem com desejo. E eu, claro, me senti sortuda por estar sendo a sua companhia naquela noite.
- Tem certeza que consegue fazer isso? – perguntou preocupado.
- Está tudo bem , vamos dançar. – o puxei pela mão até o meio do salão onde improvisaram uma pista de dança. Bryan, Daisy, Dianna, Matthew, Lissa e Stacey dançavam no ritmo da música animada que ecoava pelo salão sob o olhar atento dos convidados, que achavam aquela cena engraçada. e eu nos juntamos a eles e eu precisei me apoiar em Lissa para não cair. Droga! Como era difícil me manter em pé em cima daqueles saltos finos, mas ainda não era a hora de tirá-los.
Então,fetish pôde ser ouvida e eu olhei fixamente para que parecia me chamar para perto dele só com o olhar. Eu senti meu corpo incendiar e num impulso idiota me coloquei na frente dele me mexendo sensualmente. percorreu os olhos pelo meu corpo descaradamente e eu sorri maliciosa. Eu queria sentir aquele homem me tocando em cada mísero pedaço do meu corpo e aquela sensação era nova para mim. Me aproximei um pouco mais e ele colocou as mãos em minha cintura me acompanhando a cada movimento. Eu já não estava mais raciocinando direito nem preocupada com as pessoas ao nosso redor, eu só queria sentir ao máximo a presença dele.

Take it or leave it
Baby, take it or leave it
But I know you won't leave it
'Cause I know that you need it (ah)


Fechei os olhos na tentativa de acalmar aquelas sensações que percorriam meu corpo e apertou minha cintura um pouco mais. Meus pensamentos imprópriosimpregnaram em minha mente e eu mal conseguia respirar, mas tentei a todo custo me concentrar em e no local onde estávamos. Quando abri os olhos vi que ele sorria para mim, seu olhar estava carregado de desejo e luxúria e eu imaginei que eu deveria estar da mesma forma.
- Vamos sair daqui? – ele perguntou bem próximo ao meu ouvido e eu me arrepiei. Eu queria aquilo mais do que tudo, mas não podia sair assim de fininho da festa de casamento da minha melhor amiga.
- Eu preciso me despedir dos noivos. – assentiu e disse que precisava fazer o mesmo – Mas vamos ser discretos, hum? Daisy ficaria louca se soubesse que vamos sair juntos.
riu e concordou.
- Faz assim, você se despede deles enquanto eu vou falar com algumas pessoas e aí você me espera na recepção do hotel enquanto eu falo com eles, certo? –ele disse e eu concordei. Pisquei para ele que sorriu sapeca, como uma criança prestes a aprontar. Então me dei conta de que Bryan e Daisy estavam conversando com algumas pessoas perto do bar e era provável que nem tivessem visto o que tinha acabado de acontecer entre eu e na pista de dança. Era melhor assim, depois eu contaria a minha melhor amiga o necessário. Caminhei até eles tentando me recompor.
- Ei noivos! – chamei a atenção deles para mim. Daisy me abraçou e sorriu, mas ficou séria ao olhar em volta e constatar que eu estava sozinha.
- Cadê o ? – perguntou curiosa.
- Está por aí conversando com algumas pessoas, eu vim me despedir. – falei o mais despretensiosa possível para que eles não percebessem nosso plano.
- Ahh já? – Bryan fez bico e eu apertei suas bochechas rosadas.
- Eu estou muito cansada e a bebida já me pegou, mas eu curti muito a festa de vocês e meus parabéns novamente, foi incrível! – falei sincera retribuindo o abraço de Daisy.
- Obrigada por tudo ! Te vejo na volta da lua de mel? – perguntou.
- Claro, vamos marcar alguma coisa. – respondi e ela sorriu concordando – Bom, eu vou indo. Uma boa viagem e aproveitem pra treinar a vinda do meu afilhado ou afilhada ok?
Bryan arregalou os olhos e Daisy riu animada.
- Vamos treinar bastante, mas sabe que vai demorar um pouco né? – ele piscou para mim e eu o abracei.
- Tchau amiga, se cuida! – Daisy disse e eu mandei beijos no ar.
Olhei de relance para onde estava e vi que ele nos observava. Acenei para ele como se estivesse me despedindo e então segui caminho para a recepção do hotel.

Esperei exatos vinte minutos até ver entrando na recepção do hotel com um sorriso brincando em seus lábios e segurando dois drinks rosados. Ele fez sinal para que eu o acompanhasse até o elevador e eu o fiz. me entregou um dos drinks que trouxe consigo e eu o olhei em dúvida.
- Esse hotel é um dos melhores, sabia? – comentou.
- Incrível que eles tenham conseguido a recepção para a festa, o serviço é maravilhoso! - Era um hotel luxuoso que com certeza eu gostaria de me hospedar um dia quando fosse rica e bem sucedida. Os pais de Bryan são amigos de um dos sócios, então foi fácil conseguir o salão de festas do hotel já que ele era bem disputado pelas pessoas da alta sociedade. O elevador chegou e vi apertar o botão que nos levaria ao trigésimo sexto andar, o que demoraria alguns minutos.
- Temos um quarto só nosso... – ele disse baixinho dando um beijo em meu pescoço descoberto e eu sorri. Sem pensar duas vezes, me virei para ele, passei meus braços pelo seu pescoço e o beijei com uma certa urgência. puxou meu cabelo de leve enquanto mordia meus lábios e sua outra mão passeava pela minha bunda descendo até a coxa.
- Você é muito sexy . – ele disse partindo o beijo e me encarando. Aqueles pares de olhos azuis me davam arrepios.
- Que loucura é essa? Nós somos amigos... – ele balançou a cabeça sem tirar os olhos de mim e acariciou meus seios por cima do vestido. Eu estava louca de desejo por aquele homem que eu mal conhecia.
- Eu também não sei. – ele falou contra a minha boca e juntou nossos lábios novamente. me prensou contra a parede e subiu o meu vestido revelando minhas coxas. Sentir seu toque quente era quase como se eu fosse um vulcão prestes a entrar em erupção.
- E se entrar alguém? – desgrudei nossas bocas ao me dar conta de que poderíamos ser pegos a qualquer momento por algum hóspede ou funcionário do hotel. fez careta e rapidamente se recompôs ao meu lado, o que foi ótimo, já que no minuto seguinte duas senhoras entraram no elevador conversando animadamente.
Pisquei para que segurou o riso e cumprimentou as duas com um aceno de cabeça.
- Então Bridget, eu falei que queria o divórcio, mas ele achou um absurdo e tentou me convencer de que o caso com a tal Khiara era um erro, veja só a cara de pau! –uma delas disse inconformada sob o olhar atento da amiga.
- Você fez certo Louise, eu sempre soube que Robert não era pra você e eu te avisei. –Bridget afirmou pomposa e a outra assentiu.
Olhei de relance para que ria discretamente.
- Estou me sentindo ótima agora, veja só a minha pele e a minha disposição melhorou cem por cento! – Louise sorriu orgulhosa e olhou para mim. Ela me fitou alguns segundos e então disse: - Você é muito bonita jovem, mas se pretende casar algum dia, pense bem. Homens só pensam neles, sabe? Não perca seu tempo.
- Eu não pretendo. – falei sincera e ela sorriu largamente. Então a porta abriu e ela puxou a amiga para fora, acenando para mim.
e eu caímos na gargalhada assim que elas sumiram de vista e o elevador continuou a subir.
- Viu só? Não case, nós somos egoístas demais. – fingiu estar incrédulo e eu dei um tapinha em seu braço.
Me estiquei para lhe dar um selinho e então a porta se abriu novamente indicando que havíamos chegado ao nosso destino.
Segui para fora do elevador. Caminhamos até o fim do corredor e o observei tirar o cartão do bolso e abrir a porta revelando um enorme apartamento. Ele fez sinal para que eu entrasse e seguiu logo atrás de mim, fechando a porta atrás de nós. Joguei minha bolsa no sofá e andei até o grande espelho. Encarei a imagem de ali refletida e novamente aquelas sensações tomaram conta do meu corpo, me deixando totalmente vulnerável a ele.
- Não acha que está vestida demais? –ele se aproximou de mim e depositou um beijo em meu pescoço. Meu Deus! Eu nem conseguia raciocinar direito com ele ao meu lado.
- Você acha? - virei-me para encará-lo. Seus olhos azuis penetrantes me invadiam de forma que eu não sabia explicar. Eu estava hipnotizada.
- Vire-se. – ele pediu num tom suave e eu sorri maliciosa. Virei e voltei a encará-lo através do espelho. me olhou de cima abaixo e parou o olhar em minhas costas, então passeou com suas mãos pela minha pele descoberta até parar no zíper do meu vestido. Ele me encarou novamente e eu sorri como se desse a permissão para ele fazer o que quisesse.E quer saber? Eu esperava que ele fizesse mesmo.
desceu o zíper devagar enquanto me encarava, e quando chegou ao fim deixei o mesmo cair revelando minha lingerie preta.
Eu estava fora de controle.
- Sua vez. – falei e me virei para ele. Desabotoei cada botão da camisa social que ele vestia e a tirei, jogando longe. sorriu e me puxou para um beijo. Sem pensar muito o empurrei até a cama e fiz com que ele deitasse de maneira que eu me coloquei por cima dele e então fiquei alguns segundos fitando aqueles olhos cheios de desejo.
- Você é linda, sabia? – fechei os olhos um pouco sem graça e senti meu rosto queimar tendo a certeza de que eu estava vermelha.
passou a mão pela minha coxa descoberta e puxou a barra da minha calcinha me causando arrepios – E fica mais linda ainda com vergonha.
-Eu quero você! – fiquei um pouco assustada com a facilidade que as palavras estavam saindo da minha boca e pelo quanto me atraiu de imediato. Era loucura, não era? Mas eu não queria pensar em mais nada a não ser nossos corpos entregues totalmente ao prazer. O que viria depois seria só consequência e eu estava disposta a pagar pra ver.

(...)


Acordei um pouco desnorteada por não reconhecer de imediato aquele lugar, mas ao olhar para o lado e encontrar dormindo tranquilamente, aos poucos as lembranças surgiram na minha mente gerando uma grande confusão. O que eu estava fazendo da vida quando decidi transar com o meu amigo? Eu me deixei levar pela atração que eu senti por aquele homem e se quer saber mesmo? Eu não estava nenhum pouco arrependida, apesar de confusa.
Peguei meu celular que estava em cima do criado mudo e me xinguei mentalmente ao me deparar com a hora. Dez e quinze da manhã e eu havia combinado de sair com Lissa e Stacey. Droga! Rapidamente digitei uma mensagem para Stacey e levantei procurando por minha lingerie. Eu não queria acordar , então tratei de fazer o mínimo de barulho possível, mas o meu lado desastrada falou mais alto.
- Merda! – praguejei baixinho ao tropeçar na mala dele que estava perto da cama e então abriu os olhos lentamente até se dar conta de que eu estava ali enrolada no lençol com a maior cara de tacho.
Ele sorriu.
- Hum, bom dia? – ele sentou na cama me olhando e eu rapidamente juntei minhas coisas do chão.
- Bom dia. Desculpa te acordar, eu não pretendia, mas eu sou bem desastrada e aí derrubei a mala. – desatei a falar e ele se divertiu com a cena.
- Ia embora sem falar comigo? – se fez de ofendido e eu me senti uma completa idiota.
- Eu realmente não queria acordar você , estava dormindo tão bonitinho e eu fiquei com pena. – respondi indo em direção a ele e lhe dando um selinho.
puxou o lençol que eu estava me cobrindo e me olhou malicioso. Eu estava atrasada, sim, mas é como diz aquele ditado: se está no inferno abrace o capeta.
- Será que podemos aproveitar só um pouquinho mais? – ele sussurrou perto do meu ouvido, passando a língua de leve pelo meu pescoço. Ele realmente havia descoberto meu ponto fraco e estava se aproveitando disso.
- Claro. – respondi.
Logo senti meu corpo se chocar contra o colchão e ficar por cima de mim.Ele me beijou calorosamente enquanto suas mãos passeavam por todo o meu corpo e então pude sentir seu pênis endurecendo. Sorri maliciosa e ele me encarou da mesma forma. era incansável e eu estava gostando disso. Ele trilhou um caminho de beijos pela minha barriga até chegar no meio das minhas pernas e eu já podia sentir meu corpo incendiando de desejo.
Sentir a língua dele ali era como estar no paraíso e eu arfei de desejo enquanto me impulsionava mais contra ele. percebeu o quanto eu estava implorando por mais já que começou a me chupar ainda mais forte alternando o movimento da língua com os dos dedos e quando eu parecia que ia explodir de desejo, se moveu rapidamente me colocando por cima dele.
- Senta! – ele ordenou e eu sorri cínica. Eu adorava comandar e havia dito isso na noite anterior. Passei uma perna para o outro lado, segurei seu pênis realizando movimentos rápidos de vai e vem e gemeu baixinho. Ele fechou os olhos tentando absorver cada sensação e eu sorri vitoriosa. Então encaixei nossos corpos rapidamente e me movi lentamente o que pareceu uma tortura para ele já que a sua expressão era de quem pedia por mais força. Eu não vou negar que estava adorando vê-lo naquela posição de quem implorava por mim e por movimentos mais bruscos. Parei e ele pareceu um pouco desesperado.
- ! – ele exclamou desesperado.
- Shiu. Eu estou no comando! – eu me diverti com o olhar aterrorizado que ele me lançou.
- Isso não se faz, sabia? – ele apertou minha coxa em súplica e eu comecei os movimentos novamente arrancando alguns gemidos de prazer dele, o que me deixou extremamente satisfeita.
Sem que eu esperasse, me tirou de cima dele e me colocou por baixo. Ele sorriu satisfeito com o feito e me beijou. E de novo eu me perdi em meio aqueles lençóis e tanto prazer.

(...)


Meia hora mais tarde enquanto eu desfrutava de um maravilhoso café da manhã junto de , ouvi meu celular tocar e isso me fez lembrar do meu compromisso com Lissa e Stacey. Revirei os olhos e me olhou divertido.
- ONDE É QUE VOCÊ SE METEU GAROTA? – ouvi Stacey gritar do outro lado da linha furiosa. Eu estava muito encrencada.
- Estou atrasada, eu sei. Mas eu juro que em vinte minutos eu passo pra te buscar, tá?
- Você nunca se atrasa, o que houve?
- Um imprevisto, mas não vem ao caso agora. Me espera, tá bem?
- Hum, sei. Vinte minutos e nada mais ok? Beijos.
Desliguei e me olhou enfiando um morango na boca.
- Quê? – perguntei rindo e ele balançou a cabeça em negativa.
- Você sabe que não vai conseguir chegar em vinte minutos, não é? – suspirei. Eu sabia, mas Stacey não precisava saber, certo?
- E é por isso mesmo que eu vou indo, sério, você não sabe como Stacey fica quando está brava! –expliquei. levantou me acompanhando e antes de chegarmos a porta, ele me puxou colando nossos corpos e me beijou.
Aquele beijo me deixava fora de órbita.
- Quer que eu te leve em casa?
- Não precisa, eu posso pegar um táxi.
- Te vejo de novo? – perguntou me deixando surpresa.
- Claro. – respondi e então ele tirou um cartão do bolso da calça e me entregou.
- Me manda uma mensagem, você sabe que ainda tenho uns dias até voltar pra Los Angeles. – assenti.
abriu a porta do apartamento e saiu, mas por algum motivo fiquei perdida em pensamentos apenas o encarando. Foram alguns segundos até eu me dar conta de que ele estava me encarando do lado de fora e sorrindo.
Um belo sorriso.
- Hã, ok. – foi o que eu consegui dizer antes de segui-lo até o lado de fora e me despedir dele com um beijo.

(...)


Andar com Stacey e Lissa ao meu lado tagarelando sobre roupas, sapatos e encontro, não estava sendo muito interessante, quando a minha mente só insistia em lembrar dos últimos acontecimentos. E aquela ideia de não tirar da cabeça só estava me deixando mais patética e idiota. Eu queria contar a alguém, mas talvez eu nem devesse dar tanta importância, já que logo ele voltará pra Los Angeles onde tem uma vida e sabe-se lá quando eu o veria de novo. E nós somos apenas bons amigos. Sorriso irritantemente lindo. Merda!
- ? – Lissa chamou minha atenção e eu sorri sem graça. Era nítida a minha distração naquele momento.
- O que tá acontecendo com você garota? – Stacey me olhou desconfiada e eu balancei a cabeça em negativa.
- Nada demais, só estou com sono, a noite passada foi bastante agitada, sabe? – desconversei. Eu não queria ter que dar explicações e muito menos falar sobre .
- Eu imagino que tenha sido boa a after com o ! – Stacey foi direta e eu arregalei os olhos. Como ela sabia?
- O quê? Não! – neguei.
- Ah para com isso, eu vi você entrando no elevador com ele e eu sei que ele está hospedado naquele hotel, portanto não minta pra mim! – ela disse num tom acusatório que me fez recuar. Stacey sabia ser bem persuasiva quando queria e a gente não conseguia se livrar.
Chegava a ser irritante até.
- Por que ninguém nunca me conta nada? – Lissa resmungou e eu ri. Ela sempre era a última a saber das coisas, mas não porquê não confiássemos nela, era só que ela era muito lerda na maioria das vezes.
- Tá, eu vou contar, mas vamos sentar e comer algo? – Stacey sorriu vitoriosa.
- Eu estou faminta e cansada de tanto andar, vamos!
Entramos em mais uma loja por insistência de Stacey, ela decidiu que precisava de mais um vestido caso acontecesse algo com o modelo que ela escolhera para o tal encontro com o cara misterioso.Ela era precavida demais e isso era bizarro as vezes, porque as situações mais loucas passava pela cabeça dela e a fazia pirar. Mas cada um com suas manias, não é mesmo?
Depois de quase meia hora dentro da loja experimentando vestidos, finalmente conseguimos ir comer. E é claro que elas não esqueceram a história de .
- Vai, desembucha ! – Stacey disse alternando o olhar do menu para mim. E Lissa apenas observava atenta.
- Vocês sabem que eu e mantemos uma amizade, mesmo que a distância e que eu nunca pensei em me envolver com ele. – falei fingindo naturalidade, quando na verdade eu queria gritar sobre o quão maravilhoso ele era. Mas era difícil pra mim lidar com um novo tipo de sentimento e seria estranho para minhas amigas me ver agindo dessa forma por causa de um cara.
Stacey pareceu desconfiar de algo já que me lançou um olhar extremamente interrogatório.
- E? – Lissa estava curiosa.
- E aí que nós decidimos ficar a sós e acabou rolando, ué. – Stacey riu escandalosamente atraindo alguns olhares para nós e eu lancei-lhe um olhar fulminante.
- Foi bom? –perguntou.
- Foi legal e é só isso que vocês precisam saber agora, certo? – tentei encerrar o assunto fingindo que estava mais interessada em olhar o menu do que prosseguir com aquela conversa. Mas nenhuma das duas pareceu aceitar bem, já que juntas puxaram o menu da minha mão me obrigando a encará-las.
- Vocês são chatas hein! – bufei impaciente.
- Amigas deveriam contar tudo uma para as outras! Qual é ? – Lissa reclamou fazendo bico e eu tive vontade de dar na cara dela por isso. Ela sabia que eu nunca conseguia recusar nenhum pedido dela por causa da cara fofa que ela fazia quando queria conseguir algo.
- Vocês querem que eu conte detalhes da noite de sexo que nós tivemos, é isso? –falei o mais baixo que pude para que ninguém perto escutasse.
- Eca, pensando bem... Acho melhor não! – Stacey respondeu se dando por vencida e eu sorri vitoriosa.
- é o maior gato, você tem sorte . – concordei com Lissa.
- Além de gato, é rico e herdeiro de um grande patrimônio. – eu nem queria pensar nisso – Parece que Daisy acertou dessa vez, você nem imagina o quanto ela esperou por esse dia.
Rolei os olhos.
- Não entendo essa fissura dela por me ver com alguém. – falei abanando o ar.
- Daisy é assim mesmo, lembra de quantos encontros ela já não nos arrumou? Mas é que com você nunca dá certo, sabe? Acho até que você assusta os homens amiga! – arregalei os olhos. Era uma grande calúnia!
- Concordo com Lissa! – ah, era um complô então?
- Eu só sou exigente demais, mas que mal há nisso?
- Você pode acabar ficando sem ninguém, então, abre o olho. – Stacey deu mais uma olhada no menu me deixando pensativa.
- Eu não sei porque estamos olhando esse menu se no fim das contas já sabemos o que vamos pedir. – Lissa comentou e Stacey olhou para ela e depois para mim.
- Hambúrguer com batata frita!
Éramos mesmo bem previsíveis.

(...)


Encarar a segunda-feira era sempre difícil pra mim. Acordar cedo, ter que vir pra faculdade e encarar algumas aulas chatas, não era exatamente o que eu mais amava na face da terra. Mas era necessário.
O dia anterior não tinha sido suficiente para que eu recuperasse energia necessária para começar a semana disposta e olha que eu passei praticamente o dia todo na cama alternando entre dormir e assistir algo na netflix. E sobre o , eu não mandei mensagem como ele pediu, mas não por falta de vontade, eu só queria fazer um pouco de mistério e não parecer tão desesperada para falar com ele depois do que tinha rolado entre a gente. Talvez seja bobagem minha, mas eu preferia esperar um pouco mais.
Assim que ouvi a voz do professor anunciando o fim da aula, levantei a cabeça, juntei minhas coisas e levantei o mais rápido possível em direção a porta. Eu precisava chegar em casa e dormir antes de me afundar nos artigos que eu tinha pra entregar no fim da semana.
- ! – virei para trás a tempo de ver Josh correndo até mim.
Sorri para ele.
- Ei, Josh. – falei dando um beijo em sua bochecha o cumprimentando.
- Já está indo embora? – perguntou.
- É, eu tô com muito sono. – respondi.
- Ah, sim. Hum, eu queria te perguntar uma coisa... – não pude deixar de notar o nervosismo em sua voz. Sorri para o incentivar a falar – É, aceita sair pra jantar comigo?
Confesso que fiquei um pouco surpresa com o convite, já que Josh era bastante tímido. Eu sempre soube que ele tinha uma queda por mim, mas na real eu nunca parei pra pensar sobre isso.
- Ahn, claro! – ele sorriu largo. Josh era um cara legal, inteligente e tinha um bom papo. Não seria nada mal aceitar sair com ele.
- Amanhã a noite posso te buscar as oito?
- Espero você! Mas agora eu preciso ir, te vejo amanhã, certo? – ele assentiu e me abraçou.
- Tchau, !

(...)


Eu já estava cansada de trabalhar em meus artigos, minha mente não estava mais assimilando as palavras e meu estômago implorava por comida. Mas a minha disposição para cozinhar era zero, o que me fez ponderar a ideia de pedir pizza ou comida japonesa. Estava recolhendo meu material de cima da escrivaninha quando vi a tela do meu celular piscar avisando que tinha mensagem nova.E era de .

Eu espero realmente que o que aconteceu no sábado não atrapalhe em nada nossa amizade, esperei você ligar.
xx

Fiquei alguns segundos encarando a tela do celular sorrindo.
Então logo enviei a resposta.

Estou afundada em artigos da universidade, não é nada pessoal, viu?
xx

Bloqueei a tela e esperei ansiosamente por uma resposta.
Fui até a cozinha pegar um copo de água e o celular tocou, fazendo meu coração quase sair pela boca.
Era .
- !
- Oi ! Tudo bem?
- Estou com fome e isso não é legal, sabe?
Ele riu.
- Acho que podemos resolver seu problema, não?
- Só se você aceitar comer pizza comigo!
Não podia vê-lo, mas tinha a quase certeza que ele estava sorrindo tanto quanto eu.
- É assim que eu gosto! Bom, você quer ir em algum lugar?
- Hum, não. Vou te mandar meu endereço por mensagem, tudo bem?
- Aguardo.
- Até daqui a pouco !
Encerrei a ligação já pensando em que roupa eu iria vestir, já que eu estava toda jogada e com a cara amassada. Eu não queria que ele me visse assim. E era bem irritante me sentir boba daquela forma, eu nunca me importei muito com essas coisas, mas agora estava sendo diferente.
Eu queria impressionar e talvez isso não fosse tão errado, afinal.
Corri pro banheiro, tomei um banho e fui escolher uma roupa. Abri o guarda-roupa e fiquei alguns bons minutos procurando algo decente.Bufei impaciente, mas acabei optando por um short jeans e uma blusa de manga comprida já que fazia um pouco de frio. Então, dei um jeito na cara amassada passando um corretivo e um batom nude. Deus! Como eu estava ansiosa.
Fui para a sala e fiquei tentando me distrair olhando o celular enquanto esperava pela chegada de .
Quase vinte minutos depois ouvi a campainha tocar, respirei fundo a fim de não parecer tão nervosa e abri a porta, encontrando encostado, segurando a pizza em uma mão e o refrigerante em outra.
-O seu pedido chegou, bela dama. –fiz menção para que entrasse. Fechei a porta assim que ele o fez e me deu um selinho.
- Estou tão faminta. – fiz a minha maior cara sofrida e ele riu. – Vou pegar pratos e talheres.
Ele assentiu e sentou no sofá enquanto fui na cozinha. Peguei dois pratos, talheres e copos e voltei para a sala onde olhava fixamente para um porta retrato na mesa de centro.
- Sente muita falta dos seus pais? – perguntou.
- Sim. – respondi deixando tudo em cima da mesa e sentando ao lado dele. O admirei de perfil, ele era lindo e me transmitia paz.
- Pensa em ir morar com eles na Holanda quando se formar? – me encarou.
- Penso, mas não é a minha primeira opção. Eu ainda quero ficar aqui, sabe? – ele assentiu.
- Eu sinto falta de Manchester e de tudo que vivi aqui com meus pais. Seis anos atrás eu fui pra Los Angeles com meu pai, enquanto minha mãe foi pra Paris com outro cara e eu sinto muita falta dela, mesmo ainda estando magoado. – a tristeza na voz dele era nítida, o que me deixou de coração cortado. Eu sempre tive um bom relacionamento com meus pais e nunca me imaginei sem nenhum deles.
- E porquê não diz isso a ela? –acariciei suas mãos como forma de carinho e ele sorriu agradecido.
- Meu pai... Não sei se ele gostaria que eu me aproximasse muito dela, porque apesar de já ter passado muito tempo, ele ainda não a perdoou por ter conhecido outra pessoa... – ele confessou.
- Ela traiu seu pai? – era uma pergunta horrível, mas eu precisava entender tudo o que tinha acontecido, já que nunca havia mencionado isso em nossas conversas.
- Não temos certeza, mas a decisão dela de pedir o divórcio e logo em seguida ter dito que tinha conhecido alguém e que queria ir pra Paris com ele foi bem estranho. É claro que ela negou a traição, mas nós desconfiamos, sabe? – ele encarou os próprios pés.
- Eu sinto muito. – beijei sua bochecha de leve.
- Eu também. – encostou a cabeça no meu ombro e entrelaçou suas mãos na minha, o que me fez sorrir abobalhada. Parecia tão precipitado dizer, mas eu poderia me apegar facilmente em e a julgar que logo ele voltaria para Los Angeles, talvez eu devesse me afastar. Mas a pergunta era: eu conseguiria?
Ficamos alguns minutos em silêncio apenas sentindo a presença um do outro, até que eu resolvi quebrar o silêncio.
- , já se passaram seis anos, sabe? Se você quer mesmo derrubar essa barreira que há entre você e sua mãe, acho que você deveria procurá-la e esclarecer as coisas e seu pai terá que entender. Não dá pra viver carregando mágoas, a gente se machuca demais e só faça isso se você realmente estiver disposto a deixar tudo isso pra trás. – falei sincera. levantou o rosto para me encarar e encostou nossos lábios rapidamente.
- Foi o melhor conselho que alguém já me deu, sabia? – sorri.
- Fico feliz, então!– respondi – Mas agora vamos comer?
assentiu e então levantou para me ajudar a colocar as fatias nos pratos.
-Como foi seu dia hoje? – perguntou enquanto devorávamos a nossa fatia de pizza.
- Preguiçoso e chato como todas as segundas são, minhas aulas na universidade não são das melhores e meu humor estava péssimo, então... Ah, ainda tive que trabalhar nos artigos que te falei. Você salvou o fim do meu dia, se quer saber. – sorriu todo pomposo fazendo pose de herói quando salva a mocinha do perigo.
- Eu sou incrível mesmo! – o olhei incrédula e ele gargalhou.
Comemos o restante da pizza enquanto conversávamos sobre coisas que ainda não sabíamos um sobre o outro, até que sugeriu que saíssemos pra comprar sorvete só porque eu disse que estava com vontade e era minha sobremesa favorita.
- Você não precisa fazer todas as minhas vontades , vai me acostumar mal. – falei largando o prato em cima do criado-mudo e ele fez o mesmo.
- O quê? Eu também amo sorvete e estou com vontade de tomar, vamos unir o útil ao agradável, não? –ele tinha um alto poder de convencimento, eu não poderia negar. Então concordei, fui até o quarto pegar um moletom e nós saímos de casa em busca de sorvete.
- Carro maneiro. – comentei ao entrar no lado do motorista.
- Aluguei aqui, mas tenho um igual em Los Angeles, é bem confortável. –concordei ligando o som – Se importa se eu colocar a minha playlist?
Balancei a cabeça em negativa e ele conectou o celular ao som. Logo pude ouvir coldplay soando em meus ouvidos.
- Tem uma sorveteria perto da casa de Bryan e é realmente muito boa, inclusive foi lá que ele fez o pedido de casamento a Daisy. Foi tão incrível! – falei lembrando do dia em que isso aconteceu. Daisy sempre dizia que queria ser pedida em casamento de um jeito diferente, pra ser mais específica, ela queria que fosse em público mesmo e eu nunca entendi esse gosto peculiar da minha melhor amiga. Só a ideia de ser pedida em casamento me assustava, em público me faria sair correndo de desespero, com certeza. Mas Daisy era assim, espalhafatosa e Bryan como um bom romântico incurável, realizou os dois dos três maiores sonhos da vida dela. E você deve estar se perguntando qual é o terceiro, certo? Ter filhos gêmeos. Mas isso já seria um pouquinho mais difícil.
- Lembro quando ele me contou o que estava planejando, eu ri tanto do desespero dele, mas ele queria deixar Daisy feliz e conseguiu. Ele sempre foi muito tímido, sabe? Do tipo que mal conseguia falar em público sem ter uma crise nervosa, então eu fiquei bem preocupado, mas no fim deu tudo certo. –era muito engraçado o fato de Bryan ser tão diferente de Daisy e ainda sim eles se completarem perfeitamente. Era o que eu mais admirava neles como um casal: a maneira como respeitavam as diferenças um do outro.
- Eles são incríveis né? – concordou me dando uma olhada de lado. Acariciei sua perna com segundas intenções e ele soltou um risinho abafado.
- . – virei para olhá-lo, mas ele manteve o olhar na rua a nossa frente – Lá no elevador, naquele dia, você disse que não pretendia se casar, é sério? Você nunca me disse isso...
Engoli em seco. Era sempre tão difícil explicar para as pessoas os motivos pelos quais eu não pensava em seguir uma vida tradicional, mas não que fosse impossível de acontecer, eu só não pensava nisso com tanta frequência.
- Você pensa muito nisso né? – perguntei tentando tomar tempo para formular a minha resposta.
me olhou rapidamente sorrindo.
- Penso. Eu sempre quis formar uma família, sabe? E achei que isso aconteceria mais rápido do que eu imaginava, mas não foi exatamente o que aconteceu. – respondeu e eu lembrei de quando ele me disse que pretendia casar com Britanny.
- Ah, eu nunca pensei nisso com tanta frequência, entende? Eu nunca conheci alguém que me despertasse essa vontade, mas é claro que não é impossível, só acho muito difícil de acontecer. – expliquei e ele assentiu. De repente um silêncio incômodo se instalou dentro do carro, já que e eu apenas prestávamos atenção através do vidro.
- ?
- Hum?
- Está tudo bem? – perguntei.
- Está sim. – ele sorriu fraco – Acho que chegamos.
Ele estacionou em frente a sorveteria e eu agradeci por não estar cheia. Descemos do carro e caminhamos em silêncio até a entrada do estabelecimento.
- Quer tomar aqui ou levar pra casa? – ele perguntou enquanto rolava os olhos pela variedades de sabores expostos no painel.
- Pensei em assistirmos um filme, o que você acha? – sorriu largo o que me fez suspirar aliviada. Achei que ele estava bolado com alguma coisa.
- Ótima ideia,sunshine.
Escolhemos levar dois potes, um de chocolate e o outro de morango. Enquanto esperávamos o atendente embalar nossos pedidos, entrelaçou sua mão na minha e beijou carinhosamente.
- ? – ouvi uma voz feminina chamar por ele e vi sua expressão mudar rapidamente quando viramos para ver quem era.
- Ah, oi Britanny. – ele acenou para ela, que agora me olhava com desprezo. Quem ela achava que era?
- Você nem me disse que vinha pra Manchester querido. –ela disse ignorando totalmente a minha presença.
- Vim para o casamento de Bryan e Daisy. – ela riu descrente.
- Aquele ingrato nem se deu ao trabalho de me mandar um convite, eu adoraria ter ido. – ela jogou o cabelo para o lado encarando fixamente.
- Era uma festa só para amigos e familiares íntimos mesmo! – falei num impulso e ela me olhou dos pés a cabeça e antes que pudesse abrir a boca para dizer algo, foi mais rápido.
- Lembra da , né? Minha... – ela me deu uma olhada breve e voltou sua atenção para ele novamente, o que me deixou bastante irritada.
- Amiga. – respondi por ele.
- Poderíamos sair pra jantar, o que acha? – ela perguntou olhando fixamente para ele que parecia estar bastante incomodado com a presença dela ali.
- Senhor, o seu pedido. – fomos interrompidos pelo atendente e eu agradeci mentalmente por isso. Mais um segundo ali e eu poderia enfiar a cara daquela siliconada em algum pote de sorvete. pegou a sacola em uma mão e segurou a minha com a mão livre, o que fez a tal da Britanny olhar feio para mim.
- Eu realmente estou muito ocupado Britt e não vou demorar a voltar para Los Angeles, mas foi bom te ver. – ele foi educado até, era bem a cara dele mesmo ser educado com pessoas irritantes.
- Tchauzinho fofa. – sorri falsamente o que a fez bufar de raiva. Eu pude ver seu olhar faiscando em nossas direções.
Saímos da sorveteria e caminhamos rapidamente até o carro. abriu a porta para que eu entrasse e quando eu já estava acomodada, ele deu a volta e entrou no lado do motorista, dando partida em seguida.

I never understood before
I never knew what love was for
My heart was broke my head was sore
What a feeling


Brighter than sunshine.
Eu amava aquela música, então comecei a cantarolar baixinho enquanto olhava pela janela.
- Tied up in ancient history, i didn't believe in destiny...
- I look up you're standing next to me, what a feeling... cantou junto comigo e eu sorri para ele.
- Essa música é uma das minhas preferidas. – ele assentiu.
- Hum, deixa eu adivinhar... De repente é amor? – perguntou se referindo ao filme o qual a música fazia parte da trilha sonora.
- Você já assistiu? – o olhei curiosa.
- Fui obrigado, mas não foi tão ruim assim.–rimos.
- Vamos assistir de novo? – fiz a maior cara de cachorro sem dono e revirou os olhos. – Por favor?
- Você venceu!
Sorri vitoriosa.

(...)


Acordei sentindo minha costa doer por estar dormindo no sofá e de muito mal jeito. não deveria estar melhor do que eu, já que estava sentado no chão com a cabeça encostada no sofá enquanto segurava a minha mão. A cena era adorável.
Levantei com cuidado e me abaixei para encará-lo, eu realmente não queria acordá-lo, mas eu não podia deixar dormindo ali de qualquer forma.
- . – chamei baixinho por ele. Demorou alguns segundos para que ele abrisse os olhos meio confuso.
- ? – ele me encarou antes de olhar em volta para ter certeza de onde estava.
- Estamos na minha casa – expliquei – Pegamos no sono enquanto assistíamos filme.
- Que horas são? – perguntou.
- Hum. – peguei o celular de cima da mesa e verifiquei. - Meia-noite e meia.
- Eu acho que preciso ir, não quero atrapalhar sua noite de sono, você tem aula cedo e... – ele falou preocupado e eu sorri. Eu não queria que ele fosse embora.
- Fica aqui, hum? – pedi, acariciando seu rosto.
– Não vou negar um convite seu. - me puxou para mais perto, juntando nossos lábios. Um beijo quente e cheio de urgência, eu queria aquele homem mais do que tudo, mas ao mesmo tempo aquele sentimento desconhecido me assustava. Eu não poderia me apaixonar assim tão rápido por . Eu sabia que era uma boa pessoa pelo tempo que vínhamos conversando e pelo tanto que Bryan falava dele, afinal, eles eram amigos de infância, mas ainda sim eu tinha medo de me magoar ou algo do tipo. E sim, talvez eu esteja sendo precipitada demais pensando em tantas possibilidades ao mesmo tempo, mas é difícil não pensar quando alguém mexe demais com a gente.
- Vamos pro quarto? – perguntei, interrompendo o beijo e concordou levantando e me puxando junto.
- ? – ele chamou baixinho me fazendo parar na porta para encará-lo. Ele mantinha a expressão serena e um pequeno sorriso brincando nos lábios. – É muita loucura dizer que eu me sinto diferente com você?
- Diferente como? – mil borboletas começaram a brincar em meu estômago e meu coração bateu tão forte como se fosse possível rasgar meu peito.
- Daisy falou tanto de você que eu quis muito te conhecer e aí começamos a nos falar pelo facebook, depois telefone e quando eu te vi pela primeira vez pessoalmente, te achei incrível. Mas te reencontrar no casamento, foi uma sensação que eu não sei explicar. – ele disse me encarando fixamente.
- , eu...
- Eu não quero te assustar com esse meu jeito de falar as coisas assim, rápido demais, mas é que não gosto de guardar nada e eu sinto que precisava te falar isso porque depois daquela noite eu não parei de pensar em você um minuto. – o rosto dele estava vermelho e eu tive vontade de apertar suas bochechas e dizer o quão adorável ele estava daquela maneira, mas apenas me estiquei para lhe dar um selinho.
Eu estava um pouco surpresa na verdade, eu pensei que só eu estava me sentindo daquela forma, mas ele também estava sentindo algo diferente e aquilo me deixou um pouco mais tranquila por não estar sendo tão paranóica. Daisy estava certa quando disse que um dia a gente acaba encontrando alguém que se encaixa perfeitamente em quem somos. e eu tínhamos tantas coisas em comum, mas ainda sim a palavra relacionamento me assustava.
- , eu espero que você não esteja sendo precipitado com as coisas... – falei.
- Não estou. Eu só costumo falar quando eu tenho a plena certeza e eu me sinto completamente bem do seu lado, mesmo que essa seja a terceira vez que estamos juntos, mas é como se eu já te conhecesse e de fato conheço. – ele riu. Eu nem consigo imaginar o quanto eu devo ter sido o assunto principal das conversas dele com Daisy.
- , eu não sei lidar com nada que envolva sentimentos, eu me sinto bem com você também e confesso que tenho pensado em você mais do que gostaria, mas eu nunca fui de me apaixonar fácil por alguém e sei lá, é muito confuso. – ele assentiu. Agora era eu quem estava nervosa.
- Olha, tudo bem, tá? Eu não quero que a gente fale sobre sentimentos agora, afinal, estamos desenvolvendo algo ainda, certo? Mas o que eu quero dizer com isso é que, eu não quero deixar de te ver, entende? Eu sei que daqui a alguns dias eu volto pra casa, mas isso não vai ser problema nenhum pra gente se encontrar quando der saudade. – ele me puxou e me envolveu em seus braços. E eu não desejei estar em nenhum outro lugar que não fosse dentro desse abraço.
- Tudo bem , vamos aproveitar o momento e não pensar muito no que vai ser no futuro, está bem? – ele concordou.
- Agora será que dá pra gente aproveitar de uma forma muito mais legal? – sorri maliciosa e ele pareceu entender o que eu estava falando, já que me prensou contra a porta do quarto e me beijou calorosamente.
puxou a barra da minha blusa e a jogou no corredor. E ainda com nossos lábios colados abriu a porta atrás de nós e foi me guiando até a cama, onde deitei com ele por cima e mim, me olhando.
- Nunca vou cansar de dizer que você é linda! –sorri largamente e ele distribuiu beijos ternos pelo meu rosto, descendo pelo meu pescoço e então começou a trilhar beijos pela minha barriga descoberta.
Levantei um pouco me livrando do sutiã, o jogando longe e sorriu malicioso ao me olhar. Ele tirou a blusa e a calça, ficando só de boxer e eu fiz um gesto para que ele deitasse na cama e o fez. Tirei meu jeans sob o olhar atento dele e me posicionei por cima. Era maravilhoso estar no controle.
- Você gosta de me provocar, né? –mordi meu lábio inferior em resposta e me remexi contra ele, que suspirou pesadamente. apertou minhas coxas com força e eu me inclinei para lhe dar um beijo. Então voltei minha atenção para sua boxer e a puxei devagar, até estar no chão junto com nossas roupas. fechou os olhos tentando manter a calma, já que era difícil controlar o amigo embaixo, que por sinal já estava pulsando de tanto desejo.
Envolvi seu pênis ereto em minhas mãos, fazendo um movimento devagar de vai-e-vem e pude ver na expressão de o quanto eu o estava torturando. Era gostoso.
Mantive o contato visual enquanto aumentava o ritmo dos movimentos e parecia quase explodir de prazer. Então, num movimento brusco, ele me jogou para o lado, me fazendo deitar e então ele assumiu o controle novamente.
- Tem camisinha? – perguntou.
Me inclinei para pegar um pacote na gaveta do criado mudo e entreguei para ele, que colocou rapidamente. desceu trilhando beijos pela minha cintura até chegar no meio das minhas pernas, então me apoiei em meus cotovelos só para assisti-lo apetar minhas coxas e distribuir beijos por ali. Sorri quando senti sua língua brincar em minha intimidade como só ele sabia fazer. Arqueei meu corpo conforme a sensação de alto prazer começou a se espalhar por cada mísero músculo, então me penetrou com uma certa urgência, dando fortes estocadas, até que juntos, atingimos o prazer máximo.

(...)


Desci do carro com a pequena cesta de comidas na mão. esperou até que eu estivesse ao seu lado para caminharmos juntos até a entrada do parque onde iríamos fazer um pequeno piquenique em plena manhã de quarta-feira.
- Aqui tá bom. – falei apontando para uma sombra embaixo de uma árvore. Entreguei a cesta na mão de e estiquei a toalha xadrez sobre a grama, sentando em seguida e fez o mesmo.
- Eu costumava vir aqui com meus pais quando era criança. – ele disse analisando o local. O movimento não era tão grande quanto nos finais de semana, então era bem tranquilo para conversar.
- Eu também. Será que nunca nos encontramos por aqui? – ele riu pensativo.
- Talvez você tenha me paquerado, hum? – ele disse convencido e eu dei um soquinho em seu braço.
- Idiota! – me deu um selinho e pegou um morango de dentro da cesta. –Bryan, Daisy, Lissa, Stacey e eu, costumávamos vir aqui aos domingos, era sempre muito divertido.
- Bryan e eu gostávamos de jogar bola aqui. Aliás, foi aqui que nós conhecemos vocês. – lembramos do dia em que Bryan se apaixonou por Daisy, aqui mesmo.
- Eu lembro de você, mas só de vista, você era muito tímido e não quis se aproximar. – falei.
- E alguns dias depois eu fui embora pra Los Angeles com meu pai.
Procurei por um sanduíche na cesta e peguei um suco de caixinha para acompanhar.
- Ainda temos exatamente uma hora até eu ter que ir pra universidade e você não comeu nada além de morangos. – ralhei.
- Oh, certo, senhorita. Pode me passar um sanduíche por favor? – pediu. Peguei outro entregando em sua mão e ficamos alguns bons segundos comendo em silêncio, apenas observando algumas crianças que brincavam por ali.
Um casal entrou em meu campo de visão. Estavam de mãos dadas com uma garotinha que aparentava ter uns três anos e a mulher estava grávida. Sorri ao ver aquela cena e percebi que fazia o mesmo. O homem então se ajoelhou e beijou um lado da barriga, enquanto a filha beijava o outro e ele tirava uma selfie daquele momento. Será que um dia eu iria viver aquilo também?
-Se um dia eu tiver uma filha menina, quero que se chame Rebecca e se for menino, Theodore. O que acha? –ele voltou sua atenção para mim e eu sorri.
- São nomes muito bonitos, você tem bom gosto . E tenho certeza que será um ótimo pai. – respondi sincera e ele se inclinou para me dar um beijo.
Passamos o restante do tempo comendo e conversando sobre coisas aleatórias, até eu quase esquecer da hora e me atrasar para a minha aula na universidade, onde me deixou e nós combinamos de nos encontrar no outro dia, já que ele tinha um jantar importante com um grande amigo de seu pai e eu com Josh.

(...)


Meia hora antes do combinado com o meu amigo, eu já estava pronta e sentada no sofá rolando pelo feed do instagram, tentando me distrair com algo interessante, mas a verdade era que eu só conseguia pensar o quanto eu queria desmarcar aquele jantar com Josh, e não por ele não ser uma pessoa legal, mas eu sabia as reais intenções dele e pra ser bem sincera, eu não queria magoá-lo. Mas eu decidi ir e deixar claro pra ele que nós seríamos só amigos caso necessário, era melhor do que ficar alimentando falsas esperanças, não é mesmo?
Vi o nome de aparecer na tela indicando que ele havia me mandado uma mensagem e sorri.

Estou pensando em como eu queria estar com você agora e não indo para um jantar falar de negócios, isso é chato!
xx

Ah, , eu concordo com você.

Eu quase desisti de sair com meu amigo, mas compromissos são compromissos. Mas isso não significa que não poderemos nos encontrar mais tarde...
xx

Esperei ansiosamente pela resposta, torcendo para que ele topasse a ideia. Eu queria vê-lo!

Passo na sua casa assim que você chegar, me avise!
xx


(...)


Tive que relutar um pouco com a minha própria mente para me manter atenta na conversa com Josh. Estávamos a caminho do restaurante que ele havia escolhido para me levar e Josh parecia bastante animado falando sobre o estágio que acabara de conseguir na universidade.
- Eu não vejo a hora de me formar. – comentei.
- Fim do ano né? – assenti –Bom, eu ainda tenho o próximo ano pra encarar, mas vai passar rápido.
- Boa sorte! – ele riu.
Josh estacionou em frente ao hotel onde estava hospedado e eu estranhei, mas a julgar pelo fato de que o restaurante de lá era um dos melhores da cidade, eu entendi.
- Surpresa? – ele pareceu notar já que eu havia demonstrado um pouco de espanto.
- Não, só imaginei que iríamos em algum outro restaurante, mas esse aqui é ótimo. –falei.
- Me recomendaram bastante, e é claro, você merece o melhor . – Josh virou para me encarar.
Ele era um cara legal, atencioso e fofo. Lembro bem de quando conheci Josh na universidade, eu estava atrasada para uma aula importante, então acelerei o passo para chegar a tempo e acabei esbarrando nele pelo corredor, e o pior: eu estava com um copo de suco na mão e derrubei tudo nele. Eu sempre fui a maior desastrada, mas por sorte Josh é um cara bem tranquilo e acabamos virando amigos. Mas eu não imaginei que ele começaria a sentir algo a mais por mim e era aí que morava o grande problema.
- Eu não me importo com coisas luxuosas, mas obrigada. Agora vamos entrar? – ele concordou e eu agradeci, já que eu estava tentando fugir do rumo que aquela conversa poderia tomar.
Josh abriu a porta para mim e entregou a chave nas mãos do manobrista. Entramos no hotel em direção ao restaurante e quando paramos na entrada sendo recepcionados por uma jovem muito simpática, eu quase caí pra trás quando meus olhos focaram em duas pessoas conversando em uma mesa ao fundo: e Britanny.
Por alguns segundos eu perdi um pouco a noção do tempo e de espaço, pois minha mente só conseguia pensar em um motivo plausível para que tivesse mentido para mim sobre a sua companhia da noite.
- ? - Josh me olhou um pouco preocupado e eu sorri fraco, mesmo estando me sentindo mal por dentro. Eu não poderia nem queria entrar ali, aquela cena era demais para mim.
- Josh, eu... Não estou me sentindo bem. Se importa se a gente for pra minha casa e pedir alguma coisa? –a recepcionista nos encarou por algum tempo até perguntar se eu aceitava um copo d’água.
- Ahn, não, obrigada. Eu só preciso ir pra casa. – falei e Josh pareceu entender.
- Tudo bem , nós podemos ir. – ele disse e se virou para a recepcionista – Obrigada, nós não vamos ficar.
Quando eu já ia dar meia volta para refazer o caminho até a saída, vi algo que me deixou sem reação e quando dei por mim eu já estava segurando o choro preso na garganta. e Britanny estavam se beijando. Aquilo era demais para mim.
Puxei Josh para que saíssemos dali o mais rápido possível e agradeci mentalmente por ele não me fazer nenhuma pergunta. Entrei no carro em silêncio e respirei fundo, meu coração batia descompassado e minha cabeça doía. Eu não tinha nada com , era verdade e tampouco poderia cobrar dele alguma coisa, mas ele havia me contado sobre Britanny e em como ele queria manter distância dela por ela sóter estado com ele por interesse. E o fato de ter dito que iria jantar com um velho amigo do pai. Eu caí direitinho. Meu Deus, como eu era burra!
- , olha pra mim. – Josh agora me encarava com uma expressão preocupada e eu tentei ao máximo não deixar aquelas lágrimas caírem – Está tudo bem?
- Sim. Eu só tive uma tontura, nada demais, vamos pra minha casa e pedir algo, você se importa? – menti e ele pareceu acreditar.
- Tudo bem! – Josh deu partida e nós refizemos o caminho de volta até minha casa.

(...)


Acordei no outro dia sentindo a cabeça pesar. Maldita ressaca e maldita ideia de beber quase uma garrafa inteira de vinho em pleno dia de semana. Eu mal conseguia abrir os olhos de tanto que a minha cabeça doída. Levantei e fui até o banheiro procurar pela caixa de remédios, eu precisava de algo urgente. Engoli um comprimido para dor e sentei na beira da cama tentando lembrar de cada detalhe da noite anterior.
Jantar, Josh, , Britanny, beijo...
Droga, aquilo só poderia ser mesmo um pesadelo!
Bati a mão na testa ao lembrar que Josh havia dormido no sofá da sala, então me levantei rapidamente e fui até lá. Ele já estava acordado e pasmem, preparando café da manhã.
- Ei, bom dia! – disse animado.
- Não está de ressaca? – ele riu e despejou um pouco do líquido quente na xícara e me entregou.
- Eu tomei a liberdade de tomar banho no banheiro de hóspedes e preparar um café, sabia que você ia acordar assim, já que bebeu quase toda a garrafa de vinho praticamente sozinha. – ele deu de ombros.
- E você deixou? –bebi um pouco do café e fiz careta por estar amargo.
- Desculpe por isso, mas é necessário. – eu sorri fraco.
- Obrigada.
- Vai à faculdade hoje? – perguntou.
- Estou sem condições, realmente. – respondi.
- Tudo bem, acho melhor você descansar mesmo... – ele sorriu – É, ?
- Hum?
- Sobre o beijo, eu peço desculpas tá? Não quis me precipitar. – Oi? beijo? quando?
Droga, droga, droga!
Nota mental: nunca mais ingerir bebida alcoólica.
- Josh, é... Eu te vejo só como amigo e eu não quero que o que você sente atrapalhe nossa amizade, gosto muito de você, mas é só como amigo e desculpa se eu retribuí e te fiz pensar o contrário. – falei e ele assentiu. Mas por sorte ele pareceu entender, já que veio até mim, me dando um beijo na testa.
- Se cuida , a gente se fala depois! – ele acenou para mim e logo em seguida pude ouvir a porta de casa se fechando.
Quantos problemas para uma noite só.
Me forcei a andar até o quarto e me joguei na cama de qualquer jeito, eu estava me sentindo um lixo.
Peguei meu celular e vi várias mensagens e ligações de , mas me recusei a ler ou sequer retornar. Eu não queria vê-lo, não pelo menos nesse momento. Coloquei o aparelho no modo silencioso e me permiti esvaziar a mente, depois eu pensava em qualquer coisa, mas agora eu só queria aproveitar aquele dia dormindo. Dizem que dormir é a melhor solução quando você não sabe como resolver seus problemas e era isso que eu iria fazer.

(...)


No final da tarde quando eu já estava entediada e com a cara inchada de tanto dormir, mandei uma mensagem para Lissa pedindo que ela me encontrasse na café da esquina de casa. Eu precisava desabafar com alguém e ninguém melhor do que ela para me acalmar e me entender.
Depois de caminhar um pouco, cheguei no café e Lissa já estava me esperando.
- Nossa, você está com uma cara péssima. – ela disse. Era tão nítido assim?
- Obrigada por me lembrar. – respondi sem emoção.
Ela empurrou um dos dois expresso que estavam na mesa para mim e eu agradeci.
- Agora me conta tudo, hum? –ela segurou minha mão e me lançou um olhar terno. Tomei um gole do café antes de começar a falar.
- É possível se apaixonar a primeira vista, né? – perguntei e ela me olhou estranho. Afinal de contas essa era o tipo de pergunta que as pessoas nunca esperam ouvir de mim.
- Eu já sei o que você vai falar, meu Deus ! Você se apaixonou pelo ! – ela estava eufórica.
Revirei os olhos.
- Lissa! – repreendi.
- Tá, tudo bem, pode falar! – ela se acomodou na cadeira como se esperasse eu contar uma história interessante, mas na verdade, era trágica.
- Eu achei que estava rolando algo diferente entre mim e , sabe? Sei que parece ridículo, mas tem algo nele que me faz querer estar sempre perto e eu penso nele mais do que deveria. Ele também falou a mesma coisa quando nos encontramos na minha casa na terça e pela primeira vez eu estava achando que poderia gostar de alguém, de verdade... – Lissa me olhava atenta e apertou minha mão para que eu prosseguisse – Nós fomos naquela sorveteria perto da casa do Bryan na terça e acabamos encontrando a Britanny, ex-namorada dele.
- Ai, isso não está me cheirando coisa boa.– ela comentou.
- A questão é que o disse que não sentia mais nada por ela. – Lissa se inclinou mais para frente atenta a cada palavra que eu dizia. – Então eu achei que não deveria me preocupar mesmo com isso, sabe?
Lissa abriu a boca para falar algo, mas antes que ela fizesse, senti alguém se aproximar e quando dei por mim, Britanny já estava sentada ao meu lado na mesa.
- Oi querida, surpresa em me ver? – ela perguntou sarcástica e eu tive vontade de enfiar a mão na cara dela.
- Nem tanto, você parece ter prazer em estar sempre nos mesmos lugares que eu. – Lissa me olhou confusa, buscando por respostas.
- Você quem é? –ela perguntou para minha amiga.
- Lissa, amiga da . – respondeu.
Era só o que faltava me acontecer.
- E ? – ela perguntou olhando diretamente para mim e eu respirei fundo para não pirar.
- Você deveria saber, não? – devolvi a pergunta.
Britanny deu uma risadinha esganiçada sem quebrar o nosso contato visual.
- Ah é verdade, estávamos juntos ontem e foi tão incrível, é um homem e tanto, mas isso você sabe né? Soube que ele estava se divertindo com você, mas o nosso amor é muito grande fofa, nós vamos voltar. – ela disse e levantou acenando para nós duas.
- Olha aqui sua loira falsi... – Lissa fez menção de levantar e atraiu vários olhares curiosos para nós, então a contive e pedi para que ela deixasse para lá.
- Eu preciso ir, tchauzinho fofas! – Britanny sorriu vitoriosa e se afastou de nós. Cobri meu rosto com as mãos furiosa com tudo aquilo, era mesmo inacreditável.
- Eles estavam juntos ontem? – Lissa perguntou confusa e eu assenti.
- Estavam, no restaurante do hotel onde o está hospedado. – respondi.
- E como você sabe?
- Eu estava lá, com o Josh, aquele da universidade, sabe? Ele me chamou pra jantar, mas a questão nem é essa agora, disse que ia jantar com um amigo do pai dele pra falar de negócios e combinamos de nos encontrar depois dos nossos compromissos e aí quando eu e Josh chegamos lá, acabei vendo e Britanny se beijando. – ela ficou boquiaberta com a informação.
- Coincidência Josh te levar justamente lá, né? – eu não tinha parado pra pensar nisso, mas não tinha nada de estranho. Ou tinha?
- Coincidência ou não, foi bom né? Pelo menos eu agora sei que só estava tirando uma com a minha cara. – uma lágrima insistiu em cair e Lissa rapidamente sentou ao meu lado para me abraçar. Ficamos alguns segundos assim, em silêncio e eu só conseguia pensar em como eu estava me sentindo ridícula diante daquela situação.Eu nunca fui a pessoa que acredita em amor à primeira vista ou destino ou seja lá o que for, sempre mantive meus pés no chão e coração em paz, mas parece que dessa vez eu deixei me levar e aí deu no que deu.
- , eu sinto muito. – Lissa beijou minha bochecha e eu agradeci por ela estar ali. Ia passar, aquilo tudo era uma grande besteira, depois eu iria perceber que confundi as coisas e nunca mais me enganaria com homem nenhum.
- Está tudo bem, de verdade. Mas, não conta nada pra Stacey ainda tá? – pedi e ela concordou. Eu mesma iria contar quando estivesse bem e longe de qualquer resquício daquele sentimento bobo por .

(...)


Alguns dias depois...
Daisy e Bryan finalmente chegariam da lua-de-mel e nós organizamos uma festa de boas vindas na casa de Dianna. Era sábado a noite e eu estava terminando de me arrumar no quarto de hóspedes que ela disponibilizou para nós, já que passamos o dia lá organizando tudo para a chegada dos nossos amigos e não queríamos nos atrasar nenhum minuto para recebê-los. Henry e Dianna foram buscá-los no aeroporto, enquanto eu, Lissa e Stacey esperávamos alguns amigos mais íntimos.
- , você tá sabendo que a Dianna chamou o , né? –Lissa entrou no quarto com dois vestidos pendurados no braço, com a maior cara de preocupação.
- Seria inevitável não chamar né, afinal, ele é o melhor amigo de Bryan. – falei tentando não me importar muito com aquele fato.Desde o fatídico dia que eu não respondia mais as mensagens dele nem atendia suas ligações e soube através da minha vizinha que ele foi me procurar duas vezes na minha casa, mas eu estava passando uns dias na casa de Lissa só para não correr o risco de encontrá-lo.
Hoje eu não teria como fugir, mas apenas fiquei tentando não pensar tanto nisso.
- E se ele ter perguntar o motivo de você estar fugindo? – perguntou enquanto olhava de um vestido para o outro tentando escolher.
- Eu digo a verdade ué! – respondi como se aquilo não me afetasse. Mas afetava. E muito. Eu só estava tentando não pirar – Hm, o azul combina mais com você.
Ela sorriu.
- Obrigada. E quanto ao : ele é um bobo por ter mentido pra você. – assenti.
- Eu vou lá pra sala ver se está tudo em ordem, ok? – me olhei no espelho uma última vez e saí do quarto deixando Lissa sozinha.

(...)


Já estávamos todos reunidos na sala quando Dianna mandou uma mensagem informando que eles haviam acabado de chegar e estavam entrando com o carro na garagem. não havia aparecido ainda e eu estava tranquila por não ter que relembrar aquele assunto novamente. Era melhor assim. Fizemos silêncio e apagamos todas as luzes para que eles não desconfiassem de nada do lado de fora.
Aguardamos alguns segundos até ouvirmos o barulho de chave e a voz de Daisy dizendo que estava chateada por nós não termos ido buscá-la no aeroporto. Bobinha!
Quando a porta se abriu e Dianna acendeu a luz, Daisy e Bryan ficaram boquiabertos com o que viram.
- SEJAM BEM-VINDOS! –todos gritamos juntos e corremos para abraçá-los.
- Eu mato vocês! – Daisy disse com lágrimas nos olhos e eu esperei todos falarem com ela, pois eu queria apertar muito minha melhor amiga.
Cumprimentei Bryan e ele perguntou por , então disse que Dianna o havia convidado, mas ele ainda não tinha aparecido por ali.
- Ele mandou uma mensagem dizendo que queria conversar comigo, que estava meio mal, mas eu estava quase entrando no avião, não pude conversar. Você tem visto ele? – perguntou procurando por alguma resposta.
- Ah, faz alguns dias que a gente não se fala, tenho estado muito ocupada com a universidade, mas não deve ser nada de grave. – fingi. Mas confesso que fiquei curiosa sobre o assunto da conversa, apesar de já saber. Vai ver tinha brigado com Britanny e... Ah, quer saber? Eu não vou estragar a minha noite pensando naqueles dois. Não mesmo.
Mas antes de que se quer pensasse em afastar aqueles pensamentos, vi a porta ser aberta e a figura de se revelar. Ele estava sério e rapidamente seu olhar cruzou com o meu. Lissa que já sabia da história toda ficou estática, apenas observando a cena.
- ! – Bryan foi até o amigo o abraçando, mas ele sorriu fraco e parecia não estar muito contente. Desviei o olhar para outro ponto da sala que não fosse aquele homem. Então fui até onde Daisy estava rodeada de pessoas querendo saber dos dias que passaram no Havaí.
- Amiga! –Daisy sorriu largo e eu a abracei forte. Havia tanto que eu queria falar naquele momento, mas eu não ia encher a cabeça dela com meus problemas. Pelo menos não agora.
- Você está com uma cara ótima, sabia? –falei animada. O amor fazia isso com as pessoas.
- Foi tudo tão incrível , Bryan é maravilhoso e preparou tudo com tanto carinho! Pena que nós tivemos que voltar, né? – ela fez bico e eu ri.
Vi Bryan se aproximar de nós com em seu encalço e eu senti minhas pernas bambearem. Eu queria sair correndo dali e me esconder. De repente a minha segurança havia evaporado e eu já nem sabia que teria coragem o suficiente de ficar na presença dele sem dar na cara.
- Olá garotas, podemos ficar aqui com vocês? – Bryan abraçou Daisy por trás, deu um beijo no topo da sua cabeça e eu achei a cena mais adorável do mundo.
- Na verdade, eu queria roubar a um pouquinho só. – me encarou e eu quase gritei dizendo pra ele me deixar em paz. Mas eu sorri fraco e Daisy praticamente me empurrou pra cima dele, me dando “permissão” para ir e eu não tive outra opção, a não ser fingir pros meus amigos que estava tudo bem.
- Vamos conversar lá na sala de leitura da Dianna. – ele assentiu.
Lissa me lançou um olhar encorajador quando me viu com indo para o corredor principal da casa e eu sorri fraco. Seria tão mais fácil se ele voltasse logo pra Los Angeles e a gente não precisasse se ver nunca mais, não é? Eu não queria falar com ele nem ter que repetir tudo o que eu vi naquele dia, mas se for mesmo necessário ter aquela conversa pra esclarecer as coisas, eu iria.
Abri a porta da sala e dei passagem para que ele entrasse e entrei em seguida. Ele me encarou por alguns segundos antes de falar.
- , porquê você está fugindo de mim? – perguntou. Ele parecia triste, mas eu não ia me deixar levar por aquilo.
- Eu não estou fugindo, apenas não quero falar com você, é diferente. –respondi ríspida.
- Eu não entendo, sério, estava tudo bem entre a gente e de repente você some, não responde as minhas mensagens e eu nem ao menos sei o motivo! – ele deu um passo a frente e eu recuei.
- , você estava sendo sincero quando disse que estava sentindo algo diferente por mim? – cruzei os braços esperando pela resposta.
- É claro que eu estava . – ele fixou o olhar no meu buscando por respostas plausíveis – Você sabe que eu estava.
- Não, eu não sei. – andei até a poltrona e me acomodei ali. virou-se para me olhar e chegou um pouco mais perto.
- Será que dá pra você ser mais direta e me fazer entender porque você tá achando que eu menti pra você? – eu ri sarcástica.
- E você mentiu, não é ? –o meu coração começou a bater forte e eu sentia que podia chorar a qualquer momento. Mas eu iria me manter firme.
- O quê? – ele estava incrédulo e se fingindo de desentendido, mas eu iria fazer a máscara dele cair rapidinho.
- Eu vou ser bem direta , se é isso que você quer, hum? – levantei e me aproximei dele, o encarando.
- Estou esperando, odeio ser acusado de algo que eu não fiz. – ele elevou um pouco a voz. Era muito cretino mesmo!
- Eu sei que você foi jantar com a Britanny, quando pra mim disse que ia estar com um amigo do seu pai– ele me olhou boquiaberto e tentou falar algo, mas eu fui mais rápida e continuei –E não adianta negar, eu vi vocês se beijando.
- Você estava lá? – ele pareceu surpreso.
- Lembra que eu te falei que ia sair com um amigo da universidade? Por coincidência ele me levou no restaurante do hotel e adivinha só? Você estava lá com a Britanny! – acusei.
- , eu posso explicar...– ele falou calmamente e eu ri.
- Claro que pode, sempre pode né? Essa frase é clássica dos mentirosos! –eu não conseguia mais encará-lo.
Eu precisava sair dali e esquecer da existência de .
- Eu estava mesmo jantando com o amigo do meu pai e ela apareceu lá, sem mais nem menos e...
- CHEGA! Eu não quero suas explicações, tá bom? Ficou muito nítido pra mim que eu só estava sendo uma diversão pra você. E eu idiota achando que estava sendo diferente... Como eu sou burra por achar que um cara como você se apaixonaria por uma tola feito eu. –praticamente cuspi as palavras em cima dele e mantinha o olhar incrédulo.
- O que você quer dizer com “um cara feito eu”? – ele e aproximou ainda mais e eu já estava ficando sufocada com aquela aproximação.
- Rico, bonito e que pode ter mulheres lindas feito Britanny nas mãos. Essa sua cara de bom moço já deve ter enganado várias, não é mesmo? E eu idiota achando que você estava mesmo sentindo algo diferente por mim! Logo por mim! – ele balançou a cabeça em negativa e riu descrente. – Eu encontrei com a Britanny no café e ela deixou muito claro a relação de vocês.
- Você vai mesmo acreditar na Britanny?
- Vou acreditar no que eu vi e só isso! Você pode voltar lá pra sua vidinha e pra sua namoradinha perfeita, tá? E relaxa, eu não vou contar isso pra ninguém e espero que você faça o mesmo. – falei e me virei para ir embora.
- ? – me chamou, mas eu não me atrevi a olhá-lo.
- Hum?
- Você está sendo injusta comigo, mas talvez seja melhor mesmo eu ir embora e voltar pra minha vidinha, como você diz. Não quero estar com alguém que não me dá a chance de me explicar e que não confia em mim. – enxuguei uma lágrima que caiu e me virei novamente para encará-lo.
- Eu nem conheço você, pra ser sincera. Achei que a minha intuição estava certa e que você era alguém em quem eu poderia confiar, Bryan e Daisy pelo visto também não sabem que você não passa de um belo mentiroso. – ele encarou os próprios pés e nem sequer abriu a boca para se defender, o que acabou me dando mais certeza de que eu estava certa – O eu silêncio já diz tudo. Adeus .
Saí da sala tentando controlar o choro para que ninguém me visse naquele estado, eu teria que manter as aparências pelo menos por enquanto.
- ! – Lissa chamou baixinho quando me viu entrar no cômodo com cara de poucos amigos.
O restante das pessoas conversavam animadamente enquanto bebiam e comiam salgadinhos que havíamos encomendado. Agradeci por Daisy estar tão entusiasmada mostrando fotos que eu imaginei serem da viagem pra algumas amigas, que nem notou a minha presença ali. Logo passou ao meu lado indo em direção a Bryan, Henry e mais alguns amigos que assistiam a um jogo de futebol na tv.
- Está tudo bem? – ela perguntou e eu neguei.
- Não. Mas vai ficar, eu só preciso respirar um pouco e ficar sozinha. – respondi e ela entendeu.
De agora em diante, seria apenas uma vaga lembrança para mim.

(...)


Cheguei em casa e levei um baita susto ao ver meu pai sentado no sofá assistindo tv e minha mãe preparando algo na cozinha. Como eles não me avisaram que viriam?
- Pai??? – praticamente me atirei em seus braços e ele me abraçou forte. Logo minha mãe se juntou a nós e a alegria estava completa.
- Filha, nós estávamos com tanta saudade! – minha mãe me soltou, só para me olhar dos pés a cabeça. – Você está se alimentando bem, filha?
- Não tanto quando você está perto, mas estou sobrevivendo.
- Nós decidimos fazer uma surpresa, mas não podemos ficar muitos dias, é só pra matar a saudade. – meu pai explicou.
- Meu amor, nós queremos tanto que você vá morar com a gente na Holanda, o que acha? –minha mãe sugeriu. Eu sentia tanta falta deles que poderia pensar nessa possibilidade com certeza. Logo eu me formaria e estaria livre para iniciar a minha vida profissional longe de Manchester.
- Eu prometo pensar com carinho, ok? – eles sorriram largo e me abraçaram.
Nosso momento família-feliz-de-comercial-de-margarina foi interrompido pela campainha tocando insistentemente.
- Vou terminar de preparar o almoço enquanto seu pai toma banho, tudo bem? – minha mãe me deu um beijo no rosto enquanto meu pai sumiu no corredor.
Fui atender a porta e ao olhar no olho mágico, vi Josh e Lissa com cara de poucos amigos. Abri a porta e Lissa entrou feito furacão puxando Josh consigo.
- , esse idiota aqui tem uma coisa pra te contar! –ela disse e Josh me olhou horrorizado, me deixando sem entender nada.
- Lissa? – minha mãe apareceu na sala correndo para abraçar minha amiga que a olhava surpresa.
- Tia Marcy, quanto tempo!
- Você está tão bonita querida, eu estava morrendo de saudade de todos vocês. – ela logo percebeu Josh acanhado no meio da sala.
- Mãe, esse é Josh, um amigo da universidade. – falei e minha mãe o cumprimentou.
- Prazer, senhora. – ele apertou a mão de mamãe e ela sorriu terna para ele.
-Bom, eu vou deixar vocês conversando e vou aproveitar pra arrumar nosso quarto, se precisarem de algo,me avisem! – assenti e esperei mamãe sair da sala para prosseguir no assunto.
- Então? – questionei os dois parados no meio da minha sala.
- Josh fez uma coisa muito feia e achei que você deveria saber. – Lissa sentou no sofá e cruzou os braços bufando.
- Eu... eu... , é, q-que... – Josh tentava falar, mas parecia um pouco nervoso.
- Desembucha garoto ou então falo eu! – Lissa estava quase perdendo a paciência e eu também.
- , eu sou primo da Britanny. – arregalei os olhos e por um momento uma possibilidade passou pela minha cabeça. Eu só esperava não estar certa – E eu vi você na sorveteria com naquela noite, nós estávamos juntos e eu fiquei esperando ela dentro do carro. Mas juro que foi coincidência! E eu acabei comentando que eu te conhecia e ela me contou a história toda, que você e o ...
Ele parou de falar um instante recebendo um olhar feio de Lissa.
- Que vocês mantinham um quase relacionamento a distância e que foi por sua causa que eles terminaram.
Eu o olhei incrédula. Era uma mentira!
- Isso é ridículo, terminou com a Britanny porque ela só estava com ele por interesse e todo mundo sabe disso. – esbravejei.
Lissa apenas observava em silêncio.
- Ela armou pra que você o visse com ela no restaurante do hotel e eu ajudei. Você sabe, eu sempre gostei de você e não pensei nas consequências, mas a Lissa me procurou e fez eu enxergar que você e se gostam e que o que eu fiz foi errado.
- Muito errado, seu babaca! Eu sabia que tinha coisa errada quando você levou a justamente no restaurante do hotel onde o estava com o amigo do pai dele. – Lissa estava muito irritada.
- Então a Britanny soube que estaria lá e armou pra que eu os visse... Meu Deus! – sentei no sofá e tentei absorver tudo o que Josh havia me falado.
- Parece coisa de fanfic, né? – Lissa parecia aflita agora.
- Mas é vida real, é a minha vida! – Josh se aproximou, parecia arrependido.
- Desculpa ...
- , o vai embarcar pra Los Angeles e você precisa falar com ele a tempo, por favor. –eu concordei. Eu iria atrás dele sim, ele merecia um pedido de desculpas por eu não acreditar nele. Como eu fui burra! E eu achava que esse tipo de coisa só acontecia em novela, estava muito enganada.
- Eu vou, você vem comigo Lissa? – ela assentiu.
- Eu posso levar vocês de carro. – eu estava com tanta raiva de Josh, mas não poderia recusar a carona, precisava chegar a tempo no aeroporto.
- Você me deve essa! – falei. Não pensei em mais nada, a não ser chegar a tempo de conversar com e esclarecer as coisas.
Gritei um “volto logo” para meus pais e saí de casa com Lissa e Josh atrás de mim.

(...)


Olhei no painel para verificar o horário que o vôo de para Los Angeles saía. Treze horas e vinte e cinco minutos. Eu tinha pouco menos de quinze para achar e falar com ele.
- Liga pra ele , vai! – Lissa estava tanto apreensiva quanto eu.
Peguei o celular do bolso e disquei o número dele, mas bufei quando encaminhou para a caixa postal.
- Caixa postal! – falei.
- Vem! – Lissa saiu me puxando na direção da sala de embarque, ele tinha que estar lá.
Ao chegar na porta fomos barradas, claro, já que não tínhamos passagem.
- Moça, é uma questão de vida ou morte, nós precisamos saber se está nessa sala! – tentei argumentar, mas ela só balançava a cabeça negativamente.
- Eu sinto muito senhora. – ela falou e eu abaixei a cabeça derrotada.
voltaria para casa e eu não teria a chance de dizer a ele olhando em seus olhos que eu estava completamente errada. Que eu era mesmo uma tola e idiota, porque nós construímos uma amizade com confiança antes de qualquer coisa e eu destruí em questão de segundos.
não me perdoaria por isso e eu não me perdoaria por jogar fora a chance de estar com alguém incrível. poderia ser uma boa pessoa para mim e lá no fundo eu sabia disso, mas meu medo de me magoar foi mais forte. Droga, eu o amava e não tinha enxergado isso!
Eu e Lissa caminhamos lado a lado, até chegar onde Josh havia estacionado o carro e nos esperava aflito.
- E aí? – ele perguntou e eu balancei a cabeça negativamente, começando a chorar.
- Calma , vai dar tudo certo, tá?–Lissa me abraçou até que eu me acalmasse.
Ficamos alguns minutos em silêncio até resolvermos voltar para casa.

(...)


(N/A): Ouçam essa parte ouvindo brighter than sunshine – aqualung.

Josh estacionou na frente da minha casa e eu desci do carro sem falar absolutamente nada. Eu só queria ficar sozinha naquele momento e chorar. Eles me lançaram um olhar de pena e eu sorri fraco, ia ficar tudo bem. Tinha que ficar.
- , tem certeza que não quer que eu fique com você? – Lissa perguntou e eu neguei.
- Eu vou ficar bem, tá? Obrigada por tudo. – dei um beijo em sua bochecha e saí do carro, dando um aceno para Josh.
Então entrei em casa e fiquei sem entender nada ao ver sentado no sofá conversando com meus pais.
Aquilo era mesmo real ou era só a minha mente querendo me pregar uma peça?
- , onde você se meteu filha? Esse rapaz está esperando por você. – minha mãe perguntou e eu não conseguia tirar os olhos de .
- Eu, tive uma emergência e precisei sair. – falei e minha mãe assentiu.
- Nós vamos até a casa de Robert e Martha aqui no final da rua, viu? Vamos deixar você conversar mais a vontade com seu amigo . – meu pai disse e levantou, puxando minha mãe junto. Joguei um beijo no ar e esperei eles saírem para começar a questionar .
- Eu fui até o aeroporto. – falei e ele arregalou os olhos.
- Por que? – sorri fraco e sentei ao seu lado no sofá.
- Porquê eu descobri que sou uma idiota e estava prestes a perder o homem por quem estou completamente apaixonada. – ele sorriu ainda sem entender muita coisa.
- , até dias atrás você não queria mais nem olhar na minha cara e agora diz que foi atrás de mim... O que eu perdi? –respirei fundo e o encarei.
- , eu cometi uma grande injustiça e não me orgulho disso. Fui uma burra, porquê eu não acreditei em você, só que te ver com a Britanny depois de tudo o que você me disse, foi demais pra mim. – ele segurou minhas mãos e beijou.
- Eu não menti pra você, Britanny apareceu no restaurante porque o tio dela é o amigo do meu pai e então ela soube e foi dar uma incerta. Então ela aproveitou o momento que o tio dela foi ao banheiro e me beijou, foi só isso. Mas eu deixei claro que eu estava apaixonado por outra pessoa. – cobri meu rosto com as mãos sentindo vergonha de mim mesma e de tudo que eu tinha falado para ele na hora da raiva.
- Foi tudo uma armação dela, mas essa é uma longa história que precisa ficar pra depois, tá? – ele assentiu. - , me desculpa por ter sido tão dura com você e ter falado todas aquelas coisas ruins, eu estava de cabeça quente e muito confusa. Eu não queria aceitar que estava gostando de você e involuntariamente acabei criando essa barreira, foi horrível da minha parte... – eu não conseguia encará-lo, mas segurou em meu queixo e levantou meu rosto para que eu pudesse olhá-lo.
- Eu ia embora pra Los Angeles hoje, mas eu decidi que não poderia entregar os pontos assim, tão fácil. Você é uma garota incrível e eu me apaixonei por você desde aquele dia no parque, quando fiquei só de longe admirando você. E eu não quero nem posso te perder ! – ele colou nossos lábios e eu me senti a garota mais sortuda desse mundo por estar exatamente ali, no lugar certo e com a pessoa certa. Daisy estava certa no fim das contas, eu acabei encontrando alguém por quem me apaixonei sem perceber e tive sorte por ele sentir o mesmo por mim. Agora eu já não sentia mais medo de estar em uma relação, era um sentimento novo sim, mas me deixava em paz. Eu tinha certeza que era com ele que eu queria ficar e sei que aos poucos construiríamos muitas coisas boas juntos.
- Eu sempre soube que você era o garoto certo, !

I've got a feeling in my soul
Love burns brighter than sunshine
It's brighter than sunshine
Let the rain fall I dont care
I'm yours and suddenly you're mine
Suddenly you're mine
And it's brighter than sunshine


Bônus


Cinco meses depois...
Encarei o envelope pela milésima vez em cima da cama, eu estava com medo de abri-lo, mas eu precisava fazer. Respirei fundo e rasguei a lateral, tirando o papel de dentro. Contei até dez antes de finalmente ter coragem de ler o que estava escrito ali.
Rolei os olhos até chegar na palavra que eu tanto estava com medo de ler...
Positivo.
Eu estava grávida e aquela informação me parecia surreal. Claro que eu já havia feito o teste de farmácia por muita insistência de Daisy, Lissa e Stacey e mesmo sabendo que não existia um falso positivo, no fundo eu achei que tudo não passaria de um mero engano. Eu estava apavorada!
Estava perto da minha formatura na universidade e ainda estava se dividindo entre Los Angeles e Manchester para passar um tempo comigo até ele conseguir se mudar de vez para cá. E eu? Eu não estava preparada para trazer um bebê ao mundo! Meu Deus!
Ouvi o barulho da porta se fechando e imaginei ser . Ele havia saído para comprar comida japonesa porquê eu estava desejando e nem sequer pensou o que aquilo poderia ser. Eu tinha que dar a notícia a ele, mas estava nervosa.
- , amor! – ouvi ele gritar meu nome da sala, então peguei o teste e fui até lá.
- Hmm, que cheirinho bom. – falei me inclinando para lhe dar um selinho e ele sorriu.
- Vamos comer? – assenti.
- , eu queria te contar uma coisa. – falei e ele parou para me olhar. Respirei fundo e fechei os olhos.
- Amor, você está me deixando curioso, fala! – ele riu.
Entreguei o exame em suas mãos e ele ficou sem entender.
- Leia. –pedi e ele olhou atento para o papel em suas mãos.
Cada segundo até chegar na informação importante durou uma eternidade, mas quando ele o fez, vi seu sorriso largo e extremamente surpreso, que quase me fez cair no choro. Malditos hormônios!
Então, se aproximou de mim e pude ver seus olhos marejados. Estava emocionado tanto quanto eu.
Ele ajoelhou de modo que encostou a boca na minha barriga e a beijou.
- Vamos ter um bebê, dá pra acreditar? – falei orgulhosa.
- Ei, bebê. – ele sussurrou contra a minha barriga e eu sorri largo – Acabei de saber que você está aí. É o seu pai aqui, do outro lado. Ainda vai demorar um pouquinho até a gente se conhecer, mas eu prometo que vamos cuidar de você, tá bom?
Comecei a chorar não contendo a alegria de estar ali, com e nosso bebê dentro da barriga. Eu nunca planejei ser mãe e estava com medo de não conseguir ser quem aquele bebê precisava, mas eu tinha comigo e ele será um pai incrível.Saber que tem uma vida aqui dentro, que foi gerada com muito amor, me enche de alegria e eu vou ser sempre muito grata a Deus e ao universo por viver isso.
- Amamos você. – falei passando a mão na minha barriga, enquanto distribuía beijos por ali.
- Ouviu sua mãe? Amamos você. – ele disse e levantou, me encarando apaixonadamente.
- Obrigada por me dar esse presente, tá? – lhe dei um selinho.
- Nós vamos conseguir, não vamos? –perguntei. enxugou meu rosto e beijou minha testa carinhosamente.
- Claro que vamos amor, vamos ser pais incríveis e eu prometo estar sempre com você, está bem? – eu assenti, sentindo me envolver em seu abraço. O melhor lugar do mundo!
- Eu te amo.
- Eu amo você, sunshine.
Agora éramos três e o mundo.


Fim.



Nota da autora: Pensem em uma pessoa desesperada pra criar algo em poucos dias... Eu mesma! Hahahaha Eu peguei essa música porque ela tinha acabado de vagar e eu achei que era bem injusto né? Mas no fim deu tudo certo. Apesar de eu ter mudado um pouco o rumo da estória bem em cima da hora, torcendo pra Pri não me matar por ter furado o prazo. Mas enfim, espero que gostem e deixem um comentário quando passarem por aqui, certo? Leiam também 03. Trainwreck deste mesmo ficstape.
Super beijos, Ray xx

Outras Fanfics:
10. Trough with you (Songs about jane)
13. My Song (Know It All)
16. Memories (Handwritten Revisited)
03. Traninwreck (Don't forget)

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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